Colecção completa e autografada de Esporão Reserva tinto vai a leilão

Esporão leilão

TEXTO: Mariana Lopes FOTOS: Ernesto Fonseca Poucos, ou “quase nenhuns”, serão aqueles que detêm uma colecção completa de Esporão Reserva tinto — desde a primeira colheita, 1985, até à actual, 2020 — mas Philip Baverstock é um deles. Através da leiloeira Palácio do Correio Velho, Philip, filho do reputado enólogo David Baverstock, decidiu levar a […]

TEXTO: Mariana Lopes
FOTOS: Ernesto Fonseca

Poucos, ou “quase nenhuns”, serão aqueles que detêm uma colecção completa de Esporão Reserva tinto — desde a primeira colheita, 1985, até à actual, 2020 — mas Philip Baverstock é um deles.

Através da leiloeira Palácio do Correio Velho, Philip, filho do reputado enólogo David Baverstock, decidiu levar a leilão esta colecção, cujas 32 garrafas se vestem com ilustrações de artistas plásticos convidados pelo Esporão para personalizar o rótulo, ano após ano. Mas o valor destes vinhos não se cinge apenas à sua antiguidade, estética e qualidade: no passado dia 25 de Janeiro, os quatro enólogos responsáveis pelas várias edições leiloadas — David Baverstock, Luís Duarte, Luís Patrão e Sandra Alves — autografaram, num momento pequeno mas carregado de simbolismo, as colheitas da autoria de cada um, nas instalações de Carnaxide do Palácio do Correio Velho.

Esporão leilão
David Baverstock, Sandra Alves e Luís Duarte inauguraram o momento. Luís Patrão chegou mais tarde.

Visivelmente enternecidos, os ex-enólogos do Esporão falaram sobre a importância do momento e daqueles vinhos para as suas carreiras. David Baverstock, que esteve no Esporão durante 30 anos, desde 1992, confessou que a assinatura das garrafas estava a ser “muito emocionante”, tanto pelos vinhos como pela presença dos seus colegas enólogos, e também do seu filho Philip, “que teve a iniciativa de guardar todas as garrafas durante tantos anos”.

Luís Duarte, por sua vez, permaneceu 18 anos na empresa, e mostrou-se grato por poder partilhar algo “tão bonito”, nas palavras do próprio: “Este evento simboliza uma parte das nossas vidas que foi muito importante e uma grande escola. Foi bastante gratificante, e incrível, ver o projecto evoluir desde 1987”, confessou, com uma lágrima no canto do olho.

Além do agradecimento aos colegas e a Philip Baverstock, Sandra Alves, que passou 22 anos no Esporão, afirmou: “Estamos perante uma celebração das nossas vidas e, obviamente, do projecto Esporão, com o qual todos nós nos relacionámos tão intimamente. Cada um destes rótulos tem uma história que nos diz algo muito especial. É lembrarmo-nos de tudo aquilo que vivemos, aprendemos e partilhámos, de cada vindima que fizemos juntos. Das coisas boas e das menos boas, mas sobretudo das boas”.

Esporão leilão
Philip Baverstock, proprietário da colecção, com o pai, David.

Já Philip Baverstock confessou que a colecção tem, também, um grande significado na sua vida: “Quando olho para estes rótulos vejo história, pessoas e emoções. Vejo sangue, suor e lágrimas, e o percurso sobretudo do meu pai, no qual eu também participei porque estive lá, fiz algumas vindimas… por isso vejo-me também em alguns deles”.

O leilão online acontecerá em Março, em dia ainda por anunciar, e terá mil euros como valor-base de licitação. O Palácio do Correio Velho, fundado em 1989, tem como foco principal os leilões de Antiguidades, de Arte Moderna e Contemporânea. Foi, por diversas vezes, a empresa detentora do recorde da peça mais cara vendida num leilão em Portugal, colaborando um vasto leque de peritos, nacionais e internacionais, e com vários museus na identificação e classificação de obras de arte. Em 2014, deu início aos leilões online, nos quais individualiza ainda mais as categorias de interesse, como livros raros, gravuras antigas, medalhas, vinhos, porcelanas, brinquedos clássicos ou coleccionismo. Em média, o Palácio do Correio Velho executa um leilão de bebidas (incluindo vinho) bimensalmente.

Os artistas plásticos que ilustraram os rótulos de Esporão Reserva tinto:

Sotheby’s leiloa caixa com vinhos das doze famílias que compõem a Primum Familiae Vini

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A Primum Familiae Vini (PFV) é a associação internacional de algumas das famílias produtoras de vinhos mais conceituadas da Europa, especificamente de França, Alemanha, Itália, Portugal (Symington Family Estates) e Espanha. Todos os anos, cada família PFV […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A Primum Familiae Vini (PFV) é a associação internacional de algumas das famílias produtoras de vinhos mais conceituadas da Europa, especificamente de França, Alemanha, Itália, Portugal (Symington Family Estates) e Espanha. Todos os anos, cada família PFV selecciona um dos seus melhores vinhos para compor doze caixas de edição limitada, numeradas individualmente. A Sotheby’s colocou em leilão a caixa nº 1, dessas doze, uma venda online que já está a decorrer, desde 12 de Março, e que terminará no dia 29 de Março. A licitação base foi estabelecida nas 30 mil libras.

Mas não é “só” a Caixa Edição Limitada Número 1 de 2020 que se encontra a leilão. Ao lance vencedor, será também atribuído um raro Passaporte PFV, que lhe permitirá visitar as doze famílias nas suas propriedades, com até mais três familiares ou amigos, e jantar ou almoçar no local. O passaporte não tem termo de caducidade e a experiência que possibilita pode ser vivida a qualquer momento no futuro, quer seja para uma visita privada ao espectacular Grand Chai (grande sala de barricas) no Château Mouton Rothschild em Bordéus, uma das grandes casas de Porto no vale do Douro, uma vinha solarenga na Toscânia, ou às lendárias caves em Champagne. 

Vine | The Primum Familiae Vini & A Classic Cellar of European and New World Icons é a primeira venda de vinhos da Sotheby’s deste ano. A Caixa Edição Limitada Primum Familiae Vini nº 1 de 12 com Passaporte, entra como Lote 1. 

A Caixa contém os seguintes vinhos: 

• Egon Müller Scharzhofberger Auslese Goldkapsel 2018, Weingut Egon Müller
• Cuvee Sir Winston Churchill 2008, Pol Roger Champagne
• Montrachet Marquis de Laguiche 2017, Joseph Drouhin
• Vega Sicilia Unico 2010, Tempos Vega Sicilia
• Solaia 2016, Marchesi Antinori
• Mas de la Rosa 2016, Familia Torres
• Sassicaia 2017, Tenuta San Guido
• Château Haut-Brion 2009, Domaine Clarence Dillon
• Hommage à Jacques Perrin Château de Beaucastel 2009, Famille Perrin
• Château Mouton Rothschild 2015, Baron Philippe de Rothschild
• Graham’s The Stone Terraces 2017 Vintage Port, Symington Family Estates
• Gewurztraminer Selection de Grains Nobles “S” 2010, Famille Hugel [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” url=”#” size=”small” open_new_tab=”” button_style=”regular” button_color=”Accent-Color” button_color_2=”Accent-Color” color_override=”” hover_color_override=”” hover_text_color_override=”#ffffff” icon_family=”none” el_class=”” text=”Assine já!” margin_top=”15px” margin_bottom=”25px” css_animation=”” icon_fontawesome=”” icon_iconsmind=”” icon_linecons=”” icon_steadysets=”” margin_right=”” margin_left=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Bagos d’Ouro organiza leilão solidário com vinhos muito especiais

Até à próxima terça-feira, 15 de Dezembro, está a decorrer online um leilão solidário organizado pela Associação Bagos d’Ouro, na plataforma da leiloeira Palácio do Correio Velho. Estão em leilão garrafas de vinho muito especiais, como Barros Very Old Tawny Port – Edição Especial 102, Dalva Porto Colheita 1963 Golden White ou Quinta Vale D. Maria Vinha da […]

Até à próxima terça-feira, 15 de Dezembro, está a decorrer online um leilão solidário organizado pela Associação Bagos d’Ouro, na plataforma da leiloeira Palácio do Correio Velho.

Estão em leilão garrafas de vinho muito especiais, como Barros Very Old Tawny Port – Edição Especial 102, Dalva Porto Colheita 1963 Golden White ou Quinta Vale D. Maria Vinha da Francisca tinto 2016, entre outros. 

As vendas destes vinhos revertem na totalidade para a IPSS organizadora do leilão, que apoia crianças e jovens de famílias carenciadas do Douro, no seu percurso escolar. Uma acção solidária que vem tornar esta época natalícia especial para a associação e para as famílias que apoia.

Douro Boys festejam 15º aniversário com leilão

Os Douro Boys – Quinta do Vallado, Quinta do Crasto, Niepoort, Quinta Vale D. Maria e Quinta do Vale Meão – vão celebrar o seu 15° Aniversário. Para festejar em grande e, agora, pela terceira vez, estes produtores criaram dois vinhos especiais: Douro Boys Red Wine Cuvée 2017 e Douro Boys Vintage Port 2017. Estes […]

Os Douro Boys – Quinta do Vallado, Quinta do Crasto, Niepoort, Quinta Vale D. Maria e Quinta do Vale Meão – vão celebrar o seu 15° Aniversário.

Para festejar em grande e, agora, pela terceira vez, estes produtores criaram dois vinhos especiais: Douro Boys Red Wine Cuvée 2017 e Douro Boys Vintage Port 2017.

Estes dois vinhos apenas estarão disponíveis para aquisição num único dia, no leilão que terá lugar no Six Senses Douro Valley, dia 10 de Outubro.

Raquetes a postos…

A raquete 138: Uma estória de Moscatel e Bastardinho

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Decorreu na Casa Museu de José Maria da Fonseca e, como habitual, gerou entusiasmo e expectativa. O quarto leilão do século XXI, da guardiã-maior de Moscatel de Setúbal, foi um sucesso ao superar as previsões, rendendo um […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Decorreu na Casa Museu de José Maria da Fonseca e, como habitual, gerou entusiasmo e expectativa. O quarto leilão do século XXI, da guardiã-maior de Moscatel de Setúbal, foi um sucesso ao superar as previsões, rendendo um valor total de 67 mil euros.

TEXTO Mariana Lopes

A família Soares Franco estava representada pelas suas sexta e sétima gerações. António e Domingos, da primeira, e António Maria, Francisco e Sofia, da segunda. À Casa Museu, no centro da vila de Azeitão, começavam a chegar os participantes. Era a noite de 25 de Outubro, uma das primeiras mais frescas depois do calor que insistia em não cessar, mas a elegância dos presentes não parecia ter sido afectada por isso. No cocktail que antecedia o evento principal, sentia-se o nervoso miudinho, no burburinho que se ouvia a sair das pequenas tertúlias de copo em riste. Alguns repetentes, outros estreantes, mas todos seguros de não voltar para casa de mãos vazias.
Assim confiantes entravam, mais tarde, na impressionante Adega dos Teares Novos, onde estagiavam os vinhos tintos da empresa, esperando que alguém os resgatasse de um descanso que para eles já parecia eterno. Nesse dia, tinham a companhia de 120 pessoas que jantavam com a alegria ansiosa de quem já não pode esperar mais. Alegre e ansioso estava também António Soares Franco, presidente da José Maria da Fonseca (JMF), que abria as hostilidades, com um discurso breve: “Fazemos este leilão em homenagem aos 100 anos do nosso pai Fernando, que nasceu em 1918. O facto de o Moscatel Roxo ainda existir, deve-se a ele. Na Quinta de Camarate havia uma vinha dessa variedade com menos de um hectare, num solo de calcário branco que parecia quase giz e, nessa altura, ninguém na região queria Moscatel Roxo, porque, como amadurecia muito cedo, as abelhas comiam as uvas todas. Mas o meu pai teimou e disse ‘não vou deixar morrer esta casta que mais ninguém tem, temos uma responsabilidade’. E trouxe varas daquela vinha para plantar noutras. Hoje, numa região que tem cerca de 40 hectares desta variedade, nós e os nossos fornecedores temos 25. É uma honra lembrar assim um homem que se dedicou desta maneira à viticultura.”
Estava explicada a razão do protagonista da noite, um Moscatel Roxo de Setúbal Superior de 1918, materializado em 184 garrafas (para marcar os 184 anos da empresa), das quais 100 se puseram à mercê dos licitantes. Também um Bastardinho de Azeitão com mais de 80 anos estava em jogo naquela noite, uma relíquia de apenas 40 exemplares.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”33277″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A dança das raquetes
Igualmente alegre, mas francamente mais descontraído, estava Domingos Soares Franco, que, com um discurso mais informal que o do irmão, animava o público: “Essa vinha de Moscatel Roxo, de que o meu irmão falou, tem uma inclinação tal que, para a subir, tenho de pôr os pés e as mãos no chão. Uma subida a quatro patas…”, e todos se riam. “Outro vinho que vai ser aqui leiloado é o Apothéose, um Bastardinho. Encontrei um casco que… bem, eu quando vou para a guerra (nunca fui, mas se fosse…)”, e gargalhadas brotavam, “é para ganhar. O casco era de tal maneira espectacular que nem o conseguia descrever. São 20 litros, 40 garrafas Atlantis, com banho de platina, das quais decidimos lançar uma por ano.”
Pouco depois, dava-se início ao leilão. Os 35 lotes, de 126 garrafas, eram apresentados e leiloados pela empresa Palácio do Correio Velho, na voz dos Brito Ribeiro, pai e filho que disso fazem vida pelo país fora. A José Maria da Fonseca, detentora de um património único de Moscatéis de Setúbal, colocava também em praça diversas colheitas antigas deste e de aguardente. O primeiro lote, de uma garrafa de Superior 1918, era fechado por 900 euros, no momento em que todos se apercebiam que a fasquia estava alta.
Continuava a dança de raquetas, num baile em que o leiloeiro era o condutor e os licitantes se deixavam conduzir ao sabor do Moscatel que tinham no copo. “À minha frente, 1400, vendido!”, “1800, vendido à senhora da raquete 182!”, “Tenho dois mil aqui”, “Vendido, por 2600!”, batiam-se palmas em valores semelhantes. Lote 35. “Chamamos a vossa atenção para o Apothéose Bastardinho. Vou por em praça por 2800 euros”, os sussurros eram intensos, “2900, tenho. 3 mil euros. 3 e 200 aqui. 3 e 500 ali. 3 e 800 aqui. 4 mil do meu lado direito. 4 e 500 aqui. 4500 euros. E vai uma. 4500 duas. Vou vender aqui, 4500 euros, raquete 138, parabéns!”, uma salva de palmas rebentava na Adega dos Teares Novos e esgares atravessavam o rosto dos mais incrédulos. Era o fim de uma jornada épica.
Pelo meio de um frenesim de final de festa e de cumprimentos entre “adversários”, havia quem pairasse pela adega com um sorriso matreiro. Era Domingos Soares Franco. Eu aproximava-me enquanto pensava na interpelação ideal. Depois de ouvir a minha pergunta, o anfitrião falou: “Um leilão destes é uma ajuda para o Moscatel de Setúbal, um grande pontapé de saída para chegar com mais frequência a valores como hoje chegou. Também o Bastardinho, ao chegar aos 4500 euros, desempenha o mesmo papel. Fiquei muito contente, foi acima do que ambicionávamos e o Apothéose superou todas as minhas expectativas. Talvez pela minha conversa, quem sabe…”

 

Edição Nº20, Dezembro 2018

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Os números do leilão da José Maria da Fonseca

Domingos e António Soares Franco Decorreu na Casa Museu da JMF e, como habitual, gerou entusiasmo e expectativa. O quarto leilão do século XXI, da José Maria da Fonseca, foi um sucesso ao superar as previsões, rendendo um valor total de 67 mil euros. O protagonista da cena foi o Moscatel Roxo de Setúbal Superior […]

Domingos e António Soares Franco

Decorreu na Casa Museu da JMF e, como habitual, gerou entusiasmo e expectativa. O quarto leilão do século XXI, da José Maria da Fonseca, foi um sucesso ao superar as previsões, rendendo um valor total de 67 mil euros. O protagonista da cena foi o Moscatel Roxo de Setúbal Superior 1918, em homenagem aos 100 anos de Fernando Soares Franco, representante da quinta geração da empresa (a sexta e a sétima são as actuais), mas a estrela da noite foi o Apothéose Bastardinho, o último a ser leiloado, licitado por 4500 euros. É que este Bastardinho de Azeitão tem mais de 80 anos e originou apenas 40 garrafas! Dele será lançada uma garrafa por ano. Mas todos os 35 lotes leiloados, de 126 garrafas no total, causaram azáfama entre os licitadores, com muitos a não demonstrar qualquer hesitação em levantar a raquete. Tanto que, um leilão que poderia ter demorado bem mais tempo, durou apenas cerca de meia hora.
A José Maria da Fonseca, que detém um património único de Moscatéis de Setúbal, colocou também em praça diversas colheitas antigas de Moscatel e de aguardente.

Não perca, na Grandes Escolhas de Dezembro, a reportagem completa sobre o evento.

Vinhos Madeira do século XVIII e XIX vão a leilão

Um lote de raros vinhos Madeira descobertos em Julho do ano passado num museu de New Jersey vai a leilão, em Nova Iorque, a 7 de Dezembro. As cerca de duas dezenas de garrafas e quatro garrafões de cinco galões (18,9 litros) foram datadas de meados do século XIX até finais do século XVIII. Francisco […]

Um lote de raros vinhos Madeira descobertos em Julho do ano passado num museu de New Jersey vai a leilão, em Nova Iorque, a 7 de Dezembro. As cerca de duas dezenas de garrafas e quatro garrafões de cinco galões (18,9 litros) foram datadas de meados do século XIX até finais do século XVIII. Francisco Albuquerque, enólogo da Madeira Wine Company, autenticou e classificou os vinhos, que foram novamente rolhados, com a assistência da Apcor, a Associação Portuguesa da Cortiça.
A notícia da descoberta dos vinhos, encontrados numa sala esquecida do Liberty Hall Museum durante obras de requalificação, foi saudada com grande interesse nos EUA, visto algumas das garrafas serem quase tão antigas como o próprio país (a Declaração de Independência data de 4 de Julho de 1776). E esse interesse ganhou novo fôlego com o anúncio do leilão. O museu, situado no campus da Kean University, guardou uma parte dos achados e vai exibi-los numa área intitulada “História numa Garrafa” – a receita do leilão vai financiar as obras que equiparão o edifício com acessos para pessoas com deficiência.