Caves Cálem têm novo circuito exclusivo para grupos
Com um número médio de 1.500 visitantes diários em época alta, e cerca de 338.000 anuais, o novo circuito tem como objectivo responder ao fluxo de turistas que diariamente rumam às Caves Cálem, sem, assim, desvirtuar a experiência de visita individual. Desde meados de Agosto que as caves desta empresa do Grupo Sogevinus têm, aberta […]
Com um número médio de 1.500 visitantes diários em época alta, e cerca de 338.000 anuais, o novo circuito tem como objectivo responder ao fluxo de turistas que diariamente rumam às Caves Cálem, sem, assim, desvirtuar a experiência de visita individual.
Desde meados de Agosto que as caves desta empresa do Grupo Sogevinus têm, aberta ao público, uma ala exclusiva para grupos, com entrada pela rua da Barroca, um circuito disponível dentro de um armazém histórico de 1880 onde, num equilíbrio entre a tradição e as novas tecnologias, o visitante é desafiado a descobrir a região do Douro e do Vinho do Porto. O circuito foi desenhado para ser apenas usufruído por grupos e em estreita colaboração com parceiros, oferecendo, assim, um serviço mais qualitativo. Esta foi também a solução encontrada para aumentar a oferta nas Caves Cálem, proporcionando mais horários e maior flexibilidade aos parceiros na área do turismo.
O circuito inclui a visita a uma exposição que abrange uma área de 800 metros quadrados e a uma sala de provas com capacidade para 200 pessoas. As mais recentes tecnologias ajudam a contar a história do Douro e do Vinho do Porto, aos visitantes, em paredes interativas onde é abordada a geografia do Douro, o solo, o clima, as castas e o processo de produção da vinha ao copo. Uma sala com vídeo e projecção com sonoplastia convida os visitantes a mergulharem numa experiência imersiva e sensorial sobre a história da Cálem. Outra aborda a arte da tanoaria através de uma videowall composta por seis ecrãs e noutra a visita é apoiada por um ecrã transparente interativo, de grandes dimensões, devidamente enquadrado numa caixa cenografada, que ajuda os visitantes a aprender um pouco mais sobre as famílias de vinhos e cores.
Este espaço dispõe ainda da possibilidade de realizar eventos, mediante consulta.
Horário: Das 10h às 19h por marcação/reserva antecipada
Contacto: visitascalem.barroca@sogevinus.com
Morada: Rua da Barroca nº 30 – 4400-111 VNG
Novo hotel Tivoli Kopke Porto Gaia abre no 1º trimestre de 2025
O grupo Sogevinus vai reforçar a sua aposta no enoturismo com a abertura do Tivoli Kopke Porto Gaia Hotel no início de 2025. Localizado na margem sul do rio Douro, em Vila Nova de Gaia, a nova unidade de cinco estrelas tem origem na reabilitação de parte das antigas caves de vinho do Porto da […]
O grupo Sogevinus vai reforçar a sua aposta no enoturismo com a abertura do Tivoli Kopke Porto Gaia Hotel no início de 2025. Localizado na margem sul do rio Douro, em Vila Nova de Gaia, a nova unidade de cinco estrelas tem origem na reabilitação de parte das antigas caves de vinho do Porto da Kopke, já que o resto do edifício continuará a armazenar os vinhos mais icónicos da marca. O projeto representa um investimento de 50 milhões de euros por parte da Sogevinus.
Com vista sobre o Porto, incluindo o Cais da Ribeira e a ponte Luiz I, o novo hotel combinará a arte de receber da cadeia Tivoli com o legado da Kopke, a Casa de Vinho do Porto mais antiga do mundo, fundada em 1638. No interior, todos os detalhes irão prestar homenagem à história da marca.
O hotel terá um total de 150 quartos, dois restaurantes, três bares, duas piscinas, um centro de fitness e um spa, para além de 9.000 m2 de jardins exteriores.
Além desta unidade de cinco estrelas, o grupo Sogevinus tem ainda a The Vine House – inserida no coração da sub-região do Cima Corgo, próxima do Pinhão, que é parte integrante da Quinta de São Luiz. Este projeto tem 11 quartos, um restaurante de autor e uma piscina infinita debruçada sobre o Douro.
Sogevinus: As novas pepitas da Boavista
A Quinta da Boavista, com uma área de 80 ha, dos quais 36 ha de vinha, está localizada estrategicamente na margem direita do Douro, entre a Régua e o Pinhão. Orgulha-se do seu passado e tem presenteado os enófilos com vinhos DOC Douro de enorme classe. A existência de vinhas velhas na quinta, em particular […]
A Quinta da Boavista, com uma área de 80 ha, dos quais 36 ha de vinha, está localizada estrategicamente na margem direita do Douro, entre a Régua e o Pinhão. Orgulha-se do seu passado e tem presenteado os enófilos com vinhos DOC Douro de enorme classe.
A existência de vinhas velhas na quinta, em particular nas vinhas do Oratório e do Ujo e a intenção de as preservar, levou a Sogevinus a optar pela geolocalização das suas videiras, trabalho que tem tanto de tecnologia avançada (localização por satélite) como de saber empírico acumulado, que hoje só alguns classificadores, já de idade avançada e com trabalho feito na Casa do Douro, são capazes de levar a cabo. Ao que nos disseram, os classificadores não tiveram dúvida alguma na identificação das castas das duas vinhas emblemáticas. Essa tarefa está concluída. Todas as cepas foram identificadas e o resultado é espantoso: 56 castas diferentes na vinha do Oratório e 28 na vinha do Ujo. Este trabalho de minúcia só é possível numa época especial do ano porque, para a identificação das castas, é preciso que as videiras tenham folhas e cachos, os dois elementos que formam o cartão de identidade da casta. A conservação deste património e respectiva variabilidade genética estão assim asseguradas.
A Quinta da Boavista irá editar sempre alguns varietais, dependendo do comportamento das castas da propriedade, susceptíveis de serem vinificadas e comercializadas separadamente.
Anos quentes e secos
Os vinhos apresentados foram das colheitas de 2020 e 2021, dois anos diferentes, mas com um denominador comum: anos secos e quentes. No caso de 2020, o tempo seco manteve-se durante todo o ciclo e também durante a vindima, com uma (repentina e inexplicável, ao que nos dizem…) desidratação da Touriga Franca, o que ocorreu em Setembro. Já o ano de 2021, ainda que seco, teve chuva na Primavera e permitiu uma maturação lenta. O Verão foi ameno, algo sempre de grande valia, sobretudo para os vinhos brancos. Como resultado das mais recentes alterações climáticas e o gosto do consumidor por brancos com mais frescura e acidez, tudo isso justifica a precocidade das vindimas dos brancos que, aqui, aconteceram ainda em Agosto. Os temores do futuro próximo são óbvios: a precocidade da época da vindima “choca” com hábitos e tradições das pessoas da terra, interfere com as festas das aldeias e pode mesmo levar a que falte mão de obra para tarefas tão indispensáveis como pulverizações de “socorro” a pragas como a cicadela, algo que se verificou na passada vindima.
Para além dos vinhos que já fazem o corpo principal das propostas anuais, a Boavista irá editar sempre alguns varietais, dependendo do comportamento das castas da quinta, susceptíveis de serem vinificadas e comercializadas separadamente. Este ano foi a casta Donzelinho tinto, mas outras estarão na calha.
O branco da Vinha do Levante conheceu agora a segunda edição. As uvas foram vindimadas a meio de Agosto, de vinhas situadas nas cotas altas e viradas a nascente, localização favorável para vinhos brancos. Primeiro a Viosinho, que corresponde a 30% do lote, casta com uma janela de vindima muito apertada e, mais tarde, a Arinto. A fermentação da Viosinho decorreu em barrica nova e usada, a Arinto fez maceração pelicular e fermentou em inox.
Castas antigas
A Donzelinho, que teve a primeira edição em 2017, foi feita exclusivamente em inox, o que acontece com outras castas antigas. É depois da fermentação e estágio que se decide se vai sair como varietal ou se irá integrar lotes com outras castas. O enólogo Ricardo Macedo refere que a casta “tem tudo menos cor”, característica que hoje é aplaudida, mas há 20 anos era altamente penalizadora. A casta fermentou durante duas semanas com as películas mas, mesmo assim, não se consegue outro resultado. “Ela deu tudo o que tinha para dar”. Mas tem a vantagem de ser resistente ao calor, conservando aromas e acidez, factores muito positivos.
No caso do Reserva tinto, a fermentação decorreu em inox e parte em barrica de 500 litros. O estágio em madeira (40% nova) prolongou-se por 18 meses. Ficou dois anos na garrafa antes da comercialização.
Falando dos ícones da empresa, a vindima na Vinha do Oratório foi feita terraço a terraço. Apesar de ter 56 castas diferentes, é de notar que tem sempre cerca de 30% de Touriga Francesa. Fermentado em lagar, teve 18 meses de barrica, 40% nova. A vinha do Ujo tem uma exposição norte e nascente e estende-se por altitude variada, com a vindima a começar de cima para baixo. Fermenta em barrica de 500 litros e estagia na madeira durante dois anos e outros dois em garrafa. Jean-Claude Berrouet, ex-enólogo do Château Pétrus, continua a ser o consultor da Boavista e está sempre presente nas principais decisões enológicas.
(Artigo publicado na edição de Abril de 2024)
Sogevinus lança quatro novos vintage da colheita de 2022
O grupo Sogevinus anunciou recentemente o lançamento de quatro novos Vintage 2022. Além dos Single Quinta, Kopke Quinta de São Luiz e Burmester Quinta do Arnozelo, também as casas Barros e Cálem declararam vintages do mesmo ano. Os mais recentes lançamentos refletem o longo legado das quatro marcas. De acordo com os registos do Instituto […]
O grupo Sogevinus anunciou recentemente o lançamento de quatro novos Vintage 2022. Além dos Single Quinta, Kopke Quinta de São Luiz e Burmester Quinta do Arnozelo, também as casas Barros e Cálem declararam vintages do mesmo ano.
Os mais recentes lançamentos refletem o longo legado das quatro marcas. De acordo com os registos do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), a Burmester produz vintages desde 1788 e a Kopke desde 1820. Também a Barros, marca histórica assente na portugalidade, e a Cálem, que celebra 165 anos em 2024, contam com vintages declarados ao longo de décadas. As suas primeiras colheitas remontam ao início do século XX.
O quarteto de novos vintages resulta de um ano quente e seco e de uma vindima com uma janela de maturação mais curta, onde o detalhe aplicado a cada parcela e o controlo permanente das uvas foram decisivos para alcançar vinhos com perfis clássicos e intemporais, com grande potencial de guarda. Todos eles envelheceram dois anos nas caves de Gaia antes de serem engarrafados, e são o reflexo do local que lhes dá origem.
Vinhos de precisão e de dedicação, traçados pelo terroir, incluindo a mão do homem, os quatro vintages da Sogevinus apresentam-se na forma de edições limitadas, disponíveis a partir de Setembro. Do Vintage da Kopke foram produzidos 9.500 litros, da Burmester 8.000 litros e, dos outros dois, 4.000 litros.
Arnozelo vs. São Luiz: os bons confrontos
É sempre entusiasmante receber um convite destes: “Olha, podes no dia tal? Vamos fazer uma prova vertical de Quinta do Arnozelo e Quinta de São Luiz.” Acendem-se logo os sonhos. Estas poucas palavras, mais o autor do telefonema, colocam na mente do velho crítico os contextos todos em zoom próximo: falamos de Vinho do Porto; […]
É sempre entusiasmante receber um convite destes: “Olha, podes no dia tal? Vamos fazer uma prova vertical de Quinta do Arnozelo e Quinta de São Luiz.” Acendem-se logo os sonhos. Estas poucas palavras, mais o autor do telefonema, colocam na mente do velho crítico os contextos todos em zoom próximo: falamos de Vinho do Porto; falamos do grupo Sogevinus, aglutinador de algumas das mais antigas e prestigiadas marcas do sector; falamos da Burmester, pequena empresa de ourivesaria vínica, onde a Quinta do Arnozelo, no Douro Superior, zona da Ferradosa, é das mais acarinhadas; falamos da Kopke, a mais antiga empresa do sector, com fundação no século XVII (1636, a Burmester é muito mais recente, de 1750…), e da sua jóia maior, a Quinta de São Luiz, na frente de rio entre o Pinhão e a Régua. A palavra vertical é já mais ambígua, visto que nestas empresas específicas poderíamos estar a falar de uma prova de vinhos de vários anos e alguns deles poderiam ser muito, muito antigos, com mais de 100 anos. Mas a desambiguação vem da palavra “Quinta” e aí cheira-nos a Porto Vintage, em particular, a Single Quinta. No sector, nos melhores anos o Vintage é feito com a fórmula de misturar os vinhos de várias origens e quintas, originando os Porto Vintage normalmente chamados de clássicos. Single Quinta significa os outros anos, nos quais a longevidade poderá não ser tão prometedora, mas isso é compensado por uma maior ênfase no conceito de “terroir”, a origem geográfica dos vinhos, e também, porque não admiti-lo, por preços de venda mais moderados, e uma maior acessibilidade na sua evolução. Costuma-se resumir isto tudo na fórmula: vinhos para comprar e ir bebendo enquanto esperamos que os anos clássicos cheguem ao seu melhor, depois de pacientemente conservados no escuro e no frio. Tudo isto está já na minha cabeça quando dou a reposta óbvia: “sim, claro que vou, com muito prazer.”
Kopke fundada em 1638, Burmester fundada em 1750. Aqui, falamos da história do vinho do Porto.
O prazer ainda é maior quando chego ao pé da Ponte Luiz I e entro na belíssima cave que a Burmester tem em Vila Nova de Gaia, ali rente ao rio Douro. O edifício é comprido e desdobra-se em sucessivas salas, paredes de granito, vistas e entrevistas do Douro e do Porto. Lá no fundo, espera-nos o staff da Sogevinus, uma textura de copos, uma promessa de complexidade e prazer. Mistério agora completamente decifrado, não há surpresas, há uma mini-vertical paralela de Burmester Quinta do Arnozelo e Kopke Quinta de S. Luiz, Vintages dos anos 2009, 2012, 2015, 2019, e a apresentação ao público do 2021.
A Quinta do Arnozelo foi adquirida pela Burmester em 2004, e fica na fronteira entre o Douro Superior e o Cima Corgo. Tem 200ha dos quais 93 têm vinha. Tem ainda 38 de olival, 6 de amendoal, 2 de citrinos e mata. O encepamento foca-se na Touriga Nacional e Touriga Franca, as altitudes vão dos 110 aos 520m, e recentemente foi instalada rega para encarar os desafios climáticos. São Luiz fica no coração do Cima Corgo, na margem Sul do Douro, mesmo em frente à estação do Ferrão. Tem 125ha, dos quais 90 têm vinha, e a sua altitude vai dos 80 aos 450m. As suas vinhas são anteriores a 1930, com renovação do encepamento nos anos 1980. A sua exposição a Norte, com talhões também a Noroeste e Nordeste confere aos vinhos uma particular frescura ácida.
Burmester Quinta do Arnozelo e Kopke Quinta de São Luiz: os Porto Vintage 2021 da Sogevinus.
Cada ano é um ano, e cada provador um provador. Como disse acima, estes single quinta permitem-nos uma visão mais precoce da sua evolução, e alguns dos vinhos estavam já muito acessíveis. Mas os Vintages jovens dão também muito prazer, e em todos os vinhos encontrei qualidades para encarar uma tarte de maçã, um brownie de chocolate, ou uma tábua de queijos. Para os amantes de desporto, e encarando cada ano como um confronto amigável, direi que o Kopke ganhou 4-2.
(Artigo publicado na edição de Agosto de 2023)
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Kopke Quinta S. Luiz
Fortificado/ Licoroso - 2021 -
Burmester Quinta do Arnozelo
Fortificado/ Licoroso - 2021 -
Kopke Quinta S. Luiz
Fortificado/ Licoroso - 2019 -
Burmester Quinta do Arnozelo
Fortificado/ Licoroso - 2019 -
Kopke Quinta S. Luiz
Fortificado/ Licoroso - 2015 -
Burmester Quinta do Arnozelo
Fortificado/ Licoroso - 2015 -
Kopke Quinta S. Luiz
Fortificado/ Licoroso - 2012 -
Burmester Quinta do Arnozelo
Fortificado/ Licoroso - 2012 -
Kopke Quinta S. Luiz
Fortificado/ Licoroso - 2009 -
Burmester Quinta do Arnozelo
Fortificado/ Licoroso - 2009
Quinta de São Luiz abre restaurante na The Vine House
A The Vine House, mais recente proposta do grupo Sogevinus acaba de abrir o seu primeiro restaurante com o cunho do Chef Vítor de Oliveira. Aberto de terça a domingo, o novo espaço da Quinta de São Luiz by Chef Vítor de Oliveira já aceita reservas. O rio Douro serve de inspiração para o conceito […]
A The Vine House, mais recente proposta do grupo Sogevinus acaba de abrir o seu primeiro restaurante com o cunho do Chef Vítor de Oliveira. Aberto de terça a domingo, o novo espaço da Quinta de São Luiz by Chef Vítor de Oliveira já aceita reservas.
O rio Douro serve de inspiração para o conceito gastronómico desenvolvido, que tem como pano de fundo as tradições da região duriense e os sabores trabalhados e apresentados de forma informal e orgânica. A essência do fogo lento e das panelas de ferro preto esquecidas ao lume, fazem parte do imaginário recriado, ao qual se juntam matérias-primas como o Bacalhau Salgado Seco, o Polvo do Algarve, a Carne Barrosã DOP, o Porco Bísaro e até o Galo Celta.
Nas tábuas esculpidas a partir de barricas centenárias surgem dispostos os exclusivos Queijos de Ovelha com Alecrim ou Malagueta de Trás-os-Montes e o Queijo de Cabra Biológico, mas também as melhores peças de presunto, dada a mestria do chef no manuseio do presunto alentejano, fumado e ibérico. A terra de berço do Tomate Coração Boi, é também palco de laranjas, toranjas e limões que ganham destaque na cozinha do chef Vítor de Oliveira.
Os vinhos da casa fazem companhia aos pratos e assumem um merecido protagonismo, das icónicas referências de Porto Kopke às colheitas mais recentes DOC Douro da gama São Luiz, sem esquecer o carácter experimentalista de São Luiz Winemaker’s Collection.
Para além do restaurante, onde é possivel degustar as iguarias do chef, existem também outras ofertas disponíveis, como um Piquenique na Quinta de São Luiz. Desta experiência, que tem como pano de fundo uma paisagem cultural da região e a tradição vitivinícola da quinta, será possível pedir um cesto que inclui as seguintes especialidades: Pão e Broa de Milho, Pastel Salgado Tradicional da Região, Tábua de Queijos Portugueses, Saladas de Legumes e Fruta, Sandes de Presunto Ibérico e Azeite da Quinta, Sardinha com Azeite e Tomilho, Doce Tradicional da Região, Fruta da Época e uma garrafa de vinho São Luiz Colheita Branco ou Colheita Tinto. O cesto é válido para duas pessoas e tem um valor de €80,00.
Situada na margem esquerda do rio Douro, perto do Pinhão, em plena sub-região do Cima-Corgo, a Quinta de São Luiz oferece agora a todos os seus visitantes uma experiência enoturística que une o vinho e a gastronomia.
Quinta de São Luiz by Chef Vítor de Oliveira
Morada: E.N. 222 – Adorigo | 5120-012 Tabuaço
Horários: De Terça-feira a Domingo, das 19h00 às 22h00. Sábados e Domingos aberto ao almoço das 12h30 às 15h00. Encerra à Segunda-feira
Reservas: +351 939 953 311 ou book@saoluiz.rest
Preço médio: 30,00€ por pessoa (sem bebidas incluídas)
Da casta Rufete nasce uma triologia
Um Rufete Reserva Tinto 2021, um Rufete Reserva Branco 2022 e um Rufete Reserva Rosé 2022, são as mais recentes novidades da Quinta de São Luiz. Uma edição limitada, e bastante exclusiva, de 1.100 caixas com os três vinhos. Este novo trio nasce da busca, do enólogo Ricardo Macedo e sua equipa, em adicionar um […]
Um Rufete Reserva Tinto 2021, um Rufete Reserva Branco 2022 e um Rufete Reserva Rosé 2022, são as mais recentes novidades da Quinta de São Luiz. Uma edição limitada, e bastante exclusiva, de 1.100 caixas com os três vinhos. Este novo trio nasce da busca, do enólogo Ricardo Macedo e sua equipa, em adicionar um elemento singular ao portefólio, com a intenção de conquistar os palatos mais exigentes.
Estas características foram possíveis de se encontrar na casta Rufete, conhecida pelo seu caráter caprichoso, exigente e versátil, que resulta em vinhos de perfil leve e fresco, com grande aptidão gastronómica, marcado por frutos vermelhos e notas florais.
Para conferir mais leveza e suavidade aos três vinhos, todos eles passaram por dois estágios distintos e complementares: uma parte ânfora e outra em madeira, da qual metade em carvalho nacional e metade em castanheiro. Se por um lado o castanheiro acrescenta aromas doces e alguma sensação de especiarias, por outro, o carvalho aporta à trilogia uma maior complexidade de boca.
O Rufete Reserva Tinto 2021 foi vindimado manualmente na última semana de agosto de 2021 às primeiras horas do dia. A fermentação maloláctica e o estágio de 12 meses foi feito, em barricas de castanheiro e carvalho nacional e o restante em ânfora. Leve e fresco, é assim que se mostra este Reserva Tinto. Deve ser servido a temperatura entre 16 e 18°C , pode acompanhar carnes vermelhas, queijos e peixes gordos.
No Rufete Reserva Branco 2022, a vindima foi manual, na última semana de agosto de 2022, às primeiras horas do amanhecer, e as uvas foram transportadas em caixas de pequenas dimensões. O vinho fermentou em inox com temperatura controlada entre os 10 -14°C. Terminada a fermentação alcoólica, uma parte estagiou em cascos de castanheiro e carvalho nacional e o restante em ânfora. A pensar nos dias mais longos de verão, este branco pode acompanhar pratos de maresia, tais como marisco e peixe, carnes brancas e queijos.
Por fim, o Rufete Reserva Rosé 2022, contou com um processo de vinificação e estágio igual ao Reserva Branco. No copo, apresenta uma tonalidade de cor salmão pálido e é composto por aromas florais doces, pétalas de rosas e cerejas. Pratos de marisco e peixes gordos, carnes brancas e queijos podem ser uma boa opção.
Disponível em Uva Wine Shop e em garrafeiras da especialidade.
Quinta de São Luiz – Kit Trilogia de Rufetes – (Reserva Tinto 2021, Reserva Branco 2022 e Reserva Rosé 2022)
PVP recomendado de 60,00€ (o valor engloba o kit das três garrafas, não sendo vendidas em separado.
Quinta da Boavista: Boa é a vista, mas melhor é o vinho
Boas vistas no Douro são muitas, mas a Quinta da Boavista é única. História não lhe falta desde a primeira demarcação da região vitivinícola do Douro, em 1756. Nos meados do século XIX, a história da quinta cruza com o Barão de Forrester, uma das maiores figuras durienses daquela época, que costumava ficar na propriedade […]
Boas vistas no Douro são muitas, mas a Quinta da Boavista é única. História não lhe falta desde a primeira demarcação da região vitivinícola do Douro, em 1756. Nos meados do século XIX, a história da quinta cruza com o Barão de Forrester, uma das maiores figuras durienses daquela época, que costumava ficar na propriedade nas suas viagens pelo Douro. Um dos edifícios, ainda hoje é conhecido pelos locais como “Casa de Barão”. As vinhas da Quinta da Boavista tinham muita importância pela sua localização privilegiada e capacidade de produzir vinhos de qualidade excepcional. Já no século XX, a Quinta da Boavista passou por várias aquisições e trocas de propriedade. Mas desde 2020 que pertence à Sogevinus, que para além do vinho do Porto, onde é detentora de grandes marcas — Cálem, Burmester, Kopke e Barros — aposta nos vinhos DOC Douro, no segmento premium.
A vinha do Oratório e vinha do Ujo são duas peças emblemáticas no património vitícola da Quinta da Boavista, tão diferentes na sua apresentação e no carácter dos vinhos aos quais dão origem. A vinha do Oratório é muito cénica e absolutamente encantadora em qualquer hora do dia, quer de manhã, quando o sol ilumina o magnífico anfiteatro de 14 terraços largos, quer à tarde, quando as sombras acentuam o relevo dos maciços muros de xisto com 8 metros de altura. São quase 3ha de vinha e uma mescla de 25 castas, com uma idade média superior a 90 anos, que dão origem a um vinho de grande personalidade. Já a mítica vinha do Ujo, com apenas 1,5ha, escondida por detrás da encosta e implantada em socalcos toscos pré-filoxéricos com exposição Norte, pode não ter tanta beleza visual como a vinha do Oratório, mas tem uma beleza intrínseca que se sente no vinho de carácter inconfundível. Também são vinhas muito velhas com mais de 25 castas plantadas antes de 1930.
No ano 2019, a Primavera surgiu quente e seca com excepção do mês de Abril, com pouca chuva e temperaturas mais amenas do que habitual no Douro, e conseguiu-se ter uvas sãs e de maturação equilibrada. A vindima ainda foi realizada pela equipa anterior, da Lima&Smith, mas o afinamento final e engarrafamento já foi feito pela equipa da Sogevinus, em colaboração com o experiente e reputado enólogo Jean-Claude Berrouet, que durante mais de quatro décadas foi responsável pelos vinhos do Château Petrus. É um grande defensor do terroir e assegura o projecto da Quinta da Boavista desde 2013, pois as vinhas da propriedade permitem explorar e traduzir este conceito em vinhos distintos e de enorme finesse.
O Vinha do Oratório fermentou em lagares de granito com pisa a pé e depois foi para as barricas de carvalho francês, onde estagiou pelo menos 18 meses. O Vinha do Ujo fermentou em barricas de 500 litros, mudando para as barricas de 225 litros, onde permaneceu durante 16 meses.
É difícil de avaliar estes dois vinhos sem aplicar o gosto pessoal, por serem vinhos que criam emoção. Sendo ambos altamente gastronómicos, e é interessante observar como estes vinhos lidam de forma diferente com o mesmo prato, que ainda por cima, não foi, no evento de lançamento, dos mais fáceis: o corço, preparado pelo chef António Loureiro, detentor de uma estrela Michelin. O Vinha do Oratório alinhou com o prato de uma forma directa, criando uma harmonização perfeita e imediata pela igualdade de forças e texturas. A aliança com o Vinha do Ujo foi menos óbvia. Neste caso, o vinho deu suporte ao prato de uma forma mais discreta, não disputando o protagonismo, mas prolongando o sabor.
O Boa-Vista Reserva tinto é uma expressão da propriedade no seu todo através das diferentes castas (Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão e vinhas velhas) provenientes de várias altitudes e exposições solares. Parcialmente, fermentou em lagar e em inox, e estagiou na sua totalidade em barricas de carvalho francês entre os 15 e os 20 meses, antes de integrar num lote final. A vinha do Levante é a mais recente, foi plantada em 2007 numa das cotas mais elevadas da quinta, com orientação Nascente. As castas são Arinto e Viosinho, que nesta localização recebem o sol de manhã, mas ficam protegiddas do sol mais quente da tarde, tendo assim uma maturação mais equilibrada, preservando a componente ácida.
Este é o primeiro lançamento do vinho branco da Quinta da Boavista. O ano 2020 foi marcado por temperaturas altas, bastante acima do normal e com ondas de calor registadas em Junho, Agosto e Setembro, obrigando a iniciar a vindima no final de Agosto. O Viosinho foi vindimado na terceira semana de Agosto, e o Arinto 3 dias depois, tudo colhido à mão, como é habitual nas vinhas plantadas em patamares. A vinificação foi adaptada à casta. O Viosinho, depois de desengaço e prensado, foi para a barricas novas de 1º e 2º ano. O Arinto, a seguir à maceração de 24 horas, fermentou em inox e só no fim da fermentação foi para madeira de 1º ano. O estágio decorreu em barricas e passado um ano foi feito o lote final. O vinho esperou um ano em garrafa, para ser apresentado.
(Artigo publicado na edição de Abril de 2023)