Borges renova imagem dos seus monovarietais

Os monovarietais da Sociedade de Vinhos Borges, Touriga Nacional (Dão) e Alvarinho (Vinho verde), chegam agora ao mercado com uma nova imagem. Seguindo a mesma linha das gamas Borges Reserva e Borges Grande Reserva, a empresa pretende aliar modernidade e tradição. “Esta nova imagem veio reforçar a linha de comunicação na qual a Sociedade dos […]
Os monovarietais da Sociedade de Vinhos Borges, Touriga Nacional (Dão) e Alvarinho (Vinho verde), chegam agora ao mercado com uma nova imagem. Seguindo a mesma linha das gamas Borges Reserva e Borges Grande Reserva, a empresa pretende aliar modernidade e tradição.
“Esta nova imagem veio reforçar a linha de comunicação na qual a Sociedade dos Vinhos Borges tem apostado no último ano. Queremos imprimir às nossas referências uma roupagem contemporânea, acompanhando as tendências do design actual, não esquecendo de reforçar a tradição e o know-how da marca em produzir vinhos de alta qualidade, que o nosso consumidor tão bem conhece”, refere Ana Montenegro, Gestora de Comunicação e Relações Públicas da Sociedade dos Vinhos Borges.
Melgaço vibrou com o The White Experience

Foi a 19 e 20 de Outubro e o local escolhido não poderia ter sido mais perfeito: as Termas de Melgaço, um edifício circular com o seu interior em tons de verde, vitrais coloridos em toda a sua volta e a fonte termal no centro. O evento Monção e Melgaço – The White Experience, (organizado […]
Foi a 19 e 20 de Outubro e o local escolhido não poderia ter sido mais perfeito: as Termas de Melgaço, um edifício circular com o seu interior em tons de verde, vitrais coloridos em toda a sua volta e a fonte termal no centro. O evento Monção e Melgaço – The White Experience, (organizado pela CVR dos Vinhos Verdes e pelo Município de Melgaço, com produção da Grandes Escolhas) parecia um lugar encantado, vibração que era acentuada pela presença dos 36 produtores, ansiosos por partilhar o seu vinho e o seu terroir com cada um dos cerca de 1500 visitantes. Mas não eram apenas agentes económicos da região do Vinho Verde nem da sub-região Monção e Melgaço. Para celebrar os grandes vinhos brancos do país e do Mundo, oito produtores de outras regiões portuguesas e oito de países estrangeiros também brilharam. Foi parte da nata do vinho português (e estrangeiro), reunida em dois dias e à distância de um copo para todos os amantes de vinho. Também as provas comentadas por Luís Lopes, crítico e director da Grandes Escolhas, e João Paulo Martins, crítico e redactor da mesma revista, foram um sucesso, bem como a conferência de viticultura, que teve o input de alguns dos melhores técnicos desta área. E em 2020 haverá mais, e melhor do que nunca.
Os expositores do The White Experience 2019:
MONÇÃO E MELGAÇO E VINHO VERDE
Adega de Monção |
Valados de Melgaço |
João Portugal Ramos |
Quinta do Regueiro |
Quinta das Pereirinhas |
Soalheiro |
Poema |
Encosta da Capela |
Quintas de Melgaço |
PROVAM Alvarinho |
Lua Cheia em Vinhas Velhas |
Dona Paterna |
Adega do Sossego |
Reguengo de Melgaço |
Anselmo Mendes |
Dom Ponciano |
VERCOOPE |
Casa de Cello |
Quinta D’Amares |
Quinta de Santa Cristina |
Vinhos Borges |
Estrangeiros |
PORTFOLIO VINHOS – VILLA MARIA ESTATES |
ZARATE |
SATTLERHOF |
DIRECT WINE – DOMAINE HUBERT BROCHARD |
DIRECT WINE – S.A. PRÜM |
BODEGAS FILLBOA |
DIEMERSDAL WINE ESTATE |
BODEGAS TERRAS GAUDA |
Outras regiões portuguesas |
LUIS PATO |
ROCIM |
MURGANHEIRA |
ADEGAMAE |
RUI ROBOREDO MADEIRA VINHOS |
QUINTA DAS BÁGEIRAS |
CASA DA PASSARELA |
AZORES WINE COMPANY |
Vinicom “agarra” vinhos Montez Champalimaud

A distribuidora Vinicom passa agora a distribuir, em exclusivo, os vinhos Quinta do Côtto, do Douro, e Paço de Teixeiró, dos Vinhos Verdes, referências da casa Montez Champalimaud. Miguel Montez Champalimaud, actual administrador da empresa, revela que, com esta parceria, pretendem “reforçar o projecto de reposicionamento dos vinhos da Quinta do Côtto e Paço de […]
A distribuidora Vinicom passa agora a distribuir, em exclusivo, os vinhos Quinta do Côtto, do Douro, e Paço de Teixeiró, dos Vinhos Verdes, referências da casa Montez Champalimaud.
Miguel Montez Champalimaud, actual administrador da empresa, revela que, com esta parceria, pretendem “reforçar o projecto de reposicionamento dos vinhos da Quinta do Côtto e Paço de Teixeiró”, e acrescenta: “Estas são duas marcas que beneficiam de uma enorme reputação junto do consumidor, pelo que procurámos um parceiro dinâmico e dedicado que partilhasse não apenas a nossa ambição, mas sobretudo os nossos valores e filosofia”.
Já Duarte Sousa Coutinho, director comercial da Vinicom, assume ser “um enorme privilégio poder integrar os vinhos da casa Montez Champalimaud no nosso portefólio, que se vê agora reforçado. Ambas as marcas são detentoras de uma longa história e de muito prestígio no mercado nacional, pelo que é a nossa responsabilidade garantir que serão trabalhadas com rigor e um profundo respeito. Esta é, aliás, a nossa filosofia há mais de 15 anos”.
Esporão adquire Quinta do Ameal, nos Vinhos Verdes

Mais uma transacção de peso no sector vitivinícola: O Esporão acaba de formalizar a compra da Quinta do Ameal, projecto da região dos Vinhos Verdes liderado por Pedro Araújo e pertencente à sua família desde a década de 90. Com 30 hectares e situada no vale do Rio Lima, esta propriedade vem enriquecer o portefólio […]
Mais uma transacção de peso no sector vitivinícola: O Esporão acaba de formalizar a compra da Quinta do Ameal, projecto da região dos Vinhos Verdes liderado por Pedro Araújo e pertencente à sua família desde a década de 90. Com 30 hectares e situada no vale do Rio Lima, esta propriedade vem enriquecer o portefólio do Esporão com uma marca que é referência importante na região, especificamente na zona onde a casta Loureiro nasceu e desempenha o papel de estrela.
Para Pedro Araújo, que se manterá na equipa, “Esta foi uma oportunidade que dificilmente se repetiria, a de conciliar a notoriedade e o reconhecimento dos vinhos Quinta do Ameal – fruto de um intenso trabalho ao longo de mais de 20 anos – com o potencial fantástico de um produtor com a força, a estratégia e a filosofia em total sintonia, como é o Esporão”.
João Roquette, administrador do Esporão, afirma: “Esta ideia foi-se formando com o reconhecimento da grande qualidade e potencial dos vinhos feitos na Quinta do Ameal pelo Pedro Araújo, a confiança, amizade e visão futura que fomos construindo, e a ambição de fazer grandes vinhos, com identidade e sentido de lugar, desafiando também o status quo da região”.
Vercoope, uma adega muito especial

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Que caso especial é este? De facto, não existe nenhum projecto semelhante em Portugal. E existe há umas boas décadas na região dos Vinhos Verdes, embora poucos enófilos o conheçam. Veja o relato de uma associação que não só teima em singrar, como está apostada em fazer mais e melhor.
TEXTO António Falcão NOTAS DE PROVA Luís Lopes FOTOS Anabela Trindade
Em Portugal, a maioria das cooperativas vitivinícolas nasceu nos anos 60 do século passado. Nestas últimas décadas, a história encarregou-se de validar este modelo empresarial (e social) e, olhando para trás, chegamos à conclusão de que foram muitas as que, entretanto, tombaram, caindo no esquecimento dos consumidores. Sobretudo por falhas de gestão, e, dentro destas, por falta de capacidade comercial.
Nos anos 60, um conjunto de seis cooperativas da região dos Vinhos Verdes teve a visão de se associar para, em conjunto, conseguirem ter mais força no mercado. Assim nasceu a Vercoope, criada em 1964 e que reuniu sete adegas cooperativas: Alto Cávado, Amarante, Felgueiras, Guimarães, Paredes, Vale de Cambra e Vila Nova de Famalicão. Algumas tinham já anos de laboração, como Felgueiras e Amarante. Outras tinham acabado de nascer.
O objectivo era o de criar uma espécie de braço comum para receber os vinhos vinificados por cada um dos associados, fazer os respectivos lotes, engarrafar e tratar de todo o marketing e da comercialização do vinho.
Esta filosofia de funcionamento seria pouco comum nos dias de hoje, mas nos anos 60 terá certamente sido extraordinária. Melhor ainda, o projecto foi singrando ao longo dos anos e hoje mantém-se de pedra e cal. Implica entre 4.000 e 5.000 viticultores e muita gente se teria questionado que, se não tivesse existido a Vercoope, quantas destas adegas ainda estariam vivas…
A Cooperativa de Felgueiras é a maior por boa margem e por isso não espanta que o administrador da Vercoope tenha vindo de lá.
DA VINHA ATÉ À ADMINISTRAÇÃO
A ‘cabeça’ da Vercoope chama-se Casimiro Alves e é engenheiro agrónomo de formação. Teve, contudo, um percurso muito sui generis, quase sempre ligado à Adega de Felgueiras: começou na vinha, mas passou depois para a adega, como enólogo. Algum tempo depois transitou para a área comercial, antes de entrar, em 2011, como administrador da Vercoope. Ou seja, Casimiro conhece todo o processo de produção e, melhor ainda, os meandros da comercialização. Esse conhecimento certamente lhe faz muito jeito no dia a dia, nomeadamente no relacionamento com João Gaspar, o enólogo residente da Vercoope.
O trabalho de João passa fundamentalmente por provar (e analisar) os vinhos nas respectivas adegas e depois fazer lotes, já nas instalações da Vercoope. A maioria do vinho vem das adegas em monocasta e o facto de ir para lote ou ser engarrafado como varietal é depois decisão de João Gaspar, que toma resoluções depois de consultar a área comercial e de gestão. Em alguns casos, João faz lotes de meio milhão de litros, como o Escolha da marca Via Latina.
No total, contudo, a Vercoope produz anualmente cerca de 9 milhões de garrafas.
UMA ADEGA DE GENEROSO TAMANHO
Já se adivinha que, para armazenar e engarrafar todo este vinho, a adega tem de ser grande. E é de facto enorme, ocupando vários pavilhões industriais junto à estrada nacional 105, vizinha à povoação da Agrela, concelho de Santo Tirso. Estas instalações foram inauguradas em 1980, mas já foram alvo de muitas obras. Como as que foram feitas para acomodar as duas linhas de engarrafamento, usadas não só para os produtos da casa, mas ainda para algumas marcas feitas pelas próprias adegas associadas. Ou ainda para terceiros. Uma das linhas consegue 5 a 6 mil garrafas/hora; a outra, mais moderna e totalmente automatizada, de 8 a 10 mil. Estas linhas trabalham praticamente to¬dos os dias da semana.
A adega inclui um laboratório bastante completo, agrupando a parte química e microbiológica. “Todos os dias se fazem aqui análises, de vinhos a encher até vinhos que recebemos”, diz o administrador. E continua: “os vinhos são pagos consoante a qualidade; aqui fazemos a parte laboratorial; a prova organoléptica é feita na Comissão de Viticultura, no Porto”.
O quê? Análises? Químicas e sensoriais? E de repente, nós paramos, atónitos.
UM MODELO BASEADO NA RESPONSABILIDADE
Pois é, apesar de os fornecedores serem associados (leia-se, sócios), aqui não há facilidades. Ou o vinho que vem das adegas é bom, e o preço compensa, ou é fraco e mal se paga a si mesmo. E os parâmetros de análise são os mais completos que vimos até hoje. Refira-se que a prova sensorial na Comissão dos Vinhos Verdes é cega: os provadores/avaliadores não sabem o que estão a provar. Este serviço, claro, é pago pela Vercoope.
Quer isto dizer que se um vinho não vier em condições, ele pode nem ser pago pela Vercoope ao associado. É para se ver a seriedade com que se trabalha aqui; ou seja, não existem filhos e enteados. “Trabalhamos em clima de confiança total com os nossos accionistas”, garante o administrador.
O preço base do litro adquirido ronda os 75 cêntimos para o branco (o tinto é mais barato) e depois pode ir valorizando até quase ao euro. A única excepção é a casta Alvarinho, que vale quase o dobro. A propósito, a Vercoope também tem Alvarinho de Monção e Melgaço, mas adquire-o na região a produtores locais.
Embora possam parecer baixos, estes preços são compensadores para os associados. De tal maneira que, segundo nos revelou José Sequeira Braga, presidente da Adega de Guimarães e membro da administração da Vercoope, não existem grandes tentações de os próprios accionistas fazerem, por exemplo, o seu vinho ‘especial’ à margem da Vercoope.
EM CONSTANTE CRESCIMENTO
A adega foi sendo remodelada ao longo dos anos, no sentido de melhorar as condições, modernizar a tecnologia e criar condições para certificações cada vez mais exigentes. E agora vai ser ampliada, diz-nos Casimiro. Mais milhão e meio de litros de armazenagem, mas também para fermentação de mostos fora de época. Os mostos são amua¬dos (não se deixam fermentar por acção de sulfuroso) e vão sendo fermentados à medida das necessidades. Isto é benéfico para vinhos de baixa gama, que ficam assim com fruta mais fresca e maior vivacidade. A parte técnica também vai receber novos equipamentos, para aumentar a eficiência e a qualidade dos vinhos. Este ano e nos próximos a Vercoope vai investir 300.000 euros por ano.
Em termos de quantidades, a adega está a receber 10% mais vinho todos os anos. O enorme crescimento vem da reconversão e novas plantações nas vinhas/terras dos associados das respectivas adegas. Este ano deverá superar-se a barreira das 10 milhões de garrafas.
As vendas crescem também mais de 10% ao ano. “Não há muita gente que se possa orgulhar disto”, garante Casimiro Alves, visivelmente satisfeito. Os pagamentos às adegas associadas são por isso rápidos e já ocorreram casos que foram antecipadas, por alguma necessidade pontual. A Vercoope tem estofo financeiro para isso…

3 VINHOS NO TOP 10 DA REGIÃO
As grandes marcas da casa são duas: Via Latina e Pavão. Mas aqui que são também feitas outras referências muito importantes, como Terras de Felgueiras e Urbe Augusta (esta exclusivo Pingo Doce), as duas com mais de um milhão de unidades por ano. A Via Latina vai, na sua maioria (60%), para a exportação, com a Rússia à frente. Todas as outras marcas são muito fortes no mercado interno. No total, a Vercoope tem 3 marcas no top 10 da região.
Só para se ter uma ideia do que tem sido o percurso desta empresa, há 15 anos, por vasilhames, a casa vendia um terço em garrafão, outro terço em garrafa de litro e o restante na normal garrafa de 0,75l. Hoje é quase tudo em garrafa de 0,75. “Ainda não conseguimos acabar com o garrafão, porque alguns clientes, incluindo internacionais, o exigem”, explica Casimiro Alves. Outra exigência do mercado é o vulgar gás adicionado a praticamente todos os vinhos da casa na altura do engarrafamento.
UMA CASA A AUMENTAR EM VELOCIDADE
Casimiro diz-nos ainda que “as vendas estão a correr bem e diversificamos bastante o nosso portefólio, com vários varietais e bi-varietais (Alvarinhos, Loureiro, Azal, Arinto, Espadeiro, etc), Escolhas e Grandes Escolhas…” O monocasta que mais vende é o de Loureiro, mas é a uva Arinto a mais usada nos vinhos da Vercoope. Vai é sobretudo para lotes…
Em termos de mercados, a VVV apenas exporta cerca de 30% da produção. O objectivo, contudo, é aumentar este valor, tarefa a cargo de José Castro, responsável de exportação: “queremos vender este ano 3 milhões de euros em exportação”.
A nossa visita chega ao fim. Não vimos um pé de vinha, quase não se falou em terroir, solos ou climas. São temas importantes, claro, mas aqui na Vercoope o fulcro é manter esta associação de boa saúde para que possa cumprir os seus encargos e que sobre espaço para crescer. Afinal, tal como qualquer empresa que se preze. O que lhe falta? O bem-disposto Sequeira Braga diz na brincadeira que falta “um brasão no portão, o palacete, o charme”. Casimiro Alves pensa em outros voos, como os de fazer conseguir aumentar paulatinamente o preço médio dos vinhos. Afinal, diz ele, “os nossos vinhos têm vindo a melhorar bastante”.
Edição Nº25, Maio 2019
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Lua Cheia em tom de Bronze

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De uma quinta em Vale Mendiz e de uma vinha de Barcelos, surgem agora o tinto Quinta do Bronze e o Maria Bonita Barrica Loureiro. Dois vinhos que mostram muito bem a versatilidade da Lua Cheia em Vinhas Velhas e do enólogo Francisco Baptista.
TEXTO Mariana Lopes FOTOS cortesia do produtor
Como tantas estórias do mundo do vinho, esta começa com um “bicho atrás da orelha”. O projecto Lua Cheia em Vinhas Velhas (LCVV) iniciou-se em 2009, fruto da paixão de dois bairradinos, Francisco Baptista e Manuel Dias, pela região do Douro, com vinhos brancos da zona de Murça. Em 2010 já tinham adega, em Martim, e em 2012 já faziam Alvarinho em Monção. Um ano depois, puseram pé no Alentejo e, em 2015, no Dão. Daí nasceram marcas já bem consolidadas como Lua Cheia, Andreza, Poseidon, Maria Bonita, Maria Papoila ou Insurgente, entre outras. Mas foi algures entre todas essas aventuras que teve início a que deu origem aos dois novos vinhos, lançados em Março.
“Queríamos adquirir uma propriedade para tintos, uma que fosse mesmo nossa”, contou Francisco Baptista, enólogo da LCVV. Esse desejo foi concretizado em 2012, com a compra de 12 hectares de vinha (agora já são mais) em Vale Mendiz, no Cima Corgo do Douro. Na altura eram vinhas com 15 e 30 anos, a 350 metros do rio, das quais Francisco e Manuel queriam fazer um vinho que se identificasse com a sua filosofia, um tinto menos pesado, com equilíbrio. Desde o início que fizeram vários ensaios: começaram pela zona mais baixa e foram subindo, até encontrarem a identidade que procuravam. Mas só com a colheita de 2015 sentiram que acertaram no perfil e na qualidade, surgindo daí o Quinta do Bronze tinto 2015. De Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinto Cão, este vinho estagiou em barricas durante 24 meses e esteve um ano em garrafa, tendo sido feitas cerca de 6 mil garrafas. Recentemente, Francisco Baptista deu início à limpeza de ruínas presentes na quinta e, para sua surpresa, encontrou lagares de xisto e prensas, tudo muito antigo. A propriedade tem também uma vinha centenária, da qual o enólogo aproveita material vegetativo, para reprodução.

A génese do Maria Bonita Barrica Loureiro 2017 é também ela curiosa. Em 2011, a LCVV fez uma parceria com um hospital psiquiátrico, e uma ordem religiosa de Barcelos, que tinha vinhas nos seus terrenos. A primeira resolução foi reabilitar os vinhedos e plantar Loureiro. “Queríamos que os pacientes se sentissem num espaço bonito e à vontade para passear naqueles 34 hectares de vinha”, contou Francisco Baptista. Trinta desses hectares são, neste momento, de Loureiro e quatro de Sauvignon Blanc e Alvarinho. Por trás do hospital-convento, havia patamares de Loureiro com 35 anos e Francisco decidiu fazer algo diferente dessa uva: fermentou-o em barricas usadas, vindas do Douro. Assim, este Maria Bonita estagiou oito meses nessas barricas e mais oito em garrafa, materializando-se em 2 mil exemplares.
A Lua Cheia em Vinhas Velhas tem já uma multiplicidade de faces, é certo, mas ainda não fica por aqui. Francisco Baptista descortinou, entusiasmado: “Estamos prestes a fazer Baga, na Bairrada. Para nós, faz todo o sentido”.
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[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]Edição Nº24, Abril 2019
A revolução silenciosa dos Verdes

Esqueça tudo o que pensa que sabe sobre Vinho Verde. Ou já não é verdade, ou não é suficiente. Ao longo de mais de 100 anos, foram vários os momentos de mudança, a culminar no que hoje temos: uma região multifacetada, com vinhos que vão desde os mais despretensiosos e simples aos mais ambiciosos, de […]
Esqueça tudo o que pensa que sabe sobre Vinho Verde. Ou já não é verdade, ou não é suficiente. Ao longo de mais de 100 anos, foram vários os momentos de mudança, a culminar no que hoje temos: uma região multifacetada, com vinhos que vão desde os mais despretensiosos e simples aos mais ambiciosos, de grande qualidade e longevidade. São estes últimos que aqui mostramos e que representam um novo caminho que se abre para os Vinhos Verdes.
TEXTO Mariana Lopes FOTOS Mário Cerdeira
Não está na hora de mudar a forma como olhamos para o Vinho Verde. É, sim, tempo de ver o outro lado da moeda, não reduzindo a região apenas ao estilo que sempre conhecemos. Há um novo (antigo) Verde e, por mais que alguns esperneiem em discórdia, esta Grande Prova veio demonstrar que assim é.
Como foi escrito num editorial da Grandes Escolhas, exactamente há um ano, desde a sua fundação, em 1908, que a região dos Vinhos Verdes se viu em vários momentos de fractura. Estes pontos de agitação permitiram que esta se desenvolvesse positivamente e, mesmo quando deu um passo atrás, a região acabou sempre, mais tarde, por dar dois em frente. Refiro-me, por exemplo, ao fenómeno a que Luís Lopes chamou de “Verdes de Quinta”, lá para o final da década de 80, em que as grandes casas e solares da região prosseguiram um estilo de vinho mais seco, estruturado e sério. Mas nem o país, nem as pessoas, nem o mercado estavam preparados para esta disrupção do Vinho Verde, e o sol acabou por ser de pouca dura, com estes projectos a reverter para um perfil mais comercial. Porém, nada disto foi em vão, pois deixou no ar um bichinho que se tem vindo a apoderar, mais uma vez, de algumas empresas, num tempo em que tudo isso já é realista. E é realista porque uma parte muito importante do sector também sofreu uma grande revolução nos últimos anos, em todo o país: a viticultura. E isso não foi excepção nos Vinhos Verdes. Com novas técnicas, mais sabedoria, e a sensatez de saber ir buscar ao passado aquilo que pode fazer bem ao presente, as uvas mais nobres da região exprimem-se cada vez mais nos vinhos, dando-lhes sentido de lugar.
Seguindo esta linha de pensamento, a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) tem posto em marcha um plano de marketing, promovendo estes Verdes mais ambiciosos e diferenciadores. Não é uma campanha em detrimento dos mais correntes, dos mais jovens, com gás e doçura, que servem o seu propósito e representam a maior parte do mercado da região. Felizmente, esses vendem-se tão bem que não carecem de grandes investimentos de marketing. Aliás, Manuel Pinheiro, presidente da CVRVV, conta que “Hoje exportamos mais de metade do Vinho Verde produzido e, em mercados como a Alemanha ou os EUA, mais de metade do vinho português é Vinho Verde”. Consultando os dados estatísticos da CVRVV, constatamos que, em 2018, se exportou uns atordoantes 13 milhões de euros para os EUA, e 11 milhões para a Alemanha. Se tivermos em conta os 16 maiores importadores de Vinho Verde, estamos a falar de 57 milhões.
Depois desta informação assentar, e voltando à campanha, nas peças publicitárias pode ler-se, por exemplo, “Os Vinhos Verdes estão mais ricos, descubra-os”, com imagens gastronómicas que sugerem capacidade de harmonização. O objectivo das novas acções de promoção é, segundo o presidente da Comissão, “Valorizar as castas, as sub-regiões, os vinhos que melhor afirmam esta ambição de valorização”. Relançar a Rota dos Vinhos Verdes é outra medida em curso, que quer intensificar “a ligação dos produtores aos territórios, sendo essencial para a afirmação, até comercial, dos mais pequenos”. Quanto à maneira, por vezes distorcida, como o Vinho Verde é visto pelos consumidores nacionais e internacionais, Manuel Pinheiro não está preocupado: “Sei que é uma visão que se está a desvanecer. Aliás, ela não existe em mercados novos como, por exemplo, o Japão, que valoriza os Vinhos Verdes como grandes vinhos, com uma personalidade própria”. Mas tem também consciência de que a realidade de hoje é totalmente diferente da de outrora, e explica que “Quem compara os Vinhos Verdes de hoje com os de há duas décadas, não reconhece a mesma região”. E aponta o papel da viticultura, dizendo “Estamos a reconverter entre 600 e 700 hectares de vinha por ano, a mudar a paisagem do Minho vinha a vinha, e com isso a produzir uvas muito mais interessantes, com uma estrutura de custos muito mais competitiva”. Isto leva-nos à questão dos preços, que, como desmistifica o jurista de formação, pode estar a ser interpretada de um modo falacioso: “Há uma ideia de que o Vinho Verde é um vinho barato, mas essa ideia desaparece com um simples olhar aos números Nielsen para o mercado nacional, ou aos números de exportação do Intrastat”. Não nos podemos esquecer também de um factor incontornável, sem o qual nenhuma revolução teria lugar, os enólogos. “Hoje, a vinificação está concentrada em centros bem equipados, dirigidos por enólogos que não hesitam em inovar, e as castas do Vinho Verde são a melhor testemunha desta nova parceria vinha/enologia. Mais do que o valor que se trouxe para a região, é relevante o conhecimento que se adquiriu nesta área”, valorizou Manuel Pinheiro.
Nesta prova incluíram-se 29 vinhos com um preço de venda ao público médio superior a sete euros e sem qualquer adição de gás carbónico. Não foram pedidos vinhos da sub-região Monção e Melgaço, pela sua especificidade e por representarem, em si mesmo, uma categoria diferenciada junto do consumidor, nem foram contemplados Regional Minho. Em primeira instância, o que destacou foi a qualidade generalizada, com a nota mínima de toda a prova a situar-se nos 16 valores, significando que tivemos apenas vinhos muito bons e vinhos excelentes. Em segundo lugar, a predominância de Avesso e de lotes de Alvarinho com Avesso, ou Alvarinho com Loureiro. Por último, o teor alcoólico dos vinhos, com muitos a recair nos 13% ou mais. Está na hora de arregaçar as mangas e descortinar tudo isto, com a ajuda de quem põe a mão na massa, os enólogos, os viticultores e os produtores. E como é que eles próprios vêem esta onda de ambição? Ou será que não a vêem, de todo? João Camizão, autor
dos vinhos Sem Igual, reconhece-a: “É uma pequena onda que alguns de nós já estão a ‘apanhar’ há alguns anos e que, finalmente, empresas com negócios de referência na região vão começar a ‘surfar’. Provavelmente, apenas começa agora a ter notoriedade e a ser cobiçada, pois a região dos Vinhos Verdes tem uma tipicidade tão intrínseca (até as cartas de quase todos os restaurantes têm uma secção para os Vinhos Verdes e outra para os brancos), que é como nascer num berço de ouro. Ou seja, não houve necessidade de reinventar e inovar o estilo de vinho. E esta tipicidade gera, per si, grande volume de negócio com muita exportação e preços que não são os mais baixos do país (é das regiões que mais valoriza a uva)”. E revela aquilo que acha ser a chave para o sucesso, tocando num ponto fundamental, a longevidade, e dizendo “Nos dias de hoje, muitos produtores da região ambicionam ter vinhos de grande qualidade, mesmo tendo de se desviar do perfil da casa. Portanto, há que estar preparado para investir e esperar uns anos com o vinho na adega, para aferir à longevidade e deixar a acidez vibrante ser arredondada pelo tempo. Penso que esta será condição necessária para o sucesso. Estamos numa região com grande potencial para fazer vinhos brancos de guarda, de classe mundial”. Já Gonçalo Sousa Lopes, produtor e viticultor dos vinhos Quinta do Cruzeiro, assume que “É o único caminho que o pequeno produtor-engarrafador tem de fazer, atingindo assim um nicho de clientes apreciadores e conhecedores. Existem produtores que já estão nesta linha há muto tempo, mas como a região sempre foi vista como produtora de vinhos ‘do ano’ e pouco complexos (há excepção de Monção e Melgaço), estes sempre ficaram na sombra e, para se afirmarem, tinham de se por nas pontas dos pés, ou gastar muito dinheiro para divulgarem os seus ‘vinhos sérios’”. Mostrando que há visões diferentes sobre os preços a que o Vinho Verde é vendido, defende que, desta maneira, “diferenciam-se dos grandes armazenistas que vendem Vinho Verde (muito gaseificado e doce) a preços incompreensivelmente baixos e desprestigiantes para a região”. Por sua vez, Rui Cunha, enólogo dos Covela, é implacável na sua visão e alerta “Fala-se muito de Verdes ambiciosos mas, na verdade e em geral, o que existe são vinhos com um pouco menos de gás e um pouco menos de açúcar”. Na posição de quem lida com dois perfis de Vinho Verde, João Cabral de Almeida, enólogo da Quinta da Calçada e produtor dos vinhos Camaleão, esclarece: “Os dois caminhos são interessantes e os dois têm lugar no mercado. Quando faço vinhos mais ‘sérios’ (se bem que há seriedade em ambos) estou focado naquilo que a vinha tem para oferecer e no terroir, quando faço vinhos mais ‘jovens’ estou a pensar nas sensações, na experiência imediata que estou a dar a um consumidor”.
E a questão que a seguir se coloca é inevitável. Como lá chegar? Que castas são mais propícias? O álcool e a barrica são factores fundamentais para atingir este estilo de Verde mais, digamos, complexo? As respostas variam, mas há um ponto em que todos concordam: viticultura, viticultura, viticultura. Márcio Lopes, criador e enólogo dos Pequenos Rebentos, faz a sua eleição. “O Alvarinho, que já tem provas dadas. O Loureiro é uma casta delicada, mas num bom local pode originar grandes vinhos, e o Avesso que também é complicado mas tem grande potencial. Já o Azal é uma casta excelente para contrariar as alterações climáticas. Com a viticultura mais avançada, é agora mais fácil cuidar das uvas mais sensíveis”. Não podendo deixar de pegar no tema do clima, fazemos Márcio alongar-se nele: “A ramada e o enforcado são sistemas de condução muito pertinentes para um Verde com ambição, pela resistência às alterações climáticas, porque criam maturações mais lentas e equilibradas, folhagem que protege as uvas e impede o escaldão. Devem ser hipóteses a considerar na viticultura. Temos de encontrar um meio termo entre o passado e o futuro”. Para Rui Cunha, destacam-se o Alvarinho, o Avesso e o Arinto, sem esquecer o Loureiro. “Infelizmente, o Loureiro não é uma casta que tenha o peso devido na região, porque é fantástica. Sobre o Arinto, há a vantagem de já se conhecer bem e saber-se que tem bom envelhecimento, assim como o Avesso. Esta última é a minha favorita. É difícil ‘competir’ com a fama que o Alvarinho tem, no sentido em que, lá fora, muita gente pensa que a região se reduz a esta casta”. Gonçalo Lopes elege as mesmas que os dois anteriores, mas com um extra, a Trajadura. Tal como Márcio Lopes, também dá importância às vinhas velhas e com diversas castas misturadas, admitindo que dão ainda mais complexidade aos vinhos, e aponta o terroir como factor determinante de qualidade. João Cabral de Almeida lembra, ainda, que “urge saber mais sobre castas antigas ainda desconhecidas, muitas presentes nas vinhas velhas, que se podem revelar muito interessantes”, mas acha redutor associar este perfil mais ambicioso a castas em concreto.
No que toca a madeiras e álcool, reina a palavra “equilíbrio”. Mas é Márcio Lopes que mais simplifica o caminho para chegar a um grande Verde: “O fundamental é a qualidade da uva, depois é não estragar. Acima de tudo, a boa acidez é importante. Não nos interessa que o álcool vá subindo e a acidez descendo. Quanto à necessidade de barrica, a própria uva pode dar estrutura, corpo e complexidade. Tem mais que ver com os rendimentos da vinha. Se ela produzir muito, vai ter muitos filhos para alimentar e esgotar-se a si própria, se produzir menos, consegue conferir mais às uvas. Ou seja, tem tudo mais que ver com a nascença do que com os extras. Uma região granítica e de frescura natural é uma região de futuro no mundo actual”. João Camizão também não dá valor ao álcool e afirma que este deve ser controlado, acima de tudo “com os novos sistemas de condução”. “Devemos ter a ambição de fazer grandes vinhos com álcool abaixo dos 13%, o que é difícil mas torna tudo bem mais equilibrado”. Mais do que a barrica, que considera útil mas não necessária, releva outras opções enológicas, sugerindo “Deixar a fermentação ir até ao fim, para ficarmos sem açúcar residual. Ou, por exemplo, fazer brancos de curtimenta, estágios em cubas de cimento, etc., práticas que eram muito comuns nos Vinhos Verdes. Temos a sorte de estar numa região com uma história tão rica em temos de práticas de vinificação, que será uma pena se não explorarmos estes caminhos”. Gonçalo Lopes acrescenta elementos à lista: “Existem outras técnicas, na vinificação, que se podem usar. Refiro-me à maceração pelicular a frio antes da prensagem, bâtonnage de borras totais a frio pré-fermentativa e estágio prolongado com borras finas. Associado a estas técnicas, qualquer vinho ganha sempre com o estágio em garrafa. Vinhos produzidos assim, muitas vezes não necessitam de teores alcoólicos elevados nem de ir à barrica, esta pode mesmo ser um elemento a mais”. Depois, Rui Cunha vem abrir a cortina a outra perspectiva, concordando que há qualidade na uva para que esta brilhe por si só, mas recordando “Até os grandes brancos alemães estagiam em madeira. Se me disserem ‘faz um grande branco’, provavelmente vou utilizá-la. O que não quer dizer que precisemos dela para lá chegar”.
Podemos dizer que há aqui uma estrela no meio da trama: a vinha. Quando ela se porta bem, quando se cuida bem dela e não se desvirtua o produto com excessos disto ou daquilo, é difícil que o resultado não seja um vinho ambicioso. Principalmente numa região com matéria-prima deste nível, frescura natural, e técnicos inteligentes, arrojados, que pesquisam o que já se fez e o que se pode fazer para ser cada vez melhor. Mas vamos por as coisas em pratos limpos: o facto de o Vinho Verde ser, para muita gente, mais uma cor do vinho, como o branco, o tinto ou o rosé, é uma desvantagem, acima de tudo porque não é verdade e está associado apenas ao estilo de vinho doce e com gás. Porém, isso também significa que o Vinho Verde se enraizou como uma marca forte, num fenómeno muito semelhante ao da Gillette, do Kispo, ou do Tupperware. Lá fora, muita gente conhece a palavra Vinho Verde, bem mais até do que outros nomes de regiões portuguesas. Há que pegar nela e mostrar que é marca de grandes vinhos, nunca esquecendo que todos os estilos têm o seu lugar no mercado. E as perspectivas são muito positivas. O que se vê é que os enólogos estão cada vez mais apaixonados pela uva, pela terra, trabalhando em uníssono com os viticultores. Já lá vai o tempo em que não entravam na vinha, com medo de sujar o sapato. E isso, além de bonito, é benéfico para vinhos melhores, mais puros, singulares, fiéis à sua origem. A revolução dos Vinhos Verdes não será televisionada. Será bebida, e com muito prazer.
18 €25 B
Anselmo Mendes Private
Vinho Verde Loureiro 2017
Anselmo Mendes Vinhos
Loureiro é isto: folha de louro, floral muito delicado, folhas verdes, infusão de camomila, enorme pureza. Elegante e sublime, é ainda muito jovem, adivinhando longevidade em garrafa, enorme frescura de boca e expressividade, mas tudo isto com uma primorosa leveza. Belíssimo vinho. (12%)
18 €25 B
Sem Igual Ramadas Wood
Vinho Verde Escolha branco 2017
Arrochela e Camizão
Arinto e Azal. Muito cítrico de limão maduro, casca de lima, flor de limoeiro. Com a barrica perfeitamente integrada e discreta, potenciando a fruta, tem grande percepção de frescura, ananás no final de boca, com os citrinos verdes a reinar. Vibrante, tem imensa presença e carácter. (13,5%)
17,5 €16 B
Quinta da Calçada
Vinho Verde Reserva branco 2016
Agrimota
Fermentado em barrica, que se expressa em discretas notas de baunilha, tem pêssego, alperce e geleia de fruta branca. Cremoso e bem equilibrado, mostra a complexidade conferida pelo tempo e uma acidez perfeita que lhe dá muita frescura e elegância, num corpo volumoso. (12,5%)
17,5 €15 B
Quinta de SanJoanne
Vinho Verde Escolha branco 2015
Casa de Cello
Excelente evolução com notas de pederneira, sílex, casca de citrinos, tangerina, leve kumquat. Fino e elegante na boca, é muito cítrico, tem laranja, acidez acutilante, citrinos cristalizados e flores. Um vinho pleno de personalidade. (12%)
17,5 €15 A
Quinta do Cruzeiro
Vinho Verde Reserva branco 2013
Gonçalo Sousa Lopes
Alvarinho e vinhas velhas, estágio em barrica usada. Cor acentuada, evolução saudável com bela complexidade aromática, maçã verde, resinas, aloe vera, salinidade. De belo equilíbrio de boca, complexo e muito presente, enche o palato, tem tangerina e leve mineral. Está no ponto óptimo de consumo. (13%)
17 €20 A
Casa da Senra Premium
Vinho Verde Alvarinho/Loureiro branco 2016
Abrigueiros
Estagiado em carvalho francês. Leves fumados, casca de citrinos, folha de louro, mineral delicado e toque de sílex. Cremoso apesar do álcool bem moderado, laranja e toranja, final de muito boa acidez, com notas fumadas. Complexo, mas leve. Excelente integração, sem madeira impositiva. (12%)
17 €17 B
Casal de Ventozela Prime Selection
Vinho Verde Grande Escolha branco 2017
Soc. Agr. Casal de Ventozela
Alvarinho e Avesso em partes iguais. Perfil cítrico, também alperce, folhas verdes, leve fumo, bastante delicadeza. Muito leve e preciso, tem um belo equilíbrio, cheio de graça e presença. Elegante e bem aprazível. (12,5%)
17 €15 B
Covela Edição Nacional
Vinho Verde Avesso Reserva branco 2017
Lima & Smith
Muito mineral, fósforo, grafite, conjugados com ameixa branca e damasco. Grande volume de boca, bela integração da barrica quase imperceptível, tem uma certa austeridade e seriedade sedutoras. Com tons de marmelo, é fresco e amplo, tem tudo para crescer na garrafa. (13%)
17 €18,77 B
Maria Bonita Barrica
Vinho Verde Loureiro 2017
Lua Cheia em Vinhas Velhas
Floral e elegante com a casta bem expressiva, citrinos e folhas verdes. Muito boa estrutura, é um branco delicado e firme, com muita frescura, citrinos exóticos, raspa de limão, belos amargos finais. (12%)
17 €15,99 B
Paço de Teixeiró
Vinho Verde Baião Avesso branco 2017
Montez Champalimaud
Biscoito de laranja e maçã reineta introduzem a prova. Muito elegante e delicado, é envolvente, fino e expressivo. A amplitude anda a par da boa estrutura, num branco com carácter e frescura. Bastante sedutor. (13%)
17 €17,50 B
Pequenos Rebentos Vinhas Velhas
Vinho Verde Loureiro Reserva branco 2018
Márcio Lopes
Estágio em barrica usada. De aroma levemente floral, com a casta ainda tímida. Bem mais expressivo na boca, intenso, com citrinos e leve especiaria, complementado por ervas aromáticas. Tem boa estrutura e volume, é sério, bastante jovem e promete uma bela evolução em garrafa. (12,5%)
17 €22 B
Quinta do Tamariz
Vinho Verde Cávado Grande Reserva branco 2017
Soc. Agr. Quinta de Santa Maria
Marmelo e gila, também citrinos maduros e um toque de verniz. Firme, tem um lado de fruta asiática e bela acidez, é sólido e fresco. Um vinho com muito nervo e persistência, que ainda vai crescer na garrafa. (12,5%)
BOA ESCOLHA 2019
17 €10 B
Singular
Vinho Verde branco 2017
A&D Wines
Leve evolução a conferir complexidade, fumados e alguma pimenta branca, um toque de lima e limão. Cremoso, amplo, com muita frescura e bela acidez, é firme, puro e expressivo. Conjunto bastante bonito e sedutor. (13%)
17 €25 A
Vila Nova
Vinho Verde Reserva branco 2015
Soc. Agr. Casa de Vila Nova
Fermentado em barrica. 100% Avesso. Alperce e ananás com leve fumado de fundo, toque de ervas aromáticas e infusão. Especiado na prova de boca, toque tostado e fruta madura, é untuoso e intenso no retrogosto, envolvente, a mostrar evolução muito positiva. (12,5%)
16,5 €9,50 B
Casa de Vilacetinho
Vinho Verde Avesso/Alvarinho Superior branco 2018
Soc. Agr. Casa de Vilacetinho
Maçã e tropical, pêssego e leve ananás no nariz. Excelente acidez e mineralidade, conjunto que é bem fresco, persistente, expressivo, estruturado e macio. Um vinho de excelente “drinkability”. (13,5%)
BOA ESCOLHA 2019
16,5 €7 A
Castelo Negro 150
Vinho verde Alvarinho/Avesso Colh. Selec. branco 2018
Guapos Wine Project
Nariz de citrinos verdes como lima e limão, toque floral, perfume bonito. Na boca apresenta ameixa verde, pêssego, boa estrutura ácida, é leve, fresco, com acidez cítrica final. Bem prazeroso e chamativo. (13%)
16,5 €18 A
Chapeleiro
Vinho Verde Reserva branco 2016
Carlos Gabriel Fernandes
Citrino maduro tipo limão, boa evolução, leve fumado e sílex. Óptima acidez a dar frescura, cremosidade de boca, citrinos cristalizados, gordo, cheio e com leve perfume de barrica a surgir no final. (12,5%)
16,5 €17 B
Opção B
Vinho Verde Avesso branco 2017
AB Valley Wines
Um Avesso fermentado em barrica, com notas fumadas, ananás e flores secas. Fruta cristalizada e geleia na boca, encorpado mas com óptima acidez que suporta e dá vivacidade, a barrica sempre presente, perfil sério, alguma especiaria e retorna ao fumo no final. (13%)
BOA ESCOLHA 2019
16,5 €7 A
Portal das Hortas
Vinho Verde Baião Avesso Grande Escolha branco 2018
Quinta & Casa das Hortas
Plena expressão da casta, com fruta branca tipo pêssego e maçã, também um toque tropical de ananás. Bem volumoso, tem pureza e firmeza, é elegante e sólido, com equilíbrio e persistência. (12%)
16,5 €14,50 A
Quinta das Arcas
Vinho Verde Trajadura Escolha branco 2015
Quinta das Arcas
De vinha biológica. Cor amarelada que indicia a idade. Geleia de frutos, leve tropical de ananás. Bem mais expressivo na boca, é cheio e com toque de “banana passi”. Profundo e rico, tem acidez quanto baste para manter a sua frescura. Original, é um raro vinho desta casta, nem sempre muito considerada. (12,5%)
16,5 €10 A
Quinta de Santa Cristina
Vinho Verde Reserva branco 2015
Garantia das Quintas
Evolução notória na cor. Marmelo, geleia, toranja madura no nariz. Denso e cremoso, é gordo mas não chega a ser pesado graças à boa acidez. Um vinho bastante maduro, num estilo com teor alcoólico pouco comum na região, mas que mantém um belo equilíbrio. (14%)
16 €15 A
Adega Ponte da Barca Reserva dos Sócios
Vinho Verde Loureiro branco 2017
Adega Coop. Ponte da Barca
As notas florais da casta envolvidas em nuances fumadas, geleia. Boa presença de boca, muito cheio e untuoso, algumas notas picantes no final preciso. Um Verde sereno, gordo e envolvente. (13%)
16 €7,25 A
Camaleão
Vinho Verde Loureiro/Alvarinho Escolha branco 2018
João Cabral de Almeida
Toque floral no nariz contido, leve tangerina e fruto tropical. Muito cítrico na prova de boca, com bom volume, meloso e tem boa acidez, transmitida por notas de casca e folha de árvore. Bela frescura de conjunto. (12%)
16 €8,50 A
Casa das Buganvílias
Vinho Verde Alvarinho/Loureiro Escolha branco 2018
De Figueiredo’s
Muito perfumado e tropical, folha de louro, maracujá e goiaba. Bastante puro, sumarento mas seco, exuberantemente frutado, tem também maçã ácida estilo granny smith. Conjunto alegre e bem agradável. (12,5%)
16 €7,49 A
Quinta da Raza
Vinho Verde Avesso Colh. Selec. Branco 2017
Quinta da Raza
Tom tropical de ananás, rebuçado, perfil puro e fiel à casta. Bem jovem, invoca leve doçura frutada, volumoso mas com acidez vibrante a cortar, toque floral. Alegre e muito fácil de gostar, tem boa estrutura e presença. (13%)
16 €7 A
Quinta de Azevedo
Vinho Verde Loureiro/Alvarinho Reserva branco 2018
Sogrape
Delicado e perfumado, assenta muito nas notas florais, pêssego e alguma laranja. Leve e harmonioso na prova de boca, é bonito e mostra muita fruta branca, um vinho bem equilibrado que se bebe com prazer, acompanhando pratos leves ou como aperitivo. (12%)
16 €7 A
Quinta de Linhares
Vinho Verde Avesso branco 2018
Agri-Roncão
Perfil exótico e perfumado, lado misterioso, orientado para os frutos tropicais, ananás e manga. Equilibrado e encorpado, é crispy debaixo da língua. Com boa frescura de boca e amplitude, o amargo final prolonga-o. (13%)
16 €7 A
Via Latina
Vinho Verde Grande Escolha branco 2018
Vercoope
Fruta cristalizada e casca de citrino, algum fumado, fruta branca como alperce e damasco. Belo volume de boca mas leve, traz novamente o alperce e demonstra boa estrutura ao lado de uma certa leveza. Bem agradável, afirmativo e vibrante. (11,5%)
16 €9,90 A
Zulmira
Vinho Verde Superior branco 2018
Quinta de São Bento da Batalha
Loureiro e Arinto. Muito aromático e super limonado, intenso e perfumado com flores secas de limoeiro e laranjeira. Cremoso e muito exuberante, com casca de citrinos, é bem sumarento, cheio de fruto, com leve doçura final. (12,5%)
Edição Nº27, Julho 2019
Vinhos Verdes comemoram demarcação com jantares temáticos

A demarcação da região dos Vinhos Verdes cumpriu, recentemente, 110 anos, com a publicação da Carta de Lei em 18 de Setembro de 1908. No seguimento das comemorações, a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes está a preparar um conjunto de jantares temáticos inspirados na história e literatura portuguesas do século XIX. O […]
A demarcação da região dos Vinhos Verdes cumpriu, recentemente, 110 anos, com a publicação da Carta de Lei em 18 de Setembro de 1908. No seguimento das comemorações, a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes está a preparar um conjunto de jantares temáticos inspirados na história e literatura portuguesas do século XIX.
O próximo, dia 25 de Maio, terá lugar na Casa do Vinho Verde, com confecção pelo Chef Renato Cunha, juntando Isabel Pires de Lima e Joel Cleto numa conversa sobre Camilo Castelo Branco. O romance de 1882 – A Brasileira de Prazins – conduz o Chef numa viagem gastronómica em que não faltam produtos tradicionais da região minhota, destacando especialidades como pataniscas, presunto, broa de milho e caldo de legumes, condimentados com criatividade e sofisticação.
Para aceder à página do evento, clique aqui.
Para inscrição, basta enviar um e-mail para marketing@vinhoverde.pt