Sustentabilidade da Quinta de Chocapalha certificada

A Quinta de Chocapalha obteve o nível A, a certificação mais elevada, obtida apenas pelas empresas que cumprem mais de 85% dos indicadores

A Quinta de Chocapalha, produtor familiar de vinhos de Alenquer, acaba de ver as suas práticas de sustentabilidade reconhecidas, ao ser certificada pelo Referencial Nacional de Certificação de Sustentabilidade do Sector Vitivinícola (RNCSSV), criado pelo Instituto da Vinha e do Vinho e gerido pela ViniPortugal. O RNCSSV atribui três níveis de certificação, que incluem todas […]

A Quinta de Chocapalha, produtor familiar de vinhos de Alenquer, acaba de ver as suas práticas de sustentabilidade reconhecidas, ao ser certificada pelo Referencial Nacional de Certificação de Sustentabilidade do Sector Vitivinícola (RNCSSV), criado pelo Instituto da Vinha e do Vinho e gerido pela ViniPortugal.

O RNCSSV atribui três níveis de certificação, que incluem todas as áreas da sustentabilidade. Têm, por base, 86 indicadores distintos de quatro domínios chave: ambiental, social, económico e gestão, e melhoria contínua.
A Quinta de Chocapalha obteve o nível A, a certificação mais elevada, obtida apenas pelas empresas que cumprem mais de 85% dos indicadores. A classificação foi atribuída tanto à vinha como à adega, o que permite, à empresa, utilizar o respetivo selo na sua comunicação e na sua rotulagem, em todos os produtos que tenham origem na sua vinha.

Para Sandra Tavares da Silva, enóloga e uma das proprietárias da Quinta de Chocapalha, esta distinção “é o reconhecimento de todo o trabalho que temos desenvolvido nos últimos anos, tanto na vinha como na adega, e o resultado do nosso compromisso para com a terra e as pessoas”. Sendo a Quinta de Chocapalha um projeto familiar, “só faz sentido continuar a apostar numa empresa e agricultura sustentáveis, de modo a garantir a preservação deste património para as gerações futuras, zelando pela saúde e longevidade das vinhas”, acrescenta.

Atualmente, a Quinta de Chocapalha dispõe de um total de 45 hectares de vinha e uma adega moderna com 10 anos de história. A protecção integrada da vinha mostra o grande respeito que a família tem pela natureza. Para além disso, foi construída uma barragem e plantada vegetação indígena, o que tem permitido o regresso de dezenas de espécies animais, desde répteis, peixes e aves. Há, também, uma estação de tratamento de águas residuais e os efluentes da adega são tratados antes de serem libertados na natureza.

Alentejo reforça controlo na vindima

A entrada ilegítima de vinhos e mostos de outras paragens no seio das Denominações de Origem Controlada nacionais, tem originado a preocupação generalizada de viticultores e produtores.

A entrada ilegítima de vinhos e mostos de outras paragens no seio das Denominações de Origem Controlada nacionais, tem originado a preocupação generalizada de viticultores e produtores. Alguns organismos certificadores regionais já anunciaram medidas adicionais de controlo para minimizar este risco. Foi o caso, anunciado em Maio passado, do IVDP (Porto e Douro) e, mais […]

A entrada ilegítima de vinhos e mostos de outras paragens no seio das Denominações de Origem Controlada nacionais, tem originado a preocupação generalizada de viticultores e produtores. Alguns organismos certificadores regionais já anunciaram medidas adicionais de controlo para minimizar este risco. Foi o caso, anunciado em Maio passado, do IVDP (Porto e Douro) e, mais recentemente, da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA). Segundo comunicado desta entidade reguladora, “são reforçadas regras e procedimentos a seguir pelos produtores durante a vindima de 2024”. Esse controlo é “focado nos agentes económicos que, durante a vindima, recebem uvas, mostos ou vinhos de diferentes origens nas instalações de vinificação localizadas no Alentejo”.

Entre outras medidas, os produtores e engarrafadores da região passam a ter “o dever de comunicar, à CVRA, com 48 horas de antecedência, a entrada daqueles produtos nas instalações de vinificação, a cumprir o horário definido para a entrada nas instalações e a seguir regras de identificação do local onde os produtos são armazenados, que pode levar à afixação de um dístico nos depósitos”.

Todas as condições estão descritas no Comunicado de Vindima 2024, divulgado aos produtores, onde é também indicado que os produtos passarão à classificação de “sem aptidão para DO/IG” nos casos de irregularidade, com “participação às autoridades competentes para efeitos do regime geral das infrações aplicáveis ao sector vitivinícola”.
Francisco Mateus, presidente da CVRA, explica que “este reforço de controlo tem, como objectivo principal, a proteção da origem e integridade dos vinhos DOC Alentejo e Regional Alentejano, através de procedimentos nas adegas e regras muito claras, que contribuem para um controlo mais ágil e eficaz por parte das equipas da CVRA”, destacando ainda que “o período de vindima é a altura mais crítica para fazer este controlo, porque há movimentações frequentes de uvas, mostos e vinhos, logo possibilidade de entrada nas adegas de produtos que não são originários da região, o que justifica intervenção rigorosa na defesa da origem Alentejo”.

Os novos brancos do Alentejo – Por menos de 12€

Grande prova Alentejo

Vou contando as minhas aventuras de provador aprendiz (eterno aprendiz, espero), pensando que os jovens se podem interessar pelo processo. Quando comecei a provar vinhos mais a sério, pensava que os brancos das regiões mais quentes não eram para levar a sério. Sempre pesados, um pouco moles, um pouco tristes. O teste decisivo era feito […]

Vou contando as minhas aventuras de provador aprendiz (eterno aprendiz, espero), pensando que os jovens se podem interessar pelo processo. Quando comecei a provar vinhos mais a sério, pensava que os brancos das regiões mais quentes não eram para levar a sério. Sempre pesados, um pouco moles, um pouco tristes. O teste decisivo era feito no copo. Quanto o calor apertava, num almoço de Verão, quando mais apetecia um vinho refrescante, a pequena quantidade no copo faz aumentar rapidamente a temperatura. E aí o vinho logo mostra ao que vem. Se falha neste momento a sua missão de refrescar, então falhou. E muitos falhavam. Todos, para dizer a minha experiência. Sem ser geladinhos, os vinhos morriam no copo. Desilusão.

A desilusão não terá sido só minha, porque, de repente, virava o milénio, e a situação começou a mudar. Lembro-me até de qual o vinho que me fez repensar a minha opinião, e abrir os olhos, a carteira e as garrafas aos vinhos alentejanos. Não interessa agora qual, mas foi um momento eureka. Ou melhor, de “olhem, não querem lá ver…”

E de onde veio então a mudança? Veio certamente da evolução normal de uma região onde a nova enologia entrava e começava a melhorar os processos. Veio da constatação de produtores e enólogos de que os constantes aumentos de temperatura e demais fenómenos climáticos não iriam abrandar, era preciso reagir.

As mudanças mais instantâneas incluíam vindimas nocturnas e vinificações imediatas, para manter a temperatura baixa que ajuda a preservar os compostos aromáticos das uvas. Incluía certamente muitas outras intervenções técnicas e de design dos vinhos, mas as mais importantes serão sempre a marcação da data de vindima (mais cedo para evitar a perda dos preciosos ácidos naturais das uvas enquanto elas amadurecem) e, claro, o rigor absoluto na higiene da adega.

Mas também houve mudanças mais lentas, daquelas decisões que implicam grandes custos em vontade e financeiros. Ou seja, a plantação de vinhas com novas castas que permitissem uma abordagem mais centrada na frescura do que na estrutura. Começou a explosão de castas brancas no Alentejo, uma exploração colectiva que está agora a dar frutos, mas na verdade ainda não terminou. Onde antes os vinhos eram só de Roupeiro, Antão Vaz, Perrum, Rabo de Ovelha, Manteúdo, começaram a aparecer lotes temperados com a salvadora Arinto, com Verdelho, experiências com Alvarinho, Viognier, Gouveio, Chardonnay, Sauvignon Blanc. Depois os “temperos” revoltaram-se e começaram a exigir protagonismo. O seu desempenho validava-os, e nos novos lotes as castas ganharam proporções de ingredientes. O vinho branco do Alentejo está a redefinir-se.

Grande prova Alentejo

CADA VEZ MAIS FRESCOS

Para esta prova de brancos até €12€ compareceram à chamada um pouco menos de 30 vinhos, com um total de mais de 12 castas, utilizadas em diferentes lotes e proporções. Raros foram os mono-varietais, mas foram alguns, nomeadamente de Antão Vaz e de Arinto. Usualmente, para este segmento de preço a utilização de madeira é rara, e quando aparece, moderada. É impossível que os vinhos se mantenham muito tempo no copo na temperatura de serviço que, neste caso, rondou os 12ºC. Mas foi intencional — até fundamental — que essa prova(ção) fosse feita, para resolver de vez as minhas angústias antigas. Estes são vinhos de um novo Alentejo que se declina em branco, para acompanhar pratos saborosos, por vezes ricos, por vezes delicados, e que usam a sua acidez afirmativa, mas bem integrada, para cortar a gordura e limpar o palato nos pratos mais exigentes, ou para complementar em complexidade a harmonia dos pratos mais subtis.

Esta procura de frescura foi deliberada por parte dos agentes da região. Júlio Bastos, o histórico produtor de Estremoz, explicou-me que o seu Dona Maria é feito com Viosinho, Arinto e Antão Vaz, para que as primeiras, colhidas atempadamente, complementem a estrutura da última com a sua frescura ácida. Plantou essas castas num movimento que de certa forma antecipou, adivinhando, os anseios dos consumidores num planeta que vai aquecendo. Mesmo assim, em 2024 o tempo quente vai-se atrasando a chegar, e Júlio Bastos disse-me que estão a sair muito menos brancos e rosés do que o normal.

Uma trajectória parecida, mas cujo final ainda poderá ser reescrito, foi-me contada por Óscar Gato, enólogo da Adega Cooperativa de Borba. O rótulo de cortiça clássico, dos anos 1960, usava Roupeiro, Rabo de Ovelha, Perrum e Manteúdo. Não houve forma de o manter fresco, e foi descontinuado. A marca ressurgiu em 2009 com Arinto, Alvarinho e Verdelho, com objectivo de ser equilibrado, fresco e estruturado. Mesmo assim, o seu perfil clássico foi mantido. Esta ambição de frescura obriga a enorme rigor entre os associados da adega, que vindimam a partir das 3h da manhã, para entregar as uvas com no máximo 4h de cortadas, e antes das 11h da manhã, para alcançarem o preço com prémio de frescura. Tudo é fermentado em inox, mas o Arinto estagia algum tempo em barricas usadas. Numa cooperativa com centenas de associados, trabalham com 18 castas brancas, e vão fazendo e registando estudos não só das castas em vários sítios, mas também de vários clones de cada casta, a ver onde melhor se adaptam. Uma descoberta talvez surpreendente já originou que peçam aos associados que voltem a plantar Rabo de Ovelha. Segundo Óscar Gato, o carácter estruturado e rico desta casta não consegue ser substituído por nenhuma outra, mesmo que a sua acidez seja mais baixa. No planalto de Borba, o Antão Vaz não oferece as mesmas características do que na sua Vidigueira natal. Assim, o Rabo de Ovelha vai ser uma nova aposta, já que a frescura ácida pode vir da combinação das outras castas. O Rótulo de Cortiça, diga-se, é uma “brincadeira” de 6500 litros, uma gota no oceano da adega.

Falei ainda com Francisco Mateus, presidente da CVRA, que me explicou que o Alentejo passou nos últimos 10 anos de 20% de vinho branco para cerca de 27%, de entre os 85 milhões de litros certificados. Prevê-se que esta percentagem continue a aumentar. O Alentejo é uma região muito extensa e com uma gastronomia muito caracterizada e variada, e é normal que os vinhos acompanhem os pratos. Procurei nas notas de prova fazer uma recomendação de um prato que ligasse com o vinho, e fosse informativa, ou seja, que acrescente algo à nota de prova. O leitor vai constatar que sendo os vinhos brancos nem sempre a recomendação é um prato de peixe ou vegetariano. A verdade é que há muitos vinhos brancos que ligam bem com pratos de carne, e mesmo pratos ricos como assados. Fica o desafio para essa exploração, tal como vejo esta prova como um testemunho da exploração que o vinho alentejano está a fazer no território vinho branco. Temos variedade de estilos, de castas, de lotes, ambição, frescura, estrutura. Os preços macios ajudam a que o leitor participe nesta procura.

(Artigo publicado na edição de Julho de 2024)

 

Editorial Agosto: A crise, outra vez

Editorial

Editorial da edição nrº 88 (Agosto 2024) “Isto está mal”, dizem produtores de vinho, distribuidores, donos de restaurantes e garrafeiras. A culpa é da crise, da perda de poder de compra, da falta de confiança, do receio de gastar em produtos supérfluos. Mas será “A Crise” (com maiúsculas…) a única culpada das dificuldades que o […]

Editorial da edição nrº 88 (Agosto 2024)

“Isto está mal”, dizem produtores de vinho, distribuidores, donos de restaurantes e garrafeiras. A culpa é da crise, da perda de poder de compra, da falta de confiança, do receio de gastar em produtos supérfluos. Mas será “A Crise” (com maiúsculas…) a única culpada das dificuldades que o sector do vinho atravessa?

Estou convencido que a crise veio apenas avolumar os efeitos de um vasto conjunto de deficiências crónicas que o sector possui. O sector do vinho em Portugal é pesado, pouco criativo, pouco atento ao mercado e ao consumidor e (ainda) pouco profissional.

Apesar de não existirem estatísticas sobre essa matéria, certamente não irei errar se disser que bem mais de metade dos agentes económicos ligados à produção de vinho não são profissionais. Ou seja, não fazem do vinho a sua actividade principal e não possuem escala para criar e manter uma estrutura profissional. Uma situação confrangedora quando se compara com a realidade espanhola ou francesa, para já não dizer americana ou australiana, onde o vinho é encarado como uma indústria, um negócio, e não como a “concretização de um sonho”.

Na verdade, uma parte considerável dos novos produtores surgidos em Portugal na última década é constituída por profissionais liberais, industriais, comerciantes, que herdaram ou compraram vinhas, que durante algum tempo venderam uvas e que a dada altura quiseram ver o seu nome ou da sua quinta numa garrafa. A sobrinha que tem jeito para o desenho deu uma ajuda no rótulo, o restaurante onde come todos os dias prometeu vender umas caixas, os amigos que dizem que o vinho é uma maravilha vão ficar com algum e, portanto, não haverá dificuldade alguma em vendê-lo, até porque são só 50 mil garrafas. Pois é… O mercado nacional acabou inundado de produtores que têm 50 mil garrafas para vender. Mas o mercado não é infinito e, naturalmente, quando há menos dinheiro disponível, retrai-se. Resultado: está (quase) toda a gente a vender menos do que esperava.

A solução, dirá qualquer profissional, está em procurar novos mercados. Mas quantos destes produtores “amadores” têm disponibilidade para passar meses viajando pelo mundo, fazendo contactos, procurando distribuidores, promovendo o seu vinho? Se nem em Portugal têm tempo ou vontade para abordar pessoalmente ou acompanhar vendedores a garrafeiras e restaurantes, preferindo esperar que o vinho se venda por si! Está difícil vender? Mas porque é que havia de ser fácil? Se até para os que vivem disto dá muito trabalho…

Não há mal nenhum em satisfazer uma paixão, mesmo uma paixão cara como é a produção de vinho. Aliás, alguns dos grandes vinhos do mundo são propriedade de pessoas que ganharam dinheiro noutras áreas e chegaram ao vinho movidos pela simples paixão. Mas que só foram bem-sucedidos porque tiveram dimensão ou meios para criar uma estrutura profissional capaz de levar o negócio avante. Os outros ficaram pelo caminho, fartos de perder dinheiro todos os anos num negócio que tem exigências a que não conseguiam corresponder. Algo que, inevitavelmente, virá a acontecer a muitos produtores portugueses.

É que, no vinho, a paixão e o negócio são coisas diferentes, ainda que complementares. E se é verdade que o negócio do vinho precisa de paixão para se desenvolver, a paixão, só por si, não garante nada. Na maior parte dos casos, aliás, só garante dissabores…

 

Nota: Fiz uma pesquisa nos mais de 400 editoriais mensais que escrevi desde 1989 e a “Crise” foi tema 7 vezes, com vários anos de intervalo. O texto que em cima reproduzo foi publicado em Agosto de 2003, faz precisamente agora 21 anos. É assustador perceber que continua actual e que em mais de duas décadas não aprendemos nada.

Porto com twist

Porto

O Dia Nacional do Cocktail, que é celebrado a 18 de Maio, foi o pretexto para o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto antecipar a efeméride, abrindo, no dia 10 de maio passado, as portas do Wine Bar do IVDP, dando a conhecer novas formas de consumo do clássico vinho do Porto que, […]

O Dia Nacional do Cocktail, que é celebrado a 18 de Maio, foi o pretexto para o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto antecipar a efeméride, abrindo, no dia 10 de maio passado, as portas do Wine Bar do IVDP, dando a conhecer novas formas de consumo do clássico vinho do Porto que, face aos novos desafios e necessidade de conquistar novos consumidores, se dessacraliza e reinventa.

E porque não em cocktails frescos e ousados?
Após a aposta vencedora do Porto tónico, é tempo de dar palco aos mixologistas na criação de novas e coloridas propostas que cativem um público mais jovem e urbano. E foi pelas mãos do bartender José Mendes, do bar portuense “Torto”, que nasceram o “Gomo”, numa base de Porto White Dry e Tangerina, e o “Baga”, ousada abordagem de um Porto Tawny 10 anos, com Aguardente Velha, jus de romã, chocolate negro e drop de noz. A conduzir esta ação, esteve Paulo Russel Pinto, que chefia o Serviço de Comercialização e Marketing do IVDP.
Bebida de meditação, que se bebia após a refeição pelos nossos pais e avós, ou como aperitivo, o Vinho do Porto estava desligado, em termos comunicacionais, da mesa propriamente dita. Assim, durante os últimos anos, a estratégia de comunicação do Vinho do Porto direcionou-se para a restauração, propondo-o à refeição, com sobremesas, inicialmente, complementando os outros vinhos servidos à refeição, descobrindo-se uma versatilidade que não era, até então, muito conhecida. Vinho do Porto associado às sobremesas com chocolate, ou aos vários tipos de queijos, de pasta mole, pasta dura, de cabra, vaca ou ovelha, como também à doçaria tradicional portuguesa, nomeadamente a conventual (ovos, caramelizados, amêndoas) é hoje, um lugar mais comum.

 

 

Após a aposta vencedora do Porto tónico, é tempo de dar palco aos mixologistas na criação de novas e coloridas propostas que cativem um público mais jovem e urbano.

 

 

Asas à criatividade
Vencido esse desafio, outros se avizinham, nomeadamente, alcançar novos consumidores, mostrando-lhes propostas inovadoras, em tempos desafiantes onde o seu consumo se ressente. O consumidor que se pretende hoje alcançar será mais jovem, numa faixa etária acima dos 25 anos, e que se afasta de uma outra categoria que comunga de ideias pré-concebidas acerca do vinho do Porto. E é aqui que entra este novo padrão de público que se identifica com o cocktail e com a mixologia. Nesta nova comunhão com novos apreciadores, houve uma necessidade de adaptação comunicacional por parte do IVDP. Há uma linguagem que é necessário dominar para se ser mais eficaz a comunicar novos momentos de consumo e dinâmicas associadas a este novo público. A nova onda de mixologia rompe com o passado. Já não é executada nos bares por um austero bartender, mas por jovens urbanos e descontraídos que dominam um sector em franco crescimento, a consumir bebidas de alto valor acrescentado. E aqui entra o Porto não apenas como ingrediente para dar sabor a um cocktail, mas com os mixologistas e bartenders atuais a dar-lhe relevância de protagonista principal, incutindo-lhe um cunho personalizado e autoral, à semelhança do que fazem hoje os chefs de cozinha. E, claro, a “portugalidade”, tendo no vinho do Porto uma identidade e representação nacional. Nesta nova etapa, procura-se mostrar a enorme versatilidade do Porto, que possui quase 20 categorias, permitindo-se desta abrangência dar asas à criatividade e imaginação.

(Artigo publicado na edição de Junho de 2024)

Adega José de Sousa cria programa de vindimas tipicamente alentejano

Adega José de Sousa

O programa pode ter início na vinha, onde os visitantes têm a oportunidade de cortar os cachos ou, se a vindima estiver numa fase avançada, na adega com a prova de mosto ou com a pisa a pé. Adicionalmente, os participantes podem participar nas atividades a decorrer. Este programa inclui, ainda, uma visita às duas […]

O programa pode ter início na vinha, onde os visitantes têm a oportunidade de cortar os cachos ou, se a vindima estiver numa fase avançada, na adega com a prova de mosto ou com a pisa a pé. Adicionalmente, os participantes podem participar nas atividades a decorrer. Este programa inclui, ainda, uma visita às duas adegas – a Adega Nova e a Adega dos Potes – com uma prova de vinhos e degustação de produtos regionais. E para aqueles que desejam encerrar o dia com uma experiência completa, há a opção de desfrutar de um almoço exclusivo, com os sabores típicos do Alentejo: gaspacho, empadas de galinha, queijos e enchidos, acompanhados de vinhos José de Sousa.

O programa está disponível mediante disponibilidade e marcação prévia. Pode fazer a sua reserva antecipada pelo e-mail josedesousa@jmfonseca.pt ou pelo contacto telefónico através do número 918 269 569.

Programa de vindimas Adega José de Sousa

Datas: 15 de Agosto a 15 de Setembro

OPÇÃO SEM ALMOÇO:

11h00 – Welcome drink

11h15 – Visita guiada à Adega Nova e Adega dos Potes, com participação nas atividades a decorrer*

12h15 – Prova de 3 vinhos e degustação de produtos regionais (enchidos, queijo, pão e azeite)

13h00 – Final do programa

Oferta de t-shirt e chapéu da vindima

Programa disponível de 2 a 16 pessoas

Preço por pessoa: 28 euros (IVA incluído)

Crianças até 10 anos: grátis (sem oferta de t-shirt e chapéu)

Jovens dos 11 aos 17 anos: 13,00 euros

Preço família (2 adultos + 2 jovens): 74,00 euros

 

OPÇÃO COM ALMOÇO:

11h00 – Welcome drink

11h15 – Visita guiada à Adega Nova e Adega dos Potes, com participação nas atividades a decorrer*

12h15 – Almoço de petiscos regionais: gaspacho, empadas de galinha, folhados de carne, queijos, enchidos variados, azeite, pão regional, azeitonas, compota, biscoitos tradicionais e fruta da época, acompanhado por vinhos José de Sousa.

14h30 – final do programa

Oferta de t-shirt e chapéu da vindima

Programa disponível de 2 a 16 pessoas.

Preço por pessoa: 62 euros (IVA incluído)

Preço crianças (4-8anos): 16,00 €

Jovens dos 9 aos 17 anos: 30,00 euros

Preço família (2 adultos + 2 jovens): 166,00 euros

 

* A atividade a desenvolver depende da data e da fase em que a vindima se encontrar.

 

Geórgia: Onde tudo começou

Geórgia

Parece que os primeiros viticultores no nosso planeta eram os povos que habitavam o território da Geórgia há mais de 8000 anos. Durante diferentes escavações arqueológicas foram descobertas as sementes fossilizadas de videira e os fragmentos de vasos de barro com sedimento (sais) de ácido tartárico que remontam à era neolítica. As evidências arqueológicas sugerem […]

Parece que os primeiros viticultores no nosso planeta eram os povos que habitavam o território da Geórgia há mais de 8000 anos. Durante diferentes escavações arqueológicas foram descobertas as sementes fossilizadas de videira e os fragmentos de vasos de barro com sedimento (sais) de ácido tartárico que remontam à era neolítica. As evidências arqueológicas sugerem que as práticas de vinificação naquela região datam de 6000 a.C., ou seja, 3000 anos antes da invenção da escrita e 5000 anos antes do início da Idade do Ferro. As palavras ocidentais como “vinho”, “vino”, “vin” e outras, muito provavelmente provêm da palavra Geórgiana “ghvino”.
Em termos vitivinícolas Geórgia é um paradoxo. Por um lado, alega ser um “berço” de vitivinicultura na face da terra, por outro, é um player muito recente no âmbito mundial vínico. O seu principal mercado até há bem pouco tempo era a Rússia, para onde ainda em 2021 se exportava mais de metade de vinhos georgianos (Comtrade, Geostat). Eram de qualidade medíocre, com bastante açúcar – um tributo ao gosto do consumidor da União Soviética. Os hoje famosos vinhos feitos em qvevri – ânforas de barro – não eram conhecidos naqueles tempos. E mesmo actualmente, o vinho que representa o grande orgulho e identidade da indústria vitivinícola georgiana, corresponde apenas a 10% de produção nacional. É um nicho de inestimável importância, que trouxe uma grande projecção internacional aos vinhos georgianos, para além das descobertas arqueológicas, implementação de denominações de origem, regulamentos e controlo interno, bem conseguidos acordos internacionais, investimentos oportunos, e uma inteligente campanhia de marketing junto dos mercados estratégicos.

A geografia, o clima e as principais regiões
Situada entre Europa, Ásia e Médio Oriente, a Geórgia é ladeada pela Turquia, Arménia e Azerbaijão a sul. A norte, as montanhas do Cáucaso fazem fronteira com a Rússia, oferecendo protecção natural dos ventos frios, enquanto as planícies costeiras a oeste são abertas aos movimentos do ar húmido e quente do Mar Negro. O clima da Geórgia é diversificado, devido à sua topografia complexa. Na parte leste é seco e continental, com verões quentes e invernos amenos; a humidade e a precipitação são baixas, e a nebulosidade e as amplitudes térmicas são grandes. No oeste, o país possui um clima subtropical húmido, com pequena variação de temperaturas e precipitação alta.
A região vitivinícola mais importante da Geórgia, em termos quantitativos, qualitativos e históricos é Kakheti, na parte mais oriental do país, onde são cultivadas aproximadamente 65-70% de vinhas, situadas entre 400 e 700 metros de altitude. Em 2023, das 221 mil toneladas de uva processada em todo o país, 204 mil toneladas foram da região de Kakheti.
Imereti é uma das regiões mais diversificadas da Geórgia, quer pelas condições climáticas, quer pela composição do solo, o que se reflecte na grande variedade dos vinhos. Kartli é mais uma região vinícola notável, conhecida pelo seu estilo mais moderno e pelos espumantes de alta qualidade. Racha-Lechkhumi distingue-se de outras regiões pela sua beleza paisagística e escassez de vinhas (cerca de 1600 ha), devido ao clima mais agreste, associado a maior altitude, e castas raras. Meskheti, no sul do país, é uma das regiões vitivinícolas mais altas no mundo: as vinhas encontram-se a 900-1700 metros acima do nível do mar. Outras quatro regiões situadas ao longo do Mar Negro – Guria, Samegrelo, Abkhazeti e Adjaria – partilham um clima húmido tropical.

Geórgia
O Tradicional Método de Vinificação em Qvevri é considerado Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO.

Castas autóctones
De acordo com o Cadastro de Vinhas da Geórgia, a área de vinha compreende 48.700 hectares. Embora a Geórgia tenha mais de 500 castas indígenas, apenas quatro dezenas são utilizadas com sucesso comercial e só algumas delas são conhecidas fora do país. A maioria dos vinhos exportados trazem nos rótulos nomes Saperavi, Rkatsiteli, Mtsvane, Kisi e pouco mais. Algumas castas internacionais também são cultivadas no país.
Saperavi é casta tinta muito antiga e mais identitária da Geórgia, responsável por 10% de plantações (cerca de 4.000 ha) e disseminada por todas as regiões. É uma casta tintureira, cujo nome significa “tingir”, “manchar”, com todas as características em alta – cor, tanino e acidez. É capaz de produzir boa qualidade mesmo quando o rendimento é alto, sendo usada desde os vinhos de entrada até os exemplos mais expressivos, cheios de carácter e com potencial de guarda.
Rkatsiteli é a casta branca nativa de Kakheti, que predomina nas plantações do país, com 43% (cerca de 20.000 ha). Sendo pouco exigente em termos de local, é amiga do viticultor. Mesmo quando chega ao teor de açúcar elevado, consegue preservar a acidez. Quando vinificada no estilo moderno (internamente chamado de “europeu”), a Rkatsiteli oferece aromas florais subtis com notas cítrinas, marmelo e maçã. Se vinificado em qvevri, o vinho mostra-se mais poderoso, moderadamente tânico, com acidez nítida. No estágio oxidativo desenvolve aromas de mel, casca de laranja seca, especiarias, damasco e outras frutas de caroço.
Mtsvane Kakhuri é outra variedade muito antiga, significa “Kakheti verde” e é comummente referida apenas como “Mtsvane” (não confundir com Goruli Mtsvane). Facilmente acumula açúcar, mantendo elevados níveis de acidez. Daí a sua capacidade de produzir vinhos doces e fortificados. Quando vinificado num estilo convencional, o vinho branco jovem apresenta frequentemente um tom palha esverdeado e transmite aromas frescos de pêssego, florais, cítrinos e tropicais, com leve tom mineral. Fica bastante escuro e apresenta mais carácter de damasco e frutas de caroço quando vinificada em qvevri. Oxida com facilidade e, a menos que seja vinificada em qvevri, requer um manuseamento com protecção do oxigénio. Alternativamente, pode ser loteada com outras castas.
A casta Khikhvi foi salva de extinção. Em 2004 havia apenas um único hectare desta variedade registado em todo o país. As plantações aumentaram consideravelmente desde meados da década de 2010 e a casta está a ganhar popularidade entre os produtores e os consumidores. A sua assinatura aromática é distinta: notas florais de buxo e flores silvestres, frutos amarelos maduros e damasco. Os vinhos são produzidos de acordo com técnicas europeias e em qvevri. Nestes últimos acentua-se o carácter de frutos secos e flores. Com níveis moderados de álcool e acidez suave, Khikhvi pode ser interessante também em lotes.

 

A Vaziani

A Vaziani, localizada em Kakheti, foi fundada em 1982. O ponto de viragem foi em 2012, com investimento em modernização da adega e aquisição das vinhas próprias. A gama de vinhos feitos em qvevri sai sob o nome Makashvili Wine Cellar, relacionada com a propriedade Makashvili datada do século XV. Os vinhos são importados e destribuidos em Portugal pela Atlantikdynamic, que já há muitos anos distribui vinhos da Moldova no nosso país. 

 

Geórgia
Geórgia tem mais de 500 castas indígenas.

O famoso Qvevri
Qvevri é o nome mais popularmente conhecido. Mas existem muitos outros nomes dados aos recipientes de barro para armazenamento de vinho, em função dos tamanhos e formas diferentes: churi, dergi, lagvini, lagvani, lagvinari, kvibari, kubari, lakhuti, chasavali, khalani e kotso.
A forma de qvevri Georgiano que existe hoje remonta ao III milénio a.C. Antes deste período, eram comuns principalmente os pequenos qvevris, de 1-1,5 m de altura, que tinham uma base plana e uma barriga larga. Qvevri em forma de ovo é actualmente o mais comum.
A capacidade varia de algumas centenas de quilos de uva a várias toneladas, sendo a capacidade mais comum de uma a duas toneladas. A região Kakheti distingue-se pelos grandes qvevris, com seis a oito mil litros.
O qvevri fica enterrado no solo, o que garante uma temperatura ideal e estável para o envelhecimento e armazenamento do vinho. No século III a.C., os produtores começaram a enterrá-los na terra, primeiro até aos ombros, e por volta do século quarto d.C., até ao pescoço.
A qualidade do vinho feito em qvevri é altamente influenciada pela qualidade da sua limpeza, que deve ser feita todos os anos. O recipiente é lavado com limpadores de ervas e água e depois desinfectado com enxofre. A superfície interna às vezes é forrada com cera de abelha e a superfície externa é tradicionalmente coberta com cal. Em 2013, a UNESCO introduziu o Tradicional Método de Vinificação em Qvevri na lista de Património Cultural Imaterial da Humanidade.
O vinho feito em qvevri envolve geralmente a vinificação e o estágio com certa quantidade de películas e engaço, chamado “chacha” (o mesmo nome também é dado a uma aguardente bagaceira, tradicional na Geórgia). A quantidade de bagaço e o tempo de estágio têm uma variação regional. Por exemplo, na região de Kakheti usa-se chacha na totalidade, enquanto na região de Imereti corresponde no máximo a um terço de mosto em qvevri. A casta, a duração da fermentação alcoólica, as condições ambientais, etc., são factores que determinam o período que o mosto permanece com chacha. A duração do vinho tinto em qvevri pode ser igual ao período de fermentação alcoólica, ou de sete a 10 dias, ou ser prolongada até duas semanas depois da fermentação. No caso das uvas brancas, o vinho é guardado com a chacha até a primavera.
Os vinhos georgianos feitos em qvevri precisam de conversa. Talvez não seja por acaso que existem os famosos longos brindes georgianos que permitem aos vinhos, sobretudo brancos, abrir no copo. A temperatura de consumo destes vinhos ronda os 14 e os 18˚C, também para desfrutá-los na sua plenitude.

 

(Artigo publicado na edição de Junho de 2024)

 

 

Mirabilis: O tempo de construção de um ícone

Mirabilis

A escolha do “Encanto”, um dos mais recentes espaços de experienciação gustativa de José Avillez, no Chiado, para o lançamento da mais recente colheita do Mirabilis branco não foi casuística. Aqui, onde dominam a sazonalidade dos vegetais, as cores, texturas e emoções, quis criar-se uma ligação entre o vinho e a terra, vivenciando a sua […]

A escolha do “Encanto”, um dos mais recentes espaços de experienciação gustativa de José Avillez, no Chiado, para o lançamento da mais recente colheita do Mirabilis branco não foi casuística. Aqui, onde dominam a sazonalidade dos vegetais, as cores, texturas e emoções, quis criar-se uma ligação entre o vinho e a terra, vivenciando a sua origem num copo que nos transmite as sensações de calcorrear as pequenas parcelas de vinhas durienses, de pisar cada parcela onde a dureza e condições extremas testam as capacidades e a força daqueles que, no dia a dia, as cuidam e acarinham. O carisma Mirabilis branco, nascido há 11 vindimas atrás, é composto de várias premissas, sendo a principal gizada por Luísa Amorim, traduzida na vontade de, numa região sem tradição de brancos, criar um vinho que transcendesse a Quinta Nova e se afirmasse como um símbolo do Douro, região de inúmeras aptidões, entre elas vinhos brancos de eleição.

O caminho, aqui, sempre se fez de procura e estudo. A busca da uva que pudesse dar maior garantia de exclusividade foi, desde início, feita em pequenos lavradores e pequenas parcelas de vinhas velhas. A observação da evolução do clima, na última década, leva-os para outras altitudes, privilegiando as vinhas localizadas entre os 650 e 750 metros do planalto de Alijó. Não há alternativa quando o ano de 2022 foi o mais quente das últimas três décadas. Daí que o recurso a vinhas velhas se revista de uma escolha acertada. Mais resilientes, com maior resistência às elevadas temperaturas, as suas raízes rasgam as profundezas dos solos de transição dos xistos para o granito e encontram a água e os nutrientes necessários para providenciar uma maturação lenta e equilibrada da uva. O papel da viticultura é cada vez mais fundamental para a definição de vinhos que se desejam ser a mais límpida e cristalina expressão do seu ano, das vinhas velhas, algumas centenárias, e, naturalmente da mão que embala o berço e acolhe a sua maturação. E é na decisão do ponto perfeito da sua vindima que se define cada colheita. À enologia cabe, atualmente, um papel interpretativo das virtudes da uva, cabendo-lhe uma função menos interventiva e mais contemplativa, permitindo, ao tempo, esculpir o virtuosismo do néctar, fiel intérprete dos vinhos de montanha, de caráter único e inimitável.

 

O papel da viticultura é cada vez mais fundamental para a definição de vinhos que se desejam ser a mais límpida e cristalina expressão do seu ano.

 

Um vinho irrepetível
Na senda do que são as novas tendências mundiais, a Quinta Nova busca agora a elaboração de vinhos de maior expressividade natural e menor influência de elementos externos, mostrando, já nesta colheita Mirabilis, um pouco do que o futuro reserva. E, a verdade, é que a edição de 2022 pode ser a melhor de sempre, marcando também um fim de um ciclo, uma vez que foi a última vinificação na adega antiga que, este ano, deu lugar a um novo e remodelado espaço interior, onde dominará uma nova filosofia na arte de fazer vinho, em que a madeira se torna, a partir de agora, um elemento menos fundamental no processo de estágio dos vinhos.
“Entrar no mundo Mirabilis é transcender a territorialidade, é criar com energia e convicção um vinho irrepetível, que se perpetua no tempo. Uma promessa de descoberta”, defende Luísa Amorim, ceo da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo. “O tempo de espera em garrafa mostrou-se benfeitor, ao conceder ao vinho uma camada extra de complexidade e elegância, com destaque para a frescura, estrutura e acidez”, salienta.

(Artigo publicado na edição de Junho de 2024)