Restaurante O Frade encanta Dia dos Namorados com menu especial

Para festejar o Dia de São Valentim já neste domingo (14 de Fevereiro), com o restaurante lisboeta de cozinha tradicional portuguesa O Frade, o chef Carlos Afonso sugere um menu especial, disponível por encomenda: couvert, duas ostras ao natural, coelho de coentrada, arroz de pato, mousse de chocolate e frutos vermelhos. A harmonização sugerida passa […]
Para festejar o Dia de São Valentim já neste domingo (14 de Fevereiro), com o restaurante lisboeta de cozinha tradicional portuguesa O Frade, o chef Carlos Afonso sugere um menu especial, disponível por encomenda: couvert, duas ostras ao natural, coelho de coentrada, arroz de pato, mousse de chocolate e frutos vermelhos. A harmonização sugerida passa pelo tinto Dona Alice 2018 — um Aragonez e Trincadeira da ACV Vinhos de Talha (Alentejo) cujo nome é uma homenagem à companheira do produtor Alexandre Frade — ou pelo espumante Sidónio de Sousa Bairrada rosé.

Com o valor de 75 euros (duas pessoas), este menu está disponível por entrega através das aplicações Volup e Uber Eats, take-away directamente com o restaurante:
@restauranteofrade
Tlf: 939482939
Morada: Calçada da Ajuda, 14 – Belém
Individualmente, o vinho D. Alice tinto 2018 tem o p.v.p. recomendado de 25 euros e pode ser adquirido n’O Frade ou na loja online da ACV Vinhos de Talha.
Quinta do Gradil lança loja online e oferece Magnum de espumante

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Depois de renovar as suas instalações no Cadaval — incluindo o bonito Palácio do século XIX — e de se submeter a uma total renovação tanto na imagem institucional como dos seus vinhos, a Quinta do Gradil […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Depois de renovar as suas instalações no Cadaval — incluindo o bonito Palácio do século XIX — e de se submeter a uma total renovação tanto na imagem institucional como dos seus vinhos, a Quinta do Gradil lança agora uma loja online.
Para assinalar a inauguração, este produtor de Lisboa está a oferecer uma garrafa Magnum (1500ml) do Maria do Carmo Espumante Touriga Nacional Rosé, quem adquirir, até dia 14 de Fevereiro, uma caixa de madeira de três unidades do novo vinho topo de gama Maria do Carmo, em branco (Semillon e Alvarinho) ou tinto (Alicante Bouschet).
Luís Vieira, proprietário e administrador da Quinta do Gradil, comenta: “É também a nossa casa. É assim que sentimos este novo espaço online porque o idealizámos e desenhámos dessa forma, não apenas para ser uma loja de vinhos. Fomos construindo o nosso site ao mesmo tempo em que decorriam todas as transformações na Quinta do Gradil. O objetivo, desde sempre, foi que ambas as nossas casas física e online crescessem ao mesmo tempo, e que se refletissem uma na outra. Acima de tudo, queremos que quem nos visite online consiga, desde logo, sentir o nosso espírito e o nosso ADN”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
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JNcQUOI at Home tem nova carta

O novo confinamento pede que voltemos a ter todas as nossas refeições em casa — quer sejam cozinhadas por nós, ou em regime de take-away e delivery — e o lisboeta JNcQUOI responde a esta necessidade com uma nova carta no serviço JNcQUOI at Home. Este mais recente menu, disponível de segunda-feira a domingo, inclui […]
O novo confinamento pede que voltemos a ter todas as nossas refeições em casa — quer sejam cozinhadas por nós, ou em regime de take-away e delivery — e o lisboeta JNcQUOI responde a esta necessidade com uma nova carta no serviço JNcQUOI at Home.
Este mais recente menu, disponível de segunda-feira a domingo, inclui vários “pratos do dia”: Arroz de Pato, Polvo Confitado, Caril de Gambas ou Bacalhau à Gomes de Sá; e também Cabrito Assado à Portuguesa ou Carne de Porco com Gambas ao sábado, e Pernil de Porco Assado com Salsicha e Chucrute ou Empadão de Pato ao domingo. O custo de cada um destes pratos é €28.
Também a carta principal do JNcQUOI at Home conta com um conjunto de novidades entre as quais se destacam a Paletilha com Grelos e Batata Gratinada ou Medalhões de Novilho com Morilles e Batata Gratinada, ambos a custar €39. São iguarias que chegam a casa em vácuo, com um cartão que explica, segundo o restaurante, os “simples e rápidos” passos de finalização, para que seja desfrutados na sua melhor condição.
Para além da entrega de refeições e produtos da mercearia gourmet, o JNcQUOI at Home oferece ainda a possibilidade de entregar em casa peças de roupa e acessórios das lojas Fashion Clinic, Gucci e Dolce & Gabbana, bem como velas aromáticas e serviços de mesa, indo assim ao encontro da assinatura do grupo “Food Meets Fashion Meets Hospitality”.
O serviço de entrega, por sua vez, é assegurado pela equipa do JNcQUOI, “com todas as regras de higiene cumpridas”, diz a empresa. As encomendas podem ser feitas na plataforma do JNcQUOI at Home, por telefone (+351 219 369 900) ou por e-mail (athome@jncquoi.com). O JNcQUOI at Home funciona entre as 11h e as 22h.
Garcias distribui vinhos Quinta de Pancas em exclusivo

Os vinhos da Quinta de Pancas passaram a ser distribuídos, desde 1 de janeiro de 2021 e em exclusivo, pela Garcias Wines & Spirits. “Gostamos de trabalhar com produtores activos e conhecedores do mercado, assim como disponíveis para arriscar e com espírito criativo”, refere Filipa Garcia, administradora da Garcias. Por sua vez, directora geral da […]
Os vinhos da Quinta de Pancas passaram a ser distribuídos, desde 1 de janeiro de 2021 e em exclusivo, pela Garcias Wines & Spirits. “Gostamos de trabalhar com produtores activos e conhecedores do mercado, assim como disponíveis para arriscar e com espírito criativo”, refere Filipa Garcia, administradora da Garcias.
Por sua vez, directora geral da empresa da região de Lisboa, Cláudia Paiva, explica a opção: “Esta mudança de distribuidora marca o início de um novo ciclo na Quinta de Pancas. Acreditamos que temos os vinhos, a equipa e a história do nosso lado. Chegou o momento de levar a nossa marca e os nossos vinhos para outro patamar. Queremos chegar a mais consumidores, a mais canais e ter uma cobertura geográfica efectiva. Quando acreditamos e sabemos onde queremos chegar é muito importante ter ao nosso lado um parceiro que acredite tanto quanto nós e que seja dotado das ferramentas humanas, técnicas e logísticas que nos ajudem a alcançar o objetivo”.
Foto: quintadepancas.com
#40 – Saltimbancos Sauvignon Blanc 2019

vinho da casa #40 – Saltimbancos Sauvignon Blanc 2019
vinho da casa #40 – Saltimbancos Sauvignon Blanc 2019
Torres Vedras cria Rota de Enoturismo em torno da estrada Nacional 9

Está neste momento em desenvolvimento, por parte da Câmara Municipal de Torres Vedras, a criação de uma Rota de Enoturismo. Esta Rota irá estender-se pela estrada Nacional 9, via que abrange as áreas de maior concentração de vinha, no território. O objectivo é incluir, nesta Rota de Enoturismo de Torres Vedras, agentes económicos como produtores […]
Está neste momento em desenvolvimento, por parte da Câmara Municipal de Torres Vedras, a criação de uma Rota de Enoturismo. Esta Rota irá estender-se pela estrada Nacional 9, via que abrange as áreas de maior concentração de vinha, no território.
O objectivo é incluir, nesta Rota de Enoturismo de Torres Vedras, agentes económicos como produtores de vinho, hotelaria, restauração e comerciantes. A sede, por sua vez, será a Casa do Espírito Santo, um edifício actualmente em ruína, em Carvoeira.
“O projeto prevê a reconversão da Casa do Espírito Santo num estabelecimento de enoturismo que irá afirmar-se enquanto local de referência na freguesia e no Concelho, proporcionando experiências associadas à apreciação de vinhos locais e à participação na cultura e tradição vitivinícola do território”, explica o Município de Torres Vedras.
A aposta no enoturismo neste território tem-se acentuado desde 2018, ano em que a Rede Europeia das Cidades do Vinho atribuiu a distinção “Cidade Europeia do Vinho” a Torres Vedras.
Casal Sta. Maria premiado nos Travel & Hospitality Awards 2021

O produtor de Colares (Lisboa), Casal Sta. Maria, foi recentemente vencedor na categoria “Unique Tour Company of the Year”, dos prémios Travel & Hospitality Awards 2021. Esta é uma celebração internacional anual, para os melhores hotéis, spas, restaurantes e operadores de turismo. O objectivo destes prémios é, segundo a empresa, “distinguir o trabalho desenvolvido no […]
O produtor de Colares (Lisboa), Casal Sta. Maria, foi recentemente vencedor na categoria “Unique Tour Company of the Year”, dos prémios Travel & Hospitality Awards 2021. Esta é uma celebração internacional anual, para os melhores hotéis, spas, restaurantes e operadores de turismo.
O objectivo destes prémios é, segundo a empresa, “distinguir o trabalho desenvolvido no sector do turismo a nível mundial e servir de guia para os viajantes mais exigentes que procuram umas férias de luxo”.
O projecto Casal Sta. Maria, com uma quinta que remonta ao início do século XVIII, é gerido pelo neto do Barão Bodo von Bruemmer, Nicholas von Bruemmer. Os seus vinhos têm origem em vinhas situadas na orla costeira da Serra de Sintra.
Brancos de Lisboa: Diversidade de castas e estilos

Se tivesse de escolher apenas uma palavra para descrever a região, esta seria – diversidade. Solos, castas, denominações de origem, tipos e estilos de vinhos produzidos – tudo é diverso e heterogéneo na região de Lisboa. TEXTO: VALÉRIA ZEFERINO FOTOS: RICARDO GOMEZ Já lá vão os tempos em que a região se chamava Estremadura, conotada […]
Se tivesse de escolher apenas uma palavra para descrever a região, esta seria – diversidade. Solos, castas, denominações de origem, tipos e estilos de vinhos produzidos – tudo é diverso e heterogéneo na região de Lisboa.
TEXTO: VALÉRIA ZEFERINO
FOTOS: RICARDO GOMEZ
Já lá vão os tempos em que a região se chamava Estremadura, conotada sobretudo com fornecimento de grande volume de vinho à capital. Em 2009 adoptou o nome de Lisboa que lhe conferiu uma nova identidade e a colocou no mapa de Portugal de forma inequívoca e contemporânea. A região estende-se entre Lisboa e Leiria, com cerca de 140 km em comprimento e entre 20 e 40 km em largura, sendo delimitada pelo oceano a Oeste. A influência Atlântica é um denominador comum – ameniza as temperaturas de verão através das brisas marítimas e frequentes neblinas matinais que, dado ao relevo não muito elevado, excepto a Sul, proliferam facilmente para o interior. O clima temperado, sem grandes amplitudes térmicas e com uma precipitação anual a nível de 600-700 mm permite uma maturação mais lenta e homogénea sem risco de escaldões ou paragens de actividade fotossintética das videiras. Os solos variam de calcários a argilosos, tendo zonas com arenitos finos e terras mais férteis de aluvião.
São permitidas mais de 50 castas brancas, entre as quais nacionais e internacionais, algumas bem populares, como Chardonnay, Sauvignon Blanc ou Riesling e outras menos conhecidas como Roussanne, Marsanne ou Grüner-Veltliner.
De acordo com os dados do IVV de 2019, a área de vinha plantada na região de Lisboa corresponde a 19 287 ha, mas segundo a CVR Lisboa, apenas cerca de 10 000 hectares são com classificação para Vinho IGP Lisboa e DOP. Destes, as castas brancas ocupam apenas 2 300 hectares. Apesar da região de Lisboa ter excelentes condições para a produção de vinhos brancos, cá, como no resto do país (com excepção da Região de Minho/Vinho Verde), a produção de vinhos brancos está em minoria, representando apenas 20% dos vinhos produzidos na região (75% são tintos e mais 5% rosados).
Em algumas denominações de origem, certas castas são intrinsecamente ligadas à sua identidade, como é o caso de Malvasia em Colares ou Arinto em Bucelas. Em Óbidos, pelo contrário, as regras são mais liberais, permitindo castas pouco conotadas com a região de Lisboa, como Encruzado ou Loureiro, por exemplo, e castas internacionais como Viognier, Riesling ou Chardonnay.
Há também meio-termo. Em Alenquer, Arruda e Torres Vedras são autorizadas várias castas, mas para certificar um vinho branco como DO, as castas tradicionais (Arinto, Fernão Pires, Rabo-de-Ovelha, Seara Nova e Vital) devem representar, no conjunto ou separadamente, no mínimo de 65% a 70% do encepamento. A situação é muito parecida nas Encostas D’Aire.
A maioria dos produtores optam por trabalhar na categoria do Vinho Regional (IG), que oferece muito mais flexibilidade e, por outro lado, a marca Lisboa é mais facilmente reconhecida a nível internacional, do que, por exemplo DO Torres Vedras ou Arruda.
Assim, dos vinhos certificados, 93% são Regional Lisboa e só 7% são DO.
VARIEDADE DE CASTAS
As principais castas brancas são Fernão Pires, representando cerca de 50%, seguindo-se o Arinto com 25%. Fernão Pires é uma casta bastante flexível em termos de clima, adapta-se bem a diferentes tipos de solo, desde que haja humidade suficiente, o que se verifica na maior parte das vinhas da região de Lisboa. É bastante vigorosa e produtiva. Amadurece cedo, tendo como inconveniente a rápida degradação de ácidos, se não for vindimada a tempo. O clima da região, neste caso, permite uma maturação mais lenta. Grande presença aromática faz dela uma escolha acertada para os vinhos fáceis e apelativos da gama de entrada.
Arinto é uma das grandes uvas nacionais com o seu potencial máximo em Bucelas, onde existe a maior variabilidade genética, indicando que esta zona tenha sido a origem da casta. Espalhada pelo país, faz parte de muitos lotes de entrada até aos topos de gama e é capaz de produzir excelentes vinhos em extreme. É naturalmente rica em ácidos, conserva-os mesmo em territórios mais quentes, o que lhe confere a frescura e assegura a longevidade em cave. Tem cachos grandes, mas poucos por cepa o que não faz dela uma casta muito produtiva. Amadurece tarde. A enóloga da Quinta da Chocapalha, Sandra Tavares, refere que é apanhada no final de Setembro, já depois de algumas castas tintas. Para Sandra “Arinto é uma casta muito pura em termos aromáticos, fica bem com alguma maceração pelicular, barricas muito usadas e estágios longos de 8-10 meses.”
O enólogo da Adega Mãe, Diogo Lopes, refere que, no caso deles, o Arinto é plantado nos solos mais calcários das encostas, vinhas não regadas para controlar o vigor. Considera que Arinto é bem talhada para fermentação e estágio em barrica, mesmo a madeira nova não se sobrepõe. Escolhem barricas por tanoaria e por floresta. Preferem tosta ligeira, mas até aguenta um pouco mais.
Das castas nacionais é interessante também cada vez mais a popularidade do Viosinho. Diogo e Sandra concordam que a casta precisa ou altitude, como em certas zonas no Douro, ou a frescura por meio da influência marítima, se não a acidez quebra rapidamente, tornando o vinho pesado.
Das castas internacionais, Chardonnay e Sauvignon Blanc têm uma aposta forte na região.
Diogo e Sandra são unânimes, afirmando que Chardonnay porta-se muito bem na região de Lisboa, fica com acidez forte, aguenta bem barrica, incluindo nova. Tem muita consistência e textura, e mais volume de boca do que Arinto.
Sauvignon Blanc com influência marítima adapta-se bem aos vinhos de entrada de gama (um pouco como Fernão Pires). Diogo Lopes procura no Sauvignon Blanc o seu lado mais cítrico, não tão exuberante e herbáceo como os da Nova Zelândia.
Viognier, com os seus aromas exóticos e que em condições mais frescas não desacidifica bruscamente, parece também começar a ter um certo protagonismo na região.
Segundo Sandra Tavares, as castas internacionais, como Chardonnay, foram uma ferramenta útil no início do projecto, mas hoje, aumentou a procura pela diversidade, e Chardonnay pouco ou nada vende nos mercados estrangeiros. É mais fácil comunicar castas nacionais, como o Arinto, por exemplo. No mercado nacional é o inverso.
Diogo Lopes aponta para a mesma tendência: no Japão ou Estados Unidos, vendem bem as castas nacionais. No mercado nacional, onde em Lisboa e Algarve há muitos turistas que preferem jogar pelo seguro, vendem-se melhor as castas internacionais conhecidas.
NOVE DENOMINAÇÕES DE ORIGEM
A região de Lisboa tem 9 denominações de origem, algumas delas bastante específicas: Lourinhã – só para aguardentes, Carcavelos – só para vinho generoso e Bucelas — apenas para o vinho branco.
DO Lourinhã fica entre Óbidos e Peniche, onde devido à proximidade do mar e castas de grande produção plantadas em solos férteis, os vinhos ficam, naturalmente, com baixo grau alcoólico e acidez alta, tendo mais vocação para servir de base para destilados de qualidade. Carcavelos, com apenas 10 hectares de vinha, segundo o site da CVR Lisboa, é uma das três denominações históricas, juntamente com Bucelas e Colares, todas com características distintas. Foram as primeiras da região a serem demarcadas em 1908 por terem fama e importância económica na altura. Hoje compõem o triângulo dourado de Lisboa e contribuem para diversidade.
Colares, situada entre o mar e a serra de Sintra, com fortíssima influência Atlântica, em termos de brancos, dá primazia a Malvasia de Colares, que deve compor pelo menos 80% de lote. Outras castas autorizadas (Arinto, Galego-Dourado e Jampal) ficam em minoria e nunca aparecem no rótulo. Bucelas é a maior das três denominações históricas, tendo 142 hectares de vinha (dados CVR Lisboa) e é a única no país onde se produz apenas vinhos brancos, com forte predominância de Arinto. O vinho deve ser feito, no mínimo, de 75% desta casta, podendo completar o lote com Esgana-Cão e Rabo de Ovelha.
O relevo relativamente acentuado oferece alguma protecção da influência marítima. As vinhas instaladas em solos predominantemente derivados de margas e calcários duros, distribuídas pelas encostas suaves do vale do Rio Trancão, chegando até as várzeas com solos mais férteis e maturações mais tardias. As brisas do lado do Tejo também têm um efeito temperador, fazendo com que os Verões não sejam muito quentes, mantendo humidade bastante elevada, e desta forma, oferecem à casta as melhores condições para amadurecer lentamente e revelar o seu potencial.
Na parte central da região ficam as quatro denominações com maior contribuição em termos de área de vinha e produção – Alenquer, Torres Vedras, Arruda e Óbidos. DO Alenquer, onde a produção de vinho remonta, pelo menos, ao século XIII, fica a sul da Serra de Montejunto, ganhando protecção dos ventos frescos e húmidos do Atlântico. As vinhas ficam inseridas numa sequência das colinas e vales. Em Arruda dos Vinhos. a Sul de Alenquer, mais afastada dos maciços montanhosos, sente-se mais a afluência atlântica que confere temperaturas amenas, alguma nebulosidade e protege de geadas tardias. Delimitada pelo Atlântico a Oeste, com altitude baixa e fora da barreira montanhosa de Montejunto, o território de Torres Vedras está sob forte influência marítima e também fluvial, sendo atravessada por dois rios – Alcabrichel e Sizandro. A vinha cobre colinas e outeiros, descendo às várzeas ao redor dos rios.
A Noroeste da Serra de Montejunto está a denominação de origem Óbidos, integrando os concelhos Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha e Óbidos, propriamente dito. É uma zona com bastante precipitação devido às chuvas orográficas, influenciadas pela Serra. É nesta área que se situam algumas das casas mais clássicas da região como a Casa das Gaeiras, a Quinta das Cerejeiras, Quinta de S. Francisco, Quinta do Sanguinhal e a bem antiga, embora relativamente recente na produção de vinho de marca, Quinta do Gradil.
Na parte setentrional da região, fica a denominação Encostas D’Aire, assente no maciço cal- cário a Noroeste das Serras de Aire e Serra do Candeeiro. Tem muita influência marítima que marca o clima de transição entre o Atlântico e o Mediterrânico. Está dividida em duas sub-regiões – Alcobaça e Ourém. Nesta última é produzido um vinho histórico sob designação Medieval de Ourém, com apenas duas castas – Fernão Pires e Trincadeira em proporção 80%/20% no mosto, respectivamente.
Ao falar da diversidade, não se pode esquecer da categoria de Vinho Leve, produzido na região de Lisboa. É literalmente, um vinho com corpo leve e baixa graduação alcoólica (de 7,5% a 10,5%), podendo ser ligeiramente gaseificado (até 1 bar).
VISÃO HISTÓRICA
Durante quatro séculos do domínio muçulmano na região Oeste a actividade vitivinícola não tinha expressão. Após a fundação da nacionalidade, a viticultura desenvolveu-se graças às ordens religiosas, os Beneditinos, Clunicenses e ordem de Cister em Alcobaça. Mais tarde, a invasão francesa, depois doenças e pragas da vinha no século XIX penalizaram a produção de vinhos. No final da primeira metade do século passado apareceram casas como Casa das Gaeiras, Quinta do Sanguinhal ou Quinta das Cere- jeiras. As décadas 50 e 60 foram assinaladas pela proliferação de Adegas Cooperativas. Forte incremento do co- mércio para as ex-colónias levou à utilização de castas de grande produtividade, como Alicante Branco, Alvadurão (Síria), Malvasia Rei (conhecida na região como Seminário) e híbridos da Estação Agronómica Nacional. Das 23 adegas até aos nossos dias sobreviveram apenas 13 (referi- das no site da CVR Lisboa). Muitas delas conseguiram fazer uma reestruturação de castas e modernizar-se em termos de equipamento, portefólio e imagem.
Na viragem do século surgiram novos projectos de qualidade e que contribuem para o prestígio da região – Quinta do Monte D’Oiro, Quinta da Chocapalha, Quinta do Gradil, Adega Mãe, por exemplo.
A região está fortemente orientada para os mercados externos, sendo que 80% de vinho produzido é exportado, sobretudo através de dois grandes players como a Casa Santos Lima e a DFJ Vinhos. No panorama do mercado nacional e em termos de vinhos certificados, a região de Lisboa fica no sétimo lugar com 4,7% de vinhos brancos e 4,4% de vinhos tintos em volume.
Ainda há muito vinho vendido à granel, mas o vinho certificado tem vindo a crescer enormemente. A certificação Lisboa é hoje uma garantia de qualidade em vários mercados do mundo e os brancos da região que agora provamos contribuem certamente para isso. Frescos, vibrantes e diversos, são o espelho de uma Lisboa vinícola multifacetada e com espaço para crescer nas mesas de todo o mundo
Sabia que…
O vinho de Bucelas sob o nome “charneco” foi mencionado na peça de W. Shakespeare “Henrique VI”. Teve a ver com um lugar chamado Charneca em Bucelas. O branco famoso também era conhecido na Inglaterra como “hock portuguese” ou “Lisbon hock”, aproveitando a palavra popular “hock” referente aos vinhos brancos secos da Alemanha, particularmente, Riesling.
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Artigo da edição nº36, Abril 2020