Tawny 10 Anos: Muito Porto por pouco dinheiro

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As categorias especiais de Porto abrangem vários tipos de vinho. Numa delas estão incluídos os vinhos com indicação de idade, 10, 20, 30 e 40 anos. Sendo o Tawny 10 anos o primeiro degrau dessa escala, um consumidor mais exigente poderia olhar com alguma desconfiança para a categoria. Pois não há qualquer razão para isso. Os 10 anos estão cada vez melhores e mais afinados, oferecendo muita qualidade por um preço bastante moderado.

TEXTO João Paulo Martins FOTOS Mário Cerdeira

Apesar da história e fama antiga de que muito justamente se reclama, o Vinho do Porto só muito lentamente – ao longo de dois séculos – foi criando as normas específicas para os variados tipos de vinho que se podem fazer com as mesmas uvas. Assim, e no que concerne às categorias especiais apenas em 1 de Janeiro de 1974 entraram em vigor as novas regras. Muito recentemente, portanto. No essencial, esta legislação visou tornar mais fácil a compreensão, por parte do consumidor, dos tipos diferentes de vinho generoso. Como exemplo diga-se que, antes daquela data, praticamente todas as empresas vendiam tawnies com cerca de 10 anos, mas tinham nomes fantasiosos, com frequência em inglês que, como se imagina, só eram entendidos por iniciados; o vulgar consumidor ou sabia o que estava a comprar ou comprava pelo preço.

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A partir de então a indicação de idade passou a ter de estar bem à vista no rótulo, não havendo por isso lugar para equívocos: um 10 anos deixa de se confundir com qualquer outra idade. Estamos então a falar de um vinho originalmente tinto que envelheceu em casco por um período não inferior a 10 anos. Referimos a questão da cor porque actualmente há vinhos do Porto brancos velhos com indicação de idade – 10, 20, 30 e 40 anos – mas não podem ostentar a designação tawny, uma vez que ela apenas se aplica a vinhos tintos. Por norma e prática corrente no sector, aquela indicação da idade não é matemática, ou seja, o vinho poderá ter uma média de 10 anos, entrando no lote vinhos de diferentes idades. Não é regra, mas é o que mais habitualmente acontece. Empresas várias com quem falámos dizem-nos que são os vinhos entre os 8 e 15 anos de idade que normalmente entram neste lote. Podemos falar assim num sistema a que, em Jerez, se chamaria de solera: a uma base vão-se acrescentando vinhos e o lote vai sendo engarrafado à medida das necessidades. Cria-se assim um modelo de vinho que cada casa tenta reproduzir todos os anos, procurando que o lote exprima bem o “estilo da casa”. Por esta razão, se comprarmos uma determinada marca agora ou daqui a cinco anos é bem provável que encontremos o mesmo estilo: a mesma tonalidade, a mesma concentração, o mesmo perfil de aromas e prova de boca equivalente.
Pode dizer-se que tudo começa na adega: é aí, após prova dos vinhos da última vindima, que se decide o destino a dar a cada lote: uns irão para ruby e nesse caso será preciso preservar ao máximo a cor e evitar a oxidação; outros destinar-se-ão a vintage e LBV, também esses preservados ao máximo da luz e da oxidação. Face à quantidade disponível, ainda há que decidir os que irão para casco, dirigidos a futuros tawnies com indicação de idade. Contrariamente àquilo que se poderia pensar, os tawnies mais velhos têm origem em vinhos inicialmente tão bons e tão carregados de cor como os que são seleccionados para vintage. É depois pela evolução que apresentam que se vai decidindo se continuam mais tempo em casco (que se estenderá por décadas) ou se são, entretanto, vendidos como tawny Reserva (à roda dos 6/7 anos de idade) ou como tawny 10 anos. Dados os volumes que são movimentados nestas categorias é também frequente que os produtores adquiram vinhos no mercado. Aqui as adegas cooperativas são frequentes fornecedores, bem como empresas que dispõem de grandes stocks (como a Barão de Vilar) que vendem lotes a pequenos produtores que querem ter um 10 anos no mercado, mas que não têm stock para isso.

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Esta gama de vinhos do Porto faz parte do portefólio de praticamente todos os produtores, sejam grandes casas ou produtores-engarrafadores. Pelo facto de estarmos então a falar de volumes de comercialização muitíssimo diferentes, é também normal que se encontrem nos pequenos produtores vinhos que, não raramente, têm idade superior a 10 anos. Isso não obsta a que tenham na mesma a certificação junto do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP). Bento Amaral, do IVDP, confirmou à Grandes Escolhas que já há muitos anos a cor deixou de ser factor de exclusão sendo por isso normal que se encontrem vinhos que, cromaticamente, estão em campos opostos, como foi o caso, neste conjunto de vinhos provados, da Ramos Pinto (mais carregado de cor) e o Reccua (muito mais aberto). “Neste momento é sobretudo a prova que nos interessa, mais do que a cor”, disse, e assim é expectável que a Câmara de Provadores esteja atenta aos variados estilos a que se pode chegar. Ana Rosas, enóloga de Vinho do Porto na empresa Ramos Pinto confirmou também que o “seu” 10 anos vem totalmente da quinta da Ervamoira (Foz Côa) e que “como fazemos poucas trasfegas, filtrações e outras práticas que poderiam aligeirar a cor, temos sempre um 10 anos muito carregado e nem sempre é fácil ser aprovado. Fazemos cerca de 60 000 litros por ano e o nosso principal mercado é a França”. Actualmente a aprovação/reprovação de um lote pode também levar a que o vinho seja apresentado a uma câmara de recurso, a Junta Consultiva, constituída por enólogos do sector. Longe de se apresentar como “opositora” da Câmara do IVDP a Junta, segundo Bento Amaral “tem tido muito contacto e provas em conjunto com a Câmara do IVDP exactamente para aferir critérios e para que todos sigam regras idênticas”.
Voltando aos pequenos produtores, pelo facto de colocarem quantidades diminutas no mercado, é sempre possível que se encontrem verdadeiras relíquias, invariavelmente com mais idade do que o rótulo sugere. Não se estranhe assim a alta classificação que alguns destes vinhos tiveram nesta prova.
Temos provado tawnies 10 anos com alguma periodicidade, em média de 5 em 5 anos. O balanço que é possível fazer de quase 30 anos de provas (a primeira que fiz terá sido em 1991), é muito positivo porque a qualidade média é agora muito mais evidente, fruto de melhor viticultura, enologia mais competente e consumidores mais avisados. Esta gama é também comercializada sob a forma de “marca do comprador” (BOB), por regra, das grandes superfícies, não só em Portugal como noutros países, com as cadeias de supermercados inglesas, por exemplo. Gonçalo Brito, responsável no grupo Symington pelo mercado interno, confirma que estamos a consumir quase o dobro do que consumíamos há 5 anos: Portugal passou de 86.742 garrafas em 2013 para 164.273 em 2017, um crescimento notável que compensou algumas quebras no mercado externo, nomeadamente o inglês. Também segundo Brito, as vendas de 10 anos em BOB representavam 30% em 2013 mas baixaram para 21% em 2018, descida esta que tem contrapartidas financeiras muito interessantes. Esta descida acompanhou a tendência do sector como um todo já que, e segundo informações que recolhemos junto do IVDP, em 2014 os BOB de Porto 10 anos representavam 33,3% de todas as vendas e em 2018 a percentagem baixou para 29,5%. Também em valor houve um aumento. No mesmo período – 2014/2018 – as vendas passaram de 37,1 para 42,7 milhões de euros.
O mercado inglês – que costuma representar nas categorias especiais cerca de 500.000 caixas de 12 garrafas/ano -, provavelmente já sob o efeito Brexit, quebrou 18,6% em 2018, muito superior à quebra global (todos os mercados) de 2018 em relação a 2017 que foi de cerca de 4,6%. Digno ainda de registo o facto de o mercado inglês, apesar de muito volumoso, apenas consumir Porto cuja média de preço nas categorias especiais é de €7,11/garrafa, enquanto Portugal se situa nos €12,14. Nas categorias especiais, Portugal cresceu também cerca de 6,2% em 2018.

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O Porto Tawny é um verdadeiro todo-o-terreno. Reproduzo aqui um excerto de um texto que, há já alguns anos, João Afonso escreveu sobre o tema: “Um Porto 10 anos exige pouco: não requer momentos especiais, não precisa decantação e não exige que o consumo seja feito de imediato após a abertura, mantendo-se no mesmo patamar de qualidade por alguns meses. Mas num tema ele é teimoso e insiste: deve ser servido refrescado e em copos que permitam captar as fragâncias que dele emanam.” Neste ponto, o 10 anos não mudou e continua por isso a ser um Vinho do Porto de excelente relação qualidade/preço. E se se pensar que uma garrafa alegra entre 8 a 10 convivas, pode mesmo dizer-se que é muito barato. Talvez até demasiado barato, se atendermos aos preços dos vinhos DOC que a região produz, com uvas idênticas às usadas para vinho do Porto. Mas essas são contas de outro rosário.

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O Tawny 10 anos à mesa

Como vinho doce que é e com um teor alcoólico médio de 20%, é difícil imaginar uma refeição unicamente acompanhada de Vinho do Porto. Já estive em várias experiências destas, mas não passaram disso mesmo. O lado doce do vinho “empurra-o” naturalmente para o final da refeição e aí as escolhas são muitas, desde as tartes de ameixa, de cereja, leite creme, pão de ló, ou gelados que envolvam (por exemplo) caramelo, canela, baunilha, cacau, são escolhas acertadas. No entanto, se quisermos uma combinação mais radical, podemos sempre fazer o ensaio. “Costeletas de borrego panadas com legumes e cogumelos” é uma das receitas para o Porto 10 anos sugeridas por Hélio Loureiro no livro Receitas para o Vinho do Porto, publicado em 1999 pelo IVDP.
Como se trata de um Porto de “meia idade” e em transição entre juventude e velhice, todos os frutos vermelhos compotados, em jeito de clafoutis onde o creme também tem o seu papel, são companhias seguras para o nosso Tawny 10 anos. Por outro lado, os frutos secos, os figos, tâmaras ou os alperces secos são óptimos parceiros deste vinho. Se houver associação com queijo, sobretudo do tipo cremoso e intenso como Gorgonzola, então não há como falhar.

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