Projecto Bugalha lança azeite exclusivo de olival tradicional

Em Folgosa do Douro, no Cima Corgo da região, nasceu em 2017 um projecto familiar pelas mãos de João Barata, farmacêutico de profissão e apaixonado pelo vinho e pelo Douro que, mais tarde, acabou por ingressar na licenciatura de Enologia. Bugalha é o nome da aventura, e da marca que os rótulos apresentam desde 2020. […]
Em Folgosa do Douro, no Cima Corgo da região, nasceu em 2017 um projecto familiar pelas mãos de João Barata, farmacêutico de profissão e apaixonado pelo vinho e pelo Douro que, mais tarde, acabou por ingressar na licenciatura de Enologia. Bugalha é o nome da aventura, e da marca que os rótulos apresentam desde 2020.
Agora, junta-se um novo produto ao portefólio da empresa, o azeite Bugalha Virgem Extra. Prensado a frio, este azeite tem origem na Quinta da Cruz, em oliveiras de bordadura e com mais de 50 anos, “cultivadas de forma tradicional, sem rega, podadas manualmente”, como refere João Barata. Varejadas e colhidas também à mão, a 15 de Novembro de 2020, as azeitonas das variedades Cobrançosa, Arbequina, Picual e Verdeal deram origem a um azeite premium e muito exclusivo, de apenas 500 garrafas, que estão agora no mercado com um p.v.p. de €20 euros.
CCB receberá “5 viagens gastronómicas” em Maio

Durante o mês de Maio, o Centro Cultural de Belém vai receber um ciclo de conferências organizado e moderado por Fortunato da Câmara, sob o mote “O gosto dos outros – 5 viagens gastronómicas”. Cumprindo todas as regras impostas pela Direcção Geral de Saúde, estas conferências terão lugar numa sala ampla e luminosa, com acesso […]
Durante o mês de Maio, o Centro Cultural de Belém vai receber um ciclo de conferências organizado e moderado por Fortunato da Câmara, sob o mote “O gosto dos outros – 5 viagens gastronómicas”.
Cumprindo todas as regras impostas pela Direcção Geral de Saúde, estas conferências terão lugar numa sala ampla e luminosa, com acesso ao exterior e vista para o Rio Tejo. Os convidados são “de peso”, nomes como André Magalhães (Taberna das Flores), Dulce Freire (coordenadora do projecto ReSeed), João Paulo Martins (jornalista e crítico da Grandes Escolhas e do Expresso), Fátima Moura (autora, “Do Cacau ao Chocolate”) e Isabel Drumond Braga (historiadora).
“É a atividade em que nos ocupamos desde os primeiros instantes em que o oxigénio nos preenche os pulmões, e acompanha-nos até aos derradeiros momentos da nossa existência: nutrir o corpo. O melhor que conseguirmos, claro. Alimentarmo-nos é elementar, não é preciso ser um detetive brilhante, mas é uma saborosa investigação que nos demora uma vida inteira. Não haverá porventura nenhuma conclusão a tirar, mas pelo caminho irão surgir muitas idiossincrasias apetecíveis de descobrir. Em cinco temas distintos que vivem sob a égide da gastronomia, vamos encontrar as encruzilhadas da história e da antropologia da alimentação. Porque, afinal, como bem disse Ferran Adriá pela primeira vez em 2013: ‘A maior rede social do mundo é a comida'”, pode ler-se na sinopse do evento, que será gravado para posterior publicação nas plataformas sociais. O preço dos bilhetes é de €6 por sessão ou €25 pelo pacote das 5 sessões.
Veja todos os detalhes sobre as “5 viagens gastronómicas” e compre o seu bilhete AQUI.
Casa Relvas lança azeite, o primeiro do seu portefólio

Da gama ART.TERRA, a Casa Relvas lança agora o seu primeiro azeite, um virgem extra de duas variedades, Cobrançosa e Arbosana, já disponível em lojas e mercearias gourmet de todo o país, por €9. A origem do azeite ART.TERRA é um olival plantado em 2016, onde a Casa Relvas recuperou algumas variedades autóctones “em busca […]
Da gama ART.TERRA, a Casa Relvas lança agora o seu primeiro azeite, um virgem extra de duas variedades, Cobrançosa e Arbosana, já disponível em lojas e mercearias gourmet de todo o país, por €9.
A origem do azeite ART.TERRA é um olival plantado em 2016, onde a Casa Relvas recuperou algumas variedades autóctones “em busca do equilíbrio entre tradição e modernidade”. Hoje, o produtor alentejano tem 300 hectares de olival nas suas herdades em Redondo e na Vidigueira.
“O novo azeite da Casa Relvas vem integrar a família ART.TERRA, em que cada produto nasce da busca contínua pela expressão máxima de um terroir, recuperando métodos ancestrais de cultivo e de produção. Sob a marca ART.TERRA temos agora, além dos vinhos Amphora, Curtimenta e Biológico, este azeite virgem extra que achamos que casa, na perfeição, a essência da tradição agrícola do Alentejo com uma autenticidade contemporânea.”, afirma Alexandre Relvas, CEO da Casa Relvas.
Quanto a impressões de prova, o produtor refere que o azeite ART.TERRA Virgem Extra mostra “aromas de fruta madura, e algumas notas mais frescas de azeitona verde, folha de tomate e banana, com um paladar fresco e final de boca de frutos secos”.
Há leitão do Rei dos Leitões em Lisboa e no Grande Porto

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Depois de, no primeiro confinamento, ter criado o serviço de entregas no país todo, o bairradino Rei dos Leitões estabelece agora parceria com dois restaurantes: Solar dos Presuntos, em Lisboa, e Os Lusíadas, em Matosinhos.
A ideia é, em dois dias fixos da semana, estes restaurantes terem o leitão do Rei para servir aos seus clientes. Se ao restaurante da capital o leitão do Rei dos Leitões fará entregas às quartas-feiras e sábados ao almoço, no parceiro do Grande Porto este será um dos pratos principais ao jantar de sexta-feira e ao almoço de domingo. As reservas são feitas directamente com os dois restaurantes de destino.
Licínia Ferreira e António Paulo Rodrigues, dupla de proprietários do Rei dos Leitões, são amigos de longa data de Pedro Cardoso – proprietário do Solar dos Presuntos, um dos mais famosos restaurantes lisboetas – que lhes lançou este desafio. Depois do anúncio nas redes sociais, o segundo convite do restaurante Os Lusíadas cuja especialidade são peixes e mariscos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
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JNcQUOI at Home tem nova carta

O novo confinamento pede que voltemos a ter todas as nossas refeições em casa — quer sejam cozinhadas por nós, ou em regime de take-away e delivery — e o lisboeta JNcQUOI responde a esta necessidade com uma nova carta no serviço JNcQUOI at Home. Este mais recente menu, disponível de segunda-feira a domingo, inclui […]
O novo confinamento pede que voltemos a ter todas as nossas refeições em casa — quer sejam cozinhadas por nós, ou em regime de take-away e delivery — e o lisboeta JNcQUOI responde a esta necessidade com uma nova carta no serviço JNcQUOI at Home.
Este mais recente menu, disponível de segunda-feira a domingo, inclui vários “pratos do dia”: Arroz de Pato, Polvo Confitado, Caril de Gambas ou Bacalhau à Gomes de Sá; e também Cabrito Assado à Portuguesa ou Carne de Porco com Gambas ao sábado, e Pernil de Porco Assado com Salsicha e Chucrute ou Empadão de Pato ao domingo. O custo de cada um destes pratos é €28.
Também a carta principal do JNcQUOI at Home conta com um conjunto de novidades entre as quais se destacam a Paletilha com Grelos e Batata Gratinada ou Medalhões de Novilho com Morilles e Batata Gratinada, ambos a custar €39. São iguarias que chegam a casa em vácuo, com um cartão que explica, segundo o restaurante, os “simples e rápidos” passos de finalização, para que seja desfrutados na sua melhor condição.
Para além da entrega de refeições e produtos da mercearia gourmet, o JNcQUOI at Home oferece ainda a possibilidade de entregar em casa peças de roupa e acessórios das lojas Fashion Clinic, Gucci e Dolce & Gabbana, bem como velas aromáticas e serviços de mesa, indo assim ao encontro da assinatura do grupo “Food Meets Fashion Meets Hospitality”.
O serviço de entrega, por sua vez, é assegurado pela equipa do JNcQUOI, “com todas as regras de higiene cumpridas”, diz a empresa. As encomendas podem ser feitas na plataforma do JNcQUOI at Home, por telefone (+351 219 369 900) ou por e-mail (athome@jncquoi.com). O JNcQUOI at Home funciona entre as 11h e as 22h.
Associação Bagos d’Ouro lança livro de receitas solidário

A Bagos d’Ouro — associação sem fins lucrativos que apoia jovens e crianças do Douro a vários níveis — juntou alguns do mais conhecidos Chefs da cozinha portuguesa, num livro de receitas cujas vendas ajudarão a apoiar a missão desta IPSS. De Norte a Sul e ilhas, cinquenta grandes nomes da cozinha nacional conceberam receitas […]
A Bagos d’Ouro — associação sem fins lucrativos que apoia jovens e crianças do Douro a vários níveis — juntou alguns do mais conhecidos Chefs da cozinha portuguesa, num livro de receitas cujas vendas ajudarão a apoiar a missão desta IPSS.
De Norte a Sul e ilhas, cinquenta grandes nomes da cozinha nacional conceberam receitas com produtos tradicionais do Douro, disponíveis agora no livro “Receitas Bagos d’Ouro” (€6), à venda na plataforma DOTT.
E sendo este o ano em que a associação festeja o seu décimo aniversário, e trabalhando esta com crianças, a Bagos d’Ouro celebra também o regresso às aulas em parceria com o Município de São João da Pesqueira (local onde foi criada). De 21 a 23 de setembro, o “street artist” Tiago Godmess associar-se-á a esta causa solidária e pintará um mural no Centro Escolar desta localidade, juntamente com jovens e crianças da associação. “A Associação procura, através deste projeto de arte participativa, dar motivação à comunidade educativa e às crianças e respetivas famílias de uma região que já é, por si só, bastante isolada, bem como acompanhá-las neste regresso atípico às aulas”, diz a Bagos d’Ouro em comunicado.
Tomate Coração de Boi do Douro volta a ser estrela

Desta vez não há o já habitual concurso (seria a 5ª edição), mas o festim está de regresso: os melhores tomates Coração de Boi das tradicionais hortas do Douro voltam à prova nos restaurantes referenciais da região. Durante todo o mês de agosto, os apreciadores podem degustar esta iguaria carnuda, suculenta e de sabor único. […]
Desta vez não há o já habitual concurso (seria a 5ª edição), mas o festim está de regresso: os melhores tomates Coração de Boi das tradicionais hortas do Douro voltam à prova nos restaurantes referenciais da região. Durante todo o mês de agosto, os apreciadores podem degustar esta iguaria carnuda, suculenta e de sabor único. Na própria região onde é produzido, por inúmeros agricultores do Douro que, por causa da nossa paixão por tomate, recuperaram as velhas hortas.
Assim, em saladas ou em pratos especiais concebidos para este mês, 14 restaurantes durienses vão colocar nas suas ementas emblemático tomate Coração de Boi. Pratos clássicos ou modernos, com nomes de crescer água na boca como Sopa de Tomate Coração de Boi, Tataki de atum, húmus de grão-de-bico e granizado de Tomate Coração de Boi, Arroz de Tomate Coração de Boi, Cherne, Molho fricassé e o Tomate Coração de Boi, Cuscus Transmontanos de Tomate Coração de Boi e Trio de Porco Bísaro, Queijo de ovelha com doce de Tomate Coração de Boi ou Tomate Coração de Boi com gelado de ervas, vão estar à sua espera. A organização é, mais uma vez, da Greengrape e da incansável Celeste Pereira e conta com a curadoria do jornalista Edgardo Pacheco. A lista dos restaurantes aderentes, que abrange toda a região, pode ser consultada aqui.
20 tendências gastronómicas para 2020

O ano vai voltar a ter muitos vegetais no prato e podemos até ver entrar nos cardápios um inhame roxo raro, oriundo das Filipinas. Mas muitas outras coisas boas deverão acontecer, mesmo com o previsível arrefecimento do turismo. TEXTO Ricardo Dias Felner Vegetais e mais vegetais Restaurantes vegetarianos que parecem alta cozinha, cheios de sabor. […]
O ano vai voltar a ter muitos vegetais no prato e podemos até ver entrar nos cardápios um inhame roxo raro, oriundo das Filipinas. Mas muitas outras coisas boas deverão acontecer, mesmo com o previsível arrefecimento do turismo.
TEXTO Ricardo Dias Felner
Restaurantes vegetarianos que parecem alta cozinha, cheios de sabor. Cozinha vegetariana que não sabe a alface sobre rúcula. A tendência já começou no ano passado, com bons exemplos a Sul e a Norte. Quer em restaurantes ‘plant-based’ como o Fava Tonka (Porto) ou o Senhor Uva e o Arkhe (Lisboa), quer em restaurantes omnívoros como o Prado (Lisboa) ou o Apego (Porto), os vegetais são hoje muitas vezes o centro do prato e arrebatam até os clientes mais proteico-dependentes. A onda verde vai continuar a crescer.
Portugal tem um longo caminho a fazer no comércio de carnes de qualidade e certificadas. Noutros países europeus é frequente os talhos terem os certificados de origem, com raça, data de abate, região, etc. Por cá, com raras excepções, é “Novilho”, “Entrecosto”, “Borrego” — e pouco mais. Ora, alguma restauração já começou a mudar isto, vendendo carnes (sobretudo maturadas) com indicação da raça e da data de abate e espera-se que isso passe para a grande distribuição. Vamos comer menos carne em 2020, sobretudo de vaca, mas de melhor qualidade e de raças nacionais, como sejam a maronesa, mirandesa, arouquesa ou barrosã.
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Pão artesanal para todos
A padaria artesanal explodiu em 2019 e irá confirmar a tendência de crescimento em 2020. Cadeias como a Padaria Portuguesa viram crescer as vendas dos seus pães com farinhas antigas, como espelta; outro exemplo é a expansão do Copenhagen Coffee Lab, também com produção própria e a expectativa de abrir mais lojas em Lisboa e no Porto. As grandes superfícies também têm procurado acompanhar a tendência, nalguns casos fazendo as suas próprias massas e já integrando técnicas de fermentação lenta. A expectativa é a de vermos mais panificação com farinhas de cereais antigos (barbela, espelta) ou exóticas (como a teff etíope).
Os fumados existem desde que existe fogo, mas nunca como agora sentimos tanto sabor a fumo em tudo, desde chás a manteigas, passando por vegetais ou cocktails. Em alguns restaurantes, a excitação é tal que tudo sabe a fumo, criando-se um enjoo tóxico. A verdade, no entanto, é que o fumo traz complexidade e conforto à comida, sobretudo em pratos de vegetais.
O fumo está ligado a uma outra moda. No caso, uma moda com dois milhões de anos. Terá sido por essa altura, mais milénio menos milénio, que alguém atirou um pedaço de comida para cima de uma fogueira e fez magia culinária. O combustível de eleição é a madeira e os equipamentos variam: fornos, grelhas, potes de ferro e outras estruturas mais complexas. Vale tudo, desde que o aroma do fumo e a combustão lenta e homogénea façam o seu trabalho. Para assistir ao vivo ao espectáculo, sugerem-se o Elemento, no Porto, e o recém-inaugurado Fogo, em Lisboa.
Ainda está para aparecer em força, mas alguns indicadores dizem-nos que este ano a moda chega a Portugal. Algumas aplicações móveis ligadas à entrega de comida em casa, como a Uber Eats e a Yelp, indicaram a pizza de couve-flor como uma das grandes tendências nos EUA em 2019. Reparem que não estamos a falar de uma pizza com couve-flor. Estamos a falar de uma base de couve-flor (e ovo e queijo e…), com outros ingredientes por cima. Sem glutén e sem hidratos.
De entre as cozinhas asiáticas, a coreana ainda é relativamente desconhecida por cá, mas das mais célebres em cidades como Nova-Iorque ou Londres. Muitas das bases são chinesas, frequentemente com pastas de chiles vermelhos adicionados, e nota-se uma propensão para o barbecue. Ora é precisamente através do barbecue que ela se está a introduzir em Lisboa. O exemplo mais recomendável é o Han Table Barbecue, mas também o restaurante do Mercado Oriental, no Martim Moniz (a especialidade é o bimbibap), ambos em Lisboa.
A cozinha de produto local e sazonal vai continuar a florescer, mas pode-se esperar a subida a um outro patamar: restaurantes em que os próprios cozinheiros/chefs produzem parte dos seus produtos. O cultivo de ervas aromáticas, mesmo dentro das instalações de restaurantes, sobretudo de fine dining, já existe há algum tempo, mas a existência de horta própria, em que o chef é uma espécie de curador ou mete mesmo as mãos na terra, ainda está por concretizar de forma consistente. 2020 pode ser o ano do chef-agricultor.
O Japão está na moda e vai estar mais ainda, com os Jogos Olímpicos de Tóquio a começar em Julho. Toda a gente parece querer viajar até ao Japão, conhecer tudo sobre o Japão. Da arquitectura à jardinagem, do feng shui ao cinema, há um modo delicado e uma ética no fazer que cativa o mundo — e a comida não escapa a essa admiração. As sopas ramen deverão crescer e irão aparecer muitos outros petiscos que têm estado mais ou menos bloqueados pela febre do sushi.
Um desses petiscos japoneses por descobrir são as sandes katsu sando. Podíamos aliás alargar a tendência para todo o tipo de sandes gastronómicas, em que se usa pão especial, recheio feito de ingredientes seleccionados, fermentados, picles caseiros — ou seja, sandes com técnica de alta cozinha. O Porto tem uma longa tradição a fazer bem sandes, mas em Lisboa há escassez de bons exemplares. Uma das pedradas no charco são estas katsu sando, que vão aparecendo em casas asiáticas modernas, restaurantes de autor (Plano Restaurante), ou em lojas de street food (Mercado Oriental).
A ube halaya é muito popular nas Filipinas, e foi a partir daí que chegou aos EUA, onde se tornou um dos alvos favoritos dos instagrammers, sobretudo quando na forma de gelado. A razão tem a ver com a cor. É que a ube halaya é um inhame roxo, que depois de processado em pasta ou pó transforma tudo o que toca em foto bonitinha. A avaliar pela inventividade das gelatarias em Portugal, é bem possível que a ube entre nos cardápios muito em breve.
Os chefs andam cada vez mais a olhar para o receituário tradicional. Mas agora não tanto para transformá-lo, mas procurando ser fiéis aos sabores regionais, dando muito menos ênfase a criatividades espúrias. Um exemplo é Bertílio Gomes, chef que já andou no fine dining e que abriu agora a Taberna Albricoque, onde se notam influências algarvias; outro é Leopoldo Garcia Calhau, que na sua Taberna do Calhau pratica sobretudo sabores alentejanos. Mas faltam ainda bons restaurantes que cubram toda a nossa diversidade regional, dos Açores a Trás-os-Montes, do Minho às Beiras.
Apesar da crise do fine dining clássico, continuará a haver espaço para restaurantes excepcionais, onde podemos ter refeições únicas. Dito isto, o ambiente dos restaurantes de alta cozinha deverá deixar de ser tão protocolar e passar a ser mais social. Exemplos disso são o Ceia, que faz uso de uma mesa comunitária, ou o novo pop up do projecto We Are Ona (ver texto nestas páginas). Não surpreenderia, igualmente, que no futuro aparecessem restaurantes de fine dining só com um balcão.
A apetência por espaços que propiciem o convívio e os intercâmbios está relacionada com outra tendência: as cozinhas abertas. Os restaurantes são cada vez mais montras de showcooking, como se os clientes quisessem estar dentro de um programa de culinária e poder fazer perguntas directamente aos seus anfitriões. Não interessa já só o que está no prato, mas como a comida chega ao prato, quem a faz, como a faz, como a serve. O restaurante não é mais só a sala, é tudo, da recepção às casas de banho, e é sobretudo a cozinha.
Os empratamentos muito desenhados, trabalhados como joalharia ou jardinagem, com florzinhas decorativas, bolinhas de gel e risquinhos, estão a cair em desuso. A ideia é cada vez mais o foco estar nos ingredientes e no sabor. Muitas vezes, para se fazer um empratamento complexo é preciso ter uma mise en place gigante, o que acaba muitas vezes por fazer com que a comida saiba a prato requentado. Poucos elementos, pouca confusão, máximo sabor. É esse o caminho.
As preocupações ambientais são uma tendência em todas as áreas e a cozinha não será excepção. Procurar produtos sustentáveis ou biológicos, diminuir a pegada ecológica, acabar com o desperdício, reciclar. Ainda não há em Portugal nenhum restaurante que se comprometa com todas estas questões ao mesmo tempo (como há o Silos, em Londres, por exemplo), mas cada vez há mais gente a esforçar-se por isso.
Alguns gastrónomos gostam de arredar a culinária africana das grandes cozinhas do mundo. Muitos são os mesmos eurocêntricos que também desdenhavam do que se fazia na China e um pouco por toda a Ásia. Podem estar enganados. O continente africano é grande demais para caber numa tendência, mas a verdade é que esse enorme território desconhecido tem despertado cada vez mais interesse no Ocidente, não apenas por ser origem de alguns super-alimentos como por ter uma culinária própria. Basta ver que o vencedor de O Melhor Restaurante do Mundo em 2019, eleito pelo World Restaurant Awards, fica na África do Sul.
Há mais de 15 anos, quando o saudoso restaurante Assuka começou a fazer ramen para uns poucos de clientes estrangeirados, pouca gente vaticinava que a famosa sopa japonesa se tornasse num caso de sucesso. Ainda hoje, não há uma casa de ramen com a categoria que tinha o Assuka, entretanto desaparecido por causa de problemas financeiros, mas há várias boas e, aparentemente, muito procuradas, no Porto e sobretudo em Lisboa. E não são só os noodles japoneses que vencem, mas sim todas as sopas asiáticas que têm na sua essência noodles e caldos filtrados de carne e ossos, de que é também exemplo o pho vietnamita.
Os mais ortodoxos dirão que um hambúrguer tem de ser feito com carne de vaca e conter nunca menos de 30 por cento de gordura animal. Mas a maior parte do mundo parece não estar de acordo. É impressionante o sucesso dos hambúrgueres vegetarianos, ao ponto de as grandes cadeias multinacionais, como a Burger King, estarem a apostar cada vez mais neste mercado. Vamos ter rodelas de muita coisa sem ser carne, dentro de pão, em 2020.
20. Restaurantes na periferia

Com as grandes cidades, sobretudo de Lisboa e do Porto, a verem as rendas subir exponencialmente nos últimos tempos, irão aparecer restaurantes ambiciosos e interessantes também em bairros periféricos ou mesmo noutras localidades em redor dos grandes núcleos urbanos. Já vimos isso acontecer em Lisboa, com grandes actores a tomarem Alvalade ou Marvila. Previsivelmente esse movimento vai continuar a deslocar-se para terrenos ainda mais baratos.
Edição nº 34, Fevereiro de 2020