Sara Matos é a nova cara dos Vinhos do Alentejo

Sara Matos

A atriz Sara Matos é a nova embaixadora dos Vinhos do Alentejo, o rosto da campanha Tesouros do Alentejo, que será lançada oficialmente na semana de 21 de Outubro. A sua selecção reflete, segundo a CVR Alentejo, “a ligação da marca com figuras autênticas e inspiradoras, para representar a excelência, sustentabilidade e singularidade que caracterizam […]

A atriz Sara Matos é a nova embaixadora dos Vinhos do Alentejo, o rosto da campanha Tesouros do Alentejo, que será lançada oficialmente na semana de 21 de Outubro. A sua selecção reflete, segundo a CVR Alentejo, “a ligação da marca com figuras autênticas e inspiradoras, para representar a excelência, sustentabilidade e singularidade que caracterizam os vinhos desta região”.

A campanha “Tesouros do Alentejo” é uma iniciativa da Comissão Vitivinícola Regional, que culmina com um evento que decorre no dia 25 de Outubro no Museu do Tesouro Real, Lisboa, onde 15 grandes vinhos da região serão harmonizados com gastronomia de inspiração alentejana, enquanto os convidados desfrutam de performances de Cante Alentejano e de um concerto Candlelight, num ambiente inusitado e intimista, à volta de um dos maiores cofres fortes do mundo.

Para Francisco Mateus, presidente da CVRA, “este evento e a campanha que o acompanha são uma forma de mostrar a diversidade e o compromisso dos nossos produtores com a sustentabilidade e a autenticidade dos vinhos do Alentejo. Ter a Sara Matos como embaixadora permite-nos aproximar o público da nossa história e dos nossos vinhos.”

A campanha será acompanhada de uma série de ações ao longo do ano, com destaque para visitas a quintas e provas de vinhos exclusivas, desenhadas para aproximar o público ao legado vinícola alentejano.

Vinhos do Alentejo estreiam-se no Museu do Tesouro Real

Vinhos do Alentejo

A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) vai revolucionar os eventos vínicos em Portugal, com a estreia do “Tesouros do Alentejo”. A 25 de Outubro, pelas 20h00, o Museu do Tesouro Real (Calçada da Ajuda, 1300-012 Lisboa) vai ser palco de uma noite sem igual, durante a qual 15 grandes vinhos do Alentejo serão harmonizados com […]

A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) vai revolucionar os eventos vínicos em Portugal, com a estreia do “Tesouros do Alentejo”.

A 25 de Outubro, pelas 20h00, o Museu do Tesouro Real (Calçada da Ajuda, 1300-012 Lisboa) vai ser palco de uma noite sem igual, durante a qual 15 grandes vinhos do Alentejo serão harmonizados com gastronomia de inspiração alentejana, durante quatro horas de muitas surpresas.

O evento, que se pretende posicionar como disruptivo no sector, vai contar com projecção vídeo e um concerto de Global Club Music com a assinatura de João Barbosa, Branko, DJ, produtor de música e um dos fundadores do Buraka Som Sistema. Vai mostrar como a sua música se funde com a natureza e os vinhos do Alentejo.

No “Tesouros do Alentejo” haverá ainda lugar a uma performance improvável de Cante Alentejano com um evento Fever Original, os emblemáticos concertos Candlelight. Tudo isto acontece num local inusitado, à volta de uma caixa forte dourada, um dos maiores cofres fortes do mundo.

O evento “Tesouros do Alentejo” marca ainda o lançamento de uma nova campanha da CVRA, que pretende destacar a excelência dos vinhos do Alentejo e de toda a região, cruzando a sustentabilidade com a autenticidade e a singularidade. A campanha será conhecida na semana de 21 de Outubro.

Évora Wine 2022 arranca hoje, com mais de 200 vinhos

ÉVORA WINE 2022

A sétima edição do evento ÉVORA WINE — que acontece na Praça do Giraldo, em Évora, fruto de uma parceria entre o Turismo do Alentejo, a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, a Confraria dos Enófilos do Alentejo e a Câmara Municipal de Évora — começa hoje, dia 26 de Maio de 2022, e durará até sábado, […]

A sétima edição do evento ÉVORA WINE — que acontece na Praça do Giraldo, em Évora, fruto de uma parceria entre o Turismo do Alentejo, a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, a Confraria dos Enófilos do Alentejo e a Câmara Municipal de Évora — começa hoje, dia 26 de Maio de 2022, e durará até sábado, 28 de Maio.

Ao juntar vinhos, gastronomia, cultura e turismo de todas as sub-regiões do Alentejo, o ÉVORA WINE 2022 terá 40 produtores de vinho presentes, com mais de 200 vinhos em prova. Estamos, assim, perante a maior edição de sempre desde evento.

A entrada é livre, sendo que o copo, e respectiva bolsa de transporte, tem um custo de €9 para um só dia, ou de €15 para todo o evento.

Depois das iniciativas de hoje, em jeito de “pré-convívio”, haverá uma sessão de abertura na sexta-feira às 18h00, na Rota dos Vinhos do Alentejo (R. Cinco de Outubro no 88, 7000-854 Évora), que contará com a presença da Secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques.

O programa completo do ÉVORA WINE 2022, como partilhado pela CVRA:

Quinta-feira – 26/05
17h00 – Andanças do Vinho e do Petisco
Restaurante D ́Ibérica (Rua do Raimundo no 33, 7000-661 Évora)

20h00 – Jantar “Celebrar o Alentejo”
Quinta Nova do Degebe – Galhetas (Estrada do Redondo, 7005-210 Évora)

> Apresentação do trailer do filme biográfico sobre o Eng. Francisco Colaço do Rosário, “Terroir – o Alentejo, as suas castas e o homem que pensou os vinhos”, cujo lançamento vai ser realizado no dia 27 maio, no fórum da FEA.
> Entrega dos Prémios “Por todo o Alentejo” por Francisco Mateus, Vítor Silva e Carlos Pinto Sá.
> Entrega dos prémios “Melhores Vinhos do Alentejo”, pela Confraria dos Enófilos do Alentejo.
> Destaque para o lançamento do livro “Tabernas do Alentejo – arte e ciência”, assinado por Ana Costa Freitas, Francisco Mateus, Rui Dias, Rute Sousa Matos, Francisco Themudo Barata, Sandra Dourado, Paulo Piçarra, Luís Abílio, Vanessa Schnitzer e Carlos Cupeto. Este lançamento realiza-se a 27 maio, na abertura do Évora Wine, na Rota dos Vinhos do Alentejo.

Sexta-feira – 27/05
15h30 – Palestra sobre Sustentabilidade, com Francisco Mateus
Fórum da Fundação Eugénio de Almeida (Páteo de S. Miguel, Apartado 2001, 7001- 901 Évora)

16h00 – Sessão oficial de apresentação do filme biográfico sobre o Eng. Francisco Colaço do Rosário, “Terroir – o Alentejo, as suas castas e o homem que pensou os vinhos”
Fórum da Fundação Eugénio de Almeida (Páteo de S. Miguel, Apartado 2001, 7001- 901 Évora)
*lugares limitados

18h00 – Sessão de inauguração do Évora Wine
Rota dos Vinhos do Alentejo (R. Cinco de Outubro no 88, 7000-854 Évora) > Apresentação do livro “Tabernas do Alentejo – arte & ciência”

18h00 – Abertura de portas do Évora Wine
Praça do Giraldo, Évora
> Provas de vinhos e petiscos alentejanos
> Atuações de Cante Alentejano Os Almocreves, Jazz com Rodrigo Lino e da Banda Dose Dupla.

19h30 – Showcooking a cargo da Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre

Sábado – 28/05
16h00 – Transmissão do filme biográfico sobre o Eng. Francisco Colaço do Rosário, “Terroir – o Alentejo, as suas castas e o homem que pensou os vinhos” Auditório Grande do Colégio Espírito Santo da Universidade de Évora (R. do Cardeal Rei 6, 7000-645 Évora)

18h00 – Évora Wine
Praça do Giraldo, Évora
> Provas de vinhos e petiscos alentejanos
> Atuações de Grupo Sevilhanas, Fado Jorge Gato acompanhado por Filipe Núncio e da Banda Pedro, Raquel, Francisco & Friends.

19h30 – Showcooking a cargo da Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre
Praça do Giraldo, Évora

Adega de Redondo: Nova imagem, vinhos surpreendentes

Adega Redondo vinhos

Em Portugal muitos conhecem a marca icónica Porta da Ravessa, mas talvez nem todos saibam que o vinho é produzido pela Adega de Redondo, pois a fama desta brand ultrapassou o seu criador. Sofreu uma transformação recentemente e agora apresenta uma nova imagem aliada a significativo acréscimo qualitativo. Texto: Valéria Zeferino Fotos: Adega Coop. de […]

Em Portugal muitos conhecem a marca icónica Porta da Ravessa, mas talvez nem todos saibam que o vinho é produzido pela Adega de Redondo, pois a fama desta brand ultrapassou o seu criador. Sofreu uma transformação recentemente e agora apresenta uma nova imagem aliada a significativo acréscimo qualitativo.

Texto: Valéria Zeferino
Fotos: Adega Coop. de Redondo

O moderno conceito de storytelling obriga hoje em dia muitos produtores a inventar histórias à volta das suas marcas para comunicar ao consumidor. Mas há empresas que não precisam de inventar nada, pois a história da sua marca é bem real e antiga. É o caso da icónica Porta da Ravessa responsável por cerca de 50% da faturação da empresa. Aliás, é um verdadeiro case study em como a popularidade da marca tornou célebre o lugar histórico em que foi inspirada. Mas vamos por partes.

A marca Porta da Ravessa surgiu na década de 90 do século passado, a seguir à Real Lavrador, lançada pela Adega de Redondo em 1985. Na altura foi uma inovação em relação à prática de colocar nos rótulos simplesmente o nome do produtor e da origem. A primeira marca homenageava o Rei D. Dinis, “O Lavrador”, figura incontornável na história de Portugal e particularmente de Redondo, concedendo à vila a carta de foral em 1318. Hoje a marca Real Lavrador já não tem conotação com realeza, mas com os verdadeiros lavradores, sendo a imagem do rei substituída pelas pegadas de botas, deixadas na terra.

A história da Porta da Ravessa está ligada ao Castelo de Redondo de traços góticos no centro da Vila. O acesso ao interior do recinto faz-se por duas portas, reforçadas por duas torres de cada lado: a Porta do Postigo virada a poente, por onde sai o caminho em direcção a Évora, e a Porta da Ravessa virada a nascente que dava acesso à feira da povoação. Em cima da porta fica o brasão das armas de Portugal e na pilastra que sustenta o arco do lado direito encontra-se gravado o padrão das medidas lineares utilizadas no Portugal medieval para comercializar tecidos:  a vara, correspondente a cinco palmos (110 cm) e o côvado correspondente a três palmos (66 cm). Estas marcas do século XIV são bem visíveis ainda hoje.

No final dos anos 90 houve um grande investimento em comunicação e marketing incluindo anúncios na rádio e TV, patrocínio dos jogos de futebol e desportos motorizados (com Pedro Lamy nas competições de Fórmula 1 e Carlos Sousa no Paris Dakar). A adega tinha uma equipa de ciclismo profissional que em 2000 ganhou a Volta a Portugal com Vitor Gamito. Esta estratégia deu os seus resultados e em 2004 a Porta da Ravessa era uma super brand não só no Alentejo, mas em Portugal inteiro e claramente contribuiu para a popularidade dos vinhos do Alentejo no mercado interno. Os turistas, ao visitar o Castelo de Redondo, impreterivelmente procuram a tal Porta da Ravessa retratada no rótulo.

Na altura de 2010/2011 a Adega de Redondo passou por um período difícil e teve que fazer um saneamento financeiro e rever a sua estrutura de custos. Todo o reconhecimento que a marca ganhou, conseguiu-se manter ao longo dos anos, graças à excelente relação qualidade/preço. Ainda há 3 anos de acordo como índice Nielsen, a Porta da Ravessa era a terceira marca mais vendida em volume e quinta em valor.

No ano passado, no meio de pandemia, decorreu silenciosamente uma grande renovação da imagem de todas as marcas e da própria adega. A imagem da Porta da Ravessa no rótulo ficou mais estilizada com traço moderno, destacando os elementos gráficos do brasão das armas em cima e da vara e côvado. A nova apresentação visa ser apelativa na conquista do consumidor mais jovem.

Equipa jovem e dinâmica

 A Adega de Redondo é o maior empregador privado do concelho e conta com 57 funcionários, entre os mais antigos, como o adegueiro que trabalha lá há 40 anos e dizem a brincar que “está casado com a adega”, e mais recentes, jovens e dinâmicos, competentes e dedicados como o Director Geral Nuno Pinheiro de Almeida e o Director Comercial Bernardo Malhador.

A enóloga Mariana Cavaca é responsável de produção. Ao finalizar o Mestrado em Enologia e Viticultura no ISA, estagiou na Quinta do Crasto e reconhece Manuel Lobo como o seu primeiro orientador na profissão escolhida. Depois trabalhou na Solar dos Lobos e Tiago Cabaço Winery. Em 2016 ingressou na Adega de Redondo, no início a trabalhar com Pedro Hipólito, que também considera seu mentor. Desde 2021 assumiu a responsabilidade como Directora de Enologia.

O trabalho de Mariana não tem nada a ver com glamour de estar numa propriedade com um nome sonante. Na altura de vindima, entram 600 toneladas de uva por dia! A produção de vinho em grande volume não deixa margem para passos arriscados, nem perdoa a falta de profissionalismo. A consistência é a palavra chave. Produzir cerca de 15 milhões de garrafas por ano, coerentes em diversas gamas, mantendo a consistência colheita após colheita, é obra. Juntemos aqui a dificuldade acrescida de trabalhar com duas centenas de sócios, sendo que para muitos deles a viticultura é uma actividade adicional. O que vale é que 40 sócios são responsáveis por 80% da produção (32 sócios têm mais de 20 ha cada). Estes já têm uma visão mais empresarial e noção que quanto melhor for a qualidade de uva que entregam, melhor será para a Adega e, consequentemente, para eles. A Adega de Redondo, por sua vez, tem uma atitude de acompanhamento e aconselhamento, não de imposição.

Adega Redondo Vinhos
Mariana Cavaca, enóloga e responsável pela produção.

A equipa de viticultura levou a cabo o cadastro de vinhas e castas de todos os sócios, que é actualizado anualmente. Isto permite a gestão de perfis de vinhos, a consistência de qualidade e separação de uva logo na vindima por via de conhecimento sobre o potencial da matéria prima por parcela, por casta e por sócio.

Para assegurar a qualidade de colheita em cada ano, foi elaborado o Programa de Qualidade para vinhos tintos, brancos e rosés que estabelece requisitos de qualidade e os incentivos relacionados, que é actualizado todos os anos pela equipa de enologia e viticultura.

Por exemplo, de acordo com o Programa de Qualidade, as uvas deverão apresentar um bom estado sanitário e estar maduras, mas sem sobrematuração, ou seja as castas brancas têm de apresentar o álcool provável entre as 11 a as 12,5%, com excepção do Arinto que pode ser vindimado com 10,5% para contribuir com a sua acidez natural aos lotes; as referências para as castas tintas podem variar dos 13 às 15%. Privilegia-se a entrega por casta e não em conjunto, pois isto permite uma melhor gestão dos lotes na vinificação (a Tinta Caiada, por exemplo, está mesmo proibida de entrar misturada com outras castas). Se houver problemas fitossanitárias, a uva não vai para a produção de vinho, segue para destilação. Ao fazer lotes também é preciso paciência e concentração. Ensaiam primeiro tudo na sala de provas, pois “30-40 mil litros fazem diferença nos 4 milhões”, explica Mariana.

As instalações são bem equipadas e para além de cubas de cimento antigas de uma arquitectura bonita e pouco comum, dispõe de cubas de inox e 10 cubas com sistema Ganimede capazes de receber 120 toneladas de uva e que dão óptimos resultados – uma remontagem bem feita, extração de cor e parte aromática sem dilaceração de películas, fermentação rápida, grande poupança da energia, exigindo pouca mão-de-obra. Na unidade de acabamento de vinhos, brilha um filtro tangencial para uma filtração delicada e de baixo impacto ambiental. Também há uma sala de barricas para o estágio dos topos de gama da Adega.

Metodicamente investe-se na modernização. Os investimentos mais recentes incluem um novo armazem destinado a produto acabado, o que permite aumentar o tempo de estágio, e uma nova linha de engarrafamento com capacidade para 14 mil garrafas/hora.

É claro que há sempre mais algum “brinquedo” que Mariana gostava de ter na sua sala de vinificações para realizar novas ideias, porque há sempre espaço para introdução de melhorias nos processos enológicos. Contudo, está satisfeita com o seu trabalho. “Sinto-me orgulhosa a provar os vinhos da nossa adega” – diz a enóloga e tem toda a razão, pois as gamas são bem definidas, com consistentes patamares de qualidade dentro de diferentes referências (tem mais marcas para além da Porta da Ravessa e Real Lavrador). Alguns dos vinhos só têm um problema – são escandalosamente baratos. Por exemplo, se me dissessem que o Porta da Ravessa Reserva branco com PVP 6 euros, custava 10 ou 12 euros, não me sentiria defraudada pela qualidade que apresenta e prazer que proporciona. Infelizmente, a guerra de preços dos vinhos neste país, com a pressão dos hipermercados e a aplicação de “descontos” absurdos de 50-70%, deixa os produtores de mãos atados.

Com forte presença dos vinhos da Adega de Redondo no mercado nacional, a exportação corresponde apenas a 15-17% de produção. O mercado nº1 é o Brasil, e também há operações nos Estados Unidos, Rússia, Polónia e “mercado da saudade”. Curiosamente, é mais fácil vender os vinhos lá fora, nota Bernardo Malhador, porque não existe o “estigma” dos “vinhos de adegas cooperativas” e o consumidor não faz juízo de valor em relação ao produtor ser mais ou menos “nobre”: se gosta do vinho, compra-o.

(Artigo publicado na edição de Março de 2022)

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Quinta da Plansel: Pragmatismo alemão, alma alentejana

quinta da Plansel

Montemor-o-Novo ficou mais rico em 1975, com o nascimento da Quinta da Plansel. Quem lá chegou vinha de fora de Portugal, com clones de videira na bagageira, e nunca mais quis sair. Hoje, este projecto continua próspero, e apresenta novas colheitas com imagem renovada. Texto: Mariana Lopes Fotos: Quinta da Plansel É uma estória que […]

Montemor-o-Novo ficou mais rico em 1975, com o nascimento da Quinta da Plansel. Quem lá chegou vinha de fora de Portugal, com clones de videira na bagageira, e nunca mais quis sair. Hoje, este projecto continua próspero, e apresenta novas colheitas com imagem renovada.

Texto: Mariana Lopes
Fotos: Quinta da Plansel

É uma estória que já é história, e que muitos não conhecem. Hans Jörg Böhm —conhecido entre os portugueses por Jorge Bohm — é um alemão descendente de uma família ligada ao vinho há mais de 200 anos, sobretudo à comercialização, no estado da Renânia-Palatinado. Em 1961, há quase 60 anos, o seu veleiro naufragou no porto de Cascais e Jörg viu-se obrigado a desembarcar e permanecer durante algum tempo em Portugal. Aqui, o destino de toda uma família mudou. Böhm conheceu, por este acaso, várias paisagens portuguesas, apaixonou-se por elas e, quando retornou à Alemanha, foi com “termo certo”. Mais tarde, acabaria por regressar de vez, e em 1975, já como viveirista na área da viticultura, adquiriu uma propriedade em Montemor-o-Novo, aquela que viria a ser a Quinta da Plansel. Depois de muitos anos a estudar, aprofundar o conhecimento e escrever sobre as castas, as videiras e os clones (e até a aplicar todo esse conhecimento no terreno), foi-lhe conferido, em 2005, a Comenda de Mérito Agrícola, por parte da Presidência da República. A palavra “Plansel” é, precisamente, uma referência a Plan(ta) Sel(eccionada). “Portugal Vitícola – O Grande Livro das Castas” é a sua obra escrita mais aclamada no país e lá fora, mas Jörg, frequentemente encontrado na sua impressionante biblioteca na Quinta da Plansel, tem muitos outros livros publicados, uma bibliografia onde também se destaca o “Atlas das Castas da Península Ibérica”.

Plansel alma alentejana
Vinha da capela de Sta. Margarida.

 

Mas, não cabendo dentro de si toda a dedicação e paixão pelas castas portuguesas, Böhm acabou por transbordar tudo isso para a sua filha, Dorina Lindemann, que se formou em enologia e viticultura na Universidade de Geinsenheim, na Alemanha. Em 1996, Dorina criou o projecto de vinhos na Quinta da Plansel, e fez o primeiro vinho, 1500 garrafas do espumante Al-Xam, nome inspirado em Alentejo e Champanhe. Logo a seguir veio o primeiro Plansel, um tinto. Em 2004, juntou-se à equipa o enólogo Carlos Ramos que, juntamente com Dorina, ainda hoje faz os vinhos do já muito completo portefólio da casa, que inclui referências das marcas Marquês de Montemor, Plansel, DL, Capela de Sta. Margarida (bio) e também os topo de gama com os nomes de Dorina e das suas duas filhas, Luísa e Júlia, ambas já integradas no projecto, a primeira na enologia e viticultura e a última no marketing, publicidade e relações públicas.

A Quinta da Plansel é peculiar, tanto pela forte interligação com o estudo da planta, pela parte de Jörg, como pelo conceito imprimido nos vinhos por Dorina, mas também pela localização e características únicas da propriedade. O rio Almançor, por exemplo, atravessa a quinta a meio e, em época de chuva (que coincidiu com a nossa visita), para entrar lá entrar de carro é necessário passar por uma parte totalmente alagada. Outro pormenor assenta na impressionante colecção de arte do século XX, de Jörg, que ilustra o edifício por dentro e por fora, conferindo um “fun side” ao local. A Quinta em si tem cerca de vinte hectares mas, no total, a Plansel tem 75 hectares de vinha própria, divididos por três zonas, com a mais distante a apenas 10 quilómetros da Quinta, e a mais antiga com 30 anos de idade. Uma dessas três vinhas é biológica e tem, na mesma propriedade, uma capela do século XIII, de Santa Margarida, a mais antiga da região de Montemor. Plantadas por Jörg Böhm, as principais castas presentes no encepamento da empresa são as brancas Alvarinho, Arinto, Verdelho, Gouveio e Viosinho, e as tintas Touriga Nacional (a mais plantada), Aragonez, Tinta Barroca, Touriga Franca, Alicante Bouschet e Castelão. A presença, a poucos quilómetros, da Serra de Monforado, protege estas vinhas dos ventos quentes de Verão, fazendo com que, naquele terroir, se façam sentir menos dois ou três graus centígrados (por vezes menos ainda) relativamente a Évora, o que é importante para as uvas.

Plansel alma alentejana
Jorge Böhm na sua impressionante biblioteca.

Os vinhos (segundo a equipa, feitos apenas das próprias vinhas), por sua vez, são totalmente “a cara” de Dorina, agora com nova imagem, da autoria do Atelier Rita Rivotti. A perdição da enóloga por castas originárias do Norte de Portugal, sobretudo pela Tinta Barroca, do Douro, tornam este projecto verdadeiramente diferente. A gama DL, por exemplo, inclui vinhos apenas de variedades nortenhas. Antes de provarmos algumas novidades, pudemos constatar em colheitas mais antigas — de 2007, 2010 e 2014 — que a Barroca tem ali o seu lugar, com uma qualidade e longevidade muito interessantes. Naturalmente, também as típicas do Alentejo têm muita importância, e a Quinta da Plansel continua a ter alma alentejana. E isso vê-se também na família que, apesar do “pedigree” alemão, está já muito enraizada na “região das planícies”. É bonito de se ver e de se beber, e vale a pena conhecer.

Plansel alma alentejana(Artigo publicado na edição de Janeiro de 2021)

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Vinhos do Alentejo organizam Curso de Prova solidário

Vinhos Alentejo Curso Prova

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]No dia 13 de Novembro de 2021, sábado, a Rota dos Vinhos do Alentejo abre portas para um Curso de Iniciação à Prova, que durará das 09h30 às 17h00. Esta é uma iniciativa solidária, cuja totalidade das […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]No dia 13 de Novembro de 2021, sábado, a Rota dos Vinhos do Alentejo abre portas para um Curso de Iniciação à Prova, que durará das 09h30 às 17h00. Esta é uma iniciativa solidária, cuja totalidade das receitas geradas pelas inscrições será doada ao Agrupamento 890 dos Escuteiros de Évora.

O Curso de Iniciação à Prova será orientado por Luís Pedro Amorim, coordenador da câmara de provadores da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), que dotará os participantes dos conceitos básicos de vinho e de prova, como conhecimentos preliminares sobre a análise sensorial de vinhos, a fisiologia dos sentidos, aromas e gostos elementares, ou a harmonização entre vinho e as mais variadas opções gastronómicas. 

A inscrição (limitada aos primeiros 15 interessados e através do e-mail geral.890@escutismo.pt) tem um custo de 50 euros e inclui, para além das provas de diferentes tipos de vinhos alentejanos, um almoço tradicional harmonizado com vinhos da região.

Segundo a CVRA, “a iniciativa pretende promover a geração de impactos sociais positivos nas comunidades envolventes e enquadra-se no âmbito do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo, uma iniciativa inédita em Portugal que trabalha na promoção de práticas mais sustentáveis ao nível ambiental, social e económico nas vinhas e adegas alentejanas, assim como junto dos colaboradores, familiares e comunidades envolventes”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Amanhã há sunset no Alqueva com Vinhos do Alentejo

alqueva vinhos alentejo

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Este sábado, dia 2 de Outubro, a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana é anfitriã do “Alqueva Sunset”, que vai juntar muita diversão e descontracção aos Vinhos do Alentejo e às sugestões japonesas, sobretudo sushi, do chef Kenzo. O embarque está agendado para as 18h00 na Amieira Marina, em Portel.

O pôr-do-sol, no maior lago artificial da Europa, será harmonizado com os vinhos da Herdade dos Medeiros, Quinta do Paral, Herdade da Calada, Adega Cooperativa de Redondo, Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito, e da Adega do Montado.

A festa que junta amantes de vinho, produtores e enólogos a bordo terá as escolhas do DJ Bruno Silva como banda sonora, e termina às 21h00, momento do regresso da embarcação à Amieira Marina.

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Monte da Ravasqueira: Uma carta de amor ao Alentejo

Monte da Ravasqueira Alentejo

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Há três gerações que a família Mello é proprietária do Monte da Ravasqueira, em Arraiolos, mas foi na segunda que o projecto de vinhos nasceu. Hoje, é um negócio sólido e consolidado, e isso reflecte-se num portfólio de luxo.

Texto: Mariana Lopes
Fotos: Ricardo Gomez

Monte da Ravasqueira familia Mello
Monte da Ravasqueira em Arraiolos

“Ex.ᵐᵒ Senhor, / Sou apenas um aprendiz de vitivinicultura pois só há pouco comecei a ter a vinha plantada na minha propriedade da Ravasqueira, em Arraiolos, com a adega em fase de construção.”. Assim começa a carta escrita, em 2002, por José Manuel de Mello — segunda geração de proprietários do Monte da Ravasqueira — a Luís Lopes (à data, Director da Revista de Vinhos). O seu pai, D. Manuel de Mello, havia adquirido a propriedade em 1943, como casa de família e refúgio de campo, e viria em 1966 a falecer, deixando tudo nas mãos do filho. Com uma grande paixão pelo Alentejo e pelo seu monte, José de Mello dedicou-se ali à agricultura e ao apuramento da raça do Cavalo Lusitano, mas também à plantação de vinha, na esperança de vir a realizar um sonho, que era o de transformar a Ravasqueira num projecto vitivinícola de sucesso e de grande qualidade. Hoje, e desde 2009, são os seus doze filhos que gerem a empresa e o Monte liderados pelo mais novo, Pedro de Mello, vice-presidente do Grupo José de Mello e presidente do Conselho de Administração do Monte da Ravasqueira. O engenheiro agrónomo e enólogo Pedro Pereira Gonçalves é o seu braço direito no negócio do vinho, como administrador executivo e chefe de enologia, apoiado neste campo pelo enólogo assistente Vasco Rosa Santos.

É em 1998 que o sonho começa a materializar-se, com a plantação das primeiras vinhas. José de Mello — “muito de pormenores e interventivo”, diz o seu filho Pedro — tinha levado até esse momento vários estudos geológicos para a escolha das melhores castas a plantar, juntamente com consultores das Universidades de Évora, Trás-os-Montes e Bordéus. Tudo isto deu-se pouco depois de um acontecimento importante para a família: em 1996, uma equipa de quatro Cavalos Lusitanos da Ravasqueira foi Campeã do Mundo de Atrelagem, na Bélgica. Foi a primeira grande vitória de Cavalos Lusitanos numa competição mundial. Esta sempre foi uma dimensão importante do projecto, e por isso há na propriedade um Museu das Atrelagens, com exemplares de vários épocas e séculos. Este é só mais um dos ex-libris da casa brasonada, pintada com branco e com o azul inconfundível de assinatura Ravasqueira. Com várias valências, incluindo o enoturismo que está agora em pausa (para protecção de toda a equipa), é gerida por Cristina Azevedo Coutinho, irmã de Pedro de Mello e administradora executiva.

O sonho começa aqui

Em 2001, surge o primeiro vinho, Monte da Ravasqueira 1ª Colheita tinto 2001, apenas um ensaio para consumo interno, que nunca chegou ao mercado, mas que foi como um pontapé de saída para todos os que ainda estavam para vir, começando no primeiro vinho comercializado já da colheita seguinte, o Monte da Ravasqueira Fonte da Serrana tinto 2002. “O 2001 foi pisado pelos netos do meu pai e feito em talha”, conta Pedro de Mello, “é uma relíquia que temos guardada e que raramente abrimos”. Actualmente, dos 3 mil hectares de extensão total, cinquenta são de vinha. Como manda a tradição das grandes herdades alentejanas, o Monte da Ravasqueira abrange várias actividades agrícolas, sobretudo a cortiça, o mel, o azeite, a comercialização de gado bovino e a engorda de porco preto. No entanto, e aqui a contrariar a tendência, o negócio principal é, de facto, o vinho, produzido sob a umbrela Sociedade Agrícola D. Diniz. As quinze castas presentes no Monte, estão distribuídas por vinte e nove talhões, e plantadas em oito solos distintos — onde predomina o granito —, em vinhas que lembram um refúgio, por estarem rodeadas de floresta com choupos, azinheiras e muitas outras espécies de árvores. As variedades brancas são as tradicionais do Alentejo, como Roupeiro, Antão Vaz e Arinto, mas também algumas autóctones de outras regiões, como Alvarinho, Viognier, Marsanne, Sauvignon Blanc e Semillon. Nas tintas, o encepamento passa por Touriga Nacional, Syrah (estas duas em maioria), Aragonez, Alicante Bouschet e Touriga Franca, mas também Petit Verdot, Nero d’Avola e Sangiovese. Pedro Pereira Gonçalves, que em 2012 revolucionou a estratégia do projecto de vinhos da empresa, refere que ali “havia Cabernet Sauvignon, mas foi totalmente reenxertado com Syrah. É importante para o vinho Ravasqueira Reserva da Família, pois permite manter a consistência ano após ano”. Reserva da Família, em branco e tinto, é uma das marcas mais importantes da casa, designada até 2015 apenas por “Reserva”. São as vinhas mais próximas da casa-mãe que fornecem as uvas para estes vinhos que, segundo Pedro de Mello e Pedro Pereira Gonçalves, pretendem ser fiéis ao território, fruto da escolha das melhores parcelas que permitam atingir isso mesmo. Inserem-se num portfólio nada pequeno mas bem definido, ao lado dos Monte da Ravasqueira Clássico e Superior (em exclusivo para a grande distribuição), os Seleção do Ano (sobretudo para restauração) os Ravasqueira monovarietais, o Vinha das Romãs, os MR Premium (topo de gama) e as “experiências do enólogo”, que passam por um espumante Grande Reserva Brut Nature, um licoroso e um colheita tardia. Estes vinhos são produzidos com as uvas da propriedade mas também de 150 hectares noutras sub-regiões do Alentejo, em regime de aluguer.

Monte da Ravasqueira familia Mello
Pedro de Mello e Pedro Pereira Gonçalves.

Uma vertical de luxo

A marca Reserva da Família é um ícone da Ravasqueira, que para o ano completa 10 edições. Uma prova vertical desta marca foi o pretexto principal para a visita, quatro brancos e quatro tintos, a culminar na colheita que está no mercado. Começando pelo branco, de Viognier e Alvarinho em partes iguais, que fermenta em inox e depois passa para barricas de carvalho francês, 50% novas e 50% usadas (com ligeiras variações destas percentagens de colheita para colheita), onde estagia sobre borras e com bâtonnage ligeira. Começou-se pelo 2016, que mostrou um nariz já complexo com frutos secos, mel, citrinos e fruta branca cristalizados, pedra raspada, ervas aromáticas e especiaria exótica como o caril. Ainda muito crocante e fresco, está já consolidado e muito equilibrado na boca aveludada e estruturada. O 2017, por sua vez, está nos aromas minerais frescos, com grafite, floral branco e nota vegetal, e pimenta branca. Tem bastante intensidade de boca e estrutura no corpo, mas é elegante e amplo, persistente. Já o 2018 apresentou-se mais sério e contido no nariz delicado, com alperce maduro, flores brancas, nota vegetal fresca e toque de aloé vera. Tem muita fruta branca no palato, é saboroso e envolvente, ainda bem jovem. O tinto é um lote de Syrah e Touriga Nacional, também em partes iguais. O Syrah vinifica em lagares, com pisa automática e bastante extracção, e a Touriga em cubas troncocónicas “para que se obtenha uma extracção mais elegante”, desta casta, explica Pedro Pereira Gonçalves. De seguida, 60% do lote estagia doze meses em barricas novas de carvalho francês. O início da vertical dos tintos deu-se com o 2015, bem profundo e silvestre no aroma concentrado, com fruta vermelha e negra madura. Muito elegante na boca, é aveludado nos taninos mas tem bastante carácter e presença. Muito sólido e robusto, com imensa pureza e persistência. O 2016 acrescenta um lado terroso ao silvestre, com caruma e frutos vermelhos perfumados. Menos concentrado, tem imenso equilíbrio e é um vinho chamativo, sedutor. O 2017 é todo ele exotismo na fruta, com bergamota, tangerina e um lado muito floral, a sobressair mais a Touriga Nacional. Bem vegetal, é vivo nos taninos e guloso, com nota de cogumelo e sugestão de cacau.

Tanto o Reserva da Família branco como o tinto agora lançados, de 2019 e 2018, respectivamente, tem a sua nota de prova no final deste artigo. Estas duas verticais permitiram perceber a capacidade de evolução destes vinhos, que a cada ano na garrafa ficam mais finos, apurados e complexos, a mostrar que podemos esperar por eles durante estes e muitos mais anos. As colheitas actuais descortinam isso mesmo, mas estão ainda plenas de juventude e garra, a pedir que o consumidor as guarde para ser surpreendido.

Os números de 2017, ano em que houve uma reestruturação comercial e em que os vinhos já se vestiam de uma nova imagem, indicaram uma facturação de sete milhões de euros. Até hoje, o negócio continua a crescer, com 5 milhões de garrafas produzidas anualmente, mais de metade com destino a países externos.

“Toda a minha vida fui empresário e sei bem como é difícil ‘fazer’ qualquer coisa com valor em Portugal.”, foi como José Manuel de Mello rematou a carta. Pois, hoje, o Monte da Ravasqueira honra esse valor: “Procuramos concretizar, todos os dias, uma cultura vencedora”, diz Pedro de Mello. E os vinhos estão cá para contar…

Monte da Ravasqueira familia Mello

(Artigo publicado na edição de Novembro 2020)[/vc_column_text][vc_column_text]

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