Quinta d’Amares: Um verde com dez séculos…
Conta a história que as primeiras edificações do lugar de acolhimento e estudos religiosos que abrigaram, durante séculos, os monges beneditinos de Cluny e Cister, surgem em 1090, fundadas pelo nobre Egas Pais de Penagate, um dos mais importantes senhores da época, proprietário de vastas propriedades de Entre Homem e Cávado. Intimamente ligado à reconquista […]
Conta a história que as primeiras edificações do lugar de acolhimento e estudos religiosos que abrigaram, durante séculos, os monges beneditinos de Cluny e Cister, surgem em 1090, fundadas pelo nobre Egas Pais de Penagate, um dos mais importantes senhores da época, proprietário de vastas propriedades de Entre Homem e Cávado.
Intimamente ligado à reconquista cristã, o Mosteiro de Rendufe é uma das principais edificações religiosas do Norte do país, passando por diversas transformações ao longo dos séculos. Até ao século XVI, a pecuária e a agricultura dominavam a paisagem e eram as principais fontes, não apenas da autossustentabilidade dos eclesiásticos, mas, igualmente, um rendimento. De origem francófona, crê-se que ali plantaram extensas manchas de vinha, tornando a propriedade numa das mais vastas e ricas de todo o Norte, alcançando maior dimensão e produtividade que o próprio mosteiro de Tibães.
Após o século XVI, o Mosteiro continua a ser uma das mais relevantes Escolas de Estudos Superiores em Teologia. Contudo, com a introdução do milho na Europa, a cultura da vinha torna-se secundária, diminuindo consideravelmente a sua área, cingindo-se apenas às bordaduras.
Não obstante a construção da nova igreja, dependências conventuais e a Capela do Santíssimo Sacramento, o declínio do Mosteiro começa a ocorrer a partir de 1755. A divisão da imensa propriedade torna-se inevitável num país depauperado após Terramoto de Lisboa e o maremoto que se lhe seguiu, causando a quase total destruição da cidade. O comércio das especiarias já era praticamente inexistente e o ouro que nos chegava do Brasil era escasso. Os grandes comerciantes das cidades do Porto e Lisboa, perante o peso da carga fiscal imposta, radicam-se na Flandres.
Parte do património do mosteiro, seus edifícios e fontanários, são destruídos para aproveitamento da pedra para construção de muros de delimitação e outras edificações. Após a extinção das Ordens Religiosas, em 1834, parte da propriedade e edificações são alienadas a privados. Um grande incêndio acaba por consumir parte do Mosteiro e, hoje, aquilo que nos é dado a conhecer é apenas um vislumbre da sua dimensão original, mantendo, no entanto, a imponência do seu estilo barroco e rococó.
Um negócio de família
Albino Pedrosa, pai do atual proprietário, José Pedrosa, sempre esteve ligado ao negócio dos vinhos. Radicado no Porto, fazia da compra e venda a granel, em larga escala, a sua atividade principal, comercializando vários milhões de litros mensalmente, mantendo a atividade em todas as regiões vitivinícolas do país. Na cidade invicta detinha, igualmente, uma destilaria onde destilava 50 mil litros semanalmente, produto que, nos anos 60 e 70 do século passado, era quase exclusivamente escoado para as colónias africanas com quem mantinha relações comerciais privilegiadas.
À época, o comércio de vinhos da região dos Vinhos Verdes fazia-se quase exclusivamente de tintos. Do mesmo modo, no encepamento da região dominavam as castas tintas, com o Vinhão à cabeça, cabendo às uvas brancas uma presença e comercialização bastante discreta.
Em 1986, prevendo um abrandamento do comércio a granel e cumprindo um desejo de possuir um negócio de vinho da base até ao topo, Albino Pedrosa, já com o seu filho José Pedrosa ao lado, inicia a aquisição da Quinta D`Amares, num processo complexo de negociação, uma vez que a propriedade dentro de muros estava, à data, dividida em oito parcelas, de outros tantos proprietários.
Após a primeira parcela, foram adquirindo as restantes, terminando a operação global já no início deste século. A conversão da propriedade, que nos anos 80 estava destinada essencialmente à pecuária, inicia-se logo a partir de 1986, requerendo uma intervenção total, dado o estado de abandono a que estava votada há muitos anos. A vinha era uma miragem do passado, existindo apenas nas bordaduras, preenchendo a cultura de cereal e floresta a quase totalidade da Quinta. Com toda uma vida dedicada ao grande volume, a família Pedrosa percebeu que os mercados exigiam agora qualidade e identidade. Fazer vinhos de quinta era agora o propósito, associando essa nova vertente à potenciação do património constituído pelo Mosteiro e pelo Aqueduto, este do século XVII, sob a tutela e manutenção da Quinta.
O VITIS foi a alavanca essencial para transformar a paisagem de toda a região dos Vinhos Verdes. Nela estão também os 55 hectares que compreendem a totalidade da propriedade entremuros da Quinta D`Amares. O tempo dos tintos havia chegado a um fim anunciado. As castas brancas impuseram-se e, na propriedade, no processo de restruturação, a Loureiro levou a melhor, ocupando, hoje, cerca de 75% de toda a área de vinha, tornando-a, provavelmente, uma das maiores áreas de vinha contínua da casta, que é rainha nesta sub-região do Cávado. A formação em engenharia química de José Pedrosa foi fundamental para a forma como se olhou para a composição dos solos, relevo, sistema de rega e plantação da vinha em cordão simples.
Abundância de água
Não obstante a sub-região do Cávado beneficiar de níveis pluviométricos muito elevados no Inverno, os verões quentes, cujas temperaturas facilmente atingem os 40 graus em Agosto, exigem que a vinha possua um sistema de rega gota a gota. Afortunadamente, o engenho dos monges beneditinos, desde o século XI, salvaguardou a abundância de água, construindo o Mosteiro de Rendufe numa zona muito rica em recursos hídricos, possuindo a atual propriedade seis minas com nascentes, que providenciam toda a água utilizada nas regas, assim como para todas as operações na adega, desde a refrigeração até às limpezas. Erigido no século XVII, o Aqueduto que desemboca no Mosteiro encontra-se hoje perfeitamente funcional e ativo, recolhendo água numa das minas existentes no seu topo, transportando-a para o interior do Mosteiro e vários reservatórios existentes no interior da Quinta.
Rentabilidade e otimização de processos estiveram na base da decisão de criar um projeto de envergadura. Posicionar as vinhas com diversas orientações, permitindo diferentes estágios de maturação, foi fundamental para organizar uma vindima espaçada no tempo. Nos primeiros anos, durava aproximadamente um mês e era realizada por uma centena de pessoas. Hoje, a escassez de mão de obra é transversal a todo o país agrícola, razão pela qual é inevitável o recurso à vindima mecanizada, sobretudo quando há risco de pluviosidade próxima.
A propriedade, atualmente já se estende fora dos muros, prolongando-se em várias outras parcelas externas. Se o Loureiro predomina, constatou-se que o Alvarinho encontra neste terroir condições de exceção para se exprimir, granjeando virtudes próprias, distintas das que lhe são aportadas em Monção e Melgaço. Aposta mais recente tem sido o Arinto, localizado numa parcela mais alta, fresca e ventosa. A sua espumantização pelo método clássico já não é um mero alargamento do portfólio, tornando-se um caso de sucesso comercial entre e fora de portas. Essa perceção leva já a idealizar-se criar referências mais exigentes e ambiciosas de modo a solidificar a Quinta D`Amares também como produtor de espumantes de qualidade evidente.
Nas parcelas externas aos muros, o Vinhão coexiste com o Espadeiro. A influência do Vinhão, à semelhança do que ocorre em toda a região, é cada vez menor, representando uma ínfima parte da produção. Na vindima de 2024, prevê-se apenas a produção de 5000 litros de Vinhão, num universo de um milhão de litros produzidos. Despertos para esta redução drástica de produção de vinhão, também forçada pela diminuição do seu consumo, a Quinta d`Amares procura novas abordagens à casta, experienciando diferentes formas de vinificação, com menos extração, maior leveza que, de algum modo, lhe retire a componente de rusticidade sem lhe mascarar a autenticidade.
Os vinhos de parcela
A equipa de enologia e viticultura mantém-se desde o primeiro dia, estando a enologia entregue ao enólogo consultor António Sousa, tendo o jovem Diogo Schartt como enólogo residente a acompanhar o dia-a-dia da adega e vinhas. É de um triângulo coeso que resultam todas as ações e estratégias da empresa. José Pedrosa, Diogo Schartt e Tiago Ferreira, o diretor comercial, reúnem-se diariamente nos escritórios, debatendo os novos desafios e tendências, baseados nas experiências e viagens de cada um. O surgimento dos Pét-Nat no portefólio da Quinta D`Amares nasce de uma visita do diretor comercial ao Canadá, onde estes espumantes de “método ancestral” alcançaram um sucesso notável, sobretudo nos wine bars e junto de um público mais jovem.
Regressado, e em troca de ideias com a equipa, não houve dúvidas que aquele era um produto digno de se apostar, desde que se elevassem os patamares de qualidade em relação ao que, à data, existia no mercado. O Quinta D`Amares Pét-Nat é hoje uma realidade e peça importante do portefólio constituído por 12 vinhos, já esgotando com as compras feitas, sobretudo, pelo mercado norte-americano.
O curso do tempo, e a realização de mais de uma vintena de vindimas, trouxe, à equipa, um maior conhecimento das características dos solos e dos vários microclimas existentes nos 55 hectares de vinha. Os solos arenosos e graníticos de várias densidades predominam, ainda que com índices de nutrição diferentes, sendo as cotas mais elevadas e inclinadas mais pobres, por contraponto às parcelas mais nutridas, situadas, sobretudo, ao redor do Mosteiro. Aliás, é na cercania de edificado religioso que se situa a mais incomum parcela da Quinta, bastante mais fresca, sobretudo por se encontrar no interior de um corredor de vento de Norte, daí advindo temperaturas bastante mais amenas que nas restantes parcelas da vinha. É desta parcela sui generis que nasce o Quinta D`Amares Claustrum, vinho monovarietal de Loureiro. Ao invés de se definir um perfil jovem, frutado, fácil e para beber jovem, pretendeu conferir-se maior complexidade ao vinho, tornando-o mais exigente em termos de prova, sem a exuberância aromática usual e com potencial sério de guarda.
Enoturismo como desígnio
José Pedrosa tem a perfeita consciência que todo o património histórico circundado pelas vinhas é um diamante por lapidar, com um potencial enoturístico de monta. Atualmente, parte do Convento, que corresponde aos antigos aposentos dos monges, foi adjudicada a privados pelo Estado, proprietário do imóvel, para criação de unidade hoteleira de luxo, desejando-se que a sua execução se inicie a breve trecho.
A par disso, irá abrir, já em 2025, o Centro de Provas e Espaço de Eventos, atendendo à necessidade que a região possui de espaços que possam acomodar várias centenas de pessoas, num edifício construído de raiz, com dois pisos. Um edifício sustentável que aproveitará os recursos hídricos em abundância na propriedade para refrigeração dos espaços, com reutilização dessa mesma água para a rega.
O constante crescimento das exportações, com novos mercados a despontarem para além dos clássicos, nomeadamente, o forte crescimento na Suécia e Japão, pressupõe que, a breve trecho, tenha que se aumentar o número de litros produzidos e engarrafados com marca própria. Vinificando um milhão de litros anualmente, correspondendo apenas a metade da uva produzida, possuindo, ainda, a adega, capacidade para uma maior vinificação, prevê-se que o volume de venda de uva a granel diminua em prol do aumento da quantidade vinificada. Sem passivos e com ativos vultuosos, a Quinta D`Amares não se atemoriza com os ventos de uma crise anunciada e olha para o futuro com um sorriso confiante.
Nota: o autor escreve segundo o novo acordo ortográfico
(Artigo publicado na edição de Outubro de 2024)
20 anos de Santa Cristina
Ao completar 60 anos de idade, o empresário António Pinto entendeu que era tempo de encontrar um espaço agrícola de lazer onde pudesse reunir a família e os amigos. A sua esposa, Rosa Maria Pinto, foi decisiva na escolha de Celorico de Basto e da vertente vitivinícola, herdando de seu pai, viticultor, algumas parcelas de […]
Ao completar 60 anos de idade, o empresário António Pinto entendeu que era tempo de encontrar um espaço agrícola de lazer onde pudesse reunir a família e os amigos. A sua esposa, Rosa Maria Pinto, foi decisiva na escolha de Celorico de Basto e da vertente vitivinícola, herdando de seu pai, viticultor, algumas parcelas de vinha e a paixão pelo vinho.
António Pinto não queria, no entanto, mais um Vinho Verde comum. Pretendia um produto de qualidade elevada e de que se pudesse orgulhar. Com o objectivo de fazer bem feito e mente, recorreu ao enólogo Jorge Sousa Pinto, profissional de primeira linha, com provas dadas na região. A história é contada por este último em poucas palavras: “Quando conversei com o senhor António Pinto, em plena vindima de 2004, gostei muito do projecto e do seu empenho e disse-lhe que ia ajudar no que fosse preciso. Pensava eu que era para começar no ano seguinte. Afinal era para começar a trabalhar no dia seguinte, às sete da manhã já lá estava, na cave da sua residência, a receber uvas…”
A coisa, entretanto, foi ganhando outra escala e condições. Em 2008 começaram a fazer espumante, em 2013 construiu-se uma adega moderna, com tudo o que é preciso. A “brincadeira” de António Pinto transformou-se em 50 hectares de vinha, com mais de 400 mil litros produzidos em cada ano. “Nunca pensei que isto tomasse a dimensão que tomou”, confessa António Pinto. Entretanto, a sua filha Mónica Pinto tomou a direcção do projecto, assumindo a gestão e coordenação de toda uma equipa profissional dedicada ao negócio vitivinícola. Negócio que tem vindo a crescer de ano para ano.
A Quinta de Santa Cristina situa-se no coração de Basto, sub-região dos Vinhos Verdes. Entre vinha e floresta são cerca de 60 hectares, na margem direita do rio Tâmega, um espaço rodeado pelas serras de Fafe, Marão, Alvão e Cabreira, convidando ao sossego e harmonia entre vinhos e natureza. Na verdade, e como é habitual no modelo de minifúndio minhoto, o nome Santa Cristina serve de chapéu a diferentes propriedades, dispersas por três concelhos: Celorico de Basto, Cabeceiras de Basto e Ribeira de Pena. Assim, a Quinta de Santa Cristina propriamente dita, dispõe de 8 hectares de vinha, plantada com castas brancas e tintas: Alvarinho, Fernão Pires, Sauvignon Blanc, Espadeiro, Trajadura e Padeiro de Basto. A quinta da Capela são 5 hectares, com Trajadura, Avesso e Batoca. Na Tecla estão 3,5 hectares, com Alvarinho e Chardonnay, enquanto Fermil representa 2,3 hectares exclusivamente plantados com Arinto. Juntam-se, a estas, mais três quintas (as de maior dimensão) num total de sete: quinta de Salgueiros são 11 hectares, plantados com Trajadura, Loureiro, Azal e Padeiro de Basto; quinta de Agúnchos tem 10 hectares de Arinto, Alvarinho, Vinhão e Fernão Pires; e quinta de Parada, outros 10 hectares, com Arinto, Alvarinho, Azal e Loureiro. Todas estas vinhas encontram-se assentes no típico solo granítico da região, variando as altitudes (dos 200 metros de Fermil aos 500 metros de Salgueiros, com a média a rondar os 350 metros) e a exposição solar, ainda que esta seja maioritariamente Nascente/Sul. A cintura de serras de que acima falámos protege dos ventos marítimos mais agrestes, dando a esta região atlântica alguma influência continental.
Mónica Pinto, com os pais António e Rosa Maria, gere o dia da dia da empresa.
Batoca faz diferença
De entre a multitude de castas plantadas é de destacar a Batoca, uma casta autóctone e praticamente limitada à sub-região de Basto. Casta muito produtiva, encontrava-se sobretudo nas antigas ramadas, mas tem a vantagem, segundo Jorge Sousa Pinto, de oxidar lentamente e crescer na garrafa. Para o enólogo, a Batoca representa uma parte importante da herança vitivinícola local. “Ao longo do tempo, esta casta foi sendo esquecida e tornando-se quase extinta”, refere. “A Quinta de Santa Cristina dedicou-se à sua recuperação e preservação, e orgulhamo-nos de ser o único produtor a engarrafar esta variedade em separado.” De qualquer forma, do total plantado, 30% é Alvarinho, seguindo-se, por ordem de grandeza, Arinto, Trajadura e Loureiro. Tendo em vista os resultados alcançados por cada casta e os objectivos pretendidos, a enologia identificou já um excesso de Trajadura, que vai substituída, sobretudo, por Avesso e Arinto.
Em termos de modelo vitivinícola, foi adoptado o Sistema de Produção Integrada e Global, implicando seguir determinadas regras e boas práticas agrícolas, priorizando a preservação ambiental, a segurança e o bem-estar dos trabalhadores, a gestão de resíduos e a segurança alimentar. A título de exemplo, Jorge Sousa Pinto aponta a recuperação dos resíduos da poda, triturados e deixados no campo como matéria orgânica, reforçando o compromisso da quinta com práticas sustentáveis. A adega, construída de raiz em 2013, tem uma capacidade instalada para um milhão de litros, vinificando actualmente menos de metade, entre brancos, tintos, rosés e espumantes. Para além das incontornáveis cubas inox e sistemas de frio, Jorge Sousa Pinto e o enólogo residente, Bernardino Magalhães, contam com dois lagares de granito (com controle de temperatura) para a pisa e fermentação dos tintos mais clássicos, uma área de fermentação e estágio em barrica e ainda uma outra dedicada aos espumantes, que começaram a ser produzidos em 2008. A ideia é a marca Quinta de Santa Cristina aparecer unicamente em referências que signifiquem valor acrescentado. Diz António Pinto: “Queremos experimentar, testar, perceber o consumidor e só depois lançar no mercado um vinho que faça a diferença. Fazer bom e barato não é objectivo.” Corroborando a afirmação, é significativo que, desde 2023, todos os vinhos da Quinta de Santa Cristina, mesmo os considerados “entrada de gama”, sejam engarrafados sem qualquer adição de gás ou açúcar.
Verdes de garrafeira
Mais significativo ainda, o lançamento da linha Cave, que tem, como propósito, introduzir valor e mostrar, a quem ainda duvida, que os Vinhos Verdes podem ser grandes brancos, vinhos que ultrapassam a prova do tempo. Ao contrário de outros produtores da região que relançam agora vinhos que já estiveram no mercado há alguns anos, os vinhos da linha Cave assentam num conceito distinto. “São especificamente feitos para crescer em garrafa e lançar com dois ou três anos de idade. Não são vinhos que ficaram para trás”, acentua Jorge Sousa Pinto. Assim, todos os anos chegarão ao mercado vinhos varietais ou de lote baseados neste modelo. E há vinhos que vão esperar dois anos e outros esperam três, quatro, cinco ou mesmo seis anos, o que diz bem da confiança do enólogo e da capacidade de António e Mónica Pinto esperar pelo retorno do investimento.
Os vinhos da Quinta de Santa Cristina estão, sobretudo, no canal Horeca. A exportação representa já 40% do negócio, com mercados como Alemanha, Inglaterra, Polónia, Holanda, Suíça, Suécia e, mais recentemente, EUA e Japão, na linha da frente.
Desde 2015 que um dos focos da empresa tem sido o enoturismo, cujo espaço foi alvo de grande reformulação em 2020, com novas infra-estruturas (incluindo cozinha industrial) e um renovado programa dos espaços arquitectónicos, criando três ambientes que interligam vinhas e adega, um espaço multiusos com capacidade para 150 pessoas, um wine-bar e uma ampla loja. Para além das provas e da experiência gastronómica, os visitantes podem desfrutar de um vasto programa de actividades, incluindo visitas às vinhas (a pé, bicicleta ou TT), adega e cave, criação de lotes, e piqueniques na vinha ou nos jardins, aproveitando a paisagem natural.
Duas décadas transformaram a Quinta de Santa Cristina de espaço privado de lazer a ambicioso produtor de Vinho Verde, uma casa que conjuga como poucos três factores fundamentais: escala, qualidade e diferença. Uma importante mais-valia para uma região que tem cada vez mais coisas boas para nos mostrar.
(Artigo publicado na edição de Agosto de 2024)
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Quinta de Santa Cristina Cave
Tinto - 2019 -
Quinta de Santa Cristina Cave
Branco - 2020 -
Quinta de Santa Cristina Cave
Branco - 2020 -
Quinta de Santa Cristina Cave
Branco - 2020 -
Quinta de Santa Cristina
Espumante - 2017 -
Quinta de Santa Cristina
Espumante - 2020 -
Quinta de Santa Cristina
Tinto - 2022 -
Quinta de Santa Cristina
Rosé - 2022 -
Quinta de Santa Cristina
Branco - 2020 -
Quinta de Santa Cristina
Branco - 2022 -
Quinta de Santa Cristina
Branco - 2023 -
Quinta de Santa Cristina
Branco - 2023 -
Quinta de Santa Cristina
Branco - 2023 -
Quinta de Santa Cristina
Branco - 2023 -
Quinta de Santa Cristina
Branco - 2023 -
Quinta de Santa Cristina
Branco - 2023 -
Quinta de Santa Cristina
Branco - 2023
Grande Prova: Alvarinho, Loureiro, Avesso e muito mais!
Quando nos referimos a região dos Vinhos Verdes, incluindo vinhos com IG Minho (a área de produção destes coincide com a DO Vinho Verde), falamos de uma região grande, com quase cinco dezenas de concelhos do noroeste do nosso país. O limite sul é próximo de Arouca (ainda que pouca gente o saiba). Transita depois […]
Quando nos referimos a região dos Vinhos Verdes, incluindo vinhos com IG Minho (a área de produção destes coincide com a DO Vinho Verde), falamos de uma região grande, com quase cinco dezenas de concelhos do noroeste do nosso país. O limite sul é próximo de Arouca (ainda que pouca gente o saiba). Transita depois por parte do Rio Douro e todo o Minho até à fronteira norte com Espanha, sempre com muita diversidade de territórios e de castas. Percorrendo as letras do abecedário, na região dos Vinhos Verdes podemos perder-nos entre Amarante ou Amares até Vizela ou Vila Verde, passando por Baião, Braga, Melgaço, Penafiel e Santo Tirso. Entre cada um destes territórios muda a latitude e a longitude, a proximidade ao oceano, e a altitude e os declives dos vários vales por onde os rios serpenteiam (Minho, Lima e Douro, entre outros, pois a região é abundante em água). No que a solos diz respeito, a matriz é claramente granítica. Mas podem existir faixas xistosas, quase sempre com propensão para solos ácidos e por vezes com textura franca. Já quanto a castas brancas, a nossa prova mostra-nos que Alvarinho, Avesso e Loureiro são apostas seguras para os vinhos com mais ambição. Mas a região tem mais, muito mais! É o caso do Arinto (Perdernã) presente em muitos lotes, Azal e Fernão Pires (ou Maria Gomes) que começam a renascer, Folgasão, Gouveio, Malvasia-Fina e Trajadura, entre mais meia dúzia apta a DO. Naturalmente, cada sub-região – e a região dos Vinhos Verdes tem muitas, quase uma dezena – tem as respetivas castas mais aptas e adaptados, como seja o Avesso em Baião, o Loureiro em Lima, e o Arinto espalhado por algumas sub-regiões como seja Amarante, Ave e Basto. Ainda no que a castas brancas respeita, as estrangeiras Chardonnay, Chenin, Riesling, e Sauvignon Blanc são permitidas com IG Minho, ainda que claramente minoritárias.
Ainda quanto à região, referimo-nos a uns impressionantes 17.300 hectares de vinha plantada, praticamente 9% da área de vinha portuguesa, espalhados por mais de 13000 produtores e três centenas de engarrafadores. Trata-se, sem dúvida, de uma região de sucesso crescente, com produções por hectare que conseguem beneficiar o produtor (facilmente rondando as 10 toneladas, e mais ainda para vinhos com menos ambição), e vinhos de perfil fresco e com boa acidez, em muitos casos com álcool mais baixo do que noutras regiões do país. Em 2022 comercializou-se 66.893.041 litros de vinho branco, metade para exportação, com as vendas numa tendência positiva (a exportação triplicou em menos de década e meia), ainda que mais estabilizada quanto aos últimos anos. Referindo-nos a 2022 em especial, o valor para a exportação cifrou-se nuns valorosos 81 milhões de euros. Com tantos números a seu favor, a região só pode crescer agora em valor, valorizando o seu produto e procurando, nem que seja moderadamente, aumentar o preço médio por garrafa que anda pelos 2,63€ na distribuição nacional.
Requalificação de vinhas, adegas e conceitos
Os bons resultados da região justificam-se também pela requalificação de muita vinha nos últimos 20 anos, reconversão de práticas agrícolas ultrapassadas e uma adaptação quase perfeita à tendência de termos anos mais quentes, decorrente do aquecimento global. Com efeito, mesmo em anos quentes, como foram 2019 e sobretudo 2022, com problemas em quase todas as regiões do nosso país, a região dos Vinhos Verdes consegue passar relativamente incólume mantendo frescura nos mostos. Os enólogos que contatámos confidenciaram-nos que, salvo uma ou outra exceção (foi o caso da primeira semana de agosto em 2018), as vinhas não têm sofrido na região com o escaldão e que, com o aumento da temperatura anual, existe atualmente mesmo mais consistência na produção e qualidade. É certo que a região é, por vezes, ainda fustigada com pragas e doenças, seja míldio, ódio ou flavescência dourada (tornando mais difícil a disseminação das práticas biológicas), que podem provocar quebras de 25% na produção (neste ano de 2024 já foram muitos os tratamentos para a maioria dos produtores) mas, mesmo assim, a produção anual consistente, o aumento da qualidade geral e a procura em alta mantém a atividade da vitivinicultura nos Vinhos Verdes como atrativa.
O nosso painel focou-se em vinhos brancos, pois estes representam quase 90% do que produz a região. Destes, abordámos os vinhos de categoria superior e de todas as sub-regiões, à exceção de Monção e Melgaço, por esta ser aquela a que mais nos temos dedicado, e quase sempre em exclusivo, em provas anteriores. Ora, as mais de duas dezenas de brancos que provámos podem ser divididas por grupos mais delimitados: por um lado, os monocasta de Alvarinho (de Gondomar a Lousada, passando por Felgueiras), por outro os Loureiro (quase todos do Vale do Rio Lima), e os Avesso (essencialmente de Baião do Vale do Douro), e ainda os restantes, muitos deles vinhos de lote com as castas anteriores e alguns outros monocastas de Azal, Gouveio e um até de Chardonnay. No final da prova, os Alvarinho mostraram o potencial da casta, mesmo fora do seu local de eleição, com vinhos com sabor, corpo e de bom recorte, vários deles com fermentação e estágio em barrica. Os Loureiro revelaram-se a alto nível – esplendorosos os de Anselmo Mendes e Ameal, dois dos três primeiros classificados –, com subtilezas florais e cítricas sem igual. Os vários Avesso em prova revelaram que são cada vez mais uma aposta segura do Vale do Douro, num perfil próprio, com mais cor e mais fruta madura do que os restantes, ainda que, num ou outro caso, não estejamos totalmente convencidos da vantagem da fermentação e estágio em barrica. Também os vinhos de lote mais tradicionais, com Alvarinho e Loureiro em mistura, e/ou com um pouco de Arinto, estiveram a muito bom nível, confirmando um perfil da região jovem e leve, de baixo álcool e perfeito para os dias mais quentes e para a gastronomia estival. E houve ainda lugar para algumas surpresas, caso do Azal de Márcio Lopes, do projeto Sem Igual (aqui com Arinto também) e do topo de gama do produtor Cazas Novas, três vinhos que têm tanto de tradicional, no que toca à viticultura, como de sofisticação na enologia!
Nota: o autor escreve segundo o novo acordo ortográfico
(Artigo publicado na edição de Agosto de 2024)
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Quinta de Lourosa
Branco - 2023 -
Quinta de Carapeços
Branco - 2022 -
Teixeiró
Branco - 2023 -
Pluma
Branco - 2020 -
Adega Ponte de Lima
Branco - 2022 -
Tojeira
Branco - 2022 -
Quinta do Tamariz
Branco - 2019 -
Quinta da Raza Vinha de Lamelas
Branco - 2022 -
Quinta da Lixa
Branco - 2019 -
Portal das Hortas
Branco - 2021
CAZAS NOVAS: A virar a região do Avesso
A região dos Vinhos Verdes apresenta uma longa e curiosa história. Muito longe vão os britânicos tempos em que os elegantes vinhos tintos, de cor aberta, eram embarcados a partir da foz do rio Lima, em Viana do Castelo, rumo a longínquas paragens. Mais tarde, esses mesmos tintos evoluíram para colorações bem mais fechadas e […]
A região dos Vinhos Verdes apresenta uma longa e curiosa história. Muito longe vão os britânicos tempos em que os elegantes vinhos tintos, de cor aberta, eram embarcados a partir da foz do rio Lima, em Viana do Castelo, rumo a longínquas paragens. Mais tarde, esses mesmos tintos evoluíram para colorações bem mais fechadas e retintas, servidos em alvas malgas capazes de estabelecer uma melhor ligação com a característica gastronomia tradicional minhota.
Esses novos tintos “de pintar a malga”, mais ao gosto das gentes do Minho, não receberam a mesma aceitação fora da região e o seu consumo ficou mais limitado às zonas de produção. Ainda assim, com a lenta passagem do tempo, alguns produtores ganharam elevada reputação e a procura os seus vinhos era grande, sendo transacionados por quantias bem interessantes, na época.
Na década de sessenta, a tradição começou a ganhar outras colorações. As produções de vinho branco começaram a aumentar anualmente e com elas iniciou-se uma reconquista de novos mercados. Ainda assim, a produção declarada de vinho branco, nesta época, oscilou entre os duzentos e cinquenta mil e os quinhentos mil hectolitros, enquanto a dos tintos chegou a ultrapassar os dois milhões de hectolitros. A mudança estava em curso.
Vinte anos mais tarde, o prolífico e reputado agrónomo Amândio Galhano escreveu sobre a enorme reestruturação das vinhas da região e apontava para a escolha das castas brancas, como a Trajadura e a Loureiro, em detrimento das tintas, Vinhão e Brancelho. A preferência pelas primeiras estava em linha com a procura dos mercados urbanos e internacionais por vinhos com características mais acídulas e frutadas.
No início da década de noventa assistiu-se a uma verdadeira revolução, os vinhos brancos ultrapassariam, pela primeira vez na história da região, a produção dos tintos. No final desse mesmo decénio, a produção declarada de tintos representou apenas 40% do total.
No seguimento desta radical mudança assistiu-se a uma curiosa especialização e alinhamento em função dos principais vales que abraçavam os rios da região. A norte, o vale do rio Minho continuou a especializar-se na casta nobre de elevado potencial enológico, a Alvarinho. No vale do rio Lima e zonas adjacentes a Braga, Penafiel e Lousada dedicaram-se mais especificamente às castas Loureiro, Pedernã (Arinto) e Trajadura. No extremo sul da região pontifica um imponente e extraordinário rio ibérico, o Douro. Nas suas margens que integram a região sub-região de Baião predominam a Azal e a Avesso.
No ano de 2022 a revolução encontra-se absolutamente normalizada: segundo dados da CVR dos Vinhos Verdes, a comercialização dos vinhos tintos cifrou-se em apenas 4% do total.
Baião, Avesso e Cazas Novas
A sub-região de Baião é uma das nove sub-regiões dos Vinhos Verdes e localiza-se no extremo sul, na fronteira com a região do Douro. Integra os concelhos de Baião e parte dos concelhos de Resende e Cinfães. Neste território encontram-se os solos mais pobres da região que, aliados ao clima muito quente no verão e mais frio e seco no inverno, são perfeitos para a evolução da casta Avesso, conhecida pela necessidade de calor para o desenvolvimento da sua maturação tardia. Em função do tempo de colheita, as uvas da casta podem demonstrar atributos de expressão aromática, acidez, frescura e concentração, revelando potencial enológico para vinhos com capacidade de envelhecimento.
O veículo em que nos deslocámos para conhecer o projecto Cazas Novas já conhecia a longa montanha russa e o lânguido serpentear da Serra do Marão e da Estrada Nacional 101, entre a saída da A4 e o vale do rio Douro. Os muitos quilómetros percorridos nos dois sentidos desta estrada já desgastaram muitas vezes os calços de travões, pneus e a caixa de velocidades de muitos visitantes, quase sempre com as vinhas da região do Douro como destino. No entanto, desta vez o destino seria um pouco mais a jusante do que o costume.
À espera, na localidade de Mínguas, próxima de Santa Marinha do Zêzere, em pleno vale do Douro, estava Vasco Magalhães, um dos quatro sócios e responsável pelo departamento de marketing e vendas do projeto Cazas Novas.
Cunha Coutinho, outro associado e principal impulsionador do projecto vitivinícola Cazas Novas, assume-se como um empreendedor com investimentos em diferentes áreas de negócio, mas tem procurado manter a ligação ao que verdadeiramente o apaixona, a terra. A enologia está a cargo de Diogo Lopes, uma personalidade da nova geração de profissionais que se encontra igualmente envolvido em outros projectos no Alentejo, Douro, Lisboa e Açores. Por fim, o mais recente sócio da parceria, André Miranda, que aporta toda a sua experiência enquanto produtor na terra onde nasceu, mais precisamente na região dos Vinhos Verdes.
O projecto Cazas Novas, criado em 2008, tem o seu centro nevrálgico na Quinta de Guimarães, património da família Cunha Coutinho há sete gerações, referiu Vasco Magalhães. Esta propriedade, juntamente com a Quinta das Cazas Novas e ainda duas outras debruçadas sobre o Douro, a Quinta do Adro e Quinta das Tias, agregam um património florestal e agrícola superior a 100 hectares, dos quais 24 são dedicados exclusivamente à viticultura da casta Avesso.
O Avesso domina
Esta é a maior área dedicada ao encepamento desta casta branca portuguesa, revela Vasco Magalhães, um verdadeiro tesouro concentrado num local considerado como de excelência para a expressão desta variedade tão exclusiva. O seu nome é ele próprio um enigma, sugerindo uma ideia de aversão ou hostilidade a algo. A casta não está entre as mais produtivas e, é um facto, fora do seu terroir de excelência, a viticultura não é fácil. Também por aí se define a sua exclusividade.
Vasco não tem dúvidas de que esta zona de transição entre os Vinhos Verdes e o Douro, e já com o rio como influência, com vinhas de encosta em solos de granito que enfrentam amplitudes térmicas elevadas, origina vinhos únicos, sem paralelo em qualquer outra região, que se caracterizam pela sua frescura, mineralidade e potencial de evolução. É o território da Avesso, casta que a Cazas Novas pretende guindar ao patamar de excelência e reconhecimento que a Alvarinho e a Loureiro já alcançaram.
O primeiro vinho engarrafado surgiu em 2008, Cazas Novas colheita, com a curiosa soma de 3333 garrafas. A partir de 2011, já com o apoio do enólogo Diogo Lopes e de Vasco Magalhães, desencadeou-se o estudo da casta Avesso e a base para o atual projecto vitivinícola. Este desenvolvimento motivou a introdução no mercado de duas novas referências: o Cazas Novas Pure e o Cazas Novas Origem.
Anualmente, as três referências que compõem o projecto perfazem cerca de trinta mil garrafas, sendo vinte e duas mil do Cazas Novas colheita, seis mil do Cazas Novas Pure e duas mil da referência topo de gama, Cazas Novas Origem.
Os resultados, são desde já, muitíssimo prometedores. E num futuro mais ou menos próximo será muito interessante perceber até que ponto o projecto Cazas Novas está, de facto, a mudar a percepção dos vinhos desta casta, dentro e fora da região.
(Artigo publicado na edição de Julho de 2024)
BARCOS WINES REFORÇA PORTEFÓLIO DA VINALDA NO VINHO VERDE
A Vinalda estabeleceu recentemente uma parceria com a Barcos Wines – Adega Ponte da Barca e Arcos de Valdevez, para a distribuição das suas marcas em Portugal. “Ao unirmos forças com a Vinalda, abrimos as portas a uma distribuição mais alargada e eficiente, para alcançarmos novos patamares de notoriedade em todo o País”, disse José […]
A Vinalda estabeleceu recentemente uma parceria com a Barcos Wines – Adega Ponte da Barca e Arcos de Valdevez, para a distribuição das suas marcas em Portugal.
“Ao unirmos forças com a Vinalda, abrimos as portas a uma distribuição mais alargada e eficiente, para alcançarmos novos patamares de notoriedade em todo o País”, disse José Oliveira, diretor geral e enólogo da Barcos Wines, após a conclusão do acordo entre as duas organizações. Já para Bruno Amaral, administrador da Vinalda, o estabelecimento da parceria é a resposta à necessidade da sua empresa ter, no seu portefólio, um produtor que completasse a sua oferta de vinhos da Região dos Vinhos Verdes. “Barcos Wines responde precisamente ao que pretendíamos, por ser uma empresa dinâmica, com vinhos de excelente relação qualidade-preço e uma imagem apelativa”. Assim, a partir de agora, as marcas Adega Ponte da Barca, Estreia e Vez passam a fazer parte da carteira da distribuidora na região do Vinho Verde.
Joana Santiago é a nova presidente da Associação de Produtores de Alvarinho de Monção e Melgaço
Joana Santiago, proprietária e enóloga da Quinta de Santiago, é a nova presidente de Direcção da Associação de Produtores de Alvarinho de Monção e Melgaço (APA). Ao ser eleita, Joana Santiago assume a presidência da Associação de Produtores de Alvarinho de Monção e Melgaço juntamente com os vice-presidentes Sara Covas e Paulo Cerdeira. Segundo a […]
Joana Santiago, proprietária e enóloga da Quinta de Santiago, é a nova presidente de Direcção da Associação de Produtores de Alvarinho de Monção e Melgaço (APA).
Ao ser eleita, Joana Santiago assume a presidência da Associação de Produtores de Alvarinho de Monção e Melgaço juntamente com os vice-presidentes Sara Covas e Paulo Cerdeira. Segundo a comunicação da associação, a produtora “partilha uma visão comum aos dois ex-presidentes Anselmo Mendes e Miguel Queimado, que se associam a esta nova direção, respectivamente, encabeçando a presidência do Conselho Fiscal e presidência da Assembleia Geral”.
Pelos dados da APA, em 2023 e até ao final do mês de Outubro, a sub-região de Monção e Melgaço produziu cerca de 6.430.000 litros de vinho certificado como “Monção e Melgaço”, representando mais de 70% do vinho certificado na Região dos Vinhos Verdes com Indicação de Sub-Região. Neste sentido, Joana Santiago comenta que, para si, é claro “o valor, reconhecimento e importância que o território reveste para os produtores de Monção e Melgaço, os quais privilegiam e fazem questão da aposição do nome do seu território nos vinhos produzidos e comercializados”.
A sub-região tem, desde 2017, um selo de certificação exclusivo “Monção e Melgaço”, que sublinha “a afirmação do território, da autenticidade, origem e qualidade dos seus vinhos”, lembra a Associação de Produtores de Alvarinho de Monção e Melgaço. “Este selo afirma um segmento de maior valorização na Região Demarcada dos Vinhos Verdes e assegura um posicionamento Premium nos mercados externos”, adianta a APA.
Vinhos Verdes “de Portas Abertas” em Setembro
No dia 2 de Setembro, 14 produtores da Rota dos Vinhos Verdes vão ser os protagonistas do “Dia de Portas Abertas”, uma iniciativa da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV). Neste sábado, os produtores, de vários pontos da região, vão proporcionar aos visitantes vários programas e actividades de enoturismo, como caminhadas na […]
No dia 2 de Setembro, 14 produtores da Rota dos Vinhos Verdes vão ser os protagonistas do “Dia de Portas Abertas”, uma iniciativa da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV).
Neste sábado, os produtores, de vários pontos da região, vão proporcionar aos visitantes vários programas e actividades de enoturismo, como caminhadas na vinha, provas de vinho, passeios de comboio turístico ou piqueniques na vinha, entre outras. Algumas das actividades são gratuitas, e por isso a CVRVV recomenda inscrição prévia no seu site.
Ao “Dia de Portas Abertas”, aderiram as seguintes empresas da região dos Vinhos Verdes: A&D Wines – Quinta de Santa Teresa (Baião), Adega Cooperativa de Monção (Monção), Casa da Tojeira (Cabeceiras de Basto), Quinta da Lixa/Monverde Wine Experience Hotel (Amarante), Palácio da Brejoeira (Monção), Quinta da Raza (Celorico de Basto), Quinta de Lourosa (Lousada), Quinta de Santa Cristina (Celorico de Basto), Quintas de Melgaço (Melgaço), Quinta de Soalheiro (Melgaço), Quinta de Tamariz (Barcelos), Quinta das Arcas (Valongo), Edmun do Val (Valença do Minho) e Quinta da Aveleda (Penafiel).
Dora Simões, presidente da CVRVV, explica que “o Dia de Portas Abertas é o momento em que, anualmente, a Rota dos Vinhos Verdes se mostra ao público com actividades de várias quintas em simultâneo, propondo experiências e actividades variadas que permitem descobrir mais sobre os produtores da Região. No primeiro sábado de Setembro, mesmo em vésperas da azáfama da vindima, há programas para famílias e para enófilos, mostrando o enoturismo como uma proposta de lazer para diferentes gostos”.
A Rota dos Vinhos Verdes abrange 48 concelhos, nos quais o Vinho Verde serve de mote para explorar quintas, adegas, restaurantes, alojamentos e outras empresas turísticas.
Quinta do Regueiro sobe valor mínimo a pagar pela uva Alvarinho
Depois de, em 2022, ter elevado o preço por quilo a pagar aos produtores de uva Alvarinho para €1,25, Paulo Cerdeira Rodrigues, proprietário da Quinta do Regueiro, estabelece agora um novo mínimo, a aplicar já na vindima de 2023. “Este ano estamos a pensar subir mais um pouco, para €1,50”, declara o produtor de Melgaço […]
Depois de, em 2022, ter elevado o preço por quilo a pagar aos produtores de uva Alvarinho para €1,25, Paulo Cerdeira Rodrigues, proprietário da Quinta do Regueiro, estabelece agora um novo mínimo, a aplicar já na vindima de 2023. “Este ano estamos a pensar subir mais um pouco, para €1,50”, declara o produtor de Melgaço — criador de vinhos como Quinta do Regueiro Primitivo, Jurássico ou Maturado — que garante estar já “em condições de assumir este valor, sem pôr em causa o negócio”.
Segundo noticiou a vozdemelgaco.pt, o objectivo de Paulo Cerdeira Rodrigues é gerar mais reconhecimento para os agricultores dentro da sub-região de Monção e Melgaço, e abrir a discussão dos preços por quilo de uva, dando o exemplo.
“Antes de ser produtor de vinho, vejo-me como produtor de uva. Trabalhamos muito esse sector primário, tentamos percebê-lo e ver como deve funcionar no futuro para que seja rentável, não só para nós, mas para a região em si”, refere.
Em contrapartida, Paulo Cerdeira Rodrigues reconhece que, com os preços actuais dos vinhos no mercado nacional (como indica a vozdemelgaço.pt, um Alvarinho clássico da Quinta do Regueiro pode custar entre 9 e 10 euros) o que equilibra as contas, e permite incorrer em despesas maiores, é a exportação. “O nosso país, por vezes, é pequeno para tanto vinho a esse patamar de preço. Acredito que um dos sucessos da região é que as empresas andem todas na ordem dos 30, 40% na exportação, onde se trabalha com mercados como os Estados Unidos, mercados nórdicos ou asiáticos, com valor acrescentado, e em países com poder de compra”, remata Paulo Cerdeira Rodrigues.