ALENTEJO PREMIUM: Brancos com ambição

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Vinhos brancos de grande qualidade e para todos os gostos revelam uma região cada vez mais diversificada. Se o Arinto aporta, muitas vezes, acidez e frescura aos lotes com Antão Vaz, o leque das castas utilizadas não se fica por aqui…

Texto: Nuno de Oliveira Garcia
Fotos: Ricardo Palma Veiga

A história ensina-nos que o Alentejo foi, durante séculos, uma terra com brancos afamados. A confirmar esse passado de vinhos brancos, temos a existência de mais uma dezena de castas brancas tradicionais – Antão Vaz, Arinto, Fernão Pires, Perrum, Roupeiro, Rabo de Ovelha, Manteúdo, Trincadeira das Pratas, Tamarez, Alicante Branco e Diagalves –, e pelo menos dois terroirs historicamente famosos pelos brancos, caso dos míticos ‘brancos da Vidigueira’ e dos conceituados ‘brancos de Beja’. Também no Alentejo das talhas, nas adegas e tabernas, era (e em certos locais ainda é) o branco o vinho maioritário e o preferido. Às referidas castas poderíamos juntar as variedades Verdelho (muitas vezes Verdejo…) e Gouveio, cada vez mais utilizadas, bem como as denominadas ‘castas melhoradoras’ como seja as nortenhas Alvarinho e o Viosinho, e a francesa Viognier, introduzidas em força nos anos ‘90. O igualmente francês Chardonnay também aparece amiúde e por regra com qualidade sobretudo a norte da região.
Todavia, no final dos anos ’70, e após mais de três décadas cativa do estigma de ser o ‘celeiro de Portugal’, o renascimento da região centrou-se na produção de tintos, à revelia da sua tradição centenária.
Efetivamente, os anos ’80 e a primeira metade dos ’90 foram de aposta na vinha tinta no Alentejo, com vários novos produtores a anteverem que a combinação de um clima tendencialmente quente, solos de boa produção (ainda hoje a produção média é superior a 8 toneladas por hectare), e um mercado sedento por vinhos tintos jovens de taninos maduros, era uma ‘aposta ganha’. E foi; pois o Alentejo tornou-se, em pouco mais de uma década, na região líder no mercado nacional nos vinhos tintos, tanto ao nível da quota de mercado em volume, como em valor, na categoria de vinhos engarrafados de qualidade com classificação DOC e IG, representando quase um ¼ das exportações nacionais de vinhos com aquela classificação.
Sucede que, com o aproximar do novo milénio, e com novos perfis de consumidores cada vez mais à procura de vinhos frescos e leves (acompanhando a tendência internacional, diga-se), os brancos voltaram a ganhar terreno na região, de tal modo que muitos hectares (re)plantados com castas tintas nos anos ’70 voltariam a ser enxertados com castas brancas na segunda metade dos anos ’90. Atualmente, cerca de 25% do encepamento é branco, o que significa uma franca recuperação em relação ao passado recente, com as sub-regiões da Vidigueira, Borba e Reguengos a liderar na área de vinha branca cadastrada.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]E se é verdade que as ditas ‘castas melhoradoras’ se revelaram úteis para produzir em quantidade e qualidade (fundamentais, por exemplo, para a produção de vinhos de sucesso com preço entre €3,5 e €6,5), também o é que muitos produtores buscam atualmente cada vez mais uma matriz regional que distinga os seus produtos dos restantes produzidos pelo país.
Sucede que, com o aproximar do novo milénio, e com novos perfis de consumidores cada vez mais à procura de vinhos frescos e leves (acompanhando a tendência internacional, diga-se), os brancos voltaram a ganhar terreno na região, de tal modo que muitos hectares (re)plantados com castas tintas nos anos ’70 voltariam a ser enxertados com castas brancas na segunda metade dos anos ’90. Atualmente, cerca de 25% do encepamento é branco, o que significa uma franca recuperação em relação ao passado recente, com as sub-regiões da Vidigueira, Borba e Reguengos a liderar na área de vinha branca cadastrada. E se é verdade que as ditas ‘castas melhoradoras’ se revelaram úteis para produzir em quantidade e qualidade (fundamentais, por exemplo, para a produção de vinhos de sucesso com preço entre €3,5 e €6,5), também o é que muitos produtores buscam atualmente cada vez mais uma matriz regional que distinga os seus produtos dos restantes produzidos pelo país.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34346″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Identidade com diversidade”][vc_column_text]Neste âmbito, a conjugação das castas Antão Vaz e Arinto é das que mais sucesso reúne, como demonstra o presente painel onde a parelha é claramente dominante. A estrutura, sabor e firmeza, da primeira uva unem-se na perfeição com a acidez, tensão e mineralidade, da segunda. A completar o triângulo dourado das castas, o Roupeiro – uva disseminada no passado, depois caída em desgraça e agora de novo mais utilizada em vinhos com ambição – transfere perfume citrino e poder de atração. Das três variedades, é grande a tentação em destacar o Antão Vaz, mas, rigorosamente, é o Arinto que mais aparece nos lotes, e que é mais transversal à região.
Sucede, que o Alentejo é uma região enorme, com distâncias significativas entre os limites Norte e Sul, e entre os limites Este e o Oeste. Com quase 22 mil hectares de vinha apta à produção de vinho com Denominação de Origem ou Indicação Geográfica, o Alentejo é um país dentro do país, com diferentes climas e solos. Por isso, a utilização das castas ditas regionais não é sequer uniforme, como sucede, por exemplo, com o Antão Vaz que tem dificuldade em amadurecer a norte de Évora e em regiões húmidas próximas do litoral. A existência de oito sub-regiões de Denominação de Origem, e a circunstância de se produzir vinho um pouco por toda a região – do litoral vicentino ao norte de Portalegre, passando por Montemor – faz da reunião alentejana um labirinto apaixonante para os consumidores exigentes que procuram diversidade. Por isso, podemos encontrar, no limite norte da região, um Chardonnay estagiado em barrica com uma frescura surpreendente (Monte da Raposinha), mas também um blend de Viognier da Vidigueira com Alvarinho e Sauvignon Blanc do litoral costeiro (Cortes de Cima), entre tantas outras variações e declinações.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34344″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Castas brancas do Alentejo” color=”black”][vc_column_text]Antão Vaz é considerada a casta bandeira do Alentejo. O que não deixa de ser curioso para uma variedade que, no início dos anos 80, era quase inexistente fora da Vidigueira. As noites mais frescas desta sub-região alentejana (influência da serra do Mendro) conferem mais frescura, equilíbrio e mineralidade, sobretudo quando plantada em solos de xisto e granito. Fora da Vidigueira, precisa muitas vezes do apoio de uma casta mais ácida. Fruto expressivo, corpo, elegância, são alguns dos seus atributos.

Até à ascensão da Antão Vaz, a Síria (ou Roupeiro, como é conhecida localmente) era a rainha das uvas brancas alentejanas. Ainda hoje mantém o segundo posto, mas longe do predomínio de outrora. Origina vinhos muito aromáticos quando jovens, mas não mostra no clima alentejano a resistência ao tempo que revela no planalto da Beira Interior. Ainda assim, continua a ser de grande utilidade nos lotes.

Arinto é a parceira ideal da Antão Vaz, conferindo-lhe a acidez e frescura que por vezes lhe falta. Uva antiga, presente em todo o país, é muito provavelmente a casta branca portuguesa mais útil, pela sua polivalência, adaptabilidade, acidez natural e aromas e sabores citrinos. Na região do Alentejo e sua utilidade é enorme, sendo mais plástica, polivalente e determinante que a própria Antão Vaz.

Fernão Pires e Rabo de Ovelha, são duas castas tradicionais na região (e em quase todo o Portugal continental, na verdade), mantendo ainda uma pequena presença (pouco mais de 5% cada) nas plantações alentejanas. A Fernão Pires origina vinhos de grande intensidade floral e corpo cheio, mas precisa ser vindimada bem cedo, sob pena de perder a acidez e a graça. Tal como a Fernão Pires, a Rabo de Ovelha tem produtividade elevada, e necessita cuidados acrescidos para originar vinhos de qualidade.

Verdelho, Gouveio e Alvarinho (as primeiras duas são muitas vezes confundidas, até pelos próprios produtores) são castas recentes na região, mas em forte expansão. A elegância aromática, o perfume, a capacidade de manter acidez com a maturação são trunfos importantes a seu favor.

Rabo de Ovelha, Perrum, Diagalves, Manteúdo. Juntamente com o Roupeiro, antigamente encontravam-se por todo o Alentejo, mas estão agora em acentuado declínio. Raramente são objecto de atenção nas novas plantações, ainda que se comece a assistir à redescoberta da Perrum, uma casta de grande qualidade, pela acidez e componente mineral que empresta aos vinhos. (LL)[/vc_column_text][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”extra-color-1″][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Um Alentejo por descobrir”][vc_column_text]A respeito da enorme diversidade da região, António Maçanita (Fita Preta) destaca que, mesmo sem sair de Évora e do Redondo, tem tido descobertas recentes de vários terroirs húmidos e com enorme frescura, alguns deles já com vinha relativamente velha, pelo que, afirma, “não há um só Alentejo”. Hamilton Reis (Cortes de Cima) e Bernardo Cabral (Vicentino e Balanches) destacam os desafios do litoral alentejano com maior dificuldade de amadurecimento e algum risco de podridão, aspectos compensados pela inegável vantagem ao nível da preservação da acidez natural da fruta. Por sua vez, Pedro Baptista (Fundação Eugénio Almeida) destaca a heterogeneidade dos solos. O administrador e enólogo contou-nos que plantou, não há muito tempo, a casta Encruzado num afloramento de granito a poucas dezenas de quilómetros de Évora e inserido numa propriedade de relevo acidentado e com muitos outros solos (em especial xisto quer em solos amarelos, quer em solos pardos). Depois de monocastas de Alvarinho e de Viosinho, entre outras, em 2016 o Scala Coeli branco foi produzido a partir precisamente de uva dessa vinha de Encruzado, com o vinho daí resultante a ser um dos vencedores da prova![/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”34343″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Por sua vez, e proveniente de um solo xistoso, a casta Arinto colocou no pódio o produtor Herdade de São Miguel. A propósito do vinho, Alexandre Relvas confessou-nos que desde o início que a empresa separarou um pequeno lote de Arinto, e que o mesmo foi para barricas com a sua evolução monitorizada, mas sem utilização noutros lotes. Daí ter ficado ‘Esquecido’ (denominação comercial do vinho) e, depois de prova recente que confirmou a sua extraordinária qualidade, ter sido decidido o seu engarrafamento em separado.
Por fim, o outro vencedor – Procura Vinhas Velhas –, um branco da Serra de São Mamede, nada mais nada menos do que proveniente de parcelas de uma vinha velha com mais de 80 anos e mistura de castas com baixíssima produção. Susana Esteban, enóloga espanhola de formação, trabalha as várias parcelas desde 2011, sendo que a sua incessante procura da melhor expressão das uvas levou-a a fermentá-las apenas em inox e a estagiar o vinho em barricas da Borgonha verdadeiramente usadas, neste caso, todas com mais de 6 anos. Como se vê, (também) nos brancos, o Alentejo não é um só, é um conjunto que forma um todo. Apaixone-se por ele![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]

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Edição Nº22, Fevereiro 2018

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