Barca Velha 2015: Um Douro (muito) Especial

Para além de ser um vinho histórico, é um vinho cheio de histórias, mais pequenas e pessoais. As histórias de como, quando, onde e em que circunstância se tomou o primeiro contacto com este mítico vinho. Variam as pessoas, os anos e as emoções criadas pelo momento, mas há um denominador comum – o primeiro […]
Para além de ser um vinho histórico, é um vinho cheio de histórias, mais pequenas e pessoais. As histórias de como, quando, onde e em que circunstância se tomou o primeiro contacto com este mítico vinho. Variam as pessoas, os anos e as emoções criadas pelo momento, mas há um denominador comum – o primeiro Barca Velha na vida não se esqueçe. Certamente muitos colegas meus têm uma história para contar. Eu tenho a minha.
Foi em 2010 quando um casal de amigos veio de Moscovo para passar cá as férias. O marido da minha amiga era um homem de negócios, considerava-se apreciador e só bebia vinhos caros italianos e franceses. Naturalmente, perguntou-me qual era o melhor vinho de Portugal, quando entrámos numa garrafeira. Contei-lhe a história do Barca Velha e expliquei que nunca o tinha provado e não posso acrescentar a experiência própria à minha recomendação. O meu amigo comprou, sem pestanejar, duas garrafas do Barca Velha 2000, uma das quais ofereceu-me e disse: “Tens que provar, é para ti.” E provei. Era bem diferente do que estava à espera: não era uma bomba de sabor cheia de potência, mas um vinho extremamente elegante e estruturado, repleto de frescura e com um final tão longo que me impressionou.
Porque é um vinho mítico?
O Barca Velha foi criado em 1952 pelo enólogo/provador da Casa Ferreirinha, Fernando Nicolau de Almeida, perseguindo um sonho de produzir um vinho tinto de alta qualidade no Douro, região onde quase exclusivamente se produzia vinho do Porto na altura. Em condições conseguiu arranjar apenas as uvas. Todo o processo de vinificação foi um enorme desafio, só ultrapassado graças ao engenho e à enorme força de vontade do criador do Barca Velha. Para uma versão completa, recomendo vivamente a leitura do livro “Barca Velha – Histórias de Um Vinho”, de Ana Sofia Fonseca.
O Barca Velha não é declarado todos os anos, pois por muita perícia e cuidados na viticultura e enologia, milagres não existem, e o ano nem sempre entrega a qualidade intrínseca pretendida para um vinho deste nível de exigência.
O estilo muda?
Sim, com certeza. Passaram mais de 70 anos desde a colheita de estreia e muita coisa mudou desde então: as vinhas e as castas que dão origem ao vinho, as práticas de viticultura, as adegas, a tecnologia e o tipo das barricas utilizadas.
Seria ingénuo pensar que o Barca Velha 1952, feito de uvas não desengaçadas (não havia desengaçadores na altura) numas tinas com gelo transportado à noite de Matosinhos para o Douro Superior e estagiado em barricas de carvalho português, bem mais poroso do que o francês, fosse igual ao Barca Velha 2015, produzido com todos os cuidados e atenção nos detalhes, desde a uva até ao mais ínfimo pormenor, em barricas escolhidas propositadamente para este vinho. A composição varietal também é ajustada para garantir a estrutura, complexidade, frescura e potencial de guarda. A Touriga Franca (43%) garante a estrutura juntamente com Touriga Nacional (40%), responsável pelo aroma e complexidade. Ambas são a espinha dorsal do Barca Velha 2015. Pela primeira vez, o Sousão entrou no lote com 10% a conferir tanino e acidez, ultrapassando o Tinto Cão (5%) e a Tinta Roriz (2%) em proporção. As uvas provêm das vinhas de altitudes e locais diferentes da Quinta da Leda e também das propriedades da Casa Ferreirinha nas zonas altas de Meda.
O que se mantém inalterável é a filosofia do vinho, a vontade e a capacidade de alcançar uma perfeição, mesmo que não seja absoluta, conceptual e contextual.
Como se decide um Barca Velha?
Em 1960 foi criado o Reserva Especial, um vinho que é declarado também em anos de excelência, quando a sua expectativa de longevidade é ligeiramente inferior ao Barca Velha.
Os primeiros indícios de um vinho excepcional surgem na vindima. Se assim for, no final do estágio em barrica (cerca de 18 meses) o lote é engarrafado em garrafas borgonhesas (ao contrário dos outros vinhos da Casa Ferreirinha, que vão para as garrafas bordalesas) e, apelidado de “Douro Especial”, inicia o seu estágio de vários anos em cave para sair de lá com o rótulo de Barca Velha ou de Reserva Especial. Ao longo deste tempo, o enólogo responsável por perpetuar o legado, Luís Sottomayor, com a sua equipa, vai provando o vinho e acompanhando a sua evolução. A decisão acaba por não ser espontânea, é antes uma convicção que se cria na sequência de muitas provas. “Às tantas, a decisão que se coloca não é ser, ou não, Barca Velha, mas qual o momento certo para o lançar” – explica o enólogo. Procura-se o momento, quando o vinho começa a ficar pronto. Cada Barca Velha à nascença tem cerca de oito anos de estágio; o 2015 teve nove.
O preço é justo?
Não existe uma resposta binária, tal como não existe uma justiça linear na relação preço/qualidade de um vinho deste gabarito e notoriedade. Neste caso, o preço não é uma transposição directa de qualidade. Há outros mecanismos que o determinam. Um deles é o próprio mercado. Espera-se que no retalho rondará, nesta primeira fase, entre os €800 e €900.
Claro que, para muitos, provar um Barca Velha continuará a ser um sonho, mas sempre há quem veja este preço como irrisório e gaste muito mais em coisas bem mais fúteis.
O Barca Velha transporta, consigo, toda a história dos vinhos tranquilos do Douro, o legado de conhecimento e aprendizagem e todo o potencial, se quiserem. Não me escandaliza o preço do Barca Velha, mesmo não sendo acessível para mim, como para a maioria dos portugueses. Escandaliza-me quando pedem um preço exorbitante para um vinho sem história e sem outro propósito para além de ganhar artificial notoriedade.
Como é o Barca Velha 2015?
São inevitáveis as comparações com os Barca Velha dos anos anteriores. No Barca Velha 2015 Luís Sottomayor reconhece a estrutura, o volume, os taninos e a maturação de 2011 (um ano quente), bem casados com elegância, harmonia, austeridade e acidez de 2008 (um ano mais fresco).
O Barca Velha 2015, como os anteriores que tinha provado, não é sobre o equilíbrio. Este subentende-se. É sobre harmonia. Estaria enganada se dissesse que é um vinho para impressionar a qualquer um. Não é. Exige alguma experiência de prova, alguma bagagem sensorial para o entender e tirar o maior prazer da prova. E, mesmo assim, é preciso tempo de contacto e foco para permitir que o vinho evolua no copo, para o deixar falar.
Com nove anos de idade está ainda no início da sua vida. A evolução que apresenta é imperceptível como idade, sente-se como afinação. Num vinho perfeito não procuramos a perfeição, mas sim uma diferença, algo pessoal. A elegância é um termo de prova vasto, muitas vezes usado e abusado, mas é um termo bem assertivo neste caso. O Barca Velha 2015 está elegante e certamente ganhará ainda mais requinte com a continuação do estágio em garrafa. Ao mesmo tempo há algo irreverente nele, na forma como não se exibe de imediato, como o tanino ainda agarra, na acidez afiada, no corpo enxuto. Não é um vinho para mastigar. É para engolir e, de preferência, com comida. E no final, assumidamente infinito, deixa a sua presença na boca e na memória. E deixo aqui uma última observação: o Barca Velha não é excelente por ser famoso, é famoso por ser excelente. Foram produzidas 16.567 garrafas.
(Artigo publicado na edição de Julho de 2024)
Chegou o Barca Velha 2015

O tão aguardado “novo” Barca Velha já aí está, um ícone do Douro curiosamente apresentado no Alentejo. Foi no cenário clássico do Paço Ducal, em Vila Viçosa, que a Sogrape apresentou ontem o Barca Velha 2015, um vinho que, nas palavras do seu enólogo, Luís Sottomayor, conseguiu unir as características dos seus “irmãos mais velhos”: o volume […]
O tão aguardado “novo” Barca Velha já aí está, um ícone do Douro curiosamente apresentado no Alentejo. Foi no cenário clássico do Paço Ducal, em Vila Viçosa, que a Sogrape apresentou ontem o Barca Velha 2015, um vinho que, nas palavras do seu enólogo, Luís Sottomayor, conseguiu unir as características dos seus “irmãos mais velhos”: o volume e a estrutura do 2011 e a harmonia e a frescura do 2008. É, sem sombra de dúvida, um grandíssimo vinho (outra coisa não seria de esperar de uma marca com este histórico e pergaminhos), com muita classe e sofisticação, colocado no mercado em perfeito momento de prova, mas ainda com muito para crescer na garrafa. Como qualquer Barca Velha, o preço acompanha a qualidade e a notoriedade do nome, e até cresceu face a colheitas anteriores, devendo estar no retalho, nesta primeira fase, entre os €800 e €900.
2015 é ano de Barca-Velha

A mais recente edição de Barca-Velha, um dos vinhos mais icónicos de Portugal, irá chegar ao mercado em Junho próximo. Desde 1952, até hoje, apenas foram lançadas 21 referências, de um tinto que é o expoente máximo da Casa Ferreirinha. “Graciosidade, carácter e persistência” são alguns dos adjetivos que o enólogo Luís de Sottomayor utiliza […]
A mais recente edição de Barca-Velha, um dos vinhos mais icónicos de Portugal, irá chegar ao mercado em Junho próximo. Desde 1952, até hoje, apenas foram lançadas 21 referências, de um tinto que é o expoente máximo da Casa Ferreirinha.
“Graciosidade, carácter e persistência” são alguns dos adjetivos que o enólogo Luís de Sottomayor utiliza para descrever um vinho que destaca pela sua “impressionante capacidade de guarda”. Foi isso que ditou a decisão final de lançamento do Barca-Velha 2015.
Declarado apenas em anos verdadeiramente excecionais, o Barca-Velha é, desde a sua criação, produzido a partir de uvas selecionadas em diferentes altitudes no Douro Superior. A Quinta da Leda, com 170 hectares de vinha, dá atualmente origem à maior parte do lote, que é composto por castas tradicionais da região.
“O anúncio de um novo Barca-Velha é sempre um momento muito especial e de enorme alegria”, salienta Fernando da Cunha Guedes, presidente da Sogrape, acrescentando que “por um lado, há o orgulho de ver nascer um dos mais emblemáticos e reconhecidos vinhos nacionais e, por outro, a consciência do cuidado imprescindível para escrever um novo capítulo, nesta história sem igual no setor vitivinícola”.
O Barca-Velha e eu

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Tudo começou com o 1966. De então para cá tenho acompanhado a história deste vinho icónico. Com percalços e momentos de exaltação, como compete a uma relação que se preze.
TEXTO: João Paulo Martins
Foi na minha juventude, no final dos anos 60, que comecei a ouvir falar neste tinto do Douro. Não liguei. Não só eu não comprava vinhos como não tinha qualquer informação sobre a região, o vinho e a sua história. Mas falava-se, é verdade. Na altura já se dizia que não era um vinho barato, mas para mim era estratosférico.
Foi na segunda metade dos anos 70 que me dispus a comprar uma garrafa, com um intuito comemorativo, após o nascimento da minha filha Rita. Lembro-me que a compra me custou. Mas não doeu muito. À época (1978) eu já comprava vinhos, mas, seguindo os gostos da época, eram os vinhos velhos que me chamavam a atenção. Numa era pré-histórica, sem Net ou telemóvel, sem imprensa especializada, o que se falava de vinhos era no boca-a-boca, ouvia-se aqui e ali uns comentários e pronto.
Para o meu tecto habitual de gasto em vinho, o meu Barca-Velha 1966 custou quatro vezes mais e, por isso, foi sempre tido como vinho especial. Só retomei o contacto com a marca quando saiu o Reserva Especial de 1980, nos finais dessa década. Desde então tenho estado atento ao perfil, ao estilo e às mudanças de personalidade do vinho.
Confesso que, por gosto pessoal, me inclino sempre mais para as edições mais recentes, que procuro consumir no máximo até 10 anos depois da saída do vinho. Eu sei que ele dura mais, mas o prazer já não é o mesmo. Apercebi-me que alguns Reserva Especial poderiam ter sido Barca-Velha (como o 1980 ou o 1986) e que outros (como o Barca-Velha 1982) deveriam ter tido outra designação.
Essa é a idiossincrasia do vinho, sempre capaz de nos surpreender, para um lado ou outro. Não cheguei a conhecer pessoalmente Fernando Nicolau de Almeida, mas a enologia da Ferreira aprendeu bem a lição de não ceder nos princípios e de não facilitar na decisão. Por isso demora tanto tempo escolher o epíteto: Barca-Velha ou Reserva Especial?
Percebe-se a delonga, porque sabemos que os vinhos, nos primeiros três a quatro anos, andam “para cima e para baixo” e é na estabilização pós-tormenta que melhor se pode compreender a valia do que está dentro da garrafa. Como tive oportunidade (única) de provar esses vinhos que estão “no forno”, posso assegurar que a espera é justificada. Outros preparam os vinhos para estarem em condições de consumo dois a três anos após a colheita. Na Ferreira sabe-se que, com essa idade, os grandes tintos ainda estão em estado imberbe, ainda no infantário. Por isso tudo vai continuar como até aqui. E nós, como apreciadores da marca, agradecemos.
(Artigo publicado na edição de Outubro 2020)
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Finalmente, Barca-Velha 2011 chega ao mercado em Abril

Depois da decisão — em Outubro passado, por parte da enologia da Casa Ferreirinha — de rearrolhar o Barca-Velha 2011 e adiar o seu lançamento, a equipa liderada por Luís Sottomayor anuncia agora que este icónico tinto tem luz verde para ser comercializado a partir de Abril. O rearrolhamento — uma medida de precaução em linha […]
Depois da decisão — em Outubro passado, por parte da enologia da Casa Ferreirinha — de rearrolhar o Barca-Velha 2011 e adiar o seu lançamento, a equipa liderada por Luís Sottomayor anuncia agora que este icónico tinto tem luz verde para ser comercializado a partir de Abril.
O rearrolhamento — uma medida de precaução em linha com a cultura de excelência da empresa — foi posto em marcha depois da Casa Ferreirinha verificar que havia bastante dificuldade em extrair as rolhas originais das garrafas de 75cl de Barca-Velha 2011. Segundo a declaração de Luís Sottomayor, ainda em Outubro, o objectivo foi “preservar a longevidade do vinho e proteger a sua notoriedade e qualidade irrepreensível”.
Para o presidente da Sogrape, Fernando Cunha Guedes, “entre todos os Barca-Velha, e por todos os episódios que o seu lançamento encerra, 2011 é o maior símbolo de uma busca apaixonada pela perfeição”.
Sogrape adia lançamento do Barca-Velha 2011

Foi uma decisão de coragem tomada em equipa, que a Sogrape acaba de anunciar e que revela a cultura de excelência desta empresa. Depois de verificar que havia bastante dificuldade em extrair as rolhas originais das garrafas de 75cl de Barca-Velha 2011 — o mais recente, lançado em Setembro que passou — o enólogo Luís […]
Foi uma decisão de coragem tomada em equipa, que a Sogrape acaba de anunciar e que revela a cultura de excelência desta empresa. Depois de verificar que havia bastante dificuldade em extrair as rolhas originais das garrafas de 75cl de Barca-Velha 2011 — o mais recente, lançado em Setembro que passou — o enólogo Luís Sottomayor, e a sua equipa, decidiu rearrolhar toda a produção. O objectivo, segundo o comunicado de imprensa, será “preservar a longevidade do vinho e proteger a sua notoriedade e qualidade irrepreensível (…)”.
Este processo exige, naturalmente, que o lançamento deste Barca-Velha para o mercado seja adiado para “depois de 2020 (…), por forma a garantir que o vinho expresse em pleno o seu tradicional bouquet”, reforça a Sogrape no comunicado.
Assim, ao longo dos próximos tempos, a equipa de enologia do Douro desta empresa vai monitorizar a evolução do vinho, para que a melhor decisão seja tomada. Como diz Luís Sottomayor, “o vinho é que manda!”. E neste caso, também as rolhas…
Aí está, o Barca-Velha 2011

Luís Lopes A 20ª colheita do mais emblemático vinho do Douro foi hoje oficialmente apresentada e vai chegar ao mercado no início de outubro. O Barca-Velha aparece apenas algumas vezes por década (2000, 2004 e 2008 foram as colheitas anteriores), mas há muito que os apreciadores apostavam que, dada a excelência da vindima, 2011 não […]
Luís Lopes
A 20ª colheita do mais emblemático vinho do Douro foi hoje oficialmente apresentada e vai chegar ao mercado no início de outubro. O Barca-Velha aparece apenas algumas vezes por década (2000, 2004 e 2008 foram as colheitas anteriores), mas há muito que os apreciadores apostavam que, dada a excelência da vindima, 2011 não falharia. E assim aconteceu.
Luis Sottomayor, que lidera a enologia da casa Ferreirinha desde 2007, fez questão de confirmar isso mesmo: “Quando este vinho nasceu, percebemos logo que seria destinado a Barca-Velha”, disse durante a apresentação, que teve lugar na Quinta da Granja, contígua à Quinta da Leda. Mas ainda assim, foi preciso ultrapassar com distinção o grande teste do tempo. Nas barricas, primeiro, e depois na garrafa, foi sendo acompanhado e avaliado ao longo de nove anos, até Luis Sottomayor e a sua equipa tomarem a decisão final, uma espécie de Habemus Papam vínico: temos Barca-Velha!
Elaborado com 45% de Touriga Franca, 35% de Touriga Nacional, 10% de Tinto Cão, e de 10% de Tinta Roriz, uvas do Douro Superior recolhidas em diversas parcelas e diferentes altitudes na Quinta da Leda, o vinho passou cerca de 18 meses em barricas de carvalho francês antes de ser engarrafado em maio de 2013. Luis Sottomayor definiu-o como “um leão dominador, um vinho que diz ‘estou aqui’, cheio de garra e valentia”. Curiosa analogia na boca do fervoroso adepto de um clube mais associado a outro animal, mas que Luis graciosamente reformulou para “um leão com alma de dragão”…
O Barca-Velha de 2011 é de facto um vinho impressionante, de enorme profundidade e complexidade, que faz inteira justiça ao fabuloso histórico da marca criada em 1952, à extraordinária vindima que o originou, e ao Douro enquanto região de excelência. O preço a que chegará ao mercado é uma incógnita, já que as variações são muitas entre as lojas especializadas, sobretudo nos primeiros meses de lançamento, mas se tivermos em conta que o 2008 está “tabelado” a €685, o 2011 deverá ser daí para cima. Como se fizeram 30 mil garrafas, quem quiser ter uma ideia do valor movimentado pelo Barca-Velha é só fazer as contas…
“Extra! Extra!”, 2011 é ano de Barca Velha

A ser lançado em Maio de 2020, o próximo e icónico Barca Velha ostentará 2011 no rótulo. Oito anos depois desta colheita, a vigésima edição da marca assinada pela Casa Ferreirinha, da Sogrape, é finalmente anunciada, um momento sempre muito aguardado por consumidores e mercados nacionais e internacionais. “O ano de 2011 foi extraordinário, dos […]
A ser lançado em Maio de 2020, o próximo e icónico Barca Velha ostentará 2011 no rótulo. Oito anos depois desta colheita, a vigésima edição da marca assinada pela Casa Ferreirinha, da Sogrape, é finalmente anunciada, um momento sempre muito aguardado por consumidores e mercados nacionais e internacionais.
“O ano de 2011 foi extraordinário, dos melhores de sempre no Douro, intenso e de grande qualidade, pelo que da nossa parte foi só uma questão de paciência até podermos confirmar o potencial que a vindima deixou antever”, descortinou o enólogo Luís Sottomayor (na foto).
Declarado apenas em anos considerados pela Casa Ferreirinha como excepcionais, o tinto Barca Velha é, desde a sua criação em 1952, elaborado com uvas seleccionadas de diferentes altitudes no Douro Superior. A Quinta da Leda, com 160 hectares de vinha, dá hoje origem à maior parte dos vinhos que integram o lote composto pelas castas tradicionais da região.