Kopke personaliza garrafas para o Dia dos Namorados

Com o dia de São Valentim a chegar, a Kopke sugere a personalização de uma das suas garrafas com uma mensagem especial, à escolha. A Casa de vinho do Porto, que pertence ao Grupo Sogevinus, mantém-se fiel ao seu compromisso de colocar os seus vinhos de excelência na garrafa icónica Kopke, com rótulo pintado manualmente, […]

Com o dia de São Valentim a chegar, a Kopke sugere a personalização de uma das suas garrafas com uma mensagem especial, à escolha. A Casa de vinho do Porto, que pertence ao Grupo Sogevinus, mantém-se fiel ao seu compromisso de colocar os seus vinhos de excelência na garrafa icónica Kopke, com rótulo pintado manualmente, uma “Extensão do cuidado singular relativo ao património da marca”, como refere a Kopke em comunicado de imprensa.

Para personalizar a garrafa, há várias vias possíveis: visitar a loja Kopke em Gaia, ir à Flores Wine Shop, ou enviar um e-mail para uma destas com a mensagem que deverá constar no rótulo – até um máximo de 25 caracteres. É possível escolher entre cinco referências de vinho: Tawny 2000, White 2005, Tawny 20 anos, Tawny 30 anos ou Tawny 40 anos.

A Kopke é uma marca que integra o Grupo Sogevinus Fine Wines e foi fundada em 1638, por Nicolau Kopke. Os seus vinhos são produzidos na Quinta São Luiz, situada na sub-região duriense do Cima Corgo, na margem esquerda do rio. A Quinta tem uma área total de 125 hectares, 90 dos quais são plantados com vinhas, algumas com mais de 80 anos.

Quinta do Noval abre loja no cais do Pinhão

A Quinta do Noval anunciou a abertura da sua nova loja no cais do Pinhão, no coração do Douro. A Noval abriu a sua primeira loja em 1995 na margem sul do Douro em Vila Nova de Gaia, no centro histórico do comércio do vinho do Porto. Desde então, tem recebido clientes de todo o […]

A Quinta do Noval anunciou a abertura da sua nova loja no cais do Pinhão, no coração do Douro.

A Noval abriu a sua primeira loja em 1995 na margem sul do Douro em Vila Nova de Gaia, no centro histórico do comércio do vinho do Porto. Desde então, tem recebido clientes de todo o mundo, partilhando com eles a história da Quinta do Noval e dos seus vinhos do Porto. Com a abertura desta nova loja no cais do Pinhão, num antigo armazém de vinho do Porto, a Noval espera adicionar uma nova dimensão à experiência dos que a visitam, desta vez no Douro, mais perto das vinhas que originam a grande qualidade dos seus vinhos, chamando à descoberta do terroir e do carácter único dessas parcelas. Esta nova loja é, assim, um lugar de descoberta, de partilha de informação e, acima de tudo, de prova de vinhos. Uma gama completa de vinhos da Quinta do Noval e de artigos relacionados com o vinho vão estar também à venda na loja.

Christian Seely, Diretor Geral, comentou em comunicado de imprensa: “Um dos muitos desenvolvimentos interessantes nos últimos anos, no Porto e no Douro, foi o aumento importante de visitantes de todo o mundo. Vêm descobrir esta região mágica e provar os seus vinhos. Estamos muito satisfeitos com a expansão da nossa capacidade para os receber nesta nova loja no Douro, e ansiosos por partilhar os nossos vinhos e a nossa paixão pelas vinhas e pela região com todos os que nos visitam”.

A Quinta do Noval Wine Shop situa-se no número 15 da Rua da Praia.

Contacto: Cindy Esteves – +351 933770285 – cindy@quintadonoval.pt
Horário: De Novembro até à Páscoa: 10h30 – 13h00 e 14h00 – 19h30 / Fecha ao domingo e segunda-feira
Da Páscoa até Outubro: 10h30 – 19h30 / Abre todos os dias

O salão alternativo mais cool do país está quase aí

O primeiro, e até agora único, salão alternativo português de vinhos, petiscos, arte e música, volta nos dias 21 e 22 de Fevereiro, no Cais Novo, no Porto. A oitava edição do “simplesmente… Vinho” conta com 100 + 1 produtores muito genuínos: de Portugal, Espanha, França e mais um convidado especial dos EUA. Também haverá […]

O primeiro, e até agora único, salão alternativo português de vinhos, petiscos, arte e música, volta nos dias 21 e 22 de Fevereiro, no Cais Novo, no Porto. A oitava edição do “simplesmente… Vinho” conta com 100 + 1 produtores muito genuínos: de Portugal, Espanha, França e mais um convidado especial dos EUA. Também haverá obras de arte de cinco autores, a música de dois projectos portugueses e os petiscos de três restaurantes.

Nas últimas décadas, como contraponto à globalização e industrialização do vinho, grupos de produtores têm vindo a organizar mostras de vinhos alternativas às grandes feiras do vinho (Vinexpo em Bordeaux, Vinitaly em Verona, Prowein em Dusseldorf, entre outras). Essas mostras alternativas, chamadas vulgarmente de salão off, giram em torno de uma ideia comum que pode ser, por exemplo, uma região, um modo de trabalhar (biológico, biodinâmico, etc), um tipo de vinho (espumantes, vinhos doces, etc). No caso do “simplesmente… Vinho” o traço comum é a ligação à terra, às castas locais, a uma enologia competente mas com raízes na tradição e, como tão bem diz a produtora Filipa Pato, “sem maquilhagem”. O produtor está presente e dá a cara pelo que faz, partilhando a emoção que sentimos cada vez que bebemos os seus vinhos. Este tipo de salão proporciona aos visitantes o contacto com sabores diferentes e uma outra forma e atitude de estar no mundo do vinho.

Nesta edição de 2020, os Estados Unidos serão o convidado especial. E porquê? A organização do “simplesmente… Vinho”, encabeçada por João Roseira, explica: “No final de 2019, a administração Trump começou a atacar o vinho europeu com aumentos de taxas alfandegárias: França, Alemanha, Espanha e Reino Unido já têm uma sobretaxa de 25%. E há ainda a ameaça de 100% para todo o vinho da UE! Supostamente, todas estas medidas são uma retaliação à concorrência da Boeing / Airbus, tributação no espaço da UE de companhias como Google, Amazon, etc. Então, que ano melhor para mostrar o nosso apreço pelas pessoas nos EUA que são exactamente o oposto dessa postura beligerante e fazer dos EUA simplesmente… o convidado especial de 2020? E quem melhor que Joe Swick poderia mostrar esses EUA tão diferentes no salão off do Porto? Joe é um fã de Portugal há anos, tendo passado tempo em diferentes áreas do país. Para os vinhos Swick, são usadas uvas cultivadas organicamente de climas de alta elevação / frio no Oregon e Washington State. Joe usa uma ampla variedade de uvas (incluindo Touriga Nacional, Verdelho e Tinta Miúda) para seus vinhos misteriosamente nomeados: Miúda, Only Zuul, Foryer Za, Bring It, Un Oeuf e Woo Red. Joe é o nosso American Friend”.

Nuno Pinto Leite, da galeria Ela Vai Nua, será o curador da exposição de arte, com obras de cinco artistas: Diogo Muñoz, Karl Own, Maria Cristina Valente, Rosarinho Cruz e Tim Madeira. Cada um dos dois dias termina com um concerto: sexta são os Thee Magnets, o top do garage rock do Porto e, no sábado, o final do “simplesmente… Vinho” é um tributo à tão americana “Jam Session”: The VineRoots Jam Session junta uma selecção única de guest stars para “funkar” e “rock’n’rollar” o Cais Novo como nunca antes.

Para além do vinho, arte e música, três restaurantes juntam-se à festa: Delicatum (Braga), Carvão (Marina da Afurada) e Oficina dos Rissóis (Porto) servem petiscos a partir das 17h. Na zona de restauração, repete-se o bar de vinhos, onde Os Goliardos serão os taberneiros de serviço.

Estes e outros momentos muito autênticos, acontecerão no Cais Novo – Rua de Monchique, 120 (por cima do antigo Museu do Vinho do Porto), no Porto, sexta-feira 21 e sábado 22 de Fevereiro, das 16h às 21:30h.

Cockburn’s oferece chocolate (e não só) no dia de São Valentim

O chocolate e o Vinho do Porto voltam a fazer o par perfeito no Dia dos Namorados, recebendo da melhor forma os visitantes das Caves da Cockburn’s, no dia 14 de Fevereiro. Localizadas na zona histórica de Vila Nova de Gaia propõem um programa especial para o Dia de São Valentim, complementando todas as provas […]

O chocolate e o Vinho do Porto voltam a fazer o par perfeito no Dia dos Namorados, recebendo da melhor forma os visitantes das Caves da Cockburn’s, no dia 14 de Fevereiro. Localizadas na zona histórica de Vila Nova de Gaia propõem um programa especial para o Dia de São Valentim, complementando todas as provas com a oferta de bombons. Os casais vão também receber um presente especial: dois copos para Vinho do Porto, para que possam continuar a celebrar e a brindar esta data em casa.

Ainda antes do momento de degustação, os visitantes têm a oportunidade de conhecer melhor a história da marca, os vinhos ali envelhecidos e armazenados, com a visita guiada. Além do museu do logde integrar uma colecção de aguarelas, datadas do século XIX, da autoria do Barão de Forrester, assim como alguns dos registos da década de 1930 de John Henry Smithes – duas personalidades marcantes na história do Vinho do Porto –, o centro de visitas é o único a integrar uma tanoaria em plena actividade, local onde se realiza a reparação dos cascos que são tão importantes para o envelhecimento dos vinhos generosos.

Os visitantes podem escolher entre sete tipologias de provas – que vão dos 15 aos 50 euros –, como por exemplo a Prova Clássica que integra três produtos clássicos da marca: Cockburn’s Special Reserve, Cockburn’s Late Bottled Vintage e ainda o Cockburn’s 10 Anos. As Caves da Cockburn’s estão abertas das 9h30 às 17h30, sendo que a última visita tem início às 17h00.

Por serem sempre acompanhados por um guia, todas as visitas devem ter reserva prévia, através dos contactos 913 007 950 ou cockburnslodge@cockburns.com, ou ainda através do site www.cockburns.com.

Foto: João Margalha

Plansel vai celebrar Touriga Nacional com prova vertical

No dia 5 de Março, a Quinta da Plansel irá organizar uma prova vertical de Touriga Nacional (prova com vários anos de colheita), nas sua propriedade de Montemor-o-Novo, a Quinta de São Jorge. Esta prova, aberta ao público mediante inscrição prévia, a custar €90, tem o objectivo de mostrar a expressão da casta naquele sítio […]

No dia 5 de Março, a Quinta da Plansel irá organizar uma prova vertical de Touriga Nacional (prova com vários anos de colheita), nas sua propriedade de Montemor-o-Novo, a Quinta de São Jorge.

Esta prova, aberta ao público mediante inscrição prévia, a custar €90, tem o objectivo de mostrar a expressão da casta naquele sítio do Alentejo. Serão colheitas da casa, desde 2009 a 2015, sendo a primeira vez que a empresa compõe uma prova deste género. Para harmonizar, estará incluído um jantar tradicional alentejano.

A reservas podem ser feitas através do e-mail quintadaplansel@plansel.com e do telefone 266 898 920.

Rocim lança cerveja artesanal MiMi

Já vinha a ser anunciado há alguns meses e os teasers eram muitos, mas finalmente chegou a hora da Herdade do Rocim lançar oficialmente a MiMi, uma grape ale com mosto da uva mais emblemática da Vidigueira, a Antão Vaz. A palavra ”artesanal” nunca fez tanto sentido, pois além de nascer de um processo manual […]

Já vinha a ser anunciado há alguns meses e os teasers eram muitos, mas finalmente chegou a hora da Herdade do Rocim lançar oficialmente a MiMi, uma grape ale com mosto da uva mais emblemática da Vidigueira, a Antão Vaz. A palavra ”artesanal” nunca fez tanto sentido, pois além de nascer de um processo manual e cuidadoso, respeitando todas as fases de evolução, esta cerveja fermenta em ânfora de barro durante doze dias, o mítico recipiente tão ligado à cultura ancestral dos vinhos no Alentejo. Depois dessa fermentação, do mosto de uva já misturado com o mosto de cerveja, a MiMi decanta a frio durante cerca de doze meses, é aprimorada e engarrafada, refermentando e maturando em garrafa por dois meses.

A custar 3.60 euros, a MiMi Grape Ale poderá ser aquirida em garafeiras especializadas, por todo o país.

A Escolha do Mestre: Touriga Franca, sinónimo de elegância

A Touriga Franca é um dos pilares dos vinhos portugueses. Tem um papel decisivo nos vinhos do Porto, aparece em lotes de alguns dos melhores vinhos de mesa do país e timidamente começa a surgir igualmente em rótulos como monovarietal. TEXTO Dirceu Vianna Junior MW FOTOS Arquivo A Touriga Franca deve sua popularidade pelo facto […]

A Touriga Franca é um dos pilares dos vinhos portugueses. Tem um papel decisivo nos vinhos do Porto, aparece em lotes de alguns dos melhores vinhos de mesa do país e timidamente começa a surgir igualmente em rótulos como monovarietal.

TEXTO Dirceu Vianna Junior MW

FOTOS Arquivo

A Touriga Franca deve sua popularidade pelo facto de ser produtiva, versátil e responsável por vinhos equilibrados. Por ser uma casta fácil de lidar, tando no campo quanto na adega, agrada simultaneamente quem planta a uva e quem faz o vinho. Ainda que ligada sobretudo ao Douro aparece em várias regiões do país proporcionando vinhos ricos em cor, sedosos, exibindo exuberância de frutas e delicadas notas florais que asseguram elegância.

Casta que gosta de sol

Portugal dispõe das condições ideais para que a Touriga Franca se desenvolva perfeitamente, um dos motivos pela qual é a segunda mais plantada do país com 12.667 hectares. Trata-se de uma casta onde exposição solar é fortemente aconselhada explica Carlos Agrellos, diretor técnico da Quinta do Noval e Quinta da Romaneira. Pelo facto de necessitar calor para se desenvolver plenamente, adapta-se muito bem na região do Douro onde domina as plantações com 10.121ha, segundo dados do Instituto da Vinha e do Vinho.

Paulo Coutinho, enólogo responsável da Quinta do Portal, concorda sobre a afinidade da Touriga Franca com locais quentes, mas alerta que o excesso de calor pode levar a planta ao stress hídrico, causando interrupção temporária do ciclo de maturação. Outro significativo desafio é o ataque das traças. Touriga Franca é resistente ao oídio e ao míldio, mas detesta humidade. Domingos Soares Franco, vice presidente e enólogo chefe do grupo José Maria da Fonseca, admite que a decisão de plantar vinhedos na serra da região da Península de Setúbal, em encostas voltadas ao norte, décadas atrás, foi uma experiência que não revelou bons resultados, pois em zonas com maior humidade é mais sensível às doenças fúngicas e não atinge o grau de maturação adequado. Hoje seus melhores vinhedos de Touriga Franca estão por isso em solos arenosos, menos férteis e locais mais quentes.
Apesar de ser moderadamente vigorosa, a planta tem porte erecto facilitando o manuseio da canópia. Alexandre Relvas, da Casa Agrícola Alexandre Relvas, explica que a planta necessita de alguns anos para se desenvolver. Antes dos sete anos continua frágil e suscetível a bloqueios de maturação, especialmente em anos quentes e condições áridas com e o caso da sub-região de Redondo, no Alentejo. Já na Vidigueira, devido à presença de solos mais ricos, com melhor disponibilidade de água, a planta sofre menos stress e atinge boa maturação.

O rendimento é geralmente uniforme e consistente, mas pode variar desde 0.5 até 3,5 kg por planta. Tipicamente atinge entre 1,5 to 2,5 kg por planta. Para obter um vinho de qualidade nas condições do Douro o ideal, na opinião de Paulo Coutinho, é buscar rendimentos abaixo de 1 kg por planta, mas varia dependendo do ano, da zona e da idade da vinha. Carlos Agrellos considera normal 35 hl por hectare podendo decair até aos 12 hl/ha em vinhas velhas. Quando a produção é excessiva, as uvas podem não atingir o nível de amadurecimento adequado resultando em vinhos com menos cor, estrutura adstringente e que não possibilitam a elaboração de monovarietais de qualidade, segundo Carlos Agrellos. No Alentejo, Alexandre Relvas acredita que é possível produzir cerca de 7 a 8 toneladas por hectare sem sacrificar qualidade. Nas condições de Setúbal, Domingos Soares Franco prefere restringir o rendimento para cerca de 5 ou 6 toneladas para proteger suas características e riqueza aromática.

Muda consoante o local

Uma particularidade da Touriga Franca, explica Domingos Soares Franco, é que os sabores encontrados na fruta na época da colheita são bastante subtis e não mostram o que vai ser o vinho no futuro. Alexandre Relvas não aconselha ficar à espera de concentração e exuberância no bago. Por esse motivo é preciso conhecer intimamente as parcelas. Além disso, a maturação nas condições do Alentejo não é previsível. Em poucos dias o potencial de álcool pode saltar de 10% para 12,5%. No Alentejo amadurece no meio da vindima juntamente com a Touriga Nacional e Alicante Bouschet, antes de Cabernet Sauvignon e Petit Verdot. Curiosamente no norte do país amadurece mais tarde, o que pode atrair danos provocado por pássaros.

A Touriga Franca manifesta características distintas dependendo das condições edafo-climáticas locais. Uma parcela localizada em altitude de 550 metros, na margem direita do rio Pinhão, origina vinhos com boa acidez e potencial alcoólico na casa de 13%, ideal para compor um lote, declara Paulo Coutinho. Em contraste, outra parcela localizada numa altitude de 300 metros na margem esquerda recebe maior incidência solar e é capaz de atingir nível de maturação superior. Os vinhos são mais estruturados, encorpados e capazes de constituir excelentes monovarietais ou utilizados em lotes de vinhos de alta gama. Com relação ao seu comportamento em solos distintos, Domingos Soares Franco explica que vinhas plantadas em xisto resultam em vinhos elegantes, com boa acidez e certa mineralidade. Em solos arenosos revela estilo mais potente, exuberante, com complexidade, mas sem a mineralidade associada ao Douro.

O bago tem tamanho médio e é envolvido por uma película espessa de cor negra-azulada. Tanto a fruta quanto as folhas são resistentes às altas temperaturas. Os cachos variam em tamanho, entre médio e grande, e são compactos representando um desafio, pois em condições húmidas estão sujeitos a podridão que pode acontecer de dentro para fora. Quando o ataque se torna visível pode ser demasiado tarde. Outro perigo é a chuva quando a fruta já está em estado avançado de maturação. Pode causar crescimento em demasia do bago, possível ruptura e estimular desenvolvimento de podridão.

Fácil de lidar na adega

Na adega é uma casta de fácil extração e, de forma geral, fácil lidar afirma Alexandre Relvas. Um desafio para Paulo Coutinho é a conexão entre o bago e o engaço ser resistente, portanto um obstáculo a desengaçar. Por isso é importante que a fruta seja colhida no seu melhor estado de maturação. Em condições mais frescas quando existe algum engaço verde é prudente não abusar nas macerações longas. Carlos Agrellos explica que a vinificação pode ser feita em lagares com a inclusão de engaço, mas o uso de inox é mais frequente. Caso seja usada como um componente de lote é recomendável fazê-lo o mais cedo possível. Se não for parte de um ‘field blend’ que seja logo no início da fermentação, diz Paulo Coutinho. Touriga Franca responde positivamente ao uso de madeira. Paulo Coutinho prefere barricas novas de tosta média a forte, mas Alexandre Relvas acredita que tonéis grandes de 2500 e 5000L e velhos são melhores para preservar o perfil da fruta e a senso de lugar do Alentejo.

Carlos Agrelos explica que devido à sua qualidade e versatilidade, a Touriga Franca é maioritariamente utilizada em vinhos de lote. Além da contribuição do perfil aromático mais complexo, o facto de ter um álcool provável mais baixo ajuda equilibrar os lotes. Para Paulo Coutinho, a Touriga Franca ajuda harmonizar o conjunto, mesmo quando presente em pequena proporção é capaz de equilibrar o lote e manter as outras variedades no lugar como uma espécie de cola.

Touriga Franca vs Touriga Nacional

A Touriga Franca pode não possuir a mesma exuberância aromática que Touriga Nacional, mas possui textura sedosa e esbanja elegância. É uma casta robusta, capaz de produzir vinhos estruturados e com grande potencial de guarda. Para Carlos Agrellos, Touriga Nacional é mais intensa, explosiva e também capaz de produzir vinhos equilibrados, frescos e exibindo notas frutadas e florais. Ambas se complementam muito bem e são capazes de representar a tipicidade dos vinhos de determinadas regiões. Paulo Coutinho alerta que a Touriga Franca, ao contrário da Nacional, raramente impressiona ao primeiro contacto. É recomendável paciência durante a fase inicial da evolução, tanto com tempo em garrafa quando após servida, deixar revelar-se no copo. Entre as duas, Alexandre Relvas confessa preferência pela Touriga Franca, pois quando atinge maturação ideal é capaz de desenvolver maior concentração, elegância e complexidade. Para Domingos Soares Franco é simplesmente a melhor casta tinta portuguesa.

De acordo com Paulo Coutinho, após os primeiros anos pode mostrar-se agreste. Perde a timidez e começa a revelar suas qualidades e complexidade após o quarto ano. Lembra da colheita de 1997 a qual já havia julgado estar em decadência, mas após sete anos surpreendeu e hoje oferece admirável complexidade aromática. Domingos Soares Franco concorda que as características permanecem inicialmente escondidas e recomenda paciência pois são capazes de despertar vivacidade como é o caso das colheitas de 1999 e 2000 cujos vinhos continuam mostrando excelente características.

Em Portugal e no mundo

Apesar de se portar muito bem em regiões de clima quente a Touriga Franca raramente aparece fora de Portugal. Plantações experimentais existem na Tasmânia. Na Califórnia é possível encontrá-la em San Antonio Valley, Sacramento, Lodi e Paso Robles. Natalie Folsom, Gerente Geral da propriedade Cinquain Cellars, explica que a Touriga Franca foi plantada em 2002 e se porta muito bem nas condições quentes de Paso Robles. Além de compor lotes de vinhos fortificados contribui positivamente na estrutura e exuberância aromática de vinhos tranquilos, juntamente com Touriga Nacional e Tinta Cão. Em Portugal aparece nas denominações DOC do Porto, Douro, Távora-Varosa, Bairrada, Óbidos, Alenquer, Arruda, Torres Vedras e Tejo. No DOC Alentejo é permitida desde que não exceda 25% do lote. A legislação permite que seja usada em lotes de vinhos regionais (IG) na maioria das regiões incluindo Trás-os-Montes, Douro, Beiras, Dão, Lisboa, Tejo, Península de Setubal, Alentejo e Algarve.

O passado e futuro

A Touriga Franca tem um passado evasivo visto que sua origem ainda não foi inteiramente estabelecida. Na opinião de Domingos Soares Franco, baseada em conversas com produtores da região do Douro, a casta teve origem na França, o que ajuda explicar o nome. Por outro lado, existem relatos explicando que a casta foi denominada Touriga Francesa meramente em homenagem à Escola de Hibridação Francesa que serviu de inspiração aos trabalhos de investigação feitos em Portugal no final do século XIX com o objetivo de encontrar plantas resistente a filoxera. Além disso existem narrativas que atribuem a criação da Touriga Franca a um curioso e autodidata do Douro chamado Albino de Sousa, eis a explicação de um dos sinônimos, embora não oficial, pela qual a casta é conhecida localmente. Opiniões divergem com relação a origem e não existem evidências conclusivas que suportem qualquer uma dessas teses, mas um facto incontestável é o parentesco. Antonio Graça, diretor de investigação e desenvolvimento da empresa Sogrape, afirma que os progenitores da Touriga Franca são a Touriga Nacional e o Marufo também conhecido pelo sinónimo de Mourisco Roxo. A casta passou no final do século XX a ser reconhecida como Touriga Franca, para evitar ambiguidade, mas alguns produtores, como Domingos Soares Franco, consideram isso um erro visto que o sector não foi devidamente consultado na época. Insiste em usar a terminologia original na espera que os ambos nomes sejam autorizados no futuro.

Não obstante alguns detalhes do passado sejam contenciosos, o futuro parece mais previsível para essa casta que está perfeitamente adaptada às condições climáticas de Portugal, mas dependerá do comportamento climático das próximas décadas. Como a opinião da maioria dos especialistas prevê condições mais quentes e áridas, as plantações continuarão crescendo. Entretanto, caso essas alterações ocorram de forma dramática isso poderá comprometer o ciclo regular de maturação. Por esse motivo é preciso pensar no futuro distante e plantar vinhedos em locais hoje considerados marginais. Paulo Coutinho sugere explorar locais de maior altitude e, no caso do Douro, entrar pelos afluentes do rio principal, normalmente mais frescos que no vale do Rio Douro.

Raridade…uma questão de mercado?

Um aspecto intrigante é o facto de que apesar de ser a segunda casta mais plantada do país, raramente aparece como vinho monovarietal. Na opinião de Alexandre Relvas não existem mais vinhos monovarietais simplesmente por uma questão de mercado devido ao foco que o país em geral tem com a Touriga Nacional. À medida que houver mais interesse por parte de jornalistas e sommeliers e mais confiança por parte dos produtores, os consumidores terão a oportunidade de descobrir os encantos da Touriga Franca que é uma excelente alternativa para os apreciadores de vinhos frutados, exuberantes e sedosos como Malbec, Merlot, Shiraz. Carlos Agrellos utiliza a casta há muitos anos e faz parte de muitos vinhos da Quinta do Noval e da Quinta da Romaneira. O primeiro monovarietal da Quinta da Romaneira Touriga Franca Vinhas Velhas 2016 foi lançado recentemente. O sucesso comercial imediato levou à produção de todas subsequentes colheitas que serão lançadass nos próximos anos.

A Touriga Nacional pode ser considerada a rainha das castas tintas de Portugal, mas a tímida Touriga Franca é capaz de surpreender com sua excepcional elegância. O termo elegância, na terminologia vínica, é frequentemente usado mas raramente explicado. Embora seja um descritor essencial, não existe definição concreta ou explicação científica para ele. Os vinhos elegantes possuem uma certa precisão, equilíbrio e subtileza. Não se trata de sabores específicos, mas como eles interagem e se revelam no copo. É algo difícil de descrever, pessoal e intangível, mas uma coisa é certa: sabemos quando a encontramos. Na medida que surjam mais vinhos monovarietais de Touriga Franca, mais consumidores irão descobrir o que significa elegância no vinho.

Edição n.º32, Dezembro 2019

Huyshe Bower, uma das principais figuras do vinho do Porto, morre aos 82 anos

Conforme comunicado da The Fladgate Partnership: “Huyshe Bower, membro sénior da família, antigo director da The Fladgate Partnership e personalidade conhecida e muito admirada do comércio do vinho, morreu no dia 16 de Janeiro após um longo e debilitante período de doença prolongada. Nascido em Londres em 1937, Maurice Huyshe Syndercombe Bower foi educado no […]

Conforme comunicado da The Fladgate Partnership:

“Huyshe Bower, membro sénior da família, antigo director da The Fladgate Partnership e personalidade conhecida e muito admirada do comércio do vinho, morreu no dia 16 de Janeiro após um longo e debilitante período de doença prolongada.

Nascido em Londres em 1937, Maurice Huyshe Syndercombe Bower foi educado no Eton College e serviu como tenente na 4th/7th Royal Dragoon Guards antes de se juntar aos seus primos, Richard e Stanley Yeatman, na empresa Taylor Fladgate & Yeatman no Porto. Talentoso provador, com nariz e palato finos, além de uma compreensão inata dos grandes vinhos, iniciou a sua carreira em 1959, integrando a equipa da sala de provas, antes de passar para a área de enologia e viticultura.

Em 1961, Huyshe voltou suas competências para as vendas e marketing, estabelecendo, primeiro, uma rede de distribuição europeia e depois mundial para a Taylor’s e para a empresa irmã, a Fonseca, no que era, na época, um momento muito desafiante para o negócio do vinho. Ele foi também fundamental para consolidar a reputação destas famosas casas do vinho do Porto.

O comércio como um todo está em divida com Huyshe devido ao seu importante papel na criação de novos mercados para do vinho do Porto em locais onde era praticamente desconhecido e na expansão de sua presença em países onde já estava bem estabelecido.

Figura carismática, Huyshe era um encantador, culto e conhecedor embaixador do vinho do Porto e desfrutava de grande respeito nos círculos do vinho em todo o mundo. Ele será lembrado com muito carinho por todos aqueles que trabalharam com ele, pelos seus colegas de trabalho e por muitas pessoas a quem ele comunicou o seu entusiasmo pelo vinho do Porto ao longo de sua longa carreira. Deixa três filhos, um dos quais, Robert, que seguiu os passos do seu pai no negócio.

Será celebrada uma missa em memória no dia 4 de Abril às 15h00 na Igreja de São Tiago, Largo da Maternidade de Júlio Dinis 45, no Porto”.

Visitantes das Caves de Vinho do Porto atingem número recorde em 2019

A AEVP – Associação das Empresas de Vinho do Porto, acaba de divulgar que, em 2019, o número de visitantes das Caves de Vinho do Porto certificadas (mais info aqui) bateu um novo recorde, atingindo 1 376 243, número notável que traduz um aumento de 8.8% face ao ano anterior, e de 6.1% em relação […]

A AEVP – Associação das Empresas de Vinho do Porto, acaba de divulgar que, em 2019, o número de visitantes das Caves de Vinho do Porto certificadas (mais info aqui) bateu um novo recorde, atingindo 1 376 243, número notável que traduz um aumento de 8.8% face ao ano anterior, e de 6.1% em relação a 2017 que, até à data, tinha sido o melhor ano de sempre.

De notar que o nível de qualidade e de profissionalismo das Caves é certificado pela SGS, que o classifica como “Exemplar”.

O quadro com todos os números, disponibilizado pela AEVP:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: Real Companhia Velha

ManzWine organiza Feirão com preços incríveis

Dia 1 e 2 de Fevereiro, a ManzWine vai realizar o 1º Feirão de Vinho Premium, onde os amantes de vinho vão ter a oportunidade de comprar, a partir de €2 os melhores vinhos da ManzWine. A iniciativa tem lugar em Cheleiros, Mafra, no local de produção dos vinhos da marca, onde também estão disponíveis […]

Dia 1 e 2 de Fevereiro, a ManzWine vai realizar o 1º Feirão de Vinho Premium, onde os amantes de vinho vão ter a oportunidade de comprar, a partir de €2 os melhores vinhos da ManzWine.

A iniciativa tem lugar em Cheleiros, Mafra, no local de produção dos vinhos da marca, onde também estão disponíveis para visita o museu e a escola antiga, esta agora adaptada para a sala de barricas.

Este Feirão nasceu com a intenção de reaproveitar vinhos que a empresa não introduz no mercado para venda por terem erros de embalagem, como por exemplo rotulagens erradas, cápsulas mal colocadas, colheitas mais antigas ou rótulos manchados, não colocando em causa a qualidade dos vinhos. Estes representam, assim, uma grande oportunidade de compra.