Caminhos Cruzados firma compromisso agro-ecológico na Quinta da Teixuga

Caminhos Cruzados agro-ecológico

A Caminhos Cruzados — empresa produtora do Dão conhecida sobretudo pelos vinhos homónimos, e pelos Titular e Teixuga — anunciou que colocou em marcha um projecto agro-ecológico para a sua Quinta da Teixuga, compromisso que arrancou hoje, no Dia Mundial da Árvore (21 de Março) com a plantação de 105 árvores na propriedade.  “A monitorização da […]

A Caminhos Cruzados — empresa produtora do Dão conhecida sobretudo pelos vinhos homónimos, e pelos Titular e Teixuga — anunciou que colocou em marcha um projecto agro-ecológico para a sua Quinta da Teixuga, compromisso que arrancou hoje, no Dia Mundial da Árvore (21 de Março) com a plantação de 105 árvores na propriedade. 

“A monitorização da informação com recurso a tecnologia, a aposta em modos de produção mais protectores dos recursos (água, solo e biodiversidade) e uma nova visão sobre o embalamento”, são algumas das áreas que este projecto toca, segundo o produtor. Lígia Santos, directora-geral da Caminhos Cruzados, explica que a empresa vai conhecer um impulso nos próximos tempos, ao nível da sustentabilidade, “no caminho da regeneração, resiliência e transição, três passos fundamentais que querem dar uma resposta eficaz às exigências do mercado em termos de sustentabilidade e agro-ecologia, mas sobretudo para termos condições de fazer face às alterações climáticas e os desafios que elas trazem ao nosso, perfil, identidade e terroir”.

A “mini-floresta” plantada hoje — em conjunto com alunos do 2º ano do Centro Escolar de Nelas — que simbolizou o início desta nova era da Caminhos Cruzados, representa um bosque misto ibérico com 10 espécies diferentes da região, “com bagas e frutos de muitas cores, que fornecem alimento à avifauna ao longo de praticamente todo o ano. É por isso um bosque para pássaros, que certamente irá ser mais uma peça fundamental no restauro do mosaico da Quinta da Teixuga”, refere a empresa.

Anteriormente, a Caminhos Cruzados já tinha dado alguns passos no sentido deste projecto agro-ecológico, com intervenção na vinha e nos espaços florestais e naturais que a enquadram, “no sentido de progressivamente reduzir ao mínimo, ou mesmo eliminar, o uso de herbicidas e fito-fármacos”. Já este ano, começou a usar ovelhas certificadas para a produção de Queijo da Serra, para controlar infestantes e promover uma cobertura regenerativa dos solos, o que traz biodiversidade e maior captação de carbono aos mesmos.

Caves São João adquiridas por novos sócios

Caves São João novos sócios

No passado mês de Fevereiro de 2022, a Caves São João – Sociedade dos Vinhos Irmãos Unidos, Lda — uma das mais antigas empresas da Bairrada, e a casa de espumantes mais antiga ainda em actividade, da região — foi adquirida por novos sócios: Fernando Sapinho, Nuno Ramos, Mário Mateus, Mário Vigário, Enrique Castiblanco e […]

No passado mês de Fevereiro de 2022, a Caves São João – Sociedade dos Vinhos Irmãos Unidos, Lda — uma das mais antigas empresas da Bairrada, e a casa de espumantes mais antiga ainda em actividade, da região — foi adquirida por novos sócios: Fernando Sapinho, Nuno Ramos, Mário Mateus, Mário Vigário, Enrique Castiblanco e Paulo Morgado. Da família fundadora, mantém-se uma parte representada por Rita Palma e por José Palma.

Segundo o comunicado enviado à imprensa pelas Caves São João, os novos sócios formam “um conjunto de amigos e empresários que partilham uma grande paixão pelo mundo dos vinhos e pela Bairrada”. O comunicado refere, ainda: “Todos nós acreditamos, proprietários novos e históricos, que a Bairrada será cada vez mais uma referência nas regiões vitivinícolas, quer a nível nacional, quer a nível internacional”.

Na estratégia para esta nova fase das Caves São João, serão mantidos os corpos gerentes, com destaque para Célia Aves, e os consultores de enologia e viticultura, José Carvalheira e António Selas, respectivamente. Também a restante equipa se manterá no projecto, integrando a aposta “nos vinhos antigos, nos espumantes, na Quinta do Poço do Lobo e nas marcas de referência Frei João (Bairrada) e Porta dos Cavaleiros (Dão)”, diz a São João.

Palácio Condes de Anadia: Um “château” no Dão

Anadia Dão

Um magnífico palácio setecentista, localizado bem no centro de Mangualde, é a porta de entrada para um outro mundo. A história e a cultura, a arquitectura e a decoração, a vinha, os jardins e a mata, envolvem-nos, encantam-nos e fazem-nos recuar três séculos como se estivéssemos numa máquina do tempo. No topo deste requintado e […]

Um magnífico palácio setecentista, localizado bem no centro de Mangualde, é a porta de entrada para um outro mundo. A história e a cultura, a arquitectura e a decoração, a vinha, os jardins e a mata, envolvem-nos, encantam-nos e fazem-nos recuar três séculos como se estivéssemos numa máquina do tempo. No topo deste requintado e aristocrático bolo, os vinhos são a cereja resplandecente.

 Texto: Luís Lopes

Fotos: Anabela Trindade

Imagine um palácio, com tudo o que é expectável encontrar num palácio: grandiosidade, imponência, luxo, história, cultura. À sua volta, tente conceber 30 hectares rodeados por um muro, e lá dentro vinhas que são jardins (uns e outros confundem-se, na verdade) e uma mata densa, selvagem, com árvores muitas vezes centenárias e, aqui e ali, deliciosos recantos de pedra talhada onde, se fecharmos os olhos, visualizamos os folguedos das damas e cavalheiros de outrora. Agora, situe esse palácio + jardim + vinha + mata no centro (mesmo no centro!) de uma cidade. Em Portugal, só existe um assim, é o Palácio dos Condes de Anadia, em Mangualde, um extraordinário conjunto arquitectónico e paisagístico que é, ao mesmo tempo, uma casa de família. E que está aberto ao público, para visitas guiadas, desde 2018.

Anadia Dão
Cláudia Paiva e Luis Leocádio, gestora e enólogo, no átrio do Palácio Condes de Anadia.

O nome Anadia pode confundir os mais distraídos e levá-los até à cidade homónima, na Bairrada. A razão para Anadia aparecer por aqui, explicarei mais adiante. Mas é mesmo da Beira Alta, da região vinícola do Dão e da cidade de Mangualde que estamos a falar.

O território que corresponde ao actual concelho de Mangualde foi até ao século XIX conhecido por Azurara da Beira. Como muitas vezes acontece, os topónimos destas terras ancestrais assentam em lendas cuja base de verdade é difícil de apurar. No caso, terá sido o nome de Zurara, suposto governador de um eventual castelo muçulmano edificado no alto do monte da Senhora do Castelo (monte, esse sim, bem real) que terá estado na origem da Azurara da Beira. À localidade foi, em 1102, concedido foral pelo Conde D. Henrique e sua esposa D. Teresa, pais do primeiro rei de Portugal.

Para chegar onde queremos na história de Mangualde e do Palácio dos Condes de Anadia, saltemos para o século XVI. Segundo o Numeramento de 1527 (os primeiros censos realizados em Portugal) a população do território era, na época, de 5.838 habitantes. E em finais desse século a família Paes do Amaral era já o expoente máximo do poder económico e político local.  A Casa Paes do Amaral foi engrandecida a partir de 1644, quando Gaspar Paes do Amaral, Capitão-Mor de Mangualde, instituiu em vínculo a Capela que possuía nos termos da vila, localizada defronte do senado e consagrada a S. Bernardo.

O Palácio que hoje podemos admirar, tem as suas raízes no primeiro quartel do séc. XVIII, quando Simão Paes do Amaral, mandou reedificar a antiga residência de campo da família. As obras seriam continuadas por seu filho Miguel Paes do Amaral, Fidalgo da Casa Real, Cavaleiro da Ordem de Cristo, e Senhor Donatário da Vila de Abrunhosa, entre outros títulos nobiliárquicos. Estas obras monumentais prolongaram-se ao longo de quase um século, só sendo concluídas no início da década de 1800. A urbe, hoje cidade, foi desde então crescendo em torno do Palácio, dos jardins e da mata.

Anadia Dão
A visita guiada ao interior do Palácio é imperdível.

A família vivia em Lisboa, no Palácio Paes do Amaral, às Portas de Santo Antão e, como era habitual na época, rumava a Mangualde para passar o verão. Até princípios do século XIX, o Palácio de Mangualde era conhecido por Casa dos Paes do Amaral mas, pelo casamento de Manuel Paes do Amaral de Almeida e Vasconcelos Quifel Barbarino, 10.º Senhor da Casa de Mangualde, com sua sobrinha D. Maria Luiza de Sá Pereira de Menezes de Mello Sottomayor, 3.ª Condessa de Anadia, passou a ser conhecido por “Palácio Anadia”. E, agora, finalmente, está explicado o nome.

O edifício é um dos mais importantes palácios barrocos em Portugal, caracterizando-se por uma marcante fachada ocidental, por uma fachada sul ao estilo italiano e por uma fachada nascente acastelada. No interior, o mobiliário de época, os azulejos setecentistas e as obras de arte encantam os visitantes. De tal forma que, com apenas dois anos de abertura ao público, sob a curadoria activa e empenhada de D. Maria Mafalda Paes do Amaral, é já uma das atracções turísticas de referência na zona centro do país, tendo alcançado em 2019 e 2020 o prémio excelência do Trip Advisor, acumulando com a distinção Travellers Choice 2020.

Anadia Dão
O Palácio dos Condes de Anadia, no centro da cidade de Mangualde.

Uma casa agrícola beirã

Um Palácio pode continuar a sê-lo, sendo ao mesmo tempo uma casa agrícola. A transformação de Casa em Palácio e residência de veraneio, com os seus espectáculos, festas e bailes, não tentou esconder a sua ancestral vocação agrícola. Contíguos à extensa mata de 20 hectares murados, que foi no século XVIII território de caça da casa senhorial, os magníficos jardins com os seus lagos, fontes, estátuas, são também hortas, pomares, espaços de floricultura e de criação de aves, vinhas, tudo organizado e arrumado entre sebes de buxo. A vinha e o vinho sempre existiram na propriedade (a adega com os antigos lagares ali estão para o confirmar) mas esta componente foi ainda mais reforçada na segunda metade do século XX. D. Manuel Maria de Sá Paes do Amaral (falecido em junho do corrente ano) era um grande apaixonado pela casa de Mangualde e pelo negócio agrícola, especialmente a componente vitícola. Foi ele que reactivou a produção de vinho com a plantação, nos anos 60, de uma pequena vinha, a “Vinha do Conde”, sem outro propósito que não fosse produzir um vinho ao seu gosto, para consumir na sua casa com os seus amigos. Este modelo manteve-se até 2010, quando o seu filho Miguel Paes do Amaral, iniciou a plantação de cerca de 10 hectares de vinhedos nos solos graníticos da propriedade, fazendo da vinha o elemento central dos jardins do Palácio. Com base nesta vinha, situada a 550 metros de altitude e plantada com as castas Touriga Nacional (50%), Alfrocheiro (40%) e Jaen (10%), foram lançados a partir de 2015 os primeiros vinhos engarrafados, os Casa Anadia rosé, tinto e reserva tinto e o tinto Palácio Anadia. Integrados nos jardins, com vista para a serra da Estrela, os vários talhões da vinha estão separados por sebes de buxo e rodeados pela floresta de pinheiros, cedros, carvalhos, num enquadramento paisagístico ao mesmo tempo invulgar e de grande impacto visual, mas que também impõe condições vitícolas particulares e desafiantes.

Desafios, no entanto, não têm faltado a esta casa. Em 2018, Miguel Paes do Amaral resolveu iniciar um novo ciclo, com objetivos bastante ambiciosos para a propriedade: abrir ao público o Palácio, os jardins e a mata da família e tornar o turismo cultural ali praticado uma referência no centro do país – missão, diga-se, já alcançada com sucesso; e relançar o projecto dos vinhos de quinta num conceito de “Château” do Dão, criando produtos de valor, reconhecidos no mercado nacional e internacional, objectivo que, independentemente do potencial do terroir ou dos talentos envolvidos, leva sempre mais algum tempo a realizar.

Anadia Dão
As parcelas de vinha estão separadas por sebes de buxo.

Coube a Cláudia Paiva liderar os dois projectos, turístico e vitivinícola, e para este último trouxe com ela uma nova estratégia e novos protagonistas, com destaque para o enólogo Luis Leocádio. Apesar de só terem passado dois anos, esta equipa já mudou muita coisa em diversas vertentes, desde as marcas e comunicação até ao perfil dos vinhos passando, necessariamente, pelo local onde tudo começa e onde os resultados mais tardam em aparecer: a vinha.

Aqui, a intervenção ocorreu a vários níveis. Num terreno relativamente fértil e com disponibilidade de água, é muito fácil produzir quantidade. Mas como o propósito é obter qualidade, a vinha tem vindo a ser trabalhada no sentido de baixar acentuadamente a produção para colher apenas matéria prima de excelência. Do mesmo modo, a menos que o terroir o impeça, nos dias de hoje, e sobretudo no Dão, não faz sentido uma vinha só de tintos. Já em 2015 se tinha iniciado o processo de reenxertia de alguns talhões em branco, com as castas Encruzado, Gouveio, Cerceal-Branco e Uva Cão. Este processo é para continuar, aumentando assim progressivamente a área de uvas brancas. Quanto ao perfil dos vinhos, Luis Leocádio tem apontado para um estilo moderno e sumarento nos Colheita, buscando um Dão mais austero e “clássico” nos Reserva. Nesse sentido, o peso da barrica também diminuiu nos vinhos mais recentes, utilizando-se madeiras finas, com menos tosta e de maior capacidade (500 litros). A vinificação continua a ser feita numa adega alugada nas proximidades, sendo o estágio efectuado na propriedade.

Anadia Dão
A mata é a parte selvagem, mas por todo o lado encontramos recantos acolhedores.

Nas marcas e comunicação, mudou praticamente tudo. Cláudia Paiva, tal como muitos apreciadores, tinha a percepção de que o nome Casa Anadia poderia remeter para vinhos da Bairrada. Assim, esta marca acabou nos vinhos (manteve-se nos azeites que a família produz em Alferrarede) e nasceu a referência Condes de Anadia, com a palavra Dão em lugar de destaque na rotulagem. Foi também uma forma de homenagear D. Manuel Paes do Amaral, 7º Conde de Anadia, com quem a actual equipa teve ainda oportunidade de privar e dele recolher o conhecimento e as histórias deste terroir. O portefólio centra-se assim, exclusivamente, na marca Condes de Anadia, em vários segmentos de qualidade e preço. A ideia de Claúdia é solidificar e reforçar esta marca e só depois começar a diversificar. Para o dia em que for lançado o vinho icónico da casa, está já reservada a marca Palácio dos Condes de Anadia.

Entre as novidades agora apresentadas existe um espumante, que surge como a concretização de uma ideia já iniciada há alguns anos. Feito de Touriga Nacional vinificada em branco, para o vinho base utilizou-se uma “assemblage” de três colheitas, 2014, 2015 e 2016. Na vindima de 2018, nasceu outro produto novo, um branco também de Touriga Nacional, uma espécie de “dois em um”, pois resulta num vinho diferenciador enquanto “branco de tintas” e, ao mesmo tempo, atenua a escassez de uvas brancas na vinha da propriedade. Com os Colheita e Reserva Conde de Anadia (com destaque para o notável Grande Reserva branco), o portefólio evidencia-se pela consistência qualitativa e, sobretudo, pela sua genuinidade, com o carácter Dão bem vincado.

Ao elevado nível dos vinhos associa-se, de forma indelével, à excelência do conjunto patrimonial. Como diz Cláudia Paiva: “Com apenas dez hectares de vinha temos de fazer diferente. Nós não vendemos vinho. O que disponibilizamos ao apreciador é um ‘pacote’ absolutamente único, constituído por vinho, palácio, jardins, mata. No fundo, vendemos cultura e história.”

(Artigo publicado na Edição de Dezembro 2020)

 

20 anos de Pedra Cancela… … e um branco Intemporal para comemorar

20 Anos de Pedra Cacela

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Lusovini é hoje um mundo de vinhos, mas existe uma marca que, há vinte anos, é a mais emblemática da empresa sediada no Dão: Pedra Cancela. Para comemorar as duas décadas, lançou-se um branco notável…

 TEXTO: Mariana Lopes             

FOTOS: Luís Lopes

20 anos de Pedra Cancela

 É em Carregal do Sal que se situa a Vinha da Fidalga, propriedade de vinte e cinco hectares dedicada aos vinhos Pedra Cancela. A marca — que nasceu em 2000 pelas mãos do enólogo e professor de viticultura João Paulo Gouveia (e do seu pai), a quem se juntou mais tarde, em 2009, a enóloga Sónia Martins — é hoje porta-bandeira da Lusovini, empresa sediada em Nelas da qual ambos são sócios e onde Sónia é a actual presidente. Foi na vinha que se assinalaram os vinte anos, com uma mini prova vertical de Pedra Cancela Reserva branco e o lançamento de um branco especial, de nível superior, o Pedra Cancela Intemporal 2012.

A Vinha da Fidalga tem 15,6 hectares de vinha, meio hectare de nogueiras e uma floresta mista lindíssima onde predominam acácias, carvalhos americanos e pinheiros, mas onde também se encontram cedros, aveleiras, oliveiras e outras espécies de árvores. Nos dias mais quentes, este arvoredo é um autêntico oásis, proporcionando sombra fresca.

O solo é franco-arenoso de origem granítica, baixo em pH e em reserva hídrica, pobre em matéria orgânica. Entre as linhas de videiras, a Lusovini plantou uma mistura de leguminosas (trevo, serradela, etc.), para que estas captem o azoto atmosférico e o fixem no solo. Quanto a castas, estão presentes as tintas tradicionais na região, como Touriga Nacional (em maior quantidade), Alfrocheiro e Tinta Roriz, e as brancas Encruzado, Cerceal-Branco, Uva Cão e Terrantez. Há ainda um campo de ensaio com outras nove variedades brancas e tintas antigas da região, praticamente desaparecidas, que poderão vir a originar vinhos diferentes.

“Há quarenta anos era impossível fazer uma prova de vinhos brancos como esta”, disse João Paulo Gouveia, ao introduzir a vertical de Pedra Cancela Reserva branco, com as edições de 2018, 2017, 2015 e 2014, e que culminou na estrela do dia, o Intemporal. “A primeira garrafa de Pedra Cancela, que surgiu há vinte anos, com o meu pai, foi o Reserva, de Encruzado e Malvasia-Fina.

20 Anos de Pedra Cancela

Em 2009, quando nasceu a Lusovini, este passou a ser um projecto global e [sublinha] nosso”, continuou o produtor. “Hoje, há muitas coisas que fazemos diferente e esperamos, daqui a mais vinte anos, estar de novo a dizer que não fazemos nada como fazíamos”. O Reserva branco 2018 está actualmente no mercado, e o Encruzado desta edição fermentou e estagiou três meses em barrica francesa usada, enquanto a Malvasia apenas esteve em inox. O 2017 foi o que marcou o rebranding deste vinho, que passou a ostentar um rótulo mais delicado e premium, com cores quentes como o dourado e o creme. Aqui, o Encruzado esteve quatro meses nas barricas. Sobre o 2015, ano em que o Encruzado volta a ter três meses de estágio em barrica, João Paulo lembrou que “foi um dos anos com maiores amplitudes térmicas no Dão, apesar de ter sido um ano bem quente” e Sónia revelou ter sido para si “genericamente, o melhor ano de sempre nas regiões onde nós trabalhamos”.

Já 2014, em que o Encruzado estagia, de novo, três meses em barrica usada, foi “um ano com muita chuva, e mesmo na vindima houve dois dias de precipitação”. O pico da prova foi, sem dúvida, o Pedra Cancela Intemporal, um vinho de 2012 que tem tudo o que se quer num branco com idade: cor dourada bonita, aromas e sabores com evolução elegante e digna, exotismo e complexidade, bem vivo. Este branco é um lote de Encruzado, Malvasia-Fina e Cerceal-Branco e originou 1200 garrafas. “2012 foi o ano com maturação mais lenta e regular da segunda década de 2000, seco e com temperaturas amenas”, elucidou Sónia Martins. Aqui, 20% do Encruzado estagiou em barrica usada e o vinho esteve sete anos em garrafa antes de ir para o mercado. Sem dúvida, uma “Pedra preciosa do Dão”.

20 Anos de Pedra Cancela

Antes de regressar a casa, ainda tivemos oportunidade de provar o espumante Pedra Cancela Casimiro Gomes branco 2014, um Bruto Natural lançado apenas em garrafa Magnum, uma edição especial comemorativa dos 30 anos de profissão do fundador da Lusovini. Terminar com umas bolhas sem açúcar, à boa maneira Bairradina, é o remate perfeito em qualquer região…

(Artigo publicado na edição de Outubro de 2020)[/vc_column_text][vc_column_text]

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Mesa de Lemos tem novo menu com vinho do Chef Diogo Rocha

Mesa de Lemos menu Verão

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O “Vinho do Chef”, uma edição limitada a 2 mil garrafas, é um lote de Touriga Nacional e Tinta Roriz da colheita de 2006. Nas palavras de Diogo Rocha, é “a personificação do vinho do Dão – um vinho muito gastronómico, com alguns anos, uma acidez extraordinária e muita fruta, que permite uma excelente harmonização com a nova carta do Mesa de Lemos.”

Quanto ao novo menu de Verão, mantêm-se os produtos regionais e nacionais de época, como já é assinatura do restaurante, numa proposta que combina com a estação vindoura, a apostar na frescura e nos elementos de maior acidez. A iniciação dá-se com um sorbet de tomate verde e com dois snacks. O primeiro, dominado pela cenoura, é composto por “gelado de cenoura roxa e bolo lêvedo”; “tartelette de cenoura”; “cenoura em pickle” e “cenoura assada com requeijão”. E o segundo, à base de mexilhão, traz “pastel de massa tenra de mexilhão”; “mousse de mexilhão e estufado ácido de couve lombarda”; “tártaro de mexilhão”; “mexilhão alimado” e “massada de mexilhão”.

O amuse-bouche chega na forma de “enguia fumada com ervilhas”, antes dos momentos principais. Para entrada, “línguas de bacalhau com caril e mostarda” e “lagostim e beterraba”. Seguem-se os pratos de peixe, com “tamboril com molho de espumante, pêra-abacate e curgete”, e “imperador com molho fragateiro e chouriço alentejano, pimentos em cebolada”.

No capítulo das carnes, surge “cabrito do Caramulo com salada de pepino doce, maçã verde e batata” e “bochecha de porco alentejano estufado em vinho Quinta de Lemos e boletus de Verão”.

Para finalizar a refeição, com notas doces, entra a pré-sobremesa que vem limpar o palato, um “gelado de figo com creme de iogurte e gengibre”. Depois, para rematar, “queijada de mirtilo, gelado de ameixa, entremeio de framboesa e curd de amora” e “pudim de hortelã com suspiro de morango e gelado de kiwi”.

Para reforçar o envolvimento de vários elementos da família Lemos, a nova mise en place apresenta a louça desenhada por Geraldine de Lemos.

Esta nova carta poderá ser experimentada em duas modalidades de menu: O Menu Lemos — 5 momentos e 2 conjuntos de snacks, amuse-bouche e pré-sobremesa, por €90 — e o Menu do Chef — 7 momentos, 2 conjuntos de snacks, amuse-bouche, pré-sobremesa e sobremesas, com o valor de €115. O Mesa de Lemos opera à quarta e quinta-feira ao jantar, à sexta e sábado ao almoço e ao jantar, e domingo ao almoço.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Feira do Vinho do Dão já está online no DOTT

Feira do Vinho do Dão

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A Feira do Vinho do Dão — online e organizada pela Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, em parceria com a Comissão Vitivinícola Regional do Dão — já esta a decorrer na plataforma de comércio digital DOTT. Este […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A Feira do Vinho do Dão — online e organizada pela Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, em parceria com a Comissão Vitivinícola Regional do Dão — já esta a decorrer na plataforma de comércio digital DOTT.

Este mercado online conta com os vinhos de 19 produtores da região do Dão, disponíveis para compra até dia 3 de Maio.

Arlindo Cunha, presidente da CVR do Dão, refere: “O digital tornou-se fundamental durante o confinamento e uma vez que nem todos os nossos produtores possuem loja online, decidimos avançar com esta Feira de Vinhos do Dão de forma a aproximar ainda mais os consumidores dos nossos vinhos. De realçar que esta plataforma online DOTT contém, por iniciativa da CIM Viseu Dão Lafões, um espaço próprio não só para os Vinhos do Dão como para outros produtos endógenos da Região que continua disponível depois da campanha. Esta é uma forma de nos adaptarmos aos novos tempos para continuar a promover o trabalho dos produtores da região”. 

Já Rogério Mota Abrantes, presidente da CIM Viseu Dão Lafões, acrescenta que “é expectável que esta iniciativa online tenha grande impacto nos pequenos e médios produtores da nossa região e que seja uma alavanca para outros produtos regionais, como é o caso do Queijo Serra da Estrela, dos nossos enchidos, entre muitos outros que também estão disponíveis na Feira do Vinho do Dão”. [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Chef Diogo Rocha lança serviço de entregas de luxo em Viseu

Conhecido por liderar o restaurante Mesa de Lemos — em Passos de Silgueiros, no Dão, com uma Estrela Michelin — o chef Diogo Rocha acaba de lançar um serviço de entrega ao domicílio, aos fins-de-semana e no concelho de Viseu, com o nome “Cocotte by Diogo Rocha”.  A ideia é que um prato, para duas […]

Conhecido por liderar o restaurante Mesa de Lemos — em Passos de Silgueiros, no Dão, com uma Estrela Michelin — o chef Diogo Rocha acaba de lançar um serviço de entrega ao domicílio, aos fins-de-semana e no concelho de Viseu, com o nome “Cocotte by Diogo Rocha”. 

A ideia é que um prato, para duas pessoas, chegue ao cliente servido numa cocotte (nome francês para uma caçarola de perfil baixo), preparado para finalizar em casa. A mudar todas as semanas, este prato pode ser, a título de exemplo, salmonete e carabineiro com espargos verdes, caviar, coentros e batata doce. Mas não é apenas a refeição que o cliente “ganha” com este serviço. A própria cocotte está incluída no valor de encomenda (€80), bem como o saco de tecido premium que envolve tudo, da Abyss & Habidecor, marca de têxteis de alta qualidade, produzidos a partir de um algodão exclusivo (algodão do Egipto de Giza). Além disto, a entrega é bem personalizada, feita pela equipa do Mesa de Lemos ou até pelo próprio Chef Diogo Rocha. Também é possível encomendar, o azeite e os vinhos da Quinta de Lemos, para a harmonização ficar completa. O pagamento, por sua vez, pode ser feito por MBWay ou transferência bancária, e as reservas devem ser submetidas até 48 horas de antecedência para o contacto 961158503. A entrega é efectuada até às 13h de sábado e domingo.

“Enquanto os restaurantes não reabrem em Portugal Continental, decidi apresentar uma proposta diferenciada, que pudesse acrescentar algo à oferta existente”, explica Diogo Rocha, que admite alargar o serviço a outros concelhos, assim esta primeira fase corra como esperado.

Vinhos da Quinta dos Carvalhais já têm site e loja online

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Já está online o novo site oficial e loja da Quinta dos Carvalhais, propriedade da Sogrape no Dão.  Além da história da marca — com informação sobre a quinta, as vinhas e a equipa da casa — […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Já está online o novo site oficial e loja da Quinta dos Carvalhais, propriedade da Sogrape no Dão. 

Além da história da marca — com informação sobre a quinta, as vinhas e a equipa da casa — este sítio online tem uma loja integrada, onde os consumidores podem comprar os vinhos Quinta dos Carvalhais de forma rápida e segura. As encomendas são realizadas por intermédio da plataforma vinhoemcasa.com, com entrega em qualquer ponto do país.

“Ainda que estivesse já nos planos da marca Quinta dos Carvalhais avançar com a criação de uma loja online própria para chegar mais perto dos consumidores, a evolução do contexto pandémico acabou por acelerar o projeto de lançamento do novo site com serviço de e-commerce integrado”, refere a empresa, em comunicado.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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A Escolha do Mestre: Jaen, uma casta com futuro promissor

O interesse que Álvaro Palácios mostrou pelas vinhas velhas da casta Mencia, em Bierzo, no final do século passado foi o factor que ajudou catalizar o renascimento da variedade. Gradualmente seus vinhos foram recebendo atenção de profissionais e consumidores e deram início ao novo capítulo da história dessa cativante casta que em Portugal é conhecida […]

O interesse que Álvaro Palácios mostrou pelas vinhas velhas da casta Mencia, em Bierzo, no final do século passado foi o factor que ajudou catalizar o renascimento da variedade. Gradualmente seus vinhos foram recebendo atenção de profissionais e consumidores e deram início ao novo capítulo da história dessa cativante casta que em Portugal é conhecida como Jaen.

TEXTO Dirceu Vianna Junior MW
FOTOS Arquivo

A origem da casta continua sendo um mistério, mas é provável que tenha surgido não muito distante das fronteiras de Portugal, possivelmente em Salamanca, província de León, onde sua heterogeneidade morfológica é mais acentuada. Poucas referências confiáveis da casta existem antes do período da filoxera. Em Portugal, a casta era praticamente desconhecida até o final do seculo XIX, mas aparece em textos de Garcia de los Salomons em 1914. A genealogia da casta também continuou sendo outro mistério por muitos anos com textos sugerindo afinidade com Cabernet Franc e Graciano. Entretanto um estudo realizado pelo Instituto de Ciencias de la Vid y del Vino da Espanha e a Universidade de Lisboa, entre outras entidades, revelou recentemente Alfrocheiro como pai, e Patorra como mãe. A literatura sugere que a casta chegou em Portugal através de peregrinos retornando do caminho de Santiago da Compostela. De acordo com o Instituto da Vinha e do Vinho já existiam 1.101 ha plantados em Portugal em 1980. As plantações cresceram nas décadas seguintes e hoje totalizam 2.769,47 ha. Jaen adaptou-se muito bem na região do Dão onde hoje estão as maiores áreas plantadas. Aparece também no Douro, Bairrada, Lisboa, Tejo e continua a espalhar-se pelo país. O facto de apreciar os vinhos da região de Bierzo levou o renomado enólogo Rui Roboredo Madeira a plantar Jaen na Beira Interior em 2011.

Jaen no seu Terroir  

Paulo Nunes, talentoso enólogo responsável pelos vinhos da Casa da Passarella, identifica principalmente a seleção do terroir como factor determinante, visto que Jaen responde positivamente quando plantada em locais que ajudam retardar o ciclo de maturação para que a fruta seja capaz de manter a acidez à medida que atinge a maturação fenólica. Para Paulo, encostas voltadas ao norte com menor exposição solar e solos que contenham argila são o melhor local. Rui Madeira estabeleceu seus vinhedos em solos argilo-xistosos com exposição sul, enquanto a altitude de 700 metros assegura amplitudes térmicas consideráveis entre dias quentes e noites frescas que auxiliam a manter o a frescura. São essas características, aliadas à contenção da produtividade, inferior a cinco toneladas por hectare, os factores que determinam o estilo e a qualidade do seu vinho.  O terroir das Quinta das Maias, situado no pé da Serra da Estrela, aos 600 metros de altitude, consiste de solos porosos de areia granítica com baixa retenção de água. Em dias de verão, a temperatura poder chegar aos 40ºC mas as noites frias ajudam a vinha a descansar e reter acidez. A Jaen é capaz de adaptar-se bem a vários tipos de solo desde que não sejam demasiadamente húmidos.

Casa da Passarella.

Jaen no Campo

Apesar de Jaen ser amiga do viticultor, o processo de selecção do material vegetativo é vital. Paulo Nunes explica que no passado a escolha frequentemente priorizava a produtividade. Luís Lourenço, responsável pela produção na Quinta das Maias no Dão, diz que as vinhas foram plantadas usando seleções poli-clonais. Rui Madeira também optou por plantar uma selecção de múltiplos clones e mostra-se contente com o desempenho dos parâmetros qualitativos. Mas a monda verde é sempre necessária, com algumas excepções.

Para Paulo Nunes as mondas são fundamentais, especialmente em vinhas novas. Em vinhedos mais velhos não observa problemas. Além disso, a desfolha junto ao cacho, antes dos bagos começarem a crescer, também é importante pois ajuda afastar os riscos de doenças.

A planta possui porte erecto e, dependendo do solo, é vigorosa. É recomendável controlar o vigor através de poda curta e ter cuidado com a fertilização. Rui Madeira diz que um dos maiores desafios é a gestão da canópia. Dependendo do local onde está plantada Jaen é susceptível a danos com o vento. Para Luís Lourenço a gestão da parede vegetativa é relativamente fácil, ao contrário da Touriga Nacional que exige imenso trabalho.

Os cachos exibem formato cónico e compacto. O tamanho dos cachos e dos bagos, depende da seleção clonal e fertilidade do solo, mas raramente são grandes. Os bagos arredondados, de cor negro-azul e película fina demandam cuidados para evitar ataques de míldio, oídio e podridão, mas Rui Madeira observa que na Beira Interior tem produtividade regular e é pouco sensível a doenças.

Por ser uma casta cujo abrolhamento é tardio, escapa à geada primaveril diz Luís Lourenço. Jaen por regra amadurece precocemente oferecendo uma espécie de seguro de colheita, o que é importante em região como o Dão onde as chuvas de outono podem trazer certos riscos.

Hora da vindima

Na Quinta das Maias é a primeira a ser vindimada, por vezes, a par da Malvasia Fina. Luís Lourenço diz que em anos normais a colheita é feita na segunda semana de Setembro. Paulo Nunes observa precocidade similar e explica que em vinhas velhas é possível estender um pouco o ciclo passando para a primeira das castas tintas, após as brancas. Na Beira Interior, Rui Madeira revela que a colheita pode ocorrer entre a terceira semana de Setembro até à primeira de Outubro, normalmente cerca de quinze dias antes da Tinta Roriz.

O momento certo de fazer a colheita é uma decisão fundamental visto que a janela de vindima para a casta Jaen é curta. Paulo Nunes explica que colher demasiadamente cedo resulta em vinhos com rusticidade e notas vegetais. Por outro lado, colher demasiadamente tarde, pode resultar em vinhos com perfil desequilibrado, principalmente no que respeita à conservação de ácidos. Luís Lourenço analisa a maturação usando refractómetro, fazendo uso de leitura de parâmetros técnicos e levando em consideração a maturação fenólica através de sua avaliação sensorial da película, polpa e grainha. Rui Madeira aponta a maturação fenólica como um dos principais parâmetros. Luís Lourenço diz que é preciso estar alerta pois Jaen perde acidez rapidamente a partir do momento que começa a produzir mais açúcar. De forma geral, Paulo Nunes conclui que os índices polifenólicos são a matriz que ajudam decidir a data da vindima e os açúcares  e componentes ácidos são os limitadores que auxiliam tomar a decisão do momento correto.

Rendimento adequado

Quando plantada em local apropriado é capaz de produzir bons vinhos para lote mesmo atingindo dez toneladas por hectare, explica Paulo Nunes. Em vinhas velhas, recomenda não exceder sete toneladas na busca de um produto de qualidade superior. Luís Lourenço confessa que na Quinta das Maia, na década de 90, quando iniciou o trabalho com o objetivo de fazer um varietal de alta gama, adotava uma abordagem conservadora, não deixando a Jaen exceder quatro toneladas por hectare. Anos de experiência os ensinou que é possível obter produções entre as seis e oito toneladas sem que haja decréscimo de qualidade.  Excessos de produção resultam em vinhos diluídos, magros,  acídulos e com baixo grau alcoólico.

Beyra, Rui Roboredo Madeira.

Jaen na Adega

Uma das vantagens da casta Jaen na adega é sua versatilidade. Apesar de ter pouca matéria corante e baixa acidez natural é uma casta moldável além de ser relativamente homogénea na qualidade do produto final. Luís Lourenço declara que Jaen é uma das castas mais delicadas com que trabalha e recomenda prudência. Na Quinta das Mais actualmente é feito o desengace total. No passado, não fazia diferença, pois os vinhos estagiavam entre 5 e 7 anos antes de serem comercializados. Hoje seguem ao mercado mais cedo por isso é preciso evitar taninos desarmoniosos, principalmente se o engaço ainda estiver verde. Para Paulo Nunes, o uso do engaço pode ser uma ferramenta interessante e diz utilizar com mais regularidade. Além disso, prefere apostar em maceração pré-fermentativa para privilegiar a fruta e opta por fazer vinificações mais longas. O oposto de Luís Lourenço que adianta que é comum retirar o Jaen das massas antes mesmo da fermentação terminar. Rui Madeira também opta pelo mínimo de maceração para evitar quaisquer traços vegetais.

Um dos principais desafios durante o processo de vinificação é fazer a extracção com delicadeza pelo fato da película ser frágil. É preciso cautela para não destruir as películas durante as remontagens para evitar a extração de taninos sub-maduros. Uma das soluções, segundo Luís Lourenço, é apontar a mangueira de remontagem para as laterais da cuba de fermentação para que o mosto filtre pelo perímetro do manto conseguindo a extração desejada sem comprometer a integridade da casta e o equilíbrio do vinho.

Rui Madeira observa que as fermentações espontâneas são uniformes, sem problemas nutritivos e prefere vinificação em cubas de cimento que na sua opinião causa menos stress nas leveduras.  Paulo Nunes concorda com o uso de cimento e prefere cuba fechada que permite diminuir a acção mecânica e aumentar o tempo de contato com as massas vínicas. A opção preferida para Luís Lourenço é fermentar em inox buscando temperaturas entre 25º e 28º Celsius. Ocasionalmente opta por estagiar o vinho em barricas, se necessário. Nesse caso prefere barricas velhas buscando principalmente a micro-oxigenação e não que o vinho fique marcado pelos aromas e sabores associados aos barris. Paulo Nunes também facilmente dispensa barrica, mas quando necessário concorda com o uso de barricas velhas. O uso exagerado de madeira resulta na perda da definição e tipicidade da casta.

Na opinião de Luís Lourenço, Jaen é a melhor casta para arredondar lotes, seja para amaciar os taninos firmes da Touriga Nacional ou equilibrar a ríspida acidez do Alfrocheiro, mas para fazer um vinho varietal exige atenção. Um pequeno descuido pode comprometer o trabalho de um ano inteiro. Jaen é capaz de fazer vinhos que estão prontos para consumir mal acaba a fermentação, sendo ainda capaz de ganhar complexidade com estágio em garrafa.

O perfil do vinho

Com rendimento produtivo controlado, os vinhos exibem boa cor juntamente com aromas de frutos silvestres maduros como mirtilo, framboesa, cerejas e amoras. São vinhos elegantes e suficientemente macios para o consumo imediato. Os melhores exemplos possuem a capacidade de envelhecer, como é o caso do Quinta das Maias 1996 degustado durante a visita de um grupo de Masters of Wine à propriedade em 2019. Apesar da exuberância da fruta fresca se ter dissipado, o vinho foi capaz de exibir elegância e complexidade, acompanhado de um final de boca agradável e persistente. De forma geral, não são vinhos potentes mas possuem harmonia. São vinhos completos sem excesso de qualquer de seus componentes. Luís Lourenço revela que em anos mais frios o estilo pode aproximar-se de um elegante Pinot Noir. Em anos mais quentes a fruta exuberante pode fazer lembrar um Syrah, mas pode também demonstrar características que fazem recordar Cabernet Franc.

Jaen apresenta uma estrutura suave o que significa que são vinhos que podem ser bebidos ligeiramente refrescados. Seus taninos sedosos fazem da casta um parceiro ideal para harmonizar petiscos, lombo suíno, risotos, massas, pizzas, carnes grelhadas, bacalhau e também pratos apimentados da cozinha internacional de países como India e México.  Sua delicadeza faz do vinho um bom parceiro para pratos da cozinha Japonesa.

Demanda de Mercado

Para Rui Madeira o consumidor que prefere vinhos encorpados, concentrados e estruturados, raramente aprecia Jaen.  O facto de ser uma casta maioritariamente plantada na região do Dão e raramente aparecer como vinho varietal resulta na falta de reconhecimento por parte do consumidor Português. Quinta das Maias produz cerca de 5000 garrafas e recebe atenção de vários clientes internacionais, principalmente japoneses. Paulo Nunes também aponta Japão juntamente com Canadá como mercados de grande potencial. Com o crescimento do interesse nos mercados internacionais, certamente ajudará a receptividade pela casta no mercado doméstico no futuro.

Quinta de Lemos.

O Futuro 

Graças ao trabalho feito principalmente pelos produtores espanhóis o interesse pela casta vem crescendo e os vinhos gradualmente ganham espaço no mercado internacional. Mesmo assim, continua sendo uma casta apreciada principalmente por conhecedores. Por esse motivo é preciso continuar trabalhando na comunicação, destacando as semelhanças com Mencia mas ao mesmo tempo sublinhando as características exclusivas do terroir português. Estabelecer vinhedos em parcelas adequadas, e não em zonas menos privilegiadas como frequentemente é o caso, trabalhar visando rendimentos inferiores em busca da excelência e ter um objetivo claro com relação ao estilo desejado desde o início do processo, são alguns dos factores que certamente ajudarão desenvolver a qualidade e consequentemente a apreciação por esta casta.

Para demostrar seu verdadeiro potencial é necessário um maior número de vinhos varietais e não pensar em Jaen somente como um componente de lotes, muito menos tratar Jaen como outra casta qualquer. É preciso respeitar as particularidades da casta e fazer o trabalho de vinificação mais subtil, buscando salientar sua delicadeza, textura e elegância.

Entre os vários atributos que a casta possui, existem algumas características principais que poderão fazer dela uma das castas do futuro em Portugal. Jaen adapta-se bem ao stress hídrico portanto está bem posicionada para enfrentar as mudanças climáticas do futuro.

A mentalidade imediatista do ser humano, que cada vez mais busca soluções instantâneas, faz da casta uma boa proposta, pois está pronta para o consumo quase que imediatamente, sem exigir anos em garrafa. Esse factor também é uma vantagem para o produtor que pode capitalizar pelo seu trabalho mais cedo. Além disso, o seu perfil atraente, sedoso, é fácil de apreciar e fácil de harmonizar com a gastronomia internacional. Esses são alguns dos principais atributos que contribuirão para que a Jaen seja uma das castas do futuro.

Compra da Caminhos Cruzados dá origem ao “Terras e Terroir”

Os empresários Paulo Pereira e o casal Maria do Céu e Álvaro Lopes, acabam de investir num novo projecto, ligado ao mundo da vitivinicultura, com a aquisição da empresa Caminhos Cruzados (na foto), produtor de vinhos do Dão sediado em Nelas. Com este negócio os empresários fundam o Grupo Terras e Terroir, que passa também […]

Os empresários Paulo Pereira e o casal Maria do Céu e Álvaro Lopes, acabam de investir num novo projecto, ligado ao mundo da vitivinicultura, com a aquisição da empresa Caminhos Cruzados (na foto), produtor de vinhos do Dão sediado em Nelas. Com este negócio os empresários fundam o Grupo Terras e Terroir, que passa também a integrar as durienses Quinta da Pacheca, em Lamego, e a Quinta de São José do Barrilário, em Armamar.

Do Douro ao Dão, o mundo da viticultura já há alguns anos que se transformou numa das grandes paixões de Maria do Céu, do seu marido Álvaro Lopes, assim como do sócio Paulo Pereira, unidos pelos negócios desde 1999. Depois de em 2012 terem adquirido a Quinta da Pacheca e em 2017 Quinta de São José do Barrilário, avançam agora para uma empresa que granjeou notoriedade na região do Dão. “Temos uma real paixão por produtos de origem portuguesa e por tudo aquilo que é mais genuíno, e uma dessas coisas é o vinho, secularmente ligado à nossa história e às nossas raízes”, referem os empresários, acrescentado que com o investimento feito agora na Caminhos Cruzados pretendem “criar sinergias entre as empresas do Grupo, bem como estender o nosso know-how económico e técnico a outras regiões do País”.

Com uma rede de distribuição consolidada, quer a nível nacional quer no mercado externo, o Grupo Terras e Terroir entende que pode oferecer à Caminhos Cruzados “um modelo de gestão mais profissional, alguma folga financeira e um projeto integrado que vai fazer cimentar a posição das marcas no mercado”. Segundo os novos proprietários, grande parte da actual equipa da Caminhos Cruzados, cerca de 15 pessoas no total, irá manter-se na empresa.