Editorial: Porto sentido

LUÍS LOPES Como português e apaixonado pelo vinho do Porto, não posso deixar de ficar triste com a forma como o vinho pátrio de maior notoriedade mundial foi recentemente notícia na comunicação social, dentro e fora de fronteiras. Mas a verdade é que nos pusemos a jeito. Editorial da edição nº58 (Fevereiro 2022) “E é […]
LUÍS LOPES
Como português e apaixonado pelo vinho do Porto, não posso deixar de ficar triste com a forma como o vinho pátrio de maior notoriedade mundial foi recentemente notícia na comunicação social, dentro e fora de fronteiras. Mas a verdade é que nos pusemos a jeito.
Editorial da edição nº58 (Fevereiro 2022)
“E é sempre a primeira vez
Em cada regresso a casa
Rever-te nessa altivez
De milhafre ferido na asa”
A letra da famosa canção de Rui Veloso/Carlos Tê data de 1986 e é uma verdadeira declaração de amor à cidade do Porto, à cidade velha, histórica, orgulhosa, mas também, à época, algo abandonada e decadente, como “milhafre ferido na asa”. Ferido também ficou, na sua honra e estatuto, o nosso vinho do Porto, com as recentes notícias. Para quem passou ao lado da informação, aqui vai, resumida ao essencial. A Universidade de Groningen, na Holanda, realizou um estudo de datação, com base no isótopo carbono-14, aplicado a um conjunto de vinhos do Porto com indicação de idade, nomeadamente 10 e 20 anos. Os resultados do estudo indicaram que, dos 20 vinhos investigados, 14 tinham idade diferente da mencionada no rótulo, sendo 4 mais velhos e 10 mais jovens (um deles, muito mais jovem). O caso foi objecto de notícia na televisão holandesa e de reportagem no jornal Expresso de 14 de janeiro, repercutida depois nos canais televisivos nacionais. Na sequência, quer o Instituto do Vinho do Douro e Porto (IVDP), que tutela a região, quer a Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), emitiram comunicados repudiando veementemente a forma como as notícias foram veiculadas e o estudo que lhes deu origem, e reafirmando a qualidade dos vinhos e do seu processo de certificação.
A meu ver, ambos os comunicados, importantes e necessários, sem dúvida, afastam-se do essencial. É que, apesar das notícias (e, sobretudo os títulos sensacionalistas) terem lançado um absurdo manto de suspeita sobre o vinho do Porto, não está causa, de modo algum, a excelência dos vinhos, a idoneidade das casas produtoras ou a capacidade do IVDP para assegurar a qualidade, genuinidade ou conformidade legal dos mesmos. No fundo, o que está em causa é a adequabilidade da legislação que rege o Porto Tawny com indicação de idade: 10, 20, 30 e 40 anos. E saber se esta lei serve os interesses do vinho do Porto e dos modernos consumidores.
Simplificando, o que a lei diz, é que para ostentar um rótulo de Tawny 10 anos, por exemplo, o vinho deve ter as características de cor, aroma e sabor adequadas à categoria. Como se sabe, os Tawny com indicação de idade são obtidos a partir da lotação (mistura) de vinhos de diferentes idades, uns mais jovens outros mais velhos, até se chegar ao perfil pretendido por cada casa. Assim sendo, em termos legais, não é a média de idades que é avaliada e certificada, mas sim se a prova do vinho corresponde ao que se espera de um vinho com essa idade na rotulagem. Ou seja, por outras palavras, 10 anos (ou 20 ou 30) não é uma idade, mas um estilo.
Agora, tentem explicar isto a um consumidor americano, brasileiro ou holandês. Sei do que falo, porque ao longo da minha vida profissional já o fiz muitíssimas vezes em acções de formação. Quando descrevo como se faz um Tawny com indicação de idade, há sempre alguém na plateia que pergunta: “então, 20 anos, é a idade média dos vinhos que compõem o lote?” E eu lá sou forçado a responder, algo como, “não é bem assim, mas quase, é mais ou menos isso”, e dou a volta à questão falando dos vários tipos e métodos de envelhecimento, vasilhas e temperaturas de estágio, etc. E fujo à pergunta porque, sinceramente, não tenho a lata de dizer que “20 anos não é idade, é um tipo de vinho, um estilo”. Arriscaria que alguém retorquisse: “Ah, então um Porto 20 anos é um vinho que não é, apenas parece ser”. E parecer, em vez de ser, é uma facada tremenda na reputação de um vinho com mais de 300 anos de história.
A validade do estudo de Groningen pode até revelar-se bastante discutível (custa-me muito acreditar, por exemplo, que um vinho apresentado como 10 anos passe na Câmara de Provadores do IVDP se tiver apenas 3 anos de idade média, como ali foi apontado…). E até posso admitir a possibilidade de a datação por carbono-14 não ser adequada às especificidades de um vinho de lote de várias colheitas, podendo apresentar resultados inconsistentes. Mas, de novo, essa não é a questão. A questão é apenas uma, clara, esmagadora, incontornável: um consumidor que compra uma garrafa de um vinho que no rótulo diz 10 anos, espera que esse vinho tenha, no mínimo, 10 anos. Se esse vinho não tem a idade referida na rotulagem, então o consumidor está a ser induzido em erro.
Esse mesmo consumidor, quando numa loja compra um Queijo DOP Ilha de S. Jorge com 12 meses de cura, espera que tenha 12 meses. Dir-me-ão, e com alguma razão, que o queijo resulta de uma ordenha feita num determinado dia/semana e não numa mistura de vinhos de diferentes anos. Falemos então de vinho. Na DO Setúbal, um Moscatel de Setúbal com indicação de idade (de 5 a +40 anos) também é feito a partir de lotes de várias colheitas. Mas só pode indicar essa idade na rotulagem se o vinho em causa, ou cada uma das parcelas do lote que o originou, tiver, no mínimo, a idade indicada. Ou seja, o vinho mais jovem que integrou o lote de um Setúbal 10 anos deverá ter, pelo menos, 10 anos. O mesmo se passa, por exemplo, num Scotch Whisky, feito a partir de múltiplas origens e destilações: num 12 anos, o destilado mais jovem do blend é obrigado a ter, no mínimo, 12 anos. Nestes vinhos e destilados, a legislação traduz a percepção do consumidor: um produto designado como 10, 12 ou 20 anos deverá ter a idade que ostenta no rótulo.
Este modelo da idade mínima da mais jovem componente do lote contraria as práticas e tradições de mais de 300 anos de vinho do Porto? Talvez, ainda que as diversas formas de condicionar o envelhecimento (dimensão e tipo de vasilhame, temperaturas, etc.) colocados à disposição dos produtores confiram suficiente margem de manobra para manter a consistência do lote em cada engarrafamento. Mas, se não for este o caminho, produtores e reguladores deverão, em conjunto, encontrar outro, que pode passar pela média de idades do lote ou outra qualquer que a experiência, talento e arte dos profissionais do sector definam como adequada. Não podemos é continuar a deixar que aquela que (para mim, pelo menos), é a mais complexa e singular categoria de vinho do Porto, o Tawny com indicação de idade, assente as suas bases num modelo legal que não faz sentido para o consumidor.
Além de que, convenhamos, as práticas e tradições, por muito seculares que sejam, não são imutáveis, são dinâmicas, adaptam-se aos tempos e às necessidades. Há 200 e tal anos o Porto não era um vinho doce fortificado com aguardente para parar a fermentação; os vinhos do tipo LBV começaram a fazer-se nos anos 60; durante anos e anos e até 1970, muito Vintage foi exportado em pipas para Inglaterra, onde era engarrafado mais tarde do que os dois a três anos hoje regulamentares; há 20 anos, não havia Porto Colheita branco nem Porto rosé. E, já agora, a lei que estabelece e rege a própria categoria dos Tawny com indicação de idade (10, 20, 30 e +40 anos), só entrou em vigor a 1 de janeiro de 1974. Portanto, se é preciso mudar a lei, mude-se.
Em resumo, nada há de errado com a qualidade e genuinidade dos vinhos ou o rigor do processo de certificação. Errado está o enquadramento legal dos Tawny com indicação de idade, confundindo e baralhando quem quer conhecer melhor este já de si complexo mundo do vinho do Porto. E muito pior do que confundir, originando no consumidor infundadas suspeitas de que está a ser enganado.
Do formador mais qualificado ao funcionário da empresa que, em Gaia, dá os vinhos a provar aos turistas, há décadas que os profissionais sabem que apresentar um 10 ou 20 anos como um estilo e não uma idade, um parecer em vez de ser, é absolutamente incompreensível para o consumidor. Esta foi, pois, uma tempestade há muito anunciada e previsível. Agora, é limitar os danos e mudar o que tem de ser mudado, para que o vinho do Porto continue a ser grande entre os grandes, um vinho sublime não apenas na excelência que está na garrafa mas também na confiança que transmite a quem a compra.
Messias lança Porto Colheita 2011 e oferece 15% de desconto em loja

Para assinalar, junto dos seus clientes, o Dia Internacional do Vinho do Porto (27 de Janeiro), a Messias lançou o seu vinho do Porto Colheita 2011 e também uma campanha, que abrange a loja física da Messias na Mealhada e a loja online, de 15% de desconto em qualquer vinho do Porto até Domingo, dia […]
Para assinalar, junto dos seus clientes, o Dia Internacional do Vinho do Porto (27 de Janeiro), a Messias lançou o seu vinho do Porto Colheita 2011 e também uma campanha, que abrange a loja física da Messias na Mealhada e a loja online, de 15% de desconto em qualquer vinho do Porto até Domingo, dia 30 de Janeiro de 2022.
Segundo o produtor, o Messias Porto Colheita 2011 “é um vinho de cor atijolada escura, dotado de aroma complexo onde encontramos frutos secos, toques de bergamota e um odor doce de baunilha. Na boca apresenta-se com uma textura rica onde confirmamos todos os odores, terminando longo e elegante”.
Adicionalmente, a Messias relembra que os leitores da Grandes Escolhas podem visitar a Quinta do Cachão, em Ferradosa do Douro, onde se encontram as vinhas que dão origem a Colheita, e onde podem provar os vinhos directamente dos cascos onde envelhecem.
Comunicado IVDP: Porto Tawny 10 Anos e 20 Anos alvo de investigação

“O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP), em reação à publicação de notícias sobre o Porto Tawny 10 anos e 20 anos, que foram alvo de investigação pela Universidade de Groningen, vem comunicar o seguinte: Um estudo realizado pela Universidade de Groningen faz crer que certos exemplares de Porto Tawny 10 […]
“O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP), em reação à publicação de notícias sobre o Porto Tawny 10 anos e 20 anos, que foram alvo de investigação pela Universidade de Groningen, vem comunicar o seguinte:
- Um estudo realizado pela Universidade de Groningen faz crer que certos exemplares de Porto Tawny 10 anos e 20 anos que estavam disponíveis no mercado holandês poderiam defraudar o consumidor quanto à idade esperada dos referidos vinhos.
- O IVDP esclarece que o Porto Tawny 10 anos e 20 anos tem um enquadramento legal e regulamentar perfeitamente definido. Assim, para estes vinhos com indicação de idade, o consumidor não deve esperar apenas uma idade de maturação, mas também um conjunto de características organoléticas próprias da idade indicada e do processo de envelhecimento.
- O IVDP reitera que no processo de certificação da denominação de origem protegida (DOP) que realiza são cumpridas escrupulosamente todas as especificações constantes da legislação europeia e específica da DOP Porto.
- O IVDP está atento ao evoluir da ciência e procura transpor para o processo de certificação da DOP Porto que executa o que de mais atual estiver disponível no meio científico.
- O IVDP estabeleceu contacto imediato com a Universidade de Groningen a fim de conhecer detalhes do método utilizado. Da resposta, sem pôr em causa a potencial valia do método e sem questionar o prestígio da referida universidade, ressalva que se trata de um trabalho ainda não publicado em revista científica, não escrutinado por pares, cujo método ainda não foi aprovado internacionalmente pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).
- Dos contactos estabelecidos com a Universidade de Groningen foi aberta a possibilidade de estabelecimento de uma colaboração ativa no campo da análise isotópica, o que poderá vir a complementar o quadro de determinações que o IVDP adota.
- Decorre uma ação de controlo aos vinhos das marcas referidas na notícia em causa, atualmente disponíveis no mercado, das quais se dará conta em próximo comunicado.
- O IVDP lamenta que o estudo publicado refira concretamente a denominação de origem Porto, situação que poderá obrigar o IVDP a atuar judicialmente em conformidade na defesa do prestígio daquele direito de propriedade industrial protegido na União Europeia e internacionalmente.
- O IVDP publicará muito brevemente instruções ao setor produtivo versando a interpretação adequada da regulamentação, sempre no intuito de assegurar que o consumidor de Porto recebe informação rigorosa, clara e verdadeira.”
Sobre este assunto, ler também o editorial de Luís Lopes AQUI.
Dominic Symington reforma-se após 31 anos dedicados ao vinho do Porto e do Douro

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
A Symington Family Estates acaba de emitir um comunicado a dar conta da reforma de Dominic Symington, membro da quarta geração da família à frente do grupo. Dominic é uma figura notável no sector do vinho, tendo liderado e participado em vários momentos e projectos importantes da Symington, bem como na promoção do vinho do Porto e do Douro pelo Mundo:
“Dominic Symington entrou na empresa da família em 1990 como diretor de vendas. Ao longo das últimas três décadas contribuiu para a condução da estratégia comercial da empresa e para o aumento significativo das vendas à volta do mundo. Nenhum outro membro da família viajou tanto ou conduziu tantos eventos e provas ao longo da carreira como Dominic. A sua incrível energia e determinação não só reforçaram a posição da família em mercados tradicionais de vinho do Porto como Portugal, Reino Unido e Estados Unidos, como também contribuiu para estabelecer uma forte presença em novos mercados, tais como a Escandinávia, Alemanha, Rússia e Brasil, entre outros. Com o seu charme natural e grande sentido de humor, fez amizades para toda a vida durante este percurso dentro do setor do vinho.
A par das vendas, Dominic foi responsável por áreas chave do negócio. Geriu o portfolio dos Portos Vintage da família, incluindo os relançamentos de Portos envelhecidos e garrafas raras desde as suas garrafeiras para o mercado. Foi também responsável pela administração de uma das mais icónicas e magnificas propriedades da família no Douro — a Quinta do Vesúvio, onde se produzem Portos Vintage e vinhos DOC Douro. Quando a família adquiriu a sua primeira propriedade fora do vale do Douro — a Quinta da Fonte Souto no Alentejo — foi Dominic que liderou a renovação da velha adega e que colocou no mercado os vinhos de estreia de 2017. Foi também Presidente da Portfolio Vinhos, a distribuidora de vinhos da família em Portugal.
Nascido no Porto em 1956, Dominic fez o ensino primário em Portugal e o secundário no Reino Unido. Iniciou a sua carreira no setor do vinho na Saccone & Speed, a divisão de vinhos e espirituosos da Cervejeira Courage, que na altura importava uma das marcas da família, o Porto Warre’s. Enquanto o seu primeiro trabalho passou por acompanhar as entregas de vinhos aos ‘pubs’ e aos clubes londrinos, foi-lhe dada a oportunidade de provar alguns vinhos excecionais e assim começar a trilhar o seu caminho no setor. Após entrar num distribuidor independente, especializado no setor Horeca de Londres, construiu uma carteira de clientes, fruto do seu contacto direto com hotéis, restaurantes e bares. Em 1985, é admitido na distribuidora da família no Reino Unido— a Fells —, na qual desenvolveu a divisão de vinhos premium. Após um convite do pai, Michael Symington, e dos tios, Dominic regressou ao Porto em 1990 para se juntar a empresa da família.
Dominic está casado com a sua mulher, Laura, há 35 anos. Têm um filho, Anthony, que trabalha na Fells desde 2018 na gestão dos vinhos do Porto e vinhos tranquilos da família no Reino Unido. As suas duas filhas vivem no Porto: a Harriet é professora num colégio internacional e a Isabel é designer de interiores.
‘Tem sido um prazer e uma honra trabalhar na nossa empresa familiar, ao lado do meu pai, tios, irmão e primos. O Douro é uma das mais extraordinárias regiões de vinhos do mundo e tem sido muito gratificante introduzir a pessoas de todo o mundo os vinhos que a minha família e eu ali produzimos há cinco gerações. Embora tenha havido altos e baixos nestes últimos 30 anos, o vinho do Porto tem entrado numa nova era com o aparecimento de uma nova geração de consumidores. Sinto-me particularmente orgulhoso por ver o meu filho Anthony a entrar no negócio ao lado de seis primos. Competirá a eles e a elas assegurar que continuaremos a produzir vinhos de exceção desta magnífica região e a preparar a próxima geração. Continuarei a desempenhar o meu papel, ao mesmo tempo que desfruto da minha reforma, repartindo o meu tempo entre o Porto e o Douro.’ — Dominic Symington”
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Quinta da Boeira lança Tasting Pack com 7 amostras de Porto

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]É um pack que recria uma sala de provas e ensina a degustar vinho do Porto. A Quinta da Boeira lançou recentemente o Boeira Tasting Pack, um conjunto composto por um livro e sete miniaturas de 100 ml de vinho do Porto: Diamond White, Tawny Reserva, Ruby, e Tawny 10, 20, 30 e 40 anos.
A partir das instruções dadas no livro, o Boeira Tasting Pack dá a conhecer as diferentes categorias de vinho do Porto, bem como a sua história, e permite a criação, no conforto da casa de cada enófilo, uma sala de provas. O livro conta ainda a história da Quinta da Boeira e inclui folhas de prova e as devidas instruções.
Os primeiros 2 mil exemplares já chegaram às principais garrafeiras e à loja física e online da Quinta da Boeira, com um p.v.p. entre os 100 e os 120 euros.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
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Quinta da Côrte lança Tawny 30 Anos super-exclusivo

São apenas 220 garrafas de um vinho do Porto Tawny, o Quinta da Côrte Tawny 30 Anos Pipa 28, destinado a verdadeiros apreciadores desta categoria. A Quinta da Côrte — localizada em Valença do Douro, concelho de Tabuaço, na sub-região do Cima Corgo — foi adquirida em 2012 por Phillipe Austruy, empresário francês que atribuiu […]
São apenas 220 garrafas de um vinho do Porto Tawny, o Quinta da Côrte Tawny 30 Anos Pipa 28, destinado a verdadeiros apreciadores desta categoria.
A Quinta da Côrte — localizada em Valença do Douro, concelho de Tabuaço, na sub-região do Cima Corgo — foi adquirida em 2012 por Phillipe Austruy, empresário francês que atribuiu a Marta Casanova os pelouros da enologia e da direcção-geral do projecto. A partir de 2013 e durante vários anos, Marta explorou a antiga adega de vinho do Porto da Quinta, tendo estudado e provado todos os vinhos que repousavam nas 50 pipas existentes. “Tratei cada pipa individualmente. Retirei o vinho para arejar, corrigi com aguardente (os que precisavam), classifiquei-os e lavei por dentro e por fora cada pipa. Depois, voltei a pôr o vinho de volta na sua pipa de origem”, explica a enóloga. Seis meses depois, voltou a provar todos os vinhos e, segundo a mesma, “a diferença foi notória”, e esses vinhos passaram a servir de base para os Tawny da Quinta da Côrte.
No entanto, no meio de todas as pipas, houve uma que surpreendeu Marta Casanova ainda mais, a nº 28: “Mantive o vinho na mesma pipa, só arejando de vez em quando, e deixei evoluir. Cada vez que provava dizia ‘não, este não vai entrar nos lotes de 10 e 20 Anos, este tem ser mais especial e único!’”, conta. Foi precisamente este vinho que deu origem ao Quinta da Côrte Porto Tawny 30 Anos Pipa 28, um Tawny que, de acordo com Marta, “foi aprovado como 30 Anos pelo IVDP, mas parece ter muito mais”.
Resultando de um lote com idade média superior a 80 anos — de várias castas, entre elas as tradicionais Tinta Barroca, Tinta Roriz, Rufete e Tinta Amarela — este vinho apresenta-se, pelas palavras da enóloga “de cor dourada com reflexos de acaju, com grande classe, e seduz imediatamente pela complexidade dos seus aromas: passas de corinto, alcaçuz, canela, citrinos cristalizados, café, castanha de caju, caramelo, nozes… Por isso, é ideal para harmonizar com charutos ou sobremesas frescas, e doces à base de laranja, ou apenas para desfrutar de um copo e poder apreciar a sua qualidade em pleno”.
O Quinta da Côrte Porto Tawny 30 Anos Pipa 28 tem um p.v.p. de €525.
School of Port, da Symington, lança curso “Essenciais”

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]É um novo vídeo-curso com 16 episódios, que pretende proporcionar uma completa descoberta do vinho do Porto. O Essenciais está agora inserido na School of Port, criada pela Symington Family Estates, uma iniciativa gratuita que oferece, tanto […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]É um novo vídeo-curso com 16 episódios, que pretende proporcionar uma completa descoberta do vinho do Porto. O Essenciais está agora inserido na School of Port, criada pela Symington Family Estates, uma iniciativa gratuita que oferece, tanto a profissionais da área como a amantes de vinho, instrumentos educativos sobre vinho do Porto de uma forma atrativa, moderna e útil.
Apresentado pela educadora de vinho do Porto Isabel Monteiro, o curso Essenciais está dividido em cinco capítulos principais: História; Terroir do Douro; Produção; Envelhecimento; e Armazenamento, Serviço & Harmonizações. A duração de cada episódio é de 3 a 5 minutos. No final, para que assistiu a todos os episódios, há um teste online, que confere aos aprovados um certificado da School of Port e desbloqueia para os mesmos um episódio extra.
Rob Symington, da quinta geração da família, explica a origem deste vídeo-curso: “Quando lançámos a School of Port, o nosso objectivo era produzir workshops online principalmente para profissionais da área do vinho, tendo, por outro lado, a conta de Instagram como um canal acessível aos consumidores. No entanto, no decurso do ano passado, chegaram-nos imensos pedidos de apaixonados pelo vinho do Porto no sentido de fazerem formações no seu tempo livre. Por isso, criamos o Essenciais em resposta”.
O Essenciais junta-se, assim, à conta de Instagram da School of Port (@schoolofport), que apresenta, de forma activa, vários conteúdos educativos, como Perguntas e Respostas com especialistas na matéria, infográficos e entrevistas a pessoas ligadas ao mundo do vinho do Porto. Recentemente, esta plataforma lançou uma série de vídeos chamada Portorials, disponível também no canal de YouTube da School of Port. Entre outros episódios, a série inclui tutoriais de como ler um rótulo de vinho do Porto, fazer um Porto Tónico, decantar um Vintage ou encontrar Portos vegan.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
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Kopke sobe a parada

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A mais antiga empresa de vinho do Porto em actividade é a Kopke, que foi fundada em 1638. Leram bem, 1638. Foi no século XVII, bem antes de a região ser demarcada, são quase 400 anos. Integrada […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A mais antiga empresa de vinho do Porto em actividade é a Kopke, que foi fundada em 1638. Leram bem, 1638. Foi no século XVII, bem antes de a região ser demarcada, são quase 400 anos. Integrada no grupo Sogevinus, que vem há algum tempo ajustando o posicionamento das suas marcas, a Kopke afirma-se agora como uma pedra de toque na estratégia do grupo para chegar aos lugares cimeiros dos vinhos não fortificados do Douro.
Texto: Luís Antunes
Crédito nas fotos: Sogevinus
Vejamos em primeiro lugar o significado profundo da data 1638. A região do Douro só seria demarcada em 1756, mais de 100 anos depois. Os grandes vinhos de Bordeaux, que têm o seu epítome nos Premiers Crus do Médoc, só tiveram essa classificação em 1855, 200 anos mais tarde. Aliás, é conhecida a história do Barão Philippe de Rothschild, proprietário do Château Mouton-Rotschild, que após uma classificação original de Deuxième Cru, conseguiu em 1973 ser promovido a Premier. Quando perguntaram ao Barão sobre as razões deste sucesso único (até hoje), ele respondeu: “o que custa são os primeiros 100 anos.”
Ora, e os primeiros 400? Faltam apenas duas décadas para lá chegar, mas fazendo um fast-forward sobre os primeiros 350 anos, chegamos ao Douro moderno. O grupo Sogevinus define-se por volta da viragem do milénio em torno das suas marcas: Kopke, Barros, Cálem e Burmester. Marcas históricas no Vinho do Porto, marcas onde se dão os primeiros passos nos vinhos de mesa Douro DOC. Após um enredo de bancos, fusões, intervenções etc., a propriedade é hoje do banco espanhol Abanca, parte do grupo Banesco, do venezuelano de origem espanhola Juan Carlos Escotet. A direcção-geral está desde Abril de 2018 entregue a Sérgio Marly Caminal, espanhol com importante trajecto profissional na área das bebidas. Os investimentos dos últimos 20 anos mostram o fascínio que o Vinho do Porto exerce, o respeito que inspira, e a aposta no futuro que a liderança do grupo afirma. O grupo, que é líder de mercado em Portugal em volume e em valor, exporta mais de metade da sua produção anual de cerca de 8 milhões de garrafas (7 milhões são de Porto). A aposta incluiu investimentos significativos no sector do turismo, com as caves de Gaia a serem renovadas, e a compra ou modernização das suas quintas no vale do Douro. A área total de vinha própria é hoje de cerca de 250 hectares.
Todo este processo foi pacato e seguro, mas subitamente foram feitas jogadas decisivas que afirmam um reposicionamento mais ambicioso. Entre elas, a compra da Quinta da Boavista ao grupo Lima-Smith. Uma quinta histórica do Douro, que chegou a pertencer ao Barão de Forrester, e de onde saem hoje vinhos tintos de classe mundial. A consultoria do enólogo francês Jean-Claude Berrouet vai manter-se, em colaboração com a equipa de enologia DOC Douro da Sogevinus, liderada por Ricardo Macedo.
Esta equipa de enologia trabalha em estreita colaboração com a de viticultura, sob a responsabilidade de Márcio Nóbrega. Juntos, exploram a potencialidade das castas e dos locais onde elas mais brilham. A experimentação em pequenas vinificações deu origem a uma série de vinhos a que chamaram Winemaker’s Collection. Este ensaio de descoberta dos terroirs de origem dos vinhos vai assim sendo conhecido e divulgado, aproveitando as experiências mais bem sucedidas para incorporar o portefólio dos vinhos do grupo.

Winemaker’s Collection, confinamento e desconfinamento
Estávamos em pleno período de Covid-confinamento quando à equipa de comunicação e marketing, chefiadas respectivamente por Ana Pereira e Gabriela Coutinho, foi pedido um feito quase hercúleo: construir um evento digital de lançamento do Winemaker’s Collection Douro Tinto Cão rosé 2018. Quase 80 provadores receberam em suas casas o vinho, e entraram simultaneamente em linha para provarem e partilharem as suas impressões. Um pesadelo logístico, um sucesso de organização. Mas as saudades não se matam assim, por isso para o vinho seguinte, da Collection, o plano era de começar nas vinhas.
Máscaras e autocarros, mesas separadas, copos em profusão, críticos de vinhos transportados até São João de Lobrigos, para no anfiteatro voltado a Nascente da Quinta do Bairro se provarem já amostras de cuba dos vinhos de 2020. Esta quinta foi comprada em 2011, e 90% do encepamento era tinto. Os brancos da região eram já conhecidos, pela compra de uvas a agricultores nesta zona do Baixo Corgo, perto de Santa Marta de Penaguião, onde a altitude ajuda à frescura das noites. Aliás, o primeiro Winemaker’s Collection foi de Arinto e Rabigato comprado aqui. Assim, como a qualidade dos tintos não era a desejada e a promessa dos brancos iluminava a ilusão, mudou-se quase todo o encepamento para brancos. Foram usadas várias técnicas, como a re-enxertia de cepas velhas de Touriga Franca, que passados 3 anos forneciam um excelente Viosinho. Nos 300m de altitude plantaram Rabigato e Gouveio. Plantaram ainda Arinto, Esgana Cão (Sercial), Folgazão (Terrantez) e Códega do Larinho. Dos 25 hectares ficaram apenas em tinto 2ha de Sousão.

Provados os novos vinhos, com a fermentação acabada de terminar e o aspecto leitoso de vinhos novos ainda por filtrar, o Rabigato mostrou citrino maduro, minerais como giz, flores secas. Gordo na boca, muito volumoso, com notas amargas discretas, muita acidez, final muito longo e com carácter. Já o Gouveio estava um pouco mais reservado, com notas vegetais e flores secas, citrinos como toranja, pêssego. Na boca, equilibrado, com corpo médio, ligeiros amargos, acidez viva, alguma rugosidade no final de bom comprimento. Estes são vinhos que vão alimentar as marcas do grupo, sem destino ainda escolhido. A ideia principal é ter mais uvas próprias, para não depender tanto de uvas compradas.
Em princípio, cada quinta está ligada a uma marca do grupo. A Boavista permanecerá um projecto separado com identidade própria, a Quinta do Arnozelo (Douro Superior) fornece a Burmester, a Quinta de S. Luiz fornece a Kopke. A Quinta do Bairro servirá de apoio.

Mudanças em S. Luiz
Máscaras e autocarros, vamos para a Quinta de S. Luiz, perto de Adorigo. Esta quinta pertencia à Kopke quando esta companhia foi comprada pela Barros. São 125 hectares, que resultaram de agrupar cinco quintas. 93 hectares são de vinha. É evidente a remodelação recente que se focou no acolhimento de visitantes. Mas na adega também há várias novidades. A recepção de uvas foi melhorada, e inclui agora uma câmara de frio onde as uvas são arrefecidas antes de serem processadas, um método que incrementa a intensidade aromática dos mostos. Um desengaçador suave não esmaga o engaço, para eliminar sabores vegetais desagradáveis. Depois, uma selectora óptica elimina as uvas indesejáveis bago a bago: rejeita folhas, engaço, uvas de cor desadequada, passas, etc. Para isso usa uma fotografia como exemplo das uvas a eliminar. A equipa de enologia faz vinificações cada vez mais pequenas, para perceber melhor o potencial de cada casta em cada talhão de vinha. Entre as várias soluções de vinificação, desenvolveram uma cuba de aço inoxidável em forma de diamante, como um duplo cone. Este formato tem várias vantagens, por exemplo ao fazer a delestage há uma prensagem natural, o que aumenta a extracção de uma forma cremosa e suave. O formato favorece que a maior parte das massas esteja mergulhada no líquido. Permite ainda remontagens muito curtas, pela primeira vez conseguiram fazer apenas 30 segundos. Outra solução é a fermentação em cascos de madeira, que têm um sistema rotativo, permitindo “removimentos” sem bombas, sem mosquitos, uma pequena quantidade que se pode manusear com rapidez.
Passeamos pela adega, sempre com todas as precauções anti-contágio, e provamos os vinhos de 2020. O branco de Folgazão mostra pêssego e flores, num tom mineral muito equilibrado. Rico e complexo na boca, com corpo e carácter, muito ligeiros amargos abaunilhados, final longo e excitante. O tinto de vinhas velhas da Quinta de S. Luiz está a começar a fermentação maloláctica e mostra-se denso e complexo, já muito feito. Cremoso, tem muito equilíbrio e comprimento. A Tinta Roriz da Quinta do Arnozelo revela tanino firme, corpo médio, acidez boa. Outra vinha velha de S. Luiz, a Vinha da Rumilá exibe fruta negra densa, grafite, está ainda muito cru. Cremoso na boca, suave e denso, boa acidez, muita profundidade, promete bastante.

Agora à mesa
Foi já na longa mesa de almoço que chegámos então à razão principal desta viagem. O novo Kopke Winemaker’s Collection é um branco de 2016. Ora, lançar um branco de 2016 em 2020 é já algo especial, e tinha de ser grande a confiança da equipa de enologia no vinho a apresentar. Tinha de ser, era, e com boas razões para isso. São apenas 2202 garrafas deste vinho de 70% de Folgazão e 30% de Rabigato, uvas compradas a viticultores junto à Quinta do Bairro. O vinho fermentou em cuba de aço inoxidável, e estagiou depois durante 4 anos em barricas usadas de carvalho francês. É espantosa a juventude deste vinho, a sua riqueza aromática e ao mesmo tempo a sua contenção e equilíbrio. Ao ser lançado com esta idade, o vinho mostra que tem um carácter que aguenta a passagem do tempo. Aliás, já aguentou, ganhando em complexidade e crescendo no prazer que proporciona a quem o beber. Mostra ainda que será uma pena não guardar algumas garrafas para acompanhar a sua evolução daqui a mais alguns anos. Os brancos velhos de grande nobreza são raros, mas oferecem aos provadores um requinte que os vinhos novos dificilmente atingem.

Com a refeição cozinhada pelo duriense Rui Paula (em grande forma e a mostrar talento e confiança), provou-se ainda um Kopke Vinhas Velhas tinto de 2016, um vinho de vinhas da Quinta de S. Luiz anteriores a 1932, com belíssima concentração e profundidade, um enorme prazer à mesa. São apenas 2362 garrafas, que vale a pena procurar.
Finalmente, com a requintada sobremesa baseada em chocolate, vieram dois Vinhos do Porto extraordinários. Um Kopke Branco 40 anos, uma categoria relativamente nova que pouco a pouco tem trazido o Porto branco para a ribalta, e um Colheita de 1981, portanto um vinho com quase 40 anos, que desta vez obliterou o 40 anos branco. Extraordinário em todos os sentidos, um vinho de enorme prazer e sedução, um monumento ao Vinho do Porto e à sua história, um vinho de volúpia, cheio de requinte e bom-gosto. O preço macio faz deste um Porto obrigatório para os devotados aos tawny de luxo.
Reflectindo e sumariando. A Kopke honra os seus antigos pergaminhos e é neste momento uma decidida aposta do grupo Sogevinus, que catapultou esta marca e os seus vinhos para a linha da frente, subindo a parada em todos os capítulos onde opera. Douro de todas as cores, Porto de qualidade excelsa, esta é uma marca que sendo velha traz de novo uma ambição que depois corresponde no copo e à mesa. Tenho de dizer parabéns, Kopke é hoje um nome a ter em conta, um trunfo bem jogado.
(Artigo publicado na edição de Novembro 2020)
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