QUINTA DA ROMANEIRA: Vinhos de origem

A Quinta da Romaneira é uma das maiores do Douro, com nada menos que 412 hectares de área, estendendo-se por três quilómetros de frente de rio. A propriedade atingiu esta dimensão através da sucessiva compra de quintas vizinhas, a partir dos anos 40 do século XX. No entanto, foi apenas desde a sua aquisição, em […]
A Quinta da Romaneira é uma das maiores do Douro, com nada menos que 412 hectares de área, estendendo-se por três quilómetros de frente de rio. A propriedade atingiu esta dimensão através da sucessiva compra de quintas vizinhas, a partir dos anos 40 do século XX. No entanto, foi apenas desde a sua aquisição, em 2004, por um grupo de investidores liderados por Christian Seely, que este património vinhateiro entrou na sua “idade moderna”. Mas o grande momento de viragem viria a ocorrer em 2012, quando o empresário brasileiro André Esteves assumiu a maioria do capital, dando, a Christian Seely e ao enólogo Carlos Agrellos, as ferramentas necessárias para tirar o máximo partido do gigantesco potencial da propriedade.
Essa viragem implicou, entre outros, vários investimentos na viticultura, com destaque para a crescente atenção aos vinhos brancos, aproveitando as zonas mais altas da Quinta da Romaneira. Nos 86 hectares de vinha, a componente de branco tem vindo a aumentar, frequentemente à custa dos tintos, com várias replantações orientadas por Adelino Teixeira, o viticultor da Romaneira. A mais recente implicou o arranque de 6,5 hectares videiras tintas, plantadas junto ao rio, para serem substituídas por novas vinhas de castas brancas em altitude. Assim, a área de branco totaliza, hoje, 12,5 hectares, com exposições várias, de Nordeste e Sul-Poente, em patamares e vinha ao alto.
No que a brancos respeita, a vinha Pulga (outrora uma quinta autónoma com o mesmo nome) é a mais relevante. As uvas do Pulga Branco provêm de diferentes parcelas situadas entre os 200 e 550 metros de altitude, com exposições predominantes de Poente e Nascente-Sul, permitindo uma diversidade que favorece o equilíbrio e a complexidade do lote final. As vinhas estão implantadas em solos de matriz xistosa, típicos do Douro, com presença de áreas de franco-argiloso, que contribuem para a retenção hídrica e o equilíbrio nutricional das plantas. A casta mais representativa é a Boal do Douro (a Semillon francesa, bastante precoce no clima duriense, exigindo ser colhida cedo), seguida de Rabigato, Viosinho e Gouveio, em videiras plantadas entre 1997 e 2006, com operações de reenxertia entre 2011 e 2021, assegurando, deste modo, a continuidade do potencial produtivo e qualitativo. Segundo Carlos Agrellos, “as altitudes elevadas e as exposições a Poente potenciam a frescura e a acidez natural, enquanto as parcelas a cotas mais baixas e orientadas a Nascente-Sul proporcionam maturação equilibrada e expressão aromática.”
O Quinta da Romaneira Pulga começou a ser ensaiado em 2019 e 2020, mas a colheita de 2021 foi a primeira a chegar ao mercado. Na apresentação do 2024, tive ocasião de provar os anteriores, e a evolução em garrafa destes vinhos, 100% fermentados em barrica, é surpreendente, crescendo bastante com o tempo. Assim, o 2021 (50% Boal, 33% Viosinho, 17% Rabigato) revela leve evolução, mostrando-se gordo e cremoso, mas com imensa frescura e um final longo e salino (18 pontos); já o 2022 (80% Boal, 10% Viosinho, 10% Rabigato), apesar do ano quente, revela um sabor crocante, tenso, muito jovem ainda, com bastante classe (18); com lote muito semelhante ao 2022, o 2023 tem, curiosamente, mais evolução e menos frescura, mas, ainda assim, bastante equilibrado, amplo, convidativo (17,5).
A linha de brancos da Romaneira inicia-se agora no Dona Clara (substitui o anterior varietal de Gouveio e inclui mais castas), seguindo-se o Reserva, terminando, no topo com o Pulga. Carlos Agrellos diz-me que o objectivo é crescer na qualidade do Reserva, diminuindo a quantidade produzida, de forma a posicioná-lo num lugar central do portefólio, mais longe do Dona Clara e mais próximo do Pulga. Um trio de respeito, sem qualquer dúvida.
E os tintos
No entanto, a Quinta da Romaneira é, sobretudo, tintos, numa paleta de castas onde se destaca a Touriga Nacional e que inclui Touriga Francesa, Tinta Roriz, Tinto Cão, Syrah e Petit Verdot. E também aqui quase tudo (tirando o vinho entrada de gama Sino da Romaneira e os Dona Clara e Reserva) está “arrumado” por castas e parcelas. O Touriga Francesa vem da Carrapata, o Tinto Cão da Liceiras, o Petit Verdot do Mirante, por exemplo. Já o Syrah divide-se em duas referências, de tão distintas são as vinhas onde tem origem: Apontador e Malhadal. E a Touriga Nacional vem de três parcelas muito específicas, justificando o nome Três Parcelas. Carlos Agrellos sugeriu uma vertical de Apontador e Três Parcelas, proposta, naturalmente, irrecusável. Antes, algumas notas sobre estes vinhos e a sua origem.
A primeira vinha de Syrah foi plantada em 2005. A casta aguenta bem o calor, mas precisa de muito acompanhamento na maturação. Refere o enólogo que “tem quatro dias para vindimar. Depois disso, vira compota”. É por isso colhida, quase sempre, em final de Agosto ou início de Setembro. O Apontador tinto resulta de duas parcelas localizadas entre os 210 e 340 metros, com exposição Nascente-Sul, favorecendo, nas palavras de Carlos Agrellos, “uma maturação solar directa e consistente, ideal para vinhos tintos de estrutura e concentração.” As vinhas de Syrah foram plantadas em 2005 e o enólogo faz questão de realçar o porta-enxerto (1103P) “resistente e adaptado a condições de seca” e o clone (470), “conhecido pelo seu baixo rendimento e elevado potencial qualitativo. Estas condições resultam em uvas de excelente concentração fenólica, taninos maduros e perfil aromático complexo”, descreve Carlos Agrellos.
Provadas três colheitas, o vinho revelou grande homogeneidade, com o 2019 a evidenciar o lado carnudo da casta, com bela textura, polido e envolvente, rico, afirmativo, saboroso e longo (18); no 2020, sente-se o ano seco e quente, mas, ainda assim, está bem equilibrado, com taninos maduros, apesar de ser menos vibrante no final (17,5); grande nariz tem o 2021, cheio de fruta, com imensa alma, frescura, tanino e leves amargos a dar garra ao final impositivo e apimentado (18,5).
O Três Parcelas é um 100% Touriga Nacional, proveniente, como o nome indica, de três parcelas específicas da Romaneira: Tomba Chapéus, Apontador e Mina. Estas estão localizadas em diferentes altitudes e exposições solares. “As altitudes variam entre as cotas médias e elevadas, proporcionando frescura e elegância, enquanto as diferentes orientações solares permitem uma maturação completa dos compostos fenólicos”, explica Carlos Agrellos.
Aqui pude provar quatro colheitas, a começar pelo 2017, um tinto de excelente aroma, profundo e fino, com apontamentos florais elegantes, menta e especiaria, um vinho requintado, complexo e fresco ao mesmo tempo, e com muito para crescer na garrafa (18,5); no 2018, sente-se um ano fresco, vibrante, com a casta bem evidente, num estilo mais leve, elegante, sofisticado, perfumado e floral, um lado Touriga pouco comum no Douro (18,5); o 2019 foi o primeiro a levar a identificação Três Parcelas e mostra-se um vinho profundo, concentrado, cheio de fruto, com notas de amora madura, sólido, texturado, bem jovem ainda (18); no mercado está o 2020, ainda fechado, concentrado, com taninos gordos e polidos, sente-se o ano, mas, apesar do álcool elevado (15%) tem belo equilíbrio e presença (18).
A diversidade de castas, altitudes, exposições e solos da Quinta da Romaneira, aliada ao conhecimento vitícola e enológico de quem ali trabalha, permite a produção de vinhos que expressam, de forma autêntica, este território, e isso é bem evidente nestas provas. Nas palavras de Carlos Agrellos, “Pulga branco, Apontador Syrah e Três Parcelas Touriga Nacional representam o compromisso da Romaneira com a qualidade, o equilíbrio e a identidade dos vinhos do Douro.”
(Artigo publicado na edição de Outubro 2025)
Romaneira: A diversidade do Douro numa só quinta

Aparentemente e ao longe, a região do Douro é marcada por uma forte unidade geográfica, social, económica e cultural, na qual a vinha e o vinho são os elementos comuns e agregadores. No entanto, à medida que nos aproximamos dos seus meandros, socalcos e patamares, descobrimos que o território é bastante heterogéneo. As realidades sub-regionais […]
Aparentemente e ao longe, a região do Douro é marcada por uma forte unidade geográfica, social, económica e cultural, na qual a vinha e o vinho são os elementos comuns e agregadores. No entanto, à medida que nos aproximamos dos seus meandros, socalcos e patamares, descobrimos que o território é bastante heterogéneo. As realidades sub-regionais mostram-se bastante díspares relativamente ao clima, relevo, paisagem, povoamento, modos de produção e, acima de tudo, nas dimensões dos vinhedos.
No ano de 2023, segundo as estatísticas do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), a região demarcada era composta por 95851 parcelas de vinha, de geometria muito variável, perfazendo um total de 43813 hectares que, por sua vez, foram explorados por 18655 entidades registadas. Numa primeira aproximação estatística, cada parcela seria composta por uma média que rondaria cerca de meio hectare. Do mesmo modo percebemos que cada entidade explorou aproximadamente cinco parcelas perfazendo um pouco mais de dois hectares. O que corresponde a dois campos de futebol com as medidas oficiais, aproximadamente.
Numa análise mais fina e articulada percebemos claramente uma realidade muito mais complexa e variável. Os números publicados na página on-line do IVDP, referentes ao ano de 2023, revelam que as parcelas entre meio e um décimo de hectare perfazem cerca de 20,5% do total da área da região.
No entanto, a maioria das parcelas, 37412, que correspondem a 39% do total, apresentam uma área inferior ou igual a um décimo de hectare, ou seja, uma grande parte das frações de vinha apresentam uma área menor ou igual, e em alguns casos muito menor, a uma grande área de um campo de futebol. Ainda assim, estas parcelas apenas representam cerca de 4% do total geral de hectares de vinha. Do outro lado do espectro da análise encontramos apenas 26 parcelas com uma área igual ou superior a 20 hectares, o que corresponde a 0,02% das parcelas e a 1,6% do total de hectares.
Nos antípodas do Douro
Nos antípodas da fragmentação do território e bem no coração do Cima Corgo encontramos a Quinta da Romaneira, uma das maiores propriedades da região, com um total de 412 hectares dispondo de três quilómetros de frente no rio Douro.
As vinhas, totalizando 86 hectares, estão plantadas em socalcos nas escarpadas encostas da propriedade. Tal como referiu Carlos Agrellos, o enólogo consultor, “esta imensa vastidão de vinhedo, pelos parâmetros durienses, encontra-se dispersa por muitos vales e promontórios, o que origina diversos microclimas em função das inúmeras variações de altitude e exposições solares”.
No entanto, a Quinta da Romaneira nem sempre teve estas dimensões, lembra Carlos Agrellos: “na altura das demarcações Pombalinas, já existiam parcelas de vinhas, bem como algumas das Quintas que passariam a fazer parte da Romaneira. No entanto, foi apenas na década de 40 do século passado que ocorreu a grande aquisição de várias quintas vizinhas, o que fez da Romaneira uma propriedade extremamente grande e rara pelos padrões do Douro”. Curiosamente, muitas das parcelas de vinha continuam a ostentar o nome das anteriores propriedades, adquiridas para criar o projeto tal como ele existe hoje: Liceiras, Carrapata, Malhadal, Barca, Bairral e Pulga, são alguns dos exemplos.
Desde 2004, data em que Christian Seely reuniu um grupo de investidores para concretizar a aquisição da Quinta da Romaneira, tem beneficiado de uma renovação, reconstrução e replantação muito extensa. Ainda assim, como referiu Carlos Agrellos, “só oito anos mais tarde, após André Esteves se ter tornado o acionista principal, é que a Quinta consolidou a sua posição entre os produtores de elite de vinhos e revelou todo o potencial de grandeza do seu terroir histórico”.
Os novos vinhos do Douro e Porto
Os diversos vinhos da Quinta da Romaneira são muito específicos e provêm de pequenas parcelas individuais ou de várias localizações particulares da Quinta. Esta opção, “reflete a complexidade e diversidade de toda a vinha. Todos os nossos vinhos são feitos exclusivamente de uvas das nossas vinhas, uma característica distintiva dos vinhos da Quinta da Romaneira”, disse Carlos Agrellos.
Um dos pontos de interesse desta apresentação também esteve ligado à reformulação gráfica levada a cabo. Assim, diversas gamas de vinhos foram repensadas e redesenhados os rótulos, refletindo a precisão quanto às origens individuais de cada vinho. Nas palavras de Carlos Agrellos, “cada vinho produzido na Romaneira tem agora um rótulo com uma imagem gravada que reflete a identidade do vinho e o local de proveniência das uvas que o fazem”.
A apresentação dos novos vinhos brancos e do rosé decorreu sob a batuta do ano 2023 que, nas palavras de Carlos Agrellos “ficou marcado por uma mudança significativa em relação aos quatro anos anteriores caracterizados por temperaturas elevadas e escassas produções, estes fatores garantiram que as vinhas cresceram sem as limitações da carência de água e por isso obtivemos uvas de alta qualidade, permitindo a criação de vinhos excecionais”.
Estes vinhos, para além de apresentarem uma nova roupagem, revelam os distintos microclimas da Quinta e as técnicas enológicas utilizadas nas diferentes castas brancas (Gouveio, Viosinho, Boal e Rabigato) e tintas (Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinta Roriz e Tinto Cão).
Por fim, foram apresentadas as novidades relacionadas com o vinho do Porto, a primeira um Tawny 20 anos envelhecido durante duas décadas em pequenas barricas de carvalho com 640 litros de capacidade. Este, nas palavras de Carlos Agrellos, “incorpora todas as características de um clássico Tawny premium”. A segunda novidade foi um vinho do Porto Vintage vinificado em lagares de inox, que “além de todas as vantagens tradicionais da pisa a pé para o vinho do Porto, também beneficia da capacidade técnica de os aquecer e arrefecer”, referiu ainda Carlos Agrellos.
Nota: O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico.
(Artigo publicado na edição de Outubro de 2024)
Quinta da Romaneira traz a vinha para os rótulos

Texto: Valéria Zeferino A duriense Quinta da Romaneira apresentou as novas colheitas, com uma imagem renovada que visa transportar visualmente o consumidor para a quinta através dos rótulos, mostrando uma visão estilizada da vinha que origina cada vinho. A gama também foi alargada, dando espaço a vinhos especiais que expressam com maior precisão o binómio […]
Texto: Valéria Zeferino
A duriense Quinta da Romaneira apresentou as novas colheitas, com uma imagem renovada que visa transportar visualmente o consumidor para a quinta através dos rótulos, mostrando uma visão estilizada da vinha que origina cada vinho.
A gama também foi alargada, dando espaço a vinhos especiais que expressam com maior precisão o binómio casta/local. Numa propriedade com 423 hectares, onde a vinha ocupa 85 hectares e uma extensão ao longo do rio de 3 km, com combinação de diversas altitudes e exposições, manifestados pelo prisma de varias castas, cada uma com a sua personalidade, esta multiplicação e diversidade faz todo o sentido.
Há vinhos, como a Dona Clara ou Reserva que mostram todo o potencial da quinta, trazendo à garrafa uma perfeição conseguida através da combinação das uvas de todas as castas que existem na Quinta da Romaneira, plantadas em várias parcelas. É uma autêntica expressão da Quinta da Romaneira no seu todo. Nos rótulos do Dona Clara, Gouveio e Rosé está apresentada a imagem da quinta.
O novo vinho branco Pulga é identidade de uma parcela que fica a 500 m de altitude reenxertada recentemente com castas que ali melhor se dão. O lote é composto por Boal 50%, Viosinho 33% e Rabigato 17%. Fermentou e estagiou em barricas de carvalho, 60% novas. No rótulo deste vinho está identificada a parcela que lhe deu origem.
Os vinhos monovarietais agora mostram uma clara ligação à parcela. É o caso da Tinto Cão, “uma grande casta para casar outras castas”, como a identifica o enólogo Carlos Agrellos, que provém da parcela Liceiras. A Touriga Francesa é feita a partir de uma pequena parcela chamada Carrapata que também aparece no rótulo. A Petit Verdot, casta francesa, plantada na Quinta da Romaneira em 2011 sempre mostrou que aqui tinha um futuro brilhante. Aparece no rótulo com o nome e a imagem da parcela – Belveder.
A Syrah, outra casta estrangeira de excelência que já há tempo afirmou que tem imenso potencial no Douro. Como é uma casta multifacetada, fazia sentido mostrar o seu carácter em duas parcelas diferentes: Malhadal com exposição Nascente/Sul e Pontador com exposição Sul/Poente. Para a Touriga Nacional, ao contrário da Syrah, procurou-se uma excelência conferida pela combinação de uvas provenientes de três parcelas: Tomba Chapéus, Apontador e Mina; e as três ficaram retratadas no rótulo.
Quinta da Romaneira terá vinho do Porto Vintage 2020

A Quinta da Romaneira — propriedade situada em Cotas, no Douro — anunciou recentemente que engarrafará o seu vinho do Porto Vintage de 2020. Christian Seely, Director Geral da Quinta da Romaneira, comenta, em comunicado de imprensa: “Estou muito feliz por poder declarar o nosso Porto Vintage 2020 da Quinta da Romaneira. O lote final […]
A Quinta da Romaneira — propriedade situada em Cotas, no Douro — anunciou recentemente que engarrafará o seu vinho do Porto Vintage de 2020.
Christian Seely, Director Geral da Quinta da Romaneira, comenta, em comunicado de imprensa:
“Estou muito feliz por poder declarar o nosso Porto Vintage 2020 da Quinta da Romaneira. O lote final de 833 caixas, representa uma porção muito pequena da produção total da nossa vinha de 86 hectares, e cerca de 15% da nossa produção total de vinho do Porto em 2020. Como sempre, as escolhas foram rigorosas. As castas são Touriga Nacional 60%, Touriga Francesa 34%, e Sousão 6%.
As condições climáticas em 2020 caracterizaram-se por precipitações significativas até ao final de Maio, importantes para repor os níveis de água no solo, seguidas de um longo período de amadurecimento com tempo muito quente e ensolarado durante o resto do Verão e Outono. Como é, frequentemente, o caso num grande ano Vintage, tivemos um dia de chuva muito útil, uma precipitação intensa no dia 20 de Agosto, que foi de grande importância para garantir a qualidade final das uvas. O tempo quente e seco que se seguiu levou, no entanto, a uma queda significativa nos rendimentos e a elevadas concentrações de açúcares e polifenóis nas uvas. A vindima começou cedo, a 31 de Agosto, e foi bastante rápida, terminando no dia 25 de Setembro.
Como sempre, o Porto Vintage da Romaneira tem uma forte e distinta personalidade, com finos aromas a flores selvagens e especiarias, expressando o carácter único desta grande vinha histórica do Douro. Existe uma intensidade e profundidade excecionais no 2020 que o torna num dos mais notáveis Vintage que alguma vez produzimos. Embora a Romaneira seja, hoje, mais conhecida pela sua gama de vinhos tintos não fortificados do Douro, que representam a maioria da nossa produção, dedicamo-nos à ideia de produzir uma pequena quantidade de Porto Vintage de altíssima qualidade, sempre que possível. Este vinho representa tanto uma continuação da história secular da Quinta da Romaneira, como também uma grande progressão no renascimento da reputação da vinha como uma grande Quinta de vinho do Porto, desde a nossa aquisição em 2004”.
Quinta da Romaneira declara Vintage 2019

Um lote de Touriga Nacional, Touriga Francesa e Sousão. O vinho do Porto Quinta da Romaneira Vintage 2019 é uma das mais recentes declarações Vintage deste ano de colheita. Christian Seely, director geral da Quinta da Romaneira, refere que as 700 caixas que resultaram deste Vintage “representam uma proporção muito pequena da produção total da […]
Um lote de Touriga Nacional, Touriga Francesa e Sousão. O vinho do Porto Quinta da Romaneira Vintage 2019 é uma das mais recentes declarações Vintage deste ano de colheita.
Christian Seely, director geral da Quinta da Romaneira, refere que as 700 caixas que resultaram deste Vintage “representam uma proporção muito pequena da produção total da nossa vinha de 86 hectares, e cerca de 14% da nossa produção total de Vinho do Porto. (…) Embora a Romaneira seja hoje talvez mais conhecida pela sua gama de vinhos tintos do Douro não fortificados, que representam a maior parte da nossa produção, estamos empenhados na ideia de produzir em pequena quantidade Porto Vintage de altíssima qualidade, sempre que possível. Este vinho representa a continuação da história secular da Quinta da Romaneira e também um marco importante no renascimento da reputação da vinha desde a nossa aquisição em 2004”.
O Quinta da Romaneira Vintage 2019 será engarrafado em Maio.
Quinta do Noval e Romaneira declaram Vintage 2018

A Quinta do Noval e a Quinta da Romaneira, diferentes empresas do Douro que partilham o mesmo administrador – Christian Seely – acabam de declarar os respectivos Vintage 2018. Em relação ao Noval, Seely comentou: “Não será porventura uma surpresa estarmos a declarar o Quinta do Noval Vintage. (…) Como sempre, o Porto Vintage Quinta […]
A Quinta do Noval e a Quinta da Romaneira, diferentes empresas do Douro que partilham o mesmo administrador – Christian Seely – acabam de declarar os respectivos Vintage 2018.
Em relação ao Noval, Seely comentou: “Não será porventura uma surpresa estarmos a declarar o Quinta do Noval Vintage. (…) Como sempre, o Porto Vintage Quinta do Noval é feito exclusivamente a partir de uvas da nossa Quinta, no coração do Douro, e a quantidade engarrafada (1600 caixas) do Porto Vintage 2018 representa apenas 7% da produção da Quinta, como é hábito uma selecção muito rigorosa das melhores vinhas para fazer o lote Quinta do Noval. Tanto a Touriga Nacional como a Touriga Franca sobressaíram em 2018, em particular a Franca, que beneficiou das condições ideais de maturação, e este lote de vinho do Porto Vintage é dominado por estas duas castas”.
Já sobre o Romaneira, o administrador disse: “(…) Um terço da produção das nossas vinhas é dedicada ao vinho do Porto, pisada em lagares de aço inoxidável na nossa moderna adega, no alto da quinta. Da vindima de 2018, seleccionámos uma pequena parte dessa produção para fazer este vinho, que consideramos vir a ser um marco no restabelecimento da reputação da Romaneira como produtora de grandes Porto Vintage”. Do Quinta da Romaneira Vintage 2018, foram produzidas 555 caixas.













