Ginja Mariquinhas junta-se ao portefólio da Sogrape Distribuição

Ginja Mariquinhas

A partir de agora, a Ginja Mariquinhas passa a ser distribuída em exclusivo pela Sogrape Distribuição em todo o território nacional. A entrada da Ginja Mariquinhas complementa uma oferta já diversificada, abrangendo todas as principais categorias de bebidas espirituosas. Gonçalo Sousa Machado, CEO da Sogrape Distribuição, afirma: “A entrada da Ginja Mariquinhas no nosso portefólio […]

A partir de agora, a Ginja Mariquinhas passa a ser distribuída em exclusivo pela Sogrape Distribuição em todo o território nacional. A entrada da Ginja Mariquinhas complementa uma oferta já diversificada, abrangendo todas as principais categorias de bebidas espirituosas.

Gonçalo Sousa Machado, CEO da Sogrape Distribuição, afirma: “A entrada da Ginja Mariquinhas no nosso portefólio representa um reforço claro da nossa ambição de oferecer ao mercado português marcas com grande notoriedade, qualidade comprovada e forte ligação ao consumidor. É uma marca sólida, com elevada rotação em todos os canais, e que reforça a nossa presença na categoria de licores, com uma proposta 100% nacional e de grande autenticidade.”

Produzida a partir de mais de 25.000 ginjeiras próprias, a Mariquinhas é atualmente a marca líder do segmento no mercado português, com presença nos vários canais de distribuição. O seu portefólio inclui várias edições especiais, mantendo sempre como referência a emblemática garrafa de 70cl, fiel à receita original criada por Abílio Ferreira de Carvalho.

Presente em mais de 20 mercados internacionais, a Ginja Mariquinhas inicia agora um novo capítulo com a Sogrape Distribuição, mantendo a promessa que a distingue: oferecer ao consumidor um produto de excelência, com sabor a história e coração português.  A Ginja Mariquinhas está disponível no mercado português com um PVP* de 16,99€.

By The Wine abre espaço no Porto

Uma década depois de abrir em Lisboa, o By The Wine levou o seu conceito até ao Porto, onde abriu um espaço com uma experiência que combina os vinhos da Sogrape com uma oferta gastronómica que mistura sabores portugueses e os da cozinha internacional

Uma década depois de abrir em Lisboa, o By The Wine levou o seu conceito até ao Porto, onde abriu um espaço com uma experiência que combina os vinhos da Sogrape com uma oferta gastronómica que mistura sabores portugueses e os da cozinha internacional. À semelhança do espaço em Lisboa, o By The Wine Porto […]

Uma década depois de abrir em Lisboa, o By The Wine levou o seu conceito até ao Porto, onde abriu um espaço com uma experiência que combina os vinhos da Sogrape com uma oferta gastronómica que mistura sabores portugueses e os da cozinha internacional.

À semelhança do espaço em Lisboa, o By The Wine Porto oferece uma carta de vinhos seleccionada, com referências nacionais e internacionais e as principais bebidas espirituosas representadas pela Sogrape Distribuição em Portugal. De marcas como Mateus, Casa Ferreirinha, Herdade do Peso, Sandeman, Quinta dos Carvalhais e Quinta da Romeira, até vinhos de Espanha, Argentina, Chile e Nova Zelândia, é possível desfrutar de uma selecção vasta, disponível a copo ou à garrafa, que podem ser harmonizados com a oferta de pratos deste restaurante.

“Estamos entusiasmados por abrir as portas na cidade Invicta e oferecer a oportunidade de explorar a diversidade dos nossos vinhos e a paixão pela experiência vínica, numa cidade que consideramos a nossa casa,” diz Gonçalo Sousa Machado, CEO da Sogrape Distribuição, sobre o novo espaço.

Além de almoços, jantares e provas de vinho, o By The Wine Porto será palco de iniciativas de dinamização, como apresentações de novas colheitas, programas especiais com enólogos e provas de vinhos abertas ao público.

Sogrape: Quinta de Azevedo, Vinhos assentes na história

Quinta de Azevedo

Muito provavelmente, a primeira recordação de qualquer português sobre a história do nosso território, anterior à nacionalidade, está ligada à palavra da antiga professora ou professor da escola primária, hoje denominada primeiro ciclo de escolaridade. Atualmente, os manuais digitais e os quadros multimédia substituíram os livros com magras ilustrações e o quadro negro com letras […]

Muito provavelmente, a primeira recordação de qualquer português sobre a história do nosso território, anterior à nacionalidade, está ligada à palavra da antiga professora ou professor da escola primária, hoje denominada primeiro ciclo de escolaridade. Atualmente, os manuais digitais e os quadros multimédia substituíram os livros com magras ilustrações e o quadro negro com letras gordas desenhadas pela letra irrepreensível da professora. Ainda assim, dependendo do maior ou menor virtuosismo profissional e da atenção dos alunos, há algo que não mudou: a boca semiaberta ou os olhos bem despertos pela surpresa e admiração dos discentes quando ouvem falar pela primeira vez dos tempos do Conde D. Henrique, do Condado Portucalense e da sua descendência. Os edifícios deste período histórico nem sempre são de fácil acesso a todos os alunos de Portugal. Mas o Norte do país continua a apresentar inúmeros pontos de referência dos tempos que ficaram perdidos nos interstícios da história de Portugal. Um magnífico exemplo é a Casa-solar dos Azevedo, datada do século XI, localizada na freguesia de Lama, próximo de Barcelos, que foi utilizada pela primeira vez por D. Guido Viegas de Azevedo, rico-homem do tempo do conde D. Henrique.

A Casa-solar dos Azevedo foi, literalmente, o berço ancestral desta família que governou um vasto território que se estendia desde o além Cávado até Braga e Lanhoso. Desta família despontaram cavaleiros que ajudaram a construir e consolidar o reino de Portugal, depois em África e na Índia. Mais tarde, geraram altos embaixadores que firmaram alianças e tratados nas várias cortes europeias. No século XX, o brilho histórico começou a desvanecer-se e, em 1936, o Solar foi vendido em hasta pública.

De ruína, a quinta imponente

Em 1982, a Sogrape adquiriu o Solar, pela mão de Fernando Guedes. Estava praticamente em ruínas, e compreendia a torre do século XI, reedificada no primeiro quartel do século XVI, o corpo residencial do século XVIII, com a varanda colunada sobre o jardim e o edifício do século XIX.
Durante quatro anos, Fernando Guedes e a sua mulher, auxiliados pelo arquiteto Eduardo Rangel, dirigiram as obras de restauro e decoração do solar utilizando mobiliário e peças do século XVII e XVIII. O esforço e o desvelo aplicados na requalificação do imóvel pela família Guedes foram de tal ordem que este rapidamente se transformou, como referiu Fernando da Cunha Guedes, neto de Fernando Guedes e atual líder da Sogrape, “na menina dos olhos do meu avô que manteve e obrigava a manter em perfeito estado de conservação”.

Foi igualmente realizado um estudo profundo sobre a adaptação das castas aos 23 hectares dos terrenos iniciais da propriedade, tendo-se optado por um primeiro encepamento alicerçado nas castas Loureiro e Arinto que, em 2007, contabilizava 11,7 hectares. Atualmente, e depois de várias replantações, a Quinta de Azevedo tem 24 hectares de vinha, de um total de 34, alicerçada em duas castas: Loureiro e Alvarinho. A primeira ocupa a maior área de plantação, 23 hectares, e a segunda apenas 10 hectares. Existe ainda um campo experimental com cerca de um hectare que congrega, nas palavras do enólogo Diogo Sepúlveda, “um lote de seis castas mais aptas a resistir às alterações climáticas: Arinto e Sauvignon Blanc, entre outras”.

Curiosamente, a aquisição da propriedade, em 1982, e posterior requalificação da Quinta do Azevedo marcou o início de uma longa e famosa lista de compras de inúmeros projetos vínicos nacionais e internacionais. Pouco tempo depois, em 1987, a Sogrape adquiriu, num sonante e muito mediatizado negócio, a empresa A. A. Ferreira, marcando a entrada no setor do vinho do Porto e passou a integrar, no seu portefólio os vinhos, já muito reconhecidos e ambicionados pelos consumidores, da simbólica e histórica Casa Ferreirinha. Em 1995, a Sogrape integrou a Forrester, detentora da marca Offley, reforçando a sua presença no setor do Vinho do Porto e guindando-se a uma das maiores empresas exportadoras do setor. Dois anos depois completa a aquisição da Herdade do Peso, no Alentejo e da Finca Flichman, localizada na Argentina, mais propriamente na região de Mendoza. Com este último passo iniciou-se uma estratégia aquisitiva de cariz verdadeiramente internacional. O novo milénio consolidou a presença da empresa no setor do vinho do Porto e a sua estratégia internacional com a aquisição da marca Sandeman, que incluía vinhos do Porto, Jerez e Brandy. Em 2008 adquiriu a Viña Los Boldos, no Chile e, em 2012, estendeu as operações a Espanha com a aquisição das Bodegas LAN que, para além da operação principal, na região de Rioja, se estendeu às Rías Baixas, Rueda e Ribera del Duero.

Diogo Sepúlveda, líder dos departamentos de enologia de Mateus, Vinhos Verdes, Dão e Lisboa da Sogrape

 

Uma nova imagem e filosofia para os novos vinhos da Quinta de Azevedo

A apresentação dos novos vinhos da Quinta de Azevedo decorreu, como não podia deixar de ser, no piso térreo da torre original do atual solar, onde tínhamos à nossa espera Fernando da Cunha Guedes, diretor executivo da Sogrape. Este apresentou o enólogo Diogo Sepúlveda como alguém que “detém um conhecimento de mais de 15 anos do setor, com percurso profissional que inclui vasta experiência internacional, com projetos desenvolvidos em Portugal e no estrangeiro” e, por isso, assumiu a liderança dos departamentos de enologia de Mateus, Vinhos Verdes, Dão e Lisboa.

Os novos vinhos apresentados representam um reposicionamento para a marca Quinta de Azevedo, dotando-a de maior ambição, e possuem diversas características em comum. Em primeiro lugar, as uvas utilizadas em todas as referências foram produzidas em conformidade com as diretrizes de produção integrada de agricultura sustentável, definidas pela Organização Internacional de Luta Biológica contra Organismos Nocivos. A segunda característica é ostentarem a classificação Regional Minho. “Esta nomenclatura foi muito debatida internamente e acabou por ser a adotada”, referiu Diogo Sepúlveda. Por último, as referências apresentadas revelaram uma nova rotulagem mais cuidada e apelativa para o consumidor.

Começámos a prova pelo Quinta de Azevedo Loureiro Escolha, da colheita de 2022. O enólogo relembrou que “foi um ano com acumulados de precipitação inferiores à média dos últimos três anos e com uma primavera e verão muito quentes”. As uvas foram prensadas suavemente a baixas temperaturas e o vinho estagiou durante seis meses sobre as borras com batonnage frequente. Parte do lote estagiou em barricas usadas de carvalho francês.

Em seguida provou-se o Quinta do Azevedo Escolha Alvarinho, do ano 2023 que, segundo as palavras do enólogo, “foi fruto de um inverno bastante chuvoso, que depois se revelou muito seco, conduzindo a uma vindima muito precoce”. Uma pequena parte do lote estagiou em toneis e barricas usadas de carvalho francês.
Para o final estava reservada a estrela do trio. Trata-se de um vinho de lote composto por 70% de Alvarinho e 30% da casta Loureiro, do ano de 2023. Após a fermentação alcoólica, estagiou durante oito meses em toneis de 1200 litros e barricas de 500 litros de carvalho francês de primeira e segunda utilização. Uma pequena parte do lote estagiou sobre borras em depósito de inox para preservação de toda a frescura. Este verdadeiro topo de gama (€30), até agora inexistente no portefólio Quinta de Azevedo, mostra-se um vinho ainda muito jovem, seco e revela um perfil capaz de compaginar untuosidade e frescura.

Os vinhos agora chegados ao mercado espelham a ambição da Sogrape na região dos Verdes onde, com a marca Gazela, é um “player” de referência nos vinhos de maior volume e pretende claramente sê-lo também nas categorias mais exclusivas. Assim, a vetusta Casa-solar dos Azevedo, agora renovada e vestida de vinhedos, volta a inscrever o seu nome na história, desta vez na narrativa vínica do país e do mundo pela mão da maior empresa nacional do setor.

*Nota: O autor escreve de acordo com o novo acordo ortográfico.

(Artigo publicado na edição de Novembro de 2024)

Lourenço Charters reforça equipa de enologia da Ferreirinha

Casa Ferreirinha

A Casa Ferreirinha, produtor de vinhos do Douro e do Porto, anunciou recentemente o regresso de Lourenço Charters à Sogrape, para reforçar a equipa de enologia dos vinhos do Douro, liderada por Luís de Sottomayor. O enólogo, com experiência em França, na África do Sul e Austrália, já havia passado pela Sogrape entre 2020 e 2021, […]

A Casa Ferreirinha, produtor de vinhos do Douro e do Porto, anunciou recentemente o regresso de Lourenço Charters à Sogrape, para reforçar a equipa de enologia dos vinhos do Douro, liderada por Luís de Sottomayor.

O enólogo, com experiência em França, na África do Sul e Austrália, já havia passado pela Sogrape entre 2020 e 2021, e regressa agora à empresa para se dedicar em exclusivo ao Douro e contribuir para a afirmação da Casa Ferreirinha como referência do panorama dos vinhos portugueses.

Desde a sua fundação, há mais de 70 anos, apenas três enólogos assumiram a liderança da equipa de enologia da Casa Ferreirinha: Fernando Nicolau de Almeida, José Maria Soares Franco e, desde 2007, Luís de Sottomayor. São nomes que fazem parte da história desta casa que, ao longo dos anos 90, chegaram a trabalhar em conjunto. Lourenço Charters passa agora a integrar a equipa de Luís de Sottomayor.

Barca Velha 2015: Um Douro (muito) Especial

Barca Velha

Para além de ser um vinho histórico, é um vinho cheio de histórias, mais pequenas e pessoais. As histórias de como, quando, onde e em que circunstância se tomou o primeiro contacto com este mítico vinho. Variam as pessoas, os anos e as emoções criadas pelo momento, mas há um denominador comum – o primeiro […]

Para além de ser um vinho histórico, é um vinho cheio de histórias, mais pequenas e pessoais. As histórias de como, quando, onde e em que circunstância se tomou o primeiro contacto com este mítico vinho. Variam as pessoas, os anos e as emoções criadas pelo momento, mas há um denominador comum – o primeiro Barca Velha na vida não se esqueçe. Certamente muitos colegas meus têm uma história para contar. Eu tenho a minha.
Foi em 2010 quando um casal de amigos veio de Moscovo para passar cá as férias. O marido da minha amiga era um homem de negócios, considerava-se apreciador e só bebia vinhos caros italianos e franceses. Naturalmente, perguntou-me qual era o melhor vinho de Portugal, quando entrámos numa garrafeira. Contei-lhe a história do Barca Velha e expliquei que nunca o tinha provado e não posso acrescentar a experiência própria à minha recomendação. O meu amigo comprou, sem pestanejar, duas garrafas do Barca Velha 2000, uma das quais ofereceu-me e disse: “Tens que provar, é para ti.” E provei. Era bem diferente do que estava à espera: não era uma bomba de sabor cheia de potência, mas um vinho extremamente elegante e estruturado, repleto de frescura e com um final tão longo que me impressionou.

Porque é um vinho mítico?
O Barca Velha foi criado em 1952 pelo enólogo/provador da Casa Ferreirinha, Fernando Nicolau de Almeida, perseguindo um sonho de produzir um vinho tinto de alta qualidade no Douro, região onde quase exclusivamente se produzia vinho do Porto na altura. Em condições conseguiu arranjar apenas as uvas. Todo o processo de vinificação foi um enorme desafio, só ultrapassado graças ao engenho e à enorme força de vontade do criador do Barca Velha. Para uma versão completa, recomendo vivamente a leitura do livro “Barca Velha – Histórias de Um Vinho”, de Ana Sofia Fonseca.
O Barca Velha não é declarado todos os anos, pois por muita perícia e cuidados na viticultura e enologia, milagres não existem, e o ano nem sempre entrega a qualidade intrínseca pretendida para um vinho deste nível de exigência.

O estilo muda?
Sim, com certeza. Passaram mais de 70 anos desde a colheita de estreia e muita coisa mudou desde então: as vinhas e as castas que dão origem ao vinho, as práticas de viticultura, as adegas, a tecnologia e o tipo das barricas utilizadas.
Seria ingénuo pensar que o Barca Velha 1952, feito de uvas não desengaçadas (não havia desengaçadores na altura) numas tinas com gelo transportado à noite de Matosinhos para o Douro Superior e estagiado em barricas de carvalho português, bem mais poroso do que o francês, fosse igual ao Barca Velha 2015, produzido com todos os cuidados e atenção nos detalhes, desde a uva até ao mais ínfimo pormenor, em barricas escolhidas propositadamente para este vinho. A composição varietal também é ajustada para garantir a estrutura, complexidade, frescura e potencial de guarda. A Touriga Franca (43%) garante a estrutura juntamente com Touriga Nacional (40%), responsável pelo aroma e complexidade. Ambas são a espinha dorsal do Barca Velha 2015. Pela primeira vez, o Sousão entrou no lote com 10% a conferir tanino e acidez, ultrapassando o Tinto Cão (5%) e a Tinta Roriz (2%) em proporção. As uvas provêm das vinhas de altitudes e locais diferentes da Quinta da Leda e também das propriedades da Casa Ferreirinha nas zonas altas de Meda.
O que se mantém inalterável é a filosofia do vinho, a vontade e a capacidade de alcançar uma perfeição, mesmo que não seja absoluta, conceptual e contextual.

Como se decide um Barca Velha?
Em 1960 foi criado o Reserva Especial, um vinho que é declarado também em anos de excelência, quando a sua expectativa de longevidade é ligeiramente inferior ao Barca Velha.
Os primeiros indícios de um vinho excepcional surgem na vindima. Se assim for, no final do estágio em barrica (cerca de 18 meses) o lote é engarrafado em garrafas borgonhesas (ao contrário dos outros vinhos da Casa Ferreirinha, que vão para as garrafas bordalesas) e, apelidado de “Douro Especial”, inicia o seu estágio de vários anos em cave para sair de lá com o rótulo de Barca Velha ou de Reserva Especial. Ao longo deste tempo, o enólogo responsável por perpetuar o legado, Luís Sottomayor, com a sua equipa, vai provando o vinho e acompanhando a sua evolução. A decisão acaba por não ser espontânea, é antes uma convicção que se cria na sequência de muitas provas. “Às tantas, a decisão que se coloca não é ser, ou não, Barca Velha, mas qual o momento certo para o lançar” – explica o enólogo. Procura-se o momento, quando o vinho começa a ficar pronto. Cada Barca Velha à nascença tem cerca de oito anos de estágio; o 2015 teve nove.

O preço é justo?
Não existe uma resposta binária, tal como não existe uma justiça linear na relação preço/qualidade de um vinho deste gabarito e notoriedade. Neste caso, o preço não é uma transposição directa de qualidade. Há outros mecanismos que o determinam. Um deles é o próprio mercado. Espera-se que no retalho rondará, nesta primeira fase, entre os €800 e €900.
Claro que, para muitos, provar um Barca Velha continuará a ser um sonho, mas sempre há quem veja este preço como irrisório e gaste muito mais em coisas bem mais fúteis.
O Barca Velha transporta, consigo, toda a história dos vinhos tranquilos do Douro, o legado de conhecimento e aprendizagem e todo o potencial, se quiserem. Não me escandaliza o preço do Barca Velha, mesmo não sendo acessível para mim, como para a maioria dos portugueses. Escandaliza-me quando pedem um preço exorbitante para um vinho sem história e sem outro propósito para além de ganhar artificial notoriedade.

Como é o Barca Velha 2015?
São inevitáveis as comparações com os Barca Velha dos anos anteriores. No Barca Velha 2015 Luís Sottomayor reconhece a estrutura, o volume, os taninos e a maturação de 2011 (um ano quente), bem casados com elegância, harmonia, austeridade e acidez de 2008 (um ano mais fresco).
O Barca Velha 2015, como os anteriores que tinha provado, não é sobre o equilíbrio. Este subentende-se. É sobre harmonia. Estaria enganada se dissesse que é um vinho para impressionar a qualquer um. Não é. Exige alguma experiência de prova, alguma bagagem sensorial para o entender e tirar o maior prazer da prova. E, mesmo assim, é preciso tempo de contacto e foco para permitir que o vinho evolua no copo, para o deixar falar.
Com nove anos de idade está ainda no início da sua vida. A evolução que apresenta é imperceptível como idade, sente-se como afinação. Num vinho perfeito não procuramos a perfeição, mas sim uma diferença, algo pessoal. A elegância é um termo de prova vasto, muitas vezes usado e abusado, mas é um termo bem assertivo neste caso. O Barca Velha 2015 está elegante e certamente ganhará ainda mais requinte com a continuação do estágio em garrafa. Ao mesmo tempo há algo irreverente nele, na forma como não se exibe de imediato, como o tanino ainda agarra, na acidez afiada, no corpo enxuto. Não é um vinho para mastigar. É para engolir e, de preferência, com comida. E no final, assumidamente infinito, deixa a sua presença na boca e na memória. E deixo aqui uma última observação: o Barca Velha não é excelente por ser famoso, é famoso por ser excelente. Foram produzidas 16.567 garrafas.

(Artigo publicado na edição de Julho de 2024)

Chegou o Barca Velha 2015

Barca Velha

O tão aguardado “novo” Barca Velha já aí está, um ícone do Douro curiosamente apresentado no Alentejo. Foi no cenário clássico do Paço Ducal, em Vila Viçosa, que a Sogrape apresentou ontem o Barca Velha 2015, um vinho que, nas palavras do seu enólogo, Luís Sottomayor, conseguiu unir as características dos seus “irmãos mais velhos”: o volume […]

O tão aguardado “novo” Barca Velha já aí está, um ícone do Douro curiosamente apresentado no Alentejo. Foi no cenário clássico do Paço Ducal, em Vila Viçosa, que a Sogrape apresentou ontem o Barca Velha 2015, um vinho que, nas palavras do seu enólogo, Luís Sottomayor, conseguiu unir as características dos seus “irmãos mais velhos”: o volume e a estrutura do 2011 e a harmonia e a frescura do 2008. É, sem sombra de dúvida, um grandíssimo vinho (outra coisa não seria de esperar de uma marca com este histórico e pergaminhos), com muita classe e sofisticação, colocado no mercado em perfeito momento de prova, mas ainda com muito para crescer na garrafa. Como qualquer Barca Velha, o preço acompanha a qualidade e a notoriedade do nome, e até cresceu face a colheitas anteriores, devendo estar no retalho, nesta primeira fase, entre os €800 e €900.

Sogrape declara Vintage 2022 para Porto Ferreira, Sandeman e Offley

Sogrape vintage

A Sogrape fez a declaração de Vintage 2022 para a Porto Ferreira, Sandeman e Offley, as suas três casas de Vinho do Porto, depois de um ano vitícola com condições climatéricas favoráveis a uma maturação longa e equilibrada das uvas, que deram origem a vinhos cuja qualidade reflete a autenticidade e estilo de cada marca, […]

A Sogrape fez a declaração de Vintage 2022 para a Porto Ferreira, Sandeman e Offley, as suas três casas de Vinho do Porto, depois de um ano vitícola com condições climatéricas favoráveis a uma maturação longa e equilibrada das uvas, que deram origem a vinhos cuja qualidade reflete a autenticidade e estilo de cada marca, anuncia a empresa.

A região do Douro viveu um Inverno chuvoso, seguido de uma primavera e Verão amenos. Com alguma chuva em Abril e Junho, e sem ondas de calor, houve, assim, uma série de factores meteorológicos favoráveis à maturação das uvas. Em Setembro, alguns episódios de precipitação impuseram uma gestão precisa na data de colheita, de forma a garantir a qualidade pretendida em cada parcela. Luís de Sottomayor, diretor de Enologia da Sogrape, responsável pelos vinhos do Douro e Porto, assina estes três Vintages de 2022, e destaca vinhos com boa acidez, muito elegantes, que respeitam o histórico de excelência de colheitas anteriores. “O Porto Ferreira Quinta do Porto Vintage 2022 e o Sandeman Quinta do Seixo Vintage 2022 refletem a tipicidade do terroir de onde provêm”, salienta, acrescentando que “o primeiro é um vinho repleto de estrutura, profundidade e intensidade, enquanto o segundo se destaca pelo seu perfil elegante, harmonioso e complexo. O Offley Vintage 2022 também reflecte as características do ano climático, sendo um vinho com volume excepcional e estrutura assinalável”.

Para Fernando da Cunha Guedes, “mais do que um marco no tempo e de um anúncio promissor, cada declaração de vintage é a celebração do melhor que a natureza nos oferece em anos excepcionais”. Sandeman Quinta do Seixo Vintage 2022, Porto Ferreira Quinta do Porto Vintage 2022 e Offley Vintage 2022 chegarão ao mercado em Setembro.

Sogrape compra Viña Mayor em Espanha

A Sogrape adquiriu, à Entrecanales Domecq e Hijos, a Viña Mayor, empresa que produz vinhos no coração da Ribera del Duero, uma das regiões vitivinícolas espanholas de maior renome. Fundada em 1986, e contando com a certificação Wineries for Climate Protection, a Viña Mayor foi uma das primeiras empresas a integrar a Denominação de Origem […]

A Sogrape adquiriu, à Entrecanales Domecq e Hijos, a Viña Mayor, empresa que produz vinhos no coração da Ribera del Duero, uma das regiões vitivinícolas espanholas de maior renome. Fundada em 1986, e contando com a certificação Wineries for Climate Protection, a Viña Mayor foi uma das primeiras empresas a integrar a Denominação de Origem (DO) de Ribera del Duero, região que tem vindo a crescer ao longo dos últimos anos e que, hoje, é a segunda maior DO de vinhos tintos do país vizinho. A empresa também produz brancos da casta Verdejo na vizinha Rueda.

Em 2012, a Sogrape comprou, no país vizinho, a Bodegas LAN, na Rioja, integrando também a marca Santiago Ruiz, das Rías Baixas. Em 2018 reforçou a sua presença com a aquisição da Bodegas Aura, na Rueda. A este portefólio, junta agora a Viña Mayor, numa operação de consolidação do seu posicionamento no mercado ibérico.

No âmbito do acordo entre as duas empresas, a Entrecanales Domecq e Hijos manteve a marca Secreto, que será a sua insígnia de referência em Ribera del Duero.