UTAD apura idade do vinho do Porto pelos seus aromas

A intensidade dos diversos aromas do vinho do Porto contribui para se conhecer a idade deste produto único da Região Demarcada do Douro. Segundo um comunicado da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a molécula soloton, responsável pelo aroma típico dos Portos envelhecidos, funciona como indicador de idade, já que a sua concentração aumenta […]

A intensidade dos diversos aromas do vinho do Porto contribui para se conhecer a idade deste produto único da Região Demarcada do Douro. Segundo um comunicado da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a molécula soloton, responsável pelo aroma típico dos Portos envelhecidos, funciona como indicador de idade, já que a sua concentração aumenta com o tempo nos vinhos do Porto que passam por um envelhecimento oxidativo, como os Brancos e os Tawnies.

A equipa de investigação da UTAD desenvolveu e validou um método para a quantificação específica de sotolon em Vinhos do Porto e também um outro para a determinação precisa e exacta dos outros compostos do aroma dos vinhos do Porto branco e Tawny, ambos publicados na prestigiada revista internacional, Food Chemistry.

“Um vinho jovem tem uma quantidade vestigial de soloton, que não é percetível ao cheirar, enquanto que num vinho do Porto Tawny com indicação de idade de 40 anos, a sua concentração é consideravelmente superior e a sua contribuição para o aroma global do vinho é crucial”, explica a investigadora do Centro de Química da UTAD, Juliana Milheiro. “Dependendo da sua concentração, esta molécula confere, aos vinhos, aromas descritos como caril, amêndoas, nozes, caramelo e açúcar amarelo”, acrescenta.

O perfil aromático dos vinhos do Porto brancos foi estabelecido pela primeira vez neste trabalho e mostrou-se semelhante ao dos vinhos do Porto Tawnies, fornecendo uma base importante para o conhecimento dos compostos responsáveis pelas características aromáticas que definem a sua qualidade. “É essencial para que o setor possa controlar e melhorar a qualidade, permitindo, assim, a definição de parâmetros de qualidade aromática para as diferentes categorias de Vinhos do Porto”, diz ainda a investigadora da UTAD.

Sogrape co-cria plataforma de previsões climáticas para o sector agrícola

Sogrape plataforma previsões climáticas

Já está em funcionamento, embora ainda em fase de teste pelas empresas. A Sogrape apresentou recentemente uma plataforma de previsões climáticas, desenvolvida no âmbito do projecto europeu MED-GOLD, que promete “ajudar o sector a enfrentar os desafios colocados pelas alterações climáticas”. Esta ferramenta — na criação da qual a Sogrape foi a única entidade do […]

Já está em funcionamento, embora ainda em fase de teste pelas empresas. A Sogrape apresentou recentemente uma plataforma de previsões climáticas, desenvolvida no âmbito do projecto europeu MED-GOLD, que promete “ajudar o sector a enfrentar os desafios colocados pelas alterações climáticas”.

Esta ferramenta — na criação da qual a Sogrape foi a única entidade do sector vitivinícola europeu e também a única empresa portuguesa a participar — permite aceder ao histórico e previsões climáticas, para uma melhor gestão das principais culturas do Mediterrâneo, como vinha, olival e trigo duro.

De acordo com António Graça, Director de Investigação & Desenvolvimento do grupo, “este tipo de ferramentas é fundamental para que os gestores agrícolas possam continuar a tomar as decisões certas para que a videira cresça e produza a melhor qualidade possível numa situação de crescente alteração climática”.

Ao longo dos últimos quatro anos, o projecto MED-GOLD recolheu, avaliou e caracterizou uma série de dados históricos sobre o clima e as colheitas que, através de modelos matemáticos, estão agora disponíveis para analisar o clima passado e elaborar previsões. A ferramenta permite visualizar a variação das temperaturas e precipitação desde 1951 até 2100. 

A Sogrape — que investe há mais de 10 anos em projetos de Investigação e Desenvolvimento pioneiros — recolheu dados climáticos históricos através da sua rede de estações meteorológicas e, junto de parceiros institucionais como o Ministério da Agricultura, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, forneceu dados de cultura como registos de datas de vindima, estados fenológicos e de pressão de doenças da videira. 

UTAD cria teste rápido à covid-19 com tecnologia de identificação de castas

Segundo a agência Lusa, a UTAD — Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real — está a desenvolver um teste rápido ao SARS-CoV-2, um biossensor criado com a mesma tecnologia utilizada para a identificação molecular das variedades de uva. A Universidade alega que este protótipo, em vias de conclusão, garante resultados em 20 […]

Segundo a agência Lusa, a UTAD — Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real — está a desenvolver um teste rápido ao SARS-CoV-2, um biossensor criado com a mesma tecnologia utilizada para a identificação molecular das variedades de uva.

A Universidade alega que este protótipo, em vias de conclusão, garante resultados em 20 minutos “e não requer pessoal especializado para a realização do teste”. Além disso, a instituição acredita ser possível a utilização em massa deste teste ainda em 2021.

Paula Martins Lopes, do Departamento de Genética e Biotecnologia da UTAD, refere que “o trabalho de autenticidade dos vinhos, que a Universidade desenvolve há vários anos, constitui conhecimento valioso que pode agora ser transposto para a situação muito preocupante que vivemos”. 

Esta tecnologia está associada a uma patente internacional registada por esta Universidade, no âmbito do WineBioCode e da Plataforma INNOVINE & WINE. A partir do DNA das castas, alia a composição varietal à Denominação de Origem Douro.

É já hoje a apresentação do projecto que pretende fazer os agentes económicos do vinho, do Douro e do Porto, poupar dinheiro. O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) e a NOVA Information Management School (NOVA IMS) vão desenvolver o IVDP Data+, one “a inteligência artificial e a ciência de dados vão apoiar os processos de planeamento e gestão, visando a optimização de processos com impacto, nomeadamente, nos custos de produção ou na identificação das melhores rotas e destinos dos vinhos do Douro e do Porto”, explica o IVDP em comunicado.

Este projecto, financiado pelo Portugal 2020 ao abrigo do programa SAMA IA, decorrerá até Dezembro de 2021, com um orçamento global de, aproximadamente, 300 mil euros.

Este modelo permitirá “realizar estimativas de produção para o viticultor – e prever os respetivos custos de produção – identificar os trânsitos de vinhos mais favoráveis e sugerir potenciais mercados mediante as características do vinho, além do rastreamento fidedigno de toda a produção, desde a uva até à garrafa, garantindo assim a total fiabilidade do produto final”, desenvolve o IVDP.

Gilberto Igrejas, Presidente do IVDP, reforça: “O projeto IVDP Data+ cria um novo paradigma de planeamento e gestão de toda a cadeia de valor do vinho do Douro e Porto, lançando as bases para que as políticas públicas que prosseguimos assentem em dados, quer no momento da sua construção, quer na sua monitorização e avaliação. Criamos assim as bases para que as dimensões económica, social e ambiental sejam integradas numa abordagem holística capaz de tirar partido das actuais capacidades analíticas ao nosso dispor numa aposta que denominamos de Winalytics – a ciência dos dados ao serviço da viticultura do Douro e Porto”.

Conservante natural não tóxico para vinhos distinguido pela ANI

O ChestWine, desenvolvido por uma equipa de investigadores do Instituto Politécnico de Bragança, é o vencedor da distinção Born from Knowledge (BfK), atribuída pela Agência Nacional de Inovação (ANI), no âmbito do Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola (PEICA). O projecto, que acumulou o BfK com o PEICA na categoria “Produção, Transformação e Comercialização”, utiliza […]

O ChestWine, desenvolvido por uma equipa de investigadores do Instituto Politécnico de Bragança, é o vencedor da distinção Born from Knowledge (BfK), atribuída pela Agência Nacional de Inovação (ANI), no âmbito do Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola (PEICA). O projecto, que acumulou o BfK com o PEICA na categoria “Produção, Transformação e Comercialização”, utiliza a flor de castanheiro como conservante natural isento de toxicidade para o vinho, que pode ser uma alternativa aos sulfitos adicionados e proporcionar ao consumidor um vinho biodinâmico, diferenciado, e portador de propriedades bioactivas. A ANI considerou o ChestWine como o melhor candidato de base científica e tecnológica a concurso, que lhe valeu o troféu “Árvore do Conhecimento” e um prémio monetário de 5 mil euros.

Projecto CV3 analisa impacto dos millennials no sector do vinho

O “Projecto CV3 – Criação de Valor na Vinha e no Vinho”, que tem como objectivo mobilizar os agentes económicos através da apresentação pública de casos, da organização de eventos e de estudos em contexto académico, realizou, em parceria com a Adega de Ponte de Lima, o seu 6º evento. Nesta Adega, que completa agora […]

O “Projecto CV3 – Criação de Valor na Vinha e no Vinho”, que tem como objectivo mobilizar os agentes económicos através da apresentação pública de casos, da organização de eventos e de estudos em contexto académico, realizou, em parceria com a Adega de Ponte de Lima, o seu 6º evento. Nesta Adega, que completa agora 60 anos, propôs-se a análise um dos aspectos mais debatidos sobre o futuro do sector do vinho, do ponto de vista comercial: o impacto que a nova geração de consumidores vai provocar nos produtores e na distribuição.

Fátima Carioca, da AESE Business School, foi a principal oradora da iniciativa, explicando quem são os consumidores millennials, os seus hábitos de consumo, e apresentando estratégias de comunicação, promoção e venda, tendo como alvo esta geração.

No painel de debate que aconteceu após a apresentação de Fátima Carioca, entraram em cena o enólogo Anselmo Mendes, Manuel Carvalho (director do jornal Público), Ricardo Silva (da Adega de Ponte de Lima), Beatriz Casais (professora de Comércio Digital da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho) e Lúcia Palma, responsável de vinho da Auchan Cascais. Este grupo de luxo discutiu se o sector do vinho está preparado para receber a nova geração de consumidores e referiu que, como indicado em comunicado de imprensa, “Tal como noutros negócios, no mercado do vinho não são apenas os produtos que estão em causa, mas também a história por trás de cada um e as relações, a experiência de compra e tudo o que a envolve são tão importantes como o próprio produto”, e concluiu que “A experiência exigida pelo consumidor está a mudar o paradigma da relação com o cliente, pelo que a organização se deve adaptar, olhando para o futuro”.

Foto de Anabela Trindade

Sogrape parceira no projecto europeu iGrape

Um projecto apresentado por um grupo de parceiros de Portugal (onde se insere a Sogrape), Itália e Alemanha, liderado pelo INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, foi selecionado para financiamento do programa competitivo de Investigação e Inovação da União Europeia, Horizonte 2020, para desenvolver uma solução inovadora que permita a monitorização contínua e em […]

Um projecto apresentado por um grupo de parceiros de Portugal (onde se insere a Sogrape), Itália e Alemanha, liderado pelo INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, foi selecionado para financiamento do programa competitivo de Investigação e Inovação da União Europeia, Horizonte 2020, para desenvolver uma solução inovadora que permita a monitorização contínua e em tempo real do nível de maturação da uva e do stresse hídrico da videira, ajudando a determinar o momento certo para a vindima.

O objetivo do iGrape é desenvolver um dispositivo inteligente totalmente integrado e autónomo, pequeno e de baixo custo, capaz de medir o nível de maturação da uva e o stresse hídrico da videira por deteção óptica.
Este dispositivo será completamente autónomo, com bateria própria, pré-processamento de sinal e módulo de comunicação sem fios, permitindo medir e transmitir as leituras regularmente para uma estação remota de colheita de dados, durante o período necessário (cerca de 3 meses).

O projecto teve origem em contactos entre o INL e a Sogrape, com quintas em Portugal, Espanha, Argentina, Chile e Nova Zelândia. Posteriormente, incluirá parceiros com conhecimentos específicos necessários para garantir o nível exigido de entrega: INESC MN (Portugal), Universidade de Freiburg (Alemanha), Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais – Produção, Paisagem, Agroenergia – Universidade de Milão (Itália) e Automation SRL (Itália).

Sogrape distinguida com prémio de Investigação e Desenvolvimento

A Sogrape Vinhos recebeu um prémio especial na área da Investigação e Desenvolvimento (I&D), atribuído pela revista “Exame Informática” e pelo semanário “Expresso”. A distinção premeia a atuação da empresa na busca permanente de soluções inovadores com recurso à tecnologia, nomeadamente através da sua participação no projeto MicroWine – uma rede europeia que promove a […]

A Sogrape Vinhos recebeu um prémio especial na área da Investigação e Desenvolvimento (I&D), atribuído pela revista “Exame Informática” e pelo semanário “Expresso”. A distinção premeia a atuação da empresa na busca permanente de soluções inovadores com recurso à tecnologia, nomeadamente através da sua participação no projeto MicroWine – uma rede europeia que promove a colaboração estreita entre a indústria e os parceiros académicos.

Este galardão, concedido no âmbito da conferência “As Maiores do Portugal Tecnológico”, evento que premiou as 200 maiores empresas a operar no mercado da tecnologia em Portugal, foi este ano atribuído pela primeira vez a empresas que atuam no setor primário e secundário e que estão a aproveitar as oportunidades criadas pela transformação digital. 

No caso concreto da Sogrape Vinhos, é sublinhado o investimento realizado no quadro do projeto MicroWine com o objetivo de estudar e compreender o impacto dos microrganismos na produção do vinho. Sabe-se, por exemplo, que estes seres invisíveis ao olho humano têm influência nas várias etapas do sistema produtivo, desde a plantação da vinha à expressão dos aromas e cores do vinho no copo. Este conhecimento é possível através da combinação de estudos de ADN e análises de computação.

Outro exemplo que evidencia os ganhos de uma boa relação entre o setor e a ciência prende-se com a utilização da água na viticultura. Um dos métodos usados para diminuir o gasto deste recurso é a quantificação da ‘sede’ de cada planta, de forma a que apenas seja empregue a quantidade estritamente necessária de água. Para se ter uma ideia, cada quilo de uvas implica a utilização de, em média, 610 litros – se for feito o levantamento, o valor desce para 400 litros.