Há Beira e Douro: O evento que celebra duas regiões

Há beira e douro

Nas ruas da aldeia histórica de Marialva, o evento «Há Beira e Douro 2023» procura celebrar aquilo que podemos designar como “vinhos de fronteira”, vinhos que nascem nas fraldas das denominações da Beira Interior e do Douro Superior. O município da Meda, a que pertence Marialva, partilha as suas vinhas por estas duas Denominação de […]

Nas ruas da aldeia histórica de Marialva, o evento «Há Beira e Douro 2023» procura celebrar aquilo que podemos designar como “vinhos de fronteira”, vinhos que nascem nas fraldas das denominações da Beira Interior e do Douro Superior. O município da Meda, a que pertence Marialva, partilha as suas vinhas por estas duas Denominação de Origem mas nos concelhos vizinhos de um e de outro lado, os vinhos demonstram um forte carácter e uma grande singularidade, não deixando de exibir também algumas diferenças.

No sábado, dia 8, de Julho a partir das 11h, são estes os vinhos que vão estar em foco no «Há Beira e Douro 2023», poderá assistir ao colóquio, provas comentadas (mediante inscrição), showcooking e um espectáculo musical!

Uma iniciativa da Câmara Municipal da Meda e com produção conjunta da garrafeira Vinho & Eventos e da Grandes Escolhas.

 

 

O jantar “Verão” de dia 5 de Julho, está  inserido no ciclo de eventos do restaurante Marlene que celebram as estações do ano e será o 4º e último evento desta primeira edição que reúne diversos chefs reconhecidos pelo guia Michelin em Portugal.

Convidados por Marlene Vieira para partilharem a cozinha aberta do seu restaurante gastronómico, os chefs juntam-se para uma noite de homenagem e valorização dos produtos nacionais de excelência, inspirados na essência portuguesa, apresentando um exclusivo menu que celebra a sazonalidade com os melhores produtos da época.

Os três chefs convidados irão representar Lisboa  e o Algarve, um dos ex-líbris do nosso país nesta altura do ano, com os chefs Pedro Pena Bastos, do restaurante Cura, João Oliveira e Louis Anjos, responsáveis por dois projetos de excelência da região sul – Vista e Al Sud, respetivamente – que celebram a proximidade ao mar com menus focados no peixe e marisco.

O quarto evento de celebração da portugalidade e do melhor que cada estação oferece contará com um menu de degustação de 10 momentos dedicado ao melhor da extensa e rica costa portuguesa. Os chefs convidados estarão encarregues, cada um, da criação de uma entrada e um prato. Diretamente do Algarve, Louis Anjos irá trabalhar ostras da Ria, choco e a tradicional alcagoita; João Oliveira, também com base no Algarve, fará os icónicos carapau, anchova, lula e a delicada gamba violeta brilhar; Pedro Pena Bastos combinará a sarda, lavagante, tomate, alperce, e o pinhão, com a chef Marlene celebrará emblemáticos ingredientes sazonais como a cereja, ervilha, flor de curgete e espargos verdes.

“É com enorme felicidade que conto com três dos colegas que mais admiro neste jantar de Verão que, tal como eu, partilham esta paixão e dedicação para com o produto sazonal – e nacional – de qualidade. Encerramos, assim, a primeira edição dos jantares de Estação, que contaram com grandes nomes do panorama gastronómico nacional, e prometemos lançar a segunda edição já no outono, agora com reconhecidos convidados internacionais, conhecidos pelo seu trabalho e valorização de ingredientes locais, bem como o respeito pela sazonalidade, em noites que irão destacar o melhor de Portugal e dos nossos sabores”, afirma Marlene Vieira.

Como é já característico destes eventos, a sommelier Gabriela Marques tratará da harmonização vínica muito completa e de excelência, que contará com o apoio de dois reconhecidos nomes da Bairrada, Luís e Maria João Pato, pai e filha, enquanto parceiros do evento, e que estarão presentes para dar a conhecer a história dos seus vinhos e da família Pato. Luis Pato traz a essência bairradina que tanto o caracteriza com quatro referências, começando pelo espumante o Espumante Vinha Pan 2015, depois Luís Pato Quinta do Ribeirinho Sercialinho 2021 e Luís Pato Vinha das Valadas Pé Franco 2018, e para a parte mais gulosa do menu, o M Sercialinho, um vinho muito especial feito em parceria com o Mugaritz, considerado um dos melhores restaurantes do mundo.

Este 4º evento tem início entre as 19:00 e as 20:30, e um custo de 200€ por pessoa, e inclui wine pairing.

As reservas podem ser feitas pelas vias habituais (website, email ou telefone).

Reservas

marlene@marlene.pt | 91 262 67 61

Absolut lança as primeiras garrafas em papel

absolut Vodka papel

É a primeira vez que estas garrafas de papel são vendidas por uma empresa global de bebidas espirituosas após a realização de alguns testes experimentais efetuados por Absolut, em festivais no Reino Unido e na Suécia. Esta garrafa será testada com Absolut Vodka, com um teor de álcool de 40%, sendo objetivo da marca testar […]

É a primeira vez que estas garrafas de papel são vendidas por uma empresa global de bebidas espirituosas após a realização de alguns testes experimentais efetuados por Absolut, em festivais no Reino Unido e na Suécia. Esta garrafa será testada com Absolut Vodka, com um teor de álcool de 40%, sendo objetivo da marca testar a forma como a garrafa de papel é transportada e como os consumidores a percepcionam.

Absolut Vodka papel

As garrafas de papel de molde único de 500 ml serão vendidas em 22 lojas Tesco, na região de Grande Manchester, durante o Verão. Estas garrafas de primeira geração, são feitas de 57% de papel com uma barreira integrada de plástico reciclável, em que o consumidor vai poder simplesmente reciclar a embalagem como papel através do lixo doméstico normal.

Embora as garrafas de vidro normais também sejam recicláveis, as garrafas de papel são oito vezes mais leves e mais fáceis de transportar, sendo ideais para ocasiões fora de casa, tais como festivais. Esta inovadora garrafa de papel vai manter o design da icónica garrafa de vidro Absolut, e vem complementá-la, não substituir.

Estive lá: Brasão das Antas, muito para além da francesinha

Brasão das Antas

E na verdade não deveria porque o conceito é inovador. Somam-se já cinco casas com o mesmo nome, espalhadas pela cidade, e a linhagem é respeitável, ou não fosse o grupo Prumo o proprietário, o mesmo do restaurante Paparico de boa memória, agora que este está momentaneamente encerrado e com promessas de ressurreição a prazo, […]

E na verdade não deveria porque o conceito é inovador. Somam-se já cinco casas com o mesmo nome, espalhadas pela cidade, e a linhagem é respeitável, ou não fosse o grupo Prumo o proprietário, o mesmo do restaurante Paparico de boa memória, agora que este está momentaneamente encerrado e com promessas de ressurreição a prazo, com nova localização a revelar.

Pois a minha primeira Brasão foi a última, aberta no final de 2022 na zona das Antas, mesmo em frente à Praça Velazquez. A localização é excelente e dificilmente passa despercebida pelo impacto da fachada exterior, que convida a espreitar, e interiormente cria um ambiente ao mesmo tempo descontraído, urbano e diferenciador, com os seus três pisos, o último dos quais uma esplanada que promete ser um “must”, quando o tempo o permitir. Mas foram as suas propostas gastronómicas que mais me entusiasmaram. Conversando com Rui Martins, director gastronómico do grupo, percebe-se que há uma linha e elementos comuns às outras cervejarias, mas que se procura destacar alguns pratos emblemáticos que ajudam a marcar a diferença. No caso da Brasão das Antas, a estrela de cartaz é aquilo a que chamaram “francesinha à antiga”, porque recupera a primeira versão daquele clássico, que teria sido feita com carne assada, enchidos, queijo e o inevitável e incontornável molho feito à base de tomate e cerveja. Note-se que esta versão convive pacificamente com a “normal”, para descanso dos puristas. A mim, confesso, encantaram-me mais as outras propostas, que saem da oferta habitual das cervejarias convencionais. Acho que é aqui que a Brasão mostra que está noutra dimensão. Falo de entradas como chips de arroz com picante, no couvert, bife tártaro e rissóis (negros) de carne, cogumelos e trufa, e na coroa de cebola; nas versões de bacalhau primorosamente apresentadas; nos pratos vegetarianos que piscam o olho a uma clientela exigente e nas sobremesas que são uma tentação para os gulosos, como a tarte merengada ou as natas do céu, entre outras. Como boa cervejaria que se preza, a Brasão das Antas aposta em cervejas diferenciadas, como uma gama alargada de IPA, e não esquece os vinhos, onde os espumantes da Bairrada assumem um protagonismo surpreendente.

Morada
Av. de Fernão de Magalhães 1530, 4350-157 Porto

Contactos

913 807 372 / reservas@brasao.pt

Horário

Seg. a Sex.: 12h – 15h e 19h – 00h; Sáb. e Dom.: 12h – 15h30 e 19h – 00h

Barão do Hospital: Cresce a vinha e nasce um reserva

Barão do Hospital

A Quinta do Hospital, em Valinha, Monção, foi adquirida pela Falua em Fevereiro de 2020 e desde logo se percebeu que a coisa era séria. É que esta é uma das mais notáveis propriedades da sub-região de Monção e Melgaço, com uma história riquíssima que remonta ao século XII e à Ordem do Hospital, ostentando […]

A Quinta do Hospital, em Valinha, Monção, foi adquirida pela Falua em Fevereiro de 2020 e desde logo se percebeu que a coisa era séria. É que esta é uma das mais notáveis propriedades da sub-região de Monção e Melgaço, com uma história riquíssima que remonta ao século XII e à Ordem do Hospital, ostentando um bonito solar e capela do século XVI.

Os terrenos abrangem 25 hectares, estendendo-se pelos dois lados da estrada. Quando da sua aquisição pela Falua (desde 2017 integrada no grupo Roullier) já havia vinha plantada do lado do solar, dez hectares de Alvarinho, videiras hoje com cerca de uma década. Mas logo ali, quer Rui Rosa, administrador da Roullier para Portugal, quer Antonina Barbosa, Directora Geral e de Enologia da empresa, tiveram em mente a ampliação vitícola, aproveitando ao máximo o terroir de excepção onde se situa a Quinta do Hospital.

Antonina Barbosa tem as suas raízes em Monção e conhece como poucos este terroir, onde solo, clima e casta se aliam para produzir excelência.

A vinha está plantada em cordão unilateral retumbante (com 1.75m de altura), um sistema de condução comum na região e que já mostrou a sua validade. Ainda assim, a Falua tem vindo a fazer melhoramentos graduais, no sentido de obter uma vegetação retumbante bem dividida entre os dois lados da sebe, melhorando assim o microclima na zona dos cachos. A área de videiras vai, entretanto, duplicar com a nova plantação a realizar em 2024. Neste momento, o terreno está a ser preparado e, segundo Antonina Barbosa, o sistema de condução ainda está em estudo, com base em ensaios que estão a fazer noutras vinhas da região. “Acima de tudo”, diz Antonina, “queremos que preserve as características genuínas da casta naquele lugar.”

Mas nem só de Alvarinho vivem os projectos Falua na região dos Vinhos Verdes. A empresa tem igualmente um Loureiro de primeira linha e, para garantir e até ampliar sua qualidade e consistência, chegou a um acordo com a Casa da Torre, propriedade da Companhia de Jesus, situada em Vila Verde, com um solar do século XVIII onde funciona um Centro de Espiritualidade. Antonina Barbosa conhece bem o potencial vitícola do lugar, pois a Falua recebe desde há anos as uvas provenientes da vinha de 1,5 hectares ali existente. Esse conhecimento levou a empresa a fazer um aluguer a longo prazo dos terrenos agrícolas da Casa da Torre e a plantar, no ano que passou, uma vinha de raiz, com 10 hectares de Loureiro e 1 de Padeiro. “Acredito profundamente que esta vai ser uma vinha muito especial e duplamente ‘abençoada’”, refere a enóloga.

A Falua tem, na verdade, investido bastante em viticultura, e não apenas no terreno, também no que é mais importante, as pessoas. Miguel Mesquita é o responsável por uma equipa que trabalha Tejo e Vinhos Verdes, com um técnico de viticultura residente em cada uma das regiões. E desde 2021, o experiente Professor Rogério de Castro assume a consultoria externa. O plano de investimento vitícola da Falua, a executar até 2024, e no valor de 5 milhões de euros, totaliza 200 hectares no Tejo (foram já adquiridos 80 hectares ao lado da emblemática Vinha do Convento) e 31 nos Vinhos Verdes.

Com tanto para dizer sobre a vinha (é aqui que tudo começa, afinal!), quase me esquecia de falar do vinho que aqui nos trouxe. Pois o Barão do Hospital Reserva branco 2020 vem da parcela situada mesmo à frente do solar e tem a madeira (metade do lote fermentou e descansou em barrica nova e usada de 500 litros) e o tempo de estágio (um ano sobre as borras) como principal factor diferenciador do Alvarinho “normal” da casa. E é, sem dúvida, um belíssimo vinho.

(Artigo publicado na edição de Maio de 2023)

 

Concurso dos Vinhos dos Altos: já são conhecidos os vencedores

Concurso de Vinhos dos Altos

Foram revelados os vencedores do 2º Concurso dos Vinhos dos Altos, integrado no evento “Vinhos e Sabores dos Altos”, que decorreu entre 16 e 18 de Junho em Alijó, no recuperado edifício da Casa dos Noura. Cortes do Tua Douro Reserva 2021 da Cortes do Tua Wines nos vinhos brancos, Circa Douro Grande Reserva 2017 […]

Foram revelados os vencedores do 2º Concurso dos Vinhos dos Altos, integrado no evento “Vinhos e Sabores dos Altos”, que decorreu entre 16 e 18 de Junho em Alijó, no recuperado edifício da Casa dos Noura.

Cortes do Tua Douro Reserva 2021 da Cortes do Tua Wines nos vinhos brancos, Circa Douro Grande Reserva 2017 da Quinta do Jalloto nos vinhos tintos e Fragulho Porto Tawny 20 anos da Casa dos Lagares na categoria de vinhos fortificados foram os três grandes vencedores num concurso que contou com 82 vinhos concorrentes, avaliados por um júri de 12 pessoas, entre jornalistas, bloggers especializados, garrafeiras e compradores profissionais.

Tanto o concurso como o evento “Vinhos e sabores dos Altos” pretendem realçar o carácter único dos vinhos do Planalto de Alijó e Favaios, onde entre as principais características se destacam a grande elegância e frescura destes vinhos. Para além dos três grandes vencedores, foram ainda atribuídas mais 8 medalhas de Ouro e 16 medalhas de Prata, considerando as três categorias, Brancos, Tintos e Fortificados, cabendo nesta última tantos os vinhos Moscatel do Douro como os vinhos do Porto.

Vinhos Brancos

Melhor Vinho

Cortes do Tua Reserva 2021, Cortes do Tua Wines

Medalhas de Ouro

Águia Moura Gouveio 2020 Casa Agrícola Águia de Moura
As Olgas 2021 Maçanita Vinhos
Fernão de Magalhães Reserva 2019 Adega Cooperativa de Sabrosa

Medalhas de Prata

Circa Reserva 2020 Faustino Meireles Moreira (Quinta do Jalloto)
Familia Silva Branco 2020 Branco Wines Family
Manoella 2022 Wine & Soul
Quanta Terra Grande Reserva 2021 Quanta Terra
Quinta dos Lagares Reserva 2018 Vitavitis Unipessoal
Vale do Tábua Reserva 2020 Vale do Tábua

Vinhos Tintos

Melhor Vinho

Circa Grande Reserva 2017, Faustino Meireles Moreira (Quinta do Jalloto)

Medalhas de Ouro

FozTua Grande Reserva 2019 Foz do Tua
Pandemic Wine 2020 Carlos Rua
Virtual 2020 João M. Soares Pires

Medalhas de Prata

Andreza Altitude 2019 Lua Cheia – Saven
Costa Boal superior 2018 Costa Boal Family Estates
Costureiro 2018 Foz do Tua
Fonte da Perdiz Grande Reserva 2019 Abegoaria Wines – Adega de Alijó
Maragato Grande Reserva 2020 Maragato Douro Wines
Os Canivéis 2019 Maçanita Vinhos
Quinta de Martim Reserva 2017 Casa Agrícola Águia de Moura
Submerso 2020 Vinhos Submerso

Vinhos Fortificados

Melhor Vinho

Fragulho Porto Tawny 20 anos, Casa dos Lagares

Medalhas de Ouro

Quinta da Pedra Alta Pedra Nº 03 Porto branco Vinhos Quinta da Pedra Alta
Vale do Tábua Porto Tawny 10 Anos Vale do Tábua

Medalhas de Prata

Dalva Porto branco 2011 Granvinhos
Tapada de Favaios Moscatel do Douro Vinhos de Favaios

 

Monte d’Oiro: Pioneiro da moderna Lisboa

Quinta do monte d'oiro lisboa

Apesar da história destes vinhos não ser tão antiga assim, estes já têm idade suficiente para terem conhecido modas e tendências do sector, algumas hoje arrumadas na prateleira. Quando Bento dos Santos se iniciou nesta aventura estávamos na era Parker, o que quer dizer que se usava e abusava de madeira nova nos vinhos, na […]

Apesar da história destes vinhos não ser tão antiga assim, estes já têm idade suficiente para terem conhecido modas e tendências do sector, algumas hoje arrumadas na prateleira. Quando Bento dos Santos se iniciou nesta aventura estávamos na era Parker, o que quer dizer que se usava e abusava de madeira nova nos vinhos, na altura uma virtude muito celebrada. Na região de Lisboa, então ainda à procura do melhor rumo para os novos tempos, não havia, por exemplo, vinhos da casta Syrah e foi um verdadeiro sarilho, dizem-nos, conseguir aprová-los na CVR.

Quem fala de Syrah pode falar de Viognier, outra variedade à época inexistente na região. Olhando agora à distância de quase 30 anos tudo nos parece inacreditável. Mas foi assim, primeiro estranhou-se e depois entranhou-se e, hoje, aquelas castas são meninas bonitas em toda a região. No Monte d’Oiro houve, desde sempre, mais opções e outras castas acabaram por marcar presença, como são os casos da Arinto, Marsanne, Touriga Nacional e Tinta Roriz, por exemplo. A região, não muito afastada da costa atlântica, ondulada por natureza e ventosa por desígnio, tem excelentes condições para a produção de vinho, mas há que escolher bem as parcelas em função da orientação solar, da drenagem dos solos e da constituição dos mesmos.

Não se estranha assim que a mesma casta tenha comportamentos diferentes, dependendo do local onde está plantada, da produtividade por hectare e depois, já na adega, da forma como é trabalhada. A quinta tem certificação biológica e os vinhos têm-se revelado com muito boa consistência de qualidade. Dos tempos da dupla passagem em madeira nova só sobra a memória; hoje procura-se o equilíbrio entre madeira nova e usada por forma a garantir a elegância do produto final, algo válido quer para brancos quer para tintos. Mas, é de toda a justiça dizê-lo, dos tempos em que não havia certificação e em que o conhecimento da quinta não era “ao centímetro” como é hoje, ainda nos chegam grandes vinhos. Tivemos oportunidade de provar (e neste caso, beber…) dois tintos Quinta do Monte d’Oiro Reserva (1999 e 2008) e dois Têmpera (Tinta Roriz) de 2001 e 2012. Notável evolução, perfeito balanço e muito prazer na prova passados estes anos. É essa também a virtude do vinho, sempre pronto a surpreender-nos.

No portefólio da quinta temos agora dois vinhos rosé, um deles de mais pretensão – o Reserva – com estágio em barrica usada e 9 meses em garrafa antes de ser comercializado. O Reserva tinto é sempre um vinho que incorpora cerca de 4% de Viognier em co-fermentação, uma prática importada do Rhône e que muita confusão, acreditamos, terá feito a quem aprovava os vinhos nos anos 90. Os brancos também estão distribuídos por duas categorias com o Reserva a ser parcialmente (60%) fermentado em madeira, ente barricas novas e usadas. É desta forma que ele adquire o equilíbrio que agora nos revela. Também os tintos têm dois patamares, com o Reserva a mostrar que já encontrou o seu modelo, agora muito mais focado na elegância do que na potência. Depois continuam os vinhos varietais que são selecções parcelares – Arinto, Tinta Roriz, Touriga Nacional, Petit Verdot, Parcela 24 e ex-eaquo.

A melhor surpresa estava reservada para um Arinto de 2019 que teve estágio de 28 meses em barrica única. Este branco demonstra que a casta tem uma enorme plasticidade e que se mostra muito bem na região que lhe esteve na origem, Lisboa. Pena mesmo é serem tão poucas garrafas, uma vez que está claramente vocacionado para ser um sucesso. O que se espera é que sirva de incentivo para futuras edições, com o mesmo perfil.

(Artigo publicado na edição de Maio de 2023)

 

O Belcanto de José Avillez subiu de posição na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo, ocupando agora o 25º lugar, e é o único restaurante português na lista do The World’s 50 Best Restaurants. O anúncio foi feito ontem, em Valência, durante a cerimónia de atribuição dos prémios “The World’s 50 Best Restaurants” 2023.

«É um orgulho e uma alegria subir mais de vinte posições na lista dos melhores restaurantes do mundo e ocupar agora o 25º lugar. É um reconhecimento muito importante para nós, equipa do Belcanto, e também para Lisboa e para Portugal: Esta distinção contribui para a promoção da cozinha portuguesa no mundo e reforça o valor do nosso país enquanto destino gastronómico e turístico.”
– José Avillez

avillez belcanto

O Belcanto por José Avillez abriu em 2012 e, nesse mesmo ano, foi distinguido com uma estrela Michelin. Em 2014, recebeu a segunda estrela Michelin. Em 2019, e como parte da sua evolução, o Belcanto mudou-se para um novo espaço, mais amplo, contíguo ao inicial, mantendo a proximidade com o Largo de São Carlos em Lisboa.

Parabéns a toda a equipa!