Produtores do Alentejo fundam associação APROVESA

APROVESA

Com sede em Évora, a APROVESA – Associação de Vinhos e Espirituosas do Alentejo foi fundada no dia 5 de Abril de 2022, com tomada de posse dos respectivos Órgãos Sociais. Em defesa do sector e dos vinhos e bebidas espirituosas da região, a APROVESA visa sobretudo a representação dos interesses dos seus associados. “Um […]

Com sede em Évora, a APROVESA – Associação de Vinhos e Espirituosas do Alentejo foi fundada no dia 5 de Abril de 2022, com tomada de posse dos respectivos Órgãos Sociais. Em defesa do sector e dos vinhos e bebidas espirituosas da região, a APROVESA visa sobretudo a representação dos interesses dos seus associados.

“Um dos objectivos da associação é aumentar o número de associados, tendo em vista uma representatividade cada vez mais robusta deste importantíssimo sector da economia da região. O contexto em que vivemos actualmente, obriga-nos, cada vez mais, a um reforço do trabalho em rede”, explica José Miguel Almeida, Presidente da Direcção da APROVESA.

APROVESA
A tomada de posse dos Órgãos Sociais da APROVESA aconteceu no dia 5 de Abril de 2022.

Associação, recentemente criada, já integra produtores reconhecidos do Alentejo, como Adega de Borba, Adega de Redondo, Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito, CARMIM, Cooperativa Agrícola da Granja, Encostas do Alqueva, Fundação Eugénio de Almeida, Quinta do Quetzal e Herdade das Servas. 

“O Alentejo, líder na venda de vinhos engarrafados em Portugal, conta com mais de duas centenas de produtores de vinho, representando actualmente a APROVESA cerca de um terço de todo o vinho certificado na região”, afirma a associação, em comunicado.

Rui Moura Alves (1942-2022)

Moura Alves

TEXTO: Luís Lopes Vítima de doença prolongada, faleceu dia 11 de abril, aos 79 anos de idade, o enólogo Rui Moura Alves, por cujas mãos passaram algumas das mais notáveis marcas da Bairrada. Como muitos da sua geração, Rui Alves iniciou a sua vida profissional não pela academia, mas pela prática, desenvolvendo ao longo dos […]

TEXTO: Luís Lopes

Vítima de doença prolongada, faleceu dia 11 de abril, aos 79 anos de idade, o enólogo Rui Moura Alves, por cujas mãos passaram algumas das mais notáveis marcas da Bairrada. Como muitos da sua geração, Rui Alves iniciou a sua vida profissional não pela academia, mas pela prática, desenvolvendo ao longo dos anos um saber de experiência feito. 

Nascido em Sangalhos, começou a trabalhar muito jovem nas caves bairradinas, aí aprendendo o ofício. Na segunda metade dos anos 80, e através do seu laboratório de análises, Soanálise, foi o principal impulsionador de um movimento que autonomizou diversos produtores tradicionais, que até aí vendiam os seus vinhos a granel às caves locais. Nasceram assim, muito pelo seu incentivo e acompanhamento, algumas marcas “de quinta” que se tornaram referências na região e no país, precursores do chamado “Bairrada clássico”, caracterizado pelos lagares, tonéis de madeira usada, filtrações mínimas ou inexistentes e estágios prolongados em garrafa. Casa de Saima, Quinta das Bágeiras, Sidónio de Sousa ou Quinta de Baixo assumiram-se então como os mais legítimos representantes do estilo.

Apesar de algumas breves incursões pelas regiões dos Vinhos Verdes e do Douro, manteve sempre o foco profissional na Bairrada e chegou a dirigir a enologia de casas de maior dimensão, nomeadamente Caves Valdarcos e Caves São João. 

Paralelamente, afirmou-se como produtor artesanal de vinagre, lançando no mercado o vinagre “Moura Alves”, de acidificação natural, envelhecido uma década em madeira, referência absoluta neste tipo de produto.

A produção de espumantes foi talvez a sua grande paixão, tendo a partir dos anos 80 assumido que todos os espumantes com o seu cunho seriam “bruto zero”, antecipando a tendência “brut nature” que hoje faz escola em diversos produtores. Anteviu, igualmente, o sucesso nacional e mundial deste tipo de vinho: “o espumante é a bebida do futuro”, dizia muitas vezes, na época. O tempo viria a dar-lhe razão.

Salvador Guedes, Senhor do Vinho (1957-2022)

Salvador Guedes

TEXTO: Luís Lopes Após uma década de luta contra uma das mais insidiosas doenças neurodegenerativas, a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), deixou-nos ontem Salvador da Cunha Guedes. Tive, ao longo da sua e da minha vida, o privilégio de com ele privar inúmeras vezes. E em todas elas valorizei a sua cultura, o seu conhecimento, o […]

TEXTO: Luís Lopes

Após uma década de luta contra uma das mais insidiosas doenças neurodegenerativas, a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), deixou-nos ontem Salvador da Cunha Guedes. Tive, ao longo da sua e da minha vida, o privilégio de com ele privar inúmeras vezes. E em todas elas valorizei a sua cultura, o seu conhecimento, o seu entusiasmo, a sua forma de estar; e fiquei eu próprio mais valorizado pela troca de ideias e experiências.

Conheci-o em 1990, quando Salvador Guedes era director de marketing e presidente da Sogrape Distribuição. O “patrão” era seu pai, Fernando Guedes (falecido em 2018), pessoa encantadora e extraordinário empresário, de quem Salvador herdou o fino trato, os dotes de conversador, o talento e a paixão pelo negócio do vinho. Dez anos depois, em 2000, coube-lhe a ele assumir a liderança da Sogrape. Mas já antes tivera oportunidade de dirigir pessoalmente algumas das negociações mais importantes da empresa, como a entrada no sector do vinho do Porto com a aquisição da Ferreira, em 1987, a compra da Offley, em 1996 ou a aquisição da Finca Flichman, na Argentina, em 1997. Já ao leme da casa mãe, acabaria por adquirir a Sandeman, em 2002, a Framingham, na Nova Zelândia, em 2007, e Viña Los Boldos, no Chile, em 2008 e a Bodegas Lan, em Espanha (Rioja) em 2012.

Foi precisamente em 2012, já diagnosticada a doença e perceptíveis os primeiros sintomas, que enquanto jornalista lhe fiz aquela que seria, provavelmente, a sua última grande entrevista. Se a minha admiração por ele já era grande, tornou-se enorme depois de nos despedirmos. Ao longo de quase quatro horas de conversa encontrei um Salvador um pouco diferente, menos preocupado com o “politicamente correcto” e com a reserva institucional. Percebendo a sua abertura, “apertei-o” com as perguntas mais difíceis, enumerando um conjunto de casos, produtos, negócios menos sucedidos numa Sogrape que é, inquestionavelmente, um caso de enorme sucesso empresarial e de visão estratégica. A todas as questões respondeu com uma frontalidade e clareza impressionantes, sem nada esconder ou disfarçar, assumindo os erros de julgamento, as dúvidas, as apostas que não resultaram. Como se dissesse (na verdade, disse-o) que não há empresas nem pessoas perfeitas, que não se pode acudir a tudo ao mesmo tempo, que, por vezes, temos de recuar para depois avançar mais fortes, que nem sempre as coisas correm como queremos, introduzindo uma dimensão muito humana e realista numa conversa profissional. Depois, almoçámos como sempre, falando de tudo um pouco, o vinho apenas abordado para comentar o conteúdo do copo.

Não é a última imagem que guardo dele, longe disso. Várias vezes o encontrei depois na Sogrape onde, mesmo muito debilitado ao nível da fala e da locomoção, e já depois de ter deixado a presidência do grupo (entregue ao seu irmão Fernando da Cunha Guedes em 2015), continuava a ir para se inteirar de tudo e para intervir nas decisões estratégicas do grupo empresarial familiar. Mas nem só os destinos da Sogrape o preocupavam: em 2015 lançou a iniciativa “Todos Contra ELA”, criada para ajudar e encaminhar os que são diagnosticados com esta doença.

Em 2018, a Grandes Escolhas atribuiu-lhe o seu mais ambicionado prémio, Senhor do Vinho. Salvador Guedes, já sem voz e sem mobilidade, fez questão de o ir receber, pessoalmente, ao velódromo de Sangalhos, acompanhado por toda a família. Envolveu-se e participou nas mais de três horas que durou o evento, recebeu com um sorriso largo muitas dezenas de abraços e felicitações e foi levado ao palco pelo seu irmão Fernando, que leu o discurso que Salvador escreveu com a ajuda da tecnologia que lhe permitia comunicar. E ouviu, emocionado, o prolongado aplauso, de pé, que mais de um milhar de profissionais do sector do vinho, também eles emocionados, lhe proporcionaram.

Essa sim, é a última imagem que dele tenho: lutador, resistente, empenhado, participativo, capaz de gestos de enorme significado, que ficam para a vida. O abraço que então lhe dei, agradecendo-lhe o sacrifício que fez para ali estar presente, ainda hoje o sinto. E o seu sorriso aberto, como que a dizer “nada disso, o prémio é meu, vim recebê-lo”, permanece para sempre na minha memória. Adeus, Salvador, descansa em paz.

Nova imagem do Casal Garcia reforça identidade da marca

Casal Garcia imagem

Com mais de 80 anos de história, a marca Casal Garcia acaba de revelar uma nova imagem, que passa sobretudo pelo reforço dos elementos gráficos que mais a caracterizam. Os vinhos Casal Garcia têm, agora, um rótulo renovado, com uma evolução visível sobretudo, segundo a Aveleda (empresa que detém a marca lançada em 1939), “na […]

Com mais de 80 anos de história, a marca Casal Garcia acaba de revelar uma nova imagem, que passa sobretudo pelo reforço dos elementos gráficos que mais a caracterizam.

Os vinhos Casal Garcia têm, agora, um rótulo renovado, com uma evolução visível sobretudo, segundo a Aveleda (empresa que detém a marca lançada em 1939), “na icónica renda que faz agora sobressair o fundo em cor viva, permitindo uma leitura mais clara. O logotipo, com um tipo de letra mais contemporâneo, eleva todo o visual. O brasão, representante máximo da heritage da marca, surge estampado a cor, o que potencia a perceção de valor e confiança. No topo, Partilha a Alegria reforça a sua força motriz e posicionamento intemporal”.

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As alterações de imagem e rótulos são transversais a toda a gama Casal Garcia, incluindo o original branco; também o Sparkling branco e rosé; e ainda as Sangrias tinta, branca e Frutos Vermelhos. Nestas últimas, o rótulo passa a dar um maior destaque às frutas, com o objectivo de conferir maior sensação de frescura e de tornar o produto mais apelativo.

“Casal Garcia é uma marca com mais de 80 anos e, naturalmente, a evolução da sua imagem acompanha esta passagem de gerações. A nova imagem valoriza os elementos icónicos que sempre fizeram parte da essência da marca e reforça os valores da partilha, energia e Alegria”, explica Isabel Barbosa, Senior Brand Manager da Casal Garcia.

O anúncio da nova imagem, por parte da marca, vem acompanhado da notícia de que está para breve a introdução de novos produtos no mercado, algo que será “comunicado brevemente”.

Cabrito é rei no evento Arcos à Mesa, em Arcos de Valdevez

Arcos à Mesa

No fim-de-semana de 9 e 10 de Abril, o Município de Arcos de Valdevez organiza mais uma edição da iniciativa “Arcos à Mesa”, com os restaurantes arcuenses, onde a estrela é o Cabritinho Mamão da Serra. Este prato tradicional da gastronomia arcuense será servido em 19 restaurantes aderentes, ao lado de outras iguarias da locais, […]

No fim-de-semana de 9 e 10 de Abril, o Município de Arcos de Valdevez organiza mais uma edição da iniciativa “Arcos à Mesa”, com os restaurantes arcuenses, onde a estrela é o Cabritinho Mamão da Serra.

Este prato tradicional da gastronomia arcuense será servido em 19 restaurantes aderentes, ao lado de outras iguarias da locais, como a laranja de Ermelo, charutos de ovos, bolo de discos, tudo harmonizado os vinhos da região (Vinho Verde).

O Município de Arcos de Valdevez sugere às famílias, neste fim-de-semana “uma visita ao concelho”, com destaque para “o Paço de Giela, Monumento Nacional, as Oficinas de Criatividade Himalaya, o Centro Interpretativo do Barroco, a Peneda, Sistelo, Monumento Nacional e uma das 7 Maravilhas de Portugal, e Soajo, conhecido pela sua Eira dos Espigueiros Comunitária”; aproveitando de uma forma mais completa o itinerário pelos restaurantes que serão palco do Arcos à Mesa.

Consulte o programa do Arcos à Mesa e a lista dos restaurantes AQUI.

Garage Wines abre wine bar em Matosinhos

Garage Wines bar

“Garage Wines” já era nome de uma das mais conhecidas garrafeiras do país, e do Porto, e agora é também o nome de um wine bar situado na mesma rua, em Matosinhos.  Localizado no edifício da Casa da Arquitectura e da Real Vinícola, na Avenida Menéres, o mais recente projecto de Ivone Ribeiro partilha o […]

“Garage Wines” já era nome de uma das mais conhecidas garrafeiras do país, e do Porto, e agora é também o nome de um wine bar situado na mesma rua, em Matosinhos. 

Localizado no edifício da Casa da Arquitectura e da Real Vinícola, na Avenida Menéres, o mais recente projecto de Ivone Ribeiro partilha o conceito com a loja de vinhos — fundada há mais de 8 anos — da dedicação aos “vinhos de garagem”, designação que a carismática empresária usa para descrever “os vinhos de pequenos produtores, nacionais e estrangeiros”.

“Nós trabalhamos com muita paixão pelo vinho! E a ideia de poder explorar esse conceito, para além de vender garrafas de vinho ao consumidor final, foi tentar proporcionar a esses mesmos consumidores, aos nossos actuais clientes e aos novos, a experimentação do vinho a copo, elevando ainda mais a imagem de qualidade e diferenciação dos vinhos portugueses, que provavelmente nunca experimentariam se não lhes fossem dados a provar desta forma”, explica Ivone Ribeiro.

A carta de vinhos apresenta uma selecção de cerca de 50 vinhos a copo — entre tintos, brancos, rosés, espumantes, Champagne, vinho do Porto e Madeira — que se conjugam com a sugestão de petiscos pensada de raíz pelo Chef Luís Américo. Não faltam também queijos e enchidos, entre outros apontamentos quentes e frios, nem doces para rematar o momento. “Nada neste bar é deixado ao acaso, portanto, os copos e as temperaturas correctos são condição obrigatória”, refere a proprietária do espaço com capacidade para 58 lugares, cuja arquitectura de interiores tem a assinatura da empresa nrenders Arquitectura.

O bar Garage Wines está aberto de terça a quinta-feira, das 16h às 23h; e das 12h às 23h à sexta-feira e ao sábado. A partir da Primavera terá, adicionalmente, uma esplanada com 40 lugares. 

Católica Lisbon lança 5ª edição do programa International Wine Business


International Wine Business

No dia 21 de abril de 2022, começa nova edição do programa International Wine Business, criado pela Formação de Executivos da Católica Lisbon. Este programa foi desenhado numa parceria entre esta instituição e a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto, sendo coordenado pelos professores José António Couto e Nuno Fazenda. O International Wine Business […]

No dia 21 de abril de 2022, começa nova edição do programa International Wine Business, criado pela Formação de Executivos da Católica Lisbon. Este programa foi desenhado numa parceria entre esta instituição e a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto, sendo coordenado pelos professores José António Couto e Nuno Fazenda.

O International Wine Business visa desenvolver competências sólidas em áreas-chave do negócio do vinho como planeamento, distribuição, marketing e vendas, inovação, e-business, sustentabilidade e enoturismo, permitindo preparar os profissionais para uma acção mais competitiva, inovadora e geradora de valor neste setor.

O programa é composto por um corpo docente de referência no ensino de Vinicultura e Enologia, pertencente à prestigiada Escola de Viticultura e Enologia da UC Davis. Conta ainda com o apoio institucional da ViniPortugal, que promove, durante o International Wine Business, um curso complementar: Wines of Portugal Academy – Official Certification.

As candidaturas este curso já estão a decorrer. Mais informações, poderá fazer o download da respectiva brochura ou consultar a página do programa.

Churchill’s: revolução de imagem, nova marca e um “green state of mind”

Churchill's nova imagem

Texto: Mariana Lopes Não é só mais uma mudança de imagem, é o rebranding que queríamos e não sabíamos. A Churchill Graham — empresa produtora de vinhos do Porto e Douro, sediada em Vila Nova de Gaia, fundada em 1981 por Johnny Graham — lavou recentemente “a cara” (e a garrafa) não só aos seus […]

Texto: Mariana Lopes

Não é só mais uma mudança de imagem, é o rebranding que queríamos e não sabíamos. A Churchill Graham — empresa produtora de vinhos do Porto e Douro, sediada em Vila Nova de Gaia, fundada em 1981 por Johnny Graham — lavou recentemente “a cara” (e a garrafa) não só aos seus vinhos, mas também às plataformas online, como o site e as redes sociais, apresentando toda uma estratégia renovada e, para fechar o ciclo, um novo nome para os vinhos Douro: Grafite.

Churchill's nova imagem
Johnny Graham (enólogo e administrador), Ana Pinho (directora de Comunicação), Zoe Graham (directora de Marketing e Vendas) e Ricardo Pinto Nunes (enólogo e director de Produção). ©Churchill Graham

“Quisemos encontrar um espaço para o vinho do Porto dentro de um estilo de vida contemporâneo. E, por isso, procurámos uma identidade visual e uma estética para os nossos vinhos do Porto e do Douro que fosse irreverente e original, fugindo às convenções usualmente associadas a esta categoria”, explica Zoe Graham, directora de Marketing e Vendas da Churchill’s, que representa também o futuro da empresa. Neste sentido, a assinatura estética — desenvolvida em conjunto com o estúdio londrino Made Thought, responsável pela definição de imagem de marcas internacionais de renome como a cervejaria BrewDog, ou a Hunter, conhecida sobretudo pelas suas icónicas galochas — assenta nos valores “Beleza e Minimalismo”, como afirmado pela empresa, mas também na comunicação do caminho de sustentabilidade que a Churchill’s tem traçado. 

Churchill's nova imagem
©Churchill Graham

Nos vinhos do Porto, além dos novos rótulos em forma de diamante, com o uso de letras somente minúsculas (ou em “caixa baixa”, na gíria jornalística), pormenores que conferem modernidade e elegância ao look total, entram, em substituição do brasão convencional, os símbolos da história da Churchill’s e da família: a coroa, a concha, e a torre. “A torre provém dos lagares de granito da Quinta da Gricha [propriedade duriense mais emblemática da empresa] e representa a filosofia de mínima intervenção da Churchill’s no processo de vinificação. A concha provém da heráldica da família Graham e representa a origem, remontando ao símbolo original utilizado pela empresa familiar quando se instalou em Portugal pela primeira vez, em 1808. A geração seguinte quis trazer de volta este símbolo da natureza, para representar o seu compromisso para com o legado e para com um futuro mais sustentável”, desenvolve Zoe Graham. As garrafas também sofreram alterações, sendo que a Churchill’s optou pelo mesmo formato/modelo em toda a gama de Porto, e a distinção entre as linhas passa a ser feita de outras formas: os Ruby, por exemplo, têm uma imagem mais clássica com a utilização, no rótulo, somente das cores branco e preto; e os Tawny, por sua vez, ganham uma garrafa transparente e mais variações de cor nos rótulos, consoante a categoria. Isto “fala” muito mais com o consumidor, que assim consegue perceber mais rapidamente que tipo de produto tem à sua frente.

 

Churchill's nova imagem
@Churchill Graham

Numa das gamas de vinhos Douro, uma grande novidade. O nome deixa de ser Churchill’s Estates, e é adoptado o nome Grafite, acompanhado de novas ilustrações, feitas à mão, nos rótulos. A origem de “Grafite” é, segundo Zoe, o facto de este ser o descritivo que a equipa de enologia usa muitas vezes para definir os vinhos da casa, pelas suas notas de mineralidade, e também o estilo de desenho patente no rótulo. Mas a razão da mudança é estratégica: “Com o nome Churchill’s Estates, estes vinhos nem sempre eram associados a Portugal. Decidimos, por isso, dar-lhes um nome português”, avança a directora de Marketing e Vendas. A gama inclui os Grafite Colheita branco e tinto, os varietais Tinta Roriz e Touriga Nacional, e o Grande Reserva tinto. “Utilizamos técnicas diferentes para produzir os nossos vinhos Douro, mas a filosofia é sempre a mesma, mínima intervenção e respeito pelo terroir”, diz Ricardo Pinto Nunes. “O Johnny [Graham] tem sido muito mais do que uma inspiração, e ele tem-me ensinado muito, não só sobre vinhos, mas sobretudo sobre a vida”, confessa o enólogo e director de Produção da Churchill’s.

Quinta da Gricha, propriedade da Churchill’s no Douro. ©Churchill Graham

Também as embalagens dos produtos da empresa estão diferentes, com a utilização de materiais mais ecológicos, e na procura do mínimo desperdício, recorrendo a menor quantidade dos mesmos. As cápsulas são agora 100% recicláveis, feitas a partir de 15% de resíduos de uva e 40% de fibras recicladas pós-consumo, e o papel é certificado como sustentável pela FSC – Forest Stewardship Council (“Conselho de Gestão Florestal”, uma organização global sem fins lucrativos, dedicada a promover a gestão responsável das florestas em todo o Mundo). Adicionalmente, as garrafas dos vinhos Douro são mais leves, “permitindo uma redução de 12% no peso das garrafas em toda a gama, o que representa metade do volume anual total da Churchill’s nesta categoria”, afirma a empresa.

SABIA QUE…

Johnny Graham casou-se em 1980, e o nome da sua esposa era Caroline Churchill. É daqui que vem a designação da empresa, “Churchill Graham”, fundada um ano depois.