Herdade das Servas: Estreia dupla. Restaurante Legacy e Vinhas Velhas branco

Herdade das Servas

Em plena estação acolhedora de Outono, a Herdade das Servas brindou o mercado com duas novidades apetitosas: um restaurante e um branco de vinhas velhas. E para harmonizar, quatro tintos de 2017, de referências já conhecidas.  TEXTO: Mariana Lopes   FOTOS: Serrano Mira “Considero fundamental o complemento entre a cozinha e o vinho, para compreendermos ainda […]

Em plena estação acolhedora de Outono, a Herdade das Servas brindou o mercado com duas novidades apetitosas: um restaurante e um branco de vinhas velhas. E para harmonizar, quatro tintos de 2017, de referências já conhecidas.

 TEXTO: Mariana Lopes   FOTOS: Serrano Mira

“Considero fundamental o complemento entre a cozinha e o vinho, para compreendermos ainda melhor o que se faz na adega”. Esta é a grande premissa de Luís Serrano Mira, mentor e proprietário da Herdade das Servas, que está na base da criação do novo restaurante da propriedade localizada junto a Estremoz. Legacy Winery Restaurant é o nome, por uma razão só, como explicou o produtor na apresentação do espaço: “Ao fazermos este novo restaurante decidimos chamar-lhe Legacy Winery Restaurant. Temos uma sub-marca, chamada Family Wine Growing Legacy, e o nome do restaurante vem exactamente daqui. O Legacy, ‘legado’ em português, é tudo o que a família nos deixa, e foi isso que procurámos estabelecer aqui, como marco gastronómico para a Herdade das Servas”.

E é precisamente a família que está na origem deste projecto vitivinícola alentejano. Luís Serrano Mira acompanhou, desde sempre, as actividades familiares na produção de vinhos, antes de fundar, em 1998, a Herdade das Servas no modelo que hoje conhecemos. Com muita dedicação, precisamente, ao seu legado, investigou, com a ajuda de um historiador, toda a ligação dos Serrano Mira ao vinho. Surpreendentemente, sabe-se que a família produz vinho desde 1667, ano de fabrico das duas talhas que hoje estão expostas na herdade. Actualmente, Luís Serrano Mira representa a parte familiar do projecto — que gere com sócios externos — e que abrange cerca de 350 hectares de vinhedos, repartidos por oito vinhas de idades muito diferentes, entre a Serra d’Ossa e a Serra de São Mamede: Azinhal, Louseira, Cardeira Nova, Cardeira Velha, Pero Lobo, Judia (a mais antiga, com 65 anos), Monte dos Clérigos e Servas, sendo esta última a da propriedade principal, onde está a adega, com cerca de 70 hectares. O encepamento, por sua vez, passa pelas tintas Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet Sauvignon, Castelão, Merlot, Petit Verdot, Syrah, Touriga Franca, Touriga Nacional e Trincadeira: e pelas castas brancas Alvarinho, Antão Vaz, Arinto, Encruzado, Roupeiro, Sauvignon Blanc, Sémillon, Verdelho e Viognier. Importa referir que, e segundo Luís Serrano Mira, “todos os vinhos da Herdade das Servas são feitos com uvas próprias”. Também em jeito de novidade, juntou-se recentemente, à equipa da casa, o enólogo Renato Neves.

Para fazer par com o Vinhas Velhas tinto, que já existia desde a edição de 2005, surge agora o Herdade das Servas Vinhas Velhas branco, que se estreia na colheita de 2020, com apenas 5 mil garrafas. O lote tem na sua maioria Arinto, de uma vinha com 32 anos, e 10% de Roupeiro, cujas uvas vêm da Vinha da Judia, de 65 anos, onde esta casta é a única branca ainda presente. O Vinhas Velhas tinto, por exemplo, tem origem totalmente nesta vinha, sendo este 2017 um lote de Alicante Bouschet (45%), Trincadeira (30%), Touriga Nacional (20%) e Petit Verdot, com fermentação em lagares de mármore e cubas de inox, estágio em barricas novas de carvalho francês, durante 18 meses, e de dois anos em garrafa. Quanto à vinificação do Vinhas Velhas branco, este passa também por lagar e inox, para fermentar, mas estagia parcialmente em ânforas de barro (italianas, com tampa, uma beleza!), além da barrica. Ambos foram sujeitos a maceração pré-fermentativa. Já os três monovarietais de 2017 — Petit Verdot, Touriga Nacional e Alicante Bouschet — nascem na Vinha das Servas, e todos fermentam, total ou parcialmente, nos lagares de mármore. Estes lagares, disse o produtor, estão reservados precisamente para os vinhos de topo da Herdade das Servas. O trio estagia sempre 12 meses em barrica e 24 em garrafa.

No Legacy Winery Restaurant, a cozinha é moderna mas os ingredientes alentejanos e a inspiração na cultura da região, estão lá. Na verdade, a Herdade das Servas já teve um restaurante, homónimo, mas em modelo de concessão, que cessou em meados de 2020. O Legacy, em oposição, é totalmente “próprio”, e o local foi totalmente remodelado, da cozinha à sala, que tem capacidade para 42 pessoas. “Quando a pandemia começou, iniciámos as obras para remodelar e abrir o nosso próprio restaurante. Actualizámos o conceito, entendemos não ir por uma cozinha muito tradicional, como era a da antiga concessão, mas mais de ‘fine dining’”, esclareceu Luís Serrano Mira. A autoria do menu é do chef Luciano Baldin, e inclui 23 pratos, entre entradas, principais e sobremesas. “Queremos, aqui, utilizar ao máximo os produtos locais, que temos mesmo aqui ao nosso redor, e com eles interpretar, de forma diferente, os pratos alentejanos”, avançou o chef. Falamos de exemplos como ovo cremoso com couve-flor, crocante de broa e paia de toucinho ou bife tártaro mertolengo, nas entradas; carré de borrego de pasto com batatas assadas, castanhas e romesco ou polvo braseado com migas de tomate e acelgas, nos principais. Há ainda opções vegetarianas, como húmus de ervilhas fumadas com legumes assados, cogumelos portobello e grão frito. Claro que não falta uma selecção bem completa dos vinhos Herdade das Servas, a copo e garrafa, complementada por vinhos da Casa da Tapada (o projecto Serrano Mira na região dos Vinhos Verdes), por espumantes Vértice e Champagne Ruinart.

(Artigo publicado na edição de Dezembro de 2022)

 

Herdade das Servas lança Parcela C, um monocasta de Carignan

O produtor alentejano Herdade das Servas — da família Serrano Mira — acaba de lançar um novo vinho monovarietal, o Parcela C. Este tinto de 2016 é um “single vineyard” (de uma única vinha) da casta Carignan, com o origem na vinha Cardeira Velha, uma parcela de treze hectares que data de 1974. A Carignan, […]

O produtor alentejano Herdade das Servas — da família Serrano Mira — acaba de lançar um novo vinho monovarietal, o Parcela C. Este tinto de 2016 é um “single vineyard” (de uma única vinha) da casta Carignan, com o origem na vinha Cardeira Velha, uma parcela de treze hectares que data de 1974.

A Carignan, segundo o produtor, é “uma casta vigorosa, com maturação tardia, película grossa e mosto de elevada acidez natural, que se reflecte em vinhos frescos e elegantes”. Em comunicado, a Herdade das Servas revela também que “Carignan foi uma casta bastante presente no Alentejo de outrora, quase extinta nos dias de hoje, e que pensamos que nunca antes ter sido engarrafada em estreme nesta região”.

A fermentação do Parcela C foi feita em lagar e em cubas de inox, seguindo-se um estágio de um ano em barricas novas de carvalho francês, e em garrafa, na cave da Herdade das Servas. Esta primeira edição está limitada a 3500 garrafas, cada uma com um p.v.p. de 40 euros. Está também disponível em caixa de madeira de três garrafas, por 120 euros.

Herdade das Servas lança Reserva tinto e branco

Chegaram agora ao mercado os Herdade das Servas branco 2018 e tinto 2016, dois vinhos que o produtor de Estremoz diz serem “de vida e de futuro”, por terem estagiado durante um período generoso de tempo em barricas e em garrafa. O Reserva branco 2018 conjuga três castas — todas com origem na Vinha das […]

Chegaram agora ao mercado os Herdade das Servas branco 2018 e tinto 2016, dois vinhos que o produtor de Estremoz diz serem “de vida e de futuro”, por terem estagiado durante um período generoso de tempo em barricas e em garrafa.

O Reserva branco 2018 conjuga três castas — todas com origem na Vinha das Servas e vindimadas em separado —, Arinto, Alvarinho e Verdelho. A fermentação dá-se em inox e, mais tarde, em brarricas de carvalho francês novas e usadas, onde o branco estagia durante nove meses com bâtonnage.

Já o reserva tinto 2016 é de Alicante Bouschet (50%) e Cabernet Sauvignon (35%) da Vinha do Azinhal, e também Alfrocheiro e Aragonez da Vinha da Judia. Vindimadas e vinificadas em separado, começam a fermentação em lagares de mármore, com pisa durante dois dias, e seguem para cubas de inox onde finalizam a fermentação e fazem maloláctica. O estágio em barricas – de carvalho francês, em que 30% são novas, e americano – é de um ano.

Estojo Herdade das Servas Reserva Branco e Tinto + Copo.

O Herdade das Servas Reserva branco tem um p.v.p de €17 e o Reserva tinto de €19,50. Com embalagens especiais a pensar no Natal, estão disponíveis também dois estojos e quatro caixas:

Estojo ‘Herdade das Servas Reserva’ Branco e Tinto + Copo: €40

Estojo ‘Herdade das Servas Reserva’ Tinto + Decanter: €35

Caixa de Madeira 3 Garrafas ‘Herdade das Servas Reserva branco’: €48,50

Caixa de Madeira 3 Garrafas ‘Herdade das Servas Reserva tinto’: €58

Herdade das Servas com programa de enoturismo diversificado

Nunca tendo fechado totalmente as portas, a Herdade das Servas — projecto da família Serrano Mira no Alentejo — retoma agora um menu de enoturismo completo com cinco programas diferentes, cumprindo com todas as normas de segurança e higiene requeridas pela DGS. “Tradicional”, “Corpo e Alma”, “Winegrowing Legacy” e “Prova Cega” são os nomes das […]

Nunca tendo fechado totalmente as portas, a Herdade das Servas — projecto da família Serrano Mira no Alentejo — retoma agora um menu de enoturismo completo com cinco programas diferentes, cumprindo com todas as normas de segurança e higiene requeridas pela DGS.

“Tradicional”, “Corpo e Alma”, “Winegrowing Legacy” e “Prova Cega” são os nomes das quatro actividades disponíveis durante todo o ano, sendo acrescentado nesta época o “Programa das Vindimas”. A participação carece de marcação prévia, e o uso de máscara é obrigatório, sendo que apenas pessoas do mesmo grupo (de 2 a 8 pessoas) participam em cada programa.

O enoturismo da Herdade das Servas está aberto de segunda-feira a domingo, das 10h00 às 19h00, com loja aberta e visitas em quatro horários distintos, dois de manhã e dois à tarde: às 10h45 e 15h30, em português, e às 11h45 e 16h30, em inglês. Há possibilidade de marcar outros horários, mas sempre sob consulta prévia.

PROGRAMAS

Tradicional – €5,00 por pessoa
Visita à adega e cave de barricas

Corpo de Alma – €10,00 por pessoa
Visita à adega e cave de barricas, seguida de prova de 4 vinhos:
Monte das Servas Escolha branco e tinto; Herdade das Servas Colheita Seleccionada tinto; e Capela da Tapada Grande Escolha branco (um 100% Loureiro da Casa da Tapada, projeto vitivinícola da família Serrano Mira na região dos Vinhos Verdes)

Winegrowing Legacy – €20,00 por pessoa
Visita à adega e cave de barricas, seguida de prova de 4 vinhos da gama Herdade das Servas:
Arinto branco, Reserva branco e tinto e Alicante Bouschet tinto
Este programa inclui, habitualmente, a oferta de uma tábua de queijo e paio por cada duas pessoas.
No contexto actual, isso não acontece, sendo acrescida a prova de mais dois vinhos. 

Prova Cega – €15,00 por pessoa
Visita à adega e cave de barricas, seguida de prova de 4 vinhos, à escolha do produtor.
Os participantes são desafiados a provar os vinhos às cegas, com o objetivo de descobrirem as principais diferenças, proporcionando assim uma experiência descontraída e didáctica.

Programa de Vindimas – €40,00 por pessoa (sujeito a disponibilidade)
Recepção de visitantes. Visita à adega, zona de vinificação e cave de barricas.
Prova de 4 vinhos, eleitos ao momento.
Pisa a pé em lagares de mármore, com equipamento próprio (botas e fato de borracha).
Oferta de t-shirt de vindima, diploma de participação e garrafa de vinho. 

Herdade das Servas: A herança dos Serrano Mira

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A família Serrano Mira tem feito, com a Herdade das Servas, um percurso exemplar ao fundir tradição com modernidade de forma harmoniosa. Tudo começou com a herança de duas talhas de 1667, mas os genes e a inspiração fizeram o resto.

TEXTO Mariana Lopes
FOTOS Herdade das Servas

Estamos entre Vimieiro e Estremoz, mais perto desta última. Está bastante frio, mas o sol de Inverno, no Alentejo, aquece por dentro e por fora. Sair da estrada N4 e entrar pelo portão da Herdade das Servas dá-nos aquela sensação familiar de acolhimento alentejano, um abraço de uma natureza cujo cunho agreste nos dá, paradoxalmente, muita tranquilidade. É aí que avistamos três perdizes, mesmo junto à estrada de terra batida onde as vinhas começam, saltitantes pelo meio das estacas e das videiras nuas. Estamos muito perto, mas não levantam voo, apenas se afastam a correr como quem não tem medo, mas ficou incomodado com a intrusão do carro postiço. Naturalmente, pensamos no quão é bom voltar à região. E é mesmo. Eventualmente, culminamos na casa, branca com os frisos de rodapé e esquadrias das janelas em tom tinto. São vários edifícios, tão bem integrados entre si que não nos deixam perceber a dimensão dos pavilhões adjacentes. Junto à recepção e ao restaurante, já no interior, estão duas talhas com o número 1667 gravado no barro e uma estrela de oito pontas. Dois pedaços de história que passaram de geração em geração até hoje, na família Serrano Mira (original de Estremoz, Borba e Vila Viçosa), que já produzia vinho desde então.

Actualmente, são os irmãos Carlos (responsável pelas vinhas, à esquerda na foto principal) e Luís Mira (vinhos e administração, ao centro na foto principal) que tomam conta da Herdade das Servas, comprada nos anos 60 pelo avô paterno Manuel Joaquim Mira. Ainda nessa década, em 1964, o bisavô materno Henrique dos Anjos Serrano falece e deixa aos seus filhos duas adegas, uma delas a Justino dos Anjos Serrano, avô materno de Carlos e Luís. Em 1968, o pai destes dois irmãos, Francisco José Mira (à direita na foto principal), juntamente com o seu irmão, associa-se a outra família alentejana de produtores e funda a Sociedade dos Vinhos de Borba, mostrando capacidade para assumir o negócio. Nesse mesmo ano, o avô paterno Manuel Joaquim retira-se, deixando a actividade a cargo de Francisco José e do irmão. Apesar da antiguidade na produção, é em 1998 que Carlos e Luís Mira fundam a empresa Herdade das Servas e começam a engarrafar sob essa marca, com a ajuda do pai Francisco José Mira. A dupla pega, assim, nas práticas e ensinamentos que crescera a ver e a ouvir, e inspira-se na tradição e conexão ao meio rural que a família sempre teve.

Vinhas velhas impressionantes

Ao longo do tempo, Carlos e Luís foram plantando vinha e também comprando parcelas a familiares e outros, de forma a produzir somente dos seus próprios vinhedos. Hoje, a Herdade das Servas tem oito vinhas em locais diferentes, incluindo a propriedade-mãe, entre a Serra de São Mamede e a Serra d’Ossa, estando a mais longe na localidade da Orada. São elas a Vinha das Servas, do Clérigo, de Pero Lobo, do Azinhal, da Cardeira Velha, da Cardeira Nova, da Judia e da Louseira. A empresa tem um total de 1000 hectares, dos quais 350 produzem uva, ficando o resto para outras culturas e actividades, como é normal nas grandes herdades da região. A maior de todas é a do Azinhal e tem 90 hectares, e a mais pequena estende-se por 13. Também a Vinha da Judia é das maiores, com 40 hectares, onde se encontra o Afrocheiro. A uma altitude que ronda os 300 metros acima do nível do mar, todos os 350 hectares estão em regime de sequeiro (sem rega), fazendo da Herdade das Servas o produtor com o maior número de vinhas nesta condição.

As muito diferentes idades das parcelas complementam-se entre si, tendo a mais velha 75 anos. É a Vinha do Clérigo, oito hectares em solo xistoso, adquiridos a um tio-avô, que impressionam até os menos susceptíveis. A suas videiras, de tronco largo e filamentos ondulantes, lutam para sobreviver e, em simultâneo, produzem uvas que se destinam aos melhores vinhos da casa. Este cenário repete-se pelo terreno, como testemunha de um grande investimento e perícia, não só dos irmãos Serrano Mira, mas também do enólogo Ricardo Constantino, que entrou na empresa desde 2015, mas que caminha no meio dos carreiros de cepas com a calma de quem já as conhece como a palma da mão. A sorrir, conta que faz a ponte entre os dois irmãos. As 22 castas desses 350 hectares plantadas por talhões, entre brancas (só uma das vinhas tem exclusivamente variedades brancas) e tintas, crescem em solos avermelhados, derivados de calcários pardos e cristalinos, com manchas de xisto, que estão expostos a um clima mediterrânico, de elevadas amplitudes térmicas e Verões quentes e secos. Nas brancas, há Alvarinho, Antão Vaz, Arinto, Encruzado, Roupeiro, Sauvignon Blanc, Sémillon, Verdelho e Viognier. Já as tintas são Alfrocheiro, Alicante Bouschet (omnipresente nos tintos da casa), Aragonez, Cabernet Sauvignon, Castelão, Merlot, Petit Verdot, Syrah, Touriga Franca, Touriga Nacional e Trincadeira. Luís Mira desvenda que estão a ensaiar 60 hectares em produção biológica e Ricardo Constantino explica que o objectivo é conhecer e perceber o que se pode fazer dessa maneira.

Modernidade e tradição, da vinha à adega

Regressamos à casa-mãe e o sol está a desaparecer no horizonte. É tempo de visitar a adega, dividida em vários pavilhões perfeitamente camuflados. O que encontramos espanta-nos mas não deveria espantar: uma unidade de vinificação completamente modernizada, com lagares de mármore equipados tecnologicamente e dezenas de cubas imensas de inox, onde se vinifica casta a casta. Afinal, são 1 milhão e 200 mil garrafas produzidas anualmente, e uma equipa permanente de 40 pessoas. Luís Mira revela o que já estamos à espera de ouvir: são 100% auto-suficientes, da produção ao engarrafamento, sem qualquer prestação de serviços externa. Depois, a cave de envelhecimento mostra que nem tudo é aço: debaixo de arcos e entre colunas que contrastam com o carácter industrial do pavilhão anterior, estão 350 barricas de carvalho francês e americano, com 15 vinhos diferentes no seu interior. Este último tipo de carvalho representa apenas 10%, e Luís Mira diz que a tendência é diminuir.

Daqui surgem os vinhos, que se dividem por duas gamas, uma de entrada, Monte das Servas, e a mais ambiciosa, Herdade das Servas. Desta última, provámos dez vinhos, desde o Colheita Seleccionada branco ao Vinhas Velhas tinto, passando também por um rosé de Touriga Nacional e um tinto de perfil bem diferente, o Sem Barrica, cujas castas variam consoante a edição e que, após fermentação maloláctica, permanece durante sete meses em inox e 6 meses em garrafa. É interessante perceber que em todos esses dez vinhos há uma identidade única e um grande sentido de lugar, e mesmo assim são todos diferentes no perfil e muito bem definidos. É mais um dos sinais de que a Herdade das Servas sabe muito bem o que está a fazer, tanto na produção como a nível de negócio, e isso talvez se deva aos genes… mas não só. A verdade é que, nos últimos 50 anos, a família Serrano Mira acompanhou a grande evolução e as mudanças na região, bem como os avanços da enologia e da viticultura em todo o país e, concretamente, no Alentejo. Sempre inspirados e nunca largando a tradição e a herança vitivinícola familiar, souberam modernizar-se e adaptar a actividade à mutação da realidade ao longo das décadas.

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Edição nº 34, Fevereiro de 2020

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Luz Verde para a Herdade das Servas

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Há mais de três séculos que a família Serrano Mira produz vinho no Alentejo. Agora, a Herdade das Servas deu um passo gigante de 450 quilómetros e assumiu o desafio dos Vinhos Verdes. Razão e emoção conjugaram-se numa história cujo primeiro capítulo vínico acaba de sair para o copo.

TEXTO Luís Francisco
NOTAS DE PROVA Luís Lopes
FOTOS Savage

A pergunta andou sempre no ar, mas acabou por surgir já no final da visita, uma chuva miudinha a juntar toda a gente debaixo do telheiro no exterior da adega  “O que faz um alentejano na região dos Verdes?” E a resposta foi imediata: “Vinho!” Com um sorriso, Luís Serrano Mira, um dos líderes do projecto familiar Herdade das Servas, definia assim a primeira aposta deste produtor secular fora do seu Alentejo. Fazer vinho, como sempre, mas agora com “o desafio de o fazer numa região diferente”.
A ideia já tinha alguns anos e a oportunidade surgiu em 2017, com a aquisição da Casa da Tapada, uma propriedade entre Amares e Fiscal, com 24 hectares, 12 dos quais de vinha. Os valores do negócio estão protegidos por uma cláusula do contrato de aquisição, mas, sabendo-se que a quinta, propriedade da Fuji, estava à venda por 3,5 milhões de euros, pode ter-se uma noção mais aproximada dos montantes envolvidos. “Há muitos anos que andávamos à procura… Agora reuniram-se as condições”, explica Luís Serrano Mira.
A Casa da Tapada é um local de muita história e extraordinária beleza natural. Mandada construir em meados do século XVI – por Francisco Sá de Miranda, poeta que introduziu o soneto nas letras portuguesas , a mansão, toda em pedra, recebeu melhoramentos no século XVII e foi ampliada no século XIX, dando forma final a um belo e imponente edifício rodeado de jardins, vinhas e arvoredo. À volta, um conjunto de construções secundárias e uma enorme capela (data de 1618) constituem o núcleo urbano, que domina um pequeno vale plantado com vinhas e a encosta sobranceira, onde as uvas dividem protagonismo com uma mata centenária.
Ao investimento inicial na aquisição da Casa da Tapada, seguiu-se recentemente a decisão de reestruturar as vinhas, que estavam plantadas em socalcos muito estreitos, dificultando a viticultura moderna. Numa primeira fase, foram arrancados entre sete e oito hectares de vinha, na abrupta vertente da montanha (o desnível entre a parte mais baixa da quinta e o topo ronda os 80 metros) e as máquinas afadigam-se agora a criar plataformas mais extensas que receberão os novos vinhedos. “Tínhamos aqui uns 30 patamares, queremos criar apenas três ou quatro”, revela Luís Serrano Mira.
Muito trabalho pela frente, até porque, como explica Ricardo Constantino, o enólogo das Servas, “é preciso retirar primeiro a camada de solo fértil que está por cima, para a recolocar depois de feitas as movimentações de terras”. Paulatinamente, e apesar das complicações causa¬das pela chuva miudinha que teima em cair, escavadoras, tractores e camiões vão cumprindo a tarefa.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]CHEGAR ÀS 350 MIL GARRAFAS
O encepamento, maioritariamente (nove hectares) constituído por Loureiro, a variedade emblemática do vale do Cávado, mas também com Alvarinho, deverá ser complementado com a plantação de algum Arinto, casta “globetrotter” da paisagem vínica portuguesa e que nesta região é conhecida como Pedernã. “Queremos ser um produtor que acrescente valor à região. O tempo dirá se o consegui¬mos, mas, acima de tudo, queremos integrar-nos sem pressa, mostrando que temos uma filosofia correcta e esperando que as pessoas percebam isso”, assume Luís Serrano Mira.
A última colheita Casa da Tapada era de 2009 e saiu para o mercado em 2011. Daí para cá, as uvas foram sendo vendidas a outros produtores. Até ao ano passado, já com a equipa de enologia da Herdade das Servas aos comandos. Com o selo de 2018, saíram para o mercado 80.000 garrafas, repartidas por duas marcas: CT, um monovarietal de Loureiro; e Casa da Tapada, um blend de Loureiro e Alvarinho. Ambos são DOC Vinhos Verdes e a intenção é “crescer para o dobro já em 2019 e depois de forma segura até às 350.000 garrafas/ano”. Um número interessante, a juntar aos 1,2 a 1,5 milhões anuais que vêm dos 350 hectares de vinha não regada em Estremoz.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”40408″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Para cumprir estes objectivos – e tendo em conta que mais de metade da vinha está a ser reestruturada – será preciso, no futuro imediato, comprar uva na região. “Temos o compromisso assente, para aquisição de uvas cultivadas em regime de produção integrada. Compraremos essencialmente Loureiro, porque o Casa da Tapada é um vinho de mercado mais restrito; o CT é que é de divulgação geral”, resume Luís Serrano Mira, que assume a enologia destes vinhos, em permanente ligação com Ricardo Constantino, já com muito “pano para mangas” nas Servas, a 450 quilómetros de distância…
Para dar corpo a esta dupla ambição de fazer bom vinho e crescer no mercado, a Casa da Tapada conta com uma adega onde a capacidade instalada é de 180.000 litros na zona de fermentação e de outros tantos na zona de armazenagem. Ainda há muito para fazer, mas os planos estão traçados: recolocar os lagares de granito, que estão noutra zona do complexo, equipar a cave para espumante e barricas numa zona subterrânea (tem uma extensão de horta e jardim sobre a cobertura) e aumentar a área coberta da adega em 700 metros quadrados, ganhando mais espaço para armazenamento e englobando uma pequena construção ali ao lado, onde existem lavabos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”40407″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]NATUREZA MÁGICA
Mas a Casa da Tapada, classificada como Imóvel de Interesse Público em 1977, é muito mais do que uma unidade agrícola (onde, já agora, também crescem as famosas laranjas de Amares). A beleza intrínseca do local e das construções feitas pelo Homem fundem-se num cenário de grande harmonia, onde o peso da história se faz notar para onde quer que olhemos. Fontes, estátuas em pedra, jardins românticos, uma capela de enormes dimensões e com vetustos retábulos em madeira trabalhada (a necessitarem de restauro, tarefa que a família Serrano Mira pretende assumir), construções secundárias onde avulta a magnífica varanda de madeira da Casa da Eira.
Existem neste edifício quatro quartos, a que se juntam mais 11 no edifício principal. Isto parece talhado à medida de um hotel de charme em ambiente rural… “Verdade”, concede o nosso anfitrião. “Mas o alojamento não é a nossa prioridade em termos de enoturismo. Para já, abrimos a loja e vamos começar a apostar nas visitas. Por enquanto ainda não são pagas, mas passarão a ser assim que entre ao serviço uma pessoa dedicada a essa área.” E é exactamente para a loja que Luís Serrano Mira conduz a comitiva da visita à Casa da Tapada.
É uma casinha (de pedra granítica, claro), já identificada com a tabuleta Loja da Quinta, e onde encontramos meias pipas a servirem de mesas para provas, sofás, alfaias agrícolas, cestos de vime e estantes de madeira com as garrafas das referências da casa em exposição. E também temos aqui três grandes cartazes, que identificam as aves frequentadoras da propriedade: são seis predadores diurnos, outros tantos nocturnos e mais 28 espécies de passarada. Se isto já faz salivar os observadores de aves, acrescente-se um “pequeno” detalhe: o cenário que acolhe esta biodiversidade é um espanto!
Quase metade da quinta (dez hectares) está ocupada por uma mata centenária, que se pode percorrer usando a estrada empedrada que vai até ao topo. Ao longo do percurso encontramos sobreiros gigantes, pinheiros portentosos, araucárias imponentes, um mar de fetos cobrindo o chão. Se está a imaginar-se em Sintra ou no Buçaco, é isso mesmo. Até o pormenor das erupções rochosas de blocos arredondados de granito reforça essa impressão. Mas há mais: fontes, zonas com mesas em pedra para piqueniques, uma capela no meio das rochas. E, para completar a experiência, lá no alto, junto a um portão que também dá acesso à propriedade, a estrada alarga-se num verdadeiro miradouro sobre as vinhas e as construções da quinta. Para trás de nós está a serra Amarela, sobre a esquerda os primeiros contrafortes do Gerês.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]MEMÓRIAS DE FAMÍLIA
Regressamos ao edifício principal da quinta, até porque a chuva, que concedeu tréguas para este passeio, começa a cair com mais intensidade. Altura para rodear a mesa e provar os vinhos da casa, que confirmam a sensação de frescura e o perfil mineral que se recolhem da paisagem em redor.
Para além das duas referências que agora saem para o mercado, a família Serrano Mira não adianta, para já, outros planos em concreto. Mas a decisão de plantar Arinto e as obras na cave de espumantes são indicadores de que haverá novidades, pelo menos a médio prazo. E, ao servir, no final da refeição, a aguardente vínica Casa da Tapada, Luís Serrano Mira mostrou outra pista. Apesar de já não se fazer há anos, ainda pode ser encontrada no comércio, a preços que rondam os 100 euros, e a ideia de provar este “espírito” 100% Loureiro, com envelhecimento em torno dos 20 anos, foi “perceber o potencial da aguardente vínica de Loureiro, pensando no que um dia poderá vir”…
Mas voltemos à pergunta inicial. Porque é que um produtor “nado e criado” no Alentejo se lança no desafio de fazer vinho numa região tão diferente como a dos Verdes? “Há a questão empresarial, claro.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”40413″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A família Serrano Mira quer crescer no negócio dos vinhos e surgiu esta oportunidade. Mas há também um lado emocional”, concede Luís. “Em casa dos meus avós, por força da amizade com a família Coelho, que era de Vila Nova de Famalicão e produtora de vinho, o Verde sempre esteve à nossa mesa. Isso e jesuítas e pão-de-ló da Trofa!”
Essa ligação emocional também pesou na decisão de adquirir a Casa da Tapada. De Estremoz a Amares são cerca de 450 quilómetros de distância, mas a viagem no espaço faz-se também no tempo, rumo às recordações da infância. É que o vinho faz-se com uvas, mas também de emoções.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”VINHOS EM PROVA”][vc_column_text]

[/vc_column_text][vc_column_text]

Edição Nº27, Julho 2019

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Quatro novidades e mais histórias das Servas

Ricardo Constantino, André Lourenço Marques, Luis Serrano Mira e Carlos Serrano Mira Edição nº11, Março 2018 Lançamento O começo da nova aventura da família Serrano Mira data de 1998, mas há mais história para trás e estes produtores reclamam para si uma tradição que vem de 13 gerações ligadas ao vinho. Mas, mesmo com esse […]

Ricardo Constantino, André Lourenço Marques, Luis Serrano Mira e Carlos Serrano Mira

Edição nº11, Março 2018

Lançamento

O começo da nova aventura da família Serrano Mira data de 1998, mas há mais história para trás e estes produtores reclamam para si uma tradição que vem de 13 gerações ligadas ao vinho. Mas, mesmo com esse passado, é com um pé no futuro que pretendem estar. Voltaram a Lisboa para trazer quatro novos vinhos, dois em estreia absoluta.

TEXTO João Paulo Martins
FOTOS Cortesia do produtor

Para os leitores da Grandes Escolhas, ouvir falar da Herdade das Servas, e dos novos vinhos que vão colocando no mercado, já se tornou um hábito. Um hábito bom que também nos diz que a família Serrano Mira quer mostrar o que de novo vai produzindo e tem a preocupação de o fazer periodicamente. Entre muitos outros métodos, este é um, bem útil para que o nome Servas continue a fazer parte do quotidiano dos consumidores. Este momento foi agora o escolhido para anunciar que as Servas vão apoiar a edição de um livro onde se irá contar a história da família, recuando até 1667. É essa herança de 13 gerações que querem assumir e a nova inscrição nas garrafas quer dizer isso mesmo: Family Winegrowing Legacy. O momento escolhido foi apenas usado para mostrar quatro novidades.
A Herdade das Servas fica no concelho de Estremoz e ocupa uma área de 350 hectares, com as vinhas espalhadas por oito parcelas, muitas delas plantadas recentemente mas também com algumas a mostrarem a bonita idade de 70 anos. Solos variados, ligeiras diferenças de altitude das parcelas e o clima específico de Estremoz explicam a diversidade dos vinhos produzidos. Os trabalhos de viticultura e enologia, a cargo de Ricardo Constantino e os irmãos Carlos e Luís Mira, abrangem as 11 castas tintas e as 9 brancas plantadas na sua propriedade.
Os novos vinhos agora apresentados incluem a nova edição do branco Reserva, do tinto Vinhas Velhas e, em estreia, dois vinhos licorosos: um branco de Colheita Tardia e um Licoroso tinto. Ambos respondem a novas tendências do consumo. Os licorosos tintos sempre foram produtos escondidos e muito pouco divulgados, tradicionalmente ligados a algumas adegas cooperativas. No entanto, mesmo no Alentejo, havia tradição antiga (caso do Mouchão) de fazer este tipo de vinho, inspirado no Vinho do Porto. Nos anos mais recentes surgiram vários licorosos alentejanos no mercado e há assim campo para a divulgação deste tipo de vinho. São normalmente uma grande surpresa em prova cega. Os colheita tardia são vinhos que estão a interessar produtores um pouco por todo o país e temos vindo a conhecer novas marcas todos os anos. Ambos, embora feitos em quantidades muito pequenas, podem ser produtos bem interessantes e que valorizam o portefólio.


O Reserva branco estagia 9 meses em barrica mas só 50% corresponde a barrica nova. Tem Arinto (50%), com Verdelho e Alvarinho em partes iguais. O vinhas velhas tinto vai na quarta edição, vem de vinha velha com mais de 50 anos implantada em terrenos pedregosos, de baixa produção. Inclui Alicante Bouschet, Trincadeira, Touriga Nacional e Petit Verdot, por ordem de importância no lote. O estágio prolongou-se por 18 meses em carvalho francês e americano, mas, dizem-nos, no futuro será apenas francês.
O licoroso tinto resulta de um conjunto de três castas, o Alicante Bouschet em 60% e depois Trincadeira e Aragonez em partes iguais. São várias as colheitas que entram no lote e por isso não tem data de colheita. Estagiou 24 meses em barricas usadas e mais um ano em inox. É comercializado em meias-garrafas e terá edição anual daqui em diante.
A outra novidade, o colheita tardia, resulta de uvas da castas Sémillon, parcialmente atacadas de botrytis (podridão nobre), a que se juntaram outras apenas desidratadas pelo longo tempo que passaram na vinha. Foram vindimadas ao mesmo tempo. A parcela, plantada em 2007, tem apenas 2ha e é uma vinha não regada. A vindima foi em Outubro. Fermentou e estagiou em inox durante 18 meses. É comercializado em meias-garrafas.

Herdade das Servas lança Reserva e Alicante Bouschet de 2015

Da Herdade das Servas, propriedade vitivinícola localizada às portas de Estremoz, surgem duas novidades apresentadas pela família Serrano Mira, uma das mais antigas na produção de vinho: no mercado estão já o Herdade das Servas Reserva tinto 2015 e o Herdade das Servas Alicante Bouschet 2015. O primeiro é um lote de Alicante Bouschet (50%), […]

Da Herdade das Servas, propriedade vitivinícola localizada às portas de Estremoz, surgem duas novidades apresentadas pela família Serrano Mira, uma das mais antigas na produção de vinho: no mercado estão já o Herdade das Servas Reserva tinto 2015 e o Herdade das Servas Alicante Bouschet 2015. O primeiro é um lote de Alicante Bouschet (50%), Cabernet Sauvignon (35%), Alfrocheiro (10%) e Aragonez (5%) de vinhas plantadas em solos vermelhos derivados de calcários pardos ou cristalinos, com manchas de xisto. Estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês e americano de primeiro e segundo anos.

O Alicante Bouschet representa a quarta edição nesta linha de monocastas, sucedendo ao 2014. Ambos os vinhos têm 15% de teor alcoólico e Luis Mira, produtor e enólogo, garante que têm potencial de guarda e envelhecimento entre 20 a 30 anos. O Reserva vai custar no retalho cerca de €19,50; o Alicante Bouschet cerca de €16,50.