Quinta da Gaivosa: Um caminho de três décadas

quinta da gaivosa

“Pioneiro do Douro moderno”. Assim classifiquei Domingos Alves de Sousa numa das várias peças que publiquei sobre o projecto Quinta da Gaivosa ao longo das últimas décadas. E quando se comemoram 30 anos sobre a colheita do vinho com que tudo começou, a frase mantém-se mais actual do que nunca. Também por isso se justifica […]

“Pioneiro do Douro moderno”. Assim classifiquei Domingos Alves de Sousa numa das várias peças que publiquei sobre o projecto Quinta da Gaivosa ao longo das últimas décadas. E quando se comemoram 30 anos sobre a colheita do vinho com que tudo começou, a frase mantém-se mais actual do que nunca. Também por isso se justifica revisitar Gaivosa e a sua história, escrita com vinhos, no caso, nove, três por cada década.

 TEXTO: Luís Lopes     FOTOS: Domingos Alves de Sousa

Lembro-me bem do impacto que em mim teve, na época, o primeiro Quinta da Gaivosa, um tinto de 1992 que me impressionou. O vinho tinha madeira a mais, claro, como praticamente todos os tintos ambiciosos dos anos 90. Mas disso só me vim a aperceber quando o voltei a provar mais tarde, talvez sete ou oito anos depois, que nisto da apreciação de vinhos não apenas não se nasce ensinado como o nosso palato vai mudando com o tempo.

Absolutamente certo é que, quando o Quinta da Gaivosa nasceu, muito poucos vinhos do Douro ambicionavam tão longe em qualidade e notoriedade. Barca Velha e Quinta do Côtto eram clássicos reverenciados, mas o Douro moderno, no que aos vinhos não fortificados respeita, estava ainda por construir e marcas como Duas Quintas e Quinta da Gaivosa definiam o caminho para os que viriam a seguir.

quinta da gaivosa
A Quinta da Gaivosa comporta vinhedos com idades e modelos de plantação muito diversos.

Cheguei à Quinta da Gaivosa e a Domingos Alves de Sousa pela mão de Anselmo Mendes, na altura enólogo consultor na casa. Casa essa onde permaneceu até 2013, passando então, por inteiro, a pilotagem enológica a ser feita por Tiago Alves de Sousa, da nova geração da família, que já trabalhava ao lado de Anselmo há uma década, e com quem este partilhava a sua enorme experiência e conhecimento. Os vinhos da Gaivosa vão reflectindo estas mudanças e são também, tal como a vida, marcados por ciclos, não apenas os da Natureza mas também os das ideias e conceitos.

Na base de tudo, esteve e continua a estar Domingos Alves de Sousa, pedra basilar do projecto. Foi ele que, logo em 1992, determinou que o tinto Quinta da Gaivosa só sairia à rua nos anos de qualidade superior. Assim, depois da colheita estreante, vieram 1994 e 1995, esta última a que colocou a Gaivosa, definitivamente, “no mapa”. A seguir 1997 e 2000, todos eles elaborados a partir da vinificação conjunta das melhores parcelas desta propriedade situada na margem direita do rio Corgo, a poucos quilómetros de Santa Marta de Penaguião. Hoje com 25 hectares de vinha, já na altura havia muito por onde escolher, desde vinhedos bem antigos a mais recentes, abarcando todo o tipo de altitudes e exposição solar.

Com o 2000 encerrou-se um ciclo, para se abrir outro com o Quinta da Gaivosa 2003. Nesse ano, um esforço adicional possibilitou finalmente a vinificação isolada das pequenas parcelas, identificando as características de cada uma e selecionando com maior rigor os vinhos que viriam a fazer parte do lote final. Deste trabalho vieram também a surgir outros tintos de renome, como Vinha de Lordelo ou Abandonado, mas isso é outra história, para outro momento. Para o que agora nos interessa, bastará saber que todos os Gaivosa que se seguiram obedeceram já a um trabalho de lote a partir das barricas onde os vinhos de cada parcela descansavam sem misturas. Nasceram assim os Quinta da Gaivosa que faltam: para além do já citado 2003, também 2005, 2008, 2009, 2011, 2013, 2015, 2017 e, agora, 2019.

São 14 vinhos lançados no mercado ao longo de três décadas, não se pode dizer que tenham abusado. Entretanto, importa referir que a concorrência apertou, sobretudo a partir de 1999, quando excelentes vinhos que se tornaram referência no Douro se impuseram num mercado de topo, onde deixaram de estar apenas meia dúzia de marcas. O Gaivosa, porém, não se amedrontou nem mudou o rumo nem o estilo, assente mais na elegância do que na concentração. A família Alves de Sousa preocupou-se, isso, sim, em garantir o futuro desta e das outras marcas, sobretudo ao nível vitícola. Assim, para além da preservação das vinhas antigas, verdadeiros cofres onde o património genético das videiras é guardado e acarinhado, foram plantadas vinhas novas a partir de conceitos diversos. Grande parte da propriedade (45%) assenta em vinhas tradicionais, com as castas misturadas e idades que vão dos 45 aos 120 anos; mas existem também vinhas ao alto, patamares e aquilo a que Tiago Alves de Sousa tem devotado muito do seu tempo e paixão e a que chama “vinhas tradicionais novas”. Este modelo, que se tornou regra na Gaivosa a partir de 2014, replica as vinhas antigas procurando preservar a topografia natural da encosta, mantendo os antigos muros de xisto, com as videiras plantadas segundo as curvas de nível, em alta densidade (8.000 pés/ha), condução em Guyot duplo e mistura “organizada” das castas, com diferentes variedades co-plantadas por parcela e organizadas por linhas. Mais de 50 castas tintas e 20 brancas fazem hoje parte deste património.

Mas deixem-me, para finalizar, voltar ao Quinta da Gaivosa tinto, de onde me desviei por instantes, até porque ainda vão passar uns bons anos até as vinhas novas terem idade e estatuto para entrar na sua garrafa. Houve um terceiro ciclo na já longa história da marca, que ocorreu a partir da vindima de 2016 com a construção da nova adega. Mais e melhores condições ao nível da vinificação e estágio significam poder dar mais atenção aos vinhos que estão a fermentar nas cubas ou a estagiar nas barricas. E, sobretudo, significa não os apressar. Lançar agora o Quinta da Gaivosa tinto de 2019, quando várias prestigiadas marcas do Douro já foram “obrigadas” pela pressão do mercado a apresentar os 2020, é também uma forma de Domingos Alves de Sousa mostrar ao mundo que não tem pressa. E, na verdade, para quem faz Gaivosa há 30 anos, o tempo tem outro significado.

(PROVA VERTICAL DE REFERÊNCIAS QUE JÁ NÃO ESTÃO NO MERCADO)

18 A

Quinta da Gaivosa tinto 1992

Ano de maturação tardia, que gerou vinhos mais delicados, com menos álcool (12,5%). Estagiou em barricas de carvalho português. A evolução é notória, mas está surpreendentemente bem, notas de musgo, tabaco, balsâmicos, erva seca. Muito polido, com notável frescura de boca, cheio de equilíbrio, dá muito prazer a beber. Talvez a melhor garrafa desta colheita que bebi nos últimos anos.

19 B

Quinta da Gaivosa tinto 1995

Vindima de boas maturações, colheita precoce, um vinho que impressionou vivamente quando foi lançado. Estagiado em carvalho francês em vez do nacional, mais de duas décadas depois mantém o nível de excelência que apresentou na época, ainda com fruta no aroma, musgo, taninos presentes a dar estrutura. Muito fino, muito impactante, com belíssima frescura, um vinho histórico que, ainda hoje, continua a fazer história.

17,5 A

Quinta da Gaivosa tinto 1997

Vindima quente e concentrada, mas equilibrada. Ao contrário do que aconteceu com o 1992, esperava mais deste, sobretudo no aroma, muito balsâmico e apimentado, com bela evolução mas fruta mais apagada. Melhora muito na boca, fresco, equilibrado e apetecível.

18,5 B

Quinta da Gaivosa tinto 2000

Nevou na Gaivosa em janeiro, num ano heterogéneo, em que a natureza foi compensando frio com calor, seca com chuva. Estava tudo no ponto na vindima e o vinho revela essa fruta de excelente qualidade, ainda bem presente, bagas e morangos, notas fumadas. O equilíbrio ácido é perfeito, magnífica presença de conjunto.

18,5 B

Quinta da Gaivosa tinto 2003

O ano de estreia de Tiago Alves de Sousa na equipa de enologia foi muito quente e seco, mas a vinificação por parcela e alguma chuva em setembro permitiram esbater as agruras do clima. O vinho está belíssimo, com leves tostados, fruta muito boa, complexos balsâmicos, tabaco, alguma idade a dar complexidade tabaco. Taninos de seda, e a frescura típica da Gaivosa a equilibrar tudo.

18 A

Quinta da Gaivosa tinto 2009

Ano com dois grandes picos de calor, em agosto e setembro. Pela primeira vez, barricas usadas juntaram-se às novas. Mostra muito boa fruta madura, ainda com traços de juventude. Muita sedosidade de taninos, num registo polido, texturado, com corpo cheio, alguns amargos de esteva, amplo e envolvente.

19 B

Quinta da Gaivosa tinto 2011

Muito míldio reduziu a produção e, quando foi preciso, o verão foi ameno, com maturações lentas e preservando a acidez. A ausência de chuva fez o resto, uma vindima portentosa.  Bastante jovem, concentrado como é típico do ano, menta e esteva, um tom sisudo e austero que lhe fica bem. Um portento na boca, extremamente sólido, texturado, com taninos que nunca mais acabam, ainda a precisar de tempo para se mostrar. Seco, sério, tremendo.

18 B

Quinta da Gaivosa tinto 2015

Ano generoso na quantidade e qualidade, com vindima precoce. A barrica está evidente, mas sem excessos, um tom mais maduro na fruta, bagas e mirtilos. Bastante encorpado, concentrado e intenso, sedoso, com taninos muito redondos. Sente-se um ano quente mas o vinho tem frescura, com final amplo, pontuado por notas de fruta ácida.

Gaivosa multiplex

Quinta da Gaivosa com novas colheitas mas atentos à tradição.

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Setembro 2020 Marca clássica do Douro, nascida na colheita de 1992, a Quinta da Gaivosa desdobra-se hoje num vasto conjunto de referências, entre brancos e tintos, oriundos de vinhas mais jovens e mais antigas, com parcelas muito […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Setembro 2020

Marca clássica do Douro, nascida na colheita de 1992, a Quinta da Gaivosa desdobra-se hoje num vasto conjunto de referências, entre brancos e tintos, oriundos de vinhas mais jovens e mais antigas, com parcelas muito distintas umas das outras. Mas independentemente da origem e das opções de adega, a verdade é que o carácter Gaivosa está sempre presente, como se comprova nas novas colheitas agora colocadas no mercado.

TEXTO Luís Lopes

Quinta da Gaivosa com novas colheitas mas atentos à tradição.
Domingos Alves de Sousa e Tiago Alves de Sousa

Multiplex, definição: conjunto muito variado de elementos que se cruzam numa relação complexa.

A encosta da Gaivosa é conhecida desde os primórdios da nacionalidade, sendo o monte referido na “Carta de doação e couto da ermida de Santa Comba” assinada por D. Afonso Henriques em 1139. Será de supor que então existisse vinha naquele local, que hoje se situa junto à antiga Estrada Nacional 2, na freguesia da Cumieira, a 4 km de Santa Marta de Penaguião. Garantidamente, a vinha já era ali a cultura dominante à época da demarcação da região do Douro, com as célebres Memórias Paroquiais de 1758 (questionário que o Marquês de Pombal mandou fazer em todas as paróquias do reino) a referirem expressamente o “sítio da Gaivoza, bem conhecido pelos exquesitos vinhos”.

A propriedade situa-se na margem direita do rio Corgo e as vinhas estão plantadas entre os 240 e os 450 metros de altitude em solos de xisto bastante pedregosos. Neste extremo noroeste do Baixo Corgo o clima é mais ameno do que na maior parte da região do Douro, para o que contribui também a proximidade do Marão e a floresta da quinta.

A família Alves de Sousa produz ali uvas e vinhos desde há muitos, muitos anos. Domingos Alves de Sousa representa a quarta geração de viticultores e foi ele que protagonizou a grande mudança na vocação familiar, passando de fornecedor de vinho do Porto a granel às principais casas de Gaia, para produtor de vinho do Douro engarrafado.

A estreia, na vindima de 1992, do Quinta da Gaivosa tinto, faz parte da história do Douro moderno e foi o primeiro passo para a consagração da marca. O Quinta da Gaivosa, resultado da fermentação conjunta das uvas das melhores parcelas da propriedade, com a consultoria enológica de Anselmo Mendes, apareceria apenas nos melhores anos, surgindo depois em 1994, 1995, 1997, 1999 e 2000. Na vindima de 2003 optou-se por uma outra abordagem, com a vinificação separada por parcela, fazendo-se o lote no final. Os Gaivosa que se seguiram (2005, 2008, 2009, 2011, 2013, 2015 e 2017) mantiveram o conceito.

A separação das parcelas possibilitou igualmente o nascer de novas referências, como o Vinha de Lordelo e o Abandonado.  Entretanto, a enologia da casa foi assumida por Tiago Alves de Sousa, com a quinta geração a dar continuidade à saga familiar.

Quinta da Gaivosa com novas colheitas mas atentos à tradição.

Vinhas diferenciadoras

A propriedade onde nascem as várias declinações do Quinta da Gaivosa tem 25 hectares de vinha, com diversas orientações solares (predominando poente nas castas tintas e nascente na brancas), declives (entre os 30 e 45%), sistemas de plantação e condução, e idades. As castas tintas representam 75% e as brancas 25%. Quase metade dos vinhedos é constituído por videiras muito velhas, algumas centenárias, com as castas tradicionais misturadas.

É nestas vinhas mais antigas que têm origem o Quinta da Gaivosa, o Vinha de Lordelo e o Abandonado. Estão ali representadas mais de 50 variedades de uva, 30 tintas e 20 brancas, incluindo nomes que raramente aparecem nos contra-rótulos durienses: Donzelinho Tinto, Tinta Bairrada, Malvasia Preta, Tinta da Barca, Touriga Brasileira, Alicante Bouschet, Ratinho, Chasselas, Avesso, Tamarez, Cerceal, Moscatel de Alexandria…

Mas a quinta tem igualmente uma área de vinha ao alto, uma outra de patamares e ainda, desde 2014, uma parte constituída por “vinhas tradicionais novas”. Esta última é a “menina dos olhos” de Tiago Alves de Sousa. “Temos hoje a possibilidade de comparar os vários modelos adoptados ao longo da história do Douro – vinhas tradicionais, patamares, vinha ao alto”, refere. “Quais as mais bem adaptadas às condições naturais, mais preparadas para os desafios climáticos, mais amigas do ambiente, mais longevas, as que dão vinhos de maior qualidade e maior identidade?”, é a pergunta que deixa, adivinhando-se a resposta.

O futuro, assegura, está nas “novas vinhas velhas”. No fundo, trata-se de recriar a vinha tradicional do Douro, aproveitando as suas melhores características e combinando-as com uma viticultura moderna e de precisão. O que significa a preservação da topografia natural da encosta, mantendo os antigos muros de xisto, com as videiras plantadas segundo as curvas de nível; a opção pelo sistema clássico de condução em Guyot duplo; a alta densidade de plantação (8.000 videiras/hectare); a mistura de castas, mas não de forma aleatória, antes organizadas em linhas ou micro-blocos; e a preservação nestas vinhas do património genético das castas oriundas das vinhas mais velhas da Gaivosa.

A partir de 2014, todas as novas vinhas da Gaivosa foram feitas desta forma e o tinto Gaivosa Primeiros Anos de 2017 que aqui provámos foi o primeiro fruto do actual modelo de plantação.

É, pois, desta amálgama de tradição e modernidade que são feitos os vinhos hoje produzidos na Gaivosa. “Estamos a preparar o futuro, preservando as vinhas do passado, por um lado e, por outro, plantando as vinhas do amanhã para as novas gerações”, diz Tiago. “E essas vinhas assentam na sustentabilidade e na identidade”, conclui.

Quinta da Gaivosa com novas colheitas mas atentos à tradição.[/vc_column_text][vc_column_text]

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Krohn e Quinta da Gaivosa lançam Vintage 2017

Depois de se juntarem à declaração da colheita de 2017 como ano Vintage, as casas Quinta da Gaivosa e Krohn fazem chegar os vinhos ao mercado português, pelas mãos da OnWine Distribuição Nacional, em exclusivo. O feito é inédito para a Quinta da Gaivosa, propriedade da família Alves de Sousa, e Wiese & Krohn, detida […]

Depois de se juntarem à declaração da colheita de 2017 como ano Vintage, as casas Quinta da Gaivosa e Krohn fazem chegar os vinhos ao mercado português, pelas mãos da OnWine Distribuição Nacional, em exclusivo.

O feito é inédito para a Quinta da Gaivosa, propriedade da família Alves de Sousa, e Wiese & Krohn, detida pelo grupo The Fladgate Partnership desde 2013. Pelo segundo ano consecutivo, ambas as casas declaram o ano de 2017 como Porto Vintage. Após um período de pré-reservas, os vinhos chegam agora ao mercado nacional, com quantidades muito limitadas.

O Quinta da Gaivosa Vintage 2017 tem um preço de €54 e o Krohn Vintage 2017 custa €68.

Quinta da Gaivosa: Novas de um sólido nome do Douro

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O primeiro vinho Quinta da Gaivosa tem data de 1992. Se fosse uma criança, diríamos que nasceu para brilhar. Tornou-se um clássico do dia para a noite e hoje não está sozinho, com uma gama mais alargada.

TEXTO Mariana Lopes
FOTOS Ricardo Palma Veiga

Mais um ano volvido e novos Gaivosa surgem nas prateleiras. Dois vinhos brancos, três tintos e um Porto Vintage são as novidades frescas vindas da propriedade duriense dos Alves de Sousa, família que faz vinho no Baixo-Corgo há muitas décadas, sobretudo para grandes casas de Vinho do Porto, mas que, desde 1992, engarrafa em nome próprio. O tinto Quinta da Gaivosa, o primeiro de todos, vai já na sua 13ª edição, do ano 2015, e aparece agora ao lado dos igualmente novos Branco da Gaivosa 2017, Branco da Gaivosa Grande Reserva 2015, Gaivosa Primeiros Anos tinto 2015, Quinta da Gaivosa Vinha de Lordelo tinto 2013 e Quinta da Gaivosa Vintage 2016.
Antes de Domingos Alves de Sousa assumir a propriedade da família, na década de 80, a Quinta da Gaivosa fornecia, sobretudo, vinho branco para empresas de Vinho do Porto. Uma delas era a Ferreira, onde Domingos encontrou uma pipa, vinda da sua quinta, onde se podia ler “Branco da Gaivosa”. Estava ali o nome do seu primeiro vinho branco, nascido em 1996, do qual é lançada hoje a colheita de 2017, assim como o respectivo Grande Reserva, este do ano 2015.
O Branco da Gaivosa 2017 é de Malvasia Fina, Gouveio e também Rabigato, que nesta colheita substituiu o Arinto. Tiago Alves de Sousa, enólogo em casa própria, explicou a mudança: “Queremos dar a este vinho um carácter mais ao estilo Douro.” Parte deste vinho (70%) fermentou e estagiou em inox e o resto em carvalho francês de terceiro e quarto ano. Já o Branco da Gaivosa Grande Reserva 2015 tem no seu lote Gouveio, Malvasia Fina, Avesso e Arinto, com fermentação de oito meses e estágio em barricas usadas de carvalho francês.
O Gaivosa Primeiros Anos tinto 2015 tem outra história: é feito com uvas dos primeiros anos de produção de vinhas da Quinta da Gaivosa, vinhas que ainda não atingiram maturidade para as suas uvas integrarem o lote do Quinta da Gaivosa tinto. “Perguntam-nos como é conseguimos continuar a fazer este vinho”, disse Tiago, “e a resposta é simples: estamos sempre a plantar e replantar vinha.” As clássicas Tinta Amarela, Touriga Nacional e Sousão dão origem ao Primeiros Anos, estagiando dezoito meses em carvalho francês e português usado.
O seu irmão mais velho Quinta da Gaivosa 2015 é, por sua vez, de vinhas com mais de 80 anos, de Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinto Cão e outras. Já com uma parte de barrica nova, estagia nesta e em usada durante dezasseis meses, ostentando um estilo clássico e sério. De uma vinha velha de 2,5 hectares, de mistura de 30 castas autóctones, com mais de cem anos de idade e a mais antiga da Gaivosa, surge o Vinha de Lordelo tinto 2013. “É uma vinha em anfiteatro natural com declive muito acentuado, que tem um perfil próprio e quase irreproduzível”, contou Tiago, “são precisas as uvas de três videiras para gerar uma garrafa.” Estagiou somente em barrica francesa nova, durante quinze meses, e é, segundo Domingos Alves de Sousa, “o ano mais elegante de Lordelo”. Por último, mas não em último, o Quinta da Gaivosa Vintage 2016, com Sousão, Touriga Nacional, Touriga Franca, jovem, elegante e harmonioso.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]

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Edição Nº20, Dezembro 2018

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Quinta da Pacheca 2.0

Não é fácil um produtor tradicional suplantar-se e tornar-se um produtor moderno e cheio de novidades. Em poucos anos foi isso que a Quinta da Pacheca conseguiu alcançar. Sem renegar um passado consistente, e sem alienar uma marca que é um símbolo de qualidade, a Quinta da Pacheca está hoje melhor do que nunca.   […]

Não é fácil um produtor tradicional suplantar-se e tornar-se um produtor moderno e cheio de novidades. Em poucos anos foi isso que a Quinta da Pacheca conseguiu alcançar. Sem renegar um passado consistente, e sem alienar uma marca que é um símbolo de qualidade, a Quinta da Pacheca está hoje melhor do que nunca.

 

TEXTO Nuno de Oliveira Garcia FOTOS Cortesia do produtor

NUM primeiro olhar, pouca coisa mudou… Mantêm-se José Serpa Pimentel no pelouro comercial e Maria Serpa Pimentel na área da enologia. Todavia, mal os vinhos caem nos copos, há um mar de diferenças em relação ao passado recente. Novos vinhos, muitos vinhos novos, brancos e rosés como antes nunca tínhamos provado e tintos muito aprumados, ambiciosos mesmo, de grande categoria.

A Quinta da Pacheca é uma marca sólida da região duriense. Bem próxima da Régua, do outro lado da margem, é uma propriedade de prestígio com 57 hectares sitos não muito longe da fronteira entre o Baixo e o Cima Corgo, com referências desde 1738. Há alguns anos, esteve na liderança da primeira vaga do turismo na região, com a alienação de terrenos para o então Aquapura (Vale de Abraão) e com a inauguração de um pequeno hotel de charme na propriedade (The Wine House Hotel) que nunca teve o sucesso que merecia. Os primeiros passos estavam, contudo, lançados com a mais nova geração da família Serpa Pimentel aos comandos de todo o projeto, e os vinhos – então essencialmente tintos, dada a localização a baixa altitude e num terroir quente – não desapontavam. Um feliz golpe de asa viria, contudo, a surgir um pouco depois, com o investimento realizado pelos empresários Maria do Céu Goncalves e Paulo Pereira. Podemos mesmo afirmar que esse acontecimento mudou para melhor quase tudo no projeto, mantendo-se muita da moldura e do capital humano já existente. O hotel melhorou o seu já óptimo nível, e passou a ter mais visibilidade, e os vinhos também viram a qualidade a aumentar.

A verdade é que a Quinta da Pacheca deixou de ser autossuficiente, e isso fez com que se procurassem novas vinhas e quintas, inclusivamente em pleno Cima Corgo (junto ao rio Pinhão) e mesmo do Douro Superior (muito próximo de Foz Côa). Esta nova política permitiu não só ir buscar uvas brancas a cotas altas junto a Sabrosa (como sucede com tantos outros produtores), como utilizar uvas tintas de terroirs muito diferentes, inclusivamente do Douro Superior. Não que isso seja uma novidade, pois essa é a opção – e a razão do sucesso – de vários dos melhores viticultores da região (em DOC e em Portos, diga- se). E, assim, os vinhos Quinta da Pacheca passaram a ter apenas a marca Pacheca (o que, ademais, facilita nos mercados internacionais), e a qualidade dos néctares aumentou e muito!

Não há dúvida de que ser um produtor duriense permite ir buscar o que melhor faz a região, e que não faz sentido estar-se circunscrito aos limites de uma quinta. Basta pensar que são raríssimos (menos de meia dúzia, com a Quinta da Gaivosa e a Quinta do Vallado à cabeça) os casos de uma única propriedade na região capaz de fazer, simultaneamente, grandes brancos e tintos. Em suma: vida longa para a nova vida da Quinta da Pacheca é o que desejamos!