Chineses vão beber mais espumante

Wine Intelligence - Sparkling Wine in the Chinese Market

Na maior parte dos mercados ocidentais, o espumante representa cerca de 10% do consumo de vinho. Na China é de apenas 1%! Mas a situação está a mudar, diz um relatório da Wine Intelligence – Sparkling Wine in the Chinese Market – acabado de publicar. A empresa de estudos de mercado indica que uma nova […]

Na maior parte dos mercados ocidentais, o espumante representa cerca de 10% do consumo de vinho. Na China é de apenas 1%! Mas a situação está a mudar, diz um relatório da Wine Intelligence – Sparkling Wine in the Chinese Market – acabado de publicar. A empresa de estudos de mercado indica que uma nova geração de consumidores – especialmente os jovens com formação superior – estão a explorar outros caminhos no consumo de vinho, indo além do tradicional vinho tinto. Ao mesmo tempo, a chegada ao mercado chinês de um conjunto de espumantes de baixo preço permitiu a muitos consumidores provarem este tipo de vinho, o que antes lhes seria economicamente inacessível.

O espumante, recorde-se, não tem na China a conotação de bebida festiva e de brinde como existe no mundo ocidental.

O relatório indica ainda qual o tipo de perfil de espumante que deverá ter o maior potencial no mercado chinês: “doce, mas não demasiado, só o suficiente para equilibrar a acidez do espumante; ligeiramente gasoso (como um frisante) e bastante frutado.

O estudo custa 1.800 euros e pode ser encomendado através do site da Wine Intelligence.

 

Adega da Herdade do Freixo ganha prémio de arquitectura

Herdade do Freixo ganha premio de arquitectura

Concebida pelo atelier de Frederico Valsassina Arquitectos, a adega da Herdade do Freixo acaba de conquistar o primeiro prémio da ArchDaily, na categoria de Industrial Architecture. O site ArchDaily (www.archdaily.com) considera-se o “mais visitado do mundo da arquitectura”. O prémio está integrado nos prémios “2018 Building of the Year Awards” e resulta da votação dos […]

Concebida pelo atelier de Frederico Valsassina Arquitectos, a adega da Herdade do Freixo acaba de conquistar o primeiro prémio da ArchDaily, na categoria de Industrial Architecture. O site ArchDaily (www.archdaily.com) considera-se o “mais visitado do mundo da arquitectura”. O prémio está integrado nos prémios “2018 Building of the Year Awards” e resulta da votação dos leitores do site, com quase 100.000 votos depositados.

A adega da Herdade do Freixo tem uma arquitectura muito particular, sendo construída em profundidade: só uma pequena parte está visível do exterior. Um gigantesco buraco com mais de 40 metros de fundo foi alojar a parte subterrânea, que é acedida através de uma rampa em espiral. A concepção vertical permite ainda que as uvas cheguem à zona de vinificação por gravidade, preservando melhor a sua integridade. Ao mesmo tempo, a estabilidade térmica é muito melhorada, já que a terra por cima serve de isolamento aos calores, por vezes violentos, do norte alentejano. A adega fica ao pé da vila do Redondo e foi inaugurada em 2016. Os vinhos que daqui saíram já congregaram excelentes críticas por parte dos especialistas.

Se desejar visitar esta obra arquitectónica, a adega pode ser visitada de terça a sábado, às 11:30 e às 15:30. O preço por pessoa é de 6,50 euros. As marcações podem ser feitas pelo tel. 266 094 830.

Esporão lança o livro “Colheitas e Artistas 1985 – 2015”

livro Esporão Colheitas e Artistas 1985 – 2015

O livro reúne 30 colheitas, 32 Artistas e 90 obras originais que ilustram os rótulos da colecção do Esporão. Desde o seu primeiro vinho, de 1985, que o Esporão mantém a tradição de enriquecer e personalizar os rótulos de cada colheita, unindo a cultura universal do vinho e da arte. Até 2015, o Esporão contou […]

O livro reúne 30 colheitas, 32 Artistas e 90 obras originais que ilustram os rótulos da colecção do Esporão. Desde o seu primeiro vinho, de 1985, que o Esporão mantém a tradição de enriquecer e personalizar os rótulos de cada colheita, unindo a cultura universal do vinho e da arte. Até 2015, o Esporão contou com 29 artistas portugueses, 2 angolanos e 1 brasileiro. O livro do Esporão “Colheitas e Artistas 1985 – 2015” resulta de uma compilação única das colheitas e o seu enquadramento histórico.

Entre os artistas plásticos contam-se Manuel Cargaleiro, Dórdio Gomes, João Hogan, Júlio Resende, Júlio Pomar, José de Guimarães, Artur Bual, Mestre Isabelino, Luís Pinto Coelho, Armando Alves, Pedro Proença, Julião Sarmento, Graça Morais, Guilherme Parente, Pedro Calapez, Costa Pinheiro, Gilberto e Gabriel Colaço, Pedro Cabrita Reis, José Manuel Rodrigues, José Pedro Croft, Joana Vasconcelos, Rui Sanches, Lourdes de Castro, Felipe Oliveira Baptista, Alberto Carneiro, João Queiroz e Pedro A.H. Paixão. Colaboraram ainda os artistas plásticos angolanos António Ole e Binelde Hyrcan, o brasileiro Rubens Gerschman e Ana Jotta para uma edição especial do 1.º Prémio da Confraria do Alentejo.

A tradição tem continuado e, a este grupo de 32 artistas, seguiu-se Duarte Belo e será anunciada uma nova colaboração ainda este ano.

O livro estará à venda nas livrarias Ler Devagar e Ferin, em Lisboa; na Livraria do Mercado, em Óbidos, bem como no Enoturismo da Herdade do Esporão, com um preço aproximado de €50.

Região do Tejo está a crescer em vendas

CVR Tejo

Os Vinhos da Região do Tejo registaram um crescimento de 10,9% no seu volume de vendas entre Janeiro e Setembro de 2017, face ao mesmo período de 2016. Estes resultados estão acima do valor estimado pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) para o ano de 2017. Este crescimento, estima a CVR, tem vindo […]

Os Vinhos da Região do Tejo registaram um crescimento de 10,9% no seu volume de vendas entre Janeiro e Setembro de 2017, face ao mesmo período de 2016. Estes resultados estão acima do valor estimado pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) para o ano de 2017. Este crescimento, estima a CVR, tem vindo a ser acompanhado pelo aumento do número de vinhos certificados, um bom sinal.
Segundo dados da empresa de estudos de mercado Nielsen, e em relação ao mercado Nacional, registaram-se valores de vendas acima dos registados em 2016 (Distribuição + Restauração) que, cresceram 14,3% em volume e 17,7% em valor.
Nas exportações, as coisas também estão a correr bem: em 2017, as vendas nos seis mercados estratégicos de exportação cresceram 19,8%, e entre 2014 e 2017 o crescimento global nestes 6 mercados foi de 57%. A exportação ocupa neste momento 33% das vendas da região Tejo. Em 2017 o destaque vai para o Brasil, onde as vendas cresceram 82%, seguido da Polónia (23,8%), Alemanha (13,7%), EUA (7,2%) e China (5,09%).

Muitas iniciativas
Para este ano, a CVR Tejo efectuará novas acções de promoção, como a participação dos vinhos da região em vários concursos internacionais, dos quais se destacam o International Wine Challenge (IWC) e o Decanter World Wine Awards, ambos no Reino Unido; o MundusVini e o Berliner Wein Trophy, na Alemanha; e o Enoexpo Wine Competition na Polónia.
Nas feiras internacionais mais importantes, confirma-se a presença dos Vinhos do Tejo na INTERWINE, na China; na ENOEXPO, na Polónia; e na PROWEIN, na Alemanha. Para além das feiras estão previstos Roadshows na China, na Polónia e no Brasil, onde a “Caravana Vinhos do Tejo” passará por diversas cidades brasileiras. Ainda um especial destaque para as Grandes Provas Anuais Vinhos do Tejo, que vão decorrer no Brasil, Reino Unido, Polónia e Alemanha. Além destas acções, estão também previstas para 2018 provas de vinho com jornalistas e bloggers, cursos de vinhos, master classes e visitas de jornalistas e importadores estrangeiros à região do Tejo.
Em Portugal é de realçar a participação em eventos como o Concurso de Vinhos Engarrafados do Tejo (CVET), o Concurso Vinhos de Portugal, a Gala Vinhos do Tejo e o Tejo Gourmet, promoção do Dia dos Namorados, roadshow pelas praias de norte a sul, Mercado de Vinhos do Campo Pequeno, bem como a participação em diversas feiras.

Curso de gastronomia e de vinhos, a 24 de Fevereiro e 3 de Março

Para além da edição desta revista e dos eventos – como a maior feira nacional sobre vinho e gastronomia – uma das actividades nascentes da VINHO Grandes Escolhas tem a ver com formação. O primeiro curso já se realizou em Janeiro, com grande sucesso. Tratou-se de um curso de Nível 1 – Introdução aos vinhos […]

Para além da edição desta revista e dos eventos – como a maior feira nacional sobre vinho e gastronomia – uma das actividades nascentes da VINHO Grandes Escolhas tem a ver com formação. O primeiro curso já se realizou em Janeiro, com grande sucesso. Tratou-se de um curso de Nível 1 – Introdução aos vinhos portugueses e foi ministrado por Luís Lopes, director da VINHO Grandes Escolhas. Participaram 22 formandos, esgotando a capacidade da sala. A próxima edição irá ocorrer a 3 de Março, com o mesmo formato, e a formação estará a cargo de João Paulo Martins, formador e crítico de vinhos com mais de três décadas de experiência. Os participantes vão receber formação durante 4 horas, com provas de vinhos, e no final receberão documentação detalhada.

Curso de Gastronomia a 24 de Fevereiro
Jornalista, crítico gastronómico, autor e grande especialista em temas gastronómicos, Fortunato da Câmara vai ministrar um curso para “para apreciadores curiosos”. O curso terá uma duração de 3 horas e vai incluir uma série de temas raramente disponíveis para o público não especializado. Falamos, por exemplo, da “percepção do gosto em termos neurofisiológicos e a formação da “personalidade” alimentar desde a infância”. Ou ainda “a identificação dos pratos num menu de restaurante e a expectativa de quem os escolhe”. Pelo meio vai ainda aprender (e provar, claro) muitas outras coisas e no final receberá documentação.

Ambos os cursos requerem reserva para o tel: 211 397 433 ou para micheliepeste@grandesescolhas.com. Os preços são de €50 por pessoa, mas baixam para €45 para assinantes da VINHO Grandes Escolhas. Estão ainda disponíveis vouchers de oferta.

Casa de Mouraz vai renascer das cinzas… com a nossa ajuda

Casa de Mouraz, crowdfunding

Foi certamente a casa produtora de vinhos mais afectada pelos trágicos incêndios do Verão passado. E foi um verdadeiro pesadelo o que viveram Sara Dionísio e António Lopes Ribeiro em 15 de Outubro. O incêndio que começou na Lousã – a mais de 100 quilómetros de distância – chegou em força a Tondela. E começou […]

Foi certamente a casa produtora de vinhos mais afectada pelos trágicos incêndios do Verão passado. E foi um verdadeiro pesadelo o que viveram Sara Dionísio e António Lopes Ribeiro em 15 de Outubro. O incêndio que começou na Lousã – a mais de 100 quilómetros de distância – chegou em força a Tondela. E começou a tragédia…

Não só perderam uma parte da vinha, como quase todos os equipamentos, alguns imóveis agrícolas, e parte da produção em estágio. Adeptos há muito do modo de produção biológico e biodinâmico, Sara e António estão agora a refazer a sua exploração e precisam da ajuda de todos os enófilos. Falamos de um autêntico renascer das cinzas…

Os proprietários tencionam replantar 6 hectares de vinha, comprar novos equipamentos e fazer uma nova adega e armazém. Estes três projectos vão custar 770.000 euros mas uma parte pode vir de nós. A empresa familiar já colocou uma campanha para facilitar a nossa ajuda, que pode ser consultado neste site Internet.

A ajuda pode começar em 20 euros e pode ir até aos 5.000. Pelo meio tem várias outras opções mas não se trata de um donativo. Nenhuma contribuição sua fica sem retribuição. Considere-o um investimento… São vários os itens que vai receber em troca, incluindo vouchers para gastar em produtos da Casa de Mouraz, incluindo vinho. Com 20 anos de produção de vinhos, a Casa de Mouraz vai mesmo renascer das cinzas e você pode dar uma ajuda a esta gente boa, muito afectada por uma tragédia. Mãos à obra…

José Avillez premiado pela Academia Internacional de Gastronomia

José Avillez

Trata-se do “Grand prix de l’Art de la cuisine” e é considerado o prémio máximo da Academia Internacional da Gastronomia. O chefe José Avillez (do restaurante Belcanto) é o primeiro português a conseguir esta distinção, que já coube, desde 1990, a alguns dos mais conhecidos chefes do mundo. Recorde-se que o Belcanto de José Avillez […]

Trata-se do “Grand prix de l’Art de la cuisine” e é considerado o prémio máximo da Academia Internacional da Gastronomia. O chefe José Avillez (do restaurante Belcanto) é o primeiro português a conseguir esta distinção, que já coube, desde 1990, a alguns dos mais conhecidos chefes do mundo. Recorde-se que o Belcanto de José Avillez possui duas estrelas Michelin e que a terceira poderá estar agora mais próxima. Seria também a primeira vez que tal acontecia em Portugal…

Portugal esteve representado na Assembleia Geral da Academia Internacional pela Academia Portuguesa de Gastronomia, a qual se congratulou efusivamente com este prémio.
Foram ainda distinguidos Pedro Pena Bastos (Chef de l’Avenir), Gabriela Marques (Prix au Sommelier), George Mendes com o livro “My Portugal” (Prix de Literature Gastronomique) e Leonardo Pereira com o programa de televisão “Chef de Raiz” (Prix Multimedia).

Brancos com barrica

Apesar de alguns fazedores de opinião terem resolvido diabolizar os vinhos com madeira, a verdade é que o consumidor continua apreciando, comprando e voltando para comprar de novo. E há boas razões para isso.   TEXTO Dirceu Vianna Junior MW FOTOS Ricardo Palma Veiga O papel do vinho nas nossas vidas é dar prazer. Princípios […]

Apesar de alguns fazedores de opinião terem resolvido diabolizar os vinhos com madeira, a verdade é que o consumidor continua apreciando, comprando e voltando para comprar de novo. E há boas razões para isso.

 

TEXTO Dirceu Vianna Junior MW FOTOS Ricardo Palma Veiga

O papel do vinho nas nossas vidas é dar prazer. Princípios básicos de harmonização servem para ajudar-nos a determinar o vinho adequado para servir com certo prato. Muitas vezes essa selecção é feita exclusivamente em função do prato a ser servido não levando em consideração a estação do ano e raramente o clima no momento do consumo.

A tendência natural de um consumidor seria beber vinhos tintos, principalmente os mais encorpados, durante o inverno. Talvez essa seja uma explicação do facto de países Nórdicos preferirem vinhos mais robustos, estilo ‘ripasso’ italiano, cujo teor alcoólico pode servir para ajudar aquecer os dias de frio intenso do inverno. Vinhos brancos oferecem a proposta de refrescar os dias mais quentes de verão. Entretanto, quando as circunstâncias pedem um vinho branco em tempos mais frios, a solução seria buscar estilos mais encorpados, mais densos e, por que não, amadeirados.

Para muitas pessoas uma recomendação como essa pode ser considerada ultrapassada visto que sommeliers de vários cantos do mundo estão na onda de falar sobre vinhos naturais, vinhos vulcânicos e vinhos laranja.

Para esse pequeno, mas às vezes influente grupo de pessoas, o estilo deve ser seco, sem madeira e ter acidez suficiente para tirar pelo menos uma camada de esmalte de seus dentes. Jornalistas parecem não cansar de escrever sobre as propriedades malignas da madeira. Apesar disso, o consumidor continua comprando, apreciando e retornando para adquirir vinhos com características de carvalho. Em degustações que conduzi nas últimas semanas para centenas de consumidores tanto na Europa como América do Sul, onde foram apresentados lado a lado vinhos sem influência da madeira em comparação com vinhos envelhecidos em barrica, a preferência foi clara e arrasadora em favor de vinhos amadeirados. Essas pessoas, incluindo desde iniciantes até profissionais da indústria, demonstraram preferir os atributos que o envelhecimento em carvalho confere ao vinho tanto em relação à textura quando aos aromas, sabores e maior complexidade.

O que consumidores não gostam é do uso indiscriminado e excessivo da madeira, muito vezes escondendo outros atributos positivos que o vinho tem a oferecer. Quem já degustou vinhos brancos da Austrália ou Califórnia da década de 90 lembra-se bem disso. Quem não teve essa oportunidade, é fácil imaginar um vinho dourado escuro com aromas intensos incluindo notas de baunilha, coco e especiarias doces. O primeiro copo era um ataque nos seus sentidos, o segundo copo era cansativo devido aos aromas intensos e uni-dimensionais; chegar ao terceiro era quase impossível.

As diferentes madeiras
O uso da madeira não é nada de novo no mundo do vinho. Os romanos já usavam barris de madeira para medir, armazenar e transportar vinhos, mas apenas nos últimos 50 anos os avanços tecnológicos, juntamente com conhecimento científico, nos permitiram entender com mais eficiência os atributos positivos que o carvalho pode transmitir ao vinho.

Além de ter peso leve, em comparação com outros materiais, ser maleável, relativamente impermeável e reciclável, a madeira pode ceder ao vinho aromas e sabores de baunilha, cedro, café, avelã e várias outras notas de especiarias dependendo da origem da madeira, nível de tosta, tempo de envelhecimento, tamanho e idade da barrica. Por exemplo, os carvalhos de origem francesa das florestas de Allier e Nevers são madeiras que possuem em sua composição grãos apertados e adicionam ao vinho notas suaves de baunilha; já o carvalho da floresta de Vosges é um carvalho branco, também de grão apertado, e bastante aromático, onde muitas vezes se sentem notas de avelã.

O carvalho de origem americana é composto de componentes voláteis mais intensos e confere ao vinho aromas e sabores mais óbvios de coco e baunilha. Por isso necessita cuidado por parte do enólogo para evitar que acabe marcando demais o vinho.

Críticos e sommeliers parecem não favorecer a madeira americana. Mas, no entanto, esse tipo de madeira é usado em grandes vinhos franceses desde Cru Classe de Bordéus até excelentes brancos da borgonha como Domaine de Maltroye in Chassagne-Montrachet, mesmo que em pequena proporção. Em Portugal, David Baverstock é responsável pela elaboração do conhecido Esporão Reserva Branco. O vinho é composto de 30% Roupeiro, 30% Arinto, 30% Antão Vaz e 10% Semillon. A maior parte (60%) do vinho é vinificado em inox, ajudando manter a frescura. Cerca de 40% do lote passa por madeira e desse, grande parte (70%) é fermentado e envelhecido em madeira Americana nova por seis meses. Esse vinho demonstra que madeira Americana, quando bem julgada, pode melhorar a qualidade e conferir ao vinho complexidade, sem se lhe sobrepor.

A barrica é mais-valia
O nível de tosta é extremamente importante e, por exemplo, os técnicos da tonelaria Taransaud recomendam tosta leve para vinhos mais delicados. A tosta alta pode transmitir características marcantes e exige cuidado pois pode facilmente se sobrepor à fruta e dominar o vinho. ‘Tosta média’ é recomendável para transmitir ao vinho mais complexidade e conferir harmonia. Um dos brancos amadeirados mais impressionantes de Portugal no momento, é feito a partir da casta Arinto. O bairradino Encontro 1, colheita 2013, criação de Osvaldo Amado, fermentou e estagiou em barricas de Carvalho Francês da floresta de Allier de tosta média fraca por nove meses.

Quando bem julgado, o carvalho contribui para melhorar o perfil aromático, textura, sabor e complexidade do vinho. Não restam dúvidas de que vinhos com madeira excessiva são vinhos de um estilo ultrapassado. A tendência de vários grupos buscarem vinhos mais frescos, leves e sem madeira existe e continua ganhando espaço em várias partes do mundo. Frescura e autenticidade são atributos positivos que devem ser preservados. No entanto, vinhos com fermentação e estágio em madeira, de um modo geral, são vinhos mais complexos. Para confirmar isso basta procurar um bom vinho branco francês da Borgonha de uma vila como Meursault, Puligny-Montrachet e Corton ou de Bordeaux, como um bom Pessac Leognan, por exemplo. São vinhos clássicos de grande personalidade e complexidade. Um vinho português digno de ser comparado com qualquer outro branco de alto nível em âmbito mundial é o Quinta dos Carvalhais Branco Especial. De acordo com a enóloga responsável, Beatriz Cabral de Almeida, o vinho é composto de 40% de Encruzado, 30% de Gouveio, 12% de Semillon e 18% de castas mistas do campo. A fermentação ocorreu em cubas de inox e o vinho envelheceu em barricas usadas de carvalho Francês, 57% da floresta de Allier e 43% da floresta de Vosges. O vinho é composto por componentes das colheitas de 2005 (24%), 2006 (48%) e 2009 (28%) e tem em média 10 anos de estágio em madeira.

Não restam dúvidas de que os vinhos brancos portugueses, de uma forma geral, evoluíram muito nos últimos anos e o uso apropriado da madeira contribuiu para esse desenvolvimento. Fazedores de opinião podem apontar para vinhos naturais, vinhos vulcânicos e vinhos laranja, mas a verdade é esta: o que o consumidor mais aprecia num vinho é, simplesmente, harmonia. Tendências vêm e vão como um pêndulo. Vinhos que conseguem manter autenticidade da fruta e, ao mesmo tempo, beneficiar-se do impacto positivo que a madeira pode oferecer em termos de textura sedosa e elegante complexidade, jamais sairão de moda.

Vinhos recomendados
Quinta dos Carvalhais Branco Especial (Dão branco)
Sogrape
19 valores
PVP € 33

Encontro 1 (Bairrada branco 2013)
Quinta do Encontro
18,5 valores
PVP € 25

Andreza (Douro Grande Reserva branco 2014)
Lua Cheia em Vinhas Velhas
18 valores
PVP € 15

Guru (Douro branco 2016)
Wine & Soul
18 valores
PVP € 24

Quinta de Soalheiro (Vinho Verde Monção e Melgaço Alvarinho Reserva branco 2015)
Vinusoalleirus
18 valores
PVP € 22

Berço (Douro branco 2012)
Alves de Sousa
17,5 valores
PVP € 28,50

Campolargo ‘Barrica’(Bairrada Arinto branco 2016)
Manuel dos Santos Campolargo
17,5 valores
PVP € 12

Esporão(Alentejo Reserva branco 2016)
Esporão
17,5 valores
PVP € 15

Grainha(Douro Reserva branco 2016)
Quinta Nova N. S. do Carmo
17,5 valores
PVP € 14,50

Herdade dos Grous(Regional Alentejano Reserva branco 2016)
Herdade dos Grous
17 valores
PVP € 55

Quinta do Cardo Vinha Lomedo(Beira Interior Síria branco 2014)
Agrocardo
17 valores
PVP € 19,90