Herdade do Rocim juntou 58 produtores no Amphora Wine Day 2023

Amphora Wine Day 2023

Na edição de 2023 do maior evento português dedicado aos vinhos de ânfora, Amphora Wine Day, rumaram à Herdade do Rocim, na Vidigueira, no dia 11 de Novembro, 1700 visitantes e 58 produtores de vinho. Com 22 produtores estrangeiros — 12 da Geórgia e os restantes de Itália, França, Espanha e África do Sul — […]

Na edição de 2023 do maior evento português dedicado aos vinhos de ânfora, Amphora Wine Day, rumaram à Herdade do Rocim, na Vidigueira, no dia 11 de Novembro, 1700 visitantes e 58 produtores de vinho.

Com 22 produtores estrangeiros — 12 da Geórgia e os restantes de Itália, França, Espanha e África do Sul — e 36 nacionais, foram superados, segundo a organização, os números da edição anterior, também com mais apostas ao nível da gastronomia tradicional, entre restaurantes e queijarias. O evento proporcionou, ainda, várias provas comentadas por especialistas internacionais, como Mark Squires, Marcelo Copello, Paul White, Sarah Ahmed ou Suzana Barelli.

“Quando criámos esta iniciativa esperávamos, no máximo, umas três centenas de pessoas… já nesse ano, o número de visitantes foi muito superior, mas nunca esperávamos que este momento anual que queríamos fosse a celebração dos vinhos de talha alentejanos e dos vinhos de ânfora nacionais e internacionais, da Herdade do Rocim e de todos os produtores que se quisessem agregar a nós, atingisse este patamar. A equipa já está a pensar na próxima edição!”, afirma Pedro Ribeiro, enólogo e administrador do Rocim, fundador do Amphora Wine Day, que teve a sua primeira edição em 2018.

Às 18h00 abriram-se as talhas, momento que, segundo Catarina Vieira, proprietária e enóloga do Rocim, “representa o culminar de uma fase de muito trabalho, a nossa manifestação de respeito pela tradição, um momento de celebração”.

XXVI Talhas: O legado de Mestre Daniel

XXVI Talhas

Vila Ruiva, a aldeia onde minha mãe nasceu e que deixou ainda adolescente para ir estudar em Lisboa, está ali, a apenas 3 quilómetros. Cresci a ouvir contar histórias das rivalidades entre Vila Ruiva e Vila Alva e dos bailes de sábado à noite numa ou noutra destas povoações do concelho de Cuba, os quais […]

Vila Ruiva, a aldeia onde minha mãe nasceu e que deixou ainda adolescente para ir estudar em Lisboa, está ali, a apenas 3 quilómetros. Cresci a ouvir contar histórias das rivalidades entre Vila Ruiva e Vila Alva e dos bailes de sábado à noite numa ou noutra destas povoações do concelho de Cuba, os quais terminavam invariavelmente em pancadaria entre os locais e os “estrangeiros”. A primeira vez que visitei Vila Ruiva foi em 1988 ou 89. Gostei tanto que acabei por comprar e reconstruir uma pequena e velha casa no centro da vila.

Com o tempo e as frequentes visitas, aprendi a amar igualmente as duas aldeias e fiz amigos em ambas. Amigos que, em cada visita, me levavam a tomar uns copos de vinho de talha, acompanhados do imprescindível “petisco”, nas tabernas que há 30 anos ainda existiam nestas localidades. As de Vila Ruiva desapareceram, entretanto. Em Vila Alva, porém, a arte do vinho de talha manteve-se, mais discreta, sem porta aberta, na casa de alguns teimosos que em cada vindima enchiam um ou dois potes. Até que, em 2018, um grupo de jovens resolveu lançar-se “à séria” na produção de vinhos de talha, reactivando uma das mais famosas adegas da vila, a do Mestre Daniel. Cinco anos depois, Vila Alva tornou-se uma referência incontornável nos vinhos de talha do Alentejo, com animação constante ao partir do São Martinho e, cada vez mais, o ano todo.

Talhas mestre daniel
Daniel Parreira , Alda Parreira , Luis Garcia , Samuel Pernicha e Ricardo Santos , produtores de Vinho de Talha na Adega XXVI Talhas .

Daniel António Tabaquinho dos Santos, nascido em 1923, era carpinteiro e, como acontece ainda hoje no Alentejo mais recôndito, o seu jeito para o ofício granjeou-lhe o estatuto de Mestre, algo que se alcança não pelo grau académico, mas sim pelo reconhecimento da população. É o povo que decide se fulano ou beltrano é ou não Mestre. E quando passa a tratá-lo como tal, o designativo fica para a vida, associado ao nome próprio. Mestre Daniel, portanto, fazia a sua carpintaria na adega onde também fazia o vinho, seguindo a tradição familiar. Durante três décadas produziu e vendeu vinho, a partir de 22 talhas de barro de diferentes tamanhos (algumas do século XIX) e 4 talhas de cimento armado construídas nos anos 30, ali mesmo, em Vila Alva. Após o seu falecimento, em 1985, as talhas ainda viram uvas durante alguns anos, mas a adega acabaria por fechar as portas em 1990.

Até que, em 2018, seus netos Alda e Daniel Parreira, decidiram recuperar a tradição e o legado de Mestre Daniel. Para tal, desafiaram outros dois jovens, tal como eles nascidos e criados em Vila Alva e acostumados à “cultura da talha”: o designer Samuel Pernicha e o enólogo Ricardo Santos, este último com um percurso profissional que passou pela Herdade Grande, Califórnia, Nova Zelândia, Malo Wines e Quinta do Carneiro. A eles juntou-se Luis Garcia, marido da Alda, que “ajuda em tudo um pouco” e dinamiza o enoturismo.

“Sempre foi um sonho que tivemos desde a infância”, dizem. “O objectivo, para além de reactivar adega do Mestre Daniel, sempre foi o de promover a nossa aldeia e a grande tradição do vinho de talha, com mais de 2000 anos e que tem vindo a passar de geração em geração até aos dias de hoje. Acreditamos que o vinho de talha pode trazer uma nova vida a Vila Alva.”
Quando se lançaram, em 2018, não faziam a mínima ideia de como o mercado iria reagir. A “onda” do vinho de talha estava ainda no início, pelo que foi com algum receio que fizeram apenas sete ou oito talhas nessa vindima. No ano de 2022 vinificaram já em todas as 26 talhas da adega, enchendo 24 mil garrafas. A distribuição a nível nacional, feita pela Vinalda, tem vindo a dar também outra envergadura ao projecto.

Uvas, só da freguesia…

O perfil bastante clássico dos vinhos da XXVI Talhas exige uvas muito específicas desta sub-região da Vidigueira. O projecto assenta assim em algumas pequenas parcelas de vinha das famílias de Ricardo Santos e dos irmãos Parreira e também em uva comprada a viticultores locais. Quando digo locais, é locais mesmo. “Só queremos uvas da freguesia de Vila Alva”, acentua Ricardo Santos. “E apenas de vinhas antigas, não regadas, plantadas nas zonas de xisto e granito, com castas misturadas e enxertadas no local.” Um caderno de encargos que, apesar de tudo, não é difícil de cumprir, já que, por um lado, nos arredores de Vila Alva existem diversas vinhas com estas características; e, por outro, muitos pequenos viticultores da freguesia, de idade já avançada, veem no entusiasmo destes jovens uma forma de manter as suas parcelas. As castas são o mais tradicional possível: Antão Vaz, Perrum, Roupeiro, Diagalves, Manteúdo, Trincadeira, Aragonez, Tinta Grossa.

“A aceitação dos nossos vinhos e o interesse pelo nosso projecto têm sido fantásticos”, referem. “Para além do lançamento de vários vinhos e das visitas à adega, conseguimos em maio último organizar em Vila Alva o evento ‘Vinho na Vila’, com 32 produtores e 600 visitantes, cumprindo assim o nosso outro propósito: promover a nossa aldeia”.

Vinhas da Adega XXVI Talhas.

A paixão por Vila Alva, pela sua história e cultura, está presente em todas as conversas com os membros da XXVI Talhas. E não apenas nas palavras, também nas acções. “Quando recebemos clientes ou amigos na nossa adega tentamos sempre mostrar a aldeia e outras adegas onde se produz vinho de talha, mesmo que não seja para comercialização”, dizem-me. “Saber que em breve haverá mais produtores de Vila Alva, que vão passar a certificar e a engarrafar vinho de talha, ainda nos deixa mais orgulhosos e motivados. E ideias não nos faltam para continuar a fazer mais e melhor”.

O projecto da XXVI Talhas tem todos os ovos no mesmo cesto, ou seja, só produz vinho de talha, um vinho com perfil muito específico e para um nicho de consumidores especiais. Será arriscar muito? “Penso que não”, afirma Ricardo Santos. “Estamos optimistas com o panorama actual, com cada vez mais produtores e adegas a apostar nesta técnica. E a nível internacional vemos uma procura crescente por parte de um consumidor que procura vinhos genuínos e diferenciados. O interesse das pessoas em visitar as adegas tradicionais ajuda a consolidar tudo isto. Pela nossa parte, tudo faremos para que o vinho de talha não seja apenas uma moda, mas sim algo que possa fidelizar consumidores.” E, já agora, acrescento eu, trazer gente a conhecer Vila Alva. Sem esquecer que Vila Ruiva, tão linda, está mesmo ali ao lado…

(Artigo publicado na edição de Julho de 2023)

SOVIBOR: A Talha, como deve ser

Sovibor talhas

A Sociedade de Vinhos de Borba foi fundada em 1968 e chegou a ser uma das maiores empresas da região ao longo das décadas seguintes. Como tempo, porém, foi perdendo relevância, entrando lentamente em decadência na viragem do século. Foi preciso um homem de Vale de Cambra vir ao Alentejo para dar uma nova vida […]

A Sociedade de Vinhos de Borba foi fundada em 1968 e chegou a ser uma das maiores empresas da região ao longo das décadas seguintes. Como tempo, porém, foi perdendo relevância, entrando lentamente em decadência na viragem do século. Foi preciso um homem de Vale de Cambra vir ao Alentejo para dar uma nova vida à Sovibor. O empresário Fernando Tavares tem as suas raízes no norte do país, onde gere o seu negócio na área de distribuição de vinhos – a Sotavinhos. Teve uma grande ligação a Borba desde há muito e o momento de viragem aconteceu em 2014 com a aquisição da Sovibor. Desde então, com o apoio incondicional de sua mulher, faz semanalmente o trajecto até Borba, para onde se mudou a filha Rita, enquanto gestora enóloga residente. A consultoria enológica é confiada ao experiente António Ventura; e Luís Sequeira é responsável pela gestão administrativa e comercial.
Desde o início Fernando sonhou seguir a tradição alentejana de produzir vinhos em talha. Dedicou-se a investigar localmente as práticas ancestrais e eliminou desde logo a possibilidade de usar talhas revestidas de epoxy, porque são completamente estanques, “é como fazer o vinho em inox”, refere. Prefere talhas revestidas com pez louro (uma mistura de resina de pinheiro, cera de abelha e azeite), que permite uma troca gasosa muito doseada.

Sovibor talha
Fernando Tavares e a filha Rita, enóloga do projecto.

Quando o projecto se iniciou, não havia talhas na Sovibor. Hoje tem uma das maiores adegas de talhas no Alentejo, contando com 85 ânforas de vários tamanhos, muitas delas centenárias, fabricadas, sobretudo, em S. Pedro de Corval.
Na região de Borba, a Sovibor trabalha cerca de 200 hectares de vinha própria ou em parceria com viticultores locais. Os vinhos da gama Mamoré da Talha têm origem, exclusivamente, nas vinhas de sequeiro com idade superior a 50 anos, localizadas sobretudo na zona de Orada. Dão 1-1,5 kg por cepa. As uvas são vindimadas e vinificadas por parcela, pisadas a pé em pequenas tinas de inox de 200-300 kg e a fermentação na talha é feita com 40% a 60% do engaço. Quando a fermentação (com leveduras indígenas) se inicia, fazem-se calcamentos diários para homogeneizar as massas e impedir a sua compactação na boca da talha. Embora o regulamento do DOC Alentejo Vinho de Talha permita “abrir” as talhas a partir do dia de S. Martinho (11 de Novembro), a Sovibor mantém o vinho nas talhas até Março, deixando o Inverno passar por ele. As massas assentam no fundo da talha e servem de filtro natural, quando o vinho é retirado por uma torneira na base da ânfora. Volta para a mesma talha e o processo é repetido até que o vinho, saia completamente limpo. Este ano, a Sovibor adicionou uma novidade absoluta na região – a primeira aguardente bagaceira elaborada a partir de bagaços frescos de uvas tintas vinificadas em talha. Depois de uma dupla destilação, feita num majestoso alambique pacientemente reconstruído por Fernando Tavares, demorou dois anos a desdobrar o álcool até aos 46% de teor alcoólico final. Foram produzidas apenas 1800 garrafas.

 

A arte da pesgagem
A pesgagem é um processo de revestimento de talhas com uma mistura de pez louro (resina de pinheiro), cera de abelha e azeite que permite a sua impermeabilização. A receita pode variar em percentagem dos ingredientes, influenciando mais ou menos o perfil organoléptico do vinho; e normalmente as talhas para vinho branco não são usadas para fazer vinho tinto. Nesta operação extremamente artesanal e pesada estão envolvidas várias pessoas. Primeiro uma talha vira-se de boca para baixo em cima de uma estrutura com fogo aberto. Quando é aquecida, coloca-se de lado e depois de bem limpa por dentro, unta-se o interior com a tal mistura impermeabilizante natural. Finalmente, rola-se a talha para uniformizar tudo.

Uma prova inédita

Tradicionalmente, os vinhos feitos em talhas, quer brancos quer tintos, bebiam-se novos, a partir do momento em que eram “abertas” as talhas, na altura de S. Martinho. Não eram considerados vinhos de guarda. Por isso, uma prova de vários tipos de vinhos de talha, de diversas castas, brancos e tintos, produzidos desde 2016, é extremamente curiosa e didáctica. O resultado das muitas experiências efectuadas por Fernando Tavares mostrou que os vinhos de talha podem evoluir perfeitamente em garrafa quando são bem-feitos; e também que nem todas as castas se adaptam bem à vinificação em talha.
Nos brancos começámos com o Mamoré da Talha branco 2016, um blend de castas típicas da região – Antão Vaz, Rabo de Ovelha e Tamarez. Com uma cor dourada/âmbar no nariz lembra laranja e casca de laranja, tangerina, notas florais e de pólen, maçã, marmelo e ervas aromáticas. Um vinho muito seco, com frescura e salinidade, um leve amargo que refresca e fica bem neste contexto. (17). O 2018 da mesma vinha apresentou uma acidez mais pronunciada, notas de nêspera e marmelo, muita tangerina e laranja, alperce e pêssego. Muito fresco, vinho com grande textura e amplitude. (17,5). O Talha da Rita 2018 feito maioritariamente de Antão Vaz da vinha velha de sequeiro com 10% de Arinto de uma vinha com 25 anos. É mais resinoso com mais barro no nariz. Dourado na cor, revela notas de marmelo e ananás salgado. Com teor de álcool de 15% e incríveis 7 g/l de acidez tem corpo, equilíbrio, textura e frescura, com tanino e força. (18)

Passando para os tintos, primeiro avançámos com o Petroleiro, um palhete da talha. Às castas tintas da tal vinha velha com Trincadeira, Moreto, Carignan e Castelão juntam-se 30% de castas brancas de Antão Vaz e Rabo de Ovelha. O 2016 apresentou cor granada atijolado. Delicado e delicioso com morango e flores no primeiro impacto aromático, evoluindo muito bem no copo, doce de morango e framboesa, figos frescos e goiaba. (17). O 2018 das mesmas parcelas surge ainda com mais frescura. Aroma mais intenso e balsâmico, notas de carne e ervas aromáticas. Cresceu imenso no copo, deixando transparecer notas florais e fruta mais delicada como a framboesa. Textura macia com bom corpo e muito sabor. (17,5).
Seguiram os blend de castas tintas e monovarietais também feitos em talha, que foram parte de uma experiência inicial para aprender como as diferentes castas se comportam neste processo de vinificação. Para além da tradicional Moreto, aparecem Syrah, Touriga Nacional e também Carignan, casta que, não tendo muito protagonismo, se encontra presente no Alentejo já há cerca de um século, sobretudo nos encepamentos antigos.

O 2016 é um blend de Moreto, Carignan, Trincadeira e Aragonez. Fruta vermelha, nota vegetal a lembrar pasta de tomate e certa evolução. (16,5). O 2018 estava mais fechado no nariz e com mais cor. Mentolado e floral, com fruta vermelha e tomate seco. Tanino mais presente, boa frescura a disfarçar o álcool de 15%. (17,5). O Mamoré da Talha Moreto 2018 revelou a extraordinária afinidade da casta com talha. Muito aberto na cor, mentolado, com ervas aromáticas, caruma e compota de framboesa, finesse e sedosidade, reunindo todo o carácter da tradição. (18,5). O Syrah 2018 feito em talha é algo inédito. Faz parte de uma vinha com mais de 30 anos, também de sequeiro. Cor granada bastante intensa, bem vivo e fresco com notas de chá preto, cereja, amora e mirtilo, pimenta preta, carne, eucaliptos. Tanino intenso, textura sedosa e com muito sabor. A casta afirma-se para além da talha, mantendo-se como um belíssimo Syrah cheio de carácter. (18)
Do ano 2019, o blend de Moreto, Carignan, Trincadeira e Aragonez apresentou-se com fruta vermelha e preta, mentol, bem vivo, belíssimo, vibrante e cheio de força e presença. (18,5). O monovarietal de Moreto 2019 funciona invariavelmente bem e confirma que a casta parece que nasceu para ser trabalhada em talha. Rubi de média intensidade, nariz expressivo com manjericão, geleia de framboesa, fruta intensa entrelaçada com leves notas resinosas. Envolvente, com enorme personalidade. (18,5). O Touriga Nacional 2019 evidenciou uma história diferente. A casta marca mas, ao contrário de Syrah, não alinha com talha. Sobressai com muita pimenta, especiaria, mirtilo, bergamota, deixando uma secura no final de boca. Não deixa de ser um bom vinho, mas não é um exemplo de excelência de Touriga, nem de um vinho de talha. (17). O Syrah 2019 destaca-se pela óptima acidez, estrutura e força, firmeza de tanino. (18). O Carignan 2019 veio com fruta vermelha, alguma ferrugem, ervas aromáticas a lembrar tomilho e estragão, caruma. Cheio de tanino, corpo e força, mas menos longo do que os vinhos anteriores. (17,5).

Provamos também amostras de cuba de 2022, retiradas das talhas em março. O branco blend surgiu com aroma mais delicado, salino e doce ao mesmo tempo. Marmelo, nêspera, fisális. Muita secura de tanino presente e frescura graças à acidez pronunciada, quase bone dry na percepção. O tinto de blend explodiu com fruta extremamente fresca, uma nuance de banana e de rebuçado de morango, mentolado. Tanino apertado, tudo com equilíbrio. O Moreto, fiel a si próprio, com aquela típica rusticidade intelectual. Morango selvagem, framboesa, mentolado, fresco, fino de tanino com óptima acidez. E depois, com mais calma, e no meio da vinha, provámos os agora lançados Mamoré da Talha de 2021.
No conjunto, o dia “Talha com Tradição”, proporcionado pela Sovibor, foi uma fascinante janela aberta para um mundo singular de aromas e sabores. E tornou-se também uma dupla lição: aprendemos que os vinhos de talha, quando nascem bem, envelhecem com nobreza; e que uma família do Norte pode ser excelente guardiã da mais antiga tradição vinícola alentejana.

(Artigo publicado na edição de Junho de 2023)

Amphora Wine Tour: Rocim leva visitantes em roteiro do Vinho de Talha

Amphora Wine Tour

Depois do Amphora Wine Day — evento anual que celebra o Vinho de Talha, tradição no Alentejo com mais de 2 mil anos — a Herdade do Rocim surge com o Amphora Wine Tour, um roteiro enoturístico que, só em Maio e Julho deste ano, já levou dezenas de enófilos e curiosos a conhecer vários […]

Depois do Amphora Wine Day — evento anual que celebra o Vinho de Talha, tradição no Alentejo com mais de 2 mil anos — a Herdade do Rocim surge com o Amphora Wine Tour, um roteiro enoturístico que, só em Maio e Julho deste ano, já levou dezenas de enófilos e curiosos a conhecer vários produtores de Vinho de Talha, entre a Vidigueira e Cuba.

Segundo o produtor da Vidigueira, esta é “já uma das atividades de enoturismo que mais procura tem tido por parte dos visitantes da Herdade do Rocim”, e é por isso que a empresa anuncia, agora, que esta actividade que “celebra o terroir e a cultura que dá origem ao Vinho de Talha português” é para continuar.

O programa, personalizável consoante quem o procura, não se esgota apenas na visita em si: das provas de vinhos, passando pelas harmonizações com os menus vínicos, as buchas ou tábuas alentejanas, às experiências nas vinhas, a Amphora Wine Tour é bastante abrangente, destinando-se a grupos maiores ou mais pequenos. Com valores que oscilam entre os €95 e os €125 por pessoa, dependendo do número de participantes, as marcações podem ser feitas através do endereço de e-mail enoturismo@herdadedorocim.com.

Pedro Ribeiro, enólogo e diretor-geral da Herdade do Rocim, sublinha que “estando na região com maior tradição do Vinho de Talha em Portugal, a Vidigueira, onde se produz este vinho há mais de 2000 anos, acreditamos que faz todo o sentido organizar eventos que celebrem o uso de ânforas. Acreditamos também que há aqui um extraordinário potencial para dar ao mundo do vinho, e os números têm-nos mostrado isso mesmo”.

O Moreto e as talhas da Granja-Amareleja

Granja Amareleja

Abegoaria e Adega Piteira Entre a margem esquerda do rio Guadiana e a fronteira com Espanha, situa-se a sub-região alentejana da Granja-Amareleja. Um terroir único que é o berço do grupo Abegoaria, e onde a casta Moreto se revela na sua plenitude. Texto: Mariana Lopes Fotos: Abegoaria e Luís Lopes  O Alentejo, região muito diversa […]

Abegoaria e Adega Piteira

Entre a margem esquerda do rio Guadiana e a fronteira com Espanha, situa-se a sub-região alentejana da Granja-Amareleja. Um terroir único que é o berço do grupo Abegoaria, e onde a casta Moreto se revela na sua plenitude.

Texto: Mariana Lopes
Fotos: Abegoaria e Luís Lopes

 O Alentejo, região muito diversa em terroirs, climas e perfis de vinho, tem oito sub-regiões. Uma delas — a mais quente, com mais horas de sol e com solos mais pobres — é a Granja Amareleja. Compreendida entre a margem esquerda do rio Guadiana e a fronteira com Espanha, esta sub-região abrange as freguesias de Amareleja e Póvoa de São Miguel, e também parte das freguesias de Santo Amador e São João Baptista (concelho de Moura) e de Granja, Luz e Mourão (concelho de Mourão). Apesar do clima e solo agreste, a Granja-Amareleja sempre foi explorada para produções agrícolas pelos que lá passaram, sobretudo para vitivinicultura. Quanto a vinhas, ali convivem tipos bem diferentes: as mais recentes, cultivadas com as técnicas modernas; e as antigas, de sequeiro, típicas do minifúndio regional, muitas delas em solos arenosos e em pé-franco, ou seja, plantadas sem porta-enxerto. Mais recentemente, a criação da barragem e do lago do Alqueva veio amenizar a secura e as temperaturas muito elevadas que ali se fazem sentir no Verão, tendo sido precisamente na Amareleja que se registou a temperatura mais alta de sempre em Portugal, 47.4 graus Celsius, no dia 1 de Agosto de 2003 (não bastava ter sido sexta-feira, dia em que já apetece fazer pouco…). Assim, tanto estas particularidades edafo-climáticas, como as do encepamento presente na sub-região, tornam os seus vinhos únicos. A casta tinta Moreto, por sua vez, é a mais identitária da Granja-Amareleja, a mostrar nos vinhos a sua faceta mais elegante, estruturada, ampla e até fresca, expressando-se como não se expressa em mais nenhuma região. Mas já lá vamos…

Granja AmarelejaAbegoaria, Adega da Granja e Manuel Bio

A Abegoaria é um grupo vitivinícola que nasceu na Granja Amareleja (primeiro com o nome Encostas do Alqueva), cuja história não pode ser dissociada da família Bio. Tudo começou quando Manuel Bio, com origem também na margem esquerda do Guadiana, decidiu assumir a presidência da Adega da Granja (Cooperativa Agrícola da Granja), em 2007, depois do colapso total desta em 2002. O gestor e empresário teve três grandes razões para o fazer, a pedido da própria cooperativa: a grande visão social e da economia local que sempre teve; o facto do seu pai ter sido associado da cooperativa; e a fama de excelente gestor e impulsionador de negócios que todos lhe reconheciam, com percursos irrepreensíveis em grandes empresas. “Decidi, também pelo meu pai, ir a uma assembleia geral da Adega, para ver o que se passava. Depois, com a ajuda do banco, pagámos todas as uvas que estavam em dívida de 2002 a 2006. Hoje, não devemos nada a ninguém. O negócio flui e já investimos mais de dois milhões de euros”, contou Manuel Bio. Sem surpresas, revitalizou completamente a Adega da Granja e aumentou as suas vendas exponencialmente, e reabilitou a sua importância social e económica, sendo esta cooperativa hoje responsável por 95% da produção da sub-região, com cerca de seis milhões de garrafas produzidas por ano e cem viticultores associados.

Este foi o ponto de partida para que Manuel Bio quisesse criar sociedade com o enólogo José Piteira (responsável pela Adega da Granja) e Filipe Lourenço, para criar um projecto ambicioso que hoje tem o nome de Abegoaria, e que produz vinho em várias regiões portuguesas, mas também azeites, queijos e enchidos. Produz um total de nove milhões de garrafas por ano, mas na verdade faz cerca de 18 milhões de litros de vinho, fornecendo em formato bag-in-box para as principais redes de supermercado em Portugal. Para 2021, prevê-se uma facturação de 30 milhões de euros. Várias empresas de menor dimensão foram criadas entretanto, sob a “umbrela” Abegoaria, como a Amareleza Vinhos, especificamente no Alentejo, que inclui os vinhos GA e Piteira (feitos na Adega da Granja), e também os José Piteira, do pequeno projecto de talhas Adega Piteira, na Amareleja. A maior parte do projecto Abegoaria é virado para o consumidor português, com apenas 12% da produção exportada, o que vai de encontro à filosofia da empresa. Só na Granja-Amareleja, estes três sócios gerem dois terços de toda a sua produção.

Em 2015, deu-se a compra da Herdade Abegoaria dos Frades, localizada em Alqueva, assumida como a “a jóia do projecto”, a propriedade-mãe. Antes da criação do lago e barragem, a antiga família proprietária tinha ali 5000 hectares, mas agora esta Herdade inclui “apenas” 500. Portadora de uma luz impressionante, estende-se por uma planície que se pode observar, quase na totalidade, a partir do topo das duas torres circulares que descansam na entrada principal e que são os depósitos de água que alimentam toda a Herdade. Com uma bonita zona de piscina, 30 quartos actualmente em finalização, canil, adega (com 34 talhas) e lagar de azeite, a Herdade Abegoaria dos Frades será em breve um destino enoturístico de luxo. “Vamos fazer nesta adega algumas especialidades, no futuro, mas servirá sobretudo para os hospedes fazerem o próprio vinho e azeite”, revelou Manuel Bio. Ali, a área de vinha é de 55 hectares, com previsão deste número crescer para 95, em 2022. São sete as castas tintas presentes — Alicante Bouschet, Syrah, Cabernet, Marselan, Touriga Nacional, Aragonez e Petit Verdot — e cinco as brancas — Verdelho, Viosinho, Arinto, Antão Vaz e Roupeiro.

Granja Amareleja
Manuel Bio, administrador da Abegoaria e presidente da Adega da Granja.

Duas vinhas muito diferentes

Foi com Manuel Bio, José Piteira e Luís Bio (responsável de internacionalização e exportação), que visitámos duas vinhas emblemáticas e importantes para a Adega da Granja e para a Amareleza Vinhos, totalmente distintas uma da outra.

A Vinha da Luz é a vinha comunitária, de 87 hectares, da nova Aldeia da Luz, lugar que tem cerca de 300 habitantes. Foi plantada quando da construção da nova aldeia, em 2002, tendo sido oferecido um hectare a cada família “realojada” (a antiga aldeia ficou submersa pelo lago do Alqueva). Hoje, alguns dos proprietários de parcelas desta vinha já as alugam a outros, e a Adega da Granja compra uvas a muitos destes viticultores. “Esta vinha foi muito importante para a sub-região da Granja-Amareleja, porque antes de existir só havia vinhas ou pouco produtivas ou em decadência”, explicou Manuel Bio. Sendo (ainda) a maior da sub-região, esta vinha tem Alicante Bouschet, Aragonez, Trincadeira e Tinta Caiada, entre outras.

A outra vinha que visitámos nada tem que ver com a primeira: é uma vinha de Moreto com cerca de 80 anos de idade, plantada em pé-franco, na Póvoa de São Miguel. O solo, de quartzo, xisto e calhau rolado, é de base arenosa, com pouca argila. A antiguidade da vinha nota-se na partilha do espaço entre oliveiras e videiras, e também na baixa produtividade, de menos de três mil quilos por hectare. José Piteira revelou-nos aqui que é nestas areias grosseiras que está o melhor Moreto, casta que, até aos anos 90, representava 80% do encepamento da Granja-Amareleja. Empenhados em recuperar cada vez mais a variedade identitária, no projecto Amareleza Vinhos, Manuel Bio e José Piteira prevêem plantar, em breve, uma vinha só de Moreto junto à Adega da Granja.

Moreto e Adega Piteira

Na Amareleja situa-se a Adega Piteira, pequena e tradicional adega de talhas de José Piteira. Neste exacto sítio, aos doze anos, o enólogo auto-didacta iniciou-se no Vinho de Talha, aprendendo e ajudando o seu padrinho, José Amante Baleiro. Dedicando-se totalmente ao Vinho de Talha até 1999, pegou na sabedoria que o padrinho lhe transmitiu e adicionou-lhe a sua própria impressão digital, fazendo hoje na Adega Piteira vinhos únicos, de qualidade superior, plenos de carácter, para os quais muito contribuem as castas Diagalves (branca) e Moreto, esta última também vulgarmente presente na Amareleja, em vinhas de pé-franco.

Granja Amareleja
Adega Piteira em Amareleja

A uva Moreto, citada já em textos do século XVIII, tem bastante tradição na Granja-Amareleja, mas em outras partes do Alentejo não é muito bem-amada. José Piteira, fiel protector da casta, falou-nos dela e fez-nos compreender a dicotomia: “É uma casta difícil, que precisa de condições muito próprias, que praticamente já não se encontra em viveiros. Acabou por se adaptar, ao longo de muitos anos, na Amareleja, presente inclusive em vinhas com quase 200 anos. Aqui tem muita qualidade, concentração e equilíbrio, com cor e maturações boas, sobretudo pela característica arenosa dos solos, onde está plantada em pé-franco — porque os solos de areia são menos propensos ao ataque da filoxera — e pela sua elevada resistência ao calor, ao míldio, ao oídio e a pragas como os ácaros e a cicadela. Outra razão para ser boa aqui é o facto de estar plantada nos solos menos produtivos, porque antigamente os melhores solos destinavam-se a trigo, os menos bons a oliveira e os piores a vinha. E a Moreto precisa de stress hídrico, por isso dá-se bem nesses solos mais secos. Também o compasso entre as videiras e a condução são muito importantes. Aqui, não podemos retirar muita folha nem ter as cepas altas, isso só nas regiões mais frescas. A condução em taça é a mais favorável, como um compasso de 1.80 por 1.80 metros, no mínimo”. Para José Piteira, “na adega também é difícil, tem de se fazer muita selecção. No entanto, dá bastante acidez e é muito aromática, e isso é muito bom. Na adega percebemos porque é que foi uma casta muito arrancada, dado que chegamos a ter Moreto com 18% de álcool provável, de vindimas mais atrasadas. Também por isso já só há cerca de 80 hectares de Moreto. Há-que recuperá-la aqui na Granja-Amareleja”.

Granja Amareleja
José Piteira, mestre das Talhas

Os brancos e os tintos de talha José Piteira estagiam sempre dois anos em garrafa, antes do lançamento para o mercado. Na vinificação, não levam leveduras extra nem engaço, apenas o mosto e películas da uva. A manta, que sobe naturalmente por efeito do gás carbónico até ao topo das talhas, é recalcada e mergulhada duas vezes por dia, de manhã e ao fim da tarde. José Piteira explicou tudo isto junto às suas talhas e mostrou, inclusive, alguma indignação em relação à adulteração que alguns fazem ao processo ancestral. “Vejo muitas talhas demasiado cheias, e depois não corre bem. O corpo humano tem um membro que indica perfeitamente a altura a que as massas devem ficar na talha, que é o braço”, demonstrou. Ali, no meio dos idílicos recipientes de barro de 1800 litros, fizemos uma prova vertical — de 2016 a 2020 — dos vinhos de talha José Piteira, branco e tinto, e provámos também os “não-talha” GA Moreto — de 2015 a 2019 — e o GA Moreto Oak 2015, um Moreto estagiado em barrica. O objectivo foi cumprido: perceber que o Moreto e as castras tradicionais brancas (neste caso Diagalves, Roupeiro, Fernão Pires e Arinto) têm uma longevidade e expressão incríveis quando feitos em talha, e uma frescura surpreendente…

(Artigo publicado na edição de Janeiro de 2021)

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Amphora Wine Day regressa à Herdade do Rocim

Amphora Wine Day Rocim

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Novembro é o mês do Vinho de Talha alentejano, uma prática com mais de 2 mil anos e uma tradição que nunca se perdeu na região. Este ano, no dia 13 de Novembro, o Amphora Wine Day […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Novembro é o mês do Vinho de Talha alentejano, uma prática com mais de 2 mil anos e uma tradição que nunca se perdeu na região. Este ano, no dia 13 de Novembro, o Amphora Wine Day regressa à Herdade do Rocim, que abre a sua adega para receber cerca de 30 produtores portugueses — e alguns de outras regiões do Mundo — e as suas ânforas para desvendar as novas colheitas.

Entre as 14h00 e as 20h00, produtores de Portugal, Geórgia e Itália vão estar a mostrar os seus vinhos nas instalações do Rocim. A iniciativa, que se realiza desde 2018, tem vindo a reunir perto de mil pessoas, nesta herdade que produz vinho de talha desde a sua origem. “Estando na região com maior tradição do vinho de talha em Portugal, na Vidigueira, onde se produz este vinho há mais de 2 mil anos, acreditámos que fazia todo o sentido organizar um evento que celebrasse o uso de ânforas. Começou por ser um evento para ajudar a preservar esta prática milenar, mas acreditamos que há aqui um extraordinário potencial para dar ao mundo do vinho, e os números têm-nos mostrado isso mesmo”, reflecte Pedro Ribeiro, enólogo e director-geral do Rocim.

O bilhete para o Amphora Wine Day está à venda na Ticketline e tem um custo de 10 euros, com oferta de copo Riedel, mas também é possível comprar o bilhete no próprio dia, na Herdade do Rocim, desta feita por 12,50 euros.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Adega de Vidigueira regressa com o evento Mês do Vinho

Adega Vidigueira Mês Vinho

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]De Novembro a Dezembro de 2021 a Adega de Vidigueira Cuba e Alvito (ACVCA) celebra o “Mês do Vinho”, uma iniciativa que começa no sábado dia 6 de Novembro. Trata-se de um conjunto de eventos que decorrem durante quatros fins-de-semana, e que se prendem com a tradicional festa alentejana do vinho de talha.

“Queremos continuar uma tradição muito viva na nossa região, a de associar o S. Martinho à produção de vinho de talha”, declara José Miguel Almeida, presidente da ACVCA.

Adega Vidigueira Mês VinhoSegundo o produtor, o Mês do Vinho 2021 inicia com a inauguração da “Taberna dos Arcos” em Vila de Frades, acompanhada de uma prova do novo vinho de talha 2021. Estará presente o Grupo Coral da Adega assim como o autor do livro “Enogastronomia” Luís Gradíssimo, que irá fazer a primeira apresentação pública da obra. Ainda neste dia, a Adega organiza um jantar vínico que culmina com um showcase de Luís Trigacheiro, vencedor do “The Voice Portugal” e embaixador da Adega de Vidigueira. Esta última atividade requer marcação prévia.

Já no dia 11 de Novembro, acontece o Magusto na Adega, uma comemoração do São Martinho que decorrerá entre as 17h00 e as 20h00 no espaço de Enoturismo, a Casa das Talhas. Com animação do grupo “Oh Laurinda”.

A 26 de Novembro, será o lançamento com prova do vinho VDG Tannat, que decorrerá nas Lojas da Adega de Vidigueira e de Castro Verde, entre as 15h00 e as 19h00.
Para finalizar o Mês do Vinho 2021, dia 11 de Dezembro, a ACVCA será anfitriã do evento Talha DOC, uma mostra e prova de Vinhos de Talha certificados.

As marcações deverão ser efetuadas através dos contactos 284437240 ou visitas@adegavidigueira.pt.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Vidigueira Vinho de Talha vence Prémio Intermarché

Os vencedores do Prémio Intermarché — já na sua sétima edição — foram anunciados, e o Vidigueira Vinho de Talha, da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito (ACVCA), levou o galardão na categoria “Produtos Transformados”. “Este projecto do Intermarché tenciona valorizar e promover o que é nacional e sensibilizar a sociedade para a importância […]

Os vencedores do Prémio Intermarché — já na sua sétima edição — foram anunciados, e o Vidigueira Vinho de Talha, da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito (ACVCA), levou o galardão na categoria “Produtos Transformados”.

“Este projecto do Intermarché tenciona valorizar e promover o que é nacional e sensibilizar a sociedade para a importância do Sector Primário português”, explica a ACVCA em comunicado.

As uvas que dão origem a este Vidigueira Vinho de Talha são provenientes de vinhas centenárias, propriedade de associados da Adega que as disponibilizam. Das castas brancas tradicionais que entregam, algumas delas encontram-se quase em extinção: Antão Vaz, Roupeiro, Manteúdo, Diagalves, Larião e Perrum. “Esta produção é um orgulho para a Adega e o prémio do Intermarché só veio fomentar ainda mais o valor deste produto a nível nacional”, diz a empresa.

Veja o vídeo promocional deste vinho: