Estive lá: À procura dos bons sabores de Serpa

Estive lá Serpa

Se há coisa que gosto de fazer no tempo frio, é pegar no carro e dar uma volta de fim de semana prolongado à descoberta de terras de Portugal. Um deles levou-me até Serpa e às Minas de São Domingos, com direito a belos passeios a pé em dias límpidos e frios, que nos permitiram […]

Se há coisa que gosto de fazer no tempo frio, é pegar no carro e dar uma volta de fim de semana prolongado à descoberta de terras de Portugal. Um deles levou-me até Serpa e às Minas de São Domingos, com direito a belos passeios a pé em dias límpidos e frios, que nos permitiram viver um pouco daquilo que o Alentejo tem de melhor.
Serpa é uma das terras onde não me canso de voltar. Para passear nas suas ruelas de casario muitas vezes branco, que parecem ser sempre diferentes quando volto, para dar mais uma olhadela ao seu aqueduto e subir ao castelo para ver de novo as vistas.

Um pouco abaixo fica o restaurante O Alentejano, o destino do nosso almoço desse dia. Gosto de lá ir porque serve boa comida da região, o serviço é simpático e tem uma boa oferta de vinho, sobretudo alentejano, incluindo a de vários produtores locais.

O queijo, os enchidos e as azeitonas que vieram primeiro eram irresistíveis, e foram sendo saboreados na companhia de pão alentejano, como não podia deixar de ser. Como já tinha algumas saudades de uma boa sopa de cação e ali vale mesmo a pena saboreá-la, foi isso que escolhemos, apenas uma dose, que era farta o suficiente para dois. Para companhia foi-me sugerido, por quem estava a servir à mesa, o branco Encostas de Serpa da casta Antão Vaz e da colheita de 2022, de um produtor local, Monge & Filhas, que foi um bom parceiro do repasto. Uma encharcada a dividir por dois e um par de cafés terminaram um almoço bastante satisfatório, que nos reconfortou para o resto do dia.

Depois foi entrar nas mercearias e lojas da terra que vendem aquilo que melhor se faz por ali, desde o seu queijo de ovelha, único de aromas e sabores, ao seu pão e aos seus azeites e enchidos, que me sabem sempre de forma diferente. Entrámos na Casa Paixão e na Queijaria Tradiserpa para comprar um par de queijos para trazer para casa, e foi hora de pegar no carro para ir até às Minas de S. Domingos, um património mineiro histórico que gostei de visitar. Mas isso fica para outra estória.

Restaurante O Alentejano
Morada: Praça da República 15, 7830-389 Serpa
Telefone: + 351 284 544 335
E-mail: rest.oalentejano.serpa@gmail.com

Casa Paixão
Morada: Praça da República s/n, 7830-389 Serpa
Tel.: + 351 069 345 345
E-mail: casapaixaoserpa@gmail.com

Queijaria Tradiserpa
Morada: Rua dos Canos 6, 7830-412 Serpa
Tel.: 284 549 302
E-mail: tradiserpaqueijos@sapo.pt

Sumagrais com azeite bio

Sumagrais

O produtor e enólogo Paulo Coutinho é igualmente um apaixonado produtor de azeite. Localizado junto à Vinha da Fonte, onde nascem os vinhos de produção biológica com a sua marca, o Olival dos Sumagrais, constituído por oliveiras centenárias, foi adquirido por Paulo Coutinho em 2020. Após um período inicial de quarentena, deu-se início à sua […]

O produtor e enólogo Paulo Coutinho é igualmente um apaixonado produtor de azeite. Localizado junto à Vinha da Fonte, onde nascem os vinhos de produção biológica com a sua marca, o Olival dos Sumagrais, constituído por oliveiras centenárias, foi adquirido por Paulo Coutinho em 2020.

Após um período inicial de quarentena, deu-se início à sua conversão para agricultura biológica, agora concluída com a certificação da colheita de 2023. O processo, rigoroso, incluiu não apenas o azeite, mas também confirmação nas oliveiras, por colheitas directas de folha e posterior pesquisa de resíduos. “Finalmente concretizamos o nosso objectivo”, diz Paulo Coutinho. “Sempre ambicionámos a certificação total dos nossos produtos, vinho e azeite”, acrescenta.

Mais impactante do que a certificação, digo eu, é a excelsa qualidade desde azeite produzido a partir destas vetustas oliveiras com as variedades autóctones do Douro. Tem apenas um senão: a minúscula quantidade produzida que, consoante a safra, varia entre as 300 e as 150 garrafas de 500ml. Paulo Coutinho, no entanto, revela ambição para o futuro: “à medida que o olival se dirige ao seu equilíbrio, contamos com um crescimento regular até às expectáveis…400 garrafas!”

O azeite Olival dos Sumagrais Bio (colheita 2023), está disponível por €21 na loja online www.paulocoutinho.wine. Como esta colheita só deu 150 garrafas, é melhor não perder tempo. LL

Sumagrais

Vinho na Vila é no dia 11 de Maio

Vinho na Vila é no dia 11 de Maio

Considerada por muitos a “mais branca aldeia de Portugal”, a Vila Alva engalana-se em Maio para a festa do ano. É já no próximo dia 11 que os seus habitantes voltam a abrir as portas das suas casas, para acolher os visitantes em provas de vinhos e petiscos, em mais uma edição do “Vinho na […]

Considerada por muitos a “mais branca aldeia de Portugal”, a Vila Alva engalana-se em Maio para a festa do ano. É já no próximo dia 11 que os seus habitantes voltam a abrir as portas das suas casas, para acolher os visitantes em provas de vinhos e petiscos, em mais uma edição do “Vinho na Vila”, onde algumas dezenas de produtores de todo o país se juntam para celebrar a gastronomia e o vinho em ambiente de festa.

Pelo aglomerado rústico, nas 13 adegas da terra e nas bancas de mais 35 produtores de todo o país, no Largo da Fonte ou na Praça da Igreja Matriz, vão estar em prova mais de 250 referências de vinhos, a par das comidas típicas da região. A organização cabe ao Enóphilo e ao produtor XXVI Talhas e conta com o apoio do município de Cuba.
“O ano passado recebemos cerca de meio milhar de pessoas. Foi indescritível o ambiente que se criou!”, salienta Alda Parreira, uma das mentoras do projeto, e representante da marca XXVI Talhas, juntamente com o irmão, Daniel Parreira. “Este projeto é muito mais do que um encontro em redor do vinho e dos petiscos. É um convite a que nos descubram, a que sejam contagiados pelas maravilhas que se escondem no interior profundo do nosso país, nomeadamente o Alentejo”, acrescenta.

Este ano, na véspera do evento, dia 10 de maio, há a novidade “Chefs na Vila”, com João Narigueta e Filipe Ramalho a preparar uma refeição a quatro mãos para vinhos de três produtores: XXVI Talhas, Mainova e Joaquim Arnaud. A degustação terá início às 20h00, na adega do Mestre Daniel, a casa dos XXVI Talhas, em Vila Alva.

Para Luís Gradíssimo, do Enóphilo, a quem cabe a organização, pelo segundo ano, do Vinho na Vila, esta iniciativa é “das mais genuínas e pitorescas”, nas quais está envolvido. “Depois da edição de 2023, os habitantes envolveram-se intimamente com o projeto, retocando a cal das paredes para avivar a sua brancura e abrindo as portas das próprias casas para acolher os forasteiros que chegam de todo o país. É único!”

A partir das 20h30, é servido o Jantar com Vinho, no largo da Igreja Matriz de Vila Alva, para dar protagonismo à comida tradicional alentejana harmonizada com vinhos do produtor XXVI Talhas. “Sentimos que devemos devolver algo à comunidade que nos viu nascer e crescer, contribuindo para que a riqueza que esta povoação tem nas suas adegas de talha ancestrais, seja valorizada”, remata Daniel Parreira.

Lusovini: Castas antigas, novos horizontes

Lusovini

Temos em Portugal muito orgulho em possuir uma enorme variedade de castas autóctones, mas, na realidade, em cada região trabalhamos com uma dúzia delas. Desde os anos 80, quando o fundador da Lusovini, Casimiro Gomes, resolveu iniciar um projecto vitivinícola no Dão, ouvia falar de castas “esquecidas”, das quais nunca encontrou os vinhos para experimentar. […]

Temos em Portugal muito orgulho em possuir uma enorme variedade de castas autóctones, mas, na realidade, em cada região trabalhamos com uma dúzia delas. Desde os anos 80, quando o fundador da Lusovini, Casimiro Gomes, resolveu iniciar um projecto vitivinícola no Dão, ouvia falar de castas “esquecidas”, das quais nunca encontrou os vinhos para experimentar. Até agora.
Em 2015, quando surgiu a oportunidade de adquirir a Vinha da Fidalga, propriedade do século XVIII com 25 hectares em Carregal do Sal, não pensou duas vezes. Ficou logo decidido expandir a selecção para além as castas habituais da região.
Em 2017 começaram a plantar a vinha experimental numa área de cerca de 3,5 ha com variedades minoritárias, algumas praticamente extintas. O processo demorou três anos. Inicialmente escolheram 22 castas, cerca de 1000 pés de cada. “É preciso perceber onde está o ponto crítico de cada casta”, diz Casimiro Gomes.
A condução das videiras foi delineada em monoplano ascendente, com poda longa por não existir informação técnica sobre a zona de frutificação destas variedades. O acompanhamento do comportamento das plantas na vinha foi um processo de aprendizagem que levou, também, a uma selecção que deixou algumas delas para trás (“ou apodreciam com facilidade, ou não produziam nada”). Hoje mantêm-se, nesta vinha, as 12 castas que conseguiram convencer os responsáveis da viticultura e da enologia: Arinto do Interior, Coração de Galo, Gouveio, Luzídio, Uva Cão, Terrantez, Barcelo, Rabo d’Ovelha, Douradinha, Malvasia Preta, Monvedro e Cornifesto. Este projecto gerou um grande entusiasmo dentro da empresa, conta Casimiro Gomes, sobretudo na altura das vindimas, pois todos queriam acompanhar uma nova história a ser construída.

Uvas no estado puro
Entre 2021 e 2022 fizeram-se microvinificações. Desta última colheita provámos os primeiros cinco vinhos, que saíram para o mercado em quantidades muito limitadas (entre 1000 e 1200 garrafas). A enologia idealizada por Sónia Martins foi a mais neutra possível para “testar as uvas no seu estado puro, como base para recriar muitas outras coisas”. Fermentação e estágio sem madeira, com levedura neutra, sem qualquer tipo de bâtonnage. No final foram retiradas as borras groseiras, com uma ligeira clarificação (com bentonite) e filtração. As uvas tintas foram desengaçadas, manta mexida manualmente duas vezes ao dia no pico da fermentação. A prensagem ocorreu em prensa vertical de madeira, seguida de fermentação maloláctica espontânea, clarificação natural e ligeira filtração antes de engarrafamento. A colheita de 2023 também foi feita nesta óptica, para ter mais anos de comparação e aprendizagem.
Cada um dos cinco vinhos tem uma imagem diferente no rótulo, transmitindo alguma ligação à casta que representa: Terrantez, Uva Cão, Douradinha, Malvasia Preta e Monvedro. O nome pode confundir, mas a variedade Terrantez cultivada no Dão não tem nenhuma ligação genética com a Terrantez da Madeira, nem do Pico, nem da Terceira. É uma casta referenciada na Península Ibérica desde o século XVI, disseminada no século XIX em quase todo o país, do Minho até ao Algarve. A partir do Século XX passou a estar presente quase exclusivamente no Dão, onde em 1986 representava menos de 0,03%. É das castas ainda pouco estudadas. Sabe-se que de ponto de vista agronómico é uma casta de abrolhamento e maturação em época média. Como é muito susceptível ao desavinho e bagoinha, necessita de bom arejamento na zona das inflorescências. Tem um porte retumbante e é assim que aparece no rótulo. Os mostos desta casta apresentam teor alcoólico relativamente baixo e acidez bastante alta. O vinho mostrou um grande equilíbrio num perfil fresco e consensual.

Grande frescura de boca
A Uva Cão é de origem desconhecida. Mas é famosa pela sua elevada acidez. É uma casta muito antiga, mencionada em 1711 por Vicêncio Alarte. No Dão existe principalmente nas vinhas velhas dos concelhos de Tondela e Carregal do Sal. De abrolhamento médio a tardio, tem boa fertilidade, com alguma sensibilidade ao desavinho. Amadurece tardiamente e precisa de estar bem exposta ao sol e em solos com pouca humidade. É resistente ao stress hídrico e aguenta bem as vagas de calor, o que lhe projecta um futuro interessante. Entretanto, foi referido que os mostos são bastante sensíveis à oxidação. O vinho surpreendeu pela sua amplitude aromática e ofereceu uma grande frescura de boca.
A Douradinha é filha das variedades Amaral e Alfrocheiro, mencionada pela primeira vez em 1851 e, depois, em 1880. Referenciada no Dão em 1986, com uma percentagem de plantação muito reduzida, foi desaparecendo ao longo do tempo, sendo hoje uma das castas antigas mais raras na região. Tem cacho com aspecto dourado quando atinge a plena maturação, o que provavelmente originou o nome. Muito sensível à podridão cinzenta, se não estiver bem exposta no período de colheita. Surpreendentemente, apresenta uma acidez ainda mais alta do que a Uva Cão. Este vinho talvez seja mais desafiante, mais intenso na acidez e mais austero na performance aromática.

O Dão a recuperar património
A Malvasia Preta é originada por cruzamento natural de Alfrocheiro com Cayetana Blanca (Sarigo). Com primeira referência em 1866, está mais presente no Nordeste de Portugal. Na região, figura em 1986 como “Negro Mouro”, com uma presença próxima dos 4% de plantação. Transmite acidez bastante elevada e aroma com fruta mais imediata e fácil de gostar.
A casta Monvedro é a filha de Alfrocheiro com outro progenitor desconhecido. Presente na região em quantidades diminutas (em 1986 menos de 0,01%), é medianamente produtiva, abrolha cedo e amadurece tarde. Mostrou-se bastante sensível às vagas de calor. Por isso precisa de estar numa zona mais fresca e sombria. Sensorialmente, é um caso para dizer: “primeiro estranha-se, depois entranha-se”. É menos consensual, com carácter muito próprio que exige uma prova atenta e alguma paciência para o descobrir.
É importante acrescentar que, depois da prova, todos os vinhos se portaram muito bem à mesa. São vinhos de nicho, alguns mesmo únicos no país (e no mundo!). Quando começarem a surgir mais, será muito bom sinal: o Dão a recuperar o seu património e a basear nele o seu futuro.

(Artigo publicado na edição de Março de 2024)

 

Vinalda consolida portefólio do Douro com vinhos da Porto Réccua

A Vinalda celebrou uma parceria com a Porto Réccua Vinhos, para a distribuição, em Portugal e no mundo, das marcas Cabeça de Burro, Réccua Porto, Réccua Douro e, a mais jovem, Réccua Cocktails.

A Vinalda celebrou uma parceria com a Porto Réccua Vinhos, para a distribuição, em Portugal e no mundo, das marcas Cabeça de Burro, Réccua Porto, Réccua Douro e, a mais jovem, Réccua Cocktails. Criada em 2013 por iniciativa das Caves Vale do Rodo, que reuniu as Adegas Cooperativas da Régua, Tabuaço e Armamar, a Porto […]

A Vinalda celebrou uma parceria com a Porto Réccua Vinhos, para a distribuição, em Portugal e no mundo, das marcas Cabeça de Burro, Réccua Porto, Réccua Douro e, a mais jovem, Réccua Cocktails.

Criada em 2013 por iniciativa das Caves Vale do Rodo, que reuniu as Adegas Cooperativas da Régua, Tabuaço e Armamar, a Porto Réccua Vinhos foi constituída para gerir a vertente comercial dos vinhos engarrafados produzidos pela casa-mãe. A maioria do capital é detida pelas Caves e o restante por um grupo de sócios e trabalhadores, num total de 200 acionistas. Neste modelo de negócio, a cooperativa, que junta cerca de 800 viticultores, produz uvas para as marcas comercializadas pela Porto Réccua, que elabora e engarrafa os vinhos.

“É com grande expetativa que a Porto Réccua Vinhos se associa à Vinalda”, diz António Lencastre, presidente da Porto Réccua Vinhos, acrescentando que está certo que a parceria irá catapultar as duas marcas de referência da empresa – Cabeça de Burro e Porto Réccua – “para os lugares cimeiros do mercado nacional, em todos os seus canais, bem como no mercado internacional”, acrescenta. Por seu turno, Bruno Amaral, administrador da Vinalda, garante que “o portefólio da Porto Réccua Vinhos vem ao encontro do que a Vinalda estava à procura para completar a carteira de vinhos do Douro e Porto: marcas de qualidade, que o consumidor reconhece”.

Álvaro Martinho Lopes: Prémio Viticultura do Ano

Álvaro Martinho Lopes

Quando Álvaro se dispõe a fazer um passeio na Quinta das Carvalhas faz questão de indagar de que tempo dispomos e se, de facto, queremos saber os segredos da quinta. Sendo a resposta positiva é certo que temos tema de conversa para horas. Aqui há que reparar na estratificação do solo, ali há que perceber […]

Quando Álvaro se dispõe a fazer um passeio na Quinta das Carvalhas faz questão de indagar de que tempo dispomos e se, de facto, queremos saber os segredos da quinta. Sendo a resposta positiva é certo que temos tema de conversa para horas. Aqui há que reparar na estratificação do solo, ali há que perceber que estas plantas e aquelas ervas são fundamentais porque relacionadas com o clima, a água disponibilizada no solo e a forma como a cepa interage com o ambiente. A meio do passeio já Álvaro arrancou um galho seco e está a desenhar no chão de terra.

Tudo aquilo faz sentido: a forma como as distintas castas se relacionam, as diferenças suscitadas pela exposição solar, a altitude e a inclinação do solo. Se o passeante for interessado e perguntadeiro, Álvaro está no seu mundo. O que se percebe é que a terra e os seus segredos, as cepas e as suas manias são Sol e Dó para o nosso guia. Difícil mesmo é resistir a ficar ali até que todos os palmos das centenas de hectares da quinta sejam percorridos e todos os segredos revelados. Costuma dizer-se que o bom vinho nasce na vinha, mas, canta Álvaro, é preciso conhecer bem a ecologia da planta para que depois, na adega, onde a música é outra, se consiga que o vinho expresse, passe o soundbite, o local de onde vem.

Esse, que é o objectivo de todo o enólogo, deverá ser, imaginamos, bem mais fácil quando temos um espírito de equipa em que todos aprendem com todos, algo que transparece quando estamos junto da equipa da Real Companhia Velha. Lidar com vinhas velhas, ajudar a preservar castas antigas, fazer experiências e perceber o que poderá vir a ser o Douro num futuro climaticamente tão incerto, são seguramente desafios. Mas, cremos, para Álvaro, o assunto é música para os ouvidos, tal o empenho que mostra. Mas o tempo ainda lhe chega para Álvaro fazer um vinho seu e tratar da horta onde, em pleno Verão, se colhem bons pimentos e tomates e tudo o mais em que o Douro é especialmente generoso. E, quando cai a noite, é altura de tirar a viola do saco. Showtime! J.P.M.

Graham’s promoveu maior prova de vinho do Porto de sempre

Graham’s

A Graham’s promoveu prova de vinho do Porto com a participação de 536 pessoas, em Viborg, na Dinamarca, o que assegurou o reconhecimento do evento pelo livro de recordes da Guinness. A iniciativa esteve englobada na celebração do 40º aniversário da Dahls Vinhandel, retalhista de vinhos dinamarquesa, parceira da Graham’s. O planeamento do evento este […]

A Graham’s promoveu prova de vinho do Porto com a participação de 536 pessoas, em Viborg, na Dinamarca, o que assegurou o reconhecimento do evento pelo livro de recordes da Guinness.

A iniciativa esteve englobada na celebração do 40º aniversário da Dahls Vinhandel, retalhista de vinhos dinamarquesa, parceira da Graham’s.

O planeamento do evento este a cargo de Gustavo Devesas, regional manager da Symington no Norte da Europa, que selecionou, para o efeito, algumas das principais referências do catálogo da marca. Os vinhos do Porto Graham’s The Tawny, Tawny 20 Anos, Graham’s Six Grapes e Quinta dos Malvedos Vintage 2012 compuseram a lista de opções ao dispor dos mais de 500 participantes.

Joanne Brent, Guinness World Records adjudicator, marcou presença na celebração para testemunhar a “maior prova de vinho do Porto” alguma vez registada, que ultrapassou o anterior recorde de 293 pessoas, no Lisbon Bar Show. Johnny Symington, chairman do grupo Symington, também presenciou o feito, destacando “a capacidade única do vinho do Porto para reunir e aproximar pessoas, em qualquer parte do mundo”.

Ljubomir Stanisic lança nova gama de vinhos: Mestiço é mistura com amor

Mestiço

Ljubomir Stanisic é cozinheiro, sim. Mediático apresentador de programas de gastronomia, tem três restaurantes e muitas paixões. O vinho é uma delas. Há mais de 15 anos que os cria como um prato de comida: misturando as quantidades certas, buscando o equilíbrio mas também a surpresa – e às vezes até o choque. No seu […]

Ljubomir Stanisic é cozinheiro, sim. Mediático apresentador de programas de gastronomia, tem três restaurantes e muitas paixões. O vinho é uma delas. Há mais de 15 anos que os cria como um prato de comida: misturando as quantidades certas, buscando o equilíbrio mas também a surpresa – e às vezes até o choque.

No seu primeiro restaurante em Cascais (2004-2008), começou a brincar aos casamentos. Entre o copo e o prato. O vinho e a comida. Rapidamente passou da cozinha à vinha. Fincou o pé no acelerador e entrou pelo país adentro. Bateu à porta de amigos, furou pelas suas adegas. Alentejo, Douro, Lisboa, Açores, Serra da Estrela, Minho, Dão, Madeira. Não interessava tanto onde, mas com quem.  A fusão foi sempre feita entre amigos.

Em 2024, quis tornar este amor mais sólido. Decidiu escrever muitas cartas de intenções e encerrá-las dentro de cada garrafa. Para se beberem tantas convicções quanto estados de espírito. Com um abecedário de propósitos, cheio de letras, cheio de sonhos, construíram-se estes novos líquidos. Vindos de muitas latitudes – Douro, Côa e Alentejo, só para começar. Feitos de virtudes e vicissitudes, assumindo os “defeitos” e as imperfeições, sem fronteiras terrestres nem morais.

Mestiço é mistura. De defeitos e feitios. De vícios e vicissitudes. De Norte, Sul, Este e Oeste. O blend não se faz só de uvas. Faz-se de histórias, de amigos. Que discutem e riem. Discordam e brindam. Juntos. No vinho como na vida. Luís Louro e Inês Capão (Adega Monte Branco), Mateus Nicolau de Almeida e Teresa Ameztoi (Mateus Nicolau de Almeida), Luís Pedro Cândido, Dirk e Daniel Niepoort (Niepoort) dão rosto a este manifesto. Aceitaram os desafios. E o vinho aconteceu!

Com a família Niepoort, no Douro, Ljubomir produziu os Mestiço Bravo, Viçoso (brancos) e Maduro (tinto). Na Mateus Nicolau de Almeida, em pleno Côa, criou um Bruto (branco) e um Sólido (tinto). Do Alentejo, da Adega Monte Branco, trouxe cinco vinhos: Curioso, Atrevido (brancos), Perigoso, Amoroso e Raro (tintos). Uns são mais simples, outros mais complexos, uns clássicos, outros punk.

Os produtos Mestiço estão à venda através da distribuidora Temple Wines e na loja online do chefe Ljubomir: www.ljubomirstanisic.pt

Para breve, está previsto o lançamento de outras bebidas Mestiço, entre vinhos, cervejas e destilados.

 

Pátio das Caves Cockburn’s recebe primavera com petiscos e cocktails

Cockburn's

Nas Caves da Cockburn’s está tudo a postos para os dias solarengos. Para receber fins de tarde de calor e convívio, o pátio apresenta uma nova selecção de petiscos, acompanhados dos habituais cocktails e catálogo de vinhos, que já podem ser apreciados. As Caves Cockburn’s oferecem aos visitantes a oportunidade de conhecer o legado e […]

Nas Caves da Cockburn’s está tudo a postos para os dias solarengos. Para receber fins de tarde de calor e convívio, o pátio apresenta uma nova selecção de petiscos, acompanhados dos habituais cocktails e catálogo de vinhos, que já podem ser apreciados. As Caves Cockburn’s oferecem aos visitantes a oportunidade de conhecer o legado e a história da família Symington e dos vinhos ali envelhecidos, assim como de descobrir o maior armazém de envelhecimento de vinho do Porto da zona histórica de Vila Nova de Gaia, onde são mantidos milhares de barris, tonéis e balseiros. Os visitantes podem ainda conhecer as diferentes referências da marca através de provas de vinhos, que podem agora ser realizadas na sala de provas ou ao ar livre.

O novo menu de petiscos, que inclui sugestões entre 2 e 15 euros, conta com produtos regionais, resultado de parcerias com produtores nacionais da zona Norte. Um sortido fatiado de Porco Bísaro, uma seleção de queijos e compota ou covilhetes são algumas das opções da “ementa”, que conta também com snacks mais leves como batatas fritas ou uma taça de amêndoas. Para os apreciadores de conservas, é possível escolher entre paté de atum ou bacalhau, sardinhas em posta e ainda atum com feijão frade. E porque os petiscos podem ir além de produtos de origem animal, o menu inclui opções como um paté vegano ou empadas vegetarianas. Além do produto “estrela” do local, também o azeite pode ser apreciado com uma prova acompanhada de pão.

No pátio da Cockburn’s, que está aberto aos visitantes das Caves e a todos os que procuram, simplesmente, um local para conviver e descontrair nos dias de maior calor, é também possível encontrar refrescos, como cocktails de Porto Tónico, Port & Lemon ou ainda Port & Ginger. O espaço sugere ainda a degustação de um sorvete produzido a partir do Special Reserve, havendo ainda uma opção de gelado infantil para que nem os mais pequenos fiquem de fora. Os bombons de chocolate e os pastéis de nata não poderiam faltar para completar a selecção de petiscos ideais para um final de tarde de convívio.

As visitas às Caves Cockburn’s têm uma duração de 1h30 e culminam sempre numa prova de vinhos, com seis opções disponíveis (a partir dos 22 euros). As visitas podem realizar-se no horário das 10h00 às 17h30, até 31 de Outubro. A reserva prévia deve ser efetuada através do site (www.cockburns.com). As provas nas Caves estão disponíveis das 10h00 às 19h00 e a loja encontra-se aberta das 9h30 às 19h30.

Women in Wine Expo em Maio em Portugal

Wine Expo

A próxima Women in Wine Expo (WIWE), evento internacional que decorre todos os anos num país diferente e reúne centenas de mulheres profissionais ligadas ao mundo do vinho, irá decorrer, nos próximos dias 8 e 10 de Maio no Wow, em Vila Nova de Gaia. A WIWE, que decorreu, no período pós pandemia, na Georgia […]

A próxima Women in Wine Expo (WIWE), evento internacional que decorre todos os anos num país diferente e reúne centenas de mulheres profissionais ligadas ao mundo do vinho, irá decorrer, nos próximos dias 8 e 10 de Maio no Wow, em Vila Nova de Gaia.

A WIWE, que decorreu, no período pós pandemia, na Georgia em 2021 e no Reino Unido em 2022, pretende contribuir para implementar uma rede global de mulheres ligadas ao sector vitivinícola internacional, uma comunidade de mulheres empreendedoras que desejam expandir os seus conhecimentos e construir o seu negócio internacional. Para isso “mobiliza profissionais do vinho de todas as áreas de especialização para interagir com consumidores, pares e líderes de pensamento num ambiente seguro e neutro sobre as questões de hoje e as possibilidades para amanhã”, segundo a organização.

A conferência do evento, que terá, como principal oradora, a enóloga Sandra Tavares da Silva, irá, segundo os organizadores, irá antecipar tendências, apresentar o sector de vinhos nacional e divulgar novidades, entre outros. Irá, também decorrer uma prova de vinhos nacionais e internacionais e visitas a produtores nacionais.