Anadia recebe a 1ª competição ibérica de escanções

Anadia

Entre os dias 26 e 29 de Novembro de 2025, a Anadia, na região da Bairrada, é a anfitriã da 1ª edição do Iberian Sommelier Contest. Trata-se de um encontro que reúne os cinco melhores profissionais do vinho dos dois países vizinhos, Portugal e Espanha, distribuídos por igual número entre os dois países da Península […]

Entre os dias 26 e 29 de Novembro de 2025, a Anadia, na região da Bairrada, é a anfitriã da 1ª edição do Iberian Sommelier Contest. Trata-se de um encontro que reúne os cinco melhores profissionais do vinho dos dois países vizinhos, Portugal e Espanha, distribuídos por igual número entre os dois países da Península Ibérica. Os participantes foram previamente selecionados através dos respetivos concursos nacionais. O objectivo é, por um lado, eleger o “Melhor Sommelier Ibérico 2025”, com base na valorização do conhecimento, da comunicação, do serviço e da capacidade de liderar experiências enogastronómicas de alto nível, e, por outro lado, enfatizar a excelência profissional, reforçar o intercâmbio de conhecimento e enaltecer a visibilidade das regiões vitivinícolas dos dois países.

Tiago Paula, Presidente da Associação dos Escanções de Portugal, “o Iberian Sommelier Contest reforça a ambição da classe portuguesa dos escanções: competir ao mais alto nível e afirmar a nossa identidade profissional. Mas mais do que um concurso, é um espaço de partilha, crescimento e valorização do talento, que promove formação contínua e contribui para elevar a imagem de Portugal como referência internacional no serviço de vinho.”

O programa do Iberian Sommelier Contest inclui, ao longo dos quatro dias, competição, formação, provas de vinhos e gastronomia regional, envolvendo produtores, entidades do sector e profissionais. De acordo com o alinhamento, o dia 27 de Novembro fica marcado pela Feira de Vinhos aberta ao público e pela abertura do Bar dos Sommeliers. Sobre o dia 28 de Novembro, destacam-se a realização de provas teóricas e organolépticas, no Museu do Vinho da Bairrada, e as provas práticas de serviço. Além das masterclasses de vinhos da Bairrada e da Beira Interior, o dia 29 de Novembro fica marcado pelo momento-chave da revelação do “Melhor Sommelier Ibérico 2025”, no Cineteatro de Anadia, e pelo jantar de gala que assinala o desfecho deste acontecimento.

O evento é coorganizado pela Associação dos Escanções de Portugal e pela Unión Española de Sumilleres, e conta com o patrocínio principal do Município de Anadia, bem como com o apoio do Turismo Centro de Portugal e da Comissão Vitivinícola da Bairrada.

5 adegas portuguesas na lista das 50 melhores da Forbes

Forbes

Foi revelado o ranking anual da revista norte-americana Forbes, no qual entraram cinco adegas portuguesas, de três regiões: Vinho Verde, Douro e Alentejo. Esta lista foi elaborada pelos especialistas da Virgin Wines, retalhista online sediado no Reino Unido. Entre os critérios utilizados contam-se a importância histórica, a inovação na viticultura, a transparência, a certificações de […]

Foi revelado o ranking anual da revista norte-americana Forbes, no qual entraram cinco adegas portuguesas, de três regiões: Vinho Verde, Douro e Alentejo. Esta lista foi elaborada pelos especialistas da Virgin Wines, retalhista online sediado no Reino Unido. Entre os critérios utilizados contam-se a importância histórica, a inovação na viticultura, a transparência, a certificações de sustentabilidade e a responsabilidade social.

No 6º lugar surge a Quinta da Aveleda, propriedade histórica localizada na região dos Vinhos Verdes, que combina a produção meticulosa de vinhos com jardins botânicos repletos de espécies raras e experiências imersivas para visitantes. Já no 26º lugar encontra-se a Fitapreta, instalada num palácio do século XIV, próximo de Évora. Trata-se de um projecto do enólogo António Maçanita, reconhecido pelo forte empenho na recuperação de castas autóctones.
A Quinta do Bomfim, no 31º lugar, representa o Douro, preservando mais de um século de história da família Symington enquanto produtora de vinhos do Porto emblemáticos, oferecendo visitas a vinhas em socalcos e provas com vista para o rio que empresta o nome à região vinhateira.
Voltando ao Alentejo, o 36º lugar pertence à Torre de Palma, propriedade com raízes medievais que integra hotel, adega e diversas experiências no âmbito do enoturismo.
Em 50º, e também no Alentejo, aparece a Herdade do Sobroso, uma vasta propriedade situada na Vidigueira, onde vinhas, hotel rural, safáris, entre outras experiências, convivem com um terroir marcado pela Serra do Mendro e pelo Rio Guadiana, originando vinhos de perfil elegante.

No fundo, Portugal representa uma décima parte desta lista, o que já é significativo. Este reconhecimento reforça a crescente visibilidade internacional dos vinhos portugueses e a diversidade de propostas que os nossos produtores têm para oferecer.

Forbes
Quinta do Bonfim

Pinhel, a anfitriã do “Escolha da Imprensa Beira Interior” 2025

Pinhel

Souvall Villamayor Beira Interior Grande Reserva branco 2023, de Lúcia & Américo Ferraz, e Solares de Pinhel Beira Interior Grande Reserva tinto 2021, da Adega Cooperativa de Pinhel, são os grandes vencedores da edição de 2025 do Concurso de Vinhos “Escolha da Imprensa Beira Interior”. A competição teve lugar no dia 21 de novembro, no […]

Souvall Villamayor Beira Interior Grande Reserva branco 2023, de Lúcia & Américo Ferraz, e Solares de Pinhel Beira Interior Grande Reserva tinto 2021, da Adega Cooperativa de Pinhel, são os grandes vencedores da edição de 2025 do Concurso de Vinhos “Escolha da Imprensa Beira Interior”. A competição teve lugar no dia 21 de novembro, no Posto de Turismo de Pinhel, a “Cidade Falcão” do distrito da Guarda, localizado no interior da região Centro de Portugal. À prova, estiveram 63 vinhos, entre espumantes, brancos, rosés, tintos, colheita tardia e fortificados, analisados por oito elementos do júri, constituído por jornalistas, críticos da especialidade e enófilos.

A cerimónia de entrega de prémios decorreu no âmbito da 10ª edição do evento Beira Interior – Vinhos & Sabores, instalado recinto do Centro Logístico de Pinhel. O momento solene ficou marcado pela presença da Presidente da Câmara Municipal de Pinhel, Daniela Capelo, do Presidente do Instituto da Vinha e do Vinho, Francisco Toscano Rico, do Presidente do Presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior, Rodolfo Queirós, da Presidente da Assembleia Municipal do município de Pinhel, Ângela Guerra, e do Presidente do município de Figueira de Castelo, Rodrigo Carlos Condesso.

De acordo com o programa do certame Beira Interior – Vinhos & Sabores, houve provas comentadas de vinhos, showcookings e várias sonoridades, momentos partilhados entre visitantes e os representantes dos aproximadamente 50 expositores, entre casas vitivinícolas e produtores de produtos regionais.

Pinhel

 

Concurso de Vinhos “Escolha da Imprensa Beira Interior” 2025

 

Categoria Vinho Branco

Grande Prémio: Souvall Villamayor Beira Interior Grande Reserva 2023 (Lúcia & Américo Ferraz)

Prémios

7 Capelas Beira Interior 2023 (Sociedade Agro-Pecuária Baraças Irmãos Unidos)

Aforista Beira Interior Reserva 2023 (Agrodaze, Vinhos e Agropecuária)

Marquês d’Almeida Beira Interior Grande Reserva 2023 (CARM – Casa Agrícola Roboredo Madeira)

Quinta da Ribeira da Pêga Beira Interior Síria 2023 (Casa Agrícola Metello de Nápoles)

Quinta do Cardo Beira Interior Grande Reserva Homenagem Maria Luiza 2023 (Quinta do Cardo)

Quinta dos Alvercões Beira Interior Colheita Selecionada 2024 (Majestikmountain)

Souvall Seara Vinhas Velhas Beira Interior Grande Reserva 2023 (Lúcia & Américo Ferraz)

 

Categoria Vinho Tinto

Grande Prémio: Solares de Pinhel Beira Interior Grande Reserva 2021 (Adega Cooperativa de Pinhel)

Prémios

Adega Fundão Beira Interior Reserva 2021 (Adega Cooperativa do Fundão)

Beyra Beira Interior Pinot Noir 2023 (Rui Roboredo Madeira)

D. Manuel I Reserva do Enólogo Beira Interior 2021 (Adega Cooperativa de Pinhel)

Marquês d’Almeida Beira Interior Reserva 2019 (CARM – Casa Agrícola Roboredo Madeira)

Quinta da Ribeira da Pêga Beira Interior Marufo 2024 (Casa Agrícola Metello de Nápoles)

Quinta da Ribeira da Pêga Beira Interior Rufete 2023 (Casa Agrícola Metello de Nápoles)

Quinta do Cardo Homenagem Maria Luiza Beira Interior Grande Reserva 2022 (Quinta do Cardo)

Quinta dos Termos Vinha das Colmeias Beira Interior Alfrocheiro Reserva 2022 (Quinta dos Termos)

Raya Terras da Beira 2019 (Horta de Gonçalpares Sociedade Agrícola)

 

Categoria Rosé

Prémio

Avelanez Beira Interior Touriga Nacional Seleção 2024 (João Carlos Matias Ferreira)

Categoria Espumante

Prémio

Adega 23 Terras da Beira Espumante Arinto Bruto 2021 (Adega 23 – Agro-Turismo)

Categoria Fortificado

Prémio

Castelo Rodrigo Gold Edition Beira Interior 2020 (Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo)

QUINTA DA ROMANEIRA: Vinhos de origem

Romaneira

A Quinta da Romaneira é uma das maiores do Douro, com nada menos que 412 hectares de área, estendendo-se por três quilómetros de frente de rio. A propriedade atingiu esta dimensão através da sucessiva compra de quintas vizinhas, a partir dos anos 40 do século XX. No entanto, foi apenas desde a sua aquisição, em […]

A Quinta da Romaneira é uma das maiores do Douro, com nada menos que 412 hectares de área, estendendo-se por três quilómetros de frente de rio. A propriedade atingiu esta dimensão através da sucessiva compra de quintas vizinhas, a partir dos anos 40 do século XX. No entanto, foi apenas desde a sua aquisição, em 2004, por um grupo de investidores liderados por Christian Seely, que este património vinhateiro entrou na sua “idade moderna”. Mas o grande momento de viragem viria a ocorrer em 2012, quando o empresário brasileiro André Esteves assumiu a maioria do capital, dando, a Christian Seely e ao enólogo Carlos Agrellos, as ferramentas necessárias para tirar o máximo partido do gigantesco potencial da propriedade.
Essa viragem implicou, entre outros, vários investimentos na viticultura, com destaque para a crescente atenção aos vinhos brancos, aproveitando as zonas mais altas da Quinta da Romaneira. Nos 86 hectares de vinha, a componente de branco tem vindo a aumentar, frequentemente à custa dos tintos, com várias replantações orientadas por Adelino Teixeira, o viticultor da Romaneira. A mais recente implicou o arranque de 6,5 hectares videiras tintas, plantadas junto ao rio, para serem substituídas por novas vinhas de castas brancas em altitude. Assim, a área de branco totaliza, hoje, 12,5 hectares, com exposições várias, de Nordeste e Sul-Poente, em patamares e vinha ao alto.

 

Romaneira

 

No que a brancos respeita, a vinha Pulga (outrora uma quinta autónoma com o mesmo nome) é a mais relevante. As uvas do Pulga Branco provêm de diferentes parcelas situadas entre os 200 e 550 metros de altitude, com exposições predominantes de Poente e Nascente-Sul, permitindo uma diversidade que favorece o equilíbrio e a complexidade do lote final. As vinhas estão implantadas em solos de matriz xistosa, típicos do Douro, com presença de áreas de franco-argiloso, que contribuem para a retenção hídrica e o equilíbrio nutricional das plantas. A casta mais representativa é a Boal do Douro (a Semillon francesa, bastante precoce no clima duriense, exigindo ser colhida cedo), seguida de Rabigato, Viosinho e Gouveio, em videiras plantadas entre 1997 e 2006, com operações de reenxertia entre 2011 e 2021, assegurando, deste modo, a continuidade do potencial produtivo e qualitativo. Segundo Carlos Agrellos, “as altitudes elevadas e as exposições a Poente potenciam a frescura e a acidez natural, enquanto as parcelas a cotas mais baixas e orientadas a Nascente-Sul proporcionam maturação equilibrada e expressão aromática.”

O Quinta da Romaneira Pulga começou a ser ensaiado em 2019 e 2020, mas a colheita de 2021 foi a primeira a chegar ao mercado. Na apresentação do 2024, tive ocasião de provar os anteriores, e a evolução em garrafa destes vinhos, 100% fermentados em barrica, é surpreendente, crescendo bastante com o tempo. Assim, o 2021 (50% Boal, 33% Viosinho, 17% Rabigato) revela leve evolução, mostrando-se gordo e cremoso, mas com imensa frescura e um final longo e salino (18 pontos); já o 2022 (80% Boal, 10% Viosinho, 10% Rabigato), apesar do ano quente, revela um sabor crocante, tenso, muito jovem ainda, com bastante classe (18); com lote muito semelhante ao 2022, o 2023 tem, curiosamente, mais evolução e menos frescura, mas, ainda assim, bastante equilibrado, amplo, convidativo (17,5).

A linha de brancos da Romaneira inicia-se agora no Dona Clara (substitui o anterior varietal de Gouveio e inclui mais castas), seguindo-se o Reserva, terminando, no topo com o Pulga. Carlos Agrellos diz-me que o objectivo é crescer na qualidade do Reserva, diminuindo a quantidade produzida, de forma a posicioná-lo num lugar central do portefólio, mais longe do Dona Clara e mais próximo do Pulga. Um trio de respeito, sem qualquer dúvida.

E os tintos

No entanto, a Quinta da Romaneira é, sobretudo, tintos, numa paleta de castas onde se destaca a Touriga Nacional e que inclui Touriga Francesa, Tinta Roriz, Tinto Cão, Syrah e Petit Verdot. E também aqui quase tudo (tirando o vinho entrada de gama Sino da Romaneira e os Dona Clara e Reserva) está “arrumado” por castas e parcelas. O Touriga Francesa vem da Carrapata, o Tinto Cão da Liceiras, o Petit Verdot do Mirante, por exemplo. Já o Syrah divide-se em duas referências, de tão distintas são as vinhas onde tem origem: Apontador e Malhadal. E a Touriga Nacional vem de três parcelas muito específicas, justificando o nome Três Parcelas. Carlos Agrellos sugeriu uma vertical de Apontador e Três Parcelas, proposta, naturalmente, irrecusável. Antes, algumas notas sobre estes vinhos e a sua origem.

A primeira vinha de Syrah foi plantada em 2005. A casta aguenta bem o calor, mas precisa de muito acompanhamento na maturação. Refere o enólogo que “tem quatro dias para vindimar. Depois disso, vira compota”. É por isso colhida, quase sempre, em final de Agosto ou início de Setembro. O Apontador tinto resulta de duas parcelas localizadas entre os 210 e 340 metros, com exposição Nascente-Sul, favorecendo, nas palavras de Carlos Agrellos, “uma maturação solar directa e consistente, ideal para vinhos tintos de estrutura e concentração.” As vinhas de Syrah foram plantadas em 2005 e o enólogo faz questão de realçar o porta-enxerto (1103P) “resistente e adaptado a condições de seca” e o clone (470), “conhecido pelo seu baixo rendimento e elevado potencial qualitativo. Estas condições resultam em uvas de excelente concentração fenólica, taninos maduros e perfil aromático complexo”, descreve Carlos Agrellos.

Provadas três colheitas, o vinho revelou grande homogeneidade, com o 2019 a evidenciar o lado carnudo da casta, com bela textura, polido e envolvente, rico, afirmativo, saboroso e longo (18); no 2020, sente-se o ano seco e quente, mas, ainda assim, está bem equilibrado, com taninos maduros, apesar de ser menos vibrante no final (17,5); grande nariz tem o 2021, cheio de fruta, com imensa alma, frescura, tanino e leves amargos a dar garra ao final impositivo e apimentado (18,5).
O Três Parcelas é um 100% Touriga Nacional, proveniente, como o nome indica, de três parcelas específicas da Romaneira: Tomba Chapéus, Apontador e Mina. Estas estão localizadas em diferentes altitudes e exposições solares. “As altitudes variam entre as cotas médias e elevadas, proporcionando frescura e elegância, enquanto as diferentes orientações solares permitem uma maturação completa dos compostos fenólicos”, explica Carlos Agrellos.

Aqui pude provar quatro colheitas, a começar pelo 2017, um tinto de excelente aroma, profundo e fino, com apontamentos florais elegantes, menta e especiaria, um vinho requintado, complexo e fresco ao mesmo tempo, e com muito para crescer na garrafa (18,5); no 2018, sente-se um ano fresco, vibrante, com a casta bem evidente, num estilo mais leve, elegante, sofisticado, perfumado e floral, um lado Touriga pouco comum no Douro (18,5); o 2019 foi o primeiro a levar a identificação Três Parcelas e mostra-se um vinho profundo, concentrado, cheio de fruto, com notas de amora madura, sólido, texturado, bem jovem ainda (18); no mercado está o 2020, ainda fechado, concentrado, com taninos gordos e polidos, sente-se o ano, mas, apesar do álcool elevado (15%) tem belo equilíbrio e presença (18).

A diversidade de castas, altitudes, exposições e solos da Quinta da Romaneira, aliada ao conhecimento vitícola e enológico de quem ali trabalha, permite a produção de vinhos que expressam, de forma autêntica, este território, e isso é bem evidente nestas provas. Nas palavras de Carlos Agrellos, “Pulga branco, Apontador Syrah e Três Parcelas Touriga Nacional representam o compromisso da Romaneira com a qualidade, o equilíbrio e a identidade dos vinhos do Douro.”

(Artigo publicado na edição de Outubro 2025)

Os melhores vinhos e espumantes da Bairrada

bairrada

Foram 32 as referências distinguidas na edição de 2025 do Concurso de Vinhos e Espumantes da Comissão Vitivinícola da Bairrada que se dividiram em 25 medalhas de Ouro e sete de Prata. O grande destaque desta competição vai para Pedra Só Super-Reserva, de Idálio de Oliveira Estanislau, laureado com os títulos de ‘Melhor Vinho do […]

Foram 32 as referências distinguidas na edição de 2025 do Concurso de Vinhos e Espumantes da Comissão Vitivinícola da Bairrada que se dividiram em 25 medalhas de Ouro e sete de Prata. O grande destaque desta competição vai para Pedra Só Super-Reserva, de Idálio de Oliveira Estanislau, laureado com os títulos de ‘Melhor Vinho do Concurso’ e ‘Melhor Espumante’.

Nos vinhos brancos, esteve em alta o Pé de Ganso Reserva 2021, da Sociedade Agrícola Quatro Cravos, com medalha de Ouro e a distinção de ‘Melhor Vinho Branco’, enquanto o QMF Blush, da Quinta da Mata Fidalga, foi agraciado com medalha de Prata e na categoria de ‘Melhor Rosé’. Em relação aos vinhos tintos, a evidência maior foi a da Adega de Cantanhede, com o Marquês de Marialva UNOAKED Reserva 2015, que arrecadou medalha de Ouro e o prémio de ‘Melhor Tinto’. Na lista de espumantes Baga Bairrada, ganhou o Montanha Real Baga Bairrada, das Caves da Montanha. Já o ‘Melhor Vinho da Sub-Região Terras de Sicó’ foi parar às mãos de Alberto da Costa Almeida, pelo Vinha das Penicas 2021.

A edição 2025 do Concurso de Vinhos e Espumantes da Bairrada contou com a 138 amostras de produtores da Beira Atlântico e Bairrada – mais seis vinhos que no ano anterior –, as quais foram submetidas a prova cega feita por um painel constituído por 15 jurados composto, entre enólogos, jornalistas e escanções. A cerimónia de entrega de prémios desta competição decorreu no Grande Hotel do Luso, na Mealhada.

Lista de Premiados

Grande vencedor

Espumante Pedra Só Super-Reserva 2021 (Idálio de Oliveira Estanislau)

Brancos

Melhor Vinho Branco

Pé de Ganso Reserva branco 2021 (Sociedade Agrícola Quatro Cravos, Lda.)

Melhor Vinho da Sub-Região Terras de Sicó

Vinha das Penicas branco 2021 (Alberto Costa de Almeida)

Medalhas de Ouro

Original Reserva branco 2022 (Sociedade Agrícola Quatro Cravos, Lda.)

Vinha das Penicas branco 2021 (Alberto Costa de Almeida)

Pé de Ganso Reserva branco 2021 (Sociedade Agrícola Quatro Cravos, Lda.)

Rosés

Melhor Rosé e Medalha de Prata

QMF Blush rosé 2024 (Quinta da Mata Fidalga – Agricultura e Turismo Rural, Lda.)

Tintos

Melhor Tinto Marquês de Marialva Unoaked Reserva tinto 2015 (Adega Cooperativa de Cantanhede, C.R.L.)

Medalha de Ouro

Pedra Lascada Reserva tinto 2022 (Isabel Maria de Jesus Pessoa Branco)

Talhão dos Manos Grande Reserva tinto 2020 (Quinta do Ortigão – Sociedade Agro-Turística, Lda.)

Quinta da Laboeira Grande Escolha tinto 2021 (Alberto Silva Marques)

Bacalhôa Clássico tinto 2019 (Aliança – Vinhos de Portugal, S.A.)

PGA Grande Reserva tinto 2017 (Pedro Guilherme Oliveira Santos Andrade)

Quinta Dos Abibes Sublime tinto 2019 (Quinta dos Abibes Vitivinicultura Lda.)

Quinta d´Aguieira tinto 2020 (Aveleda, S.A.)

Marquês de Marialva Unoaked Reserva tinto 2015 (Adega Cooperativa de Cantanhede, C.R.L.)

Quinta do Poço do Lobo tinto 1991 (Caves São João – Sociedade dos Vinhos Irmãos Unidos, Lda.)

Medalhas de Prata

Ti Aniano Reserva tinto 2023 (Manuel Alves Ribeiro de Almeida & Filhos, Lda.)

Casa de Sarmento Grande Escolha tinto 2020 (Casa de Sarmento, S.A.)

Quinta dos Abibes Reserva tinto 2019 (Quinta dos Abibes Vitivinicultura, Lda.)

97 Anos de História tinto 2014 (Caves São João – Sociedade dos Vinhos Irmãos Unidos, Lda.)

Espumantes

Melhor Espumante

Pedra Só Super Reserva branco Bruto 2021 (Idálio de Oliveira Estanislau)

Melhor Espumante Baga Bairrada

Montanha Real Baga Bairrada Grande Reserva Bruto 2018 (Caves da Montanha – A. Henriques S.A.)

Medalha de Ouro

Ortigão branco Bruto 2020 (Quinta do Ortigão – Sociedade Agro-Turística, Lda.)

Colinas Reserva branco Bruto 2020 (Quinta Colinas de São Lourenço, Lda.)

Lagoa Velha branco Bruto 2020 (Quinta da Lagoa Velha, Unipessoal Lda.)

Rama Branco bruto 2021 (J. Rama, Lda)

Todos by Osvaldo Amado branco 2020 (Casa dos Amados – Vinhos de Portugal, Lda.)

Unum Primavera Super Reserva branco Bruto Natural 2011 (Caves Primavera, Lda.)

Encontro branco Extra Bruto 2017 (Quinta do Encontro Sociedade Vitivinícola, Lda.)

Homenagem a Luiz Costa branco Bruto Natural 2019 (Caves São João – Sociedade dos Vinhos Irmãos Unidos, Lda.)

Raríssimo by Osvaldo Amado branco 2007 (Casa dos Amados – Vinhos de Portugal, Lda.)

Pedra Só Super Reserva branco Bruto 2021 (Idálio de Oliveira Estanislau)

Casa de Sarmento Baga Bairrada branco Bruto 2019 (Casa de Sarmento, S.A.)

Borlido Baga Bairrada Branco 2021 (Borlido, Lda.)

Montanha Real Baga Bairrada Grande Reserva Bruto 2018 (Caves da Montanha –  A. Henriques S.A.)

Medalhas de Prata

Colinas Reserva rosé Bruto 2017 (Quinta Colinas de São Lourenço Lda.)

Quinta dos Abibes Reserva branco Bruto 2023 (Quinta dos Abibes Vitivinicultura, Lda.)

Milheiro Selas branco Brut Nature 2019 (António Assunção Coelho Selas)

Rama Baga Bairrada branco Bruto 2022 (J. Rama, Lda.)

 

Alentejo, referência mundial do Vinho de Talha

Alentejo

Com cerca de 50 produtores provenientes de seis países e 1850 visitantes, a 8ª edição do Amphora Wine Day voltou a afirmar que o Alentejo é o palco mundial do Vinho de Talha. O evento decorreu, uma vez mais, na Herdade do Rocim, propriedade vinhateira localizada no concelho de Cuba, onde reuniu jornalistas, especialistas e […]

Com cerca de 50 produtores provenientes de seis países e 1850 visitantes, a 8ª edição do Amphora Wine Day voltou a afirmar que o Alentejo é o palco mundial do Vinho de Talha. O evento decorreu, uma vez mais, na Herdade do Rocim, propriedade vinhateira localizada no concelho de Cuba, onde reuniu jornalistas, especialistas e apaixonados pelo vinho, em particular por esta tradição milenar.

Um dos momentos altos foi o Amphora Wine Talks. A conversa, moderada pelo especialista de vinhos Nuno Oliveira Garcia, incidiu no tema “Da Argila ao Copo: como promover o Vinho de Talha”. Jamie Goode, nome incontornável da crítica internacional, Jenia Nikolaichuk, Wine Expert, Agathe Plantade, Wine Manager, e João Soares, produtor da Herdade da Malhadinha, em Albernôa, Beja, e da Quinta da Teixinha, na serra de São Mamede, Portalegre. Fomentar a confiança, criar cultura, reforçar a identidade alentejana e promover a autenticidade foram alguns dos aspetos debatidos ao longo deste momento.

Face a este cenário, Pedro Ribeiro, CEO e enólogo da Herdade do Rocim, e mentor do evento, declara: “o que começou no Alentejo, já não pertence apenas ao Alentejo. Pertence ao mundo.” A afirmação resulta do desafio manifestado por vários produtores, a par com a crescente afluência de uma comunidade internacional unida pela paixão pela vinificação em ânfora.

Este interesse crescente pelo Vinho de Talha tem vindo a refletir-se nas exportações. Em 2025, registou um crescimento de 22% nas exportações, com especial incremento na Ucrânia, onde o Rocim já marca presença. Estados Unidos, Alemanha, Polónia e Japão reforçam, igualmente, a aposta nos vinhos de ânfora.

Alentejo

Editorial: Renovar

renovação

Editorial da edição nrº 103 (Novembro de 2025)   A renovação é essencial ao desenvolvimento e à própria sobrevivência das organizações. O que é válido para o mundo académico ou empresarial, é-o mais ainda para os media em geral e para a imprensa em particular, onde novas e diferentes formas de experienciar e comunicar o […]

Editorial da edição nrº 103 (Novembro de 2025)

 

A renovação é essencial ao desenvolvimento e à própria sobrevivência das organizações. O que é válido para o mundo académico ou empresarial, é-o mais ainda para os media em geral e para a imprensa em particular, onde novas e diferentes formas de experienciar e comunicar o mundo são condição de sucesso.

A entrada, no passado mês de julho, da jornalista Patrícia Serrado para a chefia de redacção da Grandes Escolhas, marca o início de um processo de renovação que teve, em outubro, um outro momento determinante, com a nomeação de Valéria Zeferino, colaboradora desta revista desde a primeira hora, para sub-directora. São duas profissionais de grande gabarito, que encaram com entusiasmo o desafio que têm pela frente e que, para o superar, contam com um quadro de colaboradores sem paralelo em termos de experiência e conhecimento da temática do vinho. Pretende-se, assim, uma transição suave, sem sobressaltos, que conduza a uma revista mais abrangente em termos de público-alvo, dando resposta às necessidades de informação quer dos leitores mais clássicos, quer daqueles que privilegiam o ecrã do telemóvel como transmissor de conteúdos.

Fui contratado como director de publicações periódicas aos 23 anos, ainda a concluir a universidade. Durante cinco anos dirigi, simultaneamente, revistas especializadas em diversas áreas (com destaque para informática e automóveis) até lançar a Revista de Vinhos em 1989, nascendo aí uma paixão pelo tema, que me obrigou a abandonar tudo o resto. Com 64 anos de idade, atingi 41 anos de direcção ininterrupta de revistas mensais. Acho eu, acham a minha família e os meus amigos, que já é suficiente. Quando, dentro de alguns meses, o processo de transição estiver concluído na Grandes Escolhas, poderei fazer finalmente o que há muito ambiciono: escrever e falar sobre o vinho e o seu mundo, sem qualquer outra responsabilidade, além daquela que o rigor e a consciência me ditam.

Luís Lopes

 

Pretende-se uma transição suave, sem sobressaltos, que conduza a uma revista mais abrangente em termos de público-alvo, dando resposta às necessidades quer dos leitores mais clássicos quer daqueles que privilegiam o ecrã do telemóvel como transmissor de conteúdos.

 

Valeria Zeferino

 

Com origens moscovitas, passei quase metade da minha vida em Portugal. Sou formada em Gestão e trabalhei nessa área até descobrir o melhor que este país tem: o vinho. E, quando gosto de alguma coisa, dedico-me profundamente ao tema. Estou ligada ao mundo dos vinhos desde 2012 e, com a primeira edição da Grandes Escolhas, em maio de 2017, comecei a minha colaboração com a revista. Antes disso, era assinante e fiel leitora da Revista de Vinhos, de onde toda a equipa saiu naquela altura, para fundar um novo projeto.

Tenho a sorte de trabalhar com colegas que admiro e com quem aprendi muito: João Paulo Martins, o grande guru e “papa dos vinhos”, com a sua visão crítica e impressionante consistência na prova; Nuno Oliveira Garcia, com nariz apurado e afiado sentido de humor; e Luís Antunes, que escreve maravilhosamente bem. E, claro, Luís Lopes, que considero o meu mentor e tem sido a minha referência em tudo o que faço profissionalmente.

Sem estas pessoas, eu não seria quem sou hoje. Mas também o sou porque nunca deixei de aprender. Tirei o Diploma da WSET, em Londres, que me abriu horizontes. Mas quis ir mais a fundo. Fiz o Mestrado em Viticultura e Enologia no ISA. A área a que mais me dedico é a análise sensorial, tema da minha tese, que espero concluir em breve.

O desafio é grande. Enorme, mesmo. E farei tudo para estar à altura. Nunca serei como o Luís Lopes – é impossível. Serei, sim, diferente, mas trarei as minhas qualidades, competências e dedicação à revista e aos nossos leitores, para que as escolhas sempre sejam grandes. Este é o meu novo começo, que, no fundo, é uma continuidade do caminho que me trouxe até aqui. Valéria Zeferino

 

 

Martta Reis Simões integra a Boas Quintas

Martta R Simoes

Foi anunciada a passagem de testemunho na Boas Quintas. Martta Reis Simões assume a liderança da enologia, dando início a um novo ciclo dentro do projecto vitivinícola do produtor e enólogo Nuno Cancela de Abreu, que soma 43 vindimas e um percurso inteiramente dedicado à viticultura e à enologia. A ligação entre ambos advém do […]

Foi anunciada a passagem de testemunho na Boas Quintas. Martta Reis Simões assume a liderança da enologia, dando início a um novo ciclo dentro do projecto vitivinícola do produtor e enólogo Nuno Cancela de Abreu, que soma 43 vindimas e um percurso inteiramente dedicado à viticultura e à enologia.

A ligação entre ambos advém do trabalho conjunto nas regiões de Bucelas e do Tejo, a qual se tem mantido a nível profissional e pessoal, graças ao rigor e à confiança partilhados. “Nesta passagem de testemunho, sinto serenidade e orgulho em ver a enologia da Boas Quintas nas mãos de alguém muito competente e profissional”, reforça Nuno Cancela de Abreu.

Segundo Martta Reis Simões, que se despediu da Quinta da Alorna em Junho deste ano, “é um verdadeiro privilégio fazer parte da Boas Quintas, uma casa que honra a tradição vitivinícola desde 1884 e uma reputação que representa o melhor de Portugal. Encaro esta oportunidade com entusiasmo e sentido de responsabilidade por contribuir para a valorização da região do Dão e para o contínuo crescimento da empresa, dando continuidade ao notável legado enológico de Nuno Cancela de Abreu.”

A Boas Quintas produz vinhos nas regiões do Dão, de Bucelas e da Península de Setúbal e marca presença em mais de 25 países.