Symington anuncia vinhos do Porto Vintage 2020 com duas especialidades

A Symington Family Estates acaba de comunicar que engarrafou três vinhos do Porto Vintage de 2020, com destaque para duas edições especiais, que assinalam marcos históricos deste ano: o bicentenário da Graham’s e os 350 anos da Warre’s. O Vintage Dow’s Quinta do Bomfim completa o trio, que irá ser disponibilizado en primeur. Estes lotes […]
A Symington Family Estates acaba de comunicar que engarrafou três vinhos do Porto Vintage de 2020, com destaque para duas edições especiais, que assinalam marcos históricos deste ano: o bicentenário da Graham’s e os 350 anos da Warre’s. O Vintage Dow’s Quinta do Bomfim completa o trio, que irá ser disponibilizado en primeur. Estes lotes foram selecionados por Charles Symington, enólogo principal da empresa familiar, que concluiu que após uma avaliação dos vinhos mais promissores das melhores propriedades, a sub-região do Cima Corgo tinha dado origem aos vinhos mais notáveis.
O ano de 2020 teve a colheita mais pequena da Symington, do século XXI – “tendo a produção nas propriedades da Symington no Alto Douro estado 21 por cento abaixo da média da última década”, diz a empresa – mas, e apesar da quantidade reduzida, gerou vinhos “incrivelmente concentrados, estruturados e retintos”, desenvolve. Como tal, a família decidiu, excepcionalmente, proceder ao engarrafamento e lançamento limitado do Graham’s Porto Vintage 2020 Edição do Bicentenário (3 mil garrafas), e do Warre’s Vinhas Velhas Porto Vintage 2020 Edição dos 350 Anos (2400 garrafas), a partir de lotes provenientes exclusivamente de um número reduzido de parcelas das propriedades do Cima Corgo. “Tal foi a qualidade desta sub-região”, que a Symington decidiu, também, disponibilizar uma pequena quantidade de Porto Vintage Dow’s Quinta do Bomfim 2020 (1200 garrafas).
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“O ano 2020 foi particularmente desafiante no Douro. A região foi assolada por ondas de calor recorde que determinaram assinaláveis quebras nas produções e também no volume da colheita, na ordem dos 40 por cento face às previsões iniciais. Castas que normalmente avançam as maturações de modo sequencial, convergiram em uníssono pelo que tiveram de ser vindimadas ao mesmo tempo. Adaptámo-nos às condições e vindimámos as parcelas em função das cotas de altitude e vinificámos castas diferentes conjuntamente, o que originou vinhos muito complexos e concentrados”, explica Charles Symington.
“Orgulho-me muito das duas edições limitadas de Portos Vintage 2020 da Graham’s e da Warre’s. Estes demonstram os benefícios dos conhecimentos multigeracionais que a nossa família possui das suas propriedades e dos microclimas, o que nos permitiu produzir vinhos tão equilibrados e elegantes num ano como 2020. Acredito que representam dignos testemunhos dos 200 anos da Graham’s e dos 350 anos da Warre’s e que estão destinados a tomar o seu lugar no pódio dos grandes Portos Vintage destas duas casas históricas”, conclui.
Churchill’s: revolução de imagem, nova marca e um “green state of mind”

Texto: Mariana Lopes Não é só mais uma mudança de imagem, é o rebranding que queríamos e não sabíamos. A Churchill Graham — empresa produtora de vinhos do Porto e Douro, sediada em Vila Nova de Gaia, fundada em 1981 por Johnny Graham — lavou recentemente “a cara” (e a garrafa) não só aos seus […]
Texto: Mariana Lopes
Não é só mais uma mudança de imagem, é o rebranding que queríamos e não sabíamos. A Churchill Graham — empresa produtora de vinhos do Porto e Douro, sediada em Vila Nova de Gaia, fundada em 1981 por Johnny Graham — lavou recentemente “a cara” (e a garrafa) não só aos seus vinhos, mas também às plataformas online, como o site e as redes sociais, apresentando toda uma estratégia renovada e, para fechar o ciclo, um novo nome para os vinhos Douro: Grafite.

“Quisemos encontrar um espaço para o vinho do Porto dentro de um estilo de vida contemporâneo. E, por isso, procurámos uma identidade visual e uma estética para os nossos vinhos do Porto e do Douro que fosse irreverente e original, fugindo às convenções usualmente associadas a esta categoria”, explica Zoe Graham, directora de Marketing e Vendas da Churchill’s, que representa também o futuro da empresa. Neste sentido, a assinatura estética — desenvolvida em conjunto com o estúdio londrino Made Thought, responsável pela definição de imagem de marcas internacionais de renome como a cervejaria BrewDog, ou a Hunter, conhecida sobretudo pelas suas icónicas galochas — assenta nos valores “Beleza e Minimalismo”, como afirmado pela empresa, mas também na comunicação do caminho de sustentabilidade que a Churchill’s tem traçado.

Nos vinhos do Porto, além dos novos rótulos em forma de diamante, com o uso de letras somente minúsculas (ou em “caixa baixa”, na gíria jornalística), pormenores que conferem modernidade e elegância ao look total, entram, em substituição do brasão convencional, os símbolos da história da Churchill’s e da família: a coroa, a concha, e a torre. “A torre provém dos lagares de granito da Quinta da Gricha [propriedade duriense mais emblemática da empresa] e representa a filosofia de mínima intervenção da Churchill’s no processo de vinificação. A concha provém da heráldica da família Graham e representa a origem, remontando ao símbolo original utilizado pela empresa familiar quando se instalou em Portugal pela primeira vez, em 1808. A geração seguinte quis trazer de volta este símbolo da natureza, para representar o seu compromisso para com o legado e para com um futuro mais sustentável”, desenvolve Zoe Graham. As garrafas também sofreram alterações, sendo que a Churchill’s optou pelo mesmo formato/modelo em toda a gama de Porto, e a distinção entre as linhas passa a ser feita de outras formas: os Ruby, por exemplo, têm uma imagem mais clássica com a utilização, no rótulo, somente das cores branco e preto; e os Tawny, por sua vez, ganham uma garrafa transparente e mais variações de cor nos rótulos, consoante a categoria. Isto “fala” muito mais com o consumidor, que assim consegue perceber mais rapidamente que tipo de produto tem à sua frente.

Numa das gamas de vinhos Douro, uma grande novidade. O nome deixa de ser Churchill’s Estates, e é adoptado o nome Grafite, acompanhado de novas ilustrações, feitas à mão, nos rótulos. A origem de “Grafite” é, segundo Zoe, o facto de este ser o descritivo que a equipa de enologia usa muitas vezes para definir os vinhos da casa, pelas suas notas de mineralidade, e também o estilo de desenho patente no rótulo. Mas a razão da mudança é estratégica: “Com o nome Churchill’s Estates, estes vinhos nem sempre eram associados a Portugal. Decidimos, por isso, dar-lhes um nome português”, avança a directora de Marketing e Vendas. A gama inclui os Grafite Colheita branco e tinto, os varietais Tinta Roriz e Touriga Nacional, e o Grande Reserva tinto. “Utilizamos técnicas diferentes para produzir os nossos vinhos Douro, mas a filosofia é sempre a mesma, mínima intervenção e respeito pelo terroir”, diz Ricardo Pinto Nunes. “O Johnny [Graham] tem sido muito mais do que uma inspiração, e ele tem-me ensinado muito, não só sobre vinhos, mas sobretudo sobre a vida”, confessa o enólogo e director de Produção da Churchill’s.

Também as embalagens dos produtos da empresa estão diferentes, com a utilização de materiais mais ecológicos, e na procura do mínimo desperdício, recorrendo a menor quantidade dos mesmos. As cápsulas são agora 100% recicláveis, feitas a partir de 15% de resíduos de uva e 40% de fibras recicladas pós-consumo, e o papel é certificado como sustentável pela FSC – Forest Stewardship Council (“Conselho de Gestão Florestal”, uma organização global sem fins lucrativos, dedicada a promover a gestão responsável das florestas em todo o Mundo). Adicionalmente, as garrafas dos vinhos Douro são mais leves, “permitindo uma redução de 12% no peso das garrafas em toda a gama, o que representa metade do volume anual total da Churchill’s nesta categoria”, afirma a empresa.
SABIA QUE…
Johnny Graham casou-se em 1980, e o nome da sua esposa era Caroline Churchill. É daqui que vem a designação da empresa, “Churchill Graham”, fundada um ano depois.
Dona Matilde-O privilégio das vinhas históricas

Nesta bonita propriedade na margem do rio Douro têm sido vários os ensaios que procuram espelhar melhor as virtudes das vinhas. Sobretudo as que têm mais passado e muito que contar, as vinhas históricas. Texto: João Paulo Martins Foto: Quinta Dona Matilde Começam agora a chegar à verdadeira velhice as vinhas que resultam das plantações […]
Nesta bonita propriedade na margem do rio Douro têm sido vários os ensaios que procuram espelhar melhor as virtudes das vinhas. Sobretudo as que têm mais passado e muito que contar, as vinhas históricas.
Texto: João Paulo Martins
Foto: Quinta Dona Matilde
Começam agora a chegar à verdadeira velhice as vinhas que resultam das plantações pós-filoxéricas que se fizeram no Douro. Para combater a praga usaram-se porta-enxertos resistentes e a lógica do plantio seguiu os ensinamentos que vinham de há séculos: misturar as castas na vinha porque num ano em que não davam umas davam outras e, por outro lado, a vindima não distinguia variedades e todas eram colhidas em simultâneo; provavelmente umas mais maduras que dariam mais álcool e outras mais verdes que confeririam mais acidez. Era este o conceito que hoje chamamos de field blend, em que o lote já vinha feito da vinha, não era necessário fazer ensaios na mesa de provas.
São estas vinhas, comummente chamadas de “vinhas velhas” que José Carlos Oliveira, o técnico de viticultura da quinta prefere, e bem, apelidar de “vinhas históricas”. Elas ainda existem no Douro, apesar das maldades e perfeita destruição de património que se operou nos anos 80 quando se replantaram vinhas com o patrocínio do Banco Mundial, se arrancaram vinhas velhas (e com elas perdeu-se muito do património genético) e se afunilou a selecção das castas a plantar. Estava na mente de todos a produção de uvas para Vinho do Porto mas o que ninguém imaginava era que, passados 40 anos, o DOC Douro fosse mais importante que o Vinho do Porto. Hoje andamos a tapar as feridas, a tentar recuperar estas vinhas muito velhas e a procurar conservar clones e genes. A verdade é que o apreço pelas vinhas históricas é hoje bem maior do que então era e a região só tem a ganhar com isso. O conceito de vinha histórica prende-se também com o facto de não haver duas iguais, quer pela localização de cada uma (exposição, altitude) quer pela malha de castas que torna cada vinha única e irrepetível. Na vindima de 2017 a empresa tinha apresentado o tinto Vinha dos Calços Largos e, agora, surge da vindima de 2019, o Vinha do Pinto.
O tinto da Vinha do Pinto procura expressar essa complexidade da vinha histórica com uma ousadia ainda pouco tentada no Douro: fazer um tinto topo de gama sem que tenha tido qualquer contacto com barrica, nova ou usada. Este vinho apenas estagiou em inox e o que perdeu (eventualmente) em complexidade e mistério ganhou (seguramente) em elegância, precisão e aptidão gastronómica. A vinha tem 30 castas e à entrada da adega foram retiradas as uvas brancas que a vinha também tinha e que estavam lá para ajudarem no ajuste da cor, sobretudo para a produção de Porto tawny. A produção deste primeiro “tinto sem madeira” limitou-se a 2800 garrafas numeradas. João Pissarra, enólogo, optou por uma intervenção minimalista em termos de adega e daí deriva também a ausência da madeira.
O branco, menos ousado, é também um field blend de uma vinha com 25 anos e com estágio de 6 meses em barrica. Na vinha encontramos Arinto, Viosinho, Gouveio e Rabigato, quatro das mais emblemáticas variedades da região.
A quinta de 93 ha, com larga frente de rio entre a Régua e o Pinhão, tem 28 ha de vinha e uma alargada área de mato e floresta; está na posse da família Barros desde 1927 e integrava o património da empresa de Porto Barros Almeida. Aquando da venda da empresa à Sogevinus (2006) a família Barros recuperou a posse desta quinta, agora dirigida por Manuel Ângelo Barros e seu filho Filipe. A quinta também produz Vinho do Porto.
(Artigo publicado na edição de Dezembro de 2021)
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Esporão elege Rui Falcão como responsável de Comunicação e RP

O Departamento de Comunicação e Relações Públicas do Esporão passa agora a ser liderado por Rui Falcão. Com mais de duas décadas de experiência no sector vínico, Rui Falcão é autor de oito livros dedicados ao vinho, incluindo uma obra sobre a totalidade das regiões portuguesas, dividida em onze edições. Antigo colaborador de várias publicações […]
O Departamento de Comunicação e Relações Públicas do Esporão passa agora a ser liderado por Rui Falcão.
Com mais de duas décadas de experiência no sector vínico, Rui Falcão é autor de oito livros dedicados ao vinho, incluindo uma obra sobre a totalidade das regiões portuguesas, dividida em onze edições. Antigo colaborador de várias publicações nacionais e internacionais, Rui Falcão é o fundador do evento MUST – Fermenting Ideas, uma conferência internacional que congrega líderes de opinião, media e produtores oriundos de diversos países, num fórum de debate e análise sobre os desafios de curto e médio prazo que se colocam ao mundo do vinho.
Rui Falcão comenta “é com grande satisfação que abraço o desafio de reforçar a equipa do Esporão, passando a assumir a responsabilidade pelo novo departamento de Comunicação e Relações Públicas. A minha vasta experiência no mundo dos vinhos, ao longo de mais de duas décadas, vai contribuir para fortalecer a comunicação do Esporão na área dos vinhos, azeite, cerveja artesanal e enoturismo da Herdade do Esporão, Quinta dos Murças e Quinta do Ameal”.
Dominic Symington reforma-se após 31 anos dedicados ao vinho do Porto e do Douro

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A Symington Family Estates acaba de emitir um comunicado a dar conta da reforma de Dominic Symington, membro da quarta geração da família à frente do grupo. Dominic é uma figura notável no sector do vinho, tendo liderado e participado em vários momentos e projectos importantes da Symington, bem como na promoção do vinho do Porto e do Douro pelo Mundo:
“Dominic Symington entrou na empresa da família em 1990 como diretor de vendas. Ao longo das últimas três décadas contribuiu para a condução da estratégia comercial da empresa e para o aumento significativo das vendas à volta do mundo. Nenhum outro membro da família viajou tanto ou conduziu tantos eventos e provas ao longo da carreira como Dominic. A sua incrível energia e determinação não só reforçaram a posição da família em mercados tradicionais de vinho do Porto como Portugal, Reino Unido e Estados Unidos, como também contribuiu para estabelecer uma forte presença em novos mercados, tais como a Escandinávia, Alemanha, Rússia e Brasil, entre outros. Com o seu charme natural e grande sentido de humor, fez amizades para toda a vida durante este percurso dentro do setor do vinho.
A par das vendas, Dominic foi responsável por áreas chave do negócio. Geriu o portfolio dos Portos Vintage da família, incluindo os relançamentos de Portos envelhecidos e garrafas raras desde as suas garrafeiras para o mercado. Foi também responsável pela administração de uma das mais icónicas e magnificas propriedades da família no Douro — a Quinta do Vesúvio, onde se produzem Portos Vintage e vinhos DOC Douro. Quando a família adquiriu a sua primeira propriedade fora do vale do Douro — a Quinta da Fonte Souto no Alentejo — foi Dominic que liderou a renovação da velha adega e que colocou no mercado os vinhos de estreia de 2017. Foi também Presidente da Portfolio Vinhos, a distribuidora de vinhos da família em Portugal.
Nascido no Porto em 1956, Dominic fez o ensino primário em Portugal e o secundário no Reino Unido. Iniciou a sua carreira no setor do vinho na Saccone & Speed, a divisão de vinhos e espirituosos da Cervejeira Courage, que na altura importava uma das marcas da família, o Porto Warre’s. Enquanto o seu primeiro trabalho passou por acompanhar as entregas de vinhos aos ‘pubs’ e aos clubes londrinos, foi-lhe dada a oportunidade de provar alguns vinhos excecionais e assim começar a trilhar o seu caminho no setor. Após entrar num distribuidor independente, especializado no setor Horeca de Londres, construiu uma carteira de clientes, fruto do seu contacto direto com hotéis, restaurantes e bares. Em 1985, é admitido na distribuidora da família no Reino Unido— a Fells —, na qual desenvolveu a divisão de vinhos premium. Após um convite do pai, Michael Symington, e dos tios, Dominic regressou ao Porto em 1990 para se juntar a empresa da família.
Dominic está casado com a sua mulher, Laura, há 35 anos. Têm um filho, Anthony, que trabalha na Fells desde 2018 na gestão dos vinhos do Porto e vinhos tranquilos da família no Reino Unido. As suas duas filhas vivem no Porto: a Harriet é professora num colégio internacional e a Isabel é designer de interiores.
‘Tem sido um prazer e uma honra trabalhar na nossa empresa familiar, ao lado do meu pai, tios, irmão e primos. O Douro é uma das mais extraordinárias regiões de vinhos do mundo e tem sido muito gratificante introduzir a pessoas de todo o mundo os vinhos que a minha família e eu ali produzimos há cinco gerações. Embora tenha havido altos e baixos nestes últimos 30 anos, o vinho do Porto tem entrado numa nova era com o aparecimento de uma nova geração de consumidores. Sinto-me particularmente orgulhoso por ver o meu filho Anthony a entrar no negócio ao lado de seis primos. Competirá a eles e a elas assegurar que continuaremos a produzir vinhos de exceção desta magnífica região e a preparar a próxima geração. Continuarei a desempenhar o meu papel, ao mesmo tempo que desfruto da minha reforma, repartindo o meu tempo entre o Porto e o Douro.’ — Dominic Symington”
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Symington Family Estates doa mais um veículo aos Bombeiros

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Os Bombeiros Voluntários de Vila Real – Cruz Verde têm agora um novo autotanque, graças à Symington Family Estates e à Associação Humanitária dos Bombeiros de Vila Real – Cruz Verde, que co-financiaram este veículo especializado em 50 mil e 30 mil euros, respectivamente.
Com uma capacidade de armazenagem de água de 18 mil litros (e um tanque adicional de 400 litros de espumífero), o autotanque será utilizado em acções de combate aos incêndios florestais, bem como em grandes incêndios urbanos e no abastecimento de água a populações, em caso de necessidade.
Esta é a 15ª doação efectuada pela Symington Family Estates às corporações de bombeiros do Douro (e desde 2020 do Alentejo). As ajudas desta empresa têm suprido necessidades de veículos de suporte, sobretudo ambulâncias.
Charles Symington, que apadrinhou a doação deste autotanque, comenta: “As acções corajosas e abnegadas dos homens e mulheres destas corporações fazem toda a diferença na segurança e bem-estar das comunidades locais, especialmente no caso das populações mais isoladas e vulneráveis. Como família e como empresa, deveremos estar constantemente atentos às necessidades destas corporações”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
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Quinta da Côrte lança Tawny 30 Anos super-exclusivo

São apenas 220 garrafas de um vinho do Porto Tawny, o Quinta da Côrte Tawny 30 Anos Pipa 28, destinado a verdadeiros apreciadores desta categoria. A Quinta da Côrte — localizada em Valença do Douro, concelho de Tabuaço, na sub-região do Cima Corgo — foi adquirida em 2012 por Phillipe Austruy, empresário francês que atribuiu […]
São apenas 220 garrafas de um vinho do Porto Tawny, o Quinta da Côrte Tawny 30 Anos Pipa 28, destinado a verdadeiros apreciadores desta categoria.
A Quinta da Côrte — localizada em Valença do Douro, concelho de Tabuaço, na sub-região do Cima Corgo — foi adquirida em 2012 por Phillipe Austruy, empresário francês que atribuiu a Marta Casanova os pelouros da enologia e da direcção-geral do projecto. A partir de 2013 e durante vários anos, Marta explorou a antiga adega de vinho do Porto da Quinta, tendo estudado e provado todos os vinhos que repousavam nas 50 pipas existentes. “Tratei cada pipa individualmente. Retirei o vinho para arejar, corrigi com aguardente (os que precisavam), classifiquei-os e lavei por dentro e por fora cada pipa. Depois, voltei a pôr o vinho de volta na sua pipa de origem”, explica a enóloga. Seis meses depois, voltou a provar todos os vinhos e, segundo a mesma, “a diferença foi notória”, e esses vinhos passaram a servir de base para os Tawny da Quinta da Côrte.
No entanto, no meio de todas as pipas, houve uma que surpreendeu Marta Casanova ainda mais, a nº 28: “Mantive o vinho na mesma pipa, só arejando de vez em quando, e deixei evoluir. Cada vez que provava dizia ‘não, este não vai entrar nos lotes de 10 e 20 Anos, este tem ser mais especial e único!’”, conta. Foi precisamente este vinho que deu origem ao Quinta da Côrte Porto Tawny 30 Anos Pipa 28, um Tawny que, de acordo com Marta, “foi aprovado como 30 Anos pelo IVDP, mas parece ter muito mais”.
Resultando de um lote com idade média superior a 80 anos — de várias castas, entre elas as tradicionais Tinta Barroca, Tinta Roriz, Rufete e Tinta Amarela — este vinho apresenta-se, pelas palavras da enóloga “de cor dourada com reflexos de acaju, com grande classe, e seduz imediatamente pela complexidade dos seus aromas: passas de corinto, alcaçuz, canela, citrinos cristalizados, café, castanha de caju, caramelo, nozes… Por isso, é ideal para harmonizar com charutos ou sobremesas frescas, e doces à base de laranja, ou apenas para desfrutar de um copo e poder apreciar a sua qualidade em pleno”.
O Quinta da Côrte Porto Tawny 30 Anos Pipa 28 tem um p.v.p. de €525.
Os melhores brancos do Douro: Do xisto ao granito

É sabido que os brancos nacionais estão cada vez melhores no país de norte a sul. Talvez não se imagine tão facilmente que boa parte dos melhores vinhos desse lote venha do Douro, território até há pouco tempo associado quase exclusivamente a tintos. A cada colheita que passa, sobretudo das gamas superiores, os brancos do […]
É sabido que os brancos nacionais estão cada vez melhores no país de norte a sul. Talvez não se imagine tão facilmente que boa parte dos melhores vinhos desse lote venha do Douro, território até há pouco tempo associado quase exclusivamente a tintos. A cada colheita que passa, sobretudo das gamas superiores, os brancos do Douro impõem-se como vinhos ambiciosos e de carácter, onde a presença do terroir se encontra tão, ou mais marcada, do que nos tintos da mesma região.
Texto: Nuno de Oliveira Garcia
Fotos: Ricardo Palma Veiga
Talvez não faça sentido um excurso longo sobre a razão por detrás da percepção de que o Douro é uma região de tintos. De forma resumida, em qualquer caso, relembre-se que tal decorre, antes do mais, do legado do Vinho do Porto, sector que, apesar da significativa e histórica produção de brancos, centrou a sua imagem de prestígio e longevidade nos tintos rubys, com destaque para os vintages. Com efeito, sempre houve a produção de alguma uva branca para Porto, a partir de castas como a Malvasia Fina. Com raríssimas excepções, no entanto, o Porto branco foi relegado para o início da refeição, a solo ou em cocktail, e a pouca apetência dos consumidores nacionais para bebidas de aperitivo (tema cujo desenvolvimento daria um novo artigo) catalogou-o como um vinho menor.
Outra condição natural para o sucesso dos tintos na região relaciona-se com o solo xistoso e com o verão duriense, muitas vezes escaldante. Se o xisto funciona como um intensificador para os vinhos tintos, nos brancos a acidez perde-se com muita facilidade (literalmente, de um dia para o outro…) levando a vinhos, por vezes, demasiado pesados e com menos sensação de frescura. Por isso, a região produz mais tinto, sem dúvida, mas, rigorosamente, tudo depende dos anos agrícolas. Com efeito, existem anos em que a produção de DOP tinto é quatro vezes maior do que a de branco, caso da colheita de 2019, mas outros em que é apenas pouco mais que o dobro, como sucedeu na de 2018. A tendência geral é, em qualquer caso, para que a produção de tinto se manifeste duas a três vezes superior à do branco.
Outra circunstância que explica a associação do Douro a vinhos tintos assenta no facto de terem sido tintos os primeiros Douro não fortificados que, a partir das décadas de ’60 (os pioneiros) e sobretudo de ’90 do século passado, ganharam estatuto de grandes néctares nacionais. É certo que sempre houve brancos do Douro não fortificados com fama – lembramo-nos do Grantom Branco Especial Seco da Real Companhia Velha (as melhores colheitas que provámos eram as de 1963 e 1965), mas eram tintos os vinhos mais respeitados. Afinal de contas, tanto Barca Velha como Reserva Especial eram, e são, apenas tintos. Como o Quinta do Cotto Grande Escolha, e os primeiros Quinta da Gaivosa. Foi preciso esperar que, três anos depois do Duas Quintas branco já vingar na restauração, e de alguns ensaios mais ou menos sucedidos (como o famoso Riesling da Quinta da Pacheca), o inconformado Dirk Niepoort procurasse na colheita de 1995 a finura das vinhas em altitude, e as melhores barricas francesas para fermentar e estagiar o seu Redoma. Entretanto, o Quinta dos Bons Ares começava a dar nas vistas, precisamente pela frescura da cota alta, e colheitas como 1997 e 1998 são de grande recorte. Apesar destas tentativas bem-sucedidas, em 1997, o quadro de honra de brancos do Roteiro Prático dos Vinhos Portuguese de José Salvador continha apenas um único Douro (maioria para os Vinhos Verdes e Bairrada), nem mais nem menos do que o Sogrape Reserva 1995. Mas, depois do Redoma do mesmo ano, a revolução estava em curso, e bastou poucos anos mais para se encontrarem novos brancos com barrica, sendo disso bom exemplo o Gouvyas Reserva nos primeiros anos do novo século e o Duas Quintas Reserva. E em 2001, Domingos Alves de Sousa lança o seu primeiro Reserva Pessoal, recuperando, segundo o próprio, os brancos “à moda antiga”, um vinho de enorme personalidade e que, à sua maneira, resgatava o passado traçando um futuro novo.
Xistos e granitos
O que os primeiros anos do novo milénio vieram mostrar foi, portanto, que o Douro também tinha uma palavra a dizer nos brancos, da mais fresca e chuvosa sub-região do Baixo Corgo até à seca e continental sub-região do Douro Superior, passando pelo Cima Corgo. Por um lado, não se pode dizer que todo o Douro é xisto a torrar ao sol, posto que os altos do Douro – e são vários numa região definitivamente montanhosa – são relativamente frescos mesmo no verão, e os invernos são muito frios. Acresce que existem ilhas de solo granítico, e vários solos de transição, que garantem a tão-procurada sensação de frescura e mineralidade, sem descurar a maturação. Com efeito, nos grandes maciços de xisto penetram frequentemente formações geológicas graníticas como sucede junto a Alijó, ao planalto de Carrazeda de Ansiães e até à foz do Sabor, ou mesmo na zona do Pocinho, Freixo de Numão, Seixo de Numão e entre Fontelo e Sande. Estas formações graníticas dão origem a solos de textura ligeira, pobres e ácidos, com reduzida capacidade de retenção para a água, que, em altitude, têm-se revelado perfeitos para a produção de brancos de qualidade. Acresce, que foi descoberto o tesouro das vinhas velhas, sendo que, nos últimos anos, foi ver uma autêntica corrida por elas entre produtores e enólogos. Falamos de vinhas entre os 40 e os 100 anos, com várias castas misturadas (cerca de 10 castas diferentes, bem menos do que nas vinhas tintas). Ao longo dos anos, o Douro soube manter (talvez melhor do que nos tintos) quase intacta essa diversidade de castas brancas tradicionais, possibilitando que os enólogos escolham esta ou aquela variedade conforme o perfil pretendido ou conforme o terroir. Seja a exuberância do Gouveio e Moscatel Galego, o corpo e intensidade da Viosinho ou do Folgazão, o floral da Códega, a frescura e acidez do Rabigato e do Arinto, ou a complexidade subtil da Códega do Larinho. O contributo de outras castas “de fora”, como seja o Alvarinho com o seu perfume a acidez, vieram trazer o “sal e a pimenta” que por vezes pode fazer a diferença. Mas o Douro quer mais, e os recentes estudos e ensaios com castas brancas antigas presentes na vinha isso o demonstram, caso bem visível no produtor Real Companhia Velha que tem lançado monocastas como Samarrinho, Donzelinho branco ou Moscatel Ottonel, todas de enorme aprumo. Haverá, então, um lote perfeito no Douro para vinho branco? Não é fácil dizê-lo e dependerá da sub-região e do terroir, mas é seguro afirmar que muitos topos de gama actuais não descuram o Rabigato (sobretudo no Douro Superior) e o Gouveio, sendo que o Arinto e a Códega são também castas de eleição. O Viosinho ainda se monstra muito presente nos lotes, apesar de ter perdido nos últimos anos alguma hegemonia na afirmação como casta branca rainha da região.
Estilos e perfis
Para Rita Marques, cujo seu Conceito Único se mostrou imperial em prova, a razão do sucesso da região é um encepamento branco muito bem-adaptado, com castas, essencialmente o Rabigato e Gouveio, na sua opinião, em total harmonia com o terroir. Jorge Serôdio Borges, outro vencedor com o seu Guru, concorda e salienta a necessidade de se procurar solos de granitos e de transição para evitar a perda de acidez que o xisto acarreta na época antes da vindima. Confidencia-nos ser apologista de fermentação de todo o lote em barrica, ainda que prefira a barrica já usada. Jorge Moreira, criador do Poeira (o melhor Alvarinho do Douro), acredita que a região tem enorme potencial pelas diversas exposições, e pela singularidade de ali se conseguirem produzir vinhos com frescura e acidez (perto dos 7g de acidez total) mantendo potência em boca e algum álcool (acima dos 13% com facilidade). Para o enólogo, com vários vinhos sob a sua direção em prova, a combinação perfeita pode muito bem ser os solos ácidos que permitem pH relativamente baixos e maturação completa que o clima da região permite, combinação menos frequente noutros territórios lusitanos.
Como escrevemos noutras provas de Douro, importa ainda sublinhar o papel de mais do que uma geração de produtores (Cristiano Van Zeller, Dirk Niepoort, Domingos Alves de Sousa…) e enólogos (Celso Pereira, Jorge Alves, Jorge Moreira, Jorge Serôdio Borges, Rita Marques…) que souberam criar um novo paradigma de brancos do Douro, vinhos com o corpo e a estrutura tão típica da região sem descurar o factor da diferenciação perante outras regiões.
Criações e marcas como Conceito, CV, Duas Quintas Reserva, Guru, Mirabilis, Quanta Terra, Redoma Reserva, e Vértice, são parte da história recente dos brancos do Douro e, enquanto punhado de grandes marcas, são um adquirido absolutamente fantástico. Acresce o importantíssimo facto de a generalidade dos vinhos do Douro ser muito valorizada junto dos consumidores o que tem permitido aos produtores selecionarem as suas melhores vinhas e comprarem boas barricas, o que, em conjunto com enologia e viticultura já conhecedoras dos detalhes da região, permite a produção de grandes vinhos. Por outras palavras, a fama da região nos tintos trouxe, como consequência, uma imediata percepção de qualidade pelos consumidores nos brancos, o que permitiu a valorização destes vinhos nos mercados.
Um futuro promissor
Esse factor de rentabilidade tem encorajado mais e mais produtores a lançarem topos de gama, por vezes a preços nunca antes vistos nos brancos nacionais, bem acima dos 50€. Desde jovens enólogos com pequenos projectos pessoais (como Joana Pinhão e Rui Lopes com o seu Somnium, e Márcio Lopes) até novos players como Cortes do Tua, Colinas do Douro, Quinta da Rede ou Costa Boal, passando por adegas cooperativas (destaque para a de Favaios), todos querem fazer parte desta excitante corrida aos grandes brancos do Douro.
Se as últimas duas décadas do milénio anterior permitiram a revolução dos tintos durienses, as primeiras duas décadas no novo milénio foram marcadas pela sublevação nos brancos. O tempo é agora de consolidação das marcas e de alguma expansão na internacionalização dos brancos do Douro. E apostar também em nichos como seja o Porto Branco 10 anos extra-seco, os blends de anos numa só edição (cerca de uma mão cheia de produtores já aderiram, com destaque para o NM da Wine & Soul), os vinhos de parcela específica e ou com castas específicas (caso dos projetos já referidos da Real Companhia Velha, mas também dos Winemaker’s Collection da Kokpe ou do Poeira feito de Alvarinho). Estes são alguns dos grandes desafios que se colocam aos vinhos brancos do Douro mas, como sabemos, a região duriense tem uma especial vocação para superar desafios com distinção!
(Artigo publicado na edição de Julho 2021)[/vc_column_text][vc_column_text][/vc_column_text][vc_column_text][/vc_column_text][vc_column_text][/vc_column_text][vc_column_text][/vc_column_text][vc_column_text]
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