Cinco Moscatéis de Setúbal no top 10 do concurso Muscats du Monde

Moscatel Setúbal Muscats Monde

Os produtores de Moscatel de Setúbal Venâncio da Costa Lima, Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões e Bacalhôa Vinhos de Portugal voltaram a figurar no Top 10 do Concurso Internacional Muscats du Monde. A 23ª edição desta competição decorreu nos dias 20 e 21 de Junho, na localidade de Entre-Vignes, na região francesa de Occitânia. […]

Os produtores de Moscatel de Setúbal Venâncio da Costa Lima, Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões e Bacalhôa Vinhos de Portugal voltaram a figurar no Top 10 do Concurso Internacional Muscats du Monde. A 23ª edição desta competição decorreu nos dias 20 e 21 de Junho, na localidade de Entre-Vignes, na região francesa de Occitânia.

Durante os dois dias do concurso, foram provados 167 moscatéis oriundos de 17 países, por mais de 55 jurados internacionais, que atribuíram 55 medalhas, 29 de Ouro e 26 de Prata.

Destacam-se, ainda, as medalhas de Ouro da Casa Ermelinda Freitas, com o seu Moscatel Roxo de Setúbal 2010, e da Venâncio da Costa Lima, com o Rubrica Reserva Moscatel de Setúbal 10 Anos; e as medalhas de Prata da Venâncio da Costa Lima, com o Moscatel de Setúbal Reserva da Família 5 Anos, e da Adega Camolas, com o Moscatel de Setúbal Reserva Barrel Aged 2019.

Para o presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, Henrique Soares, as distinções obtidas no Concurso Muscats du Monde são o reconhecimento das características naturais da região para a produção deste generoso: “O reconhecimento obtido no Concurso Internacional Muscats du Monde, a consistência e o número de medalhas obtidas ao longo dos últimos 15 anos, num concurso com esta dimensão e prestígio, têm tido grande importância para a Península de Setúbal e para a sua histórica Denominação de Origem (no ano em que se contam 116 anos da sua criação), afirmando de forma inequívoca a qualidade dos vinhos generosos que aqui se produzem há séculos e que estiveram na origem da demarcação da região em 1907”.

Muscats du Monde 2023 – Resultados Vinhos Península de Setúbal:

TOP 10 | Ouro – VENÂNCIO DA COSTA LIMA Moscatel de Setúbal Venâncio Costa Lima 2019
TOP 10 | Ouro – COOPERATIVA AGRÍCOLA SANTO ISIDRO DE PEGÕES Moscatel Roxo de Setúbal Contemporal 2013
TOP 10 | Ouro – BACALHÔA VINHOS DE PORTUGAL Moscatel de Setúbal Superior 20 anos 2000
TOP 10 | Ouro – COOPERATIVA AGRÍCOLA SANTO ISIDRO DE PEGÕES Moscatel Roxo de Setúbal Pingo Doce
Top 10 | Ouro – COOPERATIVA AGRÍCOLA SANTO ISIDRO DE PEGÕES Moscatel de Setúbal Pingo Doce
Ouro – CASA ERMELINDA FREITAS Moscatel Roxo de Setúbal Superior 2010
Ouro – VENÂNCIO DA COSTA LIMA Moscatel de Setúbal Rubrica 10 anos Reserva
Prata – VENÂNCIO DA COSTA LIMA Moscatel de Setúbal Reserva da Família 5 anos
Prata – CAMOLAS & MATOS Moscatel de Setúbal Adega Camolas Reserva Barrel Aged 2019

IVDP define “benefício” de 104 mil pipas, em 2023, para vinho do Porto

Porto Tawny

A quantidade mosto para produção de vinho do Porto na vindima de 2023 (o “benefício”) foi fixado em 104 mil pipas, conforme o Comunicado de Vindima aprovado pelo Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), “espelhando a evolução das vendas ocorridas no primeiro semestre do ano”, refere o IVDP. “A […]

A quantidade mosto para produção de vinho do Porto na vindima de 2023 (o “benefício”) foi fixado em 104 mil pipas, conforme o Comunicado de Vindima aprovado pelo Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), “espelhando a evolução das vendas ocorridas no primeiro semestre do ano”, refere o IVDP.

“A sustentabilidade económica e social esteve na base do valor do benefício que hoje estabelecemos. Embora tenha sido inferior ao do ano passado visou, essencialmente, a valorização das uvas e da Denominação de Origem Porto, contribuindo para assegurar o desenvolvimento da Região Demarcada do Douro”, declara Gilberto Igrejas, presidente do IVDP.

Quinta de São Luiz abre restaurante na The Vine House

A The Vine House, mais recente proposta do grupo Sogevinus acaba de abrir o seu primeiro restaurante com o cunho do Chef Vítor de Oliveira. Aberto de terça a domingo, o novo espaço da Quinta de São Luiz by Chef Vítor de Oliveira já aceita reservas. O rio Douro serve de inspiração para o conceito […]

A The Vine House, mais recente proposta do grupo Sogevinus acaba de abrir o seu primeiro restaurante com o cunho do Chef Vítor de Oliveira. Aberto de terça a domingo, o novo espaço da Quinta de São Luiz by Chef Vítor de Oliveira já aceita reservas.
O rio Douro serve de inspiração para o conceito gastronómico desenvolvido, que tem como pano de fundo as tradições da região duriense e os sabores trabalhados e apresentados de forma informal e orgânica. A essência do fogo lento e das panelas de ferro preto esquecidas ao lume, fazem parte do imaginário recriado, ao qual se juntam matérias-primas como o Bacalhau Salgado Seco, o Polvo do Algarve, a Carne Barrosã DOP, o Porco Bísaro e até o Galo Celta.

Nas tábuas esculpidas a partir de barricas centenárias surgem dispostos os exclusivos Queijos de Ovelha com Alecrim ou Malagueta de Trás-os-Montes e o Queijo de Cabra Biológico, mas também as melhores peças de presunto, dada a mestria do chef no manuseio do presunto alentejano, fumado e ibérico. A terra de berço do Tomate Coração Boi, é também palco de laranjas, toranjas e limões que ganham destaque na cozinha do chef Vítor de Oliveira.

Os vinhos da casa fazem companhia aos pratos e assumem um merecido protagonismo, das icónicas referências de Porto Kopke às colheitas mais recentes DOC Douro da gama São Luiz, sem esquecer o carácter experimentalista de São Luiz Winemaker’s Collection.

Para além do restaurante, onde é possivel degustar as iguarias do chef, existem também outras ofertas disponíveis, como um Piquenique na Quinta de São Luiz. Desta experiência, que tem como pano de fundo uma paisagem cultural da região e a tradição vitivinícola da quinta, será possível pedir um cesto que inclui as seguintes especialidades: Pão e Broa de Milho, Pastel Salgado Tradicional da Região, Tábua de Queijos Portugueses, Saladas de Legumes e Fruta, Sandes de Presunto Ibérico e Azeite da Quinta, Sardinha com Azeite e Tomilho, Doce Tradicional da Região, Fruta da Época e uma garrafa de vinho São Luiz Colheita Branco ou Colheita Tinto. O cesto é válido para duas pessoas e tem um valor de €80,00.

Situada na margem esquerda do rio Douro, perto do Pinhão, em plena sub-região do Cima-Corgo, a Quinta de São Luiz oferece agora a todos os seus visitantes uma experiência enoturística que une o vinho e a gastronomia.

Quinta de São Luiz by Chef Vítor de Oliveira
Morada: E.N. 222 – Adorigo | 5120-012 Tabuaço
Horários: De Terça-feira a Domingo, das 19h00 às 22h00. Sábados e Domingos aberto ao almoço das 12h30 às 15h00. Encerra à Segunda-feira
Reservas: +351 939 953 311 ou book@saoluiz.rest
Preço médio: 30,00€ por pessoa (sem bebidas incluídas)

Aforista Reserva Branco 2021 eleito Melhor Vinho da Beira Interior

Concurso Vinhos Beira Interior

A entrega de prémios do 16º Concurso de Vinhos da Beira Interior realizou-se no passado sábado, em Marialva, onde o vinho Aforista Reserva branco 2021 recebeu o prémio de “Melhor Vinho” da região. Além deste galardão, o júri do concurso, que aconteceu nos dias 19 e 20 de Junho, na Guarda, atribuiu várias distinções, incluindo […]

A entrega de prémios do 16º Concurso de Vinhos da Beira Interior realizou-se no passado sábado, em Marialva, onde o vinho Aforista Reserva branco 2021 recebeu o prémio de “Melhor Vinho” da região. Além deste galardão, o júri do concurso, que aconteceu nos dias 19 e 20 de Junho, na Guarda, atribuiu várias distinções, incluindo os prémios “Melhor Vinho no Feminino”, “Melhor Imagem” e “Melhor Imagem no Feminino”. Ao todo, 92 vinhos, de 34 produtores da região, estiveram a concurso, resultando em 17 medalhas de Ouro e 11 medalhas de Prata.

O presidente da CVR (Comissão Vitivinícola Regional) da Beira Interior, Rodolfo Queirós, destacou a importância deste tipo de eventos para a promoção da Rota dos Vinhos da Beira Interior, salientando que a escolha da aldeia histórica de Marialva contribui para a valorização de todo o território. Já o presidente do Município de Mêda, João Mourato, expressou satisfação pelo facto da gala de entrega de prémios ter ocorrido pela primeira vez no seu concelho, realçando a produtiva parceria entre a CVR da Beira Interior e o Município de Mêda.

A cerimónia foi presidida pela Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, com raízes no concelho de Mêda, que sublinhou a importância do sector vitivinícola na coesão territorial, na atracção de investimentos e na fixação de pessoas. A Ministra enalteceu, ainda, o papel desempenhado pela CVR da Beira Interior como elo de ligação entre os 20 concelhos que compõem a região.

16º Concurso de Vinhos da Beira Interior

MEDALHAS DE OURO

Adega 23 IG Terras da Beira branco 2020
Aforista DOC Beira Interior Reserva branco 2021
Beyra DOC Beira Interior Grande Reserva tinto 2021
Marquês D’Almeida DOC Beira Interior Reserva tinto 2018
Quinta Vale do Ruivo DOC Beira Interior branco 2020
Torre de Pinhel – 75º Vindima DOC Beira Interior Reserva Especial tinto 2018
Alvinho DOC Beira Interior Colheita Selecionada branco 2021
Aforista DOC Beira Interior branco 2021
Convento de Marialva DOC Beira Interior Reserva tinto 2021
Quinta do Cardo DOC Beira Interior Grande Reserva Biológico Síria branco 2021
Souvall DOC Beira Interior Reserva branco 2022
Beyra DOC Beira Interior Vinhas Velhas branco 2022
Pombo Bravo DOC Beira Interior Reserva Touriga Nacional e Tinta Roriz rosado 2021
1808 Portugal – Field Blend DOC Beira Interior Biológico tinto 2018
Torre de Pinhel IG Terras da Beira tinto 2020
Quinta dos Currais DOC Beira Interior Colheita Selecionada branco 2021
Beyra DOC Beira Interior Reserva Tinta Roriz e Jaen tinto 2021

MEDALHAS DE PRATA

Quinta da Arrancada DOC Beira Interior Reserva Branco 2022
Quinta dos Currais DOC Beira Interior Reserva tinto 2019
doispontocinco DOC Beira Interior tinto 2018
Folhas Caídas DOC Beira Interior Chardonnay Branco 2022
Quinta das Senhoras – Dona Maria de Deus DOC Beira Interior Grande Reserva tinto 2019
Portas D’El Rei DOC Beira Interior Colheita Selecionada tinto 2020
Quinta da Arrancada DOC Beira Interior Grande Reserva tinto 2020
Quinta dos Termos DOC Beira Interior Reserva Talhão da Serra tinto 2020
Quinta dos Currais DOC Beira Interior Síria Branco 2021
Entrevinhas DOC Beira Interior Touriga Nacional tinto 2021
Quinta da Arrancada – Açor DOC Beira Interior Reserva tinto 2020

Enoturismo da Herdade das Servas com novidades no restaurante Legacy

O enoturismo sempre foi um ponto forte da Herdade das Servas, com portas abertas para visitas e provas de vinhos com regularidade diária. É agora tempo de novidades associadas ao Legacy Winery Restaurant e ao enoturismo deste projeto vitivinícola, situado junto a Estremoz, no Alentejo. O verão traz uma nova carta ao Legacy , destaque para […]

O enoturismo sempre foi um ponto forte da Herdade das Servas, com portas abertas para visitas e provas de vinhos com regularidade diária. É agora tempo de novidades associadas ao Legacy Winery Restaurant e ao enoturismo deste projeto vitivinícola, situado junto a Estremoz, no Alentejo.

O verão traz uma nova carta ao Legacy , destaque para a estreia da Carta Fora d’Horas, disponível entre as 16h00 e as 19h30 e composta por alguns dos pratos da carta principal e com pequenas adaptações no empratamento: ‘cru de corvina em leite de tigre, milho braseado’ (€16,00); ‘croquetes de javali com maionese de trufa (€9,00), ‘tártaro de novilho mertolengo, almeice fumado, batata chips e pimentos’ (€18,00); ‘sandes de secretos de porco preto com mostarda, em pão alentejano e batata chips’ (€12,00); ‘tábua de queijo, enchidos alentejanos, tostas de pão, chutney de uva’ (€14,00); ‘bola de gelado ou sorvete’ (€3,50) e ‘boleima de maçã com creme de baunilha’ (€7,00).

Para acompanhar há uma carta de bebidas, onde se destacam os vinhos da Herdade das Servas e da Casa da Tapada – projeto que o produtor Luís Serrano Mira tem em Amares, na região dos Vinhos Verdes –, estando disponíveis à garrafa e também a copo. Há ainda três opções de espumante, uma cerveja e alguns espirituosos e licorosos.

Outra novidade é o facto das refeições, de ambas as cartas, poderem ser desfrutadas numa ampla esplanada. O serviço de refeições funciona entre a 12h30 e as 22h30. A vertente de visitas, provas de vinhos e loja está aberta das 10h00 às 19h00.

A cozinha do Legacy Winery Restaurant tem a assinatura de Emanuel Rodriguez, chefe argentino com 21 anos de experiência.

LEGACY WINERY RESTAURANT
Morada: Herdade das Servas, EN4, km 136,4 – 7101-909 Estremoz
Horários: Todos os dias, das 12h30 às 22h30
Contactos: 268 098 080 ou legacy@herdadedasservas.com

Poças promove workshop de cocktails de Verão

José Mendes Poças

No próximo dia 22 de Julho, sábado, pelas 17h00, a Poças irá promover um workshop de “Cocktails de Verão” no Centro de Visitas da Poças, localizado em Vila Nova de Gaia. O bartender José Mendes, vencedor do “Worldclass Portuguese Bartender of the Year” em 2019, estará ao leme deste workshop, onde os participantes terão a […]

No próximo dia 22 de Julho, sábado, pelas 17h00, a Poças irá promover um workshop de “Cocktails de Verão” no Centro de Visitas da Poças, localizado em Vila Nova de Gaia.

O bartender José Mendes, vencedor do “Worldclass Portuguese Bartender of the Year” em 2019, estará ao leme deste workshop, onde os participantes terão a oportunidade de aprender a fazer três cocktails, que podem depois ser recriados em casa, e degustados durante as férias de verão, junto da família e dos amigos, ou após um longo dia de trabalho, por exemplo.

Os cocktails serão confeccionados com vinhos Poças, como é o caso do Brig’s, branco e rosé, criados especialmente para o universo da mixologia, e que surgiram para dar uma nova vida ao Vinho do Porto.

Além de dar a conhecer o potencial dos vinhos da produtora do Douro, fundada no ano de 1918, como base para os cocktails, José Mendes, explicará ainda como utilizar os ingredientes e os materiais de forma correta. No final do workshop, os participantes terão direito a uma oferta especial: uma garrafa de vinho da Poças que foi utilizada para um dos cocktails.

O workshop tem um valor de 40€ por pessoa e as inscrições podem ser feitas através do site da Poças.

Mais informações:

Contactos:

Centro de Visitas

Gaia

Rua Visconde das Devesas 168

4401 – 337 Vila Nova de Gaia – Portugal

visitors@pocas.pt

tel.:+ 351 223 203 257

12 Sugestões de Vinhos Verdes até 15€

Vinhos frescos, leves e perfeitos para dias de calor, fins de tarde em esplanadas, terraços, jardins e sobretudo…. Férias! Ficam aqui algumas sugestões de vinhos verdes provados ao longo deste ano, todos com o selo Boa Escolha!

Vinhos frescos, leves e perfeitos para dias de calor, fins de tarde em esplanadas, terraços, jardins e sobretudo…. Férias!

Ficam aqui algumas sugestões de vinhos verdes provados ao longo deste ano, todos com o selo Boa Escolha!

Ontem, dia 12 de Julho, um grupo de 26 signatários divulgou uma carta aberta intitulada “O Douro Merece Melhor”.

Na carta, que pode ser lida na íntegra em baixo, os signatários — que constituem um grupo muito significativo de pessoas directamente ligadas ao sector do vinho na região do Douro — alertam para “a inacção das instituições competentes no que toca às urgentes reformas necessárias para o quadro regulamentar que rege a produção de vinhos no Douro”.

Entretanto, juntaram-se aos signatários originais muitas outras individualidades. A lista de todos os signatários pode ser consultada em www.odouromerecemelhor.pt.

O DOURO MERECE MELHOR

A Região Demarcada do Douro é conhecida internacionalmente por ser uma das maravilhas do mundo do vinho. Contém mais de metade das vinhas de montanha à escala global. Tem o estatuto de Património Mundial da UNESCO. Não há região comparável em qualquer país. Mais de 19,000 viticultores e 1,000 empresas cultivam empenhadamente estas vinhas desafiantes, produzindo dois vinhos altamente reconhecidos: o Vinho do Porto e o vinho DOC Douro.

Contudo, os últimos vinte anos foram caracterizados por uma descida de quase 25% no volume de vendas de Vinho do Porto, para 7,8 milhões de caixas de 9 litros. No mesmo período, as vendas dos vinhos DOC Douro cresceram significativamente para 5,2 milhões de caixas.

Apesar destas mudanças profundas, o quadro regulamentar não teve qualquer alteração, permanecendo, na sua essência, imutável há quase 100 anos. O sistema atual está a promover distorções devastadoras que estão a impactar não só no preço das uvas, mas também na sustentabilidade socioeconómica dos viticultores, das empresas, e no futuro dos seus vinhos nos mercados internacionais.

O sistema de ‘benefício’ – introduzido nos anos 1930 – estabelece a quantidade de uvas destinadas à produção de Vinho do Porto. Este limite é ajustado anualmente, dependendo de um conjunto de fatores, nomeadamente a qualidade e os níveis de oferta e de procura. Um sistema semelhante é praticado nas mais importantes regiões vitivinícolas europeias. Contudo, as uvas para vinho DOC Douro são comercializadas no mercado livre e, regra geral, num ambiente de excesso de oferta.

O Douro está a sofrer devido à redução dos volumes de Vinho do Porto e um contexto regulamentar desa-tualizado. Consequentemente muitas uvas são vendidas abaixo do seu custo de produção. O prejuízo para os viticultores é óbvio, resultando no abandono da vinha e no despovoamento da região. Uma situação agravada pelas alterações climáticas que estão a impactar seriamente a nossa região.

Igualmente grave é o facto de demasiados vinhos estarem à venda internacionalmente com preços comparáveis aos mais baratos do mundo – algo que nunca seria possivel se os viticultores recebessem um preço justo pelas suas uvas. Estamos a passar a mensagem que o Douro produz vinhos baratos, quando nada poderia estar mais longe da verdade. O nosso custo de produção, por kg, situa-se entre os mais elevados do mundo, e o rendimento por hectare é entre os mais baixos – por causa das características únicas da vinha de montanha no Douro.

Ao longo dos últimos 15 anos, vários estudos realizados por entidades de renome, incluindo a UTAD (Univer-sidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), concluíram que o Douro não é sustentável nestas circunstâncias e que necessita de reforma no seu quadro regulamentar. Mas nada foi feito, apesar das promessas do Estado.

Nenhuma região de vinho aguenta tanto tempo neste desequilíbrio, sofrendo tantos danos na sua imagem e na economia das suas comunidades. A incompreensível inação está a prejudicar uma das mais históricas, belas e desafiantes regiões vinícolas do mundo. Existem, porém, soluções que estão ao nosso alcance, nomeadamente medidas de emergência, de curto prazo e outras, mais estruturantes, de médio e longo prazo. O Douro necessita de uma estratégia para o futuro construída numa base científica liderada por uma entidade independente, em consulta com os stakeholders chave da região.

Apelamos aos produtores, aos viticultores, aos comerciantes e respetivas Associações, ao Ministério da Agricultura, à CIM do Douro, e ao Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, para enfrentarem esta situação com urgência. Deveríamos sentir orgulho no Douro, na sua gente e nos seus vinhos, mas atualmente não conseguimos senão sentir frustração e tristeza pelos danos graves e desnecessários que a inércia na alteração do quadro regulamentar e institucional está a provocar.

O Douro Merece Melhor

António Filipe, António Saraiva, Christian Seely, Cristiano van Zeller, Dirk Niepoort, Emídio Gomes, Fernando da Cunha Guedes, Francisco Spratley Ferreira, Francisco Olazabal, João Álvares Ribeiro, João Nicolau de Almeida, João Rebelo, John Graham, Jorge Dias, Jorge Moreira, Jorge Rosas, Jorge Serôdio Borges, Luís Sottomayor, Luisa Amorim, Mário Artur Lopes, Olga Martins, Oscar Quevedo, Paul Symington, Pedro Braga, Sandra Tavares, Sophia Bergqvist”

Douro Boys: 20 anos depois

douro boys

Os Douro Boys são um grupo de produtores que inclui a Quinta do Crasto, Quinta do Vallado, Quinta do Vale Meão, Niepoort e Cristiano Van Zeller. À data da criação do grupo, Cristiano estava na Quinta Vale D. Maria (hoje pertencente à Aveleda) e actualmente integra o grupo com a empresa que, entretanto, recriou, a […]

Os Douro Boys são um grupo de produtores que inclui a Quinta do Crasto, Quinta do Vallado, Quinta do Vale Meão, Niepoort e Cristiano Van Zeller. À data da criação do grupo, Cristiano estava na Quinta Vale D. Maria (hoje pertencente à Aveleda) e actualmente integra o grupo com a empresa que, entretanto, recriou, a Van Zellers & Co, agora com a filha Francisca. Numa região onde a associação de pessoas é tão difícil, os Douro Boys foram uma novidade. O propósito era claro: promoção em conjunto, quer em Portugal quer sobretudo no estrangeiro e “fazer barulho” à volta do Douro, dos seus vinhos DOC e do seu Porto. Todos estes produtores estão em simultâneo no negócio do Vinho do Porto e dos vinhos não fortificados da região. Para que a associação funcione é preciso que cada produtor mantenha a sua identidade, a sua lógica produtiva, a sua filosofia, sem que isso prejudique o conjunto. É assim que o grupo tem funcionado há 20 anos e foi para comemorar isso que se reuniram no Porto, juntando muitos “wine writers” estrangeiros, e onde se apreciaram velhos vinhos do Porto, repescados nas prateleiras das empresas, remontando em vários casos até ao séc. XIX

Do séc. XIX provaram-se: dois vinhos de 1888 (Vallado ABF e Van Zeller’s Very Old Tawny), 1863 Very Old Tawny (Niepoort), 1866 (Tributa, Vallado), 1860 Very Old Tawny (Van Zeller’s) e alguns vinhos em cujo lote também entraram vinhos desse século, como Honoré (Quinta do Crasto), VV 170th Anniversary (Niepoort). No caso da Niepoort provaram-se as duas edições: a original e a que recentemente foi colocada no mercado, com uma média de idade de 80 anos. Terminou-se com um Very Old Tawny da Niepoort que inclui vinho de 1863 e vinho de um demijohn – garrafa de cerca de 11 litros – de 1970. Estes vinhos velhos reúnem várias características, nomeadamente a cor, que por norma é muito carregada; os aromas são sempre extremamente ricos e muito concentrados com notas de café, chocolate negro, caixa de charutos, licores de ervas, compotas, madeiras exóticas e verniz, sempre um toque de vinagrinho (em virtude da subida da acidez volátil), tudo em proporção variada, uns mais elegantes, outros mais concentrados. A prova prosseguiu com vinhos do Porto mais recentes, com vintages de 2000 (Quinta do Vale Meão), 1999 (Quinta do Crasto), um Porto 30 anos e Colheita 1940 (Van Zellers), Tawny 50 anos e Very Old Tawny (Vallado) e Colheita 1997 (Quinta do Crasto). Tudo grandes vinhos, à altura de uma associação de grandes nomes da vitivinicultura duriense.

Estive Lá: Ir Com Sede ao Pote, em Famalicão

estive lá

Na localidade de Portela, Famalicão, a poucos metros do restaurante de fine dining Ferrugem, num aprazível quintal de uma velha casa de família, é-nos proposta uma autêntica viagem no tempo através das nossas memórias gastronómicas, aquelas que estão profundamente inculcadas no ADN da nossa identidade. Ao ar livre, no chão, em cima de fogo vivo […]

Na localidade de Portela, Famalicão, a poucos metros do restaurante de fine dining Ferrugem, num aprazível quintal de uma velha casa de família, é-nos proposta uma autêntica viagem no tempo através das nossas memórias gastronómicas, aquelas que estão profundamente inculcadas no ADN da nossa identidade.

Ao ar livre, no chão, em cima de fogo vivo ou de brasas incandescentes, estão grandes potes de ferro fundido fumegantes, cozinha em modo lento e onde a partilha das vitualhas é palavra de ordem. Um evento que se repete por 10 vezes, entre Maio e Outubro, e em que cada sessão tem a mais-valia de ter um chefe convidado, num duelo fraternal de troca de experiências e saberes, garantindo que as propostas são sempre diferentes. Daqueles velhos potes, primorosamente restaurados e limpos, saem caldos deliciosos, cozidos pungentes, gloriosos estufados de comer e chorar por mais. O difícil é conseguir parar!

Aos vinhos é também dado o devido destaque, com um produtor convidado em cada uma das jornadas. Anselmo Mendes, Kompassus, Palato do Côa, PicoWines, Quinta da Lapa, Quinta das Bágeiras, Quinta de Cottas, Quinta do Crasto, Secret Spot Wines, Adega Casa da Torre e Soalheiro, reservaram presença nas diversas edições a realizar durante o ano 2023.

O espaço em redor é idílico. Árvores frondosas, caramanchão bucólico, mesas e cadeiras espalhadas fomentando o convívio e a interação entre os participantes. Na edição em que fui, no ano passado, tirando os chefs (o anfitrião e o convidado) e o produtor presente, não conhecíamos mais ninguém. Nada que impedisse o diálogo divertido e o espírito de camaradagem que depressa se estabeleceram entre todos, como se fossemos membros de uma velha tertúlia.

Não há nada como a boa comida para soltar a língua e a boa disposição aos portugueses, pontuada aqui e ali por sonoras gargalhadas! Na sua primeira edição, o “Ir Com Sede ao Pote” foi distinguido como «Experiência Turística 2022» nos Prémios de Inovação e Turismo do Minho, em reconhecimento do seu papel na promoção e valorização da cultura gastronómica da região. Renato Cunha e a mulher Anabela, têm iniciativa e são persistentes. Mas acima de tudo fazem deste evento uma declaração de amor às nossas raízes e á nossa cultura.

 

Morada:
Casa de Ana Monteiro, Portela, Vila Nova de Famalicão
Sessões:
20 de Maio; 3 e 17 de Junho; 1, 15 e 29 de Julho; 12 de Agosto; 9 e 23 de Setembro; 7 de Outubro. A partir das 18:00 horas. Cada sessão limitada a 40 participantes
Bilhetes:
Através do número 932012974 ou do e-mail restaurante@ferrugem.pt
€100 por pessoa; 50€ para crianças entre os 4 e 12 anos