Uma península com toque alentejano

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A região a que se convencionou chamar de Península de Setúbal contém, em boa parte da sua superfície, largos hectares de área da região, esta administrativa, do Alentejo. É a zona sul, a mais atlântica, que dá […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A região a que se convencionou chamar de Península de Setúbal contém, em boa parte da sua superfície, largos hectares de área da região, esta administrativa, do Alentejo. É a zona sul, a mais atlântica, que dá vinhos diferentes dos que estão a Norte e a Leste. Dois produtores da região mostram isso muito bem.

TEXTO António Falcão
NOTAS DE PROVA João Paulo Martins e Mariana Lopes

Não é a região de Azeitão, Palmela e Fernando Pó, por exemplo. Nem é Reguengos, ou Borba, ou Portalegre. A zona sul da Península de Setúbal é um terroir próprio, dominado pela influência atlântica, boas amplitudes térmicas e pelos solos onde predomina a areia com subsolo de média fertilidade.
“Por aqui não há temperaturas exageradas e a proximidade do mar ameniza tudo”, diz-nos José da Mota Capitão, proprietário da Herdade do Portocarro. E acrescenta, “qui conseguimos incríveis teores de acidez”. A sua colega Jacinta Sobral está de acordo. A proprietária da Serenada nem precisava de o dizer: os seus vinhos mostram bem a influência atlântica na salinidade e na frescura.
Este terroir é tão particular que espanta como é que existam aqui poucos produtores de vinho e de pequena dimensão. Mota Capitão tem pena: “não temos produtores suficientes para fazer massa crítica; somos apenas uma meia dúzia. E alguns estão em evoluções diferentes”. Pior ainda: nenhum dos ‘pesos-pesados’ da Península de Setúbal, com milhões de litros anuais, possui vinhas nesta zona. Podem comprar aqui uva (ou vinho), mas não estão cá. E, ao contrário do que começa a acontecer mais a sul, com a entrada de produtores alentejanos à procura de acidez para os seus vinhos, por aqui não se nota esse movimento.
Jacinta Sobral e José Mota Capitão pode ter pena, mas não perdem uma noite a pensar nisso. Ambos lideram projectos com sucesso, fazem vinhos de que gostam e, melhor ainda, vendem bem.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Serenada / Serras de Grândola” title_align=”separator_align_left” color=”custom” accent_color=”#888888″][image_with_animation image_url=”34328″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][vc_column_text]O nosso primeiro destino está no concelho de Grândola Não é difícil lá chegar porque tem um pequeno hotel, muito charmoso. Tudo é pertença de Jacinta Sobral, farmacêutica de profissão em Lisboa, mas nascida e criada nestas paragens. A propriedade está na família desde pelo menos 1680, porque existe um testamento dessa data, que Jacinta exibe com orgulho. Está, aliás, parcialmente retractado nos rótulos dos seus vinhos mais caros, como o Cepas Cinquentenárias. A quinta tem 23 hectares no total e a primeira vinha nasce em 1961, pelo pai de Jacinta, que plantou apenas um hectare, com castas brancas e tintas, todas misturadas (75% tintas). Não havia grande tradição de vinha na região e Jacinta lembra-se apenas de Pinheiro da Cruz e Melides, aqui de forma muito artesanal. Em 1970 nasceu mais um pedaço de vinha, com outro hectare. A vinha abrange três tipos de solos bastante diferentes, com 7, 65 e 300 milhões de anos de idade. Existem areias, xistos e mesmo argilas. E vários outros minérios, como manganês. Um bom sinal, porque solos diferentes dão vinhos diferentes e Jacinta já reparou que isso acontece, por exemplo, no Verdelho. Poderá ter a ver com diferentes fertilidades de solo, ou quaisquer outras razões. Mas as diferenças existem.
Voltemos à história: nos primeiros anos, o pai de Jacinta fermentava tudo ao mesmo tempo e só uns bons anos depois começou a separar brancos e tintos. Jacinta ajuda no que pode, mas com mais força na vindima e nos últimos anos de vida do pai.
Em 2006, o pai morre e Jacinta faz contas com os dois irmãos, tomando conta da propriedade. Afastada do mundo do vinho, a farmacêutica fica sem saber muito bem o que fazer. Decide plantar mais vinha, mas aconselham-na a arrancar a vinha velha. Antes de tomar decisões apressadas e gastar (bom) dinheiro, Jacinta decide ampliar a sua formação vínica. Em 2007 vai para o Instituto Superior de Agronomia e tira um mestrado: “Foi a melhor coisa que fiz”, diz-nos ela com indisfarçável orgulho. “Ao fim de 2 ou 3 meses percebi que não ia arrancar coisa nenhuma”.
A área de vinha, entretanto, vai crescendo e está hoje nos 6,5 hectares. No total contém mais de 20 castas, porque Jacinta gosta de experimentar.
A vinha está rodeada por floresta, de tal forma que faz pensar, a espaços, nas vinhas do Dão.[/vc_column_text][vc_gallery type=”image_grid” images=”34331,34329,34330″ layout=”3″ gallery_style=”1″ load_in_animation=”none”][vc_column_text]NASCE UMA ADEGA
Em 2008 Jacinta resolveu fazer uma adega (a adega original está em terrenos que ficaram para o irmão). Não vai ganhar prémios de arquitectura, mas está bem equipada para a função de fazer bom vinho. “Já está a ficar pequena”, lamenta Jacinta. “Por causa do estágio”. Pois… a enóloga gosta de vinhos com estágio e, como não tem pressa de vender, as garrafas ocupam muito espaço. Na adega repousam vinhos da sua marca, Serras de Grândola, de 2013 para a frente, brancos sobretudo. Arinto e Verdelho envelhecem muito bem. “Ainda não sei como será o Gouveio…”, diz-nos Jacinta.
A adega está cheia de cubas de pequena capacidade (de 150 a 1.000 litros), herdadas. Mas são ideais para fazer pequenas quantidades e, claro, muitas experiências. “Vou enchendo e só depois faço os lotes”, diz-nos Jacinta. A maior cuba, de 6.000 litros, pouco é usada. Para os tintos existem duas cubas de 2.500 litros. Ou seja, dá tudo um trabalhão, mas a proprietária aprende e diverte-se. Para as cubas que não têm frio, Jacinta usa placas endógenas.
Os vinhos são secos, austeros, sem artifícios. Podem mesmo ser considerados algo difíceis para o consumidor menos enófilo, habituado à actual doçura residual. Mas são muito gastronómicos, porque muito frescos, cheios de carácter. Mas, depois de provar várias colheitas antigas, agradecem o estágio.
Jacinta faz algum vinho de base, em bag-in-box, para consumo local e alguns clientes fiéis. Mas, diz Jacinta Sobral com um sorriso de orelha a orelha: “cada vez faço menos vinho de base e cada vez faço mais vinhos especiais, os que gosto de fazer”.[/vc_column_text][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Herdade do Portocarro” title_align=”separator_align_left” color=”custom” accent_color=”#888888″][image_with_animation image_url=”34333″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][vc_column_text]Apesar de não ser produtor há muitos anos, José da Mota Capitão quase dispensa apresentações. Pepe, como é mais conhecido entre os amigos, é um curioso criador de nomes de vinhos. Do seu portefólio constam Cavalo Maluco, Autocarro 27, Geronimo ou Anima.
A sua herdade do Portocarro fica no concelho de Alcácer do Sal, freguesia do Torrão. Foi adquirida por Pepe há bem mais de uma década, depois de cursar Agronomia em Lisboa, onde vivia. Desde cedo que mostrou sentido e gosto para a agricultura, cultivando arroz nas lezírias sadinas da herdade. A vinha nasceu em 2002, com a assistência técnica de Paulo Laureano, que aqui esteve até 2012. Actualmente é António Rosado que dá a assistência técnica, tanto na vinha como na adega. Os dois complementam-se na vontade de experimentar e fazer melhor. Nestes anos já acumularam um invejável manancial de conhecimentos e é um gosto falar com eles sobre vinha e vinho. Pepe já tem vinhos da casta Boal (famosa na Madeira) e Galego Dourado (de Carcavelos) e possivelmente o vinho mais famoso da casa, o Anima, é feito com a casta italiana Sangiovese. Na altura era único no país (e se calhar ainda é), mas era muito bom e vendeu – e continua a vender – muito bem. A propósito, aparecer uma versão Sangiovese em branco, de nome Manda Chuva.

PRIVILÉGIO PARA A MATÉRIA-PRIMA
A vinha está um brinco, plantada sobretudo em encosta suave. É aqui que Pepe e António passam muito tempo, não só porque gostam da viticultura e querem as melhores uvas, mas também porque têm muitas castas diferentes para cuidar. E só assim a equipa consegue conhecer os “humores” de cada uma, do Cabernet à Touriga Franca, do Galego Dourado ao Sercial. No total são 18 hectares, com várias exposições e altitudes diferentes. O terroir é a menina dos olhos de Pepe: “esta é uma região abençoada para a vinha”.
As uvas vão para a adega, ali ao lado, transformada de um antigo barracão. Mas o que está lá dentro, incluindo um conjunto de dispendiosos balseiros da Seguin Moreau, é material de alta qualidade. Tanto servem para fermentações como para estágio, e todos os vinhos passam por aqui. Os resultados compensam, mas os balseiros dão muito trabalho a higienizar. Tudo é fermentado casta a casta. Lotes, só à posteriori. E não há linha de engarrafamento. Mas, ainda assim, a adega está a ficar pequena…
“O nosso maior lote é de 50 mil litros (Autocarro 27). Os outros têm entre 2.500 e 10.000 litros”, diz-nos António Rosado. Ou seja, pequenas tiragens de vinhos com um perfil especial. “O estilo da casa é sobretudo a frescura, elegância, vegetal”, afirma o proprietário. E manter teores alcoólicos moderados. Em primeiro lugar porque Pepe e António não gostam de fruta exuberante. E depois porque não precisam de forçar nada: graças às maiores amplitudes térmicas na altura antes da vindima, as plantas não param de trabalhar e as maturações fenólicas costumam andar à frente das alcoólicas. No final ambos reconhecem que não fazem os vinhos mais consensuais do mercado: quem goste de vinhos muito encorpados, alcoólicos, de fruta exuberante, tosta e finais adocicados pode procurar em outro lado. A frescura e elegância (e os taninos, nos tintos) são características de vinhos longevos e é por isso que aqui não há pressas em lançar os vinhos para o mercado. O mercado agradece, incluindo o estrangeiro: “Exportamos metade e, melhor ainda, vendemos lá fora os vinhos mais caros do que cá”, revela Pepe. A casa vai de vento em popa, batendo recordes todos os anos. Mas Pepe não está satisfeito…[/vc_column_text][vc_gallery type=”image_grid” images=”34334,34335,34336″ layout=”3″ gallery_style=”1″ load_in_animation=”none”][vc_column_text]À PROCURA DE VINHAS
Ali ao pé, em Melides, em terras de xisto, Pepe entrou num projecto chamado Pego da Moura, em sociedade com Manuel Ricciardi, proprietário de parte das vinhas. O restante vem de parcelas locais, algumas com muitas décadas e outras ainda em pé franco. Fizeram-se alguns acordos com os proprietários locais e daí já nasceu um Boal e um Castelão (2015), da marca Pego da Moura Impossible Vineyads. No meio da sociedade entrou ainda um artista plástico inglês, que também já tem vinhas plantadas com varas retiradas das plantas velhas da região. O provámos é extraordinário e estamos em crer que o futuro ainda trará ainda melhores novidades.[/vc_column_text][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição Nº 22, Fevereiro 2019

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A alma da margem esquerda do Guadiana

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Pode até parecer a parte desconhecida do Alentejo vitícola, mas na verdade está em verdadeira mudança. A margem esquerda do Guadiana está a usufruir do renascimento da Cooperativa de Granja, a cargo do empresário Manuel Bio, homem […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Pode até parecer a parte desconhecida do Alentejo vitícola, mas na verdade está em verdadeira mudança. A margem esquerda do Guadiana está a usufruir do renascimento da Cooperativa de Granja, a cargo do empresário Manuel Bio, homem de grande visão e capacidade de gestão.

TEXTO António Falcão
NOTAS DE PROVA Luis Lopes e João Paulo Martins
FOTOGRAFIAS Ricardo Palma Veiga

Ali ao pé de Mourão, o rio Guadiana desvia para dentro do território nacional e deixa de fazer fronteira entre Portugal e Espanha. Faz depois uma espécie de barriga para dentro do território português, inflectindo outra vez para Espanha até desempenhar novamente o papel de divisor dos dois países, uns bons 100 quilómetros mais a sul, ao pé de Alcoutim, já no Algarve. Esta área, de bom tamanho, é o que costuma referir-se como a margem esquerda do Guadiana. Antes uma zona seca e muito quente, agora potencialmente mais fresca e mais húmida graças à enorme albufeira da barragem do Alqueva, quase omnipresente por onde andamos.
Em termos vitivinícolas, parte desta zona – mais a norte – pertence à sub-região Granja-Amareleja, uma das oito existentes no Alentejo. Aqui pontua a Cooperativa Agrícola de Granja, uma empresa com mais de 60 anos de história, fundada em 1952. É a mais pequena das cooperativas alentejanas e começou, com a aguardente de figo e azeite. Ainda faz o Azeite, embora o lagar não seja muito grande (labora até mil toneladas de azeitona). Mas, verdade seja dita, rapidamente a actividade se estendeu aos vinhos. À falta de grandes produtores na sub-região, a Granja sempre foi o maior produtor de vinhos da margem esquerda do Guadiana. No final da década de 80, a sua fama vínica atingiu o seu expoente máximo com um vinho de 1983 que ganhou um concurso de vinhos em Ljubljana (ex-Jugoslávia) e passou a ser conhecido por cá como “Campeão do Mundo”.
Mas, daí para a frente, as coisas começaram a correr mal. Acontece que, conta-nos José Piteira, da enologia da casa, “a cooperativa não se soube actualizar e modernizar nos anos seguintes, ao contrário do que aconteceu com as outras cooperativas alentejanas; ficámos para trás”. Por isso, a Granja Amareleja começa a passar gradualmente por momentos cada vez mais difíceis. De tal maneira que, em 2005 estava num estado de pré-falência, com atrasos no pagamento de quatro ou cinco colheitas aos seus associados![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34060″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” bg_color=”#f4f4f4″ scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Um grupo em Forte Expansão ” title_align=”separator_align_left” align=”align_left”][vc_column_text]A actividade empresarial de Manuel Bio na região está longe de estar restringida à Adega da Granja. O empresário tem sociedades e parcerias aqui, mas também em outras zonas do país. Por exemplo, com três outras cooperativas: Alijó, no Douro, onde vai inclusive fazer a gestão nos próximos 15 anos; Adega de Penalva do Castelo, no Dão; e Dois Portos, na região de Lisboa (parceria comercial). Mas possui ainda parceria nos Vinhos Verdes, com a holding de cooperativas da região, chamada Viniverde. E, finalmente, o empresário explora a comercialização dos vinhos da Quinta Vale de Fornos (Tejo) e é o maior accionista da Herdade da Madeira Velha (Evoramonte, Alentejo). Existe ainda uma parceria comercial de peso, com a Adega Cooperativa da Vidigueira, Cuba e Alvito (Alentejo). E existe ainda a Amareleza Vinhos, uma sociedade de Manuel Bio e José Piteira, para néctares de grande qualidade, incluindo os vinhos de talha da marca Piteira e José Piteira.

Centro logístico em Mourão
Em Mourão está instalado um enorme parque que concentra toda a distribuição das empresas do grupo. São milhares de metros quadrados de área coberta que conseguem albergar, num dia cheio, mais de 1,2 milhões de garrafas! Luís Bio, responsável pela Exportação (área em grande expansão) e sobrinho de Manuel, diz-nos que vão aqui implementar um sistema de picking com o objetivo de ter erro zero.
Pode parecer uma loucura criar aqui o centro logístico, mas o facto é que o espaço é barato e os acessos bons. Ou seja, importa menos a localização, ao pé de Espanha. Daqui saem os transportes para os maiores clientes (a grande distribuição nacional) e para mais de 20 países. Falamos de praticamente todas as grandes cadeias de supermercados do país e os mercados externos mais relevantes. E existem marcas/vinhos que existem apenas para determinadas cadeias de supermercados em Portugal e no exterior.

Qual é o segredo da equipa?
A estratégia parece simples: assegurar a viabilidade comercial das empresas, e, em alguns casos ir mesmo mais longe. De facto, a comercialização é a tarefa mais complicada para a maioria dos produtores de vinho, grandes e pequenos. Esta é uma das maiores mais-valias da equipa de Manuel Bio: a sua visão estratégica e comercial e a busca de soluções na produção, para dar resposta a esta expansão.[/vc_column_text][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34062″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A Recuperação
Na história entra Manuel Bio, um empresário e gestor originário da zona. O seu pai era associado da Cooperativa e Manuel, por herança, foi ver o que se passava. O que descobriu deixou-o assustado. Mas, como bom filho da terra, propôs-se ajudar. Os seus préstimos na área de gestão (especialmente na área comercial) acabaram por levá-lo à presidência da direcção, em 2007. Manuel Bio tomou conta do negócio e conseguiu, em poucos anos, não só dar credibilidade como também recuperar a colaboração de quase todos os associados; na verdade, sem receber, muitos estavam a entregar a uva a outros produtores de vinho da região alentejana. Pior ainda, outros abandonaram a vinha, seja por idade avançada, seja por venda de licenças de plantação para outras sub-regiões; ou ainda pela simples falta de dinheiro ou motivação para tratar a vinha. Ou tudo junto… “Em dez anos houve uma redução drástica na produção de uva”, considera José Piteira, que observava de perto esta situação.[/vc_column_text][vc_column_text]A vinha da Aldeia da Luz
Com pouca uva, a primeira grande ajuda passou pela vinha da Aldeia da Luz. Para quem não sabe, o enchimento da albufeira do Alqueva submergiu a aldeia original e, em compensação, o estado português fez uma nova aldeia mais acima, respeitando ao máximo o que as pessoas já tinham em termos de áreas e inclusive tentou manter as mesmas vizinhanças. O estado não só ‘ofereceu’ uma vinha ali ao pé, com parcelas atribuídas a cada morador, como investiu cerca de 1 milhão de euros na modernização da Adega da Cooperativa da Granja, para receber e vinificar essas uvas. Estamos a falar de vinha de tamanho considerável, com 80 hectares. Ora, toda a uva vai para a cooperativa de Granja, que beneficiou, e muito, desta solução. Até porque, diz José Piteira, “esta vinha dá uvas de muito boa qualidade”.
Actualmente a Granja Amareleja produz mais de 2 milhões de litros de vinho, quase 90% de tinto. Mas há 40 anos, essa quantidade era, pelo menos, duas vezes maior. E era, em grande maioria, vinho branco! Ficamos boquiabertos. Porquê, se estamos provavelmente na região mais quente de Portugal? José Piteira dá duas hipóteses: “já vem do tempo dos romanos; e depois aqui, numa taberna, quando você pede um copo de vinho, dão-lhe um branco. Se for em Reguengos (ali a 20 Km), esse copo é de tinto”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34061″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” bg_color=”#f4f4f4″ scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Abegoaria, uma jóia a crescer no Alqueva” title_align=”separator_align_left” align=”align_left”][vc_column_text]Mais recentemente, Manuel Bio adquiriu uma herdade nos arredores de Mourão, com cerca de 500 hectares de terra. A Herdade da Abegoaria é uma pequena jóia, que começa no enorme muro que rodeia as muitas edificações e termina na espantosa entrada, adornada por dois torreões que servem de depósitos de água. Pouco comum no Alentejo, para não dizer único, cortesia de influências espanholas. O território espanhol está a menos de 4 quilómetros! Coincidência curiosa, esta herdade era refúgio de caça de gente poderosa e o próprio Conde de Barcelona – avô do rei de Espanha – tinha aqui o seu quarto.
Ao redor do enorme monte nasceu há dois anos uma vinha com cerca de 55 hectares. Manuel Bio queria mais, mas as autoridades não deixaram: esta é uma área protegida, porque frequentada por espécies migratórias, especialmente Grous e Abetardas, aves de grande tamanho. Mas descansem os enófilos, vão existir uvas mais do que suficientes para fazer vinho em boa quantidade. E aqui o objectivo é claro: fazer os melhores vinhos que for possível, com o melhor enólogo. A adega também já está planeada. Este vai ser aquilo que Manuel Bio apelida de “projecto de referência no Alentejo”, e vai incluir um hotel de 28 quartos e enoturismo a condizer. Na forja está a possibilidade, por exemplo, de os hóspedes poderem fazer os seus próprios vinhos. E têm muitas castas ao dispor, tanto tintas como brancas.
Em 2020, Manuel Bio espera ter quase tudo pronto. Um dos braços da albufeira do Alqueva está ali próximo e o ambiente circundante é muito bonito. A Abegoaria é definitivamente um projecto a seguir com muita atenção.[/vc_column_text][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34064″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]As castas da margem esquerda
José Piteira avança ainda outra razão: a casta branca Diagalves, que, tal como a tinta Moreto, se dá muito bem com o calor, quase sem perder frescura. Este é o terroir certo para estas duas castas, possivelmente as que melhor se adaptam às (potenciais) alterações climáticas que aí vêm. E o resto das brancas eram companheiros de viagem, como a Manteúdo, o Rabo de Ovelha, o Roupeiro ou o Perrum. E, para o provar, Piteira avança-nos um copo de um ‘talha’ branco de 1999, ainda cheio de vida e frescura. Impressionante…
Outra curiosidade: a partir de Mourão em direcção à Amareleja, o solo vai passa de granito a xisto. Amareleja é assim de predomínio xistoso, um pouco como no Douro, com algumas partes de areia. “É nestas terras pobres que o Moreto atinge o seu auge”, considera Piteira. Essas uvas são mais bem pagas à entrada da adega, para incentivar a sua continuação e, inclusive, ampliação de área.[/vc_column_text][vc_column_text]Uma região difícil
Reguengos, fora desta sub-região, tem 12 grandes produtores de vinho. Aqui só existe a cooperativa, um dos maiores empregadores da zona. De facto, a Granja Amareleja possui um generoso corpo de pessoal, mas é de propósito: é uma forma de manter emprego nesta zona, mesmo à custa de alguma rentabilidade. Ou seja, existe aqui consciência social, provavelmente compensando algum distanciamento dos centros de poder. Na verdade, José Piteira considera que a Granja-Amareleja tem sido votada a algum esquecimento, até pelas entidades vitivinícolas e universitárias. Menos mal que dois professores do Instituto Superior de Agronomia aparecem por aqui com frequência: Virgílio Loureiro (já jubilado) e Manuel Malfeito Ferreira são consultores da adega há vários anos. Virgílio Loureiro está aqui desde 2009 e ajudou à formação de José Piteira, ele próprio um autodidacta, mas com grande experiência em vinhos de talha, que começou a fazer desde adolescente, com o padrinho.
Com nova gestão, a adega foi-se modernizando, e não só em equipamentos. Mas a mais-valia continua a ser o seu terroir e o seu conjunto de castas, algumas inéditas no resto do mundo. Melhor ainda: considerando o clima quente e seco, fazer viticultura biológica será mais fácil que em qualquer outro lado. Tudo isto para dizer que, num mundo onde a diferença é cada vez mais valorizada, diz José Piteira com um sorriso nos lábios, “nós estamos mais perto do que muitos outros, porque não nos actualizámos e modernizámos tanto ao longo dos anos”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34063″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” bg_color=”#f4f4f4″ scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Três perguntas a Manuel Bio” title_align=”separator_align_left” align=”align_left”][vc_column_text]O que o levou a investir numa cooperativa que estaria à beira da falência?
A Cooperativa estava em falência. No entanto, sempre tive uma visão social das empresas e acredito que quem melhor defende a pequena agricultura e os pequenos agricultores são o associativismo e o cooperativismo. Assim não tive dúvidas que o caminho que iria percorrer, passava pela sua recuperação e nunca a deixar cair para depois adquirir os activos. Na verdade, o que construímos foi muito mais do que uma cooperativa, foi uma associação de várias entidades com uma gestão profissional e com o objetivo claro de melhorar o rendimento de todos, dinamizando a economia local e criando postos de trabalho. Esta “Coooperativa” (Cooperativa, Empresas Privadas, Associações) emprega em média mais de 60 pessoas por ano e está de muito boa saúde, apresentando hoje excelentes resultados e libertando anualmente um valor significativo para reinvestir na adega.

Considerando o chamado aquecimento global, não tem receio do futuro agrícola desta sub-região?
Temperaturas extremas há muitos que as temos neste território e cresci aqui com dias de 45 graus em Agosto. As castas que aqui encontramos já estão adaptadas a esse clima. As nossas vindimas para produzir os nossos vinhos de Talha, sempre foram feitas em final de Setembro ou início de Outubro, só assim conseguimos ter adegas climatizadas para uma boa fermentação dos vinhos dentro das talhas .

Que podemos esperar para os próximos anos da Granja Amareleja?
Hoje a Adega da Granja Amareleja tem mais de 95% de produção da região e isso duplica a nossa responsabilidade. Os grandes objectivos estão traçados:
1. Investir mais de 2 milhões de euros na Adega, criando um novo pavilhão de engarrafamento, uma completa recuperação do exterior da Adega, criar um grande espaço de enoturismo e aumentar a capacidade de produção em 50%.
2. Ser a Adega “Coooperativa” que melhor paga a uva dos seus associados. Este objectivo queremos atingi-lo em 2022 (até lá temos de concretizar os investimentos de 2 milhões de Euros).[/vc_column_text][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição Nº21, Janeiro 2019

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Ervideira eleva a fasquia com vinho super-premium

O produtor do Alentejo lançou, recentemente, o vinho Conde D’Ervideira 2 Barricas, uma edição especial que se isola no topo da sua gama. A Ervideira disponibilizou apenas 300 garrafas numeradas, de formato Magnum (1500 ml), provenientes de duas barricas de 225 litros, acompanhadas por uma caixa de madeira de nogueira e carvalho, fabricada em Portugal. […]

O produtor do Alentejo lançou, recentemente, o vinho Conde D’Ervideira 2 Barricas, uma edição especial que se isola no topo da sua gama. A Ervideira disponibilizou apenas 300 garrafas numeradas, de formato Magnum (1500 ml), provenientes de duas barricas de 225 litros, acompanhadas por uma caixa de madeira de nogueira e carvalho, fabricada em Portugal. Duarte Leal da Costa, director executivo da Ervideira, explicou: “Criar um vinho como o Conde D’Ervideira – 2 Barricas “é o sonho de qualquer produtor! Nestas 300 garrafas reunimos todo o nosso conhecimento sobre as melhores características dos 160 hectares de vinhas e vinhos da Ervideira. Temos o maior orgulho em poder anunciar que criámos um vinho verdadeiramente extraordinário – que será produzido em anos, também estes verdadeiramente extraordinários, sendo que cada edição terá castas diferentes, garrafa diferente e uma caixa diferente”.
O Conde D’Ervideira 2 Barricas já está disponível no mercado, com um p.v.p. médio entre 450 e 550 Euros. Quanto às castas que o compõem, essas mantêm-se em sigilo.

Dolores Aveiro lança vinhos e azeite no El Corte Inglés

Foi no passado dia 6 de Fevereiro que Dolores Aveiro surpreendeu com o lançamento de três vinhos e um azeite. O evento teve lugar no Gourmet Experience do El Corte Inglés de Lisboa, cadeia que detém a exclusividade da venda destes produtos. A mãe de Cristiano Ronaldo confessou ser um sonho que a acompanha desde […]

Foi no passado dia 6 de Fevereiro que Dolores Aveiro surpreendeu com o lançamento de três vinhos e um azeite. O evento teve lugar no Gourmet Experience do El Corte Inglés de Lisboa, cadeia que detém a exclusividade da venda destes produtos.
A mãe de Cristiano Ronaldo confessou ser um sonho que a acompanha desde jovem e reforçou o carinho com que abraça o seu novo projecto, feito em parceria com a Queijaria Nacional.
Os vinhos Dolores Aveiro têm origem no Alentejo. O tinto, de Touriga Nacional e Syrah, que estagiou doze meses em barricas de carvalho francês e o branco tem Antão Vaz e Verdelho, de vinhas da Vidigueira. Já o Rosé é feito de Aragonez e Touriga Nacional. O azeite extra virgem tem também o nome de Dolores e provém da mesma região.
Será que algum dia também veremos o “melhor do mundo” a lançar um vinho? Vamos esperar que se inspire no sonho familiar…

Casa Relvas lança edição limitada com Xutos & Pontapés

A Casa Relvas apresentou agora a edição limitada Xutos & Pontapés Edição Especial 40 Anos 1979 – 2019, um vinho que vem comemorar uma parceria de 10 anos com a banda portuguesa, e assinalar o quadragésimo aniversário das “lendas” do rock nacional. Uma década depois da primeira colaboração entre os músicos e o produtor do […]

A Casa Relvas apresentou agora a edição limitada Xutos & Pontapés Edição Especial 40 Anos 1979 – 2019, um vinho que vem comemorar uma parceria de 10 anos com a banda portuguesa, e assinalar o quadragésimo aniversário das “lendas” do rock nacional.
Uma década depois da primeira colaboração entre os músicos e o produtor do Alentejo em 2009, para comemoração dos 30 anos da banda, a Casa Relvas apresentou o novo vinho da Herdade São Miguel, feito de Alicante Bouschet, Touriga Franca e Touriga Nacional.
Alexandre Relvas afirma: “Tal como os elementos da banda rock mais acarinhada do país, este vinho tem um forte carácter, e é para nós um prazer renovar esta parceria que desde 2009 nos tem permitido fazer este tributo aos Xutos”.
São 4000 garrafas, disponíveis para compram em www.xutos40anos.com e em garrafeiras por todo o país.

Das talhas aos potes, barro para todos os gostos

É neste nosso querido mês de novembro que as talhas são abertas um pouco por todo o Alentejo. Sucede que a talha já virou moda, e encontramos brancos e tintos, fermentados e/ou estagiados em barro, um pouco por todo o país e com vários feitios. Venha conhecê-los! TEXTO Nuno de Oliveira Garcia FOTOS Ricardo Palma […]

É neste nosso querido mês de novembro que as talhas são abertas um pouco por todo o Alentejo. Sucede que a talha já virou moda, e encontramos brancos e tintos, fermentados e/ou estagiados em barro, um pouco por todo o país e com vários feitios. Venha conhecê-los!

TEXTO Nuno de Oliveira Garcia
FOTOS Ricardo Palma Veiga

Não há dúvidas que a talha está na moda. Até o consumidor menos atento já se deparou com vinhos que orgulhosamente exibem no rótulo um depósito de barro e indicam ter fermentado ou estagiado neste tipo de depósito. A verdade é que a talha é uma preciosidade histórica, uma vez que existe, enquanto depósito de vinho, desde a época romana, ou seja, há sensivelmente mais de dois mil anos.
Como o leitor já poderá saber, uma talha é um pote de barro com grandes dimensões, com maior ou menor porosidade de acordo com o tipo de argila de que é feito, e com a finalidade de permitir a fermentação de mostos e eventual posterior armazenagem durante um curto período. A talha apresenta-se com tamanhos e feitios diferentes, quase sempre dependendo da localidade onde era produzida, mas raramente ultrapassa os dois metros de altura e uma tonelada de peso.
Apesar de já não se encontrarem adegas em funcionamento com centenas de talhas, como acontecia ainda no século XIX, a verdade é que no Alentejo sempre se manteve a tradição de fazer vinho em talha. A crescente procura por talhas – agora sobretudo para vinificação, mas até há bem pouco tempo para efeitos apenas de decoração… – fez aumentar o valor destes depósitos, em especial as verdadeiramente antigas (já nos confrontarmos com algumas datadas do século XVIII, sendo, todavia, mais comum encontrar talhas da primeira metade do século XIX).
Em termos de vinificação e enologia, existem três características essenciais da vinificação em talha que condicionam o produto final. A primeira é o tamanho e forma da talha, que influi diretamente na vinificação do vinho, quer ao nível da mecânica, quer ao nível da temperatura. Em segundo lugar, dentro de uma talha ocorre uma forte concentração do vinho, sobretudo pela oxidação via porosa (e, por vezes, pela ausência de tampa em casos mais extremos), de tal forma que são elevadas as perdas de vinho devido a evaporação. A terceira característica principal é a utilização de pez, muito comum no Alentejo, apesar de, como veremos abaixo, existirem atualmente produtores a evitar utilizá-la.
Efetivamente, o modo clássico de fazer a impermeabilização da talha ocorria pela rebocagem do interior da talha com resina de pinheiro – denominada pez louro –, à qual se poderia adicionar, conforme a receita do pesgador e a preferência do produtor, alguns outros produtos naturais, como cera de abelha, por exemplo. Evidentemente que a pez transmite ao vinho aromas e sabores particulares, e são esses aromas que alguns produtores procuram manter e outros evitar. À semelhança das barricas novas, quantas mais colheitas passarem por uma talha pesgada (sem que seja novamente pesgada) menos o vinho final é influenciado pela pez. Tradicionalmente também, a fermentação ocorre com as massas vínicas, sendo estas mexidas com um rodo de madeira de ponta oval várias vezes por dia, incluindo durante a noite, a fim de procurar evitar que as massas à superfície obstruam a boca da talha e originem o seu rebentamento (o que era comum, diga-se).
Tradição viva
Apesar de a produção de vinhos em talha se ter mantido no Alentejo, a verdade é que eram poucas as marcas e os enólogos que apostavam neste nicho. A par da Vitifrades – Associação de Desenvolvimento Local fundada em 1998 em Vila de Frades (concelho de Vidigueira) com a intenção de promover, precisamente, o vinho de talha – e mais um ou outro produtor – como a casa Amareleza e a José de Sousa – pouco mais existia até há alguns anos. A produção era quase toda artesanal, muitas vezes feita em casa, e era consumida nas adegas e tabernas.
Mas tudo isso mudou, e hoje em dia são poucos os profissionais de enologia que não têm curiosidade em produzir vinhos utilizando este método ancestral. Por isso, alguns projetos pessoais de reputados enólogos encontram-se presentes nesta nossa seleção, caso dos vinhos de António Maçanita (Fita Preta), um dos primeiros a apostar no regresso da talha, e, mais recentemente, de Filipa Pato (Post-Quer..s). No que respeita a Maçanita, e como é seu apanágio, o vinho por si produzido tem tanto de original como de inovador – por um lado, utiliza a talha para fermentar as uvas, por outro lado, fá-lo sem recurso às massas e com controlo de temperatura. Igualmente prova do carácter inventivo que a talha também proporciona é o facto de o tinto produzido por outra enóloga conceituada, Susana Esteban (Sidecar), assentar num lote que junta castas tradicionais da serra de São Mamede com, imagine-se, Baga da Bairrada…
Outros enólogos ainda, como Hamilton Reis e Bernardo Cabral, confirmaram-nos também que há muito tempo que sentiam a vontade de produzir um vinho com utilização de barro e que acabaram mesmo por incentivar os respetivos produtores onde colaboram (Cortes de Cima e Companhia das Lezírias, respetivamente) a seguir essa via. Ambos optaram pela utilização de ânforas de barro puro e de menor dimensão, e apenas para efeito de estágio, privilegiando a natural evaporação e concentração do vinho, mas sem os aromas a pez.
Se com as primeiras colheitas de novos produtores poderíamos entender que se tratava essencialmente de experiências, atualmente – isto é, com vários vinhos já lançados no mercado – não temos dúvidas de que a experimentação conduziu à criação de novos produtos, por ora ainda de nicho, mas em franca expansão também ao nível da exportação. A tendência mundial centrada na procura de vinhos tidos por mais naturais é muito favorável à expansão do vinho de talha. Vinhos como Art.Terra Amphora (Herdade de São Miguel/Casa Relvas) e Herdade do Rocim Amphora são sucessos além-fronteiras.
De facto, alguns produtores olham para a talha como a oportunidade de fazerem um vinho cada vez mais natural, seguindo uma filosofia de outros vinhos do seu portefólio, como sucede, por exemplo, com Vasco Croft (Casal do Paço Padreiro/Aphros Wine), que não hesitou em colocar algumas das suas melhores uvas de Loureiro dentro de uma talha. A associação a um vinho natural é potenciada pelo curioso rótulo da garrafa do Phaunus Amphora, na qual se explicita que as operações de colheita, desengaço e pisa da uva são artesanais.
Método reconhecido desde 2010
Também a Herdade do Esporão não quis perder o comboio dos vinhos cada vez mais minimalistas no que respeita a enologia (a par das preocupações ambientais, pois já conta com mais de 700ha de vinhas e olivais potenciadas pelo Modo de Produção Biológico), e produz um tinto a partir da casta Moreto, uva muito presente nos lotes tradicionais de vinhos de talha, proveniente de uma vinha plantada há 50 anos na Granja Amareleja. O vinho é certificado como ‘vinho de talha’ e, por isso, segue o método clássico de fermentação em talha revestida com pez louro e conduzida por leveduras indígenas. O vinho é mantido em contacto com as massas vínicas até 26 de novembro de cada ano e a fermentação malolática ocorre na talha.
A vinificação em talha foi reconhecida como método tradicional para a elaboração de vinho pela Portaria n.º 296/2010, de 1 de junho e com direito a uso da referida Denominação de Origem (DO). De resto, encontra-se aprovado um regulamento que disciplina a utilização da designação “Vinho de Talha” a vinhos brancos, tintos, rosados ou rosés, segundo o qual, para além da obrigação de impermeabilização das talhas e desengace das uvas, impõe-se que as massas vínicas sejam mantidas dentro da talha pelo menos até 11 de novembro do ano no qual ocorre a vinificação. De resto, o mesmo regulamento é expresso no sentido de que os vinhos com a designação “Vinho de Talha” têm de apresentar as mesmas características físico-químicas previstas para os restantes DO Alentejo, bem como do ponto de vista organolético no que respeita à cor, limpidez, aroma e sabor, ainda que levando em consideração a especificidade tecnológica do vinho de talha.
Segue igualmente o método clássico o vinho de talha do produtor Amareleza Vinhos (José Piteira), incluindo esmagamento em ripanço (mesa de desengace típica da região) e fermentação em talha, neste caso de 2000 litros. De resto, são já vários os vinhos certificados como ‘vinhos de talha’ (veja-se que são a maioria na nossa escolha), homenageando o passado do vinho alentejano, com alguns deles a alcançar um nível de qualidade verdadeiramente invejável, caso do tinto Bojador. Igualmente a um nível altíssimo encontra-se o branco Puro de Talha da José de Sousa, um dos mais fiéis representantes da fermentação em talha que privilegia ainda o estágio em ânfora durante vários meses com um filme de azeite no topo para prevenir oxidações. Um verdadeiro must!
Destaque final para as médias de pontuações e do preço dos vários vinhos provados, ambas muito elevadas, a comprovar que o trabalho feito em menos de uma década nos vinhos de talha, e nos vinhos com utilização de barro, é absolutamente extraordinário, algo só possível num país que nunca perdeu os seus costumes, mesmo os mais vetustos.

Há um Monumento Nacional no Esporão

O Complexo Arqueológico dos Perdigões é um sítio arqueológico pré-histórico com mais de 16 hectares, construído por diversas comunidades entre os anos 3500 e 2000 A.C. Situando-se a cinco quilómetros da Herdade do Esporão, em Reguengos de Monsaraz, foi agora aprovado, em Conselho de Ministros, como Sítio de Interesse Nacional/Monumento Nacional. Este Complexo inclui um […]

O Complexo Arqueológico dos Perdigões é um sítio arqueológico pré-histórico com mais de 16 hectares, construído por diversas comunidades entre os anos 3500 e 2000 A.C. Situando-se a cinco quilómetros da Herdade do Esporão, em Reguengos de Monsaraz, foi agora aprovado, em Conselho de Ministros, como Sítio de Interesse Nacional/Monumento Nacional.
Este Complexo inclui um santuário megalítico, com vários menires, um vasto conjunto de recintos cerimoniais delimitados por fossos concêntricos, e outros monumentos de contexto funerário. Algumas das peças mais relevantes, provenientes das escavações, estão expostas na Torre do Esporão, que acolhe o Museu Arqueológico do Complexo dos Perdigões.
O Esporão assumiu, aquando da descoberta deste sítio em 1996, a responsabilidade pela salvaguarda, protecção e divulgação do conjunto patrimonial, votando não plantar vinha nessa área e participando financeiramente na investigação científica.
Nos programas de enoturismo da empresa estão disponíveis visitas ao local, enquanto decorrerem as escavações arqueológicas, e também ao Centro Histórico, onde se encontra parte do espólio.

Alentejo, terra de grandes tintos

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Provámos quase quarenta vinhos e os resultados confirmaram o que já sabíamos: a região gera grandes tintos e eles vêm de zonas tão distintas quanto Beja ou a serra de São Mamede. O actual Alentejo, que é […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Provámos quase quarenta vinhos e os resultados confirmaram o que já sabíamos: a região gera grandes tintos e eles vêm de zonas tão distintas quanto Beja ou a serra de São Mamede. O actual Alentejo, que é muito mais diverso do que se poderia imaginar, já pouco tributário é das castas de antigamente, mas há quem teime no regresso à tradição. Tudo isto com alterações climáticas pelo meio.

TEXTO João Paulo Martins
FOTOS Ricardo Palma Veiga

Os vinhos alentejanos continuam a ter a preferência dos consumidores nacionais. A palavra Alentejo soa, a muitos enófilos, como vinho de qualidade, encorpado, macio e fácil de beber, que se consegue consumir jovem, sem ter de esperar muito por ele. Só vantagens, em época em que tudo se faz no momento e a paciência da espera é coisa do passado. Os tintos são ainda hoje a principal produção da região. É que, dos cerca de 21.300 hectares plantados e aptos à produção de vinho com Denominação de Origem ou Indicação Geográfica (dados de 2017), cerca de 16.500 estão ocupados pelas castas tintas, com a restante área reservada a brancos.
As castas plantadas têm importância muito diversa e não são usadas da mesma forma para todos os lotes de vinho. Assim, apesar da importância crescente da Alicante Bouschet nos grandes vinhos da região (ver caixa), ela está muito longe de ser actualmente a casta mais plantada; esse lugar pertence, com grande destaque, à Aragonez e, de seguida, à Trincadeira, ou seja, as castas tradicionais da região ainda são as mais plantadas, ocupando um pouco mais de 44% da área de vinha. A própria tinta Castelão, actualmente arredada da primeira fila quando o assunto são os grandes vinhos, ainda tem uma presença muito forte, com mais de 1000 hectares plantados.
Temos assim dois tipos de Alentejo, o das marcas de referência, dos vinhos que fazem os consumidores falar, dos que são cobiçados e caros e que, há que não esquecer, dão nome e prestígio à região; e, depois temos o Alentejo dos tintos genéricos, que estão abundantemente presentes nas grandes superfícies, dos vinhos abordáveis, baratos e bem-feitos e que alegram as refeições e animam as mesas. No primeiro grupo vamos, como se imagina, incluir também a Syrah e a Touriga Nacional e, de forma mais marginal, a Cabernet Sauvignon (que ainda ultrapassa os 800ha), com uns “temperos” de Alfrocheiro e Touriga Franca.
De 2015 para 2017 a Touriga Nacional ultrapassou a Castelão em área de vinha, a Alicante Bouschet foi a que mais cresceu e a Trincadeira a que mais diminuiu de área. A Touriga Nacional, lembra Luís Cabral de Almeida, enólogo da Herdade do Peso, “como tem um ciclo longo e confere boa frescura aos vinhos pode ser um bom complemento para as castas que formam o núcleo duro, a Alicante Bouschet e a Syrah. Mas nos vinhos há vários Alicante Bouschet e não apenas um e isso ficou para mim bem claro quando tomei agora contacto com as vinhas da serra de São Mamede: feitos da mesma maneira obtiveram-se dois vinhos de Alicante completamente distintos”, disse.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32597″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Este é o novo Alentejo, aquele com que se pretende projectar a região como geradora de vinhos de referência, em Portugal e no estrangeiro. A preferência dos consumidores é clara, já que cerca de 40% do que se consome entre nós tem origem no Alentejo. No entanto, se falarmos com responsáveis de garrafeiras, verificamos que no Norte há um menor interesse nos tintos do Alentejo, exceptuando-se as marcas mais clássicas. Ivone Ribeiro (Garage Wines) diz-nos que que o que mais vende é Douro e em seguida os tintos do Dão, Alentejo muito pouco. Na Garrafeira Tio Pepe, também no Porto, a quebra tem sido significativa, uma vez que “em 1995, por exemplo, era a região que tinha mais procura mas de então para cá tem vindo a decair embora se note o interesse por especialidades, coisas originais, vinhos de talha”. “Só nesta época do Natal e por via de encomendas de empresas para prendas natalícias é que o negócio dos tintos alentejanos anima um pouco”, confirmou Luís Cândido, o proprietário. Uma situação completamente diferente da que encontramos no centro e sul do país, e sobretudo na região da Grande Lisboa, tradicionalmente um excelente mercado para os vinhos alentejanos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” equal_height=”yes” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_custom_heading text=”Há mais do que um Alentejo” font_container=”tag:h6|text_align:left” google_fonts=”font_family:ABeeZee%3Aregular%2Citalic|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”][vc_column_text]O consumo interno absorve a grande fatia da produção mas a exportação tem-se diversificado – abrange 118 países –, apesar de estar assente sobretudo em três mercados: Angola, Brasil e Estados Unidos. Fica a pergunta: que Alentejo queremos promover, que estilo queremos privilegiar? Para Paulo Laureano, enólogo e produtor, o Alentejo precisa de se mostrar como realmente é: uma manta de retalhos (sic), uma região muito diversa mas onde as diferenças não são suficientemente explicadas aos consumidores. “Até na zona da Vidigueira, que é a que conheço melhor, há diferenças enormes, logo a começar nos solos e exposições e a zona mais perto da fronteira com Espanha tem muito pouco a ver com a zona mais a oeste, mais marcada pela influência atlântica”, especifica.
É esta ideia de diversidade que poderia eventualmente levar a uma nova reorganização das sub-regiões do Alentejo, mas a CVR diz-nos que não estão para já em cima da mesa decisões nesse campo, apesar de haver debate no âmbito do Conselho Geral, a entidade que pode mudar o estado das coisas no que respeita ao desenho das regiões com direito a Denominação de Origem (DO). O consumidor depara-se com muito mais frequência com vinhos que têm a indicação Regional Alentejano do que com vinhos DOC Alentejo. [/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”20″][image_with_animation image_url=”32599″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” equal_height=”yes” bg_color=”#e2e2e2″ scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”A marca do Alicante Bouschet” color=”black”][vc_column_text]Avaliando as castas que integraram os vinhos provados, ressalta uma evidência: a crescente importância da casta Alicante Bouschet nos vinhos do Alentejo. Dir-se-ia que começa a ser difícil pensar-se num grande tinto do Alentejo que não a tenha no lote. Com frequência, com a companhia da Syrah e Touriga Nacional. Esta situação é relativamente nova na região, já que há 30 anos a Alicante Bouschet apenas tinha posição predominante em duas propriedades, a Quinta do Carmo e a Herdade do Mouchão. Houve uma enorme renovação dos vinhedos e os produtores descobriram na Alicante a casta que lhes confere consistência aos vinhos, uma vez que produz quase sempre bem e pode ter expressões diferentes conforme o local onde está plantada. Quer Paulo Laureano quer Luís Cabral de Almeida, ambos enólogos na região, apontam-lhe imensas virtudes, mas reconhecem que o Alicante Bouschet da serra de São Mamede nada tem a ver com o da Vidigueira, por exemplo. Mas Luís não tem dúvidas em afirmar que “o Alicante Bouschet está para o Alentejo tal como o Malbec está para Mendoza, na Argentina”, querendo com isto salientar que pode ser a espinha dorsal dos tintos da região. Mas a procura de novas castas por parte de alguns produtores continua e recentemente a CVR Alentejo aprovou, com o acordo do IVV, o pedido de reconhecimento para certificação de 14 castas novas onde, em tintas, se incluem Cabernet Franc, Carmenère, Camarate, Monvedro, Vinhão e Marselan. Entre tintas e brancas, estamos a falar de 100 hectares destas novas variedades para a região.[/vc_column_text][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”extra-color-1″][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” equal_height=”yes” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_custom_heading text=”Há mais do que um Alentejo” font_container=”tag:h6|text_align:left” google_fonts=”font_family:ABeeZee%3Aregular%2Citalic|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”][vc_column_text]Durante muito tempo isto decorreu das limitações geográficas que existiam para que um vinho tivesse direito à DO, mas, e ainda segundo a CVR Alentejana, actualmente cerca de 73% da área de vinha está inserida nas oito regiões que têm direito à DO Alentejo. A realidade encarrega-se de baralhar estes dados, já que a maioria dos vinhos comercializados são Regional Alentejano.
O grande desafio para o futuro pode assentar em dois pilares: manter e mesmo acentuar a diversidade dos vinhos, conseguindo-se que eles espelhem as diversas zonas onde nascem e, em segundo lugar, perceber que as alterações climáticas nos poderão fazer regressar a variedades que, sendo antigas e fora de moda, mostraram ao longo do tempo uma boa adaptação à região, como a Tinta Grossa, a mal-amada Trincadeira, a Moreto, entre outras tintas; ou a Perrum, nos brancos.
O Alentejo, como alguém me dizia, não pode estar satisfeito por estar a servir cachorros quentes e ter uma grande fila de gente para os comprar; com o tempo, os consumidores enjoam-se de cachorros quentes e depois querem outras coisas e a região tem de estar preparada para diversificar, mudar o que for para mudar e não se dar por satisfeita. Costuma dizer-se que o Alentejo está na moda, mas, como lembra Laureano, “estar na moda é, no sector dos vinhos, um conceito muito perigoso”: “Estar permanentemente a optar por castas que geram vinhos fáceis mas sem história pode ser um caminho, mas para mim é para evitar.”
O Alentejo é um mundo, portanto, em diversidade, qualidade, preço. É líder nos vinhos de volume, como se sabe. Mas também no segmento superior do mercado, nos tintos de nicho, como ficou demonstrado na nossa prova, a região mostra dar muito boa conta de si.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32600″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Em Prova” title_align=”separator_align_left” color=”custom” accent_color=”#888888″][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição Nº19, Novembro 2018

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