Teak Capital compra 50% da Quinta do Vallado

Vallado Teak

A Teak Capital — holding de investimentos fundada em 1997, pertencente à família Moreira da Silva — comprou 50% da Quinta do Vallado à família Ferreira, que considerou que “a entrada deste novo accionista e parceiro será a melhor forma de aproveitar todo o potencial de uma das mais importantes marcas do Douro, perante os […]

A Teak Capital — holding de investimentos fundada em 1997, pertencente à família Moreira da Silva — comprou 50% da Quinta do Vallado à família Ferreira, que considerou que “a entrada deste novo accionista e parceiro será a melhor forma de aproveitar todo o potencial de uma das mais importantes marcas do Douro, perante os desafios e oportunidades que se perspectivam no sector dos vinhos e do turismo”.

A gestão executiva da Quinta do Vallado continuará a ser assegurada por João Alvares Ribeiro e Francisco Ferreira mas, ao conselho de administração, juntar-se-ão dois membros não executivos a nomear pela Teak Capital. O presidente do conselho de administração continuará a ser escolhido pela família Ferreira e João Alvares Ribeiro acumulará o cargo de CEO durante os próximos seis anos.

“A partilha desta responsabilidade com um grupo com grande experiência de gestão e com forte capacidade financeira, vão permitir desenvolver mais depressa todos os projectos delineados. As exportações, que têm crescido de ano para ano, serão um dos focos da expansão, alargando aqueles que são hoje os principais mercados da Quinta do Vallado: Estados Unidos, Suíça, Reino Unido, Suécia, Macau e Brasil”, refere a Quinta do Vallado em comunicado de imprensa.

João Ferreira Alvares Ribeiro reforça: “A concretização deste acordo surge na melhor altura. Temos atrás de nós 15 anos de saltos qualitativos e quantitativos extraordinários. Chegou a altura de darmos mais um salto diferenciador. Crescemos muito em Portugal e nos mercados internacionais. Hoje, temos mais vinha, uma vasta equipa de colaboradores especializados e, pelo caminho, desenvolvemos um forte pilar turístico que fortalece a marca e é uma importante fonte de receitas. A entrada de um sócio foi, por isso, estudada a fundo. A oportunidade de juntarmos à Quinta do Vallado uma grande empresa nacional como a Teak vai, certamente, trazer grandes benefícios”.

Quinta da Pacheca 2.0

Não é fácil um produtor tradicional suplantar-se e tornar-se um produtor moderno e cheio de novidades. Em poucos anos foi isso que a Quinta da Pacheca conseguiu alcançar. Sem renegar um passado consistente, e sem alienar uma marca que é um símbolo de qualidade, a Quinta da Pacheca está hoje melhor do que nunca.   […]

Não é fácil um produtor tradicional suplantar-se e tornar-se um produtor moderno e cheio de novidades. Em poucos anos foi isso que a Quinta da Pacheca conseguiu alcançar. Sem renegar um passado consistente, e sem alienar uma marca que é um símbolo de qualidade, a Quinta da Pacheca está hoje melhor do que nunca.

 

TEXTO Nuno de Oliveira Garcia FOTOS Cortesia do produtor

NUM primeiro olhar, pouca coisa mudou… Mantêm-se José Serpa Pimentel no pelouro comercial e Maria Serpa Pimentel na área da enologia. Todavia, mal os vinhos caem nos copos, há um mar de diferenças em relação ao passado recente. Novos vinhos, muitos vinhos novos, brancos e rosés como antes nunca tínhamos provado e tintos muito aprumados, ambiciosos mesmo, de grande categoria.

A Quinta da Pacheca é uma marca sólida da região duriense. Bem próxima da Régua, do outro lado da margem, é uma propriedade de prestígio com 57 hectares sitos não muito longe da fronteira entre o Baixo e o Cima Corgo, com referências desde 1738. Há alguns anos, esteve na liderança da primeira vaga do turismo na região, com a alienação de terrenos para o então Aquapura (Vale de Abraão) e com a inauguração de um pequeno hotel de charme na propriedade (The Wine House Hotel) que nunca teve o sucesso que merecia. Os primeiros passos estavam, contudo, lançados com a mais nova geração da família Serpa Pimentel aos comandos de todo o projeto, e os vinhos – então essencialmente tintos, dada a localização a baixa altitude e num terroir quente – não desapontavam. Um feliz golpe de asa viria, contudo, a surgir um pouco depois, com o investimento realizado pelos empresários Maria do Céu Goncalves e Paulo Pereira. Podemos mesmo afirmar que esse acontecimento mudou para melhor quase tudo no projeto, mantendo-se muita da moldura e do capital humano já existente. O hotel melhorou o seu já óptimo nível, e passou a ter mais visibilidade, e os vinhos também viram a qualidade a aumentar.

A verdade é que a Quinta da Pacheca deixou de ser autossuficiente, e isso fez com que se procurassem novas vinhas e quintas, inclusivamente em pleno Cima Corgo (junto ao rio Pinhão) e mesmo do Douro Superior (muito próximo de Foz Côa). Esta nova política permitiu não só ir buscar uvas brancas a cotas altas junto a Sabrosa (como sucede com tantos outros produtores), como utilizar uvas tintas de terroirs muito diferentes, inclusivamente do Douro Superior. Não que isso seja uma novidade, pois essa é a opção – e a razão do sucesso – de vários dos melhores viticultores da região (em DOC e em Portos, diga- se). E, assim, os vinhos Quinta da Pacheca passaram a ter apenas a marca Pacheca (o que, ademais, facilita nos mercados internacionais), e a qualidade dos néctares aumentou e muito!

Não há dúvida de que ser um produtor duriense permite ir buscar o que melhor faz a região, e que não faz sentido estar-se circunscrito aos limites de uma quinta. Basta pensar que são raríssimos (menos de meia dúzia, com a Quinta da Gaivosa e a Quinta do Vallado à cabeça) os casos de uma única propriedade na região capaz de fazer, simultaneamente, grandes brancos e tintos. Em suma: vida longa para a nova vida da Quinta da Pacheca é o que desejamos!