Esta notícia é mais uma que se insere no tema “coisas boas que acontecem no meio da adversidade”, neste caso, a pandemia da Covid-19. Tudo tomou forma a partir de um repto, lançado nas redes sociais, de Miguel Ferreira, autor da magazine digital A Lei do Vinho:

“A Unidade de Saúde da Mealhada contactou as farmácias locais no sentido de se criar uma equipa de trabalho para produzir álcool gel a partir de aguardente vínica. Para tal necessitam com urgência de espaços de destilação onde o produto possa ser produzido. A todos os produtores bairradinos que possam ajudar, agradeço que me contactem por mensagem privada ou contacto com Mafalda Melo. Com o apoio de todos podemos ultrapassar mais depressa este flagelo”.

À data desta notícia, a publicação já tinha atingido 145 partilhas, o que levou ao sucesso do apelo. Mário Sérgio Nuno, da Quinta das Bágeiras, foi o primeiro produtor a disponibilizar as suas destilarias. Seguiu-se a destilaria Levira, situada em São Lourenço do Bairro, na pessoa de Pedro Carvalho, uma das maiores de Portugal. E outros seguirão o exemplo.

Como revela o Sapo24, a farmacêutica da Mealhada referida no pedido de Miguel Ferreira, Mafalda Melo, declarou que “O objectivo é minimizar a dificuldade de acesso [ao gel desinfectante] por parte da população não ligada aos serviços de saúde. Já escasseiam as soluções e a Bairrada, com forte tradição na produção de derivados vinícolas, estaria disposta a ceder a matéria-prima para posterior destilação. É uma ideia transversal a enfermeiros e farmacêuticos. A proximidade aos produtores é grande e eles questionam-nos sobre essa eventual possibilidade”.

Almoço-tertúlia “Do Reino a Coimbra” volta já este fim-de-semana

Será já no próximo sábado, dia 25 de Janeiro, que se realizará a segunda edição do “Do Reino a Coimbra”, ciclo de almoços tertúlia dedicados à cozinha das várias regiões do país, em harmonização com vinhos da Bairrada (e mais alguns). A organização cabe à magazine digital “A Lei do Vinho”, de Miguel Ferreira, numa […]

Será já no próximo sábado, dia 25 de Janeiro, que se realizará a segunda edição do “Do Reino a Coimbra”, ciclo de almoços tertúlia dedicados à cozinha das várias regiões do país, em harmonização com vinhos da Bairrada (e mais alguns). A organização cabe à magazine digital “A Lei do Vinho”, de Miguel Ferreira, numa parceria com o restaurante anfitrião, Cordel Maneirista (na foto), em Santa Clara, Coimbra.

Esta segunda edição será dedicada à abordagem da gastronomia duriense pela pena de Miguel Torga, escritor que teve Coimbra como lar durante muitos anos, aí se dedicando não apenas à escrita, mas também ao exercício da Medicina.

As convidadas especiais serão a historiadora Dina Ferreira de Sousa, autora da obra “Sabores da Mesa na Obra de Miguel Torga”, um livro factual e sentido, com deliciosas abordagens e detalhes da cozinha portuguesa resultantes da sua investigação literária e gastronómica, e a professora Fátima Flores, filha de uma das grandes referências da enologia nacional da segunda metade do século XX, Martins da Costa, e sócia das mais antigas caves em actividade na região da Bairrada, as Caves São João. Dela teremos não só o testemunho histórico sobre as empresas vitivinícolas mais clássicas da região, como também o relato íntimo das tertúlias familiares à mesa com Miguel Torga, grande curioso sobre os vinhos da Bairrada.

O almoço tertúlia será dividido em cinco momentos: “A Chegada”, “O Farnel de Caça e Mata-Bicho”, “A Espera”, “A Aproximação” e “A Montaria”, num retrato da caça e dos pratos durienses igualmente associados àquela actividade.

Nos vinhos, estarão representados sete reconhecidos produtores bairradinos – Adega de Cantanhede, Casa de Saima, Caves Messias, Caves da Montanha, Caves São João, Caves Primavera e Quinta dos Abibes – com espumantes, vinhos brancos, tintos e licorosos.

O almoço terá um custo de €37,50 e as inscrições podem ser feitas através dos mails geral@aleidovinho.com ou cordelmaneirista@gmail.com

Bairrada, a excelência em tons de branco

A Bairrada é uma pequena região de grandes vinhos. E a sua dimensão qualitativa vai muito além da notoriedade dos sólidos tintos de Baga e dos frescos espumantes. Na verdade, a Bairrada é uma das melhores regiões do país para produção de belíssimos vinhos brancos, com uma longevidade invejável. TEXTO Valéria Zeferino FOTOS Ricardo Gomez […]

A Bairrada é uma pequena região de grandes vinhos. E a sua dimensão qualitativa vai muito além da notoriedade dos sólidos tintos de Baga e dos frescos espumantes. Na verdade, a Bairrada é uma das melhores regiões do país para produção de belíssimos vinhos brancos, com uma longevidade invejável.

TEXTO Valéria Zeferino
FOTOS Ricardo Gomez

Há até quem considere que a Bairrada é mais região de brancos do que de tintos e é fácil de perceber porquê. A casta predominante na Bairrada é a Baga, que amadurece tarde, muitas vezes ultrapassando as chuvas de equinócio e, quanto a chuva se prolonga, nem sempre consegue a melhor performance. As castas brancas, amadurecendo mais cedo, têm mais condições para uma maturação perfeita e consistente de ano para ano.
Esta prova evidenciou que os vinhos brancos da Bairrada são de altíssima qualidade e que melhoram substancialmente com o tempo em garrafa.
Em termos quantitativos, os vinhos brancos certificados (sem contar com os vinhos base para espumantes) são em minoria e correspondem a cerca de 20% da produção na Bairrada (de 400 a 450 mil garrafas). Isto deve-se a uma menor popularidade de brancos entre os consumidores e, tirando os Vinhos Verdes, a verdade é que o tinto predomina em todas as regiões do país.Condições edafo-climáticas
A Bairrada está situada no centro litoral do país, orientada no sentido Norte-Sul entre as cidades Águeda e Coimbra e os rios Vouga e Mondego. A leste fica naturalmente demarcada pelas serras do Caramulo e do Buçaco e a oeste estende-se até à orla marítima que exerce forte influência atlântica na região. O clima é temperado, com verões não demasiado quentes, invernos brandos e moderada amplitude térmica anual. As temperaturas médias anuais situam-se entre os 12,5˚C e os 15˚C (em comparação, no Alentejo varia de 15˚C a 17,5˚C). A maioria das zonas da Região da Bairrada usufrui de cerca de 2.500 horas de sol por ano. A precipitação vai de 800 a 1600 mm/ano (este último valor está ao nível da região dos Vinhos Verdes), aumentando de Oeste para Este e concentrando-se nos meses de Outono e Inverno.
Trata-se uma região bastante plana com colinas pouco acentuadas. As vinhas encontram-se plantadas entre os 40 e 120 m de altitude, o que faz sentir a influência Atlântica em toda a região. Geologicamente é muito heterogénea e os solos variam em composição de argila e calcário, com algumas zonas arenosas. Os solos mais argilosos precisam de ser bem drenados e dificultam a sua mobilização e os com mais calcário apresentam cor esbranquiçada e uma maior pedregosidade. Actualmente, conta com cerca de 6000 hectares de vinha.Marcos históricos
A cultura da vinha na região remonta à época da Reconquista cristã aos Mouros que teve início no século VIII. Demonstrou um grande crescimento nos séculos X – XII graças a ordens monásticas.
A produção de vinho estagnou após a demarcação da região do Douro em 1756, quando o Marquês de Pombal decretou o arranque das vinhas nas margens e campinas dos rios Mondego e Vouga. Para além de proteger a origem dos Vinhos do Porto, queria substituir o cultivo da vinha na região, que era abundante, pelo cultivo dos cereais, pois o pão escasseava.
No início do sêculo XIX, lentamente, a vitivinicultura bairradina começou a recuperar, mas mal o vinho voltou a ser valorizado, muitos produtores gananciosos cederam à tentação de plantar vinha em terrenos impróprios. Isto levou à primeira tentativa da demarcação na Bairrada que foi feita pelo político e cientista António Augusto Aguiar em 1867, baseada na relação entre constituição geológica dos terrenos e tipos de vinho.
O vinho de melhor qualidade chamava-se “Vinho de Embarque” e era destinado à exportação, e o vinho de qualidade mais fraca – “Vinho de Consumo” para o mercado interno. Os vinhos brancos de embarque eram produzidos na margem esquerda do rio Cértima até Óis do Bairro, São Lourenço do Bairro e Mogofores. No século passado, a partir dos anos 20, na Bairrada começaram a proliferar as Caves (Irmãos Unidos/Caves São João, Caves do Barrocão, Cave Central da Bairrada, Caves Messias, Caves Aliança, Caves Valdarcos, Caves Borlido, Caves Neto Costa, Caves do Solar de S. Domingos entre outras) que não tendo vinha própria, compravam vinho feito e estagiavam-no nas suas instalações. E não eram vinhos provenientes só da Bairrada, loteavam-se com os vinhos de outras regiões, nomeadamente Ribatejo, Beiras, Douro e Trás-os-Montes. A maior parte do vinho vendia-se a granel, algum em garrafões e muito pouco em garrafas. Os principais mercados de venda, para além do interno, eram as antigas colónias.
Os anos 50 foram marcados pela criação de adegas cooperativas – Adega de Cantanhede, de Mealhada, de Souselas, de Mogofores e Vilarinho do bairro. Até aos dias de hoje sobreviveu apenas a primeira.
Em meados da década de 70 com a independência das colónias, os produtores tinham que procurar mercados alternativos. O vinho foi canalizado para o mercado da saudade nos países europeus (França, Bélgica, Luxemburgo, Suíça e Alemanha) e nas Américas (Estados Unidos, Canadá, Brasil e Venezuela). Mas só este mercado também não era sustentável a longo prazo, à medida que os emigrantes da primeira geração regressavam à Patria e os seus filhos tinham hábitos diferentes. Os novos destinos de exportação trouxeram maiores exigências em termos de qualidade e assim a pouco e pouco começou-se a investir na modernização: higiene, novos equipamentos, cubas de inox, controlo de temperatura, clarificação dos mostos. Esta revolução tecnológica, que se deu um pouco por todo o país, contribuiu para a qualidade crescente dos vinhos – com aromas mais limpos, vinhos menos oxidativos e com óptimo equilibrio.
Em 1979 a Bairrada foi reconhecida como Denominação de Origem e procedeu-se à sua demarcação oficial que recentemente festejou os 40 anos. Nas decadas 70 e 80 surgem os primeiros produtores engarrafadores, que produzem vinho da sua vinha e com a sua marca. A demarcação, embora tenha colidido com o negócio de volume, encorajou os pequenos e médios produtores a avançarem com os seus projectos próprios.
Luís Pato, Quinta das Bágeiras, Casa de Saima, Campolargo, Sidónio de Sousa, entre outros, deram credibilidade e potenciaram a nova imagem da Bairrada a partir do início do século XXI.A polémica Maria Gomes
De acordo com os dados da Comissão Vitivinícola da Bairrada, 70% a 75% uvas produzidas na região são tintas, deixando os restantes 25 a 30% para castas brancas. A mais expressiva em termos de plantação é a Maria Gomes, conhecida noutras regiões como Fernão Pires, seguida de Bical e Arinto. Nos últimos anos registou-se um incremento de Cercial e Sauvignon Blanc. O Chardonnay é bastante valorizado para a produção de espumantes.
O trio principal para um lote bairradino consiste em Maria Gomes, Bical e Cercial, onde cada variedade tem o seu papel. A Maria Gomes, sendo a mais aromática das três, é responsável pelos aromas, sobretudo nos primeiros anos. O Bical dá corpo e untuosidade ao vinho e o Cercial contribui com a estrutura acídica.
A casta Maria Gomes, conhecida também como Fernão Pires no resto do país e que é a casta branca mais cultivada a nível nacional. A sua origem é desconhecida, mas foi mencionada em 1788 relativamente às regiões Tejo, Beiras e Douro. Alguns produtores constatam que nos encepamentos antigos esta casta na Bairrada apresenta uma morfologia ligeiramente diferente e tem bagos mais pequenos, que, provavelmente, poderão ser alguns dos clones diferentes de outras regiões.Maria Gomes amadurece cedo e tem uma curta janela de vindima, pois acumula muito açúcar e perde rapidamente a acidez. Muitas vezes é mal-amada pelos enólogos. As “culpas” são exuberância aromática e falta de acidez. João Soares, o enólogo da Messias aponta as mesmas razões “baixa acidez e normalmente com potencial de guarda reduzido, é muito terpénica, não deixa reflectir o solo”.
O produtor Nuno do Ó também confessa que não morre de amores por esta casta, mas se trabalhar com ela, prefere apanhá-la mais cedo “com carácter mais mineral e menos exuberante”.
Já Mário Sérgio da Quinta das Bágeiras defende a casta que, embora tenha menos acidez, tem aromas interessantes de geleia e floral. E a sua experiência diz-lhe que a qualidade depende da quantidade de uva na videira. A casta naturalmente é muito produtiva e este aspecto tem que ser controlado. Frequentemente colhe Maria Gomes em óptimo estado de maturação, com 14% de álcool, e perfeito equilíbrio ácido, com 7,5 g/l de acidez total e 3 pH.
O experiente Luís Pato, exemplo para muitos produtores de dentro e fora da região, planta a Maria Gomes em solo arenoso para manter acidez (no barro dá vinhos mais gordos), mas com rega, porque a casta é muito sensível ao stress hídrico, “os bagos mirram ainda antes de amadurecerem”. É uma casta muito importante para vinhos de entrada de gama, fornecendo-lhes aromas imediatos e apelativos, mas também ser a base de vinhos de topo.A elegante Bical
Bical, também apelidada como Borrado das Moscas devido às pequenas manchas castanhas que apresentam os bagos maduros. É uma casta autóctone, situada maioritariamente nas regiões das Beiras. Por não ter o porte erecto, dificulta a vida dos viticultores. É muito sensível aos ataques de oídio na floração e a sua produção varia bastante de ano para ano. Comporta-se melhor em solos medianamente férteis, com boa drenagem e não muito alcalinos.
Amadurece mais tarde do que a Maria Gomes, em meados de Setembro e é resistente à podridão graças aos seus cachos com bagos soltos.
É mais neutra em termos aromáticos, confere estrutura e corpo ao vinho. Atinge menos grau alcoólico do que a Maria Gomes e tem menos acidez do que a Cercial. Também tem que ser colhida no momento certo, porque “facilmente perde acidez numa semana”, refere Luís Pato.
O enólogo da Casa de Saima, Paulo Nunes, que também trabalha muito no Dão, confessa que nunca plantaria Bical no Dão, mas que na Bairrada com o clima Atlântico e neblinas matinais frequentes preserva muito melhor a acidez.
Já João Soares é um fã da Bical. Para ele, é a casta que melhor mostra a região, com notas de barro, iodo, maresia, se for apanhada atempadamente. Quando sobremadura desenvolve notas tropicais e de goiabas. Com idade, os vinhos de Bical evoluem para resinas e cera de abelha, fazendo lembrar o cheiro de pranchas de surf. Acha que não tem grande aptidão para ir à barrica e apresenta grande capacidade de envelhecimento em garrafa que considera o mérito da região.
Nuno do Ó também gosta de Bical pela sua austeridade e potencial de guarda. Aguenta vinificação oxidativa (o mosto fica acastanhado por uns tempos, mas depois já não oxida). Utiliza prensa aberta, onde os chachos vão com engaço. Prefere barricas usadas, porque a casta já tem aromas de especiaria e o excesso de barrica não lhe fica bem. Com 2-3 anos de guarda os vinhos cheiram a barro molhado.A nova estrela: Cercial
Deve ser uma das castas cujo nome provoca mais confusão, não só no meio de consumidores, mas também na sua classificação e caracterização histórica. Cercial da Bairrada não é a mesma casta que Cerceal Branco utilizado no Dão e Douro, e também não tem nada a ver com Sercial da Madeira (que no continente é chamado Esgana Cão). Apenas a acidez natural elevada é comum a estas três castas, de resto são bem diferentes.
Amadurece relativamente tarde e é suceptível à podridão dos cachos devido à sua película bastante fina. Tem aroma discreto e enorme capacidade de envelhecimento.
Na opinião de João Soares, a Cercial, tal como Bical, é bastante neutra aromaticamente (fruta branca delicada com um toque de bechamel) , “transparecem atlanticidade”, mas a Cercial é mais vertical, mais tensa.
Mário Sérgio não tem dúvidas que Cercial é uma casta fabulosa. É capaz de, com 14% de álcool provável apresentar 8 g/l de acidez e 2,98 de pH. O problema é que apodrece com facilidade. Porta-se melhor em talhão estreme do que misturada com outras nas vinhas velhas (matura mais sedo e apodrece) e tem maior potencial. Ao envelhecer desenvolve os aromas de favos de mel. Produz relativamente pouco, 5 a 6 mil litros por hectare.
Segundo Luís Pato, a casta tem acidez vibrante, demonstra elegância e tem óptima aptidão para estágio em madeira.
Entre as outras uvas presentes nas vinhas bairradinas, releva a Arinto, que é uma casta nobre plantada em quase todo o país, conferindo acidez aos lotes em que entra. Na Bairrada amadurece mais tarde, nos finais de Setembro, é normalmente a última a ser vindimada, explica Nuno do Ó. Mostra o seu lado “mais salino, mais calcário, com frescura nervosa, o vinho é mais vertical e austero, menos gordo do que em Bucelas”.
Há ainda outras castas com menos expressão, como o Rabo de Ovelha que produz muito e tem cachos grandes, de maturação tardia e conhecida pela acidez alta. Sercialinho, que é muito aromática e com óptima acidez. E as castas internacionais, como Chardonnay, Sauvignon Blanc, Pinot Blanc e Viognier também são permitidas na legislação regional de DOC (com excepção da categoria Bairrada Clássico), sendo muitas vezes utilizadas em lote com as variedades tradicionais, mais raramente engarrafadas a solo.
Independentemente da casta, o terroir bairradino imprime o seu carácter nos vinhos ali produzidos, e os brancos da região, amplos, vibrantes, longevos, merecem toda a atenção do apreciador exigente.

Edição Nº30, Outubro 2019

Adega de Cantanhede: 65 anos de Bairrada

A Adega de Cantanhede facturou o ano passado 7,3 milhões de euros, mais 2 milhões que o anterior recorde. Neste momento, é o maior produtor da Bairrada e o que mais vende vinhos DOC. Nos últimos anos tem acumulado prémios para os seus vinhos, cujo número ultrapassa já o meio milhar. Um panorama risonho que […]

A Adega de Cantanhede facturou o ano passado 7,3 milhões de euros, mais 2 milhões que o anterior recorde. Neste momento, é o maior produtor da Bairrada e o que mais vende vinhos DOC. Nos últimos anos tem acumulado prémios para os seus vinhos, cujo número ultrapassa já o meio milhar. Um panorama risonho que nada faz suspeitar que, há menos de 10 anos, a empresa esteve à beira do precipício…

Em 2010 entrava Vitor Damião e uma nova direcção. Vitor não quis falar muito do que encontrou, mas sabemos apenas que chegou a avalizar pessoalmente empréstimos à cooperativa. A situação foi melhorando a pouco e pouco e em 2011 entra Osvaldo Amado, que acabou por fazer muito mais do que mera consultoria de enologia, desenhando toda a estratégia de produção, encaixada no resto das estratégias empresariais (comercial, financeira, etc). Foi ele o obreiro do que Vitor Damião chama de “coerência na qualidade dos vinhos”, que leva depois à fidelização do consumidor. Os vinhos de topo começam a aparecer: O Foral de Cantanhede, o Grande Reserva, o Reserva Baga. E vendem-se, apesar de alguns preços bem elevados. As uvas, que valiam 20 cêntimos o quilo, são agora pagas, no mínimo, a 35 cêntimos. E quando começa uma vindima, a adega tem as contas saldadas do ano anterior. Outro pormenor relevante: os gestores bancários, que fugiam da adega, começam a visitá-la… Muita coisa mudou, de facto, em menos de uma década.

Cantanhede tem 525 associados activos, que entregam uva. No total, contudo, são quase o triplo, porque muita gente quer manter o estatuto de associado para ter descontos na loja. No total, os associados possuem cerca de mil hectares de vinha, mas é quase tudo em minifúndio: o maior associado tem cerca de 12 hectares e é a Santa Casa da Misericórdia local.

Uma riqueza de vinha

Deixamos a gestão e vamos com a equipa até às Covas de Vale Maior, uma zona onde se avista um mar de parcelas de vinha. Estamos naquela que poderá ser considerada como uma das melhores zonas de Baga (e não só) da Bairrada. Vitor Damião fala do quadrilátero Ourentã, Cordinhã, Póvoa da Lomba e Pocariça, que terá “a maior mancha de vinha contínua da Bairrada; pelo menos de Baga”. Na verdade, são cerca de 1.300 hectares de solos argilo-calcários, onde a Baga se dá muito bem. Não é só o solo a brilhar: as condições climatéricas também aqui são diferentes, como nos diz Vitor Damião: “a proximidade ao mar [20 km] dá-nos frescura e maturações lentas, que a Baga gosta”. Uma boa parte destas vinhas são de associados da Adega de Cantanhede, e algumas têm mais de um século. Esta é uma riqueza que a direcção não ignora e por isso cativou, se assim se pode dizer, uma parte: “Temos cerca de 50 hectares de vinhas cadastradas onde fazemos uma espécie de gestão própria”, confessa Osvaldo Amado. Para o futuro virá daqui um vinho especial, mas o enólogo não quer levantar o véu…

É um dos membros da direcção, Albino Costa, que nos mostra as vinhas. “Estes terrenos são maravilhosos”, diz Albino, que admira o facto de aqui não se verem pedras à superfície, ao contrário de ali ao lado. Tem mais argila que calcário, diz Vitor Damião. Albino leva-nos a conhecer uma parcela com mais de 100 anos, com as cepas todas retorcidas pela idade. Revela que o solo argiloso conserva melhor a humidade e dá de beber à planta nos dias de grandes calores e seca. Os últimos anos têm sido benéficos, neste aspecto, para a Baga, sobretudo por causa da vindima sem chuva.

Ainda assim, logo a seguir ao pintor, a adega instalou mais de 80 postos de controlo de maturação, com duas pessoas em permanência. É com base nestes resultados que a equipa técnica determina a data de vindima e avisa o respectivo associado com alguns dias de antecedência. Com vindimas manuais, o grande inimigo é aqui a chuva, que ataca a Baga e a faz apodrecer rapidamente. Por isso há sempre folga nas marcações e nunca se sabe se é preciso acelerar. A adega recebe entre 5 e 7 mil toneladas de uva por ano, mas já chegou aos 9 mil, em outros tempos: “muita gente aproveitou os subsídios da CEE ao arranque de vinha”, diz-nos Vitor Damião.

Baga e Arinto são as estrelas da casa

A Baga representa cerca de 40% da uva que entra em Cantanhede. É usada para tintos, claro, mas também para espumantes e rosés. O espumante é uma das estrelas da casa, produzido em muita quantidade (cerca de 40% da produção total!) e a Baga cai aqui que ‘nem ginjas’: “a sua acidez natural é cada vez mais procurada”, diz Osvaldo. Cantanhede produz espumantes desde 5 até 27 euros a garrafa e já tem desistido de negócios porque o comprador queria pagar menos.

Durante a vindima, as uvas são analisadas à chegada e o preço pago passa por mais do que o quilo e o grau alcoólico potencial. Um aparelho chamado WineScan dá mais parâmetros e eles são contabilizados no preço final. Ou seja, uvas com pouca qualidade não levam benefício de preço. E depois, existem castas que podem ter majorações, como a Baga e o Arinto.

Osvaldo é talvez o maior fã de Arinto em Portugal: “não tenho dúvidas de que é a melhor casta branca portuguesa; é amiga do agricultor e do enólogo. Consigo Arintos de muito boa qualidade com 8, 10 ou mesmo 12 toneladas por hectare”. Das castas brancas, Cantanhede tem cerca de 30% em Arinto, mas Osvaldo ficaria feliz se tivesse o dobro. Outra casta branca típica da região é o Bical, e é defendida pelo presidente: de facto, Vitor Damião nunca esqueceu que vinhos com esta casta ganhavam primeiros prémios em concursos locais. Mas, verdade seja dita, Osvaldo só em 2018 achou que o Bical tinha qualidade para se estrear a solo. Este vinho tem 12 meses de estágio, mas o Arinto tem 18 meses! Osvaldo acha que só ganham com isso e, sejamos francos, estamos a falar de tiragens relativamente pequenas, se comparadas com os vinhos mais vendidos.

Uma adega sempre modernizada

Na adega faz-se muita experimentação e Osvaldo delega muita coisa em Ivo Almeida, o enólogo residente. Nenhum procedimento é executado (uma colagem, uma filtração, lotes…) sem antes ter sido testado e avaliado economicamente. Por isso, o bem equipado laboratório tem trabalho todos os dias, a todas as horas. Os lotes são feitos ao gosto do consumidor, mas cada vinho tem o seu padrão e estilo, previamente definido.
Ao longo dos anos a adega tem investido bastante em equipamentos para melhorar a qualidade. O sistema de frio é novo e, por exemplo, foi adquirida uma enorme prensa pneumática de vácuo, ideal para prensar as uvas para os espumantes de Baga. Não falta sequer um belo parque de barricas, muitas delas novas.

Nos próximos tempos Cantanhede vai comprar uma segunda linha de engarrafamento e fazer uma nova estação de tratamento de águas.
As caves onde repousa o espumante, adaptadas em grande parte de antigos depósitos, está muito bem arranjada, não só a nível de condições de temperatura como de estética. Existe um outro espaço de armazenamento, mas como é térreo, tem que ter ar condicionado. Em qualquer momento, Cantanhede tem, pelo menos, 200.000 garrafas em estágio.

Como as perspectivas apontam para o crescimento, Cantanhede quer também expandir a área da adega. A oportunidade surgiu logo ao lado, num terreno com vários enormes balões de cimento. Para o visitante fará tudo parte de Cantanhede, mas não é assim. Este espaço pertence ao Instituto da Vinha e do Vinho e está sem utilização. Mas fazia muito jeito à cooperativa para armazéns. A adega tem estado a negociar com o instituto público que gere esta venda, mas o preço pedido é, segundo Vitor Damião, “muito alto”.

De Cantanhede para o mundo

Se a área comercial e da distribuição foram ‘revitalizadas’ desde 2010, provavelmente a que levou maiores mudanças foi a de exportação. Em 2010 estava nuns magros 10%, hoje representa 35% da produção, mas é para aumentar. Brasil, Rússia e Canadá são os maiores mercados e, em média, os preços para exportação são mais caros que para o mercado nacional. Maria Miguel é a principal responsável por esta área.
A bem arranjada loja da casa dá também uma boa ajuda. Traz à memória as velhas mercearias finas ou mesmo farmácias, com os seus bonitos armários e estantes de madeira. Já cá está há muitos anos e de facto é uma mais-valia para a casa: Vitor Damião diz-nos que saem daqui cerca de 400.000 euros de vinho (e não só) por ano. Muito bom, considerando que os preços ao público não são mais baixos que os que se conseguem encontrar nas grandes cadeias de retalho. Mas o público adere: “temos uma grande preocupação em ter os vinhos com a melhor relação preço/qualidade”, diz Osvaldo.

Agora que tudo começa a entrar nos eixos, a direcção aponta também para os arranjos exteriores da adega. Alguma coisa foi feita, mas muito mais acontecerá nos próximos anos. Outra área onde Cantanhede tem apostado é nas certificações de qualidade. A mais recente, ainda a decorrer, é a certificação IFS Food, muito exigente e rigorosa, mas que ajuda a abrir portas em mercados internacionais. Obras, equipamentos, procedimentos, muita coisa teve que ser alterada, garantiu-nos Vitor Damião.

O que mudou em Cantanhede em menos de uma década é de facto impressionante. E uma lição do que é possível fazer com trabalho, dedicação e profissionalismo. Hoje, a cooperativa tem um invejável portefólio de vinhos e goza de uma notoriedade como nunca: “A imagem da adega é muito boa, tanto na região, como no país e mesmo a nível internacional”, assegura Vitor Damião.

Edição Nº28, Agosto 2019

Espumante Quinta de São Lourenço 2008 vence concurso na Bairrada

No âmbito do evento Aqui na Bairrada – Beber e Saborear, realizou-se a edição de 2019 do Concurso de Espumantes e Vinhos Bairrada. O painel de 15 provadores elegeu, com Grande Medalha de Ouro, o Quinta de São Lourenço Espumante branco 2008, das Caves do Solar de São Domingos. A concurso estiveram quase 70 referências, […]

No âmbito do evento Aqui na Bairrada – Beber e Saborear, realizou-se a edição de 2019 do Concurso de Espumantes e Vinhos Bairrada. O painel de 15 provadores elegeu, com Grande Medalha de Ouro, o Quinta de São Lourenço Espumante branco 2008, das Caves do Solar de São Domingos.
A concurso estiveram quase 70 referências, entre espumantes, vinhos tranquilos brancos e vinhos tintos. Com uma qualidade geral bastante elevada, não houve medalhas de prata, tendo todos os vinhos premiados – correspondentes a 30% da amostra – alcançado medalhas de ouro: dois espumantes com estágio até 24 meses; nove espumantes com estágio igual ou superior a 24 meses; três brancos e sete tintos.

Os premiados:

Grande Medalha de Ouro
Quinta de São Lourenço Espumante branco 2008 – Caves do Solar de São Domingos, S.A.

ESPUMANTES ESTÁGIO MENOS DE 24 MESES

Ouro
Aplauso Espumante branco 2017 – Ampulheta Mágica, Lda.
Marquês de Marialva Espumante rosé – Adega Cooperativa de Cantanhede, C.R.L

ESPUMANTES IGUAL OU SUPERIOR A 24 MESES

Ouro
Aliança Grande Reserva Espumante branco 2012 – Aliança – Vinhos de Portugal, S.A.
Casa do Canto Baga Bairrada Espumante branco 2015 – Caves São João – Sociedade dos Vinhos Irmãos Unidos, Lda.
Elpídio Espumante branco 2013 – Caves do Solar de São Domingos, S.A.
Marquês de Marialva Espumante branco 2014 – Adega Cooperativa de Cantanhede, C.R.L
Messias Espumante branco 2013 – Soc. Agrícola e Comercial dos Vinhos Messias, S.A.
Milheiro Selas Espumante branco 2014 – António Assunção Coelho Selas
Montanha Baga & Chardonnay Grande Cuvée Espumante branco 2010 – Anadiagro, Lda.
Quinta de São Lourenço Espumante branco 2008 – Caves do Solar de São Domingos, S.A.
Quinta do Poço do Lobo Baga Bairrada Espumante branco 2016 – Caves São João – Sociedade dos Vinhos Irmãos Unidos, Lda.
Samião Espumante branco 2015 – Quinta Vale do Cruz, Lda.

VINHOS BRANCOS

Ouro
Marquês de Marialva branco 2015 – Adega Cooperativa de Cantanhede, C.R.L
Quinta dos Abibes branco 2015 – Quinta dos Abibes Vitivinicultura Unipessoal, Lda.
Samião branco 2017 – Quinta Vale do Cruz, Lda.

VINHOS TINTOS

Ouro
A. Henriques tinto 2016 – Caves Montanha – A. Henriques, Lda.
Marquês de Marialva tinto 2014 – Adega Cooperativa de Cantanhede, C.R.L
Nelson Neves tinto 2013 – Célia Moreira Briosa Neves – Herdeiros
Quinta do Poço do Lobo tinto 2015 – Caves São João – Sociedade dos Vinhos Irmãos Unidos, Lda.
Quinta dos Abibes tinto 2015 – Quinta dos Abibes Vitivinicultura Unipessoal, Lda.
São Domingos tinto 2015 – Caves do Solar de São Domingos, S.A.
Samião tinto 2017 – Quinta Vale do Cruz, Lda.

Bairrada cria marca identitária

A Bairrada acaba de apresentar a sua primeira marca identitária e territorial, que visa funcionar como símbolo agregador de toda a região. O anúncio foi feito durante o evento vínico e gastronómico “Aqui na Bairrada”, realizado em Anadia. No ano em que celebra o 40º aniversário da demarcação enquanto região vitivinícola, a Bairrada resolveu comemorar […]

A Bairrada acaba de apresentar a sua primeira marca identitária e territorial, que visa funcionar como símbolo agregador de toda a região. O anúncio foi feito durante o evento vínico e gastronómico “Aqui na Bairrada”, realizado em Anadia.

No ano em que celebra o 40º aniversário da demarcação enquanto região vitivinícola, a Bairrada resolveu comemorar com a apresentação de uma marca identitária. O conceito, desenvolvido pela Ivity Brand Corp, procura resumir as principais valências e mais valias dos oito concelhos que integram a região (Anadia, Águeda, Aveiro, Cantanhede, Coimbra, Mealhada, Oliveira do Bairro e Vagos) e vai muito para além do vinho: água, leitão, desporto (com ciclismo em destaque), cerâmica, ciência, indústria, paisagem florestal, agrícola e marítima são alguns dos pontos em destaque.

A ideia é apresentar a Bairrada com um centro de bem viver (a assinatura da marca, aliás, é “Terras de Bem-Viver”), conceito que se desdobra por outros “bem”: a simbologia integra a garrafa em “Terras de bem-beber”, o leitão em “Terras de bem-comer”, o copo em “Terras de bem-receber”, a bicicleta em “Terras de bem-pedalar” e a fonte termal em “Terras de bem-estar”. Eventualmente mais importante do que a nova marca, terá sido o que a ela esteve subjacente: a colaboração e compromisso entre os oito municípios, a Rota da Bairrada e a Comissão Vitivinícola da região. Esperemos que esses pressupostos se mantenham e conduzam a uma região mais unida e solidária no seu desenvolvimento.

 

No centro desta apresentação esteve o evento “Aqui na Bairrada – Beber e Saborear”, promovido pela CV Bairrada, Rota da Bairrada e Município de Anadia, que teve lugar nos dias 14 e 15 de Setembro no pavilhão desportivo desta cidade e contou com a participação empenhada dos agentes económicos da região, bem como a afluência de muitos visitantes que assim puderam apreciar os vinhos e gastronomia regionais e confraternizar com os seus produtores. No âmbito deste evento foi igualmente realizado o “Concurso de Espumantes e Vinhos Bairrada”, com cerca de 70 referências em prova, que apurou 22 medalhas de ouro e elegeu como grande vencedor absoluto o espumante Quinta de São Lourenço branco 2008, da Caves Solar de São Domingos. Paralelamente, e aproveitando a estadia de diversos jornalistas na Bairrada, foi inaugurada a remodelada adega Regateiro, em Aguada de Cima, e oficialmente apresentados os vinhos Caves São João 99 anos de História (desta vez, um rosé de 2018) e Lopo de Freitas branco 2017, da São Domingos. Duas masterclasses bastante concorridas, realizadas no Museu do Vinho, em Anadia, lembraram os 40 anos da demarcação da Bairrada e os (quase) 130 anos da produção de espumante na região, iniciada em 1890. Luís Lopes

Bairrada vai aos Jogos Olímpicos de Tóquio

E os seus atletas são um espumante, um branco e um tinto. A Bairrada volta a ser a região vínica convidada a representar Portugal nos Jogos Olímpicos, cuja 32ª edição acontece em Tóquio, de 24 de Julho a 9 de Agosto. À semelhança da iniciativa promovida em 2016, a Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB), a […]

E os seus atletas são um espumante, um branco e um tinto. A Bairrada volta a ser a região vínica convidada a representar Portugal nos Jogos Olímpicos, cuja 32ª edição acontece em Tóquio, de 24 de Julho a 9 de Agosto. À semelhança da iniciativa promovida em 2016, a Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB), a Associação Rota da Bairrada (ARB) e o Comité Olímpico de Portugal (COP) voltaram, este ano, a formalizar uma parceria que visa a criação de edições especiais vínicas. O trio de vinhos seguirá com a comitiva para os Jogos, mas também será comercializado em Portugal.

Pedro Soares, presidente da CVB, e Jorge Sampaio, presidente da Rota da Bairrada, assumem que a renovação deste protocolo deixa a Bairrada bastante satisfeita e reforçam que “é um orgulho podermos associar aquilo que é a promoção dos nossos produtos endógenos a uma marca como a do Comité Olímpico de Portugal”.

“A missão Olímpica Portuguesa vai apresentar em Tóquio o melhor que o país tem, em vários sectores, nomeadamente no cultural e comercial. Esta parceria com a região vitivinícola da Bairrada é um pretexto e uma oportunidade para mostrarmos o que de melhor o país produz nesta área.”, afirma José Manuel Constantino, presidente do COP.

ViniPortugal traz Masters of Wine a três regiões portuguesas

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Quinze Masters of Wine (MW) de todo o Mundo estiveram, na última semana de Março, em tour pelo Alentejo, Dão e Bairrada. Numa parceria entre a ViniPortugal e o The Institute of Masters of Wine, este grupo de elite do vinho, proveniente de nove países diferentes, reforçou o seu conhecimento sobre castas, regiões e produtores portugueses, tomando contacto com o panorama vinícola nacional e as suas características distintivas.

O grupo de MW, coordenado por Dirceu Vianna Junior, o primeiro MW de língua portuguesa, radicado em Inglaterra, integrou especialistas de renome internacional: Alison Eisermann Ctercteko (Australia), Elsa Macdonald (Canadá), James Lawther (França), Joanna Locke (Reino Unido), Joel Butler (EUA), Matthew Forster (Reino Unido), Olga Karapanou Crawford (EUA), Robin Kick (Suíça), Rupert Wollheim (Reino Unido), Simon Nash (Nova Zelândia), Susan McCraith (Reino Unido), Tim Jackson (Reino Unido), Yiannis Karakasis (Grécia) e Ying Tan MW (Singapura).

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Além de visitas a produtores, estes MW assistiram a várias masterclasses, orientadas pelos colaboradores da Grandes Escolhas Nuno Oliveira Garcia e Dirceu Vianna Junior, e por Luís Lopes, director da publicação. Também palestras de enquadramento global do perfil de cada uma das três regiões vitivinícolas fizeram parte do programa, que seguidas de um debate sobre viticultura.

Foram várias as empresas que colaboraram nesta óptima iniciativa da ViniPortugal, entre elas a Herdade do Esporão, Dona Maria Vinhos, Fundação Eugénio de Almeida, Adega Mouchão, Symington Family Estates, Magnum Vinhos, Julia Kemper Wines, Paços dos Cunhas de Santar/Global Wines, Quinta da Pellada, Casa da Passarela, Quinta dos Carvalhais/Sogrape, Quinta dos Roques, Caves Aliança, Luís Pato e Baga Friends (Quinta das Bágeiras, Sidónio de Sousa, Quinta da Vacariça, Niepoort e Palace Hotel do Buçaco), CVR Dão e CVR Bairrada.

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