Douro Boys festejam 15º aniversário com leilão

Os Douro Boys – Quinta do Vallado, Quinta do Crasto, Niepoort, Quinta Vale D. Maria e Quinta do Vale Meão – vão celebrar o seu 15° Aniversário. Para festejar em grande e, agora, pela terceira vez, estes produtores criaram dois vinhos especiais: Douro Boys Red Wine Cuvée 2017 e Douro Boys Vintage Port 2017. Estes […]
Os Douro Boys – Quinta do Vallado, Quinta do Crasto, Niepoort, Quinta Vale D. Maria e Quinta do Vale Meão – vão celebrar o seu 15° Aniversário.
Para festejar em grande e, agora, pela terceira vez, estes produtores criaram dois vinhos especiais: Douro Boys Red Wine Cuvée 2017 e Douro Boys Vintage Port 2017.
Estes dois vinhos apenas estarão disponíveis para aquisição num único dia, no leilão que terá lugar no Six Senses Douro Valley, dia 10 de Outubro.
Raquetes a postos…
Museu da 1.ª Demarcação vence nos Best Wine Awards 2020

O 17•56 Museu & Enoteca da Real Companhia Velha conquistou a quarta distinção em menos de um ano. No âmbito dos Best Wine Awards 2020, da Great Wine Capitals,o Museu da 1.ª Demarcação foi o vencedor na categoria “Cultura”. A este prémio soma-se o galardão da Associação Portuguesa de Museologia (APOM) nas categorias “Trabalho de […]
O 17•56 Museu & Enoteca da Real Companhia Velha conquistou a quarta distinção em menos de um ano. No âmbito dos Best Wine Awards 2020, da Great Wine Capitals,o Museu da 1.ª Demarcação foi o vencedor na categoria “Cultura”. A este prémio soma-se o galardão da Associação Portuguesa de Museologia (APOM) nas categorias “Trabalho de Museografia” e “Filme”.
Promovida pela Great Wine Capitals – a rede internacional de capitais de grandes vinhedos, da qual o Porto faz parte enquanto cidade-membro – a cerimónia de entrega de prémios dos Best Wine Awards 2020 teve lugar em meados de Junho, no Instituto dos Vinhos do Douro e Porto.
O Museu da 1.ª Demarcação situa-se no piso 0 do 17•56 Museu & Enoteca da Real Companhia Velha, localizado à beira rio, no Cais de Gaia (na Alameda da Rua Serpa Pinto, 44B). É contíguo a uma sala de provas e loja de vinhos e está dividido em seis capítulos. No núcleo museológico conta-se a história do Douro, indissociável da própria história da Real Companhia Velha. Esta “viagem” pode ser feita através de inúmeros objectos e documentos pertença do espólio da empresa, onde se destaca o Alvará Régio assinado por D. José I a 10 de Setembro de 1756, sob o auspício do Marquês de Pombal – disponível na versão original, intocável, e em duas versões digitais, passíveis de serem folheadas – e garrafas históricas. Um museu que nos conta também alguns dos mais importantes acontecimentos mundiais.
26 premiados no 12º Concurso de Vinhos da Beira Interior

O Jantar de Entrega de Prémios do 12º Concurso de Vinhos da Beira Interior, que teve lugar no Castelo de Trancoso, no passado dia 6 de Julho, consagrou o vinho Marquês d’ Almeida Grande Reserva branco 2017, do produtor CARM – Casa Agrícola Roboredo Madeira, como o Melhor Vinho da Beira Interior. Foram ainda atribuídos […]
O Jantar de Entrega de Prémios do 12º Concurso de Vinhos da Beira Interior, que teve lugar no Castelo de Trancoso, no passado dia 6 de Julho, consagrou o vinho Marquês d’ Almeida Grande Reserva branco 2017, do produtor CARM – Casa Agrícola Roboredo Madeira, como o Melhor Vinho da Beira Interior.
Foram ainda atribuídos pela primeira vez a medalha de Melhor Vinho no Feminino ao vinho Alpedrinha Reserva branco 2018, da Adega Cooperativa do Fundão, a medalha de Melhor Imagem ao vinho Souvall Colheita Seleccionada branco 2017, do produtor Lúcia & Américo Ferraz, e a medalha de Melhor Imagem no Feminino ao vinho Quinta do Cardo Biológico Síria Reserva branco 2015, da Agrocardo.
Para além do melhor vinho da Beira Interior, o júri do concurso, realizado na Guarda, atribuiu ainda 12 medalhas de ouro e 14 medalhas de prata, num total de 87 vinhos a concurso, em representação de mais de 31 produtores da região.
O Concurso de Vinhos da Beira Interior é promovido pela Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior e pelas Associações Empresariais da Guarda (NERGA) e de Castelo Branco (AEBB), contando com o apoio da Câmara Municipal de Trancoso.
A lista completa dos premiados:
Tawny 10 Anos: Muito Porto por pouco dinheiro

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text] As categorias especiais de Porto abrangem vários tipos de vinho. Numa delas estão incluídos os vinhos com indicação de idade, 10, 20, 30 e 40 anos. Sendo o Tawny 10 anos o primeiro degrau dessa escala, […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
As categorias especiais de Porto abrangem vários tipos de vinho. Numa delas estão incluídos os vinhos com indicação de idade, 10, 20, 30 e 40 anos. Sendo o Tawny 10 anos o primeiro degrau dessa escala, um consumidor mais exigente poderia olhar com alguma desconfiança para a categoria. Pois não há qualquer razão para isso. Os 10 anos estão cada vez melhores e mais afinados, oferecendo muita qualidade por um preço bastante moderado.
TEXTO João Paulo Martins FOTOS Mário Cerdeira
Apesar da história e fama antiga de que muito justamente se reclama, o Vinho do Porto só muito lentamente – ao longo de dois séculos – foi criando as normas específicas para os variados tipos de vinho que se podem fazer com as mesmas uvas. Assim, e no que concerne às categorias especiais apenas em 1 de Janeiro de 1974 entraram em vigor as novas regras. Muito recentemente, portanto. No essencial, esta legislação visou tornar mais fácil a compreensão, por parte do consumidor, dos tipos diferentes de vinho generoso. Como exemplo diga-se que, antes daquela data, praticamente todas as empresas vendiam tawnies com cerca de 10 anos, mas tinham nomes fantasiosos, com frequência em inglês que, como se imagina, só eram entendidos por iniciados; o vulgar consumidor ou sabia o que estava a comprar ou comprava pelo preço.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”37068″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
A partir de então a indicação de idade passou a ter de estar bem à vista no rótulo, não havendo por isso lugar para equívocos: um 10 anos deixa de se confundir com qualquer outra idade. Estamos então a falar de um vinho originalmente tinto que envelheceu em casco por um período não inferior a 10 anos. Referimos a questão da cor porque actualmente há vinhos do Porto brancos velhos com indicação de idade – 10, 20, 30 e 40 anos – mas não podem ostentar a designação tawny, uma vez que ela apenas se aplica a vinhos tintos. Por norma e prática corrente no sector, aquela indicação da idade não é matemática, ou seja, o vinho poderá ter uma média de 10 anos, entrando no lote vinhos de diferentes idades. Não é regra, mas é o que mais habitualmente acontece. Empresas várias com quem falámos dizem-nos que são os vinhos entre os 8 e 15 anos de idade que normalmente entram neste lote. Podemos falar assim num sistema a que, em Jerez, se chamaria de solera: a uma base vão-se acrescentando vinhos e o lote vai sendo engarrafado à medida das necessidades. Cria-se assim um modelo de vinho que cada casa tenta reproduzir todos os anos, procurando que o lote exprima bem o “estilo da casa”. Por esta razão, se comprarmos uma determinada marca agora ou daqui a cinco anos é bem provável que encontremos o mesmo estilo: a mesma tonalidade, a mesma concentração, o mesmo perfil de aromas e prova de boca equivalente.
Pode dizer-se que tudo começa na adega: é aí, após prova dos vinhos da última vindima, que se decide o destino a dar a cada lote: uns irão para ruby e nesse caso será preciso preservar ao máximo a cor e evitar a oxidação; outros destinar-se-ão a vintage e LBV, também esses preservados ao máximo da luz e da oxidação. Face à quantidade disponível, ainda há que decidir os que irão para casco, dirigidos a futuros tawnies com indicação de idade. Contrariamente àquilo que se poderia pensar, os tawnies mais velhos têm origem em vinhos inicialmente tão bons e tão carregados de cor como os que são seleccionados para vintage. É depois pela evolução que apresentam que se vai decidindo se continuam mais tempo em casco (que se estenderá por décadas) ou se são, entretanto, vendidos como tawny Reserva (à roda dos 6/7 anos de idade) ou como tawny 10 anos. Dados os volumes que são movimentados nestas categorias é também frequente que os produtores adquiram vinhos no mercado. Aqui as adegas cooperativas são frequentes fornecedores, bem como empresas que dispõem de grandes stocks (como a Barão de Vilar) que vendem lotes a pequenos produtores que querem ter um 10 anos no mercado, mas que não têm stock para isso.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”37067″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Grandes e pequenos, perfis diferenciados”][vc_column_text]
Esta gama de vinhos do Porto faz parte do portefólio de praticamente todos os produtores, sejam grandes casas ou produtores-engarrafadores. Pelo facto de estarmos então a falar de volumes de comercialização muitíssimo diferentes, é também normal que se encontrem nos pequenos produtores vinhos que, não raramente, têm idade superior a 10 anos. Isso não obsta a que tenham na mesma a certificação junto do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP). Bento Amaral, do IVDP, confirmou à Grandes Escolhas que já há muitos anos a cor deixou de ser factor de exclusão sendo por isso normal que se encontrem vinhos que, cromaticamente, estão em campos opostos, como foi o caso, neste conjunto de vinhos provados, da Ramos Pinto (mais carregado de cor) e o Reccua (muito mais aberto). “Neste momento é sobretudo a prova que nos interessa, mais do que a cor”, disse, e assim é expectável que a Câmara de Provadores esteja atenta aos variados estilos a que se pode chegar. Ana Rosas, enóloga de Vinho do Porto na empresa Ramos Pinto confirmou também que o “seu” 10 anos vem totalmente da quinta da Ervamoira (Foz Côa) e que “como fazemos poucas trasfegas, filtrações e outras práticas que poderiam aligeirar a cor, temos sempre um 10 anos muito carregado e nem sempre é fácil ser aprovado. Fazemos cerca de 60 000 litros por ano e o nosso principal mercado é a França”. Actualmente a aprovação/reprovação de um lote pode também levar a que o vinho seja apresentado a uma câmara de recurso, a Junta Consultiva, constituída por enólogos do sector. Longe de se apresentar como “opositora” da Câmara do IVDP a Junta, segundo Bento Amaral “tem tido muito contacto e provas em conjunto com a Câmara do IVDP exactamente para aferir critérios e para que todos sigam regras idênticas”.
Voltando aos pequenos produtores, pelo facto de colocarem quantidades diminutas no mercado, é sempre possível que se encontrem verdadeiras relíquias, invariavelmente com mais idade do que o rótulo sugere. Não se estranhe assim a alta classificação que alguns destes vinhos tiveram nesta prova.
Temos provado tawnies 10 anos com alguma periodicidade, em média de 5 em 5 anos. O balanço que é possível fazer de quase 30 anos de provas (a primeira que fiz terá sido em 1991), é muito positivo porque a qualidade média é agora muito mais evidente, fruto de melhor viticultura, enologia mais competente e consumidores mais avisados. Esta gama é também comercializada sob a forma de “marca do comprador” (BOB), por regra, das grandes superfícies, não só em Portugal como noutros países, com as cadeias de supermercados inglesas, por exemplo. Gonçalo Brito, responsável no grupo Symington pelo mercado interno, confirma que estamos a consumir quase o dobro do que consumíamos há 5 anos: Portugal passou de 86.742 garrafas em 2013 para 164.273 em 2017, um crescimento notável que compensou algumas quebras no mercado externo, nomeadamente o inglês. Também segundo Brito, as vendas de 10 anos em BOB representavam 30% em 2013 mas baixaram para 21% em 2018, descida esta que tem contrapartidas financeiras muito interessantes. Esta descida acompanhou a tendência do sector como um todo já que, e segundo informações que recolhemos junto do IVDP, em 2014 os BOB de Porto 10 anos representavam 33,3% de todas as vendas e em 2018 a percentagem baixou para 29,5%. Também em valor houve um aumento. No mesmo período – 2014/2018 – as vendas passaram de 37,1 para 42,7 milhões de euros.
O mercado inglês – que costuma representar nas categorias especiais cerca de 500.000 caixas de 12 garrafas/ano -, provavelmente já sob o efeito Brexit, quebrou 18,6% em 2018, muito superior à quebra global (todos os mercados) de 2018 em relação a 2017 que foi de cerca de 4,6%. Digno ainda de registo o facto de o mercado inglês, apesar de muito volumoso, apenas consumir Porto cuja média de preço nas categorias especiais é de €7,11/garrafa, enquanto Portugal se situa nos €12,14. Nas categorias especiais, Portugal cresceu também cerca de 6,2% em 2018.
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O Porto Tawny é um verdadeiro todo-o-terreno. Reproduzo aqui um excerto de um texto que, há já alguns anos, João Afonso escreveu sobre o tema: “Um Porto 10 anos exige pouco: não requer momentos especiais, não precisa decantação e não exige que o consumo seja feito de imediato após a abertura, mantendo-se no mesmo patamar de qualidade por alguns meses. Mas num tema ele é teimoso e insiste: deve ser servido refrescado e em copos que permitam captar as fragâncias que dele emanam.” Neste ponto, o 10 anos não mudou e continua por isso a ser um Vinho do Porto de excelente relação qualidade/preço. E se se pensar que uma garrafa alegra entre 8 a 10 convivas, pode mesmo dizer-se que é muito barato. Talvez até demasiado barato, se atendermos aos preços dos vinhos DOC que a região produz, com uvas idênticas às usadas para vinho do Porto. Mas essas são contas de outro rosário.
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O Tawny 10 anos à mesa
Como vinho doce que é e com um teor alcoólico médio de 20%, é difícil imaginar uma refeição unicamente acompanhada de Vinho do Porto. Já estive em várias experiências destas, mas não passaram disso mesmo. O lado doce do vinho “empurra-o” naturalmente para o final da refeição e aí as escolhas são muitas, desde as tartes de ameixa, de cereja, leite creme, pão de ló, ou gelados que envolvam (por exemplo) caramelo, canela, baunilha, cacau, são escolhas acertadas. No entanto, se quisermos uma combinação mais radical, podemos sempre fazer o ensaio. “Costeletas de borrego panadas com legumes e cogumelos” é uma das receitas para o Porto 10 anos sugeridas por Hélio Loureiro no livro Receitas para o Vinho do Porto, publicado em 1999 pelo IVDP.
Como se trata de um Porto de “meia idade” e em transição entre juventude e velhice, todos os frutos vermelhos compotados, em jeito de clafoutis onde o creme também tem o seu papel, são companhias seguras para o nosso Tawny 10 anos. Por outro lado, os frutos secos, os figos, tâmaras ou os alperces secos são óptimos parceiros deste vinho. Se houver associação com queijo, sobretudo do tipo cremoso e intenso como Gorgonzola, então não há como falhar.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
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Soalheira 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
São Pedro das Águias 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Porto Reccua 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Gran Cruz 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Vallado 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Royal Oporto 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Quinta dos Murças 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Quinta do Estanho 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Pacheca 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Offley 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Messias 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Maynard’s 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Krohn 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Kopke 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Rozès Infanta Isabel 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Dalva 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Cockburn’s 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Cálem 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Barros 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Barão de Vilar 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Wine & Soul 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Warre’s OTIMA 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Vista Alegre 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Vieira de Sousa 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Sandeman 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Quinta de la Rosa tonel 12 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Quinta da Romaneira 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Porto Monge 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Portal 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Noval 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Dow’s 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Dona Antónia 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Croft 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Churchill’s 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Burmester 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Vasques de Carvalho 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Ramos Pinto RP 10
Fortificado/ Licoroso - -
Quinta da Casa Amarela 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Poças 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Niepoort 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Graham’s 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
DR 10 Anos
Fortificado/ Licoroso - -
Andresen Century 10 Anos
Fortificado/ Licoroso -
DFJ Vinhos: Um colosso que sabe dançar

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Quem o ouve falar até parece que não liga muito ao que já realizou até à data. Mas José Neiva Correia disfarça bem a sua paixão. A única diferença que notámos em relação a outros projectos é que este técnico e gestor não tem papas na língua e sabe como poucos fazer todas as continhas aos meandros da produção de vinhos. Pelo meio vai fazendo bons vinhos que agradam a palatos de todos os continentes.
TEXTO António Falcão NOTAS DE PROVA Mariana Lopes FOTOS Ricardo Gomez
Um tractor de grande tamanho vai correndo lentamente a planície ribatejana ao pé de Vila Chã de Ourique. Na traseira, uma espécie de estrutura enganchada nos braço hidráulicos suporta dois operadores que vão colocando varas de videira prontas num braço rotativo que a seguir as enterra no solo, a espaços certos. Embora não seja uma visão muito comum, nada disto é novidade: este sistema de plantação é rápido e eficiente, mas já é usado há vários anos. O que estranha, contudo, é o solo de aluvião onde estão a plantar a vinha, do mais fértil que existe. São solos quase sempre reservados para outras culturas, como milho, arroz ou tomate. “E depois, qual é o problema? O que conta é o rendimento que vou tirar da terra, e, para mim, nenhuma outra cultura o consegue como a vinha”. As palavras vêem do proprietário, José Neiva Correia, um dos produtores de vinho mais conhecidos e respeitados em Portugal (e não só). José Neiva é o dono da DFJ Vinhos, uma empresa cujo nome vem das iniciais dos três fundadores. Acabou por ficar sozinho, comprando as participações dos dois sócios ao longo dos anos. Antes disso, este enólogo chegou a fazer, diz ele, “cerca de 10% do vinho em Portugal”. Como é isto possível? Pois bem, antes de fundar a DFJ, José Neiva começou como enólogo na Adega Cooperativa de Torres Vedras, no dia 2 de Maio de 1974, através de uma figura importante da enologia portuguesa, Octávio Pato. Torres Vedras era a segunda maior adega do país. Não tardou a estender a sua consultoria a várias outras adegas cooperativas da região (São Mamede da Ventosa, Sobral, Azueira…), todas elas de grande tamanho. Junte-se mais alguns produtores privados que vieram, entretanto, e ao longo de vários anos passaram centenas de milhões de litros de vinho pelas mãos de José Neiva Correia.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Um homem nascido na vinha e no vinho”][vc_column_text]
José Neiva Correia usufruiu logo da vantagem de ser descendente de várias gerações de vitivinicultores e agricultores, com várias propriedades a norte de Lisboa. Ou seja, nasceu e cresceu no mundo da produção de uva e de vinho. O resto foi formação (em Portugal, França e na Alemanha), experiência e a capacidade de dar bom uso aos neurónios. A sua vontade e inteligência levou-o a estender os conhecimentos muito para lá da enologia, manejando bem as questões de viticultura e da gestão. Não espanta assim que, vinte anos após a fundação da DFJ Vinhos, a empresa tenha aumentado consideravelmente a produção, que atinge neste momento as 8 milhões de garrafas, e o seu património de terra e imobiliário, com quase 200 hectares de vinha e duas adegas de grande tamanho.
Falar com ele é uma delícia. Não se importa de transmitir os seus conhecimentos e opiniões, que nem sempre são consensuais com as actuais ‘modas’ da enologia e viticultura. Mas não falha uma justificação: ou seja, tudo foi pensado antes, com fundamentos estudados e/ou científicos. Por exemplo, na vinha usa sobretudo matéria orgânica derivada da compostagem. Porque mantém a humidade, vai cedendo nutrientes à vinha e ainda ajuda a oxigenar os solos. Diz José Neiva que “os antigos sabiam disso, mas os agricultores foram privilegiando a solução mais fácil, que era comprar umas sacas de fertilizante…” As soluções naturais não terminam aqui: nos produtos fitossanitários, só usa o estritamente necessário.
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Como tem que enfrentar uma fortíssima concorrência a nível internacional, o seu maior mercado, José Neiva procura fundamentalmente obter boas produções com boa qualidade. E nesse aspecto deverá ser dos produtores de vinho mais avançados do país. Começou na cuidadosa escolha de castas, continua no manejo da vinha e termina na adega. Vamos ver alguns exemplos.
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Caladoc, já ouviu falar? Certamente pouca gente ouviu. Mesmo internacionalmente. Mas é uma das duas castas tintas que José Neiva usa mais. A outra é Alicante Bouschet. Porquê? Porque são castas que conseguem produzir muito bem e com boa qualidade. “O Caladoc, por exemplo, pode ir até às 30 toneladas por hectare e dar vinhos bastante razoáveis, com estrutura e boa cor”, revela José Neiva. Quanto ao Alicante, “vende-se melhor, mas é preciso saber vinificá-la”. E por isso não espanta que a DFJ se vanglorie de ter sido pioneira em Portugal a engarrafar um varietal 100% desta casta. O comportamento das castas na vinha também é importante, como, por exemplo, amadurecer cedo e resistir às diversas doenças.
Outras castas tintas não conseguem um alto binómio quantidade/qualidade. A Tinta Roriz e a Touriga Nacional, por exemplo, com produções altas, dão uns ‘vinhecos’; e aí ficamos, no máximo, pelas 10 a 13 ton/ha”, revela o técnico.
Nos brancos, como se sabe, a questão da produção é mais pacifica, mas, ainda assim, José Neiva vai plantar uma generosa área de Marsanne, uma casta branca que, mais uma vez, dá boa qualidade com produções generosas.
José Neiva não acredita em mondas para baixar produções (e, supostamente, aumentar qualidade). Se houver necessidade, usa-se a poda. E, salvo raras excepções, não usa o arrelvamento na vinha. Isso mesmo. Isto é um negócio e sem bom vinhos, a bons preços, não há equipa comercial que faça milagres. Felizmente, o clima vem dando uma ajuda…
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Longe vão os tempos em que chovia do princípio ao fim da vindima, como recorda José Neiva, com graves “problemas de podridão”. Afinal, eram outros tempos, outras castas, outros conhecimentos e outra viticultura. Mas era também, aparentemente, outra meteorologia. José Neiva diz-nos que “este ciclo quente e seco tem sido benéfico para as maturações da uva e, consequentemente, para a qualidade do vinho”. A sua vinha do Casal Madeira, ao pé de Torres Vedras, está a 10 quilómetros do Atlântico. Tem cerca de 25 hectares de videiras, quase tudo Pinot Noir (será a maior vinha contígua da Península Ibérica), e é aqui que vive o proprietário da DFJ Vinhos. As outras propriedades, como a Quinta de Porto Franco, onde José Neiva nasceu, estão ligeiramente mais para o interior, mas recebem também influência atlântica, que ajuda a conseguir maturações regulares. Como a Quinta do Rocio, logo ao lado de Porto Franco, que está a ser explorada, em termos vitícolas, pela DFJ. São mais 30 hectares de vinha. Ambas as propriedades (e outras da zona) pertenceram aos famoso Visconde de Chanceleiros. “Temos aqui boas produções por hectare e com boa qualidade”.
No campo, José Neiva conta com a ajuda do feitor da casa, homem de grande experiência. Mas apoia-se tecnicamente na agrónoma Sofia Figueiredo e na sua filha Carminho, também agrónoma, que dá também uma ajuda na adega.
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José Neiva Correia trabalha com duas adegas de grande tamanho: em Porto Franco e Fonte Bela. Ambas antigas, mas em belíssimo estado de conservação e ambas em frequente transformação para adaptações ao aumento de produção e a melhorias tecnológicas. Ou ainda a embelezamentos. “Este ano vou gastar aqui muito dinheiro”, garante José Neiva, em plena adega de Porto Franco. Gasta porque provavelmente tem poupado. Por exemplo, nas duas adegas existem muitos depósitos de cimento, como se fazia à antiga, mas estão praticamente todos em uso, incluindo para fermentações. O controlo de temperaturas faz-se com placas interiores (chamadas endógenas), que, diz José Neiva, “são mais eficazes que as cubas com camisas”. Assim poupa-se dinheiro, como se consegue poupar em muitas outras coisas, das prensas (em segunda mão, quase todas) a remontagens manuais (mais baratas e menos falíveis que as bombas). Neiva Correia é um técnico todo-o-terreno, sempre à procura de optimizar toda a operação, da vinha à adega. A casa possui lagares, mas José neiva não os usa: Acredito que o lagar só faz vinhos melhores porque são as melhores uvas que para lá vão. De resto, consigo reproduzir as operações de lagar sem precisar de os usar…”
Relativamente ao estilo de vinhos que produz, ele não hesita: “Muita gente pensa que eu faço muita manipulação no vinho. Na verdade, é exactamente o contrário, sou dos que menos mexo no vinho, faço uma enologia o mais minimalista possível – e por isso mais barata. E sou mais adepto da oxigenação do que da redução, com gases inertes”. Os tempos de oxigenação vêm da experiência, mas José Neiva acha que tudo vai mudar com aparelhos que aí vêm e indicam a quantidade de oxigénio necessária ao vinho.
Refira-se que todas as castas são vinificadas em separado e existem parcelas ou talhões que também o são.
Todos os vinhos da DFJ que temos provado ao longo dos anos mostram muita suavidade, mesmo em colheitas recentes. E quase sempre têm muita fruta e volume de boca, especialmente os tintos. José Neiva revela-nos que usa, nos tintos, “macerações pós-fermentativas longas, pelo menos um mês. A excepção é o Pinot, porque fica com taninos muito cortantes”. E porque o faz? “Ninguém gosta de vinhos delgados, às vezes confundidos com vinhos elegantes. Toda a gente gosta de vinhos com corpo, frutados, persistentes”.
Entramos no gosto do consumidor, área em que José Neiva também tem as suas ideias bem vincadas.
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Para conseguir vender 8 milhões de garrafas todos os anos, a DFJ Vinhos tem que saber bem o que quer o consumidor, país a país. José Neiva desde cedo começou a viajar, falando com os enófilos e distribuidores. Hoje partilha essa tarefa com o seu filho Vasco e o responsável de vendas, Luís Gouveia. Que grandes ensinamentos foi trazendo desses contactos: desde logo, diz José Neiva, “o consumidor não é um especialista; ele quer um vinho que lhe saiba bem desde o início, que lhe dê prazer. E tem uma expectativa: encontrar o mesmo vinho, ou lá perto, quando compra a mesma marca meses ou anos mais tarde. Se a expectativa é gorada, ele não compra mais. Vai para a concorrência”. Isto coloca grandes desafios aos produtores e enólogos, que se vêm obrigados a oferecer, ano após ano, um vinho semelhante ao do ano anterior. Falamos, como é óbvio, de vinhos com tiragens de centenas de milhar de garrafas. O segredo… não tem segredo nenhum. Na opinião de José Neiva, “Temos que trabalhar para isso, principalmente na vinha e depois na adega”. Na adega, é aqui que entra a arte do lote, mas existem outras armas. José Neiva não o disse, mas os vinhos com maior percentagem de açúcar residual, não só ficam mais suaves, fáceis de beber, como ficam imediatamente mais semelhantes de colheita para colheita. Em alguns países, como no leste da Europa, os vinhos podem ter 30 gramas de açúcar por litro! “Em muitos países bebe-se vinho fora das refeições e os consumidores não aceitam um vinho adstringente, com taninos ou amargos, mesmo ligeiros”, salienta Luís Gouveia, o responsável pela exportação. Luis sabe do que fala, já que vendeu vinho um pouco por todo o mundo. E sabe bem que, quando o vinho não vai como os seus clientes querem, ele não se vende, ponto final.
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Não se julgue, contudo, que os especialistas desdenham este tipo de vinhos. Os resultados da DFJ em concursos internacionais e na imprensa especializada são impressionantes. Desde 2010, a empresa tem quase 2.600 prémios de todo o tipo. Só no ano passado conseguiram mais de 500 medalhas/prémios, incluindo das mais apetecidas: troféus, duplo ouro e ouro. Bem como ‘best of’, “best buy” “best portugueses wine producer” e coisas do género (a lista está no site da empresa). Isto mostra uma consistência notável na casa e seriedade na produção.
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O aluvião de que falámos no início desta reportagem está mesmo pegado à Quinta da Fonte Bela, onde se situa a sede da DFJ Vinhos. Está na região Tejo e junto a Vila Chã de Ourique.
A quinta possui um enorme pátio central cercado por edifícios muito altos. É impressionante (cerca de 8.000 metros quadrados de área coberta!), mas é ainda mais espantoso o estilo arquitectónico do exterior. Dir-se-ia que tínhamos entrado de repente numa grande quinta de um país do norte da europa. Afinal, tudo foi edificado no terminar do séc XIX por um empresário que, na altura, teria dezenas de milhares de hectares de terra nesta região junto ao rio Tejo. Com 120 anos de idade, os edifícios estão impecáveis, mas, glória seja feita a José Neiva Correia, muitos dos telhados foram reconstruídos. Verdade seja dita também que vários tinham as asnas feitas em ferro, como o da generosa destilaria, alvo de frequentes visitas de arquitectos fascinados com a arquitectura industrial. Não é à toa que lhe chamam por ali a “Catedral do Vinho”. Este seria sempre um activo muito interessante para o enoturismo, mas a gestão ainda não está convencida. É uma vez mais a questão de equilibrar esforço/investimento/rentabilidade. José Neiva Correia prefere dirigir os seus investimentos para a ampliação de instalações e para a aquisição de mais área de terra/vinha. É o vinho que lhe dá o dinheiro e a empresa está neste momento a interagir com alguns players internacionais de grande monta. “O nosso projecto é para aumentar, e sobretudo com vinha própria; dentro de 3 a 5 anos espero duplicar a produção”, diz o proprietário da DFJ Vinhos. E acrescenta: “são os nossos clientes que nos tocam para a frente”.
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A DFJ nasceu em 1998, com uma operação relativamente pequena e destinada à exportação. Vinte anos depois dá trabalho permanente a mais de 80 pessoas, sensivelmente metade delas no campo. Faz hoje 8 milhões de garrafas e gere directamente 200 hectares de vinha em produção. Principalmente na região de Lisboa e alguma coisa no Tejo. A casa tem mais de uma centena de marcas. São números reveladores do sucesso desta casa, que teima em não abrandar crescimentos. Será que José Neiva Correia está satisfeito? “Bom”, diz-nos ele com um sorriso trocista, “quando fazia 10% do vinho português, dormia uma pequena sesta todos os dias. Desde que passei a empresário, às vezes nem à noite durmo bem. Mas graças a Deus a vida tem-me corrido bastante bem…
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Edição Nº24, Abril 2019
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Já aconteceu a 1ª Grande Gala dos Escanções de Portugal

No passado dia 28 de Junho, a Associação dos Escanções de Portugal organizou a 1ª Grande Gala dos Escanções de Portugal, que teve lugar na Pousada de Viseu – Grupo Pestana. Foram vários os prémios atribuídos a profissionais do sector, tanto a sommeliers como a praticantes de outras áreas ligadas ao vinho, com os Prémios […]
No passado dia 28 de Junho, a Associação dos Escanções de Portugal organizou a 1ª Grande Gala dos Escanções de Portugal, que teve lugar na Pousada de Viseu – Grupo Pestana. Foram vários os prémios atribuídos a profissionais do sector, tanto a sommeliers como a praticantes de outras áreas ligadas ao vinho, com os Prémios Carreira.
Estes Prémios Carreira foram entregues a duas personalidades do vinho: a António dos Santos Mota (na foto), uma das figuras mais carismáticas do jornalismo em Portugal e um dos melhores conhecedores da história do vinho no país (ex-colaborador da equipa que, actualmente, produz a Grandes Escolhas) e a Ceferino Mariño Carrera, uma referência para os escanções. O Prémio Melhor Escanção do Ano 2019 foi entregue a Nelson Guerreiro, Sommelier Chefe no restaurante Alma (2** Michelin) de Henrique Sá Pessoa.
A lista completa dos prémios:
Concurso Nacional Fernando Ferramentas – Melhor Profissional ao serviço do Vinho em Portugal, com Vinhos Portugueses
Medalha de Ouro – Fábio Benjamim Nico, do Convento São Paulo, Redondo;
Medalha de Prata – Ana Dias, do Mata Bichos Real Taverna, Leiria; Paula Daidone, consultora de
vinhos no Brasil; e Miguel Dominguinhos, do Pátio dos Petiscos, em Montemor-o-Novo.
Medalha de Bronze – Francisco Manuel Lino, do Convento do Espinheiro, em Évora; e Gonçalo
Mendes, do L’AND Vineyards, em Montemor-o-Novo.
Medalhas de Honra – Amadeu Araújo Lopes, da UDACA; Bruno Martins, da Makro Leiria; Fernando
Manuel Caridade, do Pestana Pousada de Viseu; Hugo Macedo de Castro, da Garrafeira Dinâmica
do Vinho, Braga; Vera Rosa, do restaurante O Picadeiro, Tomar; e Óscar Veloso, do Hotel
Guimarães.
Prémios Escanções de Portugal
Prémio Carreira Imprensa – António dos Santos Mota
Prémio Carreira Serviço de Vinho – Ceferino Mariño Carrera
Prémio Melhor Escanção do Ano 2019 – Nelson Guerreiro
Lagoalva de Cima: Um Tejo diverso e pioneiro

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text] Em Alpiarça, estende-se uma propriedade que junta algumas das mais fortes dimensões do mundo rural português: cortiça, cavalo lusitano, azeite e vinho. A Lagoalva, primeira casa portuguesa a fazer monovarietais de Syrah e Alfrocheiro, é coisa […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
Em Alpiarça, estende-se uma propriedade que junta algumas das mais fortes dimensões do mundo rural português: cortiça, cavalo lusitano, azeite e vinho. A Lagoalva, primeira casa portuguesa a fazer monovarietais de Syrah e Alfrocheiro, é coisa séria.
TEXTO Mariana Lopes NOTAS DE PROVA Luís Lopes FOTOS Lagoalva
O que é que a margem Sul do rio Tejo tem? Uma propriedade de 800 hectares, rica em história, na freguesia de Santo Eustáquio de Alpiarça e a 2 quilómetros da mesma vila. É a Quinta da Lagoalva de Cima que, na verdade, detém um total de 7 mil hectares espalhados por diferentes locais. Com uma beleza natural muito sua, o terroir caracteriza-se, essencialmente, por grandes extensões planas de terrenos de regadio, muito férteis, onde o Tejo desempenha um papel preponderante e onde crescem várias culturas agrícolas. Também a floresta é parte importante do cenário. A casa mãe, uma bonita construção setecentista, pinta o cenário de amarelo torrado e transporta aquele local para o século XVIII: foi nesse século que a Lagoalva obteve uma comenda da Ordem de Santiago, sendo tutelada por um dos membros da família da Casa Lavre. Assim, a 9 de Dezembro de 1776, foram feitos vários investimentos na propriedade, já a preparar a terra para o que lá havia de ser erguido. Para minimizar os efeitos da subida do nível das águas do rio, mandou-se abrir uma vala que obrigasse o Tejo a seguir o seu leito natural, e um dique em estacada. Depois, reduziram-se os terrenos maninhos e espargais a cultura agrícola e edificaram-se paredes na herdade, de onde nasceu o palácio da Lagoalva, as suas casas e a sua capela.
Mais tarde, em 1834, a Quinta da Lagoalva é comprada por Henrique Teixeira de Sampayo, 1º Conde da Póvoa. Em 1842, todos os bens passam para Maria Luísa Noronha de Sampayo que, ao casar-se com Domingos António Maria Pedro de Souza e Holstein, 2º Duque de Palmela, acaba por reverter as posses para a Casa Palmela, de onde são descendentes os actuais proprietários. Deste modo, a Quinta da Lagoalva e os terrenos anexos pertencem à Sociedade Agrícola da Quinta da Lagoalva de Cima, encabeçada pelos irmãos Manuel e Miguel Campilho.
[/vc_column_text][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Vinhos, vinhas e outras gavinhas”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”36651″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
Já desde o século XIX que a Lagoalva é produtora de vinho. “A ligação da nossa família a Itália motivou o surgimento do vinho, do azeite e do bicho da seda”, elucidou Manuel Campilho, que vive na Quinta há 44 anos. Sempre em grande, a Lagoalva levou, em 1888, 600 cascos de vinho para a Exibição Portuguesa da Indústria. Porém, o primeiro vinho engarrafado, com o nome Lima, data de 1989. Em 1992, a enologia passou para João Portugal Ramos que, em 2002, a passou para Rui Reguinga. Foram os primeiros, em Portugal, a fazer monovarietal de Alfrocheiro, tendo o primeiro sido em 1999, e também de Syrah, em 1994 (embora só a colheita de 97 tivesse sido apresentada como tal). Hoje é Diogo Campilho, filho de Manuel, que está à frente desta faceta da empresa. Diogo é enólogo e ao seu lado trabalha, desde 2007, o também enólogo Pedro Pinhão, numa dupla cúmplice e inseparável.
Dos 50 hectares de vinha, 35 encontram-se em plena produção, assentes em três tipos de solos: 100% arenosos (onde estão variedades tintas), argilo-arenosos (a “casa” do Alfrocheiro) e de aluvião (brancas). Neles estão plantadas as castas Sauvignon Blanc, Alvarinho, Arinto, Fernão Pires, Verdelho e Chardonnay; e as tintas Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz, Cabernet Sauvignon, Syrah, Tannat e Castelão. “Iremos plantar, em breve, Petit Verdot, no sentido de dar mais estrutura aos vinhos tintos”, contou Diogo.
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O enólogo, que passou uma temporada na Austrália a fazer vinho, trouxe inspirações do Novo Mundo para a vinha e para a adega, onde coabitam várias opções enológicas mais modernas e outras tradicionais. Tudo isto se traduz no perfil dos vinhos, juntamente com a especificidade daquele terroir. Diogo explicou a filosofia: “Os nossos vinhos têm muito que ver com o nosso modo de estar e com o nosso público alvo, que é a faixa-etária dos 20 aos 40 anos”. São quase 30 as referências presentes no portfólio, entre brancos, tintos, espumantes, colheita tardia e licorosos, perfazendo uma produção anual de 350 mil garrafas, que se traduzem em 850 mil euros. “O objectivo para 2019 são mais 100 mil”, descortinou Diogo Campilho.
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Onze foram as novas colheitas que a Grandes Escolhas provou na Quinta da Lagoalva, antes de três impressionantes provas verticais. O espumante branco, com 80% de Arinto e 20% de Alfrocheiro, a mostrar-se jovem, revelou bela acidez e frescura. O espumante rosé, por sua vez, é feito apenas com Alfrocheiro, num perfil suave, mas encorpado, também com boa acidez. A “espumantização” é feita na Lagoalva. O Lagoalva Sauvignon Blanc é expressivo com ananás e leves amargos vegetais, de uvas vindimadas durante a noite “para preservar os aromas”, e vinificadas em inox, por oposição ao Lagoalva Barrel Selection, também de Sauvignon Blanc mas em carvalho francês. A versão tinta do Barrel Selection tem, na sua composição, Syrah e Touriga nacional, numa bela combinação de fruta com barrica. O Lagoalva rosé é também ele de Syrah e Touriga Nacional em inox, e o tinto divide-se, em partes iguais, em Castelão e Touriga Nacional, com maloláctica e estágio de seis meses em barricas de carvalho francês e americano. Já o Lagoalva Talhão 1, inclui Alvarinho, Arinto, Fernão Pires, Sauvignon Blanc e Verelho, com fermentação em cubas de inox. O Reserva branco e o Reserva tinto têm em comum a alta aptidão para a mesa, sendo o primeiro feito de Arinto e Chardonnay, fermentados e estagiados em barrica, e o segundo de Alfrocheiro, Touriga Nacional e Syrah, com estágio de 10 meses em carvalho francês.
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O Lagoalva de Cima Alfrocheiro Grande Escolha 2016 é o mais recente de uma linhagem de quinze edições. Nascido de uma vinha de inícios da década de 70, plantada com um clone vindo da casa José Maria da Fonseca, é o vinho bandeira da Lagoalva e sempre foi. Pedro Pinhão esclareceu que “Mesmo sendo uma casta difícil na vinha, num bom ano tem uma relação produtividade/qualidade fantástica”. A “tiragem” é de 5000 garrafas, de um vinho vinificado em lagar com pisa mecânica e estagiado em barricas francesas, novas e usadas. Do Lagoalva de Cima Syrah Grande Escolha foram feitas oito edições, que culminam na de 2016, também fermentado em lagar com pisa mecânica e com estágio no mesmo tipo de barricas do Alfrocheiro.
A estória do vinho Dona Isabel Juliana é engraçada e prende-se com a avó de Diogo Campilho, que a conta com ternura. Em 2009, Diogo e Pedro decidiram criar este tinto e, no Natal do mesmo ano, foi apresentado a Isabel Juliana. Emocionada, a avó agradeceu ao neto, dizendo-lhe: “Obrigada, o vinho é muito bom, mas se não te importares dá-me um copo de rosé” – era o seu tipo de vinho favorito. O Dona Isabel Juliana tinto 2015 tem Alfrocheiro e Touriga Nacional no lote, com maloláctica e estágio de 14 meses em barricas novas e usadas. Fazem-se entre 2500 e 3 mil garrafas deste belíssimo vinho.
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Durante a nossa visita tivemos oportunidade de fazer uma prova vertical das três marcas mais emblemáticas da casa: Lagoalva de Cima Syrah, Lagoalva de Cima Alfrocheiro, e Dona Isabel Juliana. A Syrah colocou a Lagoalva “no mapa” dos grandes representantes nacionais desta casta, desde a sua estreia em 1994. Para além do vinho que está no mercado (2016) provámos as colheitas de 1997 (algo cansado de nariz, melhor na boca), 2000 (excelente fruto, tudo no sítio, em grande forma), 2005 (maduro e compotado – ano quente – mas prazeroso), 2008 (fechado, austero, especiado, ainda jovem, um portento), 2010 (leve e aberto, madeira muito presente), 2012 (todo fruta e elegância, muito bom) e 2015 (expressivo, afinado e apimentado, belo vinho). A Alfrocheiro é uva bastante acarinhada na casa, e essa atenção é patente nos vinhos provados. No mercado está o Alfrocheiro 2016 (que apresentamos à parte), mas apreciámos as colheitas de 1999 (elegante, perfumado, ainda com leve floral), 2003 (bastante frutado, jovem ainda, a acidez a mantê-lo bem vivo), 2005 (cremoso, cheio de especiaria e mirtilos, em grande forma), 2008 (sisudo – tal como o Syrah do mesmo ano – groselha e leve vegetal de grande qualidade, muita vida pela frente), 2009 (denso, rico e texturado) e 2011 (a complexidade e profundidade do ano perfeito, eucalipto, finura, garra e longevidade).
Finalmente, o Dona Isabel Juliana, o topo de gama da casa, lote de castas que varia, mas onde a Alfrocheiro tem estado sempre presente, acompanhada, consoante o ano, de Touriga Nacional, Touriga Franca, Tannat ou Alicante Bouschet. Provados o 2009 (enorme surpresa, vigoroso e austero, complexo, grande), 2012 (gordo e sumarento, cheio de sabor e presença), 2013 (o mais fino de todos, muito expressivo e elegante, mineral) e 2015 (contido, com acidez muito precisa, taninos poderosos, sólido e longo).
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“Temos e fazemos aqui a excelência do mundo rural português: cavalos lusitanos, vinho, azeite e cortiça”, diz Diogo Campilho, com orgulho. A estes juntam-se milho, trigo, floresta, cevada, ervilha, gado… e mais alguns. Vinte são os cavalos, todos em competição e o azeite gera cerca de 5 mil garrafas, de olival tradicional. A agricultura, a floresta e a pecuária formam um negócio de 4,5 milhões de euros. Também a consultoria e o equipamento agrícola são actividades económicas da Lagoalva, a gerar cerca de 3 milhões de euros. Por aqui se vê a dimensão de uma empresa com tradição secular na região do Tejo, diversa e pioneira, onde se junta um legado de gerações ao know-how moderno de quem não fica parado no tempo.
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Lagoalva de Cima
Tinto - 2016 -
Lagoalva de Cima
Tinto - 2016 -
Lagoalva Barrel Selection
Tinto - 2015 -
Lagoalva
Tinto - 2016 -
Lagoalva
Tinto - 2017 -
Lagoalva Barrel Selection
Branco - 2017 -
Lagoalva
Branco - 2017 -
Lagoalva
Rosé - 2018 -
Lagoalva
Branco - 2018 -
Quinta da Lagoalva
Espumante - -
Quinta da Lagoalva
Espumante -
É o clima, idiota!

A frase célebre da campanha eleitoral de Bill Clinton (“It’s the economy, stupid!”), presta-se a muitas adaptações, e aplica-se quando é necessário reforçar a importância ou evidência de algo que o interlocutor não percebe ou não aceita. O clima está a mudar e não é para melhor. Há quem não admita, há quem não perceba […]
A frase célebre da campanha eleitoral de Bill Clinton (“It’s the economy, stupid!”), presta-se a muitas adaptações, e aplica-se quando é necessário reforçar a importância ou evidência de algo que o interlocutor não percebe ou não aceita. O clima está a mudar e não é para melhor. Há quem não admita, há quem não perceba e há quem esteja a fazer alguma coisa acerca disso.
Tenho 57 anos. Dizem-me que ao longo da minha vida já “assisti” a mais degelo polar do que qualquer geração que me antecedeu. É um pensamento assustador. Mas, por outro lado, o Ártico fica demasiado longe para ter um impacto directo no meu dia a dia…ou não! Os conferencistas do evento Climate Change Leadership realizado no passado mês de Março no Porto (e sobre o qual publicamos um trabalho nesta edição) foram unânimes: as alterações climáticas são absolutamente evidentes nas suas vinhas, nos seus vinhos e consequentemente, nas suas vidas. Estamos a falar, em muitos casos, de empresas centenárias com registos climatéricos de muitas décadas e onde não há memória da sucessão de fenómenos extremos como os que assistimos hoje em dia: incêndios florestais devastadores no Chile e na Califórnia (que queimaram milhares de hectares de vinhedos), vinhas congeladas em Abril na Catalunha, seca em Mendoza (o degelo primaveril na montanha já não gera a água suficiente), granizo intenso e frequente em Champagne. Vagas de calor, escaldão nas uvas, deficiências de maturação e carências de acidez um pouco por todo o lado.
Portugal não escapa, como é evidente. António Graça, investigador da Sogrape, aponta casos concretos: nas últimas duas décadas, na Europa, as zonas climáticas ideais para plantar Chardonnay transferiram-se cada vez mais para norte; no mesmo período, no vale do Douro, a Tinta Roriz tem vindo a aumentar significativamente o pH e a diminuir a acidez. Para continuar com Tinta Roriz, vai ser preciso mudar de clones. “O terroir está aterrorizado”, refere.
O principal problema está nos chamados gases de efeito de estufa , e nomeadamente no CO2, dióxido de carbono. O que fazer? Travar a progressão do CO2, por um lado; e gerir a mudança, adaptando vinhas e adegas. Como aponta Pau Roca, presidente do Office International de la Vigne et du Vin, trata-se de “redefinir o terroir e os modos de produção”. Miguel Torres, enólogo e investigador, patriarca da empresa familiar espanhola, mostra o que está a fazer desde há mais de uma década: reflorestação e preservação de floresta bio diversa (1.500 ha em Espanha, 700ha no Chile); armazenamento, racionalização e reutilização de água; adaptação dos vinhedos mudando bacelos, clones, sistemas de condução, densidade de plantação, sempre com o objectivo primordial de atrasar as maturações; plantação em altitude; recuperação de castas antigas, de maturação tardia, que resistem ao calor e mantém acidez; modificação total das adegas, a caminho da autonomia energética e hídrica; recuperação e reutilização do CO2 emitido pela fermentação; redução do peso das garrafas; renegociação com fornecedores e logística obrigando-os a um caderno de encargos mais “descarbonizado”.
Isto é o que a indústria do vinho (pelo menos, a esclarecida) já tem em marcha. E nós, enquanto consumidores, o que podemos fazer? Muito, a começar por coisas tão simples no nosso dia a dia como seja, por exemplo, rejeitar o plástico, optar por materiais reutilizáveis ou recicláveis, reduzir o desperdício (de água, de alimentos), preferir os vinhos em garrafas de vidro leve, diminuir as viagens de avião, escolher consumir produtos de proximidade.
A qualidade, e mesmo a viabilidade do vinho, depende do clima. Queremos que os nossos netos possam apreciar um vinho do Douro ou do Alentejo tal como nós os apreciamos hoje? Não é uma projecção catastrófica, é uma ameaça real. Há quem não acredite, há quem não se preocupe, há quem faça alguma coisa. E você?
Edição Nº24, Abril 2019