Lusovini: Castas antigas, novos horizontes

Lusovini

Temos em Portugal muito orgulho em possuir uma enorme variedade de castas autóctones, mas, na realidade, em cada região trabalhamos com uma dúzia delas. Desde os anos 80, quando o fundador da Lusovini, Casimiro Gomes, resolveu iniciar um projecto vitivinícola no Dão, ouvia falar de castas “esquecidas”, das quais nunca encontrou os vinhos para experimentar. […]

Temos em Portugal muito orgulho em possuir uma enorme variedade de castas autóctones, mas, na realidade, em cada região trabalhamos com uma dúzia delas. Desde os anos 80, quando o fundador da Lusovini, Casimiro Gomes, resolveu iniciar um projecto vitivinícola no Dão, ouvia falar de castas “esquecidas”, das quais nunca encontrou os vinhos para experimentar. Até agora.
Em 2015, quando surgiu a oportunidade de adquirir a Vinha da Fidalga, propriedade do século XVIII com 25 hectares em Carregal do Sal, não pensou duas vezes. Ficou logo decidido expandir a selecção para além as castas habituais da região.
Em 2017 começaram a plantar a vinha experimental numa área de cerca de 3,5 ha com variedades minoritárias, algumas praticamente extintas. O processo demorou três anos. Inicialmente escolheram 22 castas, cerca de 1000 pés de cada. “É preciso perceber onde está o ponto crítico de cada casta”, diz Casimiro Gomes.
A condução das videiras foi delineada em monoplano ascendente, com poda longa por não existir informação técnica sobre a zona de frutificação destas variedades. O acompanhamento do comportamento das plantas na vinha foi um processo de aprendizagem que levou, também, a uma selecção que deixou algumas delas para trás (“ou apodreciam com facilidade, ou não produziam nada”). Hoje mantêm-se, nesta vinha, as 12 castas que conseguiram convencer os responsáveis da viticultura e da enologia: Arinto do Interior, Coração de Galo, Gouveio, Luzídio, Uva Cão, Terrantez, Barcelo, Rabo d’Ovelha, Douradinha, Malvasia Preta, Monvedro e Cornifesto. Este projecto gerou um grande entusiasmo dentro da empresa, conta Casimiro Gomes, sobretudo na altura das vindimas, pois todos queriam acompanhar uma nova história a ser construída.

Uvas no estado puro
Entre 2021 e 2022 fizeram-se microvinificações. Desta última colheita provámos os primeiros cinco vinhos, que saíram para o mercado em quantidades muito limitadas (entre 1000 e 1200 garrafas). A enologia idealizada por Sónia Martins foi a mais neutra possível para “testar as uvas no seu estado puro, como base para recriar muitas outras coisas”. Fermentação e estágio sem madeira, com levedura neutra, sem qualquer tipo de bâtonnage. No final foram retiradas as borras groseiras, com uma ligeira clarificação (com bentonite) e filtração. As uvas tintas foram desengaçadas, manta mexida manualmente duas vezes ao dia no pico da fermentação. A prensagem ocorreu em prensa vertical de madeira, seguida de fermentação maloláctica espontânea, clarificação natural e ligeira filtração antes de engarrafamento. A colheita de 2023 também foi feita nesta óptica, para ter mais anos de comparação e aprendizagem.
Cada um dos cinco vinhos tem uma imagem diferente no rótulo, transmitindo alguma ligação à casta que representa: Terrantez, Uva Cão, Douradinha, Malvasia Preta e Monvedro. O nome pode confundir, mas a variedade Terrantez cultivada no Dão não tem nenhuma ligação genética com a Terrantez da Madeira, nem do Pico, nem da Terceira. É uma casta referenciada na Península Ibérica desde o século XVI, disseminada no século XIX em quase todo o país, do Minho até ao Algarve. A partir do Século XX passou a estar presente quase exclusivamente no Dão, onde em 1986 representava menos de 0,03%. É das castas ainda pouco estudadas. Sabe-se que de ponto de vista agronómico é uma casta de abrolhamento e maturação em época média. Como é muito susceptível ao desavinho e bagoinha, necessita de bom arejamento na zona das inflorescências. Tem um porte retumbante e é assim que aparece no rótulo. Os mostos desta casta apresentam teor alcoólico relativamente baixo e acidez bastante alta. O vinho mostrou um grande equilíbrio num perfil fresco e consensual.

Grande frescura de boca
A Uva Cão é de origem desconhecida. Mas é famosa pela sua elevada acidez. É uma casta muito antiga, mencionada em 1711 por Vicêncio Alarte. No Dão existe principalmente nas vinhas velhas dos concelhos de Tondela e Carregal do Sal. De abrolhamento médio a tardio, tem boa fertilidade, com alguma sensibilidade ao desavinho. Amadurece tardiamente e precisa de estar bem exposta ao sol e em solos com pouca humidade. É resistente ao stress hídrico e aguenta bem as vagas de calor, o que lhe projecta um futuro interessante. Entretanto, foi referido que os mostos são bastante sensíveis à oxidação. O vinho surpreendeu pela sua amplitude aromática e ofereceu uma grande frescura de boca.
A Douradinha é filha das variedades Amaral e Alfrocheiro, mencionada pela primeira vez em 1851 e, depois, em 1880. Referenciada no Dão em 1986, com uma percentagem de plantação muito reduzida, foi desaparecendo ao longo do tempo, sendo hoje uma das castas antigas mais raras na região. Tem cacho com aspecto dourado quando atinge a plena maturação, o que provavelmente originou o nome. Muito sensível à podridão cinzenta, se não estiver bem exposta no período de colheita. Surpreendentemente, apresenta uma acidez ainda mais alta do que a Uva Cão. Este vinho talvez seja mais desafiante, mais intenso na acidez e mais austero na performance aromática.

O Dão a recuperar património
A Malvasia Preta é originada por cruzamento natural de Alfrocheiro com Cayetana Blanca (Sarigo). Com primeira referência em 1866, está mais presente no Nordeste de Portugal. Na região, figura em 1986 como “Negro Mouro”, com uma presença próxima dos 4% de plantação. Transmite acidez bastante elevada e aroma com fruta mais imediata e fácil de gostar.
A casta Monvedro é a filha de Alfrocheiro com outro progenitor desconhecido. Presente na região em quantidades diminutas (em 1986 menos de 0,01%), é medianamente produtiva, abrolha cedo e amadurece tarde. Mostrou-se bastante sensível às vagas de calor. Por isso precisa de estar numa zona mais fresca e sombria. Sensorialmente, é um caso para dizer: “primeiro estranha-se, depois entranha-se”. É menos consensual, com carácter muito próprio que exige uma prova atenta e alguma paciência para o descobrir.
É importante acrescentar que, depois da prova, todos os vinhos se portaram muito bem à mesa. São vinhos de nicho, alguns mesmo únicos no país (e no mundo!). Quando começarem a surgir mais, será muito bom sinal: o Dão a recuperar o seu património e a basear nele o seu futuro.

(Artigo publicado na edição de Março de 2024)

 

20 anos de Pedra Cancela… … e um branco Intemporal para comemorar

20 Anos de Pedra Cacela

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Lusovini é hoje um mundo de vinhos, mas existe uma marca que, há vinte anos, é a mais emblemática da empresa sediada no Dão: Pedra Cancela. Para comemorar as duas décadas, lançou-se um branco notável…

 TEXTO: Mariana Lopes             

FOTOS: Luís Lopes

20 anos de Pedra Cancela

 É em Carregal do Sal que se situa a Vinha da Fidalga, propriedade de vinte e cinco hectares dedicada aos vinhos Pedra Cancela. A marca — que nasceu em 2000 pelas mãos do enólogo e professor de viticultura João Paulo Gouveia (e do seu pai), a quem se juntou mais tarde, em 2009, a enóloga Sónia Martins — é hoje porta-bandeira da Lusovini, empresa sediada em Nelas da qual ambos são sócios e onde Sónia é a actual presidente. Foi na vinha que se assinalaram os vinte anos, com uma mini prova vertical de Pedra Cancela Reserva branco e o lançamento de um branco especial, de nível superior, o Pedra Cancela Intemporal 2012.

A Vinha da Fidalga tem 15,6 hectares de vinha, meio hectare de nogueiras e uma floresta mista lindíssima onde predominam acácias, carvalhos americanos e pinheiros, mas onde também se encontram cedros, aveleiras, oliveiras e outras espécies de árvores. Nos dias mais quentes, este arvoredo é um autêntico oásis, proporcionando sombra fresca.

O solo é franco-arenoso de origem granítica, baixo em pH e em reserva hídrica, pobre em matéria orgânica. Entre as linhas de videiras, a Lusovini plantou uma mistura de leguminosas (trevo, serradela, etc.), para que estas captem o azoto atmosférico e o fixem no solo. Quanto a castas, estão presentes as tintas tradicionais na região, como Touriga Nacional (em maior quantidade), Alfrocheiro e Tinta Roriz, e as brancas Encruzado, Cerceal-Branco, Uva Cão e Terrantez. Há ainda um campo de ensaio com outras nove variedades brancas e tintas antigas da região, praticamente desaparecidas, que poderão vir a originar vinhos diferentes.

“Há quarenta anos era impossível fazer uma prova de vinhos brancos como esta”, disse João Paulo Gouveia, ao introduzir a vertical de Pedra Cancela Reserva branco, com as edições de 2018, 2017, 2015 e 2014, e que culminou na estrela do dia, o Intemporal. “A primeira garrafa de Pedra Cancela, que surgiu há vinte anos, com o meu pai, foi o Reserva, de Encruzado e Malvasia-Fina.

20 Anos de Pedra Cancela

Em 2009, quando nasceu a Lusovini, este passou a ser um projecto global e [sublinha] nosso”, continuou o produtor. “Hoje, há muitas coisas que fazemos diferente e esperamos, daqui a mais vinte anos, estar de novo a dizer que não fazemos nada como fazíamos”. O Reserva branco 2018 está actualmente no mercado, e o Encruzado desta edição fermentou e estagiou três meses em barrica francesa usada, enquanto a Malvasia apenas esteve em inox. O 2017 foi o que marcou o rebranding deste vinho, que passou a ostentar um rótulo mais delicado e premium, com cores quentes como o dourado e o creme. Aqui, o Encruzado esteve quatro meses nas barricas. Sobre o 2015, ano em que o Encruzado volta a ter três meses de estágio em barrica, João Paulo lembrou que “foi um dos anos com maiores amplitudes térmicas no Dão, apesar de ter sido um ano bem quente” e Sónia revelou ter sido para si “genericamente, o melhor ano de sempre nas regiões onde nós trabalhamos”.

Já 2014, em que o Encruzado estagia, de novo, três meses em barrica usada, foi “um ano com muita chuva, e mesmo na vindima houve dois dias de precipitação”. O pico da prova foi, sem dúvida, o Pedra Cancela Intemporal, um vinho de 2012 que tem tudo o que se quer num branco com idade: cor dourada bonita, aromas e sabores com evolução elegante e digna, exotismo e complexidade, bem vivo. Este branco é um lote de Encruzado, Malvasia-Fina e Cerceal-Branco e originou 1200 garrafas. “2012 foi o ano com maturação mais lenta e regular da segunda década de 2000, seco e com temperaturas amenas”, elucidou Sónia Martins. Aqui, 20% do Encruzado estagiou em barrica usada e o vinho esteve sete anos em garrafa antes de ir para o mercado. Sem dúvida, uma “Pedra preciosa do Dão”.

20 Anos de Pedra Cancela

Antes de regressar a casa, ainda tivemos oportunidade de provar o espumante Pedra Cancela Casimiro Gomes branco 2014, um Bruto Natural lançado apenas em garrafa Magnum, uma edição especial comemorativa dos 30 anos de profissão do fundador da Lusovini. Terminar com umas bolhas sem açúcar, à boa maneira Bairradina, é o remate perfeito em qualquer região…

(Artigo publicado na edição de Outubro de 2020)[/vc_column_text][vc_column_text]

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vinho da casa #10 – Pedra Cancela Reserva branco 2018

Sónia Martins assume liderança da Lusovini

Desde o passado mês de Maio, a directora de enologia da Lusovini, Sónia Martins, passou a acumular essa função com a presidência desta empresa sediada em Nelas e criada em 2009. Sócia-fundadora da Lusovini, Sónia Martins vai continuar a partilhar a gestão com o accionista principal, Casimiro Gomes, e os restantes sócios administradores. Esta alteração […]

Desde o passado mês de Maio, a directora de enologia da Lusovini, Sónia Martins, passou a acumular essa função com a presidência desta empresa sediada em Nelas e criada em 2009. Sócia-fundadora da Lusovini, Sónia Martins vai continuar a partilhar a gestão com o accionista principal, Casimiro Gomes, e os restantes sócios administradores.

Esta alteração ficou a dever-se à necessidade de reforçar as componentes da vinha e do vinho na primeira linha de decisão da empresa. Casimiro Gomes, que tem sido até agora a “cara” da Lusovini, continuará a ser o grande esteio da casa que criou, mas aumentará a sua intervenção na viticultura, área de formação e paixão deste conhecido profissional do sector. Paralelamente, esta mudança permite-lhe concentrar mais tempo no desenvolvimento do projecto Regateiro, marca da Bairrada criada pela sua família e que integra o portefólio Lusovini.

A componente vitícola tem vindo sempre a crescer na Lusovini, contabilizando hoje cerca de 106 hectares com uma vasta dispersão geográfica: da serra de S. Mamede, em Portalegre (Alentejo), até S. João da Pesqueira (Douro), passando por Anadia e Aguada de Cima (Bairrada) e, sobretudo, pela região do Dão, com vinhedos em Viseu, Mangualde, Nelas e Carregal do Sal. E é precisamente em Carregal do Sal que se encontra o mais recente investimento vitícola da empresa, a Vinha da Fidalga, propriedade de 25 hectares, com 15 de vinha plantada, e que se constitui como a base do Pedra Cancela, a marca bandeira da Lusovini.

Criados em 2000 por João Paulo Gouveia, também ele sócio da empresa, os vinhos Pedra Cancela comemoram este ano o seu 20º aniversário e Sónia Martins anunciou já que serão realizadas no segundo semestre diversas acções alusivas à marca, culminando com o lançamento de um vinho muito especial.

Fotografia: Bebes.Comes

Pedra Cancela estreia-se na carta de vinho de La Brasserie de L’Entrecôte

O vinho Pedra Cancela é a mais recente aquisição da carta de vinhos de La Brasserie de L’Entrecôte e já está a ser servido nas quatro unidades da casa – Chiado, Parque das Nações, Amoreiras (todos em Lisboa) e Marina de Cascais. Feito no Dão pela Lusovini, o vinho junta uvas de Touriga Nacional e […]

O vinho Pedra Cancela é a mais recente aquisição da carta de vinhos de La Brasserie de L’Entrecôte e já está a ser servido nas quatro unidades da casa – Chiado, Parque das Nações, Amoreiras (todos em Lisboa) e Marina de Cascais. Feito no Dão pela Lusovini, o vinho junta uvas de Touriga Nacional e de Alfrocheiro, duas das castas emblemáticas da região.

Maria Martins, diretora de comunicação do Grupo Portugália Restauração, proprietário da cadeia La Brasserie, refere que este é um vinho que dignifica o restaurante: “Trabalhamos para que o cliente possa encontrar, na nossa carta, grandes vinhos de Portugal e do mundo escolhidos criteriosamente. Com o Pedra Cancela pretendemos demonstrar que Portugal oferece castas com extrema qualidade.” E Sónia Martins, enóloga da Lusovini, garante que “a elegância e estrutura do vinho casam na perfeição com a textura macia e o sabor do entrecôte”.

Museu do vinho do Dão… na net

Museu Virtual do Vinho

O vinho do Dão já tem um museu virtual e a iniciativa pertenceu à Lusovini – Vinhos de Portugal, dinâmica empresa que tem sede em Nelas, no coração do Dão. A liderança do projecto coube ao empresário Casimiro Gomes, CEO da Lusovini, que explicou o motivo porque decidiu embarcar neste empreendimento: “Decidimos investir num museu […]

O vinho do Dão já tem um museu virtual e a iniciativa pertenceu à Lusovini – Vinhos de Portugal, dinâmica empresa que tem sede em Nelas, no coração do Dão. A liderança do projecto coube ao empresário Casimiro Gomes, CEO da Lusovini, que explicou o motivo porque decidiu embarcar neste empreendimento: “Decidimos investir num museu virtual da região vinícola em que temos a nossa sede, o Dão, porque 70% dos nossos vinhos são vendidos no estrangeiro e, portanto, a grande maioria dos nossos clientes não tem possibilidades práticas de nos visitar”. Não há visita física, fica a visita virtual. A coordenação ficou entregue a Virgílio Loureiro, um confesso apaixonado e conhecedor da história do vinho. Este professor aposentado do Instituto Superior de Agronomia começou por dizer que o projecto foi extremamente difícil de concretizar porque “a história do vinho do Dão ainda está por fazer”. De facto, Virgílio Loureiro teve que lidar com a exiguidade de vestígios, arquivos e prévias investigações, todos eles grandes obstáculos ao empreendimento.
No entanto, o resultado é bom, bastante vivo e com conteúdos de qualidade, tanto a nível de textos como de imagens. E o coordenado já garantiu que o site irá ter actualizações, à medida que novas investigações tragam novos elementos ao acervo.

Seis grandes capítulos
O site está dividido em seis grandes temas, começando com o surgimento da vinha e do vinho, há cerca de 8.000 anos. O capitulo seguinte lida com a chegada da videira e do vinho à Península Ibérica. Só em “O vinho no Dão” se entra no século XII e nos primeiros indícios da chegada do néctar das uvas a esta região de Portugal. Os três restantes capítulos lidam com a Paisagem do Dão, as suas castas principais e um interessante sobre “O vinho à mesa aristocrática”. Sabemos assim que, desde há muitas décadas, o vinho era tratado com muito respeito pelas grandes famílias da região. E mais não digo, que há muitas outras nuances…
O site contém ainda alguns jogos, indicados para os mais pequenos.
Os conteúdos estão para já em duas línguas – português e inglês – mas num futuro próximo estarão em mandarim (chinês) e francês.
Para visitar o museu, aponte para o endereço www.museuvirtualhistoriadovinho.com/pt/