Concurso de Vinhos do Douro Superior anuncia vencedores de 2019

Foram mais de 170 os vinhos presentes na oitava edição do Concurso de Vinhos do Douro Superior. Um nível médio bastante elevado aliou-se a uma grande diversidade de produtores, muitos deles estreantes nestas andanças, e oriundos de todos os concelhos da sub-região . Trinta e cinco provadores reuniram-se num sábado de manhã no Centro de […]
Foram mais de 170 os vinhos presentes na oitava edição do Concurso de Vinhos do Douro Superior. Um nível médio bastante elevado aliou-se a uma grande diversidade de produtores, muitos deles estreantes nestas andanças, e oriundos de todos os concelhos da sub-região .
Trinta e cinco provadores reuniram-se num sábado de manhã no Centro de Exposições de Vila Nova de Foz Côa, mais conhecido como Expocôa. Estava para começar a oitava edição do Festival do Vinho do Douro Superior, e este concurso é a primeira iniciativa integrada no conjunto de acções deste festival. A organização do concurso coube mais uma vez à equipa da Grandes Escolhas. A direcção técnica ficou com Luis Lopes, director da revista e técnico com mais de 30 anos de experiência. Como dissemos, participaram no concurso mais de 170 vinhos, mas é fantástico notar, que só nos brancos e tintos, eram 85 os vinhos que ostentavam o designativo Reserva e 25 os que tinham no rótulo “Grande Reserva”. Pelo meio, alguns ‘Grande Escolhas’ e outros nomes a designar, embora não oficialmente, que eram vinhos de excepção na gama de cada produtor. Um nível muito alto, portanto, e foram vários os vinhos que raramente, ou nunca, participam em concursos. Apesar da prova ser cega, os 35 jurados pressentiram a qualidade – ou não sejam eles gente muito habituada a provar – e as notas médias foram muito altas. Com a escala de 0 a 20, abundaram classificações acima dos 18 valores, normalmente entregues apenas vinhos de muito alto nível. No painel de jurados estavam jornalistas e bloggers especializados, sommeliers e proprietários de garrafeiras.
Numa primeira fase, depois de todos os vinhos provados, foram escolhidos os três melhores em cada categoria para passarem depois a uma finalíssima. Aqui, todos os vinhos foram provados pelos 35 jurados e desta votação emergiram os três grandes vencedores.
O grande vencedor nos brancos foi o Quinta da Pedra Escrita 2017, do enólogo/produtor Rui Roboredo Madeira. Este vinho segue, aliás, uma já histórica linha de brancos a ganhar fama todos os dias. Nos tintos, a palma coube ao Crasto Superior Syrah 2016, a operação do Douro Superior da Quinta do Crasto. Embora seja relativamente rara no Douro, a casta Syrah dá-se aqui muito bem e já não é a primeira vez que este vinho sobressai em concursos, sendo inclusive repetente no pódio. Finalmente, nos Vinhos do Porto, o Prémio para Melhor Vinho foi para o Quinta do Grifo Vintage 2016, da Rozès, que saiu vencedor da disputa com tawnies, LBV e Vintages de superior qualidade. Nota especial para esta casa, que colocou vinhos com altas classificações e medalhas de ouro em todas as categorias: está-se a trabalhar muito bem na Rozès.
Escolhidos os Melhores Vinhos, coube a vez de designar as medalhas de ouro e prata, que detalhamos a seguir. Refira-se ainda que a entrega de prémios decorreu no recinto do próprio Festival do Vinho do Douro Superior, com a presença do presidente da Câmara – e grande mentor desta iniciativa – Gustavo Duarte. E um defensor acérrimo da sua terra e dos vinhos do Douro Superior.
Os medalhados no 8º Concurso de Vinhos do Douro Superior
OS MELHORES VINHOS
Quinta da Pedra Escrita branco 2017 (Rui Roboredo Madeira, Vinhos)
Crasto Superior Syrah tinto 2016 (Quinta do Crasto)
Quinta do Grifo Porto Vintage 2016 (Rozès)
MEDALHA DE OURO VINHO BRANCO (produtor)
Duas Quintas Reserva 2017 (Adriano Ramos Pinto Vinhos)
Duvalley Grande Reserva 2012 (Quinta Picos do Couto)
Montes Ermos Grande Reserva 2016 (Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta)
Quinta da Sequeira Grande Reserva 2015 (Quinta da Sequeira)
Quinta Vale d’Aldeia Grande Reserva 2015 (Quinta Vale d’Aldeia)
Terras do Grifo Grande Reserva 2016 (Rozès)
MEDALHA DE PRATA VINHO BRANCO
Casa Ferreirinha Papa Figos 2018 (Sogrape Vinhos)
Crasto Superior 2017 (Quinta do Crasto)
Duvalley 2018 (Quinta Picos do Couto)
Mapa Vinha dos Pais 2017 (Costa Garcias)
Moinhos do Côa Reserva 2018 (Artur Adriano Proença Rodrigues)
Pai Horácio Grande Reserva 2015 (Vinilourenço)
Quinta da Cuca Reserva 2017 (Quinta da Cuca)
Quinta da Extrema Reserva 2017 (Colinas do Douro Sociedade Agrícola)
Quinta Daniel Reserva 2016 (H. Abrantes Douro Wines)
Soulmate Grande Reserva 2017 (Cortes do Tua Wines)
Terrincha 2018 (Quinta da Terrincha – Sociedade Agrícola)
Tons de Duorum 2018 (Duorum Vinhos)
Vale Marianes 2017 (Rui Saraiva Caldeira)
MEDALHA DE OURO VINHO TINTO
Medalha de Ouro (2 PR Grande Reserva tinto 2015 (Duplo PR – Serviços de Enologia)
Cabeça de Gaio Grande Reserva 2015 (Quinta & Casa das Hortas, Soc. Agr. e Comercial)
Casa Ferreirinha Quinta da Leda 2016 (Sogrape Vinhos)
Montes Ermos Grande Reserva 2014 (Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta)
Palato Reserva 2015 (5 Bagos)
Quinta da Silveira Grande Escolha 2011 (Sociedade Agrícola Vale da Vilariça)
Quinta da Touriga Chã 2016 (Jorge Rosas Vinhos)
Quinta Daniel Reserva 2013 (H. Abrantes Douro Wines)
Quinta do Couquinho Reserva 2016 (Quinta do Couquinho – Sociedade Agrícola)
Quinta do Vesúvio 2016 (Symington Family Estates)
Quinta dos Romanos Reserva 2016 (Maria Lucinda Todo Bom Damião Cardoso)
Terras do Grifo Vinhas Velhas 2014 (Rozès)
MEDALHA DE PRATA VINHO TINTO
Casa da Palmeira Reserva 2014 (Manuel Joaquim Pinto)
Dona Berta Tinto Cão Reserva 2013 (H&F Verdelho)
Dona Berta Sousão Reserva 2015 (H&F Verdelho)
Fronteira Grande Reserva 2015 (Casa Agrícola Manuel Joaquim Caldeira)
Fronteira Reserva 2016 (Casa Agrícola Manuel Joaquim Caldeira)
Holminhos 2015 (Quinta Holminhos)
Insuspeito Grande Reserva 2015 (Vinilourenço)
Mapa Grande Reserva 2015 (Costa Garcias)
Mapa Reserva Especial 2016 (Costa Garcias)
Moinhos do Côa Reserva 2015 (Artur Adriano Proença Rodrigues)
Pai Horácio Grande Reserva 2015 (Vinilourenço)
Pombal do Vesúvio 2017 (Symington Family Estates)
Quinta da Bulfata Touriga Nacional Reserva 2015 (Quinta da Bulfata)
Quinta da Extrema Edição II 2016 (Colinas do Douro Sociedade Agrícola)
Quinta da Sequeira Grandes Reserva 2015 (Quinta da Sequeira)
Quinta das Mós Reserva 2016 (Mikael Monteiro Cabral)
Quinta do Couquinho 2016 (Quinta do Couquinho – Sociedade Agrícola)
Quinta dos Castelares Grande Reserva 2015 (Casa Agrícola Manuel Joaquim Caldeira)
Quinta de Vila Maior 2014 (Manuel Joaquim Pinto)
Rebelo Afonso Reserva 2016 (Casa Rebelo Afonso)
Remisi’us Grande Reserva 2017 (Valley Co)
Remisi’us Reserva 2016 (Valley Co)
Selores Premium 2014 (Viniselores)
Zom Reserva 2015 (Barão de Vilar Vinhos)
MEDALHA DE OURO VINHO PORTO
Porto Sequeira Vintage 2017 (Quinta da Sequeira)
Quinta do Vesúvio Vintage 1999 (Symington Family Estates)
Quinta do Vale Meão Vintage 2017 (F. Olazabal & Filhos)
Burmester Quinta do Arnozelo Vintage 2012 (Sogevinus Fine Wines)
MEDALHA DE PRATA VINHO PORTO
Maynard’s Vintage 2017 (Barão de Vilar Vinhos)
Dona Antónia Reserva Tawny (Sogrape Vinhos)
Ramos Pinto LBV 2014 (Adriano Ramos Pinto Vinhos)
Burmester Tawny 20 Anos (Sogevinus Fine Wines)
Quinta do Crasto, com razão e muita paixão

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Uma das mais excitantes empresas do Douro e de Portugal mistura as bases científicas com o saber empírico, equilibra a razão com a paixão, para solidificar um projecto vencedor. O Douro Superior trouxe quantidade com muita qualidade, […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Uma das mais excitantes empresas do Douro e de Portugal mistura as bases científicas com o saber empírico, equilibra a razão com a paixão, para solidificar um projecto vencedor. O Douro Superior trouxe quantidade com muita qualidade, enquanto as vinhas velhas da Quinta do Crasto asseguram vinhos sublimes.
TEXTO Mariana Lopes
NOTAS DE PROVA Luís Lopes
FOTOS Anabela Trindade[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Desde 1615 que há registo de existência e produção de vinho na Quinta do Crasto, mas foi no início do século XX que a propriedade foi adquirida por Constantino de Almeida, bisavô da geração que está actualmente à frente da empresa e fundador da casa e marca Constantino, produtora e exportadora de Vinho do Porto com o famoso slogan “A fama do Constantino já vem de longe”. Quando da sua morte, o filho Fernando Moreira d’Almeida assumiu a gestão da Quinta do Crasto, que em 1981 viria a passar para a sua filha Leonor e o marido Jorge Roquette. Assumindo a maioria do capital, foi com a ajuda dos filhos Tomás e Miguel que encetaram uma “revolução” no Crasto, remodelando e alargando as vinhas e criando o projecto de produção de vinho com denominação de origem Douro. Foi aí que teve início um caminho marcadamente ascendente, culminando no Crasto que conhecemos hoje, posicionado entre os mais relevantes projectos vitivinícolas do Douro e de Portugal.
A Quinta do Crasto, situada no Cima Corgo, na margem direita do Douro, em Gouvinhas (entre a Régua e o Pinhão), é uma pequena península oblonga que entra pelo rio, para trás da qual se estendem os vinhedos, até aos 550 metros de altitude. São 82 hectares de vinha assente em solos de xisto, número que inclui os 40 de vinhas velhas com uma idade média de 70 anos, para a qual contribuem as icónicas Vinha Maria Teresa e Vinha da Ponte, ambas com 110 anos, e a Vinha dos Cardanhos de Cima.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”20″][image_with_animation image_url=”31980″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Algumas parcelas estão em encostas íngremes que culminam no rio, as mais antigas em tradicionais socalcos do Douro, as mais recentes na vertical, em zonas com inclinação inferior a 35%. Onde a inclinação é superior instalaram-se patamares de um ou dois bardos.
O encepamento consiste, na sua maior parte, em variedades tintas tradicionais do Douro, representando as brancas apenas oito hectares nesta quinta, nas zonas mais altas. A exposição solar é, maioritariamente, Nascente e Sul. Com uma viticultura manual e tão orgânica quanto possível, com a preservação de várias espécies da flora e fauna protegidas, o Crasto demonstra uma profunda consciência ecológica. “Não procuramos apenas uma certificação nem plasmar isso num rótulo, fazemos assim porque acreditamos”, confessou Tomás Roquette.
A casa, também ela com mais de cem anos, tem um fantástico pátio de xisto, com vista para o rio, os vinhedos e depois do qual se encontra uma majestosa piscina com efeito de infinito, sobre toda essa paisagem, muito procurada pelos hóspedes da quinta.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”31984″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O enoturismo, que abrange provas, visitas e dormidas é uma realidade que, segundo Tomás, “será alargada, com mais quartos, renovada sala de provas, nova loja e sala de jantar”, com o objectivo de “tornar a Quinta do Crasto ainda mais premium”.
Num vale, por trás da casa, encontra-se uma horta extensa com todos os produtos hortícolas com capacidade para vingar no Douro. Junto à entrada da propriedade, a adega, os lagares e a cave de barricas. Na primeira, é fácil perceber os exigentes protocolos de higiene que ali vigoram. “No blind spots, como dizem os ingleses”, indicou Tomás Roquette. Isso significa que não há nenhum recanto, grelha ou objecto que não estejam totalmente acessíveis à limpeza. A cave de barricas é uma beleza, com as cerca de 1400 barricas, grande parte novas, armazenadas num sistema Oxoline, em que cada uma está apoiada em rolamentos que permitem que sejam giradas a 360º, o que possibilita uma batonnage sem entrada de (mais) oxigénio no vinho. Todos os anos entram 400 novas barricas, o que representa um investimento de 300 mil euros anuais. É nessa cave que estagiam os vinhos Crasto Superior (do projecto do Douro Superior), Quinta do Crasto Vinhas Velhas Reserva, e ainda os monocasta Touriga Nacional e Tinta Roriz, e os tão especiais e raros Vinha da Ponte e Vinha Maria Teresa.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Vinhas centenárias, vinhas extraordinárias
Não há dúvida de que um dos pontos mais altos, quando se visita a Quinta do Crasto, é conhecer as vinhas mais velhas. A vinha Maria Teresa (nome da primeira neta de Constantino de Almeida) é um tesouro de 4,7 hectares, plantado em socalcos e com exposição nascente. Naturalmente, podem encontrar-se nela 49 variedades misturadas, como a Tinta Roriz, Tinta Barroca, Rufete, Tinta Amarela, Touriga Nacional, Grand Noir, Bastardo… the list goes on. Manuel Lobo, enólogo do Crasto, contou que, por vezes, “aparece um cacho ou outro de Barrete dos Frades”, uma variedade praticamente extinta com bagos listados que parecem pequenas melancias. O primeiro a encontrar um, nas vindimas, pendura-o para ser visto por todos, segundo o enólogo.
A baixa altitude e com raízes que atingem dezenas de metros de profundidade, a Vinha Maria Teresa tem uma média de produção, por videira, de 300g de uvas, uma baixíssima produtividade que gera um nível de concentração muito rico e uvas de grande qualidade. Na generalidade dos anos, essas uvas têm como destino o tinto Quinta do Crasto Vinhas Velhas Reserva (cerca de 90 mil garrafas), no entanto, “em anos excepcionais”, disse Manuel Lobo, surge o magnificente Vinha Maria Teresa (entre 2 mil e 8 mil garrafas, consoante a edição).
A atenção da equipa técnica sobre esta vinha é, também, um factor determinante para todos estes resultados.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Como explicou o enólogo, “para escolher o ponto momento de colheita na Vinha Maria Teresa e na Vinha da Ponte, não é só necessário ter em conta o equilíbrio, a acidez e outros factores analíticos; é preciso ter presente um histórico de como aconteceu nos anos anteriores”. Para que esta vinha-legado prevaleça no futuro, a Quinta do Crasto iniciou, em 2013, um mapeamento genético da vinha, por geo-referenciação, para que se possam repor as videiras mortas com variedades geneticamente idênticas. Foram criados, também, “berçários” de videiras para esse fim.
A Vinha da Ponte, que recebeu este nome por se encontrar junto a uma antiga ponte romana, tem uma dimensão menor, 1,96 hectares, mas igual encanto. Em socalcos e a uma altitude ligeiramente maior do que a Maria Teresa, está exposta a Nascente/Sul, mas o seu solo, também xistoso, é bem mais austero, com muito mais pedra. As suas variedades são mais de 30, em field blend. Também esta vinha gera produções diminutas, de 240g por pé, e oferece as suas uvas ao tinto Vinhas Velhas Reserva e pontualmente ao poderoso Quinta do Crasto Vinha da Ponte (2800 garrafas, na última colheita). “O Quinta do Crasto Vinhas Velhas é o nosso grande desafio, pois quase não mexemos na vinha [dos Cardanhos, Maria Teresa e da Ponte], para preservar o seu carácter, mas fazemos 90 mil garrafas”, reconheceu Manuel Lobo.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”31985″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O projecto do “Novo Douro”
Jorge Roquette costumava ir caçar a uma propriedade em Castelo Melhor, Vila Nova de Foz Côa, no Douro Superior, mas gostou tanto da zona que decidiu, em 2000, começar a comprar terreno. O objectivo da Quinta da Cabreira era claro e consistente com a vontade da empresa em crescer para esta sub-região, e produzir vinhos “com um carácter mais internacional” e não só, como disse Tomás Roquette: “A Cabreira tem sido muito importante para nós no que toca a consistência de qualidade, que não oscila, o que no Douro não é fácil de conseguir.”
Em 2004 já lá tinham a primeira vinha e em 2007 o primeiro vinho. “É o nosso campo de ensaios”, revelou Manuel Lobo, “e é também a origem dos vinhos Crasto Superior tinto, branco e Syrah.” São 150 hectares no total, com 114 de vinha útil, dos 115 aos 430 metros de altitude, maioritariamente expostos a Norte. As variedades tintas presentes, em maior quantidade, são Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Sousão, Syrah, Tinta Francisca e outras, sendo que o Rabigato é a única branca, plantada em quatro hectares.
Daí saem, actualmente, 500 toneladas de uvas, tendo a produção começado com 27 mil garrafas, em 2007, número que já está em 250 mil de tinto, 30 mil de branco e 20 mil de Syrah. “Este ano, apesar do forte ataque de míldio, contamos ter mais produção do que no ano passado” disse Tomás Roquette. As vinhas da Quinta da Cabreira são regadas na totalidade, 138 parcelas com dotações de rega diferentes. “Sempre com sustentabilidade e consoante as necessidades”, advertiu Manuel Lobo, “este ano quase não regámos.” A investigação, sobre a rega e os seus efeitos, é também uma parte importante da actividade na Quinta da Cabreira, levada a cabo por uma equipa da Universidade do Porto, em permanência no terreno.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”31990″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A produção desta propriedade também complementa a da Quinta do Crasto, no entanto, o perfil dos vinhos com o “carimbo” Superior é diferente, com o terroir bem vincado na fruta madura e nos taninos sumarentos. Esta quinta tem, também, 6 mil oliveiras (na Quinta do Crasto são 2500), que originam 50 mil garrafas de azeite Quinta do Crasto Selection.
Do portefólio do Crasto fazem também parte Vinhos do Porto de categorias especiais, cujo principal mercado é Inglaterra, sendo que, para o vinho do Douro, é o Brasil. Na verdade, da produção total de mais de 1,4 milhões de garrafas, a empresa exporta 75% para 50 mercados, tornando-a na quarta maior exportadora, em valor, de vinhos com denominação de origem Douro. Em 1994, eram apenas 30 mil garrafas. Este crescimento só foi possível com muito profissionalismo, consistência de qualidade e um constante esforço para se ser melhor, em todos os detalhes. E o Crasto tem tudo isso.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]
Edição Nº18, Outubro 2018
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]
Honore: celebrar o Crasto com vinhos extraordinários

TEXTO Mariana Lopes FOTOS Quinta do Crasto Quatrocentos anos de Quinta do Crasto, cem na família de Leonor e Jorge Roquette. Um motivo mais do que suficiente para celebrar, e ainda mais para lançar grandes vinhos: um Douro, Honore tinto 2015, e um Porto, Honore Very Old Tawny. Em 1615, a propriedade passa a ser […]
TEXTO Mariana Lopes
FOTOS Quinta do Crasto
Quatrocentos anos de Quinta do Crasto, cem na família de Leonor e Jorge Roquette. Um motivo mais do que suficiente para celebrar, e ainda mais para lançar grandes vinhos: um Douro, Honore tinto 2015, e um Porto, Honore Very Old Tawny.
Em 1615, a propriedade passa a ser conhecida pelo nome actual e, no início do século XX, Constantino de Almeida, avô de Leonor Roquette, adquire-a. “Honore et Labore” é a máxima do Crasto e o que se lê no seu logo. “Quando vi a Quinta do Crasto, em 1962, apaixonei-me, perguntei de quem era a propriedade e casei-me com a dona, no mesmo ano. Correu-me bem. Felizmente, mantenho ambas as paixões”, declarou Jorge Roquette.
O tinto Honore 2015 tem origem nas centenárias Vinha da Ponte e Vinha Maria Teresa, parcelas que são o “ex-libris” do Crasto, com 1.96 hectares e 4.7, respectivamente. “Estas vinhas são dois quebra-cabeças para a enologia e a viticultura”, contou o enólogo Manuel Lobo. De características ímpares e franca beleza natural, dão nome a dois vinhos igualmente únicos, mas agora unem-se para criar um vinho irresistível e sedutor. O lote divide-se em 71% de uvas da Maria Teresa e 29% da Ponte e, segundo Manuel Lobo, “É um vinho onde não existe intervenção enológica”. São 1615 garrafas Magnum, em jeito de homenagem aos 400 anos, vendidas juntamente com um livro escrito por Gaspar Martins Pereira sobre a Quinta do Crasto, e uma embalagem especial. O conjunto tem o valor de 1000 euros.
Já o Honore Very Old Tawny é uma autêntica jóia do espólio da Quinta. Os três cascos deste Vinho do Porto lendário estavam guardados desde a época de Constantino de Almeida, que já os trouxe para o Crasto, tendo envelhecido por mais de um século. Engarrafado em 400 decanters em 2015, um por cada ano de história, inseridos numa embalagem luxuosa desenhada pela Omdesign, estes foram feitos em cristal puro, prata trabalhada à mão, madeira de nogueira totalmente maciça e alcântara cozida manualmente. Uma preciosidade de intensidade, frescura e limpeza surpreendentes, com um preço de 5500 euros. “Neste tawny velho está toda a história da Quinta do Crasto” disse Manuel Lobo. É provar para crer.