Um novo “Dão Nobre” agora no mercado, o Fonte do Ouro branco 2018

São poucos os vinhos que até agora receberam a designação “Dão Nobre”, mas para o branco Fonte do Ouro, da Sociedade Agrícola Boas Quintas, já é a segunda vez, agora na colheita de 2018. Esta é uma designação de excelência, nos vinhos do Dão, atribuída apenas aos exemplares que, na câmara de provadores da CVR […]

São poucos os vinhos que até agora receberam a designação “Dão Nobre”, mas para o branco Fonte do Ouro, da Sociedade Agrícola Boas Quintas, já é a segunda vez, agora na colheita de 2018. Esta é uma designação de excelência, nos vinhos do Dão, atribuída apenas aos exemplares que, na câmara de provadores da CVR Dão, obtenham um mínimo 90 pontos em 100.

Esta edição limitada e numerada do Fonte do Ouro Dão Nobre branco 2018 chegará ao mercado dia 18 de Novembro de 2020, data do evento online de lançamento, que decorrerá na página www.daonobre.boasquintas.com, pelas 18 horas. Este momento contará com a participação do enólogo e sócio-gerente da empresa, Nuno Cancela de Abreu e, também, com a fotógrafa e escritora criativa Isabel Saldanha e o músico Rui Veloso. Para esta apresentação, onde se provará o vinho, é possível reservar uma garrafa e recebê-la em casa, no mesmo site.

“Obra-prima, é como classifico esta Edição Limitada que presta homenagem à nobreza da região do Dão. Constitui um verdadeiro tributo à casta rainha, Encruzado, que se destaca no meio das demais, realçando as características únicas do Arinto e Cerceal-Branco. O mosto fermentou e, já transformado em vinho, estagiou durante seis meses em barricas novas de carvalho francês. As suas características primam pela elegância dos aromas de frutos brancos, pela mineralidade e pelo amanteigado e estrutura cedida pela madeira, numa complexidade rica, prolongada, memorável”, refere Nuno Cancela de Abreu.

Até ao lançamento oficial, o p.v.p. deste vinho é de €50, com oferta dos portes de envio para Portugal Continental. Depois de dia 18 de Novembro, será de €50 + portes de envio.

Quinta dos Carvalhais lança tinto de vinha perdida nos incêndios de 2017

Quinta dos Carvalhais Parcela 45 é um tinto de 2017, de Alfrocheiro, o último proveniente de uma vinha para sempre perdida nos incêndios desse ano, que devastaram Mangualde, no Dão. Por ser um vinho totalmente irreproduzível, é uma edição muito especial e limitada. Este Alfrocheiro, cujas uvas foram apanhadas apenas dias antes da catástrofe, revelou-se, […]

Quinta dos Carvalhais Parcela 45 é um tinto de 2017, de Alfrocheiro, o último proveniente de uma vinha para sempre perdida nos incêndios desse ano, que devastaram Mangualde, no Dão. Por ser um vinho totalmente irreproduzível, é uma edição muito especial e limitada.

Este Alfrocheiro, cujas uvas foram apanhadas apenas dias antes da catástrofe, revelou-se, segundo a empresa, “o melhor Alfrocheiro já produzido em Carvalhais”. Beatriz Cabral de Almeida, enóloga da casa, explica: “Já nasceu especial. É um Alfrocheiro que vem da parcela das colmeias, a 45, para a qual sempre olhámos como abelhas à volta de flores. Foi vindimado no momento perfeito de equilíbrio entre fruta, frescura e estrutura. Resta-nos a memória de como a natureza funcionou tão bem e um vinho como nunca se tinha provado”.

O Quinta dos Carvalhais Parcela 45 Alfrocheiro tinto 2017 tem um p.v.p. recomendado de €54, está disponível em garrafeiras, lojas da especialidade e restaurantes de topo. Foram feitas 2036 garrafas.

vinho da casa #38 – Quinta dos Carvalhais Encruzado 2019

vinho da casa #32 – Adega de Penalva Cerceal-Branco 2015

Allgo Touriga Nacional 2016 vence “Melhores Vinhos do Dão”

A 11ª edição do já tradicional concurso “Os Melhores Vinhos do Dão”, realizado pela Comissão Vitivinícola Regional do Dão, teve lugar no passado dia 10 de julho e apresentou como grande vencedor o vinho Allgo Touriga Nacional tinto 2016 produzido pela CM Wines, que alcançou o prémio mais ambicionado, “Melhor Vinho do Concurso”. A CM […]

A 11ª edição do já tradicional concurso “Os Melhores Vinhos do Dão”, realizado pela Comissão Vitivinícola Regional do Dão, teve lugar no passado dia 10 de julho e apresentou como grande vencedor o vinho Allgo Touriga Nacional tinto 2016 produzido pela CM Wines, que alcançou o prémio mais ambicionado, “Melhor Vinho do Concurso”. A CM Wines é uma pequena empresa familiar sediada em Silgueiros, onde possui 12 hectares de vinha.

No total, concorreram este ano 164 vinhos, de 45 diferentes produtores, tendo sido distinguidas mais 41 referências, com medalhas de platina, ouro e prata nas categorias vinhos brancos, tintos, rosados, monovarietais e espumantes naturais. Além do Allgo, que recolheu o prémio principal, receberam medalha de platina os vinhos Abanico branco 2018 (O Abrigo da Passarela), Adro da Sé branco 2017 (UDACA), A Descoberta rosé 2019 (O Abrigo da Passarela) e Casa de Santar tinto 2014 (Sociedade Agrícola de Santar). A lista completa de premiados pode ser consultada no site da CVR Dão.

vinho da casa #15 – Vinha de Santa Maria Reserva tinto 2018

vinho da casa #10 – Pedra Cancela Reserva branco 2018

Grupo Amorim apresenta Taboadella, um novo projecto no Dão

A propriedade já tinha sido adquirida pelo Grupo Amorim há dois anos, mas o momento de apresentação da Taboadella ao Mundo finalmente chegou, com adega, centro de enoturismo e vinhos com direcção enológica de Jorge Alves. São oito referências do Dão, de três gamas diferentes: por ordem hierárquica ascendente, os Taboadella Villae, branco e tinto […]

A propriedade já tinha sido adquirida pelo Grupo Amorim há dois anos, mas o momento de apresentação da Taboadella ao Mundo finalmente chegou, com adega, centro de enoturismo e vinhos com direcção enológica de Jorge Alves. São oito referências do Dão, de três gamas diferentes: por ordem hierárquica ascendente, os Taboadella Villae, branco e tinto (€9,90); os quatro Taboadella Reserva Encruzado, Alfrocheiro, Jaen e Touriga Nacional (€15,90); e os Taboadella Grande Villae, branco (€38) e tinto (€59). Nos 40 hectares de vinha, supervisionados pela directora de enologia Ana Mota, estão plantadas as principais castas tradicionais no Dão. Alguma desta área foi, inclusive, restruturada no sentido de substituir castas estrangeiras à região por outras autóctones.

A adega de 2500 m2, perfeitamente enquadrada no ambiente, foi projetada por Carlos Castanheira, uma referência na arquitetura nacional, oferecendo uma capacidade de vinificação de 290 mil litros por vindima.

Luísa Amorim, administradora, explica sobre este projecto situado em Silvã de Cima, concelho de Sátão, num conclave que lembra um oásis de vinha rodeado de floresta: “O investimento na Taboadella é pensado e muito desejado. Há 20 anos que estamos no Douro com a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, mas nunca escondemos que tínhamos pelo Dão uma grande admiração. É uma região clássica de vinhos em Portugal e a primeira a ser demarcada para vinhos não licorosos, e foi aqui nesta região vizinha do Douro que encontrámos este território de altitude detentor de solos de granito e microterroirs de excelência. A Taboadella tem uma mancha de vinha única que permite produzir grandes vinhos, com uma tipicidade notável conseguindo manter este caráter ancestral do Dão que é o que realmente queremos”.

Já aberto diariamente está o enoturismo e a loja da Taboadella, com visitas, provas de vinho e obras de arte regionais.

Uma reportagem completa sobre a Taboadella, com a prova dos oito vinhos, sairá numa das próximas edições da revista Grandes Escolhas.

“Bomcar Mini à descoberta do Dão – Powered by Paço dos Cunhas” é o evento perfeito para amantes de vinho e de automóveis. Já no dia 5 de Julho, numa parceria entre a 19|90 Premium Wines e a Bomcar mini, será possível participar num passeio de Mini pelas vilas de Santar e Moreira, no Dão, contemplando as vinhas e o centro histórico de uma das mais antigas vilas do país. 

O modelo escolhido para a actividade é o Mini Countryman, cedido pela Bomcar, numa aventura que também proporcionará provas de vinho e um almoço no Pátio do Paço dos Cunhas de Santar. As inscrições estão limitadas a 15 Mini, o que equivale a 30 pessoas, e têm um custo de 50€/pax.

A parceria estabelecida prevê ainda, para o futuro e em eventos realizados pela marca automóvel, o fornecimento de serviços de catering pelos restaurantes do grupo – Cabriz, Paço dos Cunhas de Santar e Quinta do Encontro.

Mais informações pelo telefone 232 945 452 e pelo e-mail enoturismo@pacodoscunhas.pt.

Ladeira da Santa: One man (anti) show

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Um projecto que começou como escape de fim-de-semana do pai, é agora negócio também do filho. Da ladeira mais solarenga do Dão surgem vinhos cada vez melhores, e a culpa é de um mountain biker incurável.

TEXTO Mariana Lopes
FOTOS Mário Cerdeira

De Coimbra a Tábua, no extremo Sul do Dão, são 60 minutos pelo tenebroso IP3, e é esse o percurso de ida e volta que João Cunha faz praticamente todos os dias. Tem 32 anos e, sendo avesso a toda e qualquer exposição – apesar da cortesia e simpatia que nunca falham – para ele a Ladeira da Santa é, sem sombra de dúvida, o refúgio perfeito. É um “loner”, como se diz em inglês, e mantém o seu grupo de amigos em regime de “poucos e bons”, ao qual se juntou recentemente a cadela Zoumi, uma Border Collie de quatro meses que já é a menina dos seus olhos. João tirou Enologia no Porto e Engenharia Alimentar em Coimbra e, em 2008, fez o seu primeiro vinho na “Ladeira”, como habitualmente chama à propriedade familiar. Quanto à parte “da Santa”, não se sabe bem a razão, apenas que já tinha esse nome quando adquirida pelo seu pai, Arlindo Cunha, nascido em Tábua. Economista e professor da Universidade Católica do Porto, Arlindo Cunha foi Secretário de Estado da Agricultura, Ministro da mesma área e vice-presidente da Comissão Parlamentar da Agricultura, razões mais do que suficientes para que, em 1996, se virasse para a Ladeira da Santa, para “espairecer e largar o stress”: adquiriu o terreno, praticamente todo pinhal, que incluía um hectare do seu sogro e, até 2006 – com ajuda de uma pessoa que tomava conta do sítio, e de um enólogo consultor que lá fez os vinhos até o filho assumir as rédeas – dedicou-se a comprar mais área e a plantar vinha, fazendo vinho “na desportiva” desde 2000. “O bom beirão gosta sempre de ter uma adega”, brincou. Foi então, em 2006, que a família fundou a empresa Ladeira da Santa. Em 2009, João Cunha já lá fazia todos os vinhos da casa, plantando ele próprio cinco hectares de vinha em 2017, através do programa Jovem Agricultor.

Hoje já são dez hectares de videiras, cinco de uvas brancas e cinco de tintas, que se estendem pela encosta abaixo, rodeando a casa e a adega, e por outro terreno, praticamente do outro lado da estrada, que desce no sentido oposto, permitindo a João tomar partido de várias exposições solares. Agora é ele que, a título pessoal, é proprietário e arrendatário de todos os vinhedos, vendendo as uvas à Ladeira da Santa. Os solos, complexos e de transição de granito para xisto, apresentam umas aflorações rochosas aleatoriamente distribuídas pelas vinhas que estão viradas a Sul, rodeadas de altos pinheiros e que encaram as serras do Açor e de Arganil, graciosamente pintadas no horizonte, sempre em plano de fundo. E esses blocos de pedra, a par do declive considerável da ladeira, são elementos fundamentais para João Cunha pôr em prática uma das suas maiores paixões, o BTT, ou “mountain biking”. No local, é fácil de ver os percursos idealizados pelo produtor e os obstáculos naturais do terreno, e de perceber que ali, entre as uvas e a bicicleta, João tem tudo o que precisa. Aliás, quando não está a fazer vinho, está a descer alguma coisa, em cima de alguma coisa, com ou sem rodas. Após uma chamada não atendida, já depois da visita à propriedade, a justificação foi “estava a acabar uma pista”, e isso diz tudo.

Arlindo Cunha e João Cunha.

Terroir Ladeira

Esta personalidade livre de João Cunha faz dele várias coisas, e uma delas é a de um enólogo e produtor sem concessões, multifacetado, que trata de quase tudo, desde a vinha à rotulagem, passando pelo principal, os vinhos. Na maior parte do tempo, um autêntico “one man show”. Na verdade, e como contou, “isto subsiste muito à base da amizade. São os nossos amigos que vêm ajudar na poda, por exemplo. Na vindima, contratamos cerca de dez pessoas e vêm uns quarenta amigos vindimar também”. As referências são actualmente cinco, dois brancos e três tintos, com uma produção anual de cerca de 26 mil garrafas. “O nosso objectivo é sermos um produtor familiar e tradicional do Dão, de dimensão média”, explicou Arlindo Cunha. E João complementou: “Não nos preocupamos muito em aumentar os números, queremos fazer um crescimento sustentável”.

O Colheita Seleccionada branco 2018 é um lote de Malvasia Fina (40%), Arinto (30%), Gouveio, Encruzado e Bical, um branco sem madeira, super agradável, aromático e equilibrado, fresco e muito bem feito. Por sua vez, o Encruzado Reserva branco 2018, de perfil cremoso e vegetal, fermentou em inox e parte dele estagiou em barricas usadas e novas (10%) de carvalho francês durante seis meses. Nos tintos, o Colheita Seleccionada 2018 faz maceração longa em lagar durante dez dias e tem Tinta Roriz, Touriga Nacional e Alfrocheiro. O estágio é feito por três meses em barrica e dois meses em garrafa, originando um vinho todo ele silvestre e polido, com grande aptidão para a mesa do dia a dia. Quanto ao Touriga Nacional 2015, este também faz maceração em lagar, durante sete dias, e estagia quase 24 meses em barricas com seis anos e um ano e meio em garrafa. Um vinho igual a si mesmo, bem floral e fino. Por fim, o Grande Reserva 2017 fica em lagar oito dias e estagia um ano em barricas usadas (de um a quatro anos de idade) e seis meses em garrafa, resultando num tinto de fruta profunda, com intensidade e muita elegância.

Todos estes vinhos cheiram e sabem a Dão, com o terroir daquele sítio em Tábua muito evidente, onde a assinatura do enólogo está bem presente, mas não se sobrepõe. Já para não falar da excelente relação qualidade-preço. Os brancos bem frescos, florais e minerais, com a típica Encruzado a conferir estrutura e – quando conjugada com madeira – cremosidade, e os tintos com o pinhal que rodeia a Ladeira da Santa a expressar-se, elegantes e com um lado terroso ténue. E João Cunha entra aqui a tratar das uvas como suas amigas, em tudo o que isso implica – com todo o carinho e atenção, mas sem bajulações – e a utilizar as barricas de uma forma muito precisa, a dar aos vinhos não só o que eles precisam delas, mas também um certo “je ne sais quoi” que só ele sabe entregar, fazendo da Ladeira da Santa um projecto cheio de carácter.

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Edição nº 35, Março de 2020

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