Grupo Abegoaria com nova Directora de Marketing

Abegoaria

Márcia Farinha assume o cargo de Diretora de Marketing do Grupo Abegoaria, com a missão de assumir o desafio de reforçar a estratégia de crescimento e o posicionamento das marcas de vinhos da empresa. O objectivo deste compromisso estende-se à aposta reforçada a respeito da comunicação e do marketing, no sentido de expandir o nome […]

Márcia Farinha assume o cargo de Diretora de Marketing do Grupo Abegoaria, com a missão de assumir o desafio de reforçar a estratégia de crescimento e o posicionamento das marcas de vinhos da empresa. O objectivo deste compromisso estende-se à aposta reforçada a respeito da comunicação e do marketing, no sentido de expandir o nome do produtor no mercado nacional como internacional.

Sobre esta boa nova, Márcia Farinha afirma: “é a oportunidade de contribuir de forma decisiva para o crescimento de um dos players mais relevantes do setor, que valoriza a qualidade, a inovação e o compromisso com as pessoas. Encaro este desafio com entusiasmo, motivação e um forte sentido de missão: reforçar a presença das nossas marcas e potenciar o crescimento sustentável de um grupo que é referência no panorama vitivinícola português.”

O percurso de Márcia Farinha inclui a Quinta da Alorna, na região do Tejo, a Quinta de Pancas, no território dos Vinhos de Lisboa, bem como a Herdade das Servas e da Adega de Borba, ambas no Alentejo.

Sobre o Grupo Abegoaria, é de destacar que se trata de um dos cinco maiores produtores em Portugal, com vinhos nas regiões de Vinhos Verdes, Douro, Dão, Tejo, Lisboa, Beira Interior, Alentejo, Algarve e Açores.

 

Anadia recebe a 1ª competição ibérica de escanções

Anadia

Entre os dias 26 e 29 de Novembro de 2025, a Anadia, na região da Bairrada, é a anfitriã da 1ª edição do Iberian Sommelier Contest. Trata-se de um encontro que reúne os cinco melhores profissionais do vinho dos dois países vizinhos, Portugal e Espanha, distribuídos por igual número entre os dois países da Península […]

Entre os dias 26 e 29 de Novembro de 2025, a Anadia, na região da Bairrada, é a anfitriã da 1ª edição do Iberian Sommelier Contest. Trata-se de um encontro que reúne os cinco melhores profissionais do vinho dos dois países vizinhos, Portugal e Espanha, distribuídos por igual número entre os dois países da Península Ibérica. Os participantes foram previamente selecionados através dos respetivos concursos nacionais. O objectivo é, por um lado, eleger o “Melhor Sommelier Ibérico 2025”, com base na valorização do conhecimento, da comunicação, do serviço e da capacidade de liderar experiências enogastronómicas de alto nível, e, por outro lado, enfatizar a excelência profissional, reforçar o intercâmbio de conhecimento e enaltecer a visibilidade das regiões vitivinícolas dos dois países.

Tiago Paula, Presidente da Associação dos Escanções de Portugal, “o Iberian Sommelier Contest reforça a ambição da classe portuguesa dos escanções: competir ao mais alto nível e afirmar a nossa identidade profissional. Mas mais do que um concurso, é um espaço de partilha, crescimento e valorização do talento, que promove formação contínua e contribui para elevar a imagem de Portugal como referência internacional no serviço de vinho.”

O programa do Iberian Sommelier Contest inclui, ao longo dos quatro dias, competição, formação, provas de vinhos e gastronomia regional, envolvendo produtores, entidades do sector e profissionais. De acordo com o alinhamento, o dia 27 de Novembro fica marcado pela Feira de Vinhos aberta ao público e pela abertura do Bar dos Sommeliers. Sobre o dia 28 de Novembro, destacam-se a realização de provas teóricas e organolépticas, no Museu do Vinho da Bairrada, e as provas práticas de serviço. Além das masterclasses de vinhos da Bairrada e da Beira Interior, o dia 29 de Novembro fica marcado pelo momento-chave da revelação do “Melhor Sommelier Ibérico 2025”, no Cineteatro de Anadia, e pelo jantar de gala que assinala o desfecho deste acontecimento.

O evento é coorganizado pela Associação dos Escanções de Portugal e pela Unión Española de Sumilleres, e conta com o patrocínio principal do Município de Anadia, bem como com o apoio do Turismo Centro de Portugal e da Comissão Vitivinícola da Bairrada.

Os melhores vinhos e espumantes da Bairrada

bairrada

Foram 32 as referências distinguidas na edição de 2025 do Concurso de Vinhos e Espumantes da Comissão Vitivinícola da Bairrada que se dividiram em 25 medalhas de Ouro e sete de Prata. O grande destaque desta competição vai para Pedra Só Super-Reserva, de Idálio de Oliveira Estanislau, laureado com os títulos de ‘Melhor Vinho do […]

Foram 32 as referências distinguidas na edição de 2025 do Concurso de Vinhos e Espumantes da Comissão Vitivinícola da Bairrada que se dividiram em 25 medalhas de Ouro e sete de Prata. O grande destaque desta competição vai para Pedra Só Super-Reserva, de Idálio de Oliveira Estanislau, laureado com os títulos de ‘Melhor Vinho do Concurso’ e ‘Melhor Espumante’.

Nos vinhos brancos, esteve em alta o Pé de Ganso Reserva 2021, da Sociedade Agrícola Quatro Cravos, com medalha de Ouro e a distinção de ‘Melhor Vinho Branco’, enquanto o QMF Blush, da Quinta da Mata Fidalga, foi agraciado com medalha de Prata e na categoria de ‘Melhor Rosé’. Em relação aos vinhos tintos, a evidência maior foi a da Adega de Cantanhede, com o Marquês de Marialva UNOAKED Reserva 2015, que arrecadou medalha de Ouro e o prémio de ‘Melhor Tinto’. Na lista de espumantes Baga Bairrada, ganhou o Montanha Real Baga Bairrada, das Caves da Montanha. Já o ‘Melhor Vinho da Sub-Região Terras de Sicó’ foi parar às mãos de Alberto da Costa Almeida, pelo Vinha das Penicas 2021.

A edição 2025 do Concurso de Vinhos e Espumantes da Bairrada contou com a 138 amostras de produtores da Beira Atlântico e Bairrada – mais seis vinhos que no ano anterior –, as quais foram submetidas a prova cega feita por um painel constituído por 15 jurados composto, entre enólogos, jornalistas e escanções. A cerimónia de entrega de prémios desta competição decorreu no Grande Hotel do Luso, na Mealhada.

Lista de Premiados

Grande vencedor

Espumante Pedra Só Super-Reserva 2021 (Idálio de Oliveira Estanislau)

Brancos

Melhor Vinho Branco

Pé de Ganso Reserva branco 2021 (Sociedade Agrícola Quatro Cravos, Lda.)

Melhor Vinho da Sub-Região Terras de Sicó

Vinha das Penicas branco 2021 (Alberto Costa de Almeida)

Medalhas de Ouro

Original Reserva branco 2022 (Sociedade Agrícola Quatro Cravos, Lda.)

Vinha das Penicas branco 2021 (Alberto Costa de Almeida)

Pé de Ganso Reserva branco 2021 (Sociedade Agrícola Quatro Cravos, Lda.)

Rosés

Melhor Rosé e Medalha de Prata

QMF Blush rosé 2024 (Quinta da Mata Fidalga – Agricultura e Turismo Rural, Lda.)

Tintos

Melhor Tinto Marquês de Marialva Unoaked Reserva tinto 2015 (Adega Cooperativa de Cantanhede, C.R.L.)

Medalha de Ouro

Pedra Lascada Reserva tinto 2022 (Isabel Maria de Jesus Pessoa Branco)

Talhão dos Manos Grande Reserva tinto 2020 (Quinta do Ortigão – Sociedade Agro-Turística, Lda.)

Quinta da Laboeira Grande Escolha tinto 2021 (Alberto Silva Marques)

Bacalhôa Clássico tinto 2019 (Aliança – Vinhos de Portugal, S.A.)

PGA Grande Reserva tinto 2017 (Pedro Guilherme Oliveira Santos Andrade)

Quinta Dos Abibes Sublime tinto 2019 (Quinta dos Abibes Vitivinicultura Lda.)

Quinta d´Aguieira tinto 2020 (Aveleda, S.A.)

Marquês de Marialva Unoaked Reserva tinto 2015 (Adega Cooperativa de Cantanhede, C.R.L.)

Quinta do Poço do Lobo tinto 1991 (Caves São João – Sociedade dos Vinhos Irmãos Unidos, Lda.)

Medalhas de Prata

Ti Aniano Reserva tinto 2023 (Manuel Alves Ribeiro de Almeida & Filhos, Lda.)

Casa de Sarmento Grande Escolha tinto 2020 (Casa de Sarmento, S.A.)

Quinta dos Abibes Reserva tinto 2019 (Quinta dos Abibes Vitivinicultura, Lda.)

97 Anos de História tinto 2014 (Caves São João – Sociedade dos Vinhos Irmãos Unidos, Lda.)

Espumantes

Melhor Espumante

Pedra Só Super Reserva branco Bruto 2021 (Idálio de Oliveira Estanislau)

Melhor Espumante Baga Bairrada

Montanha Real Baga Bairrada Grande Reserva Bruto 2018 (Caves da Montanha – A. Henriques S.A.)

Medalha de Ouro

Ortigão branco Bruto 2020 (Quinta do Ortigão – Sociedade Agro-Turística, Lda.)

Colinas Reserva branco Bruto 2020 (Quinta Colinas de São Lourenço, Lda.)

Lagoa Velha branco Bruto 2020 (Quinta da Lagoa Velha, Unipessoal Lda.)

Rama Branco bruto 2021 (J. Rama, Lda)

Todos by Osvaldo Amado branco 2020 (Casa dos Amados – Vinhos de Portugal, Lda.)

Unum Primavera Super Reserva branco Bruto Natural 2011 (Caves Primavera, Lda.)

Encontro branco Extra Bruto 2017 (Quinta do Encontro Sociedade Vitivinícola, Lda.)

Homenagem a Luiz Costa branco Bruto Natural 2019 (Caves São João – Sociedade dos Vinhos Irmãos Unidos, Lda.)

Raríssimo by Osvaldo Amado branco 2007 (Casa dos Amados – Vinhos de Portugal, Lda.)

Pedra Só Super Reserva branco Bruto 2021 (Idálio de Oliveira Estanislau)

Casa de Sarmento Baga Bairrada branco Bruto 2019 (Casa de Sarmento, S.A.)

Borlido Baga Bairrada Branco 2021 (Borlido, Lda.)

Montanha Real Baga Bairrada Grande Reserva Bruto 2018 (Caves da Montanha –  A. Henriques S.A.)

Medalhas de Prata

Colinas Reserva rosé Bruto 2017 (Quinta Colinas de São Lourenço Lda.)

Quinta dos Abibes Reserva branco Bruto 2023 (Quinta dos Abibes Vitivinicultura, Lda.)

Milheiro Selas branco Brut Nature 2019 (António Assunção Coelho Selas)

Rama Baga Bairrada branco Bruto 2022 (J. Rama, Lda.)

 

Alentejo, referência mundial do Vinho de Talha

Alentejo

Com cerca de 50 produtores provenientes de seis países e 1850 visitantes, a 8ª edição do Amphora Wine Day voltou a afirmar que o Alentejo é o palco mundial do Vinho de Talha. O evento decorreu, uma vez mais, na Herdade do Rocim, propriedade vinhateira localizada no concelho de Cuba, onde reuniu jornalistas, especialistas e […]

Com cerca de 50 produtores provenientes de seis países e 1850 visitantes, a 8ª edição do Amphora Wine Day voltou a afirmar que o Alentejo é o palco mundial do Vinho de Talha. O evento decorreu, uma vez mais, na Herdade do Rocim, propriedade vinhateira localizada no concelho de Cuba, onde reuniu jornalistas, especialistas e apaixonados pelo vinho, em particular por esta tradição milenar.

Um dos momentos altos foi o Amphora Wine Talks. A conversa, moderada pelo especialista de vinhos Nuno Oliveira Garcia, incidiu no tema “Da Argila ao Copo: como promover o Vinho de Talha”. Jamie Goode, nome incontornável da crítica internacional, Jenia Nikolaichuk, Wine Expert, Agathe Plantade, Wine Manager, e João Soares, produtor da Herdade da Malhadinha, em Albernôa, Beja, e da Quinta da Teixinha, na serra de São Mamede, Portalegre. Fomentar a confiança, criar cultura, reforçar a identidade alentejana e promover a autenticidade foram alguns dos aspetos debatidos ao longo deste momento.

Face a este cenário, Pedro Ribeiro, CEO e enólogo da Herdade do Rocim, e mentor do evento, declara: “o que começou no Alentejo, já não pertence apenas ao Alentejo. Pertence ao mundo.” A afirmação resulta do desafio manifestado por vários produtores, a par com a crescente afluência de uma comunidade internacional unida pela paixão pela vinificação em ânfora.

Este interesse crescente pelo Vinho de Talha tem vindo a refletir-se nas exportações. Em 2025, registou um crescimento de 22% nas exportações, com especial incremento na Ucrânia, onde o Rocim já marca presença. Estados Unidos, Alemanha, Polónia e Japão reforçam, igualmente, a aposta nos vinhos de ânfora.

Alentejo

Editorial: Renovar

renovação

Editorial da edição nrº 103 (Novembro de 2025)   A renovação é essencial ao desenvolvimento e à própria sobrevivência das organizações. O que é válido para o mundo académico ou empresarial, é-o mais ainda para os media em geral e para a imprensa em particular, onde novas e diferentes formas de experienciar e comunicar o […]

Editorial da edição nrº 103 (Novembro de 2025)

 

A renovação é essencial ao desenvolvimento e à própria sobrevivência das organizações. O que é válido para o mundo académico ou empresarial, é-o mais ainda para os media em geral e para a imprensa em particular, onde novas e diferentes formas de experienciar e comunicar o mundo são condição de sucesso.

A entrada, no passado mês de julho, da jornalista Patrícia Serrado para a chefia de redacção da Grandes Escolhas, marca o início de um processo de renovação que teve, em outubro, um outro momento determinante, com a nomeação de Valéria Zeferino, colaboradora desta revista desde a primeira hora, para sub-directora. São duas profissionais de grande gabarito, que encaram com entusiasmo o desafio que têm pela frente e que, para o superar, contam com um quadro de colaboradores sem paralelo em termos de experiência e conhecimento da temática do vinho. Pretende-se, assim, uma transição suave, sem sobressaltos, que conduza a uma revista mais abrangente em termos de público-alvo, dando resposta às necessidades de informação quer dos leitores mais clássicos, quer daqueles que privilegiam o ecrã do telemóvel como transmissor de conteúdos.

Fui contratado como director de publicações periódicas aos 23 anos, ainda a concluir a universidade. Durante cinco anos dirigi, simultaneamente, revistas especializadas em diversas áreas (com destaque para informática e automóveis) até lançar a Revista de Vinhos em 1989, nascendo aí uma paixão pelo tema, que me obrigou a abandonar tudo o resto. Com 64 anos de idade, atingi 41 anos de direcção ininterrupta de revistas mensais. Acho eu, acham a minha família e os meus amigos, que já é suficiente. Quando, dentro de alguns meses, o processo de transição estiver concluído na Grandes Escolhas, poderei fazer finalmente o que há muito ambiciono: escrever e falar sobre o vinho e o seu mundo, sem qualquer outra responsabilidade, além daquela que o rigor e a consciência me ditam.

Luís Lopes

 

Pretende-se uma transição suave, sem sobressaltos, que conduza a uma revista mais abrangente em termos de público-alvo, dando resposta às necessidades quer dos leitores mais clássicos quer daqueles que privilegiam o ecrã do telemóvel como transmissor de conteúdos.

 

Valeria Zeferino

 

Com origens moscovitas, passei quase metade da minha vida em Portugal. Sou formada em Gestão e trabalhei nessa área até descobrir o melhor que este país tem: o vinho. E, quando gosto de alguma coisa, dedico-me profundamente ao tema. Estou ligada ao mundo dos vinhos desde 2012 e, com a primeira edição da Grandes Escolhas, em maio de 2017, comecei a minha colaboração com a revista. Antes disso, era assinante e fiel leitora da Revista de Vinhos, de onde toda a equipa saiu naquela altura, para fundar um novo projeto.

Tenho a sorte de trabalhar com colegas que admiro e com quem aprendi muito: João Paulo Martins, o grande guru e “papa dos vinhos”, com a sua visão crítica e impressionante consistência na prova; Nuno Oliveira Garcia, com nariz apurado e afiado sentido de humor; e Luís Antunes, que escreve maravilhosamente bem. E, claro, Luís Lopes, que considero o meu mentor e tem sido a minha referência em tudo o que faço profissionalmente.

Sem estas pessoas, eu não seria quem sou hoje. Mas também o sou porque nunca deixei de aprender. Tirei o Diploma da WSET, em Londres, que me abriu horizontes. Mas quis ir mais a fundo. Fiz o Mestrado em Viticultura e Enologia no ISA. A área a que mais me dedico é a análise sensorial, tema da minha tese, que espero concluir em breve.

O desafio é grande. Enorme, mesmo. E farei tudo para estar à altura. Nunca serei como o Luís Lopes – é impossível. Serei, sim, diferente, mas trarei as minhas qualidades, competências e dedicação à revista e aos nossos leitores, para que as escolhas sempre sejam grandes. Este é o meu novo começo, que, no fundo, é uma continuidade do caminho que me trouxe até aqui. Valéria Zeferino

 

 

Martta Reis Simões integra a Boas Quintas

Martta R Simoes

Foi anunciada a passagem de testemunho na Boas Quintas. Martta Reis Simões assume a liderança da enologia, dando início a um novo ciclo dentro do projecto vitivinícola do produtor e enólogo Nuno Cancela de Abreu, que soma 43 vindimas e um percurso inteiramente dedicado à viticultura e à enologia. A ligação entre ambos advém do […]

Foi anunciada a passagem de testemunho na Boas Quintas. Martta Reis Simões assume a liderança da enologia, dando início a um novo ciclo dentro do projecto vitivinícola do produtor e enólogo Nuno Cancela de Abreu, que soma 43 vindimas e um percurso inteiramente dedicado à viticultura e à enologia.

A ligação entre ambos advém do trabalho conjunto nas regiões de Bucelas e do Tejo, a qual se tem mantido a nível profissional e pessoal, graças ao rigor e à confiança partilhados. “Nesta passagem de testemunho, sinto serenidade e orgulho em ver a enologia da Boas Quintas nas mãos de alguém muito competente e profissional”, reforça Nuno Cancela de Abreu.

Segundo Martta Reis Simões, que se despediu da Quinta da Alorna em Junho deste ano, “é um verdadeiro privilégio fazer parte da Boas Quintas, uma casa que honra a tradição vitivinícola desde 1884 e uma reputação que representa o melhor de Portugal. Encaro esta oportunidade com entusiasmo e sentido de responsabilidade por contribuir para a valorização da região do Dão e para o contínuo crescimento da empresa, dando continuidade ao notável legado enológico de Nuno Cancela de Abreu.”

A Boas Quintas produz vinhos nas regiões do Dão, de Bucelas e da Península de Setúbal e marca presença em mais de 25 países.

 

Conservas, a arte de preservar

conservas

E se reunisse 19 diferentes conservas numa só refeição? Sem qualquer dificuldade, diríamos, até porque existem 36 espécies de pescado e marisco em lata, de acordo com os dados da Associação Nacional dos Industriais das Conservas de Peixe (ANICP), trabalhadas por 20 empresas ativas em Portugal, e mais de 800 referências, tendo em conta a […]

E se reunisse 19 diferentes conservas numa só refeição? Sem qualquer dificuldade, diríamos, até porque existem 36 espécies de pescado e marisco em lata, de acordo com os dados da Associação Nacional dos Industriais das Conservas de Peixe (ANICP), trabalhadas por 20 empresas ativas em Portugal, e mais de 800 referências, tendo em conta a diversidade de molhos e coberturas. Mas o Chef transmontano Vítor Adão foi além do que se estava à espera, no restaurante Plano, em Lisboa, com as quase 20 variedades. Objetivo? Mostrar quão versáteis são os enlatados e quão criativa se pode tornar uma refeição.

Do início ao fim, o Chef Vítor Adão juntou três ingredientes conservados em cada momento. O primeiro reuniu uma manteiga sem sal de salmão, cavala e anchovas, as duas últimas servidas sem qualquer intervenção. Para acompanhar, foram dispostos, na mesa, pão de trigo e pão de centeio, o azeite biológico de Valpaços e as azeitonas, que fazem parte dos menus de degustação deste espaço de bem comer, onde os fermentados, os preservados e as conservas caseiros são uma constante.

A delicadeza de cada criação foi revelada ao longo do almoço. O piso de espinafres selvagens e amêndoa a acompanhar a raia, o lingueirão e o berbigão, encimados por um pickle de pêra, testemunhou a arte conjugar sabores e texturas. A subtileza do detalhe foi comprovada igualmente pelo mil folhas de sardinha e batata, constituído por três variedades deste tubérculo: Kennebec, Désirée e outra de Aljezur. “Os camarões foram aquecidos directamente na lata”, aos quais o Chef Vítor Adão juntou “uma salada, para realçar o sabor”. A tartelete de mexilhões de escabeche complementou este prato.

O mais arrojado prato foi o das ovas de bacalhau e búzios, inusitadamente conjugados com coco e batata doce. Os citrinos mão-de-buda e limão galego, usados com parcimónia, conferiram a acidez necessária, a par com os amendoins ligeiramente caramelizados. No fundo, comprovou, uma vez mais, que uma simples conservas é a base de uma criatividade infinita, aprimorada pela pelo trio composta por pescada, polvo e enguia. A estes, o Chef Vítor Adão juntou choco, halófita, batata Atlântica, de Boticas, no distrito de Vila Real, e acrescentou beurre blanc, bem como espuma da pescada.

Para finalizar o almoço, inteiramente harmonizado com vinhos da Quinta de Cypriano, localizada em Ponte de Lima, na região dos Vinhos Verdes, o Chef transmontano preparou um lingote de chocolate e lemon curd, cuja acidez cítrica se conjugou na perfeição, com o granizado de Queijo Terrincho, sendo este feito a partir de leite de ovelha Churra, existente na Terra Quente de Trás-os-Montes. Este último fez a ligação com as raspas deste produto, que Vítor Adão coloca generosamente por cima do pão-de-ló, a clássica sobremesa do Plano.

De volta às conservas, arte ancestral de preservar sabores e de promover a sustentabilidade alimentar, é de salientar que cerca de 80 por cento da produção é destinada à exportação, segundo as palavras de Marta Azevedo, Directora de Marca e Comunicação da ANICP, fundada em 1977. Além da diversidade, a nossa cicerone salienta a praticidade deste produto, que facilmente ganha protagonismo numa refeição intensamente saborosa e claramente criativa. Para o ano, ficou no ar a ideia de se fazer um almoço em que os presentes iriam “pôr a mão na massa”.

Enquanto esse dia não chega, nada melhor do que assinalar este Dia Nacional das Conservas de Peixe, que se comemora hoje, 15 de Novembro, com uma visita (2,50€ estudantes, professores e reformados/5€ público geral) à exposição “O Milagre da Sardinha – Memórias e Mistérios de um Ícone Nacional”, patente no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, até 30 de Dezembro. A mostra convida a viajar pelas variadas fases inerentes à conserva, desde a pesca à preservação de uma espécie de peixe que é símbolo de Portugal, e é complementada com uma conversa partilhada entre António Marques, do Centro de Arqueologia de Lisboa, e Ana Ferreira Fernandes, autora da transcrição sobre o regulamento de venda das sardinhas, no próximo dia 23 de Novembro, sob o título “O Milagre da Sardinha”.

Canastra do Fidalgo: Entre a ria e o mar

Canastra do Fidalgo

Os antigos “palheiros” de madeira construídos pelos pescadores, posteriormente transformados em casas de veraneio, pintadas às riscas, são o mais conhecido cartão de visita da Costa Nova do Prado, atraindo muitos milhares de visitantes. Na época balnear, as praias, de extensos areais, juntam uma multidão. A partir de setembro, a fauna muda, deixando mais espaço […]

Os antigos “palheiros” de madeira construídos pelos pescadores, posteriormente transformados em casas de veraneio, pintadas às riscas, são o mais conhecido cartão de visita da Costa Nova do Prado, atraindo muitos milhares de visitantes. Na época balnear, as praias, de extensos areais, juntam uma multidão. A partir de setembro, a fauna muda, deixando mais espaço aos surfistas e àqueles que buscam as delícias que a ria e o mar têm para oferecer.

Bons restaurantes não faltam na Costa Nova (curiosamente, na Barra, mesmo ali ao lado, ainda não houve um que conseguisse ganhar notoriedade). O mais antigo, a Marisqueira da Costa Nova, fundada em 1940, pode considerar-se a mãe (ou pai) de todos os outros. Dali, saíram profissionais de cozinha e de sala que depois impulsionaram restaurantes, como o Praia do Tubarão ou o Dóri, nomes seguros na lista de “imperdíveis” da Costa, lista essa que, nos últimos anos, tem vindo a ser liderada pela Canastra do Fidalgo, sobretudo desde a aquisição do espaço, em 2018, pelo casal Leandro Mota e Joana Martins.

De uma geração diferente dos outros empresários locais, que aprenderam fazendo, Leandro e Joana conheceram-se na escola de hotelaria, onde ele concluiu a formação em Cozinha e ela em Gestão Hoteleira. O percurso académico influenciou a forma cuidada como a cozinha e o serviço são trabalhados na Canastra do Fidalgo, apoiando-se numa equipa jovem que conta, ainda, com Leonardo Costa (nos fogões) e João Candeias (na sala), e que fez deste espaço um verdadeiro hino à arte de bem comer e bem servir.

A ementa assenta na matéria prima local, entre enguias, ostras, ameijoas e berbigão, da ria, os robalos, pregados, rodovalhos, bacalhau, etc., tudo do mar, transformados em pratos – ensopados, massadas, grelhados, frituras… – que honram o receituário regional, aqui moldada com um toque contemporâneo. A carta de vinhos, vasta e coerente, busca igualmente a proximidade, com destaque para a Bairrada. E o ambiente, entre sala e a esplanada, protegida do vento norte e aquecida no inverno, alia-se à comida saborosa e genuína e ao serviço de excelência. Tudo isto torna a Canastra do Fidalgo um restaurante de visita tão obrigatória quanto as casinhas às riscas.

Canastra do Fidalgo

Av. José Estevão, 240 – Costa Nova do Prado

Fecha às segundas e domingo ao jantar.

Tel: 234394859 – geral@canastradofidalgo.pt