Enoturismo: Caminhos Cruzados

Caminhos Cruzados

A história do vinho no Dão é mais do que uma simples sucessão de acontecimentos. É um emaranhado intrincado de natureza, cultura e tempo. A vinha, arraigada nas encostas escarpadas e nos planaltos graníticos, é um testemunho vivo da relação ancestral entre o homem e a terra. As raízes que se aprofundam no solo, buscando […]

A história do vinho no Dão é mais do que uma simples sucessão de acontecimentos. É um emaranhado intrincado de natureza, cultura e tempo. A vinha, arraigada nas encostas escarpadas e nos planaltos graníticos, é um testemunho vivo da relação ancestral entre o homem e a terra. As raízes que se aprofundam no solo, buscando a água e os nutrientes, espelham a própria busca do homem por significado e pertencimento.

Mosaico de tradições

A cultura vínica do Dão é um mosaico de tradições transmitidas de geração em geração. As mãos calejadas dos vinhateiros, moldadas pelo trabalho árduo, são a expressão de um saber ancestral, um conhecimento tácito que se perde nas brumas do tempo. A vindima, celebração da colheita, é um rito de passagem que marca o ciclo da vida e da natureza. É nesse momento que a uva, fruto da terra e do sol, se transforma em néctar divino.

As suas paisagens exuberantes e aldeias pitorescas constituem o palco onde a história se desenrola. Os castelos e as quintas, testemunhas silenciosas do passado, guardam os segredos de um tempo em que o vinho era sinónimo de poder e riqueza. As adegas, com suas barricas de madeira e aromas inebriantes, são templos dedicados ao culto de Baco. A vinha, com as suas paisagens exuberantes e a variedade de castas, é a primeira tela do artista vinícola. A escolha do local de cultivo, a orientação das fileiras, a poda e a adubação são decisões que moldam o caráter do vinho. O terroir, conjunto de fatores naturais que influenciam o sabor da uva, é a paleta de cores do artista, oferecendo uma infinidade de nuances e tonalidades.

O vinho do Dão é mais do que uma bebida, é uma expressão da alma da região. Cada garrafa conta uma história, um reflexo do terroir, do clima e do homem que o criou. A diversidade de castas e solos confere, aos vinhos do Dão, uma personalidade única e inconfundível. A cor, o aroma e o sabor são elementos que compõem a sua estética. Um vinho tinto encorpado e complexo pode ser comparado a uma pintura barroca, rica em detalhes e contrastes. Um vinho branco fresco e mineral pode lembrar uma aquarela, leve e delicada.

A filosofia do vinho ensina-nos a apreciar a simplicidade das coisas, a saborear cada momento e a encontrar beleza nas pequenas coisas. O ato de degustar um vinho é uma experiência sensorial e espiritual que nos conecta com a natureza e com a história. É um convite à reflexão sobre a vida e a passagem do tempo.

Na pincelada da minha escrita transborda um sentimento artístico pela felicidade que os vinhos do Dão me proporcionam. Nesta região sinto no vinho uma forma de expressão artística que une a natureza e a cultura.

Ao brindar com um vinho do Dão, celebramos não apenas a excelência de um produto, mas também a riqueza de uma cultura e a beleza de uma região. A vinha, o tempo e a alma do Dão estão inextricavelmente ligados, formando um património único e valioso que devemos preservar para as futuras gerações.

Inovação na tradição…

As minhas viagens pelo mundo do Enoturismo em Portugal têm-me proporcionado momentos inesquecíveis e gratificantes, ao conhecer a história e a tradição das regiões vitivinícolas, ao descobrir vinhos únicos, caminhar por vinhas exuberantes, onde a beleza se une à qualidade dos vinhos, admirar paisagens deslumbrantes e conhecer pessoas apaixonadas por essa arte milenar.

Na minha “árdua” felicidade de conhecer o país enoturístico, numa jornada introspetiva, numa espécie de convite à filosofia, à contemplação da existência e à busca por significados profundos no mundo do Vinho e porque não dizer da Gastronomia, escolhi o Dão para esta viagem.

Nesta região somos convidados a um diálogo íntimo com a natureza. A terra paciente oferece os seus frutos. A videira, símbolo da vida e da renovação, tece uma narrativa milenar, onde cada folha é um capítulo escrito pelo tempo. A cada passo, somos lembrados da nossa própria finitude e da impermanência de todas as coisas. O Dão é isto. É fantasia, é mistério. Obriga-me a viver como se amanhã fosse o último dia da minha vida.

A escolha estava feita – a Quinta da Teixuga e a sua Adega Caminhos Cruzados, encaixa-se “como uma luva“ neste espírito filosófico, na busca interminável do saber e do sabor. Nesta adega o vinho, que é o resultado de um processo alquímico entre a terra, o sol e o trabalho humano, revela-se como uma metáfora da vida. Assim como o vinho amadurece em barricas, transformando-se numa bebida complexa e multifacetada, nós também evoluímos com o tempo, moldados pelas experiências e pelas relações que estabelecemos.

Paixão pelo vinho

A Adega Caminhos Cruzados é mais do que apenas um local de produção de vinho. É um verdadeiro manifesto de paixão pelo vinho e pela sua região. Fica na Quinta da Teixuga, situada em Vilar Seco, concelho de Nelas, no distrito de Viseu, propriedade de 30 hectares no coração do Dão, e destaca-se pela sua arquitetura moderna e arrojada, que se funde perfeitamente com a paisagem circundante, desenhada pelo Arquiteto Nuno Pinto Cardoso

Na chegada à Adega Caminhos Cruzados percebe-se, de imediato, que se entra num espaço com claras preocupações estéticas e integradoras na paisagem rural. De forma natural, cria de imediato uma elevada expectativa do que se vai encontrar. A inovação da arquitetura funde-se com a tradição vínica da Região do Dão, como a de dois amantes num eterno tango, alicerçado num abraço apaixonado. A tradição vitivinícola guia a inovação pelos caminhos da história, enquanto esta, com sua energia vibrante, insufla nova vida nas raízes ancestrais. É nessa dança harmoniosa que a criatividade encontra a sua inspiração, e o futuro a sua essência.

Encontrei o Luis Filipe, coordenador do Enoturismo da Caminhos Cruzados, na empresa desde 2019, que orgulhosamente explica que começou como embaixador/promotor da marca na zona centro do país. Sente-se a sua paixão pelo que faz e representa. A quinta localiza-se em pleno planalto do Dão, em Terras de Senhorim, que são excelentes para a plantação de videiras e produção de uva, salienta. As amplitudes térmicas locais são apropriadas para a boa maturação das uvas e o seu lento amadurecimento dá origem a vinhos de aromas ricos e boa acidez, elegância e estrutura, diz também.

A Caminhos Cruzados surge do amor que a família Santos, natural de Nelas, têm à Região do Dão. É em 2012 que Paulo Santos, empresário têxtil, decide voltar a dar vida a esta tradição e criar uma empresa familiar, dirigida por Lígia Santos, a sua filha, que troca Lisboa e a advocacia pelo vinho e ruma a Nelas para dirigir os destinos do projeto.

Paulo Santos, que fazia vindimas em família e com amigos, desde cedo, produzindo vinho caseiro num pequeno lagar, salienta que, na adega produz vinho de qualidade, com uma vertente de tradição aliada ao modernismo e constante diferenciação que o mercado exige”. Desde o início, que a visão da Caminhos Cruzados foi surgir como “O Novo Dão” e a sua adega emergiu das vinhas da Quinta da Teixuga em 2017. Em algumas delas, cuja idade média é de 50 anos, podemos encontrar as castas tintas Touriga Nacional, Tinta Roriz, Jaen e Alfrocheiro e brancas Malvasia-Fina, Encruzado e Bical. É a partir desta riqueza varietal que são feitos os vinhos na adega. Os caminhos cruzados da vida podem proporcionar algo mágico e fantástico, experiências e vivências diferentes que nos transformam e enriquecem a alma. São como um labirinto cheio de surpresas e desafios, de complexidade e imprevisibilidade. É desta paleta filosófica que surge a ideia de designar a Adega de “Caminhos Cruzados”. “A sua estética inspira-se no logótipo da empresa, duas linhas que se cruzam, e encontra-se perfeitamente integrada no ambiente”, sustenta Luis Filipe com um brilho nos olhos de quem adora o que faz.

Um tesouro escondido

Escondida entre as serras do Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela, a Quinta da Teixuga é um refúgio para os amantes do vinho que buscam experiências autênticas. Com 42 hectares de vinhas, a propriedade oferece um panorama único da viticultura portuguesa, onde a natureza e a tradição se entrelaçam.

As vinhas, situadas entre os 400 e 700 metros de altitude, beneficiam de um terroir excecional. Os solos xistosos e graníticos, aliados ao clima mediterrâneo influenciado pela altitude, conferem aos vinhos uma mineralidade e complexidade únicas.

Com o objetivo de preservar a alma do Dão, a Quinta da Teixuga investe na recuperação de vinhas velhas, com mais de 50 anos. Essas vinhas, verdadeiros tesouros, guardam um património genético único que se traduz em vinhos com uma identidade própria.

Em paralelo, a Quinta da Teixuga aposta na plantação de novas vinhas, com variedades que complementam as castas tradicionais do Dão, como a Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen, Tinta Roriz, Encruzado, Bical, Cercial, Malvasia Fina e Verdelho. Consciente da importância da preservação do meio ambiente, a Quinta da Teixuga iniciou, em 2019, um projeto de conversão de uma parcela de vinha para a agricultura biológica.

 

Uma experiência única de Turismo, Gastronomia e Vinhos

Visitar a Quinta da Teixuga e a sua adega é uma viagem no tempo. Ao percorrer as vinhas e a adega, os visitantes podem conhecer de perto o processo de produção dos vinhos e apreciar a beleza da paisagem. Provar os seus vinhos é uma boa oportunidade para descobrir a sua complexidade e elegância.

Na adega Caminhos Cruzados todas as atividades começam com uma visita guiada, uma imersão nas paisagens e processos vitivinícolas da região do Dão. O circuito tem início no exterior, próximo das vinhas, onde os visitantes são contemplados com uma vista panorâmica da Serra do Caramulo. Nesse momento é apresentada a história da empresa, desde sua fundação, em 2012, até os dias atuais, além de uma breve e objetiva explicação sobre os vinhedos, que se estendem para além da Quinta da Teixuga. A visita inclui uma introdução às características geográficas e vitivinícolas da região do Dão.

Em seguida, os visitantes são conduzidos ao setor de produção, localizado no subsolo da adega. Neste espaço é explicada cada etapa do processo, desde a colheita até o processamento das uvas. O tour passa então pelas cubas de inox, onde são abordadas as diferenças entre os tipos de fermentação, destacando as distinções entre as cubas cilíndricas e as troncocónicas.

A visita continua pela área de enchimento e rotulagem, onde os participantes conhecem os processos de finalização do produto e podem observar o laboratório, onde a enóloga Carla Rodrigues realiza análises detalhadas e define os lotes finais dos vinhos.

O ponto alto da visita é a deslumbrante sala das barricas, que impressiona todos os que percorrem o seu interior. Neste espaço, os visitantes são apresentados aos diferentes estágios de envelhecimento em madeira, um processo essencial para a qualidade dos vinhos produzidos na adega. No final, as pessoas são direcionadas para o local onde participarão na atividade escolhida, encerrando uma experiência enriquecedora no mundo do turismo de vinhos.

Viagem gastronómica

A cozinha do restaurante está sob o comando do talentoso chef Miguel Vidal, que combina ingredientes regionais com influências da sua experiência internacional, oferecendo uma verdadeira viagem gastronómica, que destaca a autenticidade dos produtos locais com toques inspirados nas passagens por vários países.

Entre as suas especialidades encontram-se pratos como Bacalhau com broa, Escabeche de truta, Vitela em púcara de barro preto e o tradicional Arroz de carqueja em vinha d’alhos, que encantam pelo sabor e apresentação cuidadosa.

Além do cardápio regular, o chef oferece a possibilidade de se realizar experiências gastronómicas personalizadas. Com reserva prévia, pode criar menus exclusivos, ajustados às preferências e ocasiões específicas dos clientes, seguindo um conceito tailor made que garante um toque único em cada refeição. Para aproveitar esses almoços ou jantares especiais, acompanhados pelos vinhos da adega, é necessário agendar com pelo menos 24 horas de antecedência.

Seja através de uma visita breve ou de uma imersão completa, a Caminhos Cruzados proporciona uma experiência única: a alegria que surge da perfeita harmonia entre o vinho, a natureza e a inovação na tradição.

Caminhos Cruzados
A cozinha do restaurante está sob o comando do talentoso chef Miguel Vidal, que combina ingredientes regionais com influências da sua experiência internacional.

 

CADERNO DE VISITA

 COMODIDADES

– Kids friendly

– Línguas faladas: inglês, espanhol

– Loja de vinhos

– Diversas salas com capacidades máximas de 8 a 40 pessoas para diferentes atividades e refeições

– Parque para automóveis ligeiros e autocarros

– Provas comentadas (ver programas)

– Conceito open kitchen com o chef Miguel Vidal

– Turismo acessível

– Wifi gratuito disponível

– Visita às vinhas

Slow tourism (conceito de receber sem apressar o visitante, com abertura para poder caminhar livremente pela quinta ou apreciar um vinho à lareira, por exemplo)

EVENTOS

Corporativos

Atividades team building

Privados variados, incluindo aniversários, reuniões familiares, despedidas de solteiro (a) e batizados

 

PROGRAMAS DE ENOTURISMO

VISITA À ADEGA & PROVA DE 3 VINHOS

Duração média da experiência: 60 minutos

Horários: 11h/14.30h/16.30h de segunda a sábado

Limite mínimo de visitantes: 2

Limite máximo de visitantes: Não tem

Preço: 15€/Pax

VISITA À ADEGA, VINHA & PROVA DE 3 VINHOS PREMIUM

Tábua de enchidos e queijos. A tábua vegetariana necessita de marcação prévia de 24 h.

Duração média da experiência: 90 minutos

Horários: 11h/14.30h/16.30h de segunda a sábado

Limite mínimo de visitantes: 2

Limite máximo de visitantes: 28 sentados e 40 de pé

Preço: 30€/Pax

WINE AND FOOD

Atividade composta por visita à adega/quinta seguida de almoço vínico. As provas são harmonizadas com a gastronomia local. Opção vegetariana. necessita de marcação prévia de 48h

Duração da visita e almoço: 120-150 min

Horários: 12.30h de segunda a sábado

Limite mínimo de visitantes: 2

Limite máximo de visitantes: 28 sentados e 40 de pé

Preço: Almoço 50€/Pax; Jantar 55€/Pax

ENOLOGIA CRIATIVA

Nesta atividade o visitante poderá criar e engarrafar o seu próprio vinho, loteando e produzindo amostras para chegar ao perfil que gosta mais. No final leva a garrafa, para partilhar a experiência com os amigos ou família.

Duração média da atividade: 120 min

Horários: 11h/15h de segunda a sábado

Limite mínimo de visitantes: 2

Limite máximo de visitantes: 10 (equipas de 2)

Preço: 40€/Pax

PIQUENIQUE NA VINHA

Inclui prova de vinhos, um cesto de piquenique com uma garrafa de vinho, uma garrafa de água, compotas, pão regional, biscoitos, enchidos, queijo e fruta.

Duração da visita: Ilimitada.

Horários: A partir das 10.30h de segunda a sábado

Limite mínimo de visitantes: 2

Limite máximo de visitantes: Não tem

Preço: 40€ (2 Pax)

PROVA VINHO E CHOCOLATE

Nesta experiência, que agradará aos amantes de vinhos e de chocolates, são harmonizados cinco bombons com quatro vinhos.

Duração média: 90 min.

Horários: 11h/14.30h/16h de segunda a sábado

Limite mínimo de visitantes: 2

Limite máximo de visitantes: 20

Preço: 25€/Pax

PEDDY PAPER NA VINHA

O objetivo é passar um momento divertido com familiares e amigos a descobrir pistas no meio de uma vinha, através da leitura e descodificação de um road-book. Após o jogo, recupera-se a energia com a prova de um vinho na adega.

Duração média do jogo: 90 min

Horários: 11h/15h de segunda a sábado

Limite mínimo de visitantes: 2

Limite máximo de visitantes: Não tem

Preço: 20€/Pax

JOGO DOS AROMAS

O Jogo dos Aromas permite, aos jogadores, pôr à prova a sua capacidade de identificar os aromas do vinho, envolvidos em contexto vitícola.

Duração média do jogo: 90 min

Horários: 11h/14.30h/16.30h de segunda a sábado

Limite mínimo de visitantes: 2

Limite máximo de visitantes: 24

Preço: 20€/Pax

WINE SURPRISE

Partilha de o espaço da adega criar e oferecer surpresas aos outros.

WORKSHOPS

Possibilidade de participar em workshops temáticos criados pela Caminhos Cruzados, que são anunciados num futuro próximo.

EVENTOS CORPORATIVOS

Espaço único para eventos especiais, team buildings e formações com possibilidade de conhecer a adega e os seus vinhos.

CONTACTOS

Adega Caminhos Cruzados

Quinta da Teixuga, Estrada Municipal Algeraz – Carvalhal Redondo

3520-011 Nelas – Portugal

Tel.: +351 232 940 195

Email: enoturismo@caminhoscruzados.net

Responsável pelo Enoturismo – Luis Filipe

Notas

Aos domingos e feriados é necessária marcação prévia.

Preços especiais para crianças.

Nota: o autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

ENOTURISMO: ALIANÇA UNDERGROUND MUSEUM

Enoturismo Aliança

A história da Região da Bairrada remonta a tempos antigos, com evidências sólidas de ocupação humana desde a pré-história. Ao longo dos séculos, esta região encantadora tem sido moldada e influenciada por uma miríade de povos e culturas fascinantes. Desde tempos imemoriais, romanos, visigodos e mouros deixaram a sua marca indelével na rica tapeçaria cultural […]

A história da Região da Bairrada remonta a tempos antigos, com evidências sólidas de ocupação humana desde a pré-história. Ao longo dos séculos, esta região encantadora tem sido moldada e influenciada por uma miríade de povos e culturas fascinantes. Desde tempos imemoriais, romanos, visigodos e mouros deixaram a sua marca indelével na rica tapeçaria cultural da Bairrada. No entanto, não se pode falar sobre esta parte do mundo sem mencionar a tradição de produção de vinho que floresceu nas suas encostas ensolaradas.
A Bairrada situa-se na região centro de Portugal, entre o rio Vouga e o rio Mondego, abrangendo parte dos distritos de Aveiro, Coimbra e Leiria. Com um clima mediterrânico, apresenta invernos suaves e verões quentes e secos. É caracterizada por uma paisagem diversificada, com planícies, colinas e densas florestas de carvalhos. O clima ameno e a proximidade ao oceano Atlântico contribuem para as suas condições ideais para o cultivo das vinhas, sendo que a altitude média, de 200 metros, também influencia a maturação das uvas, resultando em vinhos de qualidade singular.
As vinhas da Bairrada existiam na Idade Média, quando o vinho que originavam era valorizado como um tesouro inestimável, tendo a região desempenhado um papel importante nas rotas comerciais de vinho que percorriam a Europa. A história desta região é verdadeiramente fascinante, e cada pedaço do seu solo conta estórias de uma época passada, que continuam vivas ainda hoje na sua tradição vitivinícola.

A ORIGEM
A influência de diferentes culturas e tradições moldou significativamente a paisagem desta região, dando origem a uma variada e abrangente gama de práticas e técnicas de vinificação. Da influência romana à moura, da era das grandes explorações marítimas ao período de industrialização, diversos acontecimentos moldaram as características e a identidade única dos vinhos Bairrada. Atualmente, a região é conhecida tanto pelas suas tradições enraizadas, quanto pela busca constante por inovação e excelência. Os viticultores da Bairrada preservam as técnicas tradicionais de cultivo e vinificação, ao mesmo tempo que adotam tecnologias de ponta e práticas sustentáveis. Isso traduz-se na produção de vinhos reconhecidos nacional e internacionalmente. A utilização de castas autóctones, aliada ao saber fazer dos viticultores locais, dá origem a vinhos distintos e autênticos, com equilíbrio e aromas complexos. A diversidade do terroir bairradino, com solos argilosos e calcários, contribui para o caráter único e a expressão de cada vinho produzido na região.

TERRAS E TERROIRS
Com as suas colinas ondulantes e vales férteis, a região possui uma beleza natural incomparável. Com condições de solo únicas, a Bairrada oferece um ambiente propício para a produção de vinhos com caráter autêntico. A combinação entre as características geográficas e as condições do solo dá origem a vinhos de sabores e aromas únicos, que os tornam verdadeiramente especiais.

Além disso, a orografia da Bairrada desempenha um papel fundamental na proteção das vinhas, com as suas colinas a abrigarem-nas contra ventos fortes, proporcionando um ambiente mais estável para o seu cultivo. Essa proteção natural contribui para a qualidade e a maturação adequada das uvas. Com verões quentes e invernos amenos, as vinhas desfrutam das melhores condições para o seu desenvolvimento equilibrado ao longo de todo o ano, originando vinhos que combinam harmoniosamente acidez, doçura e complexidade aromática. Em resumo, a paisagem diversificada, as condições do solo e a proximidade ao oceano Atlântico fazem da Bairrada uma região vitivinícola verdadeiramente única. Possuidora de castas intrigantes e complexas de diferentes cores, aromas e sabores, esta região é um caso internacional sério pela longevidade dos seus vinhos, com saliência para os da casta Baga, a joia da coroa da Bairrada. São encorpados e distintos, com uma acidez equilibrada que confere frescor e uma grande capacidade de envelhecimento. Nas tintas destacam-se também a Touriga Nacional, Castelão, Alfrocheiro, Merlot, Cabernet Sauvignon e Pinot Noir, entre outras. Nas castas brancas destacam-se a Maria Gomes, Bical, Arinto, Cercial e Chardonnay.
A par dos vinhos, a Bairrada é também conhecida por ter uma das Sete Maravilhas da Gastronomia Portuguesa, o Leitão à Bairrada, que origina um caso sério de peregrinação, diria de paragem obrigatória a quem passa perto, para o degustar. Recordo-me bem dessa paixão existir na minha família, que nunca deixava de fazer uma pausa para isso em qualquer deslocação ao Sul. E até mesmo quando as saudades batiam, lá estávamos a degustar o delicioso pitéu num dos bons restaurantes que ficam naqueles “sagrados” cinco km da Estrada Nacional 1, que abrangem os territórios dos concelhos da Mealhada e de Anadia.

A Bairrada é realmente um território abençoado, também pela sua tradição de produzir espumantes com grande carácter, muitos deles com base na sua principal casta tinta, a Baga, o que faz dela um destino único, que me faz feliz. Calcorrear o território em qualquer dos bons “cantos” da região e ouvir a frase celestial, “Vamos beber uma tacinha?”, não se experiencia em mais lado nenhum de Portugal.
Na Bairrada sinto-me em casa. Ao virar da esquina encontro produtores de espumante de nível internacional, o que me enche de orgulho e faz-me voltar constantemente. Imbuído na necessidade de ser feliz e com o sentimento impregnado de saudade de néctares que me preenchem o corpo e a alma, decidi rumar à Bairrada para visitar um dos produtores mais icónicos da Região, diria do país, as Caves Aliança, atualmente designada de Aliança Vinhos de Portugal.

ARTE, VINHO E PAIXÃO
As caves Aliança foram fundadas, em 1927, por 11 associados, com o objetivo produzir vinhos de qualidade na região da Bairrada. A empresa passou por diversas fases de crescimento e expansão ao longo das décadas, tornando-se numa das maiores e mais respeitadas adegas da região. Os investimentos realizados em tecnologia e inovação permitiram-lhe aumentar a sua capacidade produtiva e a qualidade dos seus vinhos, consolidando a sua posição no mercado nacional e internacional.

Em 2007 foi adquirida pelo Grupo Bacalhôa, que percebeu o seu potencial de desenvolvimento e crescimento. Para além da profissionalização e da inovação nos produtos e serviços, sem nunca perder de vista a essência e a patine que as caves possuíam, mudou o nome da empresa para Aliança Vinhos de Portugal, salientando assim a sua vocação exportadora, como salienta Paulo Costa, administrador da Bacalhoa Enoturismo, S.A. Mas para integrar um mercado tão competitivo como o dos vinhos e desenvolver atividade de enoturismo, havia que ser inovador e disruptivo. “Neste contexto, a inclusão de momentos culturais traria o toque da diferenciação que procurávamos”, refere. Assim, face ao amor pela arte e cultura e a paixão incontrolável por colecionar de Joe Berardo que, ao longo da sua vida, reuniu muitas peças únicas, algumas relacionadas com a história e cultura portuguesa, o Grupo Bacalhôa decidiu, em boa hora, integrar um espólio significativo de peças dessa coleção nas caves, para constituir o Aliança Underground Museum, desde 2010 um dos projetos mais inovadores de Portugal. Na realidade, “o que se pretende com este empreendimento é que seja conhecido, além-fronteiras, pelo seu caracter distintivo e diferenciador e pela sua simbiose perfeita entre vinhos, arte e cultura, para ser capaz de atrair mercados internacionais”, afirmou orgulhosamente e de forma muito sentida Paulo Costa.

Em conversa fluída, este administrador confessou-me que o Enoturismo é um desafio que nunca pensou experienciar, pois tinha funções noutra área. Abraçou o desígnio de gerir toda atividade com algum ceticismo pessoal, que rapidamente se transformou em paixão. O Grupo Bacalhôa tem já uma forte tradição e experiência nesta atividade, com resultados muito positivos quer na promoção e comercialização de vinhos, quer sobretudo na dinamização das unidades que constituem o Grupo – Bacalhôa Vinhos de Portugal, Aliança Vinhos de Portugal, Quinta do Carmo e o Bacalhôa Buddha Eden (somente visitas).
Ao longo dos anos, o acervo foi crescendo e tornou-se num verdadeiro tesouro para a preservação da identidade do país. O espaço conta com oito coleções permanentes, que envolvem áreas como a arqueologia, etnografia, mineralogia, paleontologia, azulejaria, cerâmica e estanhos de múltiplas origens e espécies, num encontro de povos, lugares, crenças e culturas em perfeita simbiose com os vinhos, espumantes e aguardentes produzidos pela empresa, um verdadeiro êxtase de cultura e vinhos. Além disso, as caves promovem regularmente eventos culturais, como concertos, exposições temporárias e espetáculos de dança, sendo um polo de difusão cultural na região.

Através do apoio à arte e à cultura, as Caves Aliança contribuem significativamente para a preservação e promoção da identidade portuguesa, enriquecendo a experiência dos visitantes e fortalecendo os laços com a comunidade local. É neste quadro conceptual que a Aliança Vinhos de Portugal oferece uma experiência de enoturismo completa, incluindo visitas guiadas pelas instalações, onde as pessoas podem aprender a história destas caves até ao dia de hoje, o processo de produção vinho e a importância da região na qualidade dos produtos vínicos finais. Além disso, os turistas podem participar em degustações dos vinhos da Aliança Vinhos de Portugal, tendo uma imersão completa no universo Vitivinícola da região. As visitas são todas orientadas por profissionais formados e capacitados para garantir uma experiência enriquecedora e inesquecível aos visitantes.
Em tom de “provocação”, questionei se estava perante um Museu com Adega ou uma Adega com Museu? “É claramente uma Adega com Museu”, disse, de forma perentória, o enólogo Francisco Antunes, diretor de enologia da Aliança Vinhos de Portugal desde 1993 e responsável pelos vinhos das regiões dos Vinhos Verdes, Douro, Beira Interior, Dão e Bairrada do Grupo Bacalhôa, assim como dos vinhos espumantes e das aguardentes. A Aliança Vinhos de Portugal possui um espaço museológico, onde as galerias que formam as caves de vinhos partilham o espaço com as obras com tempo e sabedoria, esclarece.

“O Aliança Underground Museum tem, sobretudo, a capacidade natural de transportar os visitantes para vários palcos culturais do mundo, na prática para o imaginário universal”, explica Paulo Costa com a convicção de que a empresa contribui decididamente para a imagem positiva e de qualidade da oferta de enoturismo da região e do país.
Mas a atividade de enoturismo só é possível com a preocupação constante de elaborar vinhos de grande nível e de tipologia diversificada, respeitando o passado com a visão necessária e adequada, para ganhar o presente sem nunca descurar o futuro, a médio e longo prazo. Neste âmbito, a Aliança apresenta um portefólio de vinhos diversificado que está ao dispor de quem visita o espaço. Tudo é possível provar. Aqui o cliente é o protagonista da história.

Enoturismo Aliança

CONHECIMENTO E PRAZER
A visita inicia-se na Sala das Artes, onde se realiza a apresentação da empresa e do que os visitantes vão usufruir. Mal se entra nas caves percebe-se, de imediato, que o visitante vai ser elevado para o imaginário, já que a experiência de imersão em obras de arte desperta emoções e proporciona reflexões sobre outras vivências e tradições. O ambiente de um museu convida frequentemente à contemplação, estimulando a imaginação e permitindo uma conexão profunda com diferentes épocas, culturas e ideias.
O percurso desenrola-se por várias coleções: Arqueológica, Etnográfica Africana, Escultura Contemporânea do Zimbabué, Minerais, Paleontológica, Azulejaria, Cerâmica das Caldas e Índia, com realce para as peças únicas e irrepetíveis de Bordalo Pinheiro. Mas as caves servem sobretudo para que os vinhos adormeçam ao som do silêncio, do tempo e da sabedoria.
O mundo maravilhoso dos vinhos em estágio é, de facto, uma experiência sensorial e poética, onde as barricas de carvalho transmitem histórias silenciosas e profundas. Cada uma carrega consigo o mistério do tempo, da transformação e da paciência.

O vinho que repousa nelas não amadurece apenas fisicamente. Também adquire camadas de significado e simbolismo que traduzem o terroir e a sabedoria da enologia. O aroma amadeirado, o ambiente sereno e o conhecimento de que o vinho está em constante metamorfose sugerem uma reflexão sobre a passagem do tempo e a arte da criação. Cada visitante, ao observar as barricas, pode ter sua própria interpretação, criando pensamentos únicos e imaginativos, inspirados pelas promessas de sabor e história que o vinho em estágio guarda. É o que sinto quando atravesso a sala das barricas que guardam os oitocentos mil litros de aguardente, uma visão única que só se pode encontrar aqui.

A Aliança Vinhos de Portugal possui, ainda, cerca de milhão e meio de garrafas de vinho, 70% das quais são espumantes que aguardam pacientemente a sua abertura. São verdadeiras joias líquidas em preparação, à espera do momento certo para se revelarem. O processo de segunda fermentação em garrafa, método clássico que ocorre nestas caves silenciosas, é quase uma dança invisível entre o tempo e a matéria, onde cada bolha captura o espírito da celebração. A paciência envolvida na sua criação reflete o cuidado e a dedicação do enólogo, que compreende que o tempo é o ingrediente essencial para a perfeição. Assim, cada garrafa de espumante é uma obra-prima, aguardando o instante ideal para brindar a vida com sua essência vibrante e inesquecível.

A visita culmina na loja, onde se tem a oportunidade de vivenciar de perto toda a beleza enológica dos vinhos, agora tangível, impregnada de tradições, usos e costumes. Neste espaço, cada garrafa torna-se um reflexo da herança cultural que a moldou, oferecendo não apenas um produto, mas uma conexão direta com a história e os terroirs da região.
A Aliança Vinhos de Portugal, com as suas caves e o museu, oferece uma experiência singular que une vinho, arte e cultura em perfeita harmonia. É um verdadeiro templo do tempo, onde o passado, o presente e o futuro se encontram. Cada barrica e cada garrafa repousa sob a inspiração de obras de arte cuidadosamente selecionadas, transformando a experiência de degustação e prova em algo que transcende o paladar, chegando ao imaginário e à sensibilidade de quem vivencia o local. Não se limita a proporcionar degustações, mas também experiências sensoriais profundas, onde cada visita é uma celebração da vida, do conhecimento e da beleza. É a espetacularidade de um encontro entre o mundo enológico e as artes, elevando a experiência a uma dimensão verdadeiramente memorável.

Enoturismo Aliança

CADERNO DE VISITA

COMODIDADES
– Kids friendly
– Línguas faladas: espanhol, inglês e francês
– Loja de vinhos
– Várias Salas de provas (16 a 100 pax)
– Várias Salas de refeição em regime exclusividade (20 a 300 pax)
– Parque para automóveis – 70 viaturas e três autocarros
– Provas comentadas (ver programas)
– Turismo acessível
– Wifi disponível
– Visita às vinhas (a pedido)

EVENTOS
– Eventos familiares (casamentos, batizados, aniversários)
– Eventos corporativos
– Atividades team building

ALIANÇA UNDERGROUND MUSEUM

OPÇÃO 1 – 6 € p/pessoa
Visita Guiada à exposição Aliança Underground Museum
Duração 01h30
Grátis para crianças até aos 12 anos de idade (inclusive)
Requer número mínimo de 2 participantes

OPÇÃO 2 – 8 € p/pessoa
Visita Guiada ao Aliança Underground Museum
Pãezinhos recheados com Leitão (2 unidades por pessoa)
Flute de Espumante ALIANÇA
Duração 01h30
Requer número mínimo de 2 participantes

OPÇÃO 3 – 27 € p/pessoa
Visita Guiada ao Aliança Underground Museum
Sandes de Leitão (Duas unidades por pessoa)
Espumante Aliança Baga Bairrada Reserva Bruto
Espumante Aliança Reserva Tinto Bruto
Duração 02h00
Crianças até aos 12 anos de Idade (50% desconto)
Requer número mínimo de 10 participantes

DIAS – Segunda a Domingo (encerra 1 de janeiro, 25 de dezembro)
IDIOMAS – Português, Inglês, Espanhol e Francês
Requer marcação prévia por telefone, fax ou e-mail. Sujeito a confirmação.

AVENTURE-SE NO MUNDO VÍNICO…

MOMENTO BAIRRADA – 20 € p/pessoa
Aliança Bairrada Reserva Branco
Aliança Bairrada Reserva Tinto
Espumante Aliança Baga Bairrada Reserva Bruto

O MUNDO EFERVESCENTE DO ESPUMANTE – 20 € p/pessoa
Espumante Aliança Grande Reserva Bruto
Espumante Aliança Baga Bairrada Reserva Rosé Bruto
Espumante Aliança Baga Bairrada Reserva Bruto

FRESCURA, CORPO E REQUINTE… – 25 € p/pessoa
Espumante Aliança Baga Bairrada Reserva Bruto
Aliança Baga Clássico Tinto Bairrada
Aguardente Antiquíssima Reserva

À CONVERSA COM… – 25 € p/pessoa
Espumante Aliança Baga Bairrada Reserva Bruto
Bacalhôa Moscatel Roxo 5 anos
Aguardente Antiquíssima Reserva

CASTAS IMIGRANTES – 25 € p/pessoa
Bacalhôa Greco di tufo Branco
Bacalhôa Chardonnay Branco
Bacalhôa Syrah Tinto
Bacalhôa Merlot Tinto

BACALHÔA PREMIUM – 25 € p/pessoa
Quinta da Bacalhôa Tinto
Quinta da Bacalhôa Branco
Bacalhôa Moscatel de Setúbal Superior

QUINTAS À PROVA – 25 € p/pessoa
Aliança Baga Clássico Tinto Bairrada
Quinta Quatro Ventos Reserva Douro Tinto
Bacalhôa Touriga Nacional Dão Tinto
Quinta da Terrugem Alentejo Tinto

…CASTAS E PERSONALIDADES – 25 € p/pessoa
Bacalhôa Verdelho Branco
Bacalhôa Roxo Rosé
Aliança Baga Clássico Tinto Bairrada

ALIANÇA – “A VELHA AMIGA DE TODOS OS DIAS” – 25 € p/pessoa
Aguardente Aliança Velha
Aguardente Antiqua
Aguardente Antiquíssima Reserva

BACALHÔA SUPER PREMIUM – 35 € p/pessoa
Palácio da Bacalhôa Tinto
Berardo Reserva Familiar Greco di tufo Branco
Bacalhôa Moscatel Roxo Superior

ALIANÇA EXTRA OLD – 35 € p/pessoa
Aguardente XO 10 Anos
Aguardente XO 20 Anos
Aguardente XO 40 Anos

Condições gerais
Provas – definidas para grupos mínimos de 2 pessoas e máximo de 30. Prova comentada por um técnico de Enoturismo. Visita Guiada ao Aliança Underground Museum – Duração – 02h00. Requer marcação prévia (mínimo 24 horas) por telefone ou correio eletrónico. Sujeito a confirmação. Nota: Suplemento Queijo e enchidos: 12 € p/pessoa.

ALIANÇA DE EXPERIÊNCIAS
Uma viagem pelo ALIANÇA UNDERGROUND MUSEUM com experiência vínica ao longo do percurso de quase 1,5 km … 40 € p/pessoa.
• O início de uma viagem pelos túneis subterrâneos onde se respira tradição, história e memórias, e… o encontro de uma surpresa borbulhante! PROVA Espumante Aliança Grande Reserva Bruto com Amêndoa Torrada
• Continuaremos à prova dos sentidos… entre barricas terá a oportunidade de conhecer a casta Baga e o potencial desta região vínica. PROVA Aliança Baga Clássico Tinto com Mini pãezinhos de Leitão
• Termine a sua viagem num local único e imponente. Na Cave de Aguardentes aqueça a alma, sinta os aromas e deixe-se seduzir por 40 anos de história. PROVA Aliança XO 40 Anos com Chocolate negro.

Condições gerais
A atividade decorre em espaço museológico. Definida para grupos mínimos de 10 pessoas e máximo de 100. Orientada por um técnico Enoturismo. Duração 02h00. Requer marcação prévia por correio eletrónico. Sujeito a confirmação

SER ENÓLOGO POR UM DIA
Deixe-se levar pela sua intuição e crie o seu lote de vinho – € 45 p/pessoa
Durante o percurso de visita ao ALIANÇA UNDERGROUND MUSEUM, os participantes serão convidados a encarnar o personagem de um enólogo, com várias tarefas envolvidas… Em constante movimento, aprendizagem e dinâmica os participantes colocam à prova o espírito de equipa.
• Após formação de equipas, é dado a conhecer o Universo do Grupo Bacalhôa, que a Aliança integra desde 2007, e o desafio …
• Terminada a viagem pelo Museu, é proposto o desafio final. É hora de preparar um grande lote de vinho a partir dos monovarietais provados, escolher um nome, criar um rótulo e uma estratégia de marketing para apresentar ao potencial cliente.
• Os premiados são…

Condições gerais
Definida para grupos mínimos de 10 pessoas e máximo de 100. Orientada por um técnico Enoturismo. Visita Guiada ao Aliança Underground Museum. Duração 03h00. Requer marcação prévia por correio eletrónico. Sujeito a confirmação

LOJA DO VINHO
“O local ideal para realizar as suas compras pessoais e profissionais”, um espaço acolhedor onde pode encontrar uma vasta gama de vinhos, espumantes, aguardentes e moscatéis das empresas do Grupo: Aliança, Bacalhôa e Quinta do Carmo. Aberta de segunda a domingo (encerra 1 de janeiro e 25 de dezembro). Horário: 10h00 – 13h00; 14h00 – 18h30.

CONTATOS ENOTURISMO
Sónia Oliveira. Tel.: 234 732 045, Tm: 916 483 544, E-mail: sonia.oliveira@bacalhoa.pt, E-mail: visitas@alianca.pt.

SITE
www.alianca.pt

COMO CHEGAR (A1)
Partida de Lisboa (Cerca de 232 Km) – Saída 14 (Mealhada / Anadia) | Siga em direção a Anadia / Aveiro (N234 – IC2) | Na localidade da Malaposta (rotunda), deverá seguir as indicações para Aveiro (N235) até à saída para Sangalhos.
Partida do Porto (Cerca de 72 Km) – Saída 15 (Aveiro Sul / Águeda) | Siga em direção a Oliveira do Bairro (N235) até à saída para Sangalhos.

Enoturismo: Quinta do Paral

Quinta do paral

Estar ali, naquela mesa de madeira de beira de piscina, manhã cedo, pelo menos para um dia de férias, de lazer, a olhar aquela paisagem de árvores, jardins e vinha, enquanto se escuta o som dos pássaros, origina uma sensação de paz reconfortante. Foi assim que me senti, privilegiado, enquanto saboreava distraidamente a fatia de […]

Estar ali, naquela mesa de madeira de beira de piscina, manhã cedo, pelo menos para um dia de férias, de lazer, a olhar aquela paisagem de árvores, jardins e vinha, enquanto se escuta o som dos pássaros, origina uma sensação de paz reconfortante. Foi assim que me senti, privilegiado, enquanto saboreava distraidamente a fatia de pão com cheiro a Alentejo que escolhera, nesse dia apenas ornamentada com fiambre e manteiga que me foi trazida à mesa. Era o que me estava a apetecer naquele momento, a seguir ao par de figos, fruta da época que comi primeiro, na companhia de uma pequena fatia de salmão fumado porque é algo que me tenta sempre.

Enquanto esperava pelos ovos mexidos que, no Wine Hotel da Quinta do Paral, são feitos à medida dos desejos dos clientes, tal como outras coisas de comer, pensava que aquele sítio era perfeito para estar a ler um dos muitos livros que gosto que me façam companhia na minha mesa de cabeceira, ou mesmo para talvez começar a escrever mais um. E eis que chegaram, à mesa onde estava sozinho por ser bem cedo de manhã, uns ovos mexidos com ar bem mais estéticos que os meus, mas igualmente saborosos e com a textura certa. Fui apreciando tudo devagar, como sempre na companhia de leite com café, neste caso da variedade arábica com torra feita na casa. Senti-me bem, um pouco sem vontade de partir em direcção a Lisboa, onde o trabalho me esperava. Mas tive de ir…, com vontade de voltar.

 

Casa histórica é hotel temático

Conheço o Luís Leão, director geral e enólogo da Quinta do Paral, onde se integra este Wine Hotel, ou seja, hotel temático de vinho, já há alguns anos. E lembro-me de visitar a propriedade ainda muito no início do projecto, quando os alicerces se estavam a levantar e o hotel ainda era um sonho em início de concretização.

A grande casa, histórica, hoje com um cunho mais alentejano e um ar elegante, já existia. Mas foi impossível imaginar que se iria tornar naquele edifício de charme equilibrado, com ar de que esteve sempre ali, escondido da estrada por muro branco ornado, por cima, a telha e tijoleira. Uma casa de alguém que gosta de receber.

É verdade que os quartos espaçosos, confortáveis e com vista para as vinhas, como não podia deixar de ser num hotel vínico, são aquilo que se poderia esperar de um hotel de cinco estrelas, ali ou num lugar qualquer. Mas, no seu interior, há pequenas coisas que são diferentes, na forma como o cimento surge nas paredes como fosse pedra, na leveza das portas que separam o quarto da casa de banho e roupeiro, no estilo discreto dos móveis e tudo o que é iluminação eléctrica já que, de dia, basta deixar entrar a luz exterior para ver tudo o que lá está e apreciar os pormenores.

A dormida tinha sido boa, apesar de os bons sabores do jantar de inspiração alentejana me tivessem levado a abusar um pouco da comida, porque foi difícil resistir.

Tudo tinha começado pela manhã do dia anterior, após ter cruzado o portão da quinta por onde entram os automóveis dos hóspedes. Às boas vindas dos porteiros, ou trintanários, sucedeu-se o convite para deixar a viatura a seu cargo com as malas, com a mensagem que eles iriam tratar de tudo: de arrumar o carro, apanhar as bagagens e levá-las para o quarto onde iria ficar.

Fiquei um pouco surpreendido pelo inesperado, mas o sorriso do meu interlocutor e o ar de que aquilo era habitual por ali convenceram-me a entregar as chaves do meu Honda, e a embarcar num buggy semelhante aos usados nos campos de golfe, aqui chamado de club car, para ir com ele até ao edifício principal da propriedade, onde ficam a maioria dos quartos, percorrendo um túnel de estrutura metálica, ornamentado por vinhas de mesa, sobretudo de uva moscatel, dir-me-ia ele pelo caminho. “A partir da próxima vindima, os hóspedes até poderão ir colhendo algumas para saborear pelo caminho”, foi-me explicando. E eu aceitei a coisa como certa, pela convicção demonstrada. E até me lembrei que comer, hoje, uvas frescas de Moscatel era coisa rara, já que vai tudo, ou quase tudo, para a produção de vinho.

 

 

Quinta do paral
Luís Leão, 53 anos, enólogo e director geral da Quinta do Paral.

Por causa das vinhas velhas

A distância não era muita, mas o veículo foi andando devagar, com a calma suficiente para poder ir dando pela paisagem de relvados, pequenos lagos e árvores, dispostos de forma equilibrada, e pela aproximação da casa principal, aquela que tinha albergado a residência de verão da Condessa de Santar antes de ser vendida em 2017 ao seu actual proprietário, o empresário alemão Dieter Morszeck, 72 anos. Ex-presidente e neto do fundador da marca de malas de luxo Rimowa, entretanto vendida, divide o seu tempo entre a fundação que criou em 2016, os seus negócios na Suíça e Estados Unidos e a produção de vinhos na Vidigueira. Na altura da aquisição, e como contou Luís Leão, 53 anos, enólogo e director geral da Quinta do Paral, tinha o intuito de vinificar algumas parcelas de uvas de vinha velha que tinha comprado na zona de Vila de Frades. “Foi no dia da aquisição que nos conhecemos”, disse, salientando que a quinta, de 85 hectares, tinha 30 de vinha. Depois da visita que fizeram à propriedade, foi logo decidido aproveitar toda a sua parte rústica, o edifício que é hoje o bloco principal do hotel. Em 2017, a Quinta do Paral não tinha stocks de vinho, e o portefólio foi logo delineado na altura, com base naquilo que Dieter Morszeck e o seu filho, Thomas, 40 anos, agrónomo de formação, gostavam. “Mas não foi esquecido o terroir da Vidigueira, com as suas castas autóctones e os perfis de vinhos que origina”, salienta Luis Leão.

A aposta nas vinhas velhas, que inicialmente ocupavam apenas 1,5 hectares, mantém-se. “Hoje, a empresa dispõe de 15 ha de um total de 23 ha de vinhas velhas plantadas na Vidigueira antes de 1962”, revela o enólogo, acrescentando que a sua produção vai sobretudo para o Quinta do Paral Vinhas Velhas, um dos ex-libris do actual portefólio da casa, que integra mais de uma dezenas de marcas, incluindo espumantes e licorosos.  “Também são feitos para serem consumidos, no hotel vínico, pelos seus clientes que, com certeza, também o procuram porque gostam de vinhos e deste tipo de ambiente”, defende Luis Leão, acrescentando que muitos vão até aquele lugar, que fica bem perto da Vidigueira, para estar retirados e terem uma vida calma, de férias ou pausas prolongadas de fim de semana. “Foi a pensar nisso que o projecto do hotel foi desenhado, porque aquilo que queremos é que se sintam, cá, como se tivessem sido convidados para visitar a nossa casa, a Quinta do Paral”, explica o director geral do projecto. Era assim que me sentia na manhã do dia seguinte à entrevista, depois de ter saboreado a gastronomia de inspiração alentejana criada, para o Wine Hotel, pelo chef José Júlio Vintém, proprietário do restaurante Tomba Lobos, em Portalegre, e consultor da Quinta do Paral.

Alentejo no prato e no copo

Já tinha tido o prazer de saborear vários petiscos e pratos da cozinha deste grande conhecedor do Alentejo e da sua gastronomia, e nunca mais me esqueci do seu Rabo de boi com puré de castanhas e da sua inigualável Sopa de peixe do rio, coisa que só me acontece quando a comida é mesmo muito boa. Segundo me contou, a ideia que lhe foi transmitida por Dieter, a sua mulher, Lily, e Luis Leão, na primeira conversa que tiveram, é que as pessoas chegassem às mesas do hotel e identificassem, na carta, a cozinha alentejana. Mas também queriam “que houvesse um pouco de internacionalização na oferta”. Na primeira, o pão é elemento preponderante, tal como o azeite, na produção de sopas, ensopados, alguns guisados e migas. Mas também há escabeches, cozidos e outros guisados, cozinha de tacho sempre bem temperada, muitas vezes também com uma ou mais ervas de cheiro em que a região é rica. Para chegar à segunda, a cozinha internacional, José Júlio optou por oferecer, aos hóspedes, opções com menos gordura do que as tradicionais e apresentar os pratos sem as espinhas e ossos habituais numa Sopa de Cação ou num Guisado de Borrego, por exemplo.

Segundo Luís Leão, “a gastronomia do hotel foi simples de definir, porque as três unidades de restauração do hotel, o bar de apoio à piscina, o restaurante e a loja da adega, têm uma oferta pensada sobretudo para acompanhar vinhos alentejanos”. É feita com base nos produtos da época, como o borrego, os cogumelos, os espargos, aproveitando também aquilo que a Vidigueira tem de bom, como os queijos ou o pão. Ou seja, é gastronomia regional com algum apontamento ou outro que podem ser encontrados noutros lados. Isso garante que os vários restaurantes desta unidade “ofereçam várias experiências ligadas à cozinha e gastronomia alentejana”, salienta Sofia Moreira, directora do hotel garantindo que “tanto se pode fazer um jantar um pouco mais formal, como ir para as vinhas e fazer um fogo de chão, uma comida de tacho, como um cozido de grão”.

Os produtos usados, esses, são de preferência de bem perto, das hortas e pomares a pouco quilómetros do hotel, para além da carne e do peixe de rio e de mar, o pão, queijo, enchidos e presuntos que complementam a riqueza da oferta gastronómica alentejana. A carta de abertura é de Primavera/Verão. Mas José Júlio Vintém e a sua equipa já estão a trabalhar na carta de Outono/Inverno. “O objectivo, na Quinta do Paral, é que todos os pratos servidos sejam parceiros perfeitos dos vinhos da Quinta do Paral, porque este é um Wine Restaurant de um Wine Hotel, e não há uma boa refeição sem um bom vinho”, defende o chef.

Paz e tranquilidade

Quem tem procurado o Wine Hotel da Quinta do Paral tem origem internacional, mas também portuguesa. Sofia Moreira, a sua directora, salienta que os clientes, para além de gostarem da tranquilidade que o espaço lhes oferece, também apreciam a sua comida e vinhos e procuram conhecer os costumes locais, “as gentes de cá”. E foi a pensar também nisso, que a equipa selecionada para cuidar dos hóspedes é maioritariamente da zona e tem formação em turismo e restauração. “Aqueles que não a têm foram sendo formados em casa, já que começámos a contratar as pessoas bastante cedo e temos elementos da equipa há quase um ano connosco”.

Já tiveram tempo para aprender o objectivo do projecto e a sua filosofia, para além dos padrões de funcionamento da Leading Hotels of The World, cadeia ao qual esta unidade alentejana está associada. Tem uma série de standards que têm de ser cumpridos pelos hotéis independentes que têm esta chancela, “sobretudo porque muitos dos clientes do mercado norte-americano principalmente, nos chegam por esta via”, explica a responsável.

 

O hotel é o destino

“A ideia central deste projecto é a propriedade seja um lugar de retiro, onde se pode sentir a paz e tranquilidade alentejana”, defende Sofia Moreira. “De tal forma, que quem está não sente necessidade de sair”, acrescenta, resumindo aquilo que oferece o seu hotel. “É evidente que há a possibilidade de fazer actividades fora, tal como visitas às Minas de São Cucufate, ao Museu interpretativo do Vinho de Talha em Vila de Frades, ou ir até Évora”, diz, Mas salienta que a experiência que ela e a sua equipa têm tido é que o cliente que procura o Wine Hotel da Quinta do Paral quer sobretudo descansar, e procura a tranquilidade que se sente quando lá está, sem ter necessidade de se deslocar para fazer nada, porque encontra tudo o que precisa dentro de portas.

 

Quinta do paral

CADERNO DE VISITA

 ENOTURISMO

 COMODIDADES

– Carregamento para carros elétricos

– Línguas faladas: português e inglês

– Loja de vinhos

– Sala de provas com capacidade para 10 pessoas na adega

– Sala para eventos no hotel com capacidade para 100 pessoas

– Parque para automóveis

– Provas comentadas

– Turismo acessível

– Wifi na Adega

– Wifi geral e por quarto no Hotel

– Visitas à Adega

– Menu de enoturismo para todos os clientes

– Menu experiência para os hóspedes do hotel

– Visitas às vinhas por marcação

 

EVENTOS

– Possibilidade de criar o próprio evento, mediante pedido antecipado

– Possibilidade de fazer eventos para empresas no hotel

– Possibilidade de fazer provas cegas a pedido

PROVAS

De segunda a sábado, por marcação. As visitas à adega são gratuitas, mediante disponibilidade e têm a duração de 35 minutos.

 Prova de vinhos I: Estate Bottled  – €15/pax (30 minutos)

Degustação de três vinhos Quinta do Paral Estate Bottled: branco, tinto e rosé.

Prova de vinhos II: Brancos – €25/pax (30 minutos)

Degustação de três vinhos: Quinta do Paral Estate Bottled branco, Quinta do Paral Superior branco e Quinta do Paral Reserva branco.

Prova de vinhos III: Tintos – €25/pax (30 minutos)

Degustação de três vinhos:  Quinta do Paral Estate Bottled tinto, Quinta do Paral Superior tinto e Quinta do Paral Reserva tinto.

 

VINHOS E SABORES

Prova Clássica – €30/pax (mínimo 2 pessoas, 35 minutos)

Degustação de cinco vinhos: Quinta do Paral Estate Bottled branco, Quinta do Paral Estate Bottled rosé, Quinta do Paral Estate Bottled tinto, Quinta do Paral Superior branco e Quinta do Paral Superior tinto, mais produtos regionais.

Prova Premium – €45/pax (mínimo 2 pessoas, 50 minutos)

Degustação de sete vinhos: Quinta do Paral Estate Bottled branco, Quinta do Paral Estate Bottled rosé, Quinta do Paral Estate Bottled tinto, Quinta do Paral Superior branco, Quinta do Paral Superior tinto, Quinta do Paral Reserva branco e Quinta do Paral Reserva tinto, mais produtos regionais.

Prova Signature €55/pax (mínimo 2 pessoas, 60 minutos)

Degustação de nove vinhos: Quinta do Paral Estate Bottled branco, Quinta do Paral Estate Bottled rosé, Quinta do Paral Estate Bottled tinto, Quinta do Paral Superior branco, Quinta do Paral Superior tinto, Quinta do Paral Reserva branco, Quinta do Paral Reserva tinto, Quinta do Paral Vinhas Velhas branco e Quinta do Paral Vinhas Velhas tinto, mais produtos regionais.

Prova Origem €100/pax (mínimo 4 pessoas, 90 minutos)

Degustação de cinco vinhos: Quinta do Paral Vinhas Velhas branco, Quinta do Paral Vinhas Velhas tinto; Quinta do Paral Origem Antão Vaz, Quinta do Paral Origem Perrum e Quinta do Paral Vinho de Talha tinto, mais produtos regionais.

 

HORÁRIO GERAL

Loja:

HORÁRIOS DE VISITA COM PROVA

Por marcação. No momento, por disponibilidade.

 

HOTEL

Menu de experiências para hóspedes do hotel, todos os dias, por marcação, sujeito a disponibilidade

Prova Clássica (mínimo duas pessoas, 75 minutos)

Visita à adega e prova de quatro vinhos da coleção Quinta do Paral, acompanhada por uma seleção de queijos e enchidos alentejanos.

Jantar Privado (mínimo duas pessoas, 90 a 120 minutos)

Jantar privado com menu de degustação exclusivo e harmonização de vinhos Quinta do Paral nos espaços interiores ou exteriores do hotel, incluindo a preparação do jantar e decoração exterior à luz das velas, se solicitado.

Oficina da Cozinha (mínimo duas pessoas, 90 a 120 minutos)

Para descobrir os mistérios da cozinha alentejana com os chefs da casa, incluindo a preparação e degustação de um menu com três petiscos portugueses e um prato principal, com harmonização selecionada de vinhos Quinta do Paral. Inclui um passeio sensorial no jardim de aromáticas do hotel.

Amantes de Vinho (mínimo duas pessoas, 60 a 90 minutos)

Esta experiência inclui a visita à adega e a degustação de seis dos vinhos mais exclusivos da casa na companhia de uma selecção de petiscos tradicionais.

Piquenique no campo (mínimo duas pessoas, das 12:00 às 16:00)

Uma refeição com uma coleção de sabores locais, servidos nas vinhas da propriedade ou num espaço do jardim, com tudo o que é necessário para um piquenique inesquecível, sobre uma manta alentejana e com vista para a paisagem da quinta.

Contemplando o céu noturno (mínimo duas pessoas, 60 a 90 minutos, de maio a setembro)

Uma refeição gourmet sobre idílica cama balinesa no meio das vinhas, para observar o céu noturno e contemplar as estrelas.

Passeio a cavalo pelas vinhas (mínimo duas pessoas 60 a 90 minutos)

Passeio a cavalo pelas vinhas da propriedade com guia equestre.

Évora Cidade Museu (duas a seis pessoas)

Passeio privado à descoberta dos segredos do centro histórico da cidade, Património Mundial da Unesco. Inclui transfer privado e visita guiada a pé, se solicitada.

Descobrindo o Alqueva

Passeio privado à medida para descobrir o maior lago artificial da Europa. Esta Experiência inclui transfer ida e volta. Passeios de barco, piqueniques e outros serviços disponíveis a pedido.

 

QUARTOS*

A Quinta do Paral disponibiliza seis tipos de alojamentos, equipados com todo o tipo de comodidades, incluindo um minibar com seleção de iguarias do Alentejo, oferta de chá com infusão exclusiva e máquina de café com lote produção própria.

Superior Room (€450)

Com cerca de 24m2, estes quartos localizam-se no piso superior do pátio, na ala histórica da propriedade e oferecem amplas vistas panorâmicas sobre os jardins e as vinhas.

Deluxe Terrace Room (€500)

Com cerca de 30m2, estes quartos localizam-se no piso térreo, na ala histórica da propriedade e têm um terraço que dá para os seus jardins.

Privilege Junior Suite (€550)

Suites em open space, com cerca de 80 m2, localizadas no átrio central da propriedade. Inspiradas nos traçados arquitetónicos alentejanos, com imponentes arcos em tijolo rústico, oferecem todas as comodidades de um apartamento.

Signature Terrace Suite (€800)

Suites em open space com cerca de 100 m2, de arquitetura com majestosas estruturas em celósia de composição artesanal. Oferecem vistas diferenciadas para os jardins ou para o horizonte de vinhas.

Charm Apartment (€1000)

Alojamento composto por três unidades, com áreas entre 30 a 50m2, e quartos que se distinguem pelos seus arcos e abóbadas de inspiração romana. Todos os quartos remetem para uma atmosfera intimista que lembra a visita a uma sala de barricas.

Manor House (€2000)

Renovada casa de famílias nobres do século XIX, em tempos propriedade da Condessa de Santar, este espaço exclusivo é composto por quatro quartos, uma cozinha, sala de estar e de jantar.

* Preços aproximados por dia e alojamento

 

BARES E RESTAURANTES

A Quinta do Paral dispõe de três espaços distintos para se desfrutar a gastronomia e cultura vinícola da Vidigueira e do Alentejo: o The Wine Restaurant, onde se pode desfrutar de uma refeição confecionada com produtos locais na companhia dos vinhos da Quinta do Paral, o The Estate Lounge, onde se podem saborear refeições ligeiras ou gourmet, no interior ou à beira da piscina, e o The Grape Rooftop, espaço privilegiado do piso superior do restaurante, com vista para as vinhas e oeste, onde se pode assistir ao pôr do sol na companhia de uma bebida.

MORADA

Quinta do Paral, Vidigueira

Tel.: 284 441 620

Site: www.quintadoparal.com

E-mail: loja@quintadoparal.com / reservations@quintadoparal.com

Facebook: @quintadoparal

Instagram: @quintadoparal_portugal

 

Pipadouro eleita como a melhor experiência inovadora em enoturismo a nível mundial

Pipadouro

A Pipadouro ganhou o prémio de melhor experiência inovadora em enoturismo a nível mundial A empresa de turismo fluvial de luxo, que opera no Douro, foi a única representante portuguesa na lista global dos People’s Choice Awards de 2025 promovidos pela Great Wine Capitals Global Network. Foram distinguidos cinco projetos de Espanha, um de França […]

A Pipadouro ganhou o prémio de melhor experiência inovadora em enoturismo a nível mundial A empresa de turismo fluvial de luxo, que opera no Douro, foi a única representante portuguesa na lista global dos People’s Choice Awards de 2025 promovidos pela Great Wine Capitals Global Network.

Foram distinguidos cinco projetos de Espanha, um de França e um de Portugal, em sete categorias distintas, de entre 83 vencedores dos prémios regionais de cada um dos 12 membros da rede mundial de grandes vinhedos.

A operadora redefiniu o conceito de turismo fluvial no rio Douro e conquistou fama mundial ao longo dos últimos 17 anos com propostas de luxo vintage, que obedecem aos elevados padrões de exigência de um mercado que privilegia a qualidade superior, o conforto e a exclusividade. A originalidade das suas propostas foi reconhecida nos Best of Wine Tourism Awards.

Após vencer o prémio regional de Portugal, a Pipadouro concorreu com projetos de outros membros da Great Wine Capitals Global Network: Pasqua Vigneti e Cantine (Verona/Itália), Vergelegen Wine Estate (Cidade do Cabo/África do Sul), Natura Resorts (Bilbao/Espanha), Francey Vins – Nuit des Capites (Lausanne/Suíça), McLaren Vale Distelery/McLaren Vale (Adelaide/Austrália), Chateau de Cérons (Bordéus/França), Estación 83 na Bodega Trapiche (Mendoza/Argentina), Olabisi Winery (São Francisco e Napa Valley/Estados Unidos da América), Smith & Sheth Heretaunga Wine Studio (Hawke’s Bay/Nova Zelândia), e Corazón Continto (Valparaíso-Casablanca Valley/Chile).

“Surgimos com o propósito de proporcionar experiências inesquecíveis a quem nos visita, aliando a excelência e qualidade dos nossos serviços à beleza e autenticidade de uma região única: o Douro. Esta distinção internacional traz reconhecimento à empresa, ao enoturismo na região e igualmente a Portugal, cumprindo um dos nossos grandes objectivos, que passa por promover a região internacionalmente, pois sabemos que o Douro tem caraterísticas únicas – aliando qualidade e autenticidade – que devem ser reconhecidas mundialmente”, diz Ana Clara Silva, directora de operações da empresa.

A Pipadouro, que opera a partir de um cais privado no Pinhão, apresenta dois barcos classificados como Gentleman’s Vintage Boats: para além do Friendship I, um superiate de 1957 que servia a Marinha inglesa, tem ao dispor dos seus clientes o Pipadouro II, um Vintage Boat com 30 pés de comprimento, datado de 1965 e construído nos estaleiros de João Brites, em Lisboa, com recurso a desenhos da Americana Chris-Craft.

Navegando entre a foz do rio Douro, no Porto, e Barca D’Alva, aldeia que faz fronteira com Espanha, com as quintas, os vinhos e os mais distintos produtos locais no menu, a empresa apresenta propostas exclusivas de Um Dia no Douro, Almoço Vintage, Bed & Breakfast, Fim de Tarde, Jantar de Charme, Vintage Breakfast, Wine with a View, Vintage Wild Travel e How Vintage Can You Go, para além das inúmeras possibilidades de programas feitos à medida, e de partidas regulares entre o Pinhão e o Tua.

 

Prova de vinhos do Porto ao som da guitarra portuguesa

caves calem

Explorar as caves de vinho do Porto na companhia de uma melodia já considerada Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO, é a proposta das Caves Cálem. O programa que está disponível diariamente, com visita às caves às 18h e espetáculo de fado às 18h30, ganha especial importância a 27 de Novembro, data em que […]

Explorar as caves de vinho do Porto na companhia de uma melodia já considerada Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO, é a proposta das Caves Cálem.

O programa que está disponível diariamente, com visita às caves às 18h e espetáculo de fado às 18h30, ganha especial importância a 27 de Novembro, data em que se celebra o Dia Mundial
do Fado.

Durante o programa os visitantes poderão explorar a tradição do vinho do Porto e conhecer as histórias que moldam a região do Douro ao som dos acordes nostálgicos do fado, numa fusão única de cultura e sabor. A visita às caves é sucedida de um espetáculo ao vivo com a duração de 45 minutos, no qual vozes emblemáticas da cidade do Porto interpretam temas clássicos e contemporâneos do fado. Os participantes terão ainda a oportunidade de degustar dois vinhos do Porto: Cálem Fine White e Cálem 10 Anos Tawny.

caves calem

Preço: 25 euros por pessoa
Horário: visita às 18h e espetáculo de fado às 18h30, de novembro a março; visita às 18:30h e espetáculo às 19h nos restantes meses do ano
Local: Caves Cálem, Avenida Diogo Leite, n.º 344, Vila Nova de Gaia.
Reservas: 220907316 // Email: eventos@sogevinus.com

Caves Cálem têm novo circuito exclusivo para grupos

caves calém

Com um número médio de 1.500 visitantes diários em época alta, e cerca de 338.000 anuais, o novo circuito tem como objectivo responder ao fluxo de turistas que diariamente rumam às Caves Cálem, sem, assim, desvirtuar a experiência de visita individual. Desde meados de Agosto que as caves desta empresa do Grupo Sogevinus têm, aberta […]

Com um número médio de 1.500 visitantes diários em época alta, e cerca de 338.000 anuais, o novo circuito tem como objectivo responder ao fluxo de turistas que diariamente rumam às Caves Cálem, sem, assim, desvirtuar a experiência de visita individual.

Desde meados de Agosto que as caves desta empresa do Grupo Sogevinus têm, aberta ao público, uma ala exclusiva para grupos, com entrada pela rua da Barroca, um circuito disponível dentro de um armazém histórico de 1880 onde, num equilíbrio entre a tradição e as novas tecnologias, o visitante é desafiado a descobrir a região do Douro e do Vinho do Porto. O circuito foi desenhado para ser apenas usufruído por grupos e em estreita colaboração com parceiros, oferecendo, assim, um serviço mais qualitativo. Esta foi também a solução encontrada para aumentar a oferta nas Caves Cálem,  proporcionando mais horários e maior flexibilidade aos parceiros na área do turismo.

O circuito inclui a visita a uma exposição que abrange uma área de 800 metros quadrados e a uma sala de provas com capacidade para 200 pessoas.  As mais recentes tecnologias ajudam a contar a história do Douro e do Vinho do Porto, aos visitantes, em paredes interativas onde é abordada a geografia do Douro, o solo, o clima, as castas e o processo de produção da vinha ao copo. Uma sala com vídeo e projecção com sonoplastia  convida os visitantes a mergulharem numa experiência imersiva e sensorial sobre a história da Cálem. Outra aborda a arte da tanoaria através de uma videowall composta por seis ecrãs e noutra a visita é apoiada por um ecrã transparente interativo, de grandes dimensões, devidamente enquadrado numa caixa cenografada, que ajuda os visitantes a aprender um pouco mais sobre as famílias de vinhos e cores.

Este espaço dispõe ainda da possibilidade de realizar eventos, mediante consulta.

Horário: Das 10h às 19h por marcação/reserva antecipada
Contacto: visitascalem.barroca@sogevinus.com
Morada: Rua da Barroca nº 30 – 4400-111 VNG

Quinta de Ventozelo, 10 anos depois

Ventozelo

Existe desde 1500, data em que se verificam os primeiros registos da quinta como fazendo parte do património do mosteiro de São Pedro das Águias. Desde aí, a propriedade passou por várias épocas, umas prósperas, outras desafortunadas, mudando os proprietários e modelos de gestão, até que, em 2014, foi adquirida pela Gran Cruz (agora Granvinhos), […]

Existe desde 1500, data em que se verificam os primeiros registos da quinta como fazendo parte do património do mosteiro de São Pedro das Águias. Desde aí, a propriedade passou por várias épocas, umas prósperas, outras desafortunadas, mudando os proprietários e modelos de gestão, até que, em 2014, foi adquirida pela Gran Cruz (agora Granvinhos), empresa do grupo francês La Martiniquaise. Esta aquisição foi estratégica, permitindo um grande investimento na propriedade para explorar todo o seu potencial. Por outro lado, esta que é uma das maiores empresas nacionais de produção do Vinho do Porto (cerca de 30 milhões de litros segundo o seu director de enologia, José Manuel Sousa Soares) obteve condições para produzir vinhos Douro DOC de alta qualidade. Dos 15 milhões de euros investidos, 75% foram destinados ao turismo e 25% ao ambiente.

Tudo o que se faz na Quinta de Ventozelo faz-se com amor. E não apenas no sentido do bom gosto, mas também da responsabilidade ambiental. A sustentabilidade na quinta é transversal. Não se limita à produção de vinho, pois abrange toda a intervenção feita na Quinta, onde se pretende proteger e enriquecer os recursos naturais e a biodiversidade.
Todas as parcelas com vinha têm um coberto vegetal constituído pela flora autóctone espontânea ou resultante da sementeira de mistura de gramíneas e leguminosas. Esta técnica tem efeitos benéficos na protecção contra a erosão hídrica, principalmente em vinhas ao alto, na formação e estabilidade da estrutura do solo, no aumento da porosidade e na conservação da água durante o verão, sendo ainda abrigo da biodiversidade e de auxiliares no combate a pragas e doenças. As leguminosas ainda ajudam a fixar o azoto no solo.
Com a redução de utilização de agroquímicos em mais de 30%, criou-se espaço para crescerem espécies autóctones e restauraram-se habitats naturais nas galerias ripícolas. Na Quinta já foram identificadas um total de 224 espécies de plantas, sendo mais de 20% caracterizadas como RELAPE (Raras, Endémicas, Localizadas, Ameaçadas ou Protegidas) e 185 espécies de animais, parte delas também ameaçadas ou consideradas criticamente em perigo.

Enoturismo de referência

Enquanto projecto de enoturismo, Ventozelo Hotel & Quinta oferece o conforto de um hotel num ambiente rural de uma quinta do Douro.
O restaurante da quinta chama-se Cantina de Ventozelo, por ter sido uma cantina para os trabalhadores em tempos idos. Um amplo terraço oferece uma sombra compacta, que permite relaxar enquanto se observa a vista deslumbrante sobre as vinhas. A ementa, construída pelo Chef José Guedes, tem por base os produtos cultivados nas hortas da quinta, alguma caça e funciona num conceito “quilómetro zero”, o que significa trabalhar com fornecedores de proximidade, dando preferência a produtos regionais.
O Centro Interpretativo, aberto ao público já há alguns anos, é uma espécie de museu vivo e interactivo, que oferece uma espectacular experiência sensorial (incluindo efeitos visuais, sons e aromas) na descoberta de Ventozelo e da sua história.

As vinhas

A vinha ocupa metade da área da quinta. Dos 200 ha cerca de 40 ha foram reabilitados recentemente. Andar de jipe pelos trilhos da Quinta de Ventozelo, com mais ou menos emoção em função do percurso escolhido, é uma actividade tão hedonística como intelectual. Enquanto se desfruta a beleza paisagística das vinhas, testemunham-se as suas variadíssimas condições, moldadas pelas altitudes que vão desde o rio (a 100 metros) até aos 500 metros; pelos solos com diferentes níveis de evolução, textura e capacidade de retenção de água e nutrientes; e pelas exposições, que se apercebem melhor sobretudo ao aproximar-se o pôr-do-sol, quando algumas vinhas já se encontram ensombradas e outras ainda iluminadas pelo astro rei.
Pelo caminho, o director geral da Granvinhos, Jorge Dias conta as aventuras com as pragas dos javalis que, sobretudo nos anos quentes, vão à vinha à procura de água, mordem e estragam os cabos de rega gota-a-gota e servem-se à vontade de uvas. O problema resolve-se com 1000 euros por mês, através da colocação de comedores com milho em três lugares estratégicos para desincentivar os animais de irem às vinhas.

10 anos numa prova

A melhor forma de comemorar os primeiros 10 anos é ver o tempo a passar pelos vinhos numa prova vertical, desde 2014. Das 28 referências de vinhos produzidos na Quinta de Ventozelo, foram escolhidas duas – o branco monovarietal de Viosinho e o tinto Essência.
A casta mais emblemática da Quinta de Ventozelo é o Viosinho, sem dúvida. É a casta do Douro “com maior volume de boca” e bem expressiva; “aguenta o escaldão e tem uma janela de oportunidade na vindima bastante grande”. “As notas tropicais que surgem nos vinhos novos, desaparecem ao fim de dois anos em garrafa”. 10 vinhos numa prova vertical mostram bem a história, a aprendizagem e a variação anual.
O 2014 (em magnum) apresenta notas apetroladas e amendoadas, ervas aromáticas, fruta contida e algo terroso também. Muito bom no volume, acidez não impositiva, que dá frescura suficiente. Termina com notas citrinas e leve amargo (17,5). O 2015 (em magnum) mostra-se mais tropical no nariz marcado pelo aroma de ananás e manga, não tão fino e ligeiramente mais amargo no final (17). O 2016 revela fruta mais evoluída e menos finesse em expressão de nariz e de boca (16). O 2017 está em grande forma com aroma muito apelativo, vivo e complexo a revelar lima, laranja e kumquat, ervas aromáticas e nuances apetroladas também; grande volume de boca, expressão e prolongamento (17,5). O 2018 parece mais novo, tem uma nuance floral a lembrar madressilva e fruta delicada; quase crocante, cristalino e delicado, textura e corpo muito equilibrado com frescura persistente (17). O 2019 é exuberante, tropical, com ananás, manga e laranja, muito jovem ainda, de corpo amplo e muita vida (16,5). O 2020 é intenso, com alguma expressão tropical, aipo, manga, pêra, estragão e uma nota floral, com bastante corpo e acidez bem inserida, termina com leve nota amarga (17). O 2021 é jovem e exuberante com notas de tília, tisanas, funcho, vertente tropical, muito ananás (16,5). 2022 parece mais tímido no nariz, talvez por contraste com o super terpénico 2021, com fruta branca a lembrar pêra (16,5).

Essência no topo

Essência é o topo de gama tinto da Quinta de Ventozelo – a melhor expressão da quinta, que varia conforme a quantidade e proporção de Touriga Franca e Touriga Nacional, as duas castas responsáveis pelo lote. É produzido em anos que a uva entrega a qualidade pretendida. Por exemplo, em 2021 e 2022 optaram por não o fazer. A vinificação ocorre em lagar. Depois vai para as barricas de 500 litros de carvalho francês, novas e usadas, onde passa 18 meses. Por ser o vinho mais importante, ainda estagia bastante tempo em garrafa antes de ser lançado para o mercado. É por isto que os três vinhos mais recentes da prova vertical não se encontram ainda em comercialização, permanecendo em cave, onde evoluem potencializando as suas qualidades.
O 2019 (amostra da cave) tem nariz muito apelativo com um floral de violetas, cereja preta e ameixa madura, louro. Tem ainda muito da juventude, mas a complexidade está presente com promessa de ainda maior afinação com o tempo. Mastigável, tanino maduro e textura aveludada, macio na boca, com bom volume, mas não pesado. O tanino fica mais evidente no final, mas não tem secura. É suculento. Termina com especiaria doce (18). O 2018 (amostra da cave) tem menos corpo e mais frescura, menos exuberante na fruta, com cereja contida e tanino suculento (18). O 2017 (amostra da cave) revela nariz elegante com fruta vermelha, pimenta preta, louro e tomilho, ligeiramente terroso. Menos corpo, mais seco no fim, tanino bem firme e menos suculento, boa acidez e bonitos nuances de framboesa (17,5). O 2016 está ligeiramente fechado e terroso, a lembrar terra húmida, em combinação com louro, caruma e nuances de bergamota. Agradece arejamento, mais austero na boca, denso, compacto e especiado, com tanino ainda bem presente (17,5). O 2015 mostra-se lindamente no nariz, complexo, com muita fruta ainda a lembrar cereja preta e amora para além das notas de couro, caruma, especiaria e violetas. Óptima performance em boca, longo, suculento com tanino maduro e polido pelo tempo, austero q.b. e envolvente ao mesmo tempo (18,5). O 2014 nariz com notas de esteva, alcaçuz, resinas, eucalipto e reminiscência de fruta. Maior percepção de acidez transmite maior grau de frescura ao conjunto (17,5).
Ao jantar provámos outra bela amostra de cave, que será uma estreia absoluta em Setembro – o Quinta de Ventozelo Essência branco 2019, feito de Viosinho e Malvasia Fina. Que vinho! Fino e cativante, elegante com fruta branca séria e lindas notas citrinas, tudo bem proporcionado. Fantástico na prova de boca, com barrica certa, filigrano, com frescura natural, um vinho cheio de finesse, que mostra já uma super afinação (18,5). Segundo Jorge Dias, a Quinta de Ventozelo foi uma aventura de 10 anos e o projecto que deu um enorme gozo de fazer. “Que venham mais 10!” – resumiu com regozijo e confiança.

(Artigo publicado na edição de Setembro 2024)

O Enoturismo na feira Grandes Escolhas Vinhos & Sabores

Enoturismo

Tendo o Enoturismo assumido cada vez mais uma importante fatia do negocio do vinho, a organização da feira Vinhos & Sabores fez um esforço no envio de convites e de assegurar a presença na feira de muitos profissionais desta área, tal como DMC’s (Destination Management Company), e outros agentes de turismo. Por outro lado, dada […]

Tendo o Enoturismo assumido cada vez mais uma importante fatia do negocio do vinho, a organização da feira Vinhos & Sabores fez um esforço no envio de convites e de assegurar a presença na feira de muitos profissionais desta área, tal como DMC’s (Destination Management Company), e outros agentes de turismo.

Por outro lado, dada a presença de milhares de visitantes, muitos deles ávidos de vivenciarem experiências marcantes no turismo do vinho,  esta é uma excelente oportunidade de divulgação das ofertas disponíveis de enoturismo.

Os expositores presentes na feira foram convidados a prestarem uma particular atenção a esta área e de disporem de pessoal destacado no seu stand, com formação no Enoturismo ou que pelo menos tenham suficiente informações sobre as ofertas disponíveis em cada casa nesta área nesta actividade, de forma a responderem às previsíveis questões e pedidos de informações que vierem a ser solicitados.