Concurso de Vinhos da Beira Interior já anunciou resultados

O 13º Concurso de Vinhos da Beira Interior — que teve lugar na Guarda, nos dias 8 e 9 de Julho — já apurou os seus vencedores. Foram atribuídas 17 medalhas de Ouro e 6 de Prata, num total de 78 vinhos a concurso, de cerca de 30 produtores associados da Comissão Vitivinícola Regional da […]

O 13º Concurso de Vinhos da Beira Interior — que teve lugar na Guarda, nos dias 8 e 9 de Julho — já apurou os seus vencedores. Foram atribuídas 17 medalhas de Ouro e 6 de Prata, num total de 78 vinhos a concurso, de cerca de 30 produtores associados da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI, uma das organizadoras, juntamente com a NERGA e a AEBB). 

Na entrega de prémios, que decorreu este sábado (31 de Julho), no Solar do Vinho da Beira Interior, foi anunciado também o grande vencedor do concurso, como Melhor Vinho da Beira Interior: Quinta da Biaia Single Vineyard Fonte da Vila branco 2017, do produtor Domínios do Interior (na foto).

Rodolfo Queirós, Presidente da CVRBI, “enalteceu a resiliência dos associados da Comissão, nestes tempos difíceis, e parabenizou todos os participantes no concurso, referindo que, com esta iniciativa, a notoriedade da Beira Interior voltou a sair reforçada”.

A lista completa de medalhados pode ser descarregada aqui.

vinho da casa #30 – Casas Altas Rufete tinto 2018

Concurso Beira Interior Gourmet está de volta e já tem data

Beira Interior concurso restaurantes

A primeira edição do Concurso Beira Interior Gourmet irá finalmente “para a estrada”! Um evento que decorrerá entre os dias 10 de de Julho e 10 de Agosto, com todas as medidas de segurança garantidas pelos restaurantes aderentes. Em conjunto com os produtores de vinhos da região, estes restaurantes pretendem potenciar um dos ex-libris da […]

A primeira edição do Concurso Beira Interior Gourmet irá finalmente “para a estrada”! Um evento que decorrerá entre os dias 10 de de Julho e 10 de Agosto, com todas as medidas de segurança garantidas pelos restaurantes aderentes. Em conjunto com os produtores de vinhos da região, estes restaurantes pretendem potenciar um dos ex-libris da Beira Interior, a sua gastronomia e os seus vinhos. Esta iniciativa tem agora um significado adicional: ajudar a impulsionar negócios que tanto foram prejudicados pela pandemia do novo coronavírus.

Estarão diferentes pratos a concurso, harmonizados com vinhos da região, que o público terá oportunidade de provar durante este período. Os restaurantes estarão em competição no âmbito das seguintes categorias:

O menu a concurso é composto por entrada, prato principal e sobremesa, que deverão ser acompanhados por vinhos da Beira Interior certificados (DO e/ou IG) inseridos na carta de vinhos do restaurante.

Esta iniciativa insere-se na estratégia de promoção do enoturismo da região, no qual a recentemente criada Rota dos Vinhos da Beira Interior faz deste evento uma aposta no desenvolvimento da região. Para avaliação, foi reunido um júri das áreas da cozinha; turismo e cultura; ensino e enologia, cuja presidência estará a cargo de Fernando Melo, conceituado crítico de vinhos e cozinha, também colaborador da Grandes Escolhas.

[ADIADO]Beira Interior Gourmet 2020 tem participação de 33 restaurantes

ADIADO POR TEMPO INDETERMINADO A primeira edição do Concurso Beira Interior Gourmet terá 33 restaurantes aderentes, um evento que decorrerá entre os dias 14 de Março e 16 de Abril. Em conjunto com os produtores de vinhos da região, estes restaurantes pretendem potenciar um dos ex-libris da Beira Interior, a sua gastronomia e os seus […]

ADIADO POR TEMPO INDETERMINADO

A primeira edição do Concurso Beira Interior Gourmet terá 33 restaurantes aderentes, um evento que decorrerá entre os dias 14 de Março e 16 de Abril. Em conjunto com os produtores de vinhos da região, estes restaurantes pretendem potenciar um dos ex-libris da Beira Interior, a sua gastronomia e os seus vinhos.

Estarão diferentes pratos a concurso, harmonizados com vinhos da região, que o público terá oportunidade de provar durante este período. Os restaurantes estarão em competição no âmbito das seguintes categorias:

O menu a concurso é composto por entrada, prato principal e sobremesa, que deverão ser acompanhados por vinhos da Beira Interior certificados (DO e/ou IG) inseridos na carta de vinhos do restaurante.

Esta iniciativa insere-se na estratégia de promoção do enoturismo da região, no qual a recentemente criada Rota dos Vinhos da Beira Interior faz deste evento uma aposta no desenvolvimento da região. Para avaliação, foi reunido um júri das áreas da cozinha; turismo e cultura; ensino e enologia, cuja presidência estará a cargo de Fernando Melo, conceituado crítico de vinhos e cozinha, colaborador da Grandes Escolhas.

Os restaurantes aderentes:

Rumo a um futuro melhor

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A Beira Interior é uma região com múltiplas facetas na produção de vinho. Mas uma grande força vai-se mantendo, que é o domínio das cooperativas na produção de vinho. A Cooperativa Beira Serra é das mais pequenas […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A Beira Interior é uma região com múltiplas facetas na produção de vinho. Mas uma grande força vai-se mantendo, que é o domínio das cooperativas na produção de vinho. A Cooperativa Beira Serra é das mais pequenas e há alguns anos alterou um rumo que perdurava há décadas. E em boa hora o fez…

TEXTO António Falcão
FOTOS Ricardo Gomez

Rumamos a Vila Franca das Naves, povoação do concelho de Trancoso, distrito da Guarda. Esta¬mos a norte do enorme Parque Natural da Serra da Estrela, que engloba a mais alta serra de Portugal Continental, mas, curiosamente, aqui o terreno nem sequer é montanhoso. Estamos numa espécie de planalto – mas, para que não existam dúvidas, o nosso altímetro ronda quase sempre os 550 metros. Paisagem tipicamente agrícola, com pequenas vinhas espalhadas um pouco por todo o lado, alguma floresta e muito granito à vista. Mesmo muito. Terras pobres, portanto. Enfim, nada que seja estranho à região da Beira Interior, que a sul, na Beira Baixa, encosta ao Alto Alentejo, e a Norte, junto a Figueira de Castelo Rodrigo, se aproxima do Douro. O Dão está a sul, também muito perto, especialmente das zonas vitícolas encostadas à Serra da Estrela. Gouveia, por exemplo, está a menos de 40 quilómetros em linha recta.
Não é preciso perguntar a ninguém do local para adivinhar que estas são terras de clima fresco, mas seco, que provocam maturações lentas. E é exactamente isso que nos diz João Guerra: “já cheguei a vindimar a 20 de Outubro (a casta Touriga Nacional). Nós somos os últimos a vindimar na região”. João Guerra tem vinhas a mais de 700 metros de altitude. Médico de família local, João Guerra é o presidente da Beira Serra Vinhos, o nome comercial da Cooperativa Beira Serra (beiraserravinhos.pt), que lhe dá um toque mais sofisticado e, ao mes¬mo tempo, indica a proximidade à Serra da Estrela, e, porque não, a vizinhança às serras da Marofa e Malcata[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”40418″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]UMA ADEGA COM 63 ANOS DE IDADE
A adega nasceu em 1956 mas até 2000, mais ou menos, viveu sobretudo do vinho a granel. Tinha grandes clientes e Joaquim Gamboa, o director executivo da casa, ainda se lembra de ouvir falar desses tempos: “toda a gente nos vinha comprar vinho branco e rosé. O Mateus Rosé, por exemplo, chegou a sair daqui já em garrafa. E saía muito vinho para espumantes, também”. A estratégia foi funcionando durante várias décadas, mas não deixou a adega rica. Entretanto, mudanças nos mercados e a concorrência de produtores mais poderosos, como a vizinha adega de Pinhel, por exemplo, com quase 20 milhões de litros (uma das maiores do país), ditou mudanças de estratégia no início do século. Diz Joaquim Gamboa que “a partir de 2000, as direcções entenderam começar a engarrafar algum”. Ao que parece, este vinho ia-se venden¬do, mas sem grandes resultados. Joaquim Gamboa fala da falta de notoriedade nas marcas e pouca agressividade comercial. Já no final da década, os associados votaram numa nova direcção e entraram Joaquim Gamboa, João Guerra e Jorge Lucas. Corria o ano de 2013.
Os três directores são associados da cooperativa, mas Joaquim Gamboa, que passou cerca de 40 anos em Lisboa e chegou a ter uma garrafeira na capital (Culto do Vinho), arrancou, entretanto, uma parte da vinha que herdou. Pouco percebia de agricultura e o pai, ainda nestas terras, foi o principal ‘responsável’: “isto não é vida para vocês”, dizia ele enquanto o enxotava das tarefas do campo. Mas Gamboa regressou a Vila Franca das Naves e é aqui que é feliz. Uma das vinhas sobreviventes tem provavelmente mais de um século.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]UMA NOVA ERA COMEÇA EM 2013
Corria 2013 e a nova direcção decide gerir a cooperativa como uma empresa. Sabendo que o mercado de granel tinha os dias contados, começa a apostar cada vez mais no vinho engarrafado (ou em bag in box). E decide voltar-se cada vez mais para a qualidade.
Joaquim recorda: “Mudámos rótulos, mudámos garrafas, alterámos a imagem da cooperativa. Tomámos iniciativas de marketing e promoção dos vinhos, investimos muito em feiras, mas apenas no mercado nacional. Mas sabe¬mos que promover marcas leva anos…”
As mudanças não ficaram por aqui. “As coisas estavam muito degradadas quando entrámos”, diz João Guerra. A direcção decide por isso investir na área técnica, tanto na fermentação como no armazenamento. Por exemplo, os antigos depósitos de cimento foram revestidos a epoxy e levaram placas de frio. Este ano comprou-se uma linha de engarrafamento. Tudo a pouco e pouco, porque o dinheiro é escasso.
A estratégia passou ainda pelos recursos humanos. Houve um melhor aproveitamento do enólogo consultor Carlos Silva, que já exercia aqui há uns anos. Carlos, na altura da equipa da Vines & Wines, trabalha sobretudo na vizinha região do Dão e é um técnico tão à vontade com grandes volumes como em pequenas tiragens de vinhos de quinta. Para o ajudar na adega está Artur Figueiredo, o enólogo residente. Esta dupla, com os novos equipamentos, tem conseguido tirar melhor partido das uvas que chegam todos os anos à adega de Vila Franca das Naves. Ou seja, a qualidade média dos vinhos foi melhorando. Mas há ainda muita margem para crescer…[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”No Line” custom_height=”30″][divider line_type=”No Line” custom_height=”30″][image_with_animation image_url=”40420″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]UMA QUESTÃO DE NOTORIEDADE
O passado negro começa a ficar para trás, mas a Beira Serra Vinhos enfrenta diversos desafios importantes para o futuro próximo. O primeiro é criar maior notoriedade nas suas marcas de topo da casa: Fora de Jogo, Boa Pergunta e Óptima Pergunta. João Guerra – na altura na Assembleia Geral (órgão não executivo) – assistiu à origem destes exóticos nomes. O primeiro surgiu por um mau motivo: por questões legais e desleixo, a empresa perdeu a marca Vilas Francas, forte na altura, e alguém disse que estavam agora “Fora de Jogo” no mercado. Nas discussões à volta destes temas, alguém colocou uma questão pertinente e surgiu o comentário: “essa é uma boa pergunta”. “Boa pergunta?” para aqui e para ali, e logo ali se decidiu avançar com a marca, que chamava a atenção. Daí até passar para o Óptima Pergunta foi um pequeno passo, dentro do mesmo conceito, uma espécie de ‘upgrade’ e o vinho mais caro da casa.
O outro grande desafio tem mais a ver com a demografia que com o negócio. De facto, poucas regiões sofrerão os custos da interioridade como esta: a maioria da população está envelhecida e não se sabe quantos serão os viticultores que estarão em condições de tratar dos vinhedos da região. Na realidade, são cerca de 400 os associados que entregam uva na Beira Serra, com data programada e geralmente por castas. Mas inscritos estão cerca de um milhar. “Como o cadastro não foi actualizado, mui¬tos sócios morreram, entretanto, ou arrancaram a vinha, ou saíram da região”, diz Gamboa. O panorama actual divide-se, de grosso modo, desta forma: de um lado muitos sócios já idosos com cerca de 1 hectare e ainda com força para tratarem da vinha, quase sempre velha; depois, alguns jovens com 4 ou 5 hectares, que reestruturaram a vinha; e meia dúzia que têm áreas superiores e também possuem vinhas reestruturadas. As castas mais tradicionais – as brancas Fonte Cal e Síria e a tinta Rufete, por exemplo – estão a desparecer a pouco e pouco, à medida que as vinhas velhas vão desaparecendo. Uma estratégia seria pagar melhor estas uvas, mas a Beira Serra não tem condições para isso. Mesmo o preço base para as uvas, numa base de quilo e grau alcoólico provável de 10 graus, ronda os 21 cêntimos. Mas poderá chegar aos 30 e mais cêntimos, com uvas de bom grau de Touriga Nacional, por exemplo. A Tinta Roriz também tem bonificação. As boas uvas de vinhas velhas acabam por compor os lotes dos melhores vinhos, mas não têm especiais bonificações.
Para piorar as coisas, os anos de 2017 e 2018 foram madrastos para os viticultores locais. Condições climatéricas adversas fizeram com que a produção descesse substancialmente. E, finalmente, começa a existir uma preocupante falta de mão-de-obra, especialmente na vindima. Este, infelizmente, começa a ser um problema nacional…[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]À PROCURA DE FAMA
Este grupo heterogéneo de que falámos atrás coloca na adega cerca de 4 mil toneladas de uva, o correspondente a mais de 3 milhões de litros de vinho. Cerca de um terço para vinho branco, o resto para tinto.
Para garrafa vai cerca de um terço da produção e a direcção sabe que existe aqui muita margem para crescer. O problema, aparente¬mente, não está na qualidade dos vinhos. Joaquim Gamboa explica: “os nossos vinhos são muito bons e mesmo os Beira Serra colheita (como o Colheita Seleccionada e o Selecção dos Sócios) batem-se contra alguns reservas de outras regiões. O nosso problema número 1 é o rótulo dizer Beira Interior…”. Pior ainda, tem histórias que, segundo ele, comprovam isto.
O médico João Guerra sabe que é assim, mas o problema tem raízes mais fundas: “esta zona é desprotegida, mesmo no contexto do que é o interior de Portugal”. Joaquim Gamboa reforça: “Não queremos dinheiro a fundo perdido, não acredito nisso; basta-nos linhas de crédito com juros razoáveis”.
Ambos os directores sabem dos riscos do abandono da propriedade na Beira Interior. “Ainda hoje veio aqui um sócio a dizer que já não tem força para tratar da vinha e disse-nos que vai arrancá-la. Nós não podemos fazer nada”, diz o director. E acrescenta: “se hoje fechássemos portas, metade dos cafés e casas comerciais fechavam também”. João Guerra acha que as próprias câmaras municipais poderiam dar uma ajuda.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”40421″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]UMA REGIÃO COM MUITO POTENCIAL
Os pensamentos negativos ficam para trás. João Guerra quer focar-se nos positivos: “Temos coisas muito boas, muita sustentabilidade: eu, por exemplo, faço produção integrada há mais de 30 anos! E gastamos muito menos produtos fitossanitários que em várias outras regiões do país. Este ano, por exemplo, apenas fiz três tratamentos!”. Vinhos com poucos químicos é música para os ouvidos de muitos consumidores. Tal como a frescura. João Guerra sabe que o clima desta região potencia vinhos brancos e tintos muito frescos e longevos, é verdade, mas tintos com tendência para mostrarem taninos aguerridos e alguma adstringência. Por isso, ‘suavizar’ os vinhos é uma parte do trabalho da equipa de enologia, mas não só. É frequente membros da direcção estarem presentes na feitura dos lotes e J. Gamboa justifica: “quem anda lá fora sabe melhor aquilo que os consumi¬dores gostam”.
Outro desafio vai para a comercialização. A casa tem alguns agentes na zona de Lisboa e outras zonas do país, mas Gamboa tem pena que não consigam fazer uma maior promoção do vinho da Beira Serra. “faz-nos falta um vendedor na zona de Lisboa”. Para o estrangeiro também vai bastante vinho, especialmente para França: o ano passado saiu para a terra dos gauleses quase 1 milhão de euros de vinho! A grande maioria, infeliz¬mente, vinho muito barato. “Muito rosé para as francesas”, diz Gamboa, mas sobretudo para abastecer o mercado da saudade.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]RUMO A UM FUTURO MELHOR
“Desde 2013 a casa tem crescido muito em notoriedade”, diz Gamboa. “Conseguimos arrumar a casa. Este ano vamos distribuir 500.000 euros aos sócios e note que foi um ano de pouca produção”, acrescenta João Guerra.
Existe ainda um projecto para enoturismo, a fazer em conjunto com a Comissão da Beira Interior, que está a criar a Rota dos Vinhos. Uma casa dos anos 60 dentro do parque da adega poderá assim ser recuperada e convertida em loja de vinhos e merchandising.
São boas notícias, mas Joaquim e João sabem bem que muito há ainda para fazer. Mas, afastando de vez maus pensamentos, João Guerra não hesita: “esta casa é para continuar. E para contribuir que a região da Beira Interior tenha o lugar que merece no panorama vitícola nacional”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column centered_text=”true” column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”VINHOS EM PROVA”][vc_column_text]

[/vc_column_text][vc_column_text]

Edição Nº27, Julho 2019

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Vinalda distribui vinhos da Quinta da Biaia

Situada entre as encostas de Castelo Rodrigo, a Serra da Marofa e o rio Douro, na Beira Interior, a Quinta da Biaia junta-se a gora ao portfolio da distribuidora Vinalda. Com a sua marca distintiva da borboleta nos rótulos, esta Quinta remonta ao século XVII e inclui várias propriedades que totalizam 100 hectares, com cerca […]

Situada entre as encostas de Castelo Rodrigo, a Serra da Marofa e o rio Douro, na Beira Interior, a Quinta da Biaia junta-se a gora ao portfolio da distribuidora Vinalda.

Com a sua marca distintiva da borboleta nos rótulos, esta Quinta remonta ao século XVII e inclui várias propriedades que totalizam 100 hectares, com cerca de 30 de vinhas de altitude em modo de produção biológico (750m), plantadas há várias décadas e que reúnem as castas características da região: Síria, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca. Os vinhos são provenientes de três parcelas com características muito próprias: vinha da Alvandeira, em terrenos argilo-limosos; vinha dos Castros, de transição de granito e xisto; e vinha das Lameiras de granito.

“A parceria com a Vinalda resulta da comunhão da paixão por vinhos com forte personalidade, pelo gosto de partilhar do que mais nos orgulhamos e pela visão alinhada de como estar no mercado”, sublinha Ricardo Lopes Ferro, gestor do projecto. Já José Espírito Santo, Diretor-Geral da Vinalda, refere que “o segmento dos vinhos biológicos está em crescimento”, salientando que “a Quinta da Biaia é uma referência nesta região, que tem enorme potencial”.

26 premiados no 12º Concurso de Vinhos da Beira Interior

O Jantar de Entrega de Prémios do 12º Concurso de Vinhos da Beira Interior, que teve lugar no Castelo de Trancoso, no passado dia 6 de Julho, consagrou o vinho Marquês d’ Almeida Grande Reserva branco 2017, do produtor CARM – Casa Agrícola Roboredo Madeira, como o Melhor Vinho da Beira Interior. Foram ainda atribuídos […]

O Jantar de Entrega de Prémios do 12º Concurso de Vinhos da Beira Interior, que teve lugar no Castelo de Trancoso, no passado dia 6 de Julho, consagrou o vinho Marquês d’ Almeida Grande Reserva branco 2017, do produtor CARM – Casa Agrícola Roboredo Madeira, como o Melhor Vinho da Beira Interior.

Foram ainda atribuídos pela primeira vez a medalha de Melhor Vinho no Feminino ao vinho Alpedrinha Reserva branco 2018, da Adega Cooperativa do Fundão, a medalha de Melhor Imagem ao vinho Souvall Colheita Seleccionada branco 2017, do produtor Lúcia & Américo Ferraz, e a medalha de Melhor Imagem no Feminino ao vinho Quinta do Cardo Biológico Síria Reserva branco 2015, da Agrocardo.

Para além do melhor vinho da Beira Interior, o júri do concurso, realizado na Guarda, atribuiu ainda 12 medalhas de ouro e 14 medalhas de prata, num total de 87 vinhos a concurso, em representação de mais de 31 produtores da região.

O Concurso de Vinhos da Beira Interior é promovido pela Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior e pelas Associações Empresariais da Guarda (NERGA) e de Castelo Branco (AEBB), contando com o apoio da Câmara Municipal de Trancoso.

A lista completa dos premiados:

 

Adega23: A visão de Manuela

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O trocadilho é quase irresistível, uma vez que a proprietária da Adega23 é médica oftalmologista. Mas resume bem o que aconteceu em Sarnadas do Ródão, região da Beira Interior: Manuela Carmona teve uma visão e concretizou-a. Com […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O trocadilho é quase irresistível, uma vez que a proprietária da Adega23 é médica oftalmologista. Mas resume bem o que aconteceu em Sarnadas do Ródão, região da Beira Interior: Manuela Carmona teve uma visão e concretizou-a. Com enologia de Rui Reguinga, os vinhos estão prestes a sair para o mercado. E a adega capta os olhares de quem circula na A23.

TEXTO Luís Francisco
FOTOS Ricardo Palma Veiga

É verdade que do sonho nasce a obra, mas há casos em que a obra supera o próprio sonho. Que o diga Manuela Carmona, médica oftalmologista, que um dia sonhou ter uma vinha e fazer vinho na terra dos seus avós, Sarnadas de Ródão, concelho de Vila Velha de Ródão. “A minha ideia inicial era uma coisa pequena, um hectare ou assim…”, confessa, na sua novíssima adega forrada a cortiça e pairando sobre quase 12 hectares de vinha nova, mesmo à beira da A23. Que inspirou o nome deste projecto: Adega23. Os primeiros vinhos estão agora a sair para o mercado.
Estamos nos limites meridionais da região vitivinícola da Beira Interior, bem mais perto das primeiras vinhas do Alentejo – ali ao lado, na serra de São Mamede – do que de qualquer outro projecto beirão… “Somos o único produtor entre o Tejo e a Gardunha. As pessoas estão muito curiosas e a população local entusiasmada! E isso deixa-me muito feliz. Porque o principal objectivo é fazer o melhor vinho possível, mas também trazer algo de bom à terra.”
Manuela, 56 anos, nasceu em Castelo Branco, a sua família é de Sarnadas e esta filha da terra a boa casa tornou. Bom, por enquanto em part-time, que a medicina continua a tomar-lhe a maior fatia do seu tempo. Ainda assim, adivinha-se a altura em que a balança penderá para os vinhos… Pelo brilho nos seus olhos, mas também pela qualidade e dimensão da infra-estrutura criada, uma adega que vai abrir-se ao enoturismo e de onde sairão, nesta fase, 30.000 garrafas por ano.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_gallery type=”flickity_style” images=”27638,27646,27639″ flickity_controls=”pagination” flickity_desktop_columns=”1″ flickity_small_desktop_columns=”1″ flickity_tablet_columns=”1″ flickity_box_shadow=”none” onclick=”link_no”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”O dedo do enólogo” title_align=”separator_align_left” align=”align_left”][vc_column_text]A enologia está a cargo de Rui Reguinga, um enólogo com projectos na Beira mais setentrional e na serra de S. Mamede, que daqui se avista tão bem (já agora, do alto da adega também a Serra da Estrela é visível…). A matéria-prima provém de vinhas plantadas entre 2014 e 2015 em solos pedregosos (xisto), nalgumas parcelas com alguma argila, a meia-encosta e com exposição dominante Sul-Poente. Sob a sua orientação, foram escolhidas nove castas, quatro de uvas brancas e cinco de tintas. Entre as brancas, contam-se Arinto, Síria, Verdelho e Viognier; nas tintas há Alicante Bouschet, Aragonez, Touriga Nacional, Rufete e Syrah. Resumindo: castas que se dão bem no norte do Alentejo, e duas com raízes beirãs (Síria e Rufete), que dão “o carácter local”, assume o enólogo.
A ideia é fazer lotes – o branco (quatro castas) e o rosé (Aragonez e Rufete), que agora vão ser lançados, são o resultado dessa filosofia, bem como o tinto que sairá dentro de alguns meses. “Mas não descartamos a hipótese dos monocastas, se der para isso”, esclarece Reguinga, que idealizou a adega de forma a poder trabalhar em pequenas vinificações. Há depósitos em inox de 1.500 e 2.500 litros para os brancos; lagares, troncocónicas, cubas em inox e (em breve) balseiros em madeira para os tintos. “Os primeiros dois anos são vindimas de experiências, até porque eu tenho muitos anos disto, mas não nesta zona. Com estas instalações podemos vinificar separadamente as castas e até as parcelas, para ficarmos com uma ideia mais definida do que cada uma dá.”
Nesta primeira vindima, a de 2017 (toda feita entre as 6h e as 10h da manhã, com mão-de-obra voluntária da região), o enólogo destaca os bons resultados da Rufete e da Síria, bem como da Syrah, embora esta sem surpresa, uma vez que “se dá bem em todo o lado”. As vinhas tintas ficam situadas nos declives mais acentuados, as brancas em zonas mais planas – para quem segue para norte na A23, as brancas ficam à direita, as tintas à esquerda, junto ao edifício da adega.
Esta destaca-se bem na paisagem e está a transformar-se num dos ícones da região. O projecto, do atelier Rua, assenta numa planta rectangular (aproveitando a área antes ocupada por um pavilhão agrícola) e destaca-se pelo revestimento em cortiça e pela cinta metálica do anel exterior, que brilha sobre a paisagem com o sol da tarde em tons de dourado e com iluminação artificial à noite. É impossível passar na A23 e não dar com o edifício. E dar com ele é meio caminho andado para o visitar, porque a saída da auto-estrada é mesmo ali ao lado… Manuela Carmona quis que a adega dispusesse de espaços sociais generosos e está a decorá-los com gosto, apostando claramente no enoturismo. Na região, repete-se, não há mais nada assim.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_gallery type=”flickity_style” images=”27640,27645,27647″ flickity_controls=”pagination” flickity_desktop_columns=”1″ flickity_small_desktop_columns=”1″ flickity_tablet_columns=”1″ flickity_box_shadow=”none” onclick=”link_no”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”A vinha do avô” title_align=”separator_align_left” align=”align_left”][vc_column_text]Vinhas sempre houve, e continua a haver. Pequenas, quase sempre limitadas à bordadura dos terrenos, porque as regras impostas pelo regime do Estado Novo colocaram esta região fora do mapa vínico. Na sua família, Manuela sempre teve gente que cultivava videiras e fazia vinho, mas em pequenas quantidades e apenas como ocupação de fim-de-semana. Quando, em 2010, na “ressaca” da sua passagem pela presidência da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, sentiu a necessidade de respirar fundo e “mudar de ares”, quis voltar a fazer vinho na velha vinha do avô.
Mas os estragos provocados pelos veados e javalis já eram irreversíveis e os planos adaptaram-se a essa nova realidade. Procurou uma propriedade onde fosse mais difícil a vida selvagem vir a causar problemas – e encontrou-o nas margens da A23. A seguir percebeu que só valia a pena apostar numa adega bem equipada e com padrões ambiciosos de qualidade se a operação tivesse alguma dimensão. Finalmente, deixou-se seduzir pelo mais arrojado dos três projectos arquitectónicos que lhe foram apresentados para a adega.
O resultado aqui está: quase 12 hectares de vinha e um edifício “muito importante para a auto-estima desta região do interior”. Manuela frisa este ponto com mal disfarçado orgulho: “Veio mostrar que aqui se podem fazer projectos de qualidade.” Pessoalmente, isto é também o reflexo da sua filosofia de vida, assente na ideia de que “é preciso ter objectivos e enfrentar os desafios”. A missão não está cumprida e há novos episódios prometidos para breve, como a abertura ao enoturismo a tempo inteiro ou a plantação de mais três hectares de vinha, nos terrenos ainda disponíveis. Mas, por agora, chegou a altura de o vinho falar por si.
A primeira edição do branco (13.500 garrafas) e do rosé (2.500) vai ser apresentada nas próximas semanas, o tinto (outras 13.500 garrafas) verá a luz do dia mais lá para o Outono. O engarrafamento recente levou Rui Reguinga a adiar uma prova formal, mas pelo que já se pôde saborear (à refeição), os vinhos são ambiciosos e têm carácter. E de outra maneira não poderia ser, dada a faixa de preço (acima dos 10 euros) onde se querem inserir. Para já, produtora e enólogo destacam a grande curiosidade que os vinhos Adega23 estão a despertar. “Fiz as primeiras vendas há mais de um ano, ainda nem havia vinho…”, confessa Manuela.

 

Edição Nº14, Junho 2018

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