Abegoaria tem cabazes que entrega em casa

selecções Abegoaria

A Abegoaria, empresa ligada a produtores de vinho (Encostas do Alqueva) e de produtos da terra (azeites, queijos e enchidos/presuntos de Barrancos) está a promover três cabazes, com preços entre os €49,90 e os €119,90. Todos os cabazes envolvem vinhos, azeite, queijos, enchidos e/ou presunto. As marcas de vinho envolvidas são a Abelharuco e José […]

A Abegoaria, empresa ligada a produtores de vinho (Encostas do Alqueva) e de produtos da terra (azeites, queijos e enchidos/presuntos de Barrancos) está a promover três cabazes, com preços entre os €49,90 e os €119,90. Todos os cabazes envolvem vinhos, azeite, queijos, enchidos e/ou presunto. As marcas de vinho envolvidas são a Abelharuco e José Piteira (Alentejo), Quinta Vale de Fornos (Tejo) e Moscatel de Alijó (Douro).

As selecções proporcionam ao comprador entre 15 e 33% de desconto face ao preço individual de todos os produtos. Pode ver os produtos no site da Abegoaria.

As encomendas podem ser realizadas por e-mail (entregaemcasa@abegoaria.pt) ou por telefone (967 234 536, entre as 9 e 18 horas). As entregas estão limitadas, contudo, aos concelhos de Lisboa, Setúbal, Évora e Beja.

Onde comprar vinho sem sair de casa, uma compilação

(ACTUALIZADO a 25 de Maio de 2020) A pandemia COVID-19 está a ter reflexos em muito mais do que na saúde das pessoas. Um dos reflexos quase imediatos foi a súbita queda na venda de vinhos no canal da restauração e afins (vulgarmente chamado de HORECA), motivada pelo encerramento dos estabelecimentos. Ora, para muitas empresas […]

(ACTUALIZADO a 25 de Maio de 2020)

A pandemia COVID-19 está a ter reflexos em muito mais do que na saúde das pessoas. Um dos reflexos quase imediatos foi a súbita queda na venda de vinhos no canal da restauração e afins (vulgarmente chamado de HORECA), motivada pelo encerramento dos estabelecimentos. Ora, para muitas empresas produtoras, este era um forte canal de escoamento dos seus vinhos. Outros espaços, como as garrafeiras, estão fechados, muito embora as suas lojas online estejam activas, algumas com anos de existência. Por outro lado, as superfícies comerciais de venda a retalho, ou seja, super e hipermercados, têm severas restrições à entrada dos consumidores e, no online, prazos de entrega dilatados. Embora não existam dados fidedignos sobre as vendas de vinhos nas grandes superfícies, está longe de ser garantido que este canal de retalho esteja a compensar as perdas na HORECA e garrafeiras físicas.

Confrontados com esta realidade, as vendas a cair abruptamente e despesas para pagar, vários produtores e distribuidores apressaram-se a criar os seus próprios canais de venda directa ao consumidor. Ou seja, as suas lojas online.
Hoje é relativamente fácil de fazer e gerir e, melhor ainda, as empresas de entregas continuam a trabalhar: será aliás, das poucas actividades económicas que não está a sofrer com esta calamidade. Um produtor só tem, portanto, que fazer um acordo com uma destas empresas e os vinhos lá vão directos à casa do comprador. No geral, as encomendas vão para todo o país, mas note que em alguns casos, as entregas estão limitadas a uma zona geográfica (Grande Porto ou Grande Lisboa, por exemplo). Os respectivos sites explicam tudo.

Promoções e limitações
Os novos players no mercado vieram-se juntar aos que já existiam e rapidamente começaram a adoptar os mesmos métodos. Por exemplo, a entrega em casa sem pagar portes em compras acima dos 50 euros, ou valores semelhantes, para cima ou para baixo. Outros, como a House of Wines, tem uma promoção em que na compra de seis garrafas só paga cinco. Esta, já gora, é a única loja que não tem o catálogo de produtos online: quem estiver interessado basta pedir o catálogo através dos contactos que estão no site ou na página Facebook da empresa.
Note ainda que em vários casos, especialmente em produtores, não é possível fazer mistura de garrafas. Tem que encomendar caixas inteiras ou conjuntos de garrafas pré-definidos ou limitados em número. Alguns estão mesmo a fazer packs, juntando brancos e tintos, por exemplo, ou um conjunto de varietais. A Adega de Borba é um bom exemplo.

Estar atento
Outros factores que deverá ter em atenção é os modos de pagamento. Infelizmente, antes de se registar e quase finalizar a compra não é fácil descobrir que métodos de pagamento estão disponíveis. Vários enófilos se têm queixado disto e acabam por não finalizar a compra porque não têm ou não querem usar determinada opção de pagamento. E no online, sem pagar antes não recebe o produto…
Seja como for, quase todas as lojas online usam o Multibanco (MB) como opção (enviando ao cliente as referências MB por e-mail), mas quem não tem home banking terá de ir a uma caixa MB fazer o pagamento. Outra opção que começa a ser muito popular é o MB Way, através de telemóvel. As lojas mais sofisticadas possuem ainda os clássicos cartões de crédito e a modalidade PayPal. Finalmente, poderá haver ainda a transferência bancária, opção pouco usada porque, no meio de centenas de registos, não é fácil ligar a compra ao comprador.
Mais um cuidado: na loja que escolheu, se não é conhecida, verifique duas coisas: uma delas é o “Quem Somos” ou algo do género. Verifique se tem informações concretas ou uma história do projecto. Se conter nomes de pessoas, melhor ainda: significa que quem fundou a loja não tem medo de dar a cara. Se o conteúdo do “Quem somos” for muito vago e/ou é mera publicidade, isso não é um bom sinal. Pior mesmo é a loja não conter qualquer morada, nem que seja uma localidade. Um número de telemóve ou um e-mail é, quanto a mim, insuficiente. Significa, provavelmente, que o lojista é um mero angariador de encomendas e que, depois de receber o seu dinheiro, vai comprar os vinhos a terceiros. Conhecemos mesmo casos em que nem sequer é a loja a enviar ao cliente final mas o produtor e/ou distribuidor. Muito cuidado, portanto.

Navegações simples
Note ainda que algumas destas lojas têm um aspecto simples e um modo de funcionamento pouco sofisticado. Afinal, uma parte foi criada um pouco à pressa e não houve tempo para grandes afinações. Contudo, não é muito importante: o que interessa é que os vinhos cheguem a sua casa em bom estado e o mais rápido possível. Escolher uma loja perto de si pode por isso ser vantajoso. E é por causa disso que listamos a seguir, sempre que possível, as localidades onde está a parte física da loja.
Se não está ao pé de alguma destas lojas que listamos a seguir, sugerimos-lhe um exercício: vá até ao Google Maps e dirija-se à zona onde mora. Depois digite “garrafeira” na janela “Pesquisar no Google Maps” (sempre sem as aspas), no canto superior esquerdo e faça Enter. Todas as garrafeiras da sua zona deverão aparecer no mapa. Poderá ter que baixar o zoom, alargando a área de pesquisa, até achar uma garrafeira.

De norte a sul do país
A Grandes Escolhas fez uma selecção de lojas por todo o país, separando-as por categorias. As mais antigas e com maior experiência são as que estão ligadas a garrafeiras físicas. Algumas têm praticamente uma década (ou mais) de vida no negócio online e possuem um portefólio muito variado e stock de produto. Estão ordenadas de forma geográfica, de norte para sul, com base na localização da loja física respectiva. Mas, como é evidente, entregam em qualquer ponto de Portugal.
Note que algumas lojas físicas da sua zona poderão não ter qualquer loja virtual. Mas, com a crise que se vive, certamente muitas gostariam de receber encomendas por telefone e, pela proximidade, entregar rapidamente. No mínimo, não custa tentar.
A nossa selecção é necessariamente limitada, mas é nossa intenção ir actualizando esta informação à medida que o tempo passa. Basta que nos informem.

António Falcão – antoniofalcao@grandesescolhas.com

Lojas ligadas a garrafeiras físicas

Garrafeira Portugal (Valença): https://garrafeiraportugal.pt/lojaonline/pt

Casa Gourmet (Guimarães): http://www.casagourmet.pt/bebidas

Enovinho (Barcelos): https://www.enovinho.com/pt/

Garrafeira Mundo (Vila do Conde): http://www.garrafeiramundo.com/

Winehouseportugal.com (Santo Tirso): https://winehouseportugal.com

Garrafeira Cleriporto (Porto): http://www.garrafeiracleriporto.com/

Quinta da Foz Gourmet (Porto): https://quintadafozgourmet.com/

OnWine (Porto): https://www.onwine.pt/

Tio Pepe (Porto): https://garrafeiratiopepe.pt/

Garrafeira Cinco Estrelas (Aveiro): https://garrafeira5estrelas.com/

Cave Lusa Premium (Viseu): https://www.cavelusa.pt/

Dom Vinho e seus Parentes Nobres (Coimbra): https://domvinho.com/

Garrafeira de Celas (Coimbra): http://www.garrafeiradecelas.pt/

Estado Liquido (Caldas da Rainha): https://estadoliquido.pt/pt

Garrafeira de Fátima (Fátima): https://www.agarrafeiradefatima.pt/pt

Garrafeira VIP (Leiria): https://garrafeiravip.com/

Garrafeira Ideal (Caranguejeira, Leiria): https://garrafeiraideal.com/

Real Garrafeira (Batalha): https://www.realgarrafeira.com/

Napoleão Wine Shops & Gourmet (Lisboa): www.napoleao.eu

Garrafeira Campo de Ourique (Lisboa): https://www.garrafeiracampodeourique.pt/

Garrafeira de Lisboa: https://www.garrafeiradelisboa.pt/

Garrafeira Nacional (Lisboa): https://www.garrafeiranacional.com/

Garrafeira Nectar Das Avenidas (Lisboa): http://garrafeiranectardasavenidas.com/

Garrafeira São João (Lisboa): https://www.garrafeirasaojoao.com/

Loja do Vinho by Agrovinhos (Lisboa): https://www.lojadovinho.com/

Wines 9297 (Lisboa): https://www.wines9297.pt/

Gourmet da Vila (Sintra): https://gourmetdavila.pt/pt/

Divinus Gourmet (Évora): http://divinus.pt/

Garrafeira Baco (Loulé, Algarve): https://garrafeirabaco.pt/

Garrafeiras Soares (por todo o Algarve): www.garrafeirasoares.pt

About Wine (Faro): https://www.aboutwine.pt/

Lojas ligadas a distribuidores de vinho

Drinks&Co (Pernod Ricard): https://www.drinksco.pt/

Garcias: https://garcias.com.pt/

House of Wines: http://www.houseofwines.pt/ (peça tabelas pelos contactos na página de entrada)

Prime Wine: https://www.prime-wine.pt/shop/

Vinicom: https://vinicom.pt/loja-online/

Lojas de produtores de vinho

Adega de Borba: https://www.adegaborba.pt/loja/

Adega de Monção: https://shop.adegademoncao.pt/

Adega de Palmela: https://www.acpalmela.pt/home.html

Adega da Vidigueira: https://adegavidigueira.pt/

António Maçanita Vinhos: https://antonio-macanita-winemaker.shopk.it/

CARMIM – Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz: https://www.carmim.eu/shop/

Cartuxa (Fundação Eugénio de Almeida): https://loja.cartuxa.pt/

Colinas do Douro: https://colinasdodouro.pt/loja-online

Enoport Wines: https://enoport.pt/loja/

Ervideira: https://ervideira.pt/loja/vinhos/

Herdade da Calada: https://www.herdadecalada.com/loja-vinhos.php

Herdade do Rocim: https://rocim.pt/produto-categoria/gift_shop/

João Portugal Ramos: https://jportugalramos.pt/pt/catalogo-de-produtos/

José Maria da Fonseca: https://jmf.pt/loja/

Porto Réccua Vinhos: http://www.portoreccuavinhos.com/

Quinta da Lapa: https://quintadalapa-wines.com/

Quinta do Gradil: https://www.loja.quintadogradil.wine/

Quinta do Sanguinhal: http://www.vinhos-sanguinhal.pt/loja/

Ravasqueira: www.ravasqueira.com/loja

Vinho em Casa (Sogrape): https://vinhoemcasa.com/

Outras lojas

Adegga MarketPlace: https://adegga.com/shop/

Cafurna: https://cafurna.com

COVIP – Companhia de Vinhos Portugueses: https://covip.pt/

Enovinho (Barcelos):  https://www.enovinho.com/pt/

Garrafeira da Ilha: http://www.garrafeiradailha.com

Viva o Vinho: https://vivaovinho.shop/loja-viva-o-vinho/

Concurso Vinhos de Portugal adiado para 2021

pagina de entrada do Concurso Vinhos de Portugal

Face à situação vivida no País devido ao surto de coronavírus e na sequência das recomendações das autoridades de saúde nacionais e internacionais para contenção da epidemia, a ViniPortugal decidiu adiar a realização do Concurso Vinhos de Portugal para 2021. Inicialmente agendado para o período entre 11 a 15 de Maio de 2020, o Concurso […]

Face à situação vivida no País devido ao surto de coronavírus e na sequência das recomendações das autoridades de saúde nacionais e internacionais para contenção da epidemia, a ViniPortugal decidiu adiar a realização do Concurso Vinhos de Portugal para 2021.

Inicialmente agendado para o período entre 11 a 15 de Maio de 2020, o Concurso Vinhos de Portugal tem agora a sua realização prevista para 19 a 23 de Abril de 2021. Oportunamente a organização dará a conhecer informação mais detalhada sobre esta iniciativa.

Para além de distinguir os melhores vinhos nacionais, de Norte a Sul do País, numa avaliação a cargo de um painel de jurados nacionais e internacionais de renome, o Concurso Vinhos de Portugal constitui uma iniciativa com carácter promocional junto de especialistas, sommeliers e influenciadores de mercados externos estratégicos para a marca “Wines of Portugal” que, ao longo de uma semana, têm oportunidade para conhecer melhor a realidade da fileira do vinho nacional. Poderá seguir as actualizações aqui.

Symington e Esporão são duas das marcas mais admiradas do mundo

Torre do Esporão

Um inquérito realizado a vários líderes de opinião e a 160.000 consumidores de vinho de todo o mundo deu resultados extraordinários para duas empresas e/ou marcas portuguesas. De facto, tanto a Symington como o Esporão conseguiram entrar no top 50 da lista The World’s Most Admired Wine Brands (As marcas de vinho mais admiradas do […]

Um inquérito realizado a vários líderes de opinião e a 160.000 consumidores de vinho de todo o mundo deu resultados extraordinários para duas empresas e/ou marcas portuguesas. De facto, tanto a Symington como o Esporão conseguiram entrar no top 50 da lista The World’s Most Admired Wine Brands (As marcas de vinho mais admiradas do mundo), acabada de editar pela revista inglesa Drinks International.

A Symington ficou no 7º lugar e o Esporão no 13.º lugar no ranking dos The World’s Most Admired Wine Brands 2020. Estes prémios, atribuídos desde 2011, distinguem as marcas de vinho mais conceituadas e prestigiantes do mundo. A Symington ficou à frente de empresas/marcas como Veja Sicilia (Espanha), Cloudy Bay (Nova Zelândia) ou Barefoot (EUA). Ambas as empresas superaram outros nomes sonantes de todo o mundo vínico, como Sassicaia, Cono Sur, Marqués de Riscal, Frescobaldi, Yellow Tail, Château d’Yquem ou Cheval Blanc, ou ainda Robert Mondavi ou Château Pétrus.
Nos três primeiros lugares ficaram a Catena Zapata (Argentina), a australiana Penfolds e a espanhola Torres.

Para a atribuição destes prémios, a Drinks International reuniu um conjunto de especialistas constituída por profissionais da indústria do vinho, desde comerciantes, retalhistas, importadores, bartenders, proprietários de garrafeiras e bares, Masters of Wine, críticos de vinho, jornalistas especializados em vinho e professores de enologia. Depois, com o recurso à Wine Intelligence (empresa especializada em estudos de mercado, estatísticas e consultoria), foram realizadas mais de 160.000 inquéritos a consumidores de vinho de 48 países. Os critérios avaliados passam por qualidade e consistência, relação preço – qualidade, “sentido de lugar” dos vinhos, país de origem ou o tipo de castas produzidas.

Rupert Symington, CEO da Symington Family Estates avança que “este é um fantástico reflexo da reputação que temos contruído ao longo de muitos anos – não apenas como empresa familiar de vinhos com credenciais de qualidade impecáveis, mas também, em nosso entender, um testemunho da nossa reputação de longo prazo e compromisso sério em sermos uma empresa responsável e ética, especialmente agora que nos tornarmos na primeira empresa de vinhos em Portugal com certificação B Corporation. Este reconhecimento chega numa altura difícil para todos a nível mundial – independentemente do país ou setor onde cada um de nós trabalha – e é uma motivação bem-vinda para a nossa equipa que tem respondido de forma notável aos desafios de adaptação à nova realidade criada pelo coronavírus.”

Quanto a João Roquette, o CEO do Esporão disse que “este reconhecimento é particularmente especial para o Esporão, pelo seu caracter global, pela abrangência e qualidade do painel que o atribui e como motivação no momento delicado que o mundo vive. Construir uma marca de vinhos reconhecida em todo o mundo era parte central da visão inicial e ousada dos fundadores do Esporão. Estamos, e continuaremos a realizar essa visão.”

Wines of Portugal anima enófilos internacionais

Acção Wines of Portugal e BrandCook brindam a melhores dias

Com todos os eventos e acções de promoção cancelados, em todos os países, a ViniPortugal decidiu dar um ar de sua graça e mostrar-se um pouco, animando os enófilos de todo o mundo, em especial aqueles que gostam de vinhos portugueses. A acção começou com uma campanha viverá nas redes sociais da Wines of Portugal […]

Com todos os eventos e acções de promoção cancelados, em todos os países, a ViniPortugal decidiu dar um ar de sua graça e mostrar-se um pouco, animando os enófilos de todo o mundo, em especial aqueles que gostam de vinhos portugueses.

A acção começou com uma campanha viverá nas redes sociais da Wines of Portugal e estará online nas próximas semanas. Foi desenvolvida pela agência BrandCook, que optou por um conceito de comunicação da marca “This is a unique moment”, ligado ao facto de os nossos vinhos serem diferentes, sobretudo pelas castas autóctones.

Foi a partir deste conceito que a BrandCook desenvolveu mensagens como “Celebrate Life”, “Celebrate Time”, “Celebrate Togetherness”, “Celebrate Friendship”, “Celebrate the Good Vibes” ou “Celebrate Dreams”, que convidam a celebrar a vida, com responsabilidade.

Por outro lado, Sónia Vieira, directora de marketing da ViniPortugal, quis ainda aproveitar a campanha para não deixar esquecer a marca Wines of Portugal. “Sem querer tirar aproveitamento de uma situação grave, pretendemos continuar a mostrar os nossos vinhos e o prazer que se podem tirar deles em ambiente de casa e, ao mesmo tempo, mostrar solidariedade com todos”.

A outra faceta da acção está a passar pelo audiovisual. De facto, um generoso conjunto de líderes de opinião já fizeram ou estão a fazer vídeos onde apresentam a sua mensagem e mostram o vinho português que estão a beber. Nomes como Julia Harding, Charles Metcalfe, Dirceu Vianna ou Evan Goldstein, entre muitos outros, vão estar presentes nas redes sociais da ViniPortugal.

PicoWines abriu loja online

Loja on-line Pico Wines

A Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico, mais conhecida como PicoWines, já inaugurou a sua loja online, um serviço que permite a qualquer português adquirir vinhos deste produtor sem sair de casa. O acesso à loja online é feito através do site picowines.com, um site também ele renovado recentemente. Para festejar a efeméride, a PicoWines […]

A Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico, mais conhecida como PicoWines, já inaugurou a sua loja online, um serviço que permite a qualquer português adquirir vinhos deste produtor sem sair de casa.
O acesso à loja online é feito através do site picowines.com, um site também ele renovado recentemente. Para festejar a efeméride, a PicoWines está a fazer algumas promoções: na compra de 2 garrafas de vinho à escolha, será oferecida uma garrafa da gama Terras de Lava. E, caso o cliente compre 5 garrafas na loja online, terá como oferta uma garrafa de Frei Gigante 2018 e, na eventualidade de optar por adquirir 11 garrafas, ser-lhe-á oferecida uma de Arinto dos Açores 2018.

Grande parte do portefólio já está online, com preços desde 7 até aos 25 euros, que inclui desde os brancos e licorosos, os produtos mais conhecidos da adega, até aos rosés, tintos e inclusive espumantes. A PicoWines promete que em breve serão introduzidas mais referências vínicas na loja online.
Os portes são de 10€ para encomendas nacionais, 20€ para encomendas dentro da Europa e 30€ para o resto do mundo.

José Maria da Fonseca e Destilaria Levira vão doar 5 mil litros de álcool-gel

logo José Maria da Fonseca gravado a fogo em madeira

A produtora de vinhos José Maria da Fonseca, de Azeitão, em parceria com a Destilaria Levira, de São Lourenço do Bairro – Anadia, vão produzir 5 mil litros de álcool gel para doarem a instituições de saúde, de solidariedade social, forças de segurança e socorro locais. O álcool vínico destinado à produção de Moscatel de […]

A produtora de vinhos José Maria da Fonseca, de Azeitão, em parceria com a Destilaria Levira, de São Lourenço do Bairro – Anadia, vão produzir 5 mil litros de álcool gel para doarem a instituições de saúde, de solidariedade social, forças de segurança e socorro locais. O álcool vínico destinado à produção de Moscatel de Setúbal da José Maria da Fonseca vai ser transformado pela Destilaria Levira em gel desinfectante para as mãos, cumprindo todas as normas da Organização Mundial de Saúde.
As instituições que vão beneficiar desta doação são: a Santa Casa da Misericórdia de Azeitão, o Hospital de São Bernardo, em Setúbal, o Hospital Nossa Senhora da Arrábida, em Azeitão, a Cruz Vermelha Portuguesa, vários lares, GNR e as Corporações de Bombeiros da região.

“Através desta doação, queremos mostrar o nosso apoio e solidariedade para com várias instituições de saúde, solidariedade social, forças de segurança e socorro. Estamos conscientes do papel preponderante que cada uma delas desempenha junto da comunidade local e quisemos contribuir desta forma para que elas disponham de uma maior quantidade de desinfectante para as mãos, de forma a prevenirem e tratarem a infecção da Covid-19”, refere o presidente da José Maria da Fonseca, António Soares Franco.

Viticultores do Minho mais protegidos com novo seguro

Região dos Vinhos Verdes - foto genérica

A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) garante que é o “maior seguro agrícola do País” e de facto abrange 15 mil agricultores na Região! Estamos a falar de uma apólice de Seguro de Colheitas que garante uma indemnização de trinta cêntimos por cada kg de uva perdido caso se verifique um […]

A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) garante que é o “maior seguro agrícola do País” e de facto abrange 15 mil agricultores na Região! Estamos a falar de uma apólice de Seguro de Colheitas que garante uma indemnização de trinta cêntimos por cada kg de uva perdido caso se verifique um acidente climático como queda de raio, escaldão, geada, granizo, queda de neve, tornado ou tromba de água.

O seguro já existia, mas estava limitado a 17 cêntimos por quilo. Melhor ainda, com esta actualização deixa de haver franquia em caso de sinistro. A CVRVV permite ainda que o produtor valorize a sua uva num de vários escalões até 1 euro por kg (o preço da uva de Alvarinho, por exemplo), o que se traduz em indemnizações mais elevadas em caso de sinistro e beneficia a valorização de mercado.

“Estamos a atravessar um momento de grande incerteza em que a agricultura assume um papel de particular importância na gestão futura da nossa economia. Garantir um apoio efectivo e eficaz aos agricultores e, em concreto, aos nossos viticultores é uma prioridade da CVRVV e um garante de maior estabilidade num sector que continua a produzir e que carece de mais incentivos”, refere Manuel Pinheiro, Presidente da CVRVV.

Sucesso para vinhos lusos no Berliner Wein Trophy

Berliner Wein Trophy

Este concurso alemão vangloria-se de ser o maior do mundo com as regras da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). Tem duas fases de provas: uma no Verão e outra no Inverno, a que estes resultados se reportam. A prova decorreu na Alemanha durante 4 dias, de 20 a 23 de Fevereiro, englobando […]

Este concurso alemão vangloria-se de ser o maior do mundo com as regras da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). Tem duas fases de provas: uma no Verão e outra no Inverno, a que estes resultados se reportam. A prova decorreu na Alemanha durante 4 dias, de 20 a 23 de Fevereiro, englobando cerca de 400 provadores.

A organização (DWM – Deutsche Wein Marketing) limitou o ano passado o número de entradas a 7.000, por razões de qualidade da prova. Na verdade, o número das provas de Inverno acabou por ser um pouco maior, com 7.590 vinhos, oriundos de 34 países.
No total, foram atribuídas 2. 113 medalhas neste concurso, incluindo 26 Grande Ouro (2 para Portugal), 1.924 Ouro (124 para Portugal) e apenas 163 Prata (6 para Portugal). O baixo número de ‘pratas’ tem a ver com as regras da OIV, que limitam o número de prémios a apenas 30% do total em prova. Como houve muitos vinhos com pontuação para Ouro, a quota de medalhas foi primeiro para estes e só depois para os ‘Pratas’, que ficaram com os ‘restos’.

Em termos de países e número de medalhas, as 132 medalhas portuguesas só foram superadas pela Itália (455), Espanha (385), Alemanha (371) e França (285). Qualquer destes países com muito maior produção que Portugal (Alemanha não tanto, mas estava a ‘jogar em casa’).

Destaque ainda para os Prémios Especiais, os troféus. Conforme os resultados de cada produtor (normal, orgânico, de espumante), cooperativa, retalhista e distribuidor, assim são atribuídos estes troféus. Para se ficar com uma ideia, para ter um troféu, um produtor tem que ter, pelo menos, 3 medalhas de Ouro. Uma Cooperativa passa a 5. Nos dois casos portugueses, tanto a Casa Santos Lima como a Coop. Agr. Sto. Isidro de Pegões cumpriram e excederam largamente estes requisitos. A Casa Santos Lima conseguiu 9 medalhas de Ouro, quase tantas como Pegões, com 10 medalhas de Ouro!

Pode ver todos os resultados no site da organização.

Prémios especiais (Troféus) para Portugal
Produtor: Casa Santos Lima
Cooperativa: Coop. Agr. Sto. Isidro de Pegões

Medalha Grande Ouro
Quinta da Devesa Vinhas Velhas Douro tinto 2013
Quinta da Gaivosa Porto LBV 2015

Ramos Pinto: a vinha na ponta dos dedos

Carlos Peixoto com Alberto Baptista

(na foto,  Carlos Peixoto com Alberto Baptista, da viticultura da Ramos Pinto) Director de viticultura na Ramos Pinto desde 1982, Carlos Peixoto conhece o Douro como poucos. Nesta região emblemática, os desafios colocados a quem trata da vinha são muitos e diversos, e nem todos têm a ver com o solo, as plantas ou o […]

(na foto,  Carlos Peixoto com Alberto Baptista, da viticultura da Ramos Pinto)

Director de viticultura na Ramos Pinto desde 1982, Carlos Peixoto conhece o Douro como poucos. Nesta região emblemática, os desafios colocados a quem trata da vinha são muitos e diversos, e nem todos têm a ver com o solo, as plantas ou o clima: a economia ou as relações laborais são igualmente importantes. Na empresa, que aboliu os herbicidas em 2010, o objectivo está fixado à partida: obter a cada ano que passa uvas mais equilibradas, mais sãs e que expressem melhor o terroir onde nasceram.

TEXTO E FOTOS Luís Lopes

A Ramos Pinto possui três quintas na região do Douro. A Quinta do Bom Retiro situada na sub-região de Cima Corgo possui 45 hectares de vinha. As castas predominantes são a Touriga Nacional, a Touriga Franca e vinhas antigas com mistura de variedades. As exposições e altitudes variam entre os 90 e os 420 metros.

A Quinta dos Bons Ares, com uma área plantada de 25 hectares, está situada a 600 metros de altitude, no Douro Superior, e as suas uvas estão orientadas para a produção de DOC Douro e Regional Duriense. Os solos são de origem granítica e com texturas arenosas. Predominam as castas brancas, como o Rabigato, Viosinho e algum Sauvignon Blanc. Nos tintos, a Touriga Nacional, a Touriga Franca e Cabernet Sauvignon.

A emblemática Quinta de Ervamoira tem uma área plantada de 150 hectares, com altitudes que variam entre os 130 e os 350 metros. Em solos francos e franco-arenosos estão 20 hectares de uvas brancas com predomínio do Rabigato, Viosinho e Arinto. As uvas tintas, largamente maioritárias, incluem sobretudo Touriga Nacional, alguma Touriga Franca e, em menor percentagem, Tinta Barroca, Tinta Roriz, Tinta da Barca e Tinto Cão.

Quando Carlos Peixoto começou a sua actividade na Ramos Pinto, ainda como estagiário, em 1979, a empresa era proprietária de 65 ha de vinha, dos quais 30 em Ervamoira e 35 no Bom Retiro. Foi entre 1979 e 1981 que colaborou no fundamental estudo das castas do Douro, orientado por José António Rosas e João Nicolau de Almeida, e que resultou na produção de vasta informação vitícola e enológica de 10 variedades durienses. Em 1985, a Ramos Pinto adquiriu a Quinta dos Bons Ares que foi integralmente replantada. Actualmente, a empresa possui 220 hectares de área útil de vinha, distribuídos pelas três quintas. Mais de 150 hectares foram já instalados sob a responsabilidade de Carlos Peixoto, director de viticultura desde 1982.

O “homem da vinha”, na Ramos Pinto, na realidade, não sabe só de vinha. Com o tempo, Carlos Peixoto apercebeu-se que a viticultura duriense não pode ser entendida sem se conhecer a realidade social, económica e laboral da região. Talvez por isso, depois de se graduar em engenharia agrícola, na UTAD, e viticultura e enologia, em Charles Sturt (Austrália), Carlos Peixoto resolveu fazer a licenciatura em direito, no Porto, estando neste momento a finalizar o mestrado na mesma área, com uma tese de dissertação intitulada “O contrato de trabalho intermitente” que está directamente ligada às questões do trabalho e da escassez de mão de obra agrícola. O futuro da vinha, no Douro e noutras regiões, não está apenas ligado às condicionantes do terroir. Variáveis como as alterações climáticas estão já há algum tempo na mente dos produtores. Mais recentemente, a falta de mão de obra tem sido preocupação acrescida.

Vinha plantada na Ramos Pinto

A vinha da Urtiga

Mas é sobretudo na vinha que Carlos Peixoto se sente “em casa”. E entre as muitas vinhas e parcelas espalhadas pelas quintas da Ramos Pinto, a vinha da Urtiga, na Quinta do Bom Retiro, merece-lhe especial atenção e, diria mesmo, respeito. Há óbvias razões para isso, é uma vinha impressionante. A Urtiga está instalada em terraços pré-filoxéricos construídos há mais de 200 anos. A idade média da vinha é superior a 100 anos, com as normais replantações devido às videiras que vão morrendo. No total, são 3,4 hectares com 12.500 cepas.

Se o estudo pioneiro de José Rosas e João Nicolau de Almeida visava incentivar o Douro a focar-se em meia dúzia de variedades emblemáticas, criando massa crítica, duas décadas e meia depois, num contexto temporal diferente, a preocupação foi no sentido oposto: identificar e preservar as variedades diferenciadoras. A Urtiga era perfeita para isso e, em 2008, a equipa de viticultura da Ramos Pinto identificou ali 32 variedades. Mais tarde, e com o advento da geolocalização, ajudou a desenvolver com a empresa Geodouro uma aplicação auxiliada por GPS (chamada Gestão de Plantas) que localiza e monitoriza cada uma das cepas. Com esta aplicação é possível controlar os estados fenológicos, o número de cachos, o peso das varas, a resistência à secura, à podridão, ao calor.

Actualmente, existem da vinha da Urtiga 55 variedades, mas a empresa espera atingir em 2020 um total de 63, pretendendo fazer desta parcela mais do que centenária uma reserva genética de variedades pouco divulgadas. Assim, para além das clássicas Tinta Amarela, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca (que, no conjunto, representam 46% do total), encontramos ali Malvasia Preta, Rufete, Touriga Nacional, Baga, Barreto, Alicante-Bouschet, Bastardo, Casculho, Cornifesto, Donzelinho, Jaen, Mourisco da Semente, Nevoeira, Patorra, Sarigo, Tinta Aguiar, Tinta Carvalha, Tinta Fontes, Tinta Mesquita, Touriga Fêmea, Valdosa, entre outras. Nota-se a predominância da Tinta Amarela e a relativa insignificância da Touriga Nacional como acontece em muitas vinhas antigas. A parcela encontra-se entre os 320 e os 370 metros de altitude e está em modo de produção biológico, ao qual se adicionam desde 2017, algumas práticas biodinâmicas. Os vinhos aqui nascidos destacam-se pela sua qualidade e personalidade, podendo vir a dar origem, num futuro próximo, a um engarrafamento em separado.

O efeito do solo e dos nutrientes

Para Carlos Peixoto, o solo determina muito do que se pode e deve fazer na vinha, e o seu estudo é essencial para obter uma uniformização de produção, de vigor e sobretudo de melhoria qualitativa pela correção de desequilíbrios. A partir de 2008, a Ramos Pinto desenvolveu estudos bastante detalhados sobre a textura, estrutura, nutrição e economia de água dos solos das suas múltiplas parcelas. Os resultados foram muito importantes para entender a distribuição das raízes, a existência de impermes, a capacidade de infiltração e retenção de água, bem como a distribuição dos nutrientes. Em 2014 a empresa iniciou um ciclo de aplicação de matéria orgânica em doses elevadas e prescindiu quase totalmente dos adubos minerais. Hoje em dia, 99% dos nutrientes que alimentam as videiras espalhadas pelas três quintas da empresa são provenientes de matéria orgânica. Segundo Carlos Peixoto “os resultados desta aplicação têm sido muito bons, proporcionando um vigor equilibrado e um aumento moderado, mas qualitativo, das produções, assim como um efeito extraordinário na resistência das videiras à seca”. Mas ressalva: “Claro que nunca podemos atribuir determinado efeito a uma só causa. Penso que a melhoria da estrutura, da capacidade de infiltração e de retenção de água no solo, tem aqui um papel determinante”.

Vinha na Ramos Pinto

Herbicida Zero

Nas vinhas da Ramos Pinto, desde 2010 que não há herbicidas. “Na nossa opinião os herbicidas já tiveram a sua época”, diz Carlos Peixoto. E está à vontade (e com conhecimento de causa) para o dizer, porque em 1983 a Ramos Pinto foi uma das empresas pioneiras na introdução do herbicida no Douro. Os tempos, porém, eram outros. O agrónomo explica: “A introdução de herbicida constituiu uma grande mudança quer estrutural quer económica. É preciso perceber o cenário que antecedeu essa época: a viticultura era sustentada por salários baixos e péssimas condições de trabalho, não se pagava férias, subsídios de férias e de natal, e não havia trabalhadores permanentes. Com a fuga de mão-de-obra para as cidades assistiu-se a uma subida rápida dos salários. No início dos anos 80, a introdução de herbicidas no Douro foi, para além de uma solução, uma verdadeira revolução silenciosa. Existiam muitas matérias activas e todas eram eficazes desde que a aplicação fosse correcta”.

Mas os tempos mudaram, mais uma vez. Actualmente, os herbicidas têm todos os constrangimentos ambientais que se conhecem e deixaram de ser eficazes devido às resistências que geraram nas infestantes. Com uma agravante, diz Carlos Peixoto: “Nota-se igualmente um grande desinvestimento das empresas fitofarmacêuticas na procura de novas moléculas menos ofensivas do ambiente e mais eficazes no controlo das infestantes”.

Assim, após muita reflexão e discussão, a viticultura e a administração da Ramos Pinto entenderam em 2010 que o caminho mais adequado seria não aplicar herbicidas. Com os desafios estruturais inerentes, porventura ainda mais difíceis que os encontrados em 1983. É que não aplicar herbicida significa, entre outras coisas, aumentar o investimento em máquinas e, num quadro de escassez de mão de obra, procurar conciliar o combate aos infestantes com todos os outros trabalhos de vinha que ocorrem na mesma época do ano (de Maio a Julho), desde a espampa aos tratamentos fitossanitários.

Haja ovelhas

“Os dois primeiros anos sem herbicida são muito complicados, sobretudo em propriedades grandes”, confessa Carlos Peixoto. E acrescenta: “O enrelvamento quer natural, quer de sementeira foi para nós uma má experiência, na medida em que gera muita competição pela água e nutrientes originando uma quebra acentuada de vigor nas videiras. Por outro lado, o mulching com casca de pinheiro, palha, não nos parece uma solução adequada devido ao perigo de incêndio, ao vento e aos custos de instalação. E a utilização de roçadeiras mecânicas traz problemas com a mão-de-obra e com os ferimentos nas cepas causados pelo fio de corte”.

Mas existem outras soluções. Com a ajuda do Prof. Nuno Moreira da UTAD, a Ramos Pinto tem feito ensaios com trevos subterrâneos. Esta planta tem a particularidade de cobrir o solo com um rendilhado que impede o desenvolvimento de outras infestantes, é uma leguminosa que fixa o azoto, termina o ciclo por meados de junho e renasce com as primeiras chuvas.

Para evitar a roçadeira mecânica, utilizam-se…ovelhas. Diz Carlos Peixoto: “As ovelhas para além de controlarem as ervas infestantes deixam os dejectos no solo que servem de fertilizante”. E como evitar que as ovelhas comam o que não devem? é a pergunta que se impõe. A resposta surge, desconcertante: “Começámos por utilizar ovelhas anãs e posteriormente participámos no desenvolvimento de uma coleira electrónica que controla a postura das ovelhas e impede o levantamento da cabeça para a videira. Este sistema permite a utilização das ovelhas durante a primavera e verão. O dispositivo foi desenvolvido por um consórcio constituído pela Ramos Pinto, Globaltronic, Instituto de Telecomunicações da Universidade de Aveiro e Escola Agrária de Viseu”. Ovelhas com telecomando, quem diria…

De qualquer modo, abdicar dos herbicidas tem sempre custos adicionais. Carlos Peixoto admite: “Nas vinhas não mecanizadas acarreta um aumento de custos da ordem dos 30%, mas assiste-se a uma tendência de diminuição face a um melhor conhecimento da flora e dos locais. Nas vinhas onde podem entrar máquinas, o trabalho na linha feito com intercepas é eficaz, embora com baixo rendimento. Normalmente uma volta e meia permite um controlo adequado das infestantes. Os custos directos ao fim do 3º ano, não são significativamente diferentes, mas têm amortizações maiores devido ao aumento do parque de máquinas”. Quem pensa que viticultura não é economia, desiluda-se.

 

Muros de suporte da vinha na Ramos Pinto

A viticultura orgânica e a mão de obra

E por falar em economia, que balanço fazer da viticultura biológica/orgânica, que a Ramos Pinto pratica em 25 hectares? “Uma viticultura biológica acarreta sempre um aumento de custos e um acréscimo de riscos”, refere Carlos Peixoto. “No Douro é ainda uma prática residual e não acredito numa evolução muito rápida a não ser que o mercado o exija e esteja preparado para pagar preços mais elevados”, acrescenta.
Na Ramos Pinto, da área de vinha em modo de produção biológico, cerca de 10% (2,5 hectares) estão em produção biodinâmica. A transição da viticultura convencional para a biológica até foi fácil. “Uma vez que terminámos com o herbicida há vários anos, grande parte do caminho está feito. No entanto a nossa opção vai no sentido de ir aumentando as práticas biológicas de uma forma gradual, não pensando para já na venda de um vinho rotulado como biológico”. Mais difícil foi a introdução da biodinâmica: “A biodinâmica é uma prática iniciada há dois anos e exige alguma preparação e aprendizagem. Implica também uma mudança de hábitos e rotinas e, face às condições do Douro, parece-me pouco adequada a grandes áreas. A principal vantagem advirá das mudanças que opera no solo. Estamos a acompanhar essa evolução para tirarmos conclusões”, conclui Carlos Peixoto. Os 90% de área que não estão em biológico/biodinâmico encontram-se naquele que será, talvez, o melhor compromisso entre racionalidade e preocupação ambiental, o modo de produção integrada.

Alterações climáticas e rega

A palavra clima está na ordem do dia e a pergunta não pode ser evitada: na viticultura duriense sente-se uma alteração no padrão climático? E, em caso afirmativo, o que é possível fazer para minimizar os seus efeitos num médio e longo prazo? Carlos Peixoto não foge às respostas: “No Douro, o que se nota mais são os fenómenos extremos e repentinos. Granizos, trovoadas, chuvas abundantes, secas prolongadas, noites tropicais, temperaturas extremas com mudanças bruscas.”

Na Ramos Pinto, procura-se mitigar estes fenómenos com algumas mudanças na cultura da vinha: as aplicações de matéria orgânica têm gerado videiras mais equilibradas no vigor e na nutrição; com a modificação da estrutura do solo, da capacidade de infiltração e de retenção de água, há melhoria assinalável em vinhas que perdiam folhas precocemente; alterações na esponta visam aproveitar a emissão de novos lançamentos para proteger os cachos; fazem-se ensaios na gestão da altura da parede de vegetação; e, finalmente, dá-se mais atenção àquelas castas minoritárias que conciliam qualidade enológica com a capacidade de resistir melhor a estes fenómenos.

E quanto a rega? Carlos Peixoto não tem tabus: “A rega acaba por ser uma falsa questão, uma vez que grande parte da região tem dificuldade no acesso à água. A polémica advém do facto de se entender a rega como um modo de aumentar a produção, quando devia ser encarada como uma maneira de melhorar a qualidade”. Para o viticólogo, “no Douro, a única sub-região em que a presença ou ausência da água é factor limitador, é o Douro Superior. Nas outras sub-regiões, há casos pontuais onde também seria adequada”.

Na Ramos Pinto, só a Quinta de Ervamoira possui instalação de rega. “A irrigação sempre foi encarada por nós como uma ferramenta para melhorar a qualidade, sobretudo o final da maturação”, adianta. “Gastamos mais dinheiro com os métodos que permitem não fazer regas desnecessárias, do que a regar. Recorremos ao balanço hídrico, à medição do stress hídrico, aos tensiómetros de solo, ao termómetro de infravermelhos e a observação visual das plantas”.

E conclui: “As alterações climáticas são sentidas por todo o lado. Não sou dos que pensam que o mundo vai acabar amanhã, mas temos necessariamente de mudar comportamentos e, pelo menos, não aumentar os problemas”.

Edição nº33, Janeiro de 2020