Grandes Escolhas Vinhos & Sabores: Portugal à volta de um copo

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O caminho estava traçado desde o ano passado, com a primeira edição da Grandes Escolhas Vinhos & Sabores, e 2018 reforçou o estatuto desta feira como o maior evento vínico realizado em Portugal. Produtores, público, profissionais das […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O caminho estava traçado desde o ano passado, com a primeira edição da Grandes Escolhas Vinhos & Sabores, e 2018 reforçou o estatuto desta feira como o maior evento vínico realizado em Portugal. Produtores, público, profissionais das áreas ligadas ao vinho e à gastronomia. O país juntou-se de copo na mão e marcou, desde já, encontro para o próximo ano.

TEXTO Luís Francisco
FOTOS João Cutileiro e Ricardo Palma Veiga

Desta vez não houve dúvidas, nem enganos. Muitos milhares de pessoas rumaram diariamente à FIL, no Parque das Nações, Lisboa, para quatro dias de saudável convívio e muitas provas. À sua espera, no Pavilhão 1, estavam quase três centenas de stands (vinhos, sabores, acessórios, enoturismo), dois auditórios, duas salas de provas, praça de alimentação, zona de street food. Ao todo, mais de 400 produtores de vinho estiveram presentes, dando à prova para cima de 3500 vinhos. A segunda edição da Grandes Escolhas Vinhos & Sabores (GEVS) foi um sucesso em toda a linha.
O programa contemplou dezenas de acções de divulgação, entre elas as Provas Especiais, momentos de excelência que reuniram centenas de participantes em sessões realizadas num espaço autónomo da FIL e conduzidas pelos produtores ou pelos especialistas da Grandes Escolhas – mais à frente nestas páginas pode encontrar um relato resumido de cada uma delas. Momento sempre especial foi também a divulgação, logo no dia de abertura do GEVS, sexta-feira, dos resultados do concurso Escolha da Imprensa (lista completa dos premiados em brochura anexa a esta revista), apurados de entre mais de 350 vinhos inscritos com a ajuda de um júri alargado de seis dezenas de críticos, jornalistas, bloggers, escanções e profissionais do sector das bebidas. Os vinhos distinguidos estiveram depois à prova, no sábado, no recinto da feira.
A segunda-feira, dia reservado a profissionais do sector, acolheu ainda a cerimónia de entrega do Concurso de Queijos de Portugal 2018 e uma apresentação Schott Zwiesel. Mas as grandes novidades desta edição da feira estavam centradas em pleno recinto, nos dois anfiteatros desenhados especialmente para o efeito. No auditório Prove Connosco realizaram-se 26 sessões em que os produtores podiam apresentar dois vinhos que simbolizassem o seu terroir e a sua filosofia e que contassem a história da casa. Estas mini-provas comentadas (quatro na 6ª feira, sete no sábado, oito no domingo e mais sete na 2ª feira) foram aproveitadas por produtores, grandes, pequenos e médios, de várias regiões para um contacto directo com o público, que compareceu de forma entusiástica.
Ali ao lado, no Auditório Showcooking, o vinho repartiu protagonismo com a comida. Para além de uma degustação de chocolates, a agenda incluiu seis momentos de cumplicidade entre chefs, sommeliers e público, a propósito da acção Par Perfeito. Com lotação invariavelmente esgotada, um chef apresentou e preparou um prato, para o qual o sommelier convidado escolheu um vinho para harmonizar, tudo coordenado pelo nosso especialista Ricardo Felner. Jesus Lee e Teresa Matos Barbosa foram os mais votados pelos participantes, mas a marca mais forte desta novidade absoluta na feira foi mesmo a naturalidade e o ambiente descontraído com que os profissionais partilharam segredos e dicas preciosas para todos os que gostam de meter as mãos nos tachos. E não só.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_gallery type=”flexslider_style” images=”33172,33179,33177,33167,33175,33176″ onclick=”link_no”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]“Espionagem industrial”
Mas se todo este programa de provas e sessões públicas teve o condão de diversificar a oferta da feira e cativar novos públicos, a verdade é que a Grandes Escolhas Vinhos & Sabores assenta a sua matriz numa verdade inquestionável: não há, em Portugal, outro evento que reúna tantos produtores e um tão elevado número de visitantes. Tirando partido das excelentes instalações da FIL, no Parque das Nações, a feira consegue juntar muita gente sem que isso prejudique a atmosfera de conforto que é condição essencial para a fruição dos muitos e bons vinhos ali dados à prova.
É o verdadeiro encontro da família do vinho. Quem por ali circulasse com alguma atenção, facilmente detectaria cenas de animado convívio entre produtores e enólogos que são concorrentes no mercado, mas cúmplices na paixão pelo vinho. Alguns não se coibiam mesmo de entrar nos stands uns dos outros para se servirem de mais um copito e conversarem um pouco sobre pormenores técnicos ou opções enológicas. Esta há-de ser uma das actividades em que a “espionagem industrial” é, não só tolerada, como bem-vinda…
A temperatura controlada no interior do pavilhão, o espaço disponível nos amplos corredores, a boa dissipação do ruído de fundo e uma iluminação que permite, nas palavras do responsável por um stand, “apreciar a cor de um vinho” permitiram que se vivesse sempre um ambiente descontraído e propício a uma experiência vínica completa. Para mais, como destacava outro produtor, os serviços de apoio “estiveram perfeitos” na sua missão. Ou seja, ambiente de festa e de convívio produtivo.
Mesmo com milhares de pessoas presentes (no sábado à tarde, registe-se, foi praticamente impossível estacionar naquela zona do Parque das Nações), a dimensão do recinto (mais de 6500 metros quadrados) e as suas características permitiram sempre que se circulasse com conforto no recinto da feira. Difícil, difícil, foi convencer as pessoas a sair quando chegava a hora de encerramento…[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_gallery type=”flexslider_style” images=”33180,33169,33170,33173,33171,33178″ onclick=”link_no”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Ambiente perfeito
Por tudo isto, não espanta que as reacções recolhidas pela Grandes Escolhas junto das pessoas por trás dos balcões dos stands sejam unânimes no elogio à forma como a feira decorreu e foi organizada. Na zona reservada aos stands de Enoturismo (outra novidade nesta edição 2018), Mónica Costa, do Soalheiro, destacava uma “experiência muito agradável” e salientava a forte adesão ao sorteio promovido por este produtor de Alvarinho Monção e Melgaço, que estava a sortear uma garrafa duplo magnum.
Para Manuela Carmona, da Adega23, região da Beira Interior, esta foi uma estreia. Não na feira, que já visitara enquanto enófila, mas no papel de produtora, com os primeiros vinhos do seu projecto vitivinícola, situado em Sarnadas de Ródão e com enologia de Rui Reguinga. “É uma marca nova, esta é uma óptima oportunidade para dar a conhecer os vinhos de um projecto recente numa região ainda sem o protagonismo de outras. A feira está muito bem organizada e é bastante participada. Estar deste lado do balcão muda tudo: em vez de andar à procura de novas mensagens, agora sou eu que dou as explicações…”
No stand do produtor transmontano Valle Pradinhos, Mara Lopes não tinha dúvidas de que a feira “correu bem”, embora se queixasse do horário “prolongado”. Pelo seu balcão passou todo o tipo de pessoas: “Gente que não conhecia o produtor, mas também muitos outros que já estavam informados e vinham à procura de coisas específicas.” E esse era também um dos destaques de Rui Reguinga, também presente na qualidade de produtor, que salientava a importância das redes sociais na divulgação das novidades enófilas. “Muita gente já vem focada em marcas ou nas novidades. Existe sempre a tentação (natural, uma vez que há tanta coisa para provar…) de nos pedirem logo os topos de gama, mas cabe-nos a nós fazer com que provem mais qualquer coisa.” Reguinga gosta muito das “instalações e da boa organização dos espaços” e define um calendário muito próprio do evento: “Sábado tem mesmo muita gente, é o dia do consumidor; no domingo é misto, já fui visitado por muitos profissionais.”
António Janeiro, da Adega Cooperativa de Borba, salienta que esta foi a estreia deste produtor alentejano no GEVS e garante que a participação “excedeu as expectativas”. “Há dois pontos muito fortes: é uma feira ampla e bem organizada, e tem entradas a um preço correcto para selecionar as pessoas interessadas”, explica, para depois alinhar mais alguns elogios, como a iluminação e a temperatura do pavilhão, as acessibilidades e o estacionamento. Tudo junto, fica uma certeza: “A minha palavra para a Adega Cooperativa é só uma, a de que esta é a feira a que vale a pena vir.”
E para o ano há mais, entre 25 e 28 de Outubro de 2019. Com muitos vinhos, boa comida e gente que sabe o que é bom na vida.

 

 

Edição nº20, Dezembro 2018

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Baga Friends: Unidos pela casta rainha da Bairrada

Os sete amigos da Baga foram, em Setembro passado, anfitriões de mais um evento dedicado à casta e à Bairrada, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra. Uma masterclass de luxo, dada pelo grupo, foi o momento alto. TEXTO Mariana Lopes FOTOS João Rico/Baga Friends Os Baga Friends são António Rocha (vinhos Alexandre de Almeida – […]

Os sete amigos da Baga foram, em Setembro passado, anfitriões de mais um evento dedicado à casta e à Bairrada, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra. Uma masterclass de luxo, dada pelo grupo, foi o momento alto.

TEXTO Mariana Lopes
FOTOS João Rico/Baga Friends

Os Baga Friends são António Rocha (vinhos Alexandre de Almeida – Hotel Palace do Bussaco), Dirk Niepoort, Filipa Pato, François Chasans (Quinta da Vacariça), Luís Pato, Mário Sérgio Nuno (Quinta das Bágeiras) e Paulo Sousa (Sidónio de Sousa). A missão do grupo é nobre: colocar a Baga nas bocas do mundo, mostrar a sua origem e todas as suas potencialidades, num regime de “juntos somos mais fortes”. E são. Cada um com personalidade muito própria, no vinho e na pessoa, perfazendo um bando cool mas bem organizado, levando a sério o intento.
Para o evento vieram jornalistas estrangeiros, nacionais, sommeliers portugueses e de outros países e vários líderes de opinião de diferentes ofícios. Um dos pontos altos foi a masterclass de abertura, sob o tema Sete Terroirs da Baga, na qual cada produtor apresentou um vinho, explicando os seus “comos” e “porquês”. Luís Pato introduziu: “Queremos mostrar o melhor da Baga e também passar uma imagem de qualidade, consolidada por este grupo. Estamos a trabalhar juntos para mostrar que a Baga é a melhor, de várias maneiras.

Dirk Niepoort começou por uma confissão: “O meu grande amor sempre foi a Bairrada, que é uma região complicada, mas interessante. Em cada pedaço de terra é possível ver variedade”; e deu o mote à apresentação do seu vinho, o Poeirinho 2015, de vinhas situadas em Cantanhede, explicando que “Poeirinho é um clone antigo da Baga, e eu gosto das coisas antigas”. Seguiu-se Filipa Pato, que, em dupla com William Wouters, trouxe o tinto Filipa Pato Território Vivo 2015. “Vindo do mundo dos sommeliers e da comida, tenho de dizer que a Baga vai muito bem com fine cuisine”, disse William. Óis do Bairro, sítio das vinhas de 60 anos de onde vem este vinho, é um dos lugares mais altos da Bairrada, onde o casal mantém uma grande biodiversidade e interacção. Filipa esclareceu: “Como jovem produtor, achamos que é importante manter as tradições e as vinhas velhas, recorrer às pessoas novas e às antigas.”
Depois, Luís Pato deu a provar o seu Vinha Pan 2015, da vinha da Panasqueira, que fica entre São Lourenço do Bairro e São Mateus. O Buçaco Vinha da Mata 2015 foi o que surgiu de seguida, um vinho com 75% de Baga de uma vinha situada em plena Mata do Buçaco e 15% de Touriga Nacional do Dão, uma curiosidade que se destina quase praticamente ao consumo no Hotel Palace do Bussaco. Mário Sérgio Nuno e o filho Frederico Nuno trouxeram o Quinta das Bágeiras Garrafeira 2015, de uma vinha plantada há mais de cem anos, em Ancas. “Fazemos duas colheitas nesta vinha, uma primeira que se destina a espumantes e a segunda para vinho tranquilo”, explicou Mário Sérgio.

O sexto vinho apresentado foi o Sidónio de Sousa Garrafeira 2015, por Paulo Sousa e pelo seu filho Afonso, que contou um pouco da história da empresa: “Começámos há mais de cem anos a produzir para outras casas. Em 1985, a produção passou a ser em nosso nome e com o nosso nome. Sidónio de Sousa, o meu avô, tem 88 anos e ocupa-se da vinha, enquanto que o meu pai está mais na adega.” François Chasans introduziu o Quinta da Vacariça Garrafeira 2015, um tinto pujante nos taninos que, à semelhança das edições anteriores, mostrou que se manterá novo por bastante tempo. Por último, o vinho do grupo, Baga Friends 2015, um lote para o qual todos os elementos contribuíram com 200 litros da sua melhor Baga, o que originou 1.400 garrafas, cem em formato magnum. Um vinho super-interessante e único, não fosse ele feito de sete Bagas de terroirs distintos.
Outro momento de destaque foi a prova livre, onde cada Baga Friend expôs os seus vinhos (da Bairrada), novos, velhos e dos mais variados estilos. Porque a Bairrada, apesar da sua média dimensão, é uma cartola mágica de diversidade vínica, desde as pessoas, aos recantos de terra e a todas as variedades neles plantadas. Mas quem fica é pela Baga, uma viagem sem retorno.

Edição Nº18, Outubro 2018