IVDP distingue projectos Douro + Sustentável

Os vencedores Prémios Douro Sustentável

(na foto, os vencedores Prémios Douro Sustentável (da esquerda para a direita): Pedro Silva Reis, pela Real Companhia Velha (Viticultura); João Álvares Ribeiro, pela Quinta do Vallado (Enoturismo); Gilberto Igrejas (Presidente do IVDP); Luísa Borges, Vieira de Sousa (Revelação) e Mateus Nicolau de Almeida (Enologia). Integradas nas comemorações da 6ª edição do Port Wine Day, […]

(na foto, os vencedores Prémios Douro Sustentável (da esquerda para a direita): Pedro Silva Reis, pela Real Companhia Velha (Viticultura); João Álvares Ribeiro, pela Quinta do Vallado (Enoturismo); Gilberto Igrejas (Presidente do IVDP); Luísa Borges, Vieira de Sousa (Revelação) e Mateus Nicolau de Almeida (Enologia).

Integradas nas comemorações da 6ª edição do Port Wine Day, o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) atribui distinções a quatro empresas durienses que se destacaram no campo da preservação do território.
Foi num jantar no Museu de Lamego, no dia 10 de Setembro, em que se celebra a constituição da mais antiga Região Demarcada, e perante dezenas de convidados, que Gilberto Igrejas, presidente do IVDP anunciou os quatro vencedores da noite. Antes de anunciar os premiados, Igrejas teve ocasião de explicar as linhas de orientação do projecto Douro + Sustentável que passará a ser um dos eixos da comunicação da região do Douro e do Porto.
Na categoria de Viticultura, a distinção coube à Real Companhia Velha, reconhecendo o trabalho meritório na recuperação das castas autóctones do Douro, algumas das quais desconhecidas e outras quase em vias de extinção, tudo isto integrado num projecto mais vasto e ambicioso que tem sempre a preocupação da sustentabilidade como factor determinantes nas intervenções na vinha.
Se na viticultura o premiado foi a mais antiga empresa do Douro, já no prémio de Enologia a distinção assentou num dos mais jovens e irreverentes enólogo e agora produtor, Mateus Nicolau de Almeida. Continuando uma tradição familiar que lhe serve de esteio, Mateus tem procurado, no entanto, caminhos alternativos, com praticas agrícolas e enológicas menos convencionais. Isso foi bem visível na prova de dois dos seus vinhos que foram servidos durante o jantar em Lamego, como foi o caso do tinto “Trans Douro Express” e do branco “Eremita”, qualquer deles desafiante e pleno de carácter.
No prémio Enoturismo o vendedor foi a Quinta do Vallado. Como explicou João Alvares Ribeiro, a preocupação na produção de grandes vinhos do Douro e do Porto por parte da sexta geração da família Ferreira, andou sempre a par com a ambição de construir um projecto turístico de grande qualidade que potencie os seus vinhos e lhes sirva suporte na sua divulgação. Hoje, esse projecto materializa-se em duas unidades que são já referência: um hotel vínico dentro do perímetro da quinta, perto da Régua, no Baixo Corgo, e mais recentemente a Casa do Rio, em Vila Nova de Foz Côa, no Douro Superior, integrada na propriedade Quinta do Orgal. Em ambos os casos se observa um rigoroso respeito pela natureza.
O prémio Revelação distinguiu a jovem enóloga Luísa Borges que aos 23 anos passou a liderar o projecto familiar Vieira de Sousa. Sendo produtores de vinho do Porto há cinco gerações, embora não tendo anteriormente apostado numa marca própria, a chegada ao Douro da jovem Luísa em 2008, vinda do Instituto Superior de Agronomia de Lisboa com o curso de Viticultura e Enologia, permitiu lançar as bases de um projecto que rapidamente se impôs pela qualidade dos seus vinhos, sejam os tawnies de idade, como foi o excelente 20 anos que foi servido no jantar, como nos LBV’s e Vintages que estão sistematicamente entre os melhores na apreciação da crítica especializada. (texto de João Geirinhas)

CARMIM muda imagem do Reguengos

nova imagem Reguengos

Se for às prateleiras de vinhos de muitas superfícies comerciais vai verificar que a face do vinho Reguengos mudou de aspecto. De facto, a “a maior cooperativa portuguesa”, como se autoproclama a CARMIM, apostou por “uma imagem mais sóbria, com a aposta no branco, preto e dourado, com tipografia directa”, diz a empresa em comunicado […]

Se for às prateleiras de vinhos de muitas superfícies comerciais vai verificar que a face do vinho Reguengos mudou de aspecto. De facto, a “a maior cooperativa portuguesa”, como se autoproclama a CARMIM, apostou por “uma imagem mais sóbria, com a aposta no branco, preto e dourado, com tipografia directa”, diz a empresa em comunicado de imprensa. A nova imagem, diz ainda o comunicado, afirma que “aquilo que os consumidores pretendem saber está mais explicito e visível”. A nova imagem já está nos colheitas branco e tinto, ambos do ano de 2018.

O Reguengos, um vinho com denominação de Origem (DOC) é “a marca mais icónica” da CARMIM, produtora de vinhos com sede em Reguengos de Monsaraz. Outras marcas da casa são, por exemplo, Monsaraz, Régia Colheita ou Garrafeira dos Sócios. A cooperativa conta com cerca de 900 associados, que exploram 3.600 hectares de vinha.

Novo produtor madeirense lança 4 vinhos e enoturismo

Garrafas Terra Bona 2018

Terra Bona é a marca do vinho, mas também o nome do projecto da família Velosa Noronha, na Madeira. Ao invés de trabalhar com vinho generoso, vulgo Vinho da Madeira, a família Velosa Noronha apostou em vinhos brancos, cuja primeira colheita ocorreu em 2017 e foi lançada no ano passado. Com bastante sucesso, diga-se de […]

Terra Bona é a marca do vinho, mas também o nome do projecto da família Velosa Noronha, na Madeira. Ao invés de trabalhar com vinho generoso, vulgo Vinho da Madeira, a família Velosa Noronha apostou em vinhos brancos, cuja primeira colheita ocorreu em 2017 e foi lançada no ano passado. Com bastante sucesso, diga-se de passagem, conquistando algumas medalhas e boas pontuações a nível internacional.
As uvas vêm da propriedade da família na costa norte da Madeira, ao pé de uma povoação chamada (Terras de) Boaventura (em latim, Terra Bona). A área é pequena e tem apenas plantada a casta Arnsburger, um cruzamento de dois clones de Riesling. A morfologia do terreno é montanhosa, com a vinha a bordejar a famosa floresta Laurissilva, considerada Património da Humanidade pela UNESCO, e um ecossistema com 25 milhões de anos. A altitude da vinha não ultrapassa os 100 metros e está instalada em socalcos, na base de um vale que vai em direcção ao mar, que fica a menos de um quilómetro de distância.
Recentemente, a empresa lançou novos vinhos, da colheita de 2018. Para além da segunda edição do Family Harvest (com 2.400 garrafas), o sucessor do primeiro vinho da casa, existe agora uma edição especial, que estagiará em garrafa durante os próximos 3 anos, antes de ir para o mercado. E vão existir dois outros brancos, de uma nova gama, chamada de “Heritage Terra Bona”. Os vinhos base são iguais, mas têm estágios diferenciados: um em barrica de carvalho francês e outro em barrica de terracota. Estas novidades não ultrapassam as 500 garrafas cada. Todos os vinhos são vinificados na Adega São Vicente, pertença do Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira (IVBAM), onde as operações são asseguradas pelo enólogo João Pedro Machado. Recorde-se que os vinhos Ilha, de Diana Silva, são também aqui produzidos.

Esta fotografia foi tirada durante a cerimónia de reconhecimento público pelos resultados internacionais obtidos com a colheita do Terra Bona branco 2017.
Da esquerda para a direita: Presidente do Município de São Vicente, José António Garcês, o enólogo João Pedro Machado, Maria João Velosa, mulher de Marco Noronha Jardim e a filha mais pequena, Maria, a presidente do IVBAM, Paula Duarte, Humberto Vasconcelos, Secretário Regional da Agricultura e Pescas e Marco Noronha Jardim, o produtor.

Mas as novidades não acabam nos vinhos e na vinha: este ano a família está a lançar as bases para o seu projecto de Turismo e Enoturismo, sob a marca, Terra Bona Nature & Vineyards, a edificar na Boaventura. Por lá vai aparecer um espaço de provas e de adega, com 6 unidades de alojamento e de outras pequenas valências. A implantação é feita em socalcos e, segundo Marco Noronha Jardim (da família proprietária) pretendeu-se minimizar o impacto arquitectónico na Natureza.
Mais informações em www.terrabonawine.com
(texto de António Falcão. Fotografias cortesia Terra Bona)

Port Wine Day é já a 7, 8 e 10 de Setembro

Port Wine day

Esta já é a 6.ª edição da iniciativa Port Wine Day, uma iniciativa do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), em articulação com o sector do Vinho do Porto. A intenção é festejar os 263 anos da Região Demarcada do Douro que, e para além dos socalcos, das vinhas e do rio, […]

Esta já é a 6.ª edição da iniciativa Port Wine Day, uma iniciativa do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), em articulação com o sector do Vinho do Porto. A intenção é festejar os 263 anos da Região Demarcada do Douro que, e para além dos socalcos, das vinhas e do rio, abarca também o vasto património arquitectónico, monumental e escultural.
As acções a realizar vão-se estender ao longo do Vale do Douro e incluem provas, jantares vínicos, o evento da declaração de Ano Vintage (2017), festas ao pôr-do-sol e cerimónias de entrega de prémios. Mas vamos por partes:
As celebrações terão início no dia 7 de Setembro, Sábado, no Palácio da Bolsa, no Porto, com uma Grande Prova Porto Vintage 2017 (16h), com 50 marcas presentes. Seguir-se-á um dos momentos altos do Port Wine Day 2019: a declaração de Ano Vintage 2017 pela Confraria do Vinho do Porto.
No dia seguinte, 8 de Setembro, Domingo, no Jardim das Oliveiras, no Porto, haverá uma Sunset Party, com 29 marcas presentes. A decorrer entre as 17h e as 22h, e aberta ao público, o sucesso da iniciativa em anos anteriores transformou-a num clássico do Port Wine Day. Novidade da edição 2019 será a atribuição de quatro prémios – Enoturismo, Viticultura, Enologia e Revelação – a projectos que conseguiram destacar-se na região. A entrega de prémios será efectuada no decorrer do Jantar “Douro Sustentável”, a ter lugar no Museu de Lamego no dia 10 de Setembro (20h), terça-feira. Uma oportunidade para sobretudo “brindarmos às pessoas”, sublinha Gilberto Igrejas, presidente do IVDP. E continuou: “o objectivo do Port Wine Day é atrair os apaixonados, mas paralelamente todos os outros que ainda ignoram a sua arrebatada paixão pelo vinho”.
Recorde-se que a Região Demarcada do Douro é a mais antiga região vitivinícola delimitada e regulamentada do mundo. Foi instituída pelo Marquês de Pombal em 1756 e estende-se da Vila de Barqueiros, no distrito de Vila Real, até Barca D’Alva, no distrito da Guarda. Abrange uma área de cerca de 250 mil hectares e inclui o Alto Douro Vinhateiro, classificado Património Mundial da UNESCO desde 2001.

Vinhos portugueses brilharam no Mundus Vini 2019

sala do concurso Mundus Vini Summer 2019

A 25ª edição do Concurso Mundus Vini teve lugar de 29 de Agosto a 1 de Setembro, em Neustadt, Alemanha. A edição de Verão do concurso englobou 4.409 vinhos de 40 países diferentes, que foram avaliados por 164 provadores de 45 países (incluindo três portugueses). Portugal obteve um excelente desempenho, conseguindo, por exemplo, 4 das […]

A 25ª edição do Concurso Mundus Vini teve lugar de 29 de Agosto a 1 de Setembro, em Neustadt, Alemanha. A edição de Verão do concurso englobou 4.409 vinhos de 40 países diferentes, que foram avaliados por 164 provadores de 45 países (incluindo três portugueses). Portugal obteve um excelente desempenho, conseguindo, por exemplo, 4 das 14 medalhas Grande Ouro atribuídas, o único país a conseguir este número. E foram todas para vinhos tintos, três deles de 2016. Todos eles conseguiram ainda o selo Best of Show, indicando que foram os melhores de todos os vinhos da respectiva região. Melhor ainda: ao contrário do que acontece normalmente, em que a organização não divulga os números por países, desta vez podemos fazer contas parciais, graças a Jorge Ricardo da Silva, um dos provadores portugueses (e professor do Instituto Superior de Agronomia). Sabemos assim que Portugal foi o país que teve maior percentagem de vinhos premiados, mais concretamente 46%. A seguir ficou a França (43%), Espanha (41%), (Itália, 39%) e a Alemanha (36%).
Mas vejamos aos números de presenças por país e as respectivas medalhas: Alemanha, 1.257 vinhos (307 medalhas); Itália, 851 vinhos (487 medalhas); Espanha, 691 vinhos (283 medalhas); Portugal, 284 vinhos (132 medalhas) e, finalmente, França, com 281 vinhos (122 medalhas). Finalmente, podemos dizer que, para além das 4 Grande Medalha de Ouro, os vinhos portugueses conseguiram 67 medalhas de Ouro e 61 de Prata. Pode consultar todos os resultados no site do concurso.
(texto de António Falcão. Foto cortesia Mundus Vini)
vencedores PT no concurso Mundus Vini Summer 2019
Vinhos portugueses com Grande Medalha de Ouro e…
Best of Show Douro
Quinta do Portal Douro Reserva tinto 2016 (Quinta do Portal)
Best of Show Dão
Quinta dos Carvalhais Dão Reserva tinto 2016 (Sogrape Vinhos)
Best of Show Tejo
Reserva do Paul Tejo Grande Reserva tinto 2014 (Quinta Monteiro de Matos)
Best of Show Alentejo
Esporão Alentejo Reserva tinto 2016 (Esporão)

O jantar mais exclusivo do país, a 3 de Outubro no Ritz

Sala Secret Room Ritz

Uma sala no 10º andar especialmente escolhida para o evento, a Secret Room, num dos hotéis mais exclusivos do país, o Ritz. Pratos feitos à medida e confeccionados por dois dos chefes mais conceituados de Portugal, Henrique Sá Pessoa (restaurante Alma) e José Avillez (do Belcanto). Que contam com a cozinha e o staff de […]

Uma sala no 10º andar especialmente escolhida para o evento, a Secret Room, num dos hotéis mais exclusivos do país, o Ritz. Pratos feitos à medida e confeccionados por dois dos chefes mais conceituados de Portugal, Henrique Sá Pessoa (restaurante Alma) e José Avillez (do Belcanto). Que contam com a cozinha e o staff de Pascal Maynard, o chef do Ritz. E não esquecer um conjunto de vinhos a fazer harmonia com as iguarias (ainda em segredo). O remate final da refeição ficará a cargo de Diogo Lopes, sous chef de pastelaria do Ritz. Não há grandes limites à exclusividade e, como tal, o preço é também exclusivo para cada um dos 20 lugares disponíveis: 350 euros.
Esta é a terceira edição do que aquilo que a Amuse Bouche, agência responsável pela comunicação do Ritz’s Secret Room e do festival Sangue na Guelra, considera serem “os jantares mais confidenciais da cidade”. As duas anteriores edições incluíram Eneko Atxa (Azurmendi, Espanha) e Alex Atala (D.O.M, Brasil). As reservas podem ser efectuadas para o e-mail reservas@sanguenaguelra.pt

Portuguesa descobre forma de fazer vinhos com menos grau

Alda João Sousa Rodrigues

Até agora, a produção de vinho com baixo teor alcoólico implicava quase sempre a remoção de álcool já depois de o vinho estar feito. Conseguia-se assim, por exemplo, baixar um vinho de 13 graus para os 9, ou mesmo mais. Ora, é relativamente consensual na indústria que todos os sistemas conhecidos para remoção de álcool […]

Até agora, a produção de vinho com baixo teor alcoólico implicava quase sempre a remoção de álcool já depois de o vinho estar feito. Conseguia-se assim, por exemplo, baixar um vinho de 13 graus para os 9, ou mesmo mais. Ora, é relativamente consensual na indústria que todos os sistemas conhecidos para remoção de álcool (podemos chamar-lhe desalcoolização) acabam por retirar outras coisas ao vinho, degradando a sua qualidade. Será talvez por isso que todos os casos conhecidos – ou quase – de vinhos ‘desalcoolizados’ são de baixo preço. Contudo, os números da indústria não mentem: existe um bom mercado desejoso de vinhos com menos álcool, mas é necessário que tenham boa qualidade (se tal for mesmo possível, diremos nós).
A solução poderá ter chegado através das investigações da cientista portuguesa Alda Sousa Rodrigues, a fazer o seu doutoramento na Universidade da Rioja, em Espanha. Integrada no Grupo de Investigação MicroWine do Instituto de Ciencias de la Vid y del Vino, Alda descobriu leveduras alternativas (às Saccharomyces cerevisiae) para conseguir realizar a fermentação em condições aeróbicas com redução do álcool presente no vinho. A notícia vem do site tecnovino.com, que informa que a investigadora “conseguiu encontrar a combinação do uso de leveduras seleccionadas, do arejamento do mosto nas primeiras etapas de fermentação e do controlo de factores ambientais (temperatura, a contribuição de azoto, etc.)”; com estas técnicas, a investigadora conseguiu reduzir em 3 ou 4 graus o álcool no vinho (em laboratório) e entre 1 e 2 graus em vinificações piloto). Ora, essa fermentação é realizada sem que diminuam as características sensoriais do vinho.
O estudo foi dirigido pelas investigadoras do grupo MicroWine, María Pilar Morales Calvo e Ramón González García. Este último disse à Tecnovino.com que o trabalho realizado por Alda Sousa Rodrigues é uma “etapa numa linha de investigação que tem a sua rota e vamos continuar a segui-la. Interessa-nos o problema do grau alcoólico porque é uma grande preocupação do sector nos últimos anos. Os departamentos de marketing dos produtores de vinho têm pedido aos técnicos que reduzam o grau, mas, por outro lado, que mantenham a qualidade aromática e o corpo dos vinhos, o que é incompatível sem conseguirmos que exista menos açúcar na uva ou que esse açúcar se transforme em menos álcool”. E continua o técnico:
“Que estamos nós a fazer? Estamos a trabalhar com as condições de fermentação e as leveduras que a realizam, tentando que tomem outras direcções metabólicas e em concreto apostámos pela respiração. Quando as leveduras respiram, fazem como nós e vão converter o açúcar em dióxido de carbono e água; ou seja, não produzem etanol. Todo o açúcar que consumam por esta outra via permitirá reduzir nessa mesma percentagem o álcool que vamos encontrar depois no vinho”.
O trabalho de Alda, especialista em técnicas de biologia computacional, focou ainda em outra componente importante: conseguiu também que as novas leveduras (geneticamente modificadas por ela) consigam reduzir significativamente a produção de ácido acético em presença de oxigénio, algo que seria um problema grave com as novas metodologias de fermentação.
Ramón González García disse que a tecnologia não está já pronta para amanhã, mas promete que na vindima de 2020 vão fazer ensaios em maiores escalas e “ir identificando os problemas que forem surgindo”. Toda a equipa está confiante que o processo vai ter pernas para andar. E se assim for, poderá ser uma pequena revolução no futuro próximo de algumas zonas de produção de vinho, ameaçado por ondas de calor que acabam por produzir uvas desequilibradas, com maior grau alcoólico, mas dando vinhos com menos cor e mais adstringentes, porque as maturações (alcoólica e fenólica) estão desfasadas. Até agora, em muitas zonas quentes, para terem maturações fenólicas completas, os viticultores tinham que deixar as maturações alcoólicas avançar até limites muito altos (15, 16 ou mais graus de álcool).
Pode ver aqui um vídeo (em espanhol), da própria Universidade da Rioja sobre este assunto.
(texto de António Falcão; foto cortesia da Universidade da Rioja)

Região de Lisboa está a bater recordes em 2019

Paisagem vínica da região de Lisboa

Face a 2018, a região vitivinícola de Lisboa está a crescer cerca de 20% no número de vinhos certificados e uma percentagem semelhante nos números de garrafas vendidas (mais cerca de 7 milhões). A abertura de 10 novos mercados de exportação teve certamente a ver com estes valores tão positivos, mas, diz a Comissão Vitivinícola […]

Face a 2018, a região vitivinícola de Lisboa está a crescer cerca de 20% no número de vinhos certificados e uma percentagem semelhante nos números de garrafas vendidas (mais cerca de 7 milhões). A abertura de 10 novos mercados de exportação teve certamente a ver com estes valores tão positivos, mas, diz a Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVR) em comunicado de imprensa, também tem a ver com o “crescimento sustentado das vendas em mercados estratégicos”. Por outro lado, metade dos produtores de Lisboa já exportam para fora da União Europeia. No total, as exportações ameaçam ultrapassar os 50% da produção em 2019.
Num outro registo, a CVR de Lisboa congratula-se também pelo sucesso na apólice colectiva de seguros de colheita, que neste primeiro ano abrangeu cerca de 5.000 hectares, mais de 50% das vinhas certificadas da região, e com um capital seguro de 20 milhões de euros (valor das uvas seguradas).
“Apesar da previsão de quebra de produção de cerca de 10%, reina o optimismo e estamos seguros de que mais uma vez se confirmará a qualidade na diversidade que a região permite, algo que o mercado e os consumidores estão a procurar e a valorizar”, frisou Francisco Toscano Rico, presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa.
Refira-se ainda que, nos últimos 10 anos, muitos produtores de Lisboa têm apostado na reestruturação das suas vinhas, com uma escolha de castas e de novos modelos de plantação direccionadas para a qualidade, sustentabilidade e competitividade.