vinho da casa #16 – Muros Antigos Alvarinho branco 2019

Falua abraça novo desafio e entra em Monção e Melgaço

A Falua, renomada empresa produtora de vinho na região do Tejo, já tinha sido adquirida em 2017 pelo grupo francês Roullier, que a escolheu para o arranque do seu projecto de vinhos em Portugal. Na verdade, a Falua, com mais de 25 anos de idade, é o primeiro investimento do grupo no sector do vinho, […]

A Falua, renomada empresa produtora de vinho na região do Tejo, já tinha sido adquirida em 2017 pelo grupo francês Roullier, que a escolheu para o arranque do seu projecto de vinhos em Portugal.

Na verdade, a Falua, com mais de 25 anos de idade, é o primeiro investimento do grupo no sector do vinho, grupo este que está presente noutras áreas de actividade em 131 países, e que conta com mais de 8 mil colaboradores em todo o mundo e um volume de negócios superior a 2 mil milhões de euros.

Agora, a Falua incursa num novo desafio, com a entrada em Monção e Melgaço, sub-região dos Vinhos Verdes. A compra de uma adega aí sediada, confirma a fama e o proveito do berço da casta Alvarinho como origem de vinhos brancos de qualidade superior.

“Uma aposta séria e ambiciosa no sector dos vinhos em Portugal levou o Grupo Roullier a formar uma nova equipa de gestão, com a missão de criar e desenvolver um projecto de vinhos sólido e de sucesso em Portugal e no Mundo: Rui Rosa, Administrador da filial do Grupo Roullier em Portugal há mais de 20 anos, acumula desde 2017 a Administração do Grupo para o sector vitivinícola”, é explicado em comunicado. Antonina Barbosa, ligada ao sector dos vinhos há 20 anos e à Falua desde 2004, assumiu em 2019 a Direção Geral do projecto de vinhos, acumulando com a Direção de Enologia.

[ADIADO]Formação para produtores e HoReCa em Monção e Melgaço

ADIADO PARA 7 DE MAIO, NOS MESMOS LOCAIS, EM VIRTUDE DOS ÚLTIMOS DESENVOLVIMENTOS DO COVID-19 “O que faz do Alvarinho uma casta especial?”; “Que tipos de terroir existem na sub-região de Monção e Melgaço?”; “Como devo apresentar a região e estes vinhos aos meus clientes/visitantes?”: estas e outras perguntas vão ser alvo de resposta em […]

ADIADO PARA 7 DE MAIO, NOS MESMOS LOCAIS, EM VIRTUDE DOS ÚLTIMOS DESENVOLVIMENTOS DO COVID-19

“O que faz do Alvarinho uma casta especial?”; “Que tipos de terroir existem na sub-região de Monção e Melgaço?”; “Como devo apresentar a região e estes vinhos aos meus clientes/visitantes?”: estas e outras perguntas vão ser alvo de resposta em duas sessões de formação. A primeira será em Monção, no Museu do Alvarinho e tem início às 10 horas, terminando às 13 horas. Da parte da tarde a sessão ocorre em Melgaço, no Solar do Alvarinho, com início às 15 (e termina às 17 horas).

Ambas as formações têm a orientação de Luís Lopes, Director da Grandes Escolhas e são organizadas pela Grandes Escolhas e a CVR dos Vinhos Verdes, no âmbito do Programa de Promoção de Monção e Melgaço. O objectivo é o de, em primeiro lugar, sensibilizar os restaurantes e hotelaria da sub-região para uma correcta promoção e divulgação dos vinhos Alvarinho, apresentando este território único e os seus principais factores de diferenciação. Depois, pretende-se também que os agentes económicos de Monção e Melgaço possam partilhar as principais mensagens-chave da estratégia de comunicação desta sub-região, de forma a unificar o conjunto de argumentos e o essencial da mensagem na promoção destes vinhos.
Ambas as acções de formação são gratuitas, mas terá de se inscrever antes através aqui.

A data limite de inscrição é a 10 de Março, terça-feira.

Formação para produtores e Horeca em Monção e Melgaço, 13 de Março

O que faz do Alvarinho uma casta especial? Que tipos de terroir existem na sub-região de Monção e Melgaço? Como devo apresentar a região e estes vinhos aos meus clientes/visitantes? Estas e outras perguntas vão ser alvo de resposta em duas sessões de formação a ocorrerem dia 13 de Março, sexta-feira. A primeira será em […]

O que faz do Alvarinho uma casta especial? Que tipos de terroir existem na sub-região de Monção e Melgaço? Como devo apresentar a região e estes vinhos aos meus clientes/visitantes? Estas e outras perguntas vão ser alvo de resposta em duas sessões de formação a ocorrerem dia 13 de Março, sexta-feira. A primeira será em Monção, no Museu do Alvarinho e tem início às 10 horas, terminando às 13 horas. Da parte da tarde a sessão ocorre em Melgaço, no Solar do Alvarinho, com início às 15 (e termina às 17 horas).
Ambas as formações têm a orientação de Luis Lopes, Director da Grandes Escolhas e são organizadas pela Grandes Escolhas e a CVR dos Vinhos Verdes, no âmbito do Programa de Promoção de Monção e Melgaço. O objectivo é o de, em primeiro lugar, sensibilizar os restaurantes e hotelaria da sub-região para uma correcta promoção e divulgação dos vinhos Alvarinhos, apresentando este território único e os seus principais factores de diferenciação. Depois, pretende-se também que os agentes económicos de Monção e Melgaço possam partilhar as principais mensagens-chave da estratégia de comunicação desta sub-região, de forma a unificar o conjunto de argumentos e o essencial da mensagem na promoção destes vinhos.
Ambas as acções de formação são gratuitas, mas terá de se inscrever antes através deste link: https://forms.gle/1mkgFVp6JRTvEUKp7
A data limite de inscrição é a 10 de Março, terça-feira.

Melgaço vibrou com o The White Experience

Foi a 19 e 20 de Outubro e o local escolhido não poderia ter sido mais perfeito: as Termas de Melgaço, um edifício circular com o seu interior em tons de verde, vitrais coloridos em toda a sua volta e a fonte termal no centro. O evento Monção e Melgaço – The White Experience, (organizado […]

Foi a 19 e 20 de Outubro e o local escolhido não poderia ter sido mais perfeito: as Termas de Melgaço, um edifício circular com o seu interior em tons de verde, vitrais coloridos em toda a sua volta e a fonte termal no centro. O evento Monção e Melgaço – The White Experience, (organizado pela CVR dos Vinhos Verdes e pelo Município de Melgaço, com produção da Grandes Escolhas) parecia um lugar encantado, vibração que era acentuada pela presença dos 36 produtores, ansiosos por partilhar o seu vinho e o seu terroir com cada um dos cerca de 1500 visitantes. Mas não eram apenas agentes económicos da região do Vinho Verde nem da sub-região Monção e Melgaço. Para celebrar os grandes vinhos brancos do país e do Mundo, oito produtores de outras regiões portuguesas e oito de países estrangeiros também brilharam. Foi parte da nata do vinho português (e estrangeiro), reunida em dois dias e à distância de um copo para todos os amantes de vinho. Também as provas comentadas por Luís Lopes, crítico e director da Grandes Escolhas, e João Paulo Martins, crítico e redactor da mesma revista, foram um sucesso, bem como a conferência de viticultura, que teve o input de alguns dos melhores técnicos desta área. E em 2020 haverá mais, e melhor do que nunca.

Os expositores do The White Experience 2019:

MONÇÃO E MELGAÇO E VINHO VERDE

Adega de Monção

Valados de Melgaço
João Portugal Ramos
Quinta do Regueiro
Quinta das Pereirinhas
Soalheiro
Poema
Encosta da Capela
Quintas de Melgaço
PROVAM Alvarinho
Lua Cheia em Vinhas Velhas
Dona Paterna
Adega do Sossego
Reguengo de Melgaço
Anselmo Mendes
Dom Ponciano
VERCOOPE
Casa de Cello
Quinta D’Amares
Quinta de Santa Cristina
Vinhos Borges
Estrangeiros
PORTFOLIO VINHOS – VILLA MARIA ESTATES
ZARATE
SATTLERHOF
DIRECT WINE – DOMAINE HUBERT BROCHARD
DIRECT WINE – S.A. PRÜM
BODEGAS FILLBOA
DIEMERSDAL WINE ESTATE
BODEGAS TERRAS GAUDA
Outras regiões portuguesas
LUIS PATO
ROCIM
MURGANHEIRA
ADEGAMAE
RUI ROBOREDO MADEIRA VINHOS
QUINTA DAS BÁGEIRAS
CASA DA PASSARELA
AZORES WINE COMPANY

Soalheiro: O clima, o solo, a uva, o homem

Não basta ter boas uvas e um solo ou microclima especiais, há também que saber interpretar e compreender os recursos naturais e dar-lhes forma. É no vale do rio Minho, em Monção e Melgaço, que António Luís Cerdeira gere de modo muito particular os seus terroirs de uva Alvarinho. TEXTO João Afonso FOTOS Anabela Trindade […]

Não basta ter boas uvas e um solo ou microclima especiais, há também que saber interpretar e compreender os recursos naturais e dar-lhes forma. É no vale do rio Minho, em Monção e Melgaço, que António Luís Cerdeira gere de modo muito particular os seus terroirs de uva Alvarinho.

TEXTO João Afonso
FOTOS Anabela Trindade

Em 1974 a família de António Luís Cerdeira decidiu plantar a primeira vinha contínua de Alvarinho de dois hectares em terras de Melgaço. Foi um escândalo. Ocupar terra rica com vinha era quase sacrilégio. A crítica e ostracismo da comunidade é a memória caricata que nos resta desse tempo. O primeiro vinho Alvarinho Soalheiro, vindo dessa mesma vinha, foi feito alguns anos depois, num tonel de castanho parafinado (não fosse o diabo tecê-las). Este vinho, de início artesanal, ganhou fama e estatuto já durante a década de 80.
Passados cerca de 40 anos, a primeira vinha contínua de Melgaço é apenas uma entre os cerca de 1700 hectares de vinha (todas as castas incluídas) existentes na sub-região e a empresa Vinus Soalleirus produz algumas centenas de milhares de garrafas, que exporta para mais de 30 países. António Luís Cerdeira e a sua irmã Maria João Cerdeira, representantes da segunda geração Soalheiro, têm em mãos uma das principais marcas de Alvarinho de Portugal e, porque não dizê-lo, do mundo.

O clima de Monção e Melgaço
Muito sinceramente, ia à espera de uma narrativa bem diferente daquela com que António Luís Cerdeira me presenteou. Seria qualquer coisa do género: esta é a vinha do vinho “x” por causa desta e daquela razão, aquela vinha mais perto do rio e as outras duas que se avistam mais ao longe produzem a uva para o vinho “y” porque assim e assado… ou seja, uma estória de encantar muitos leitores com a magia e mistério insondáveis do chamado terroir.
O que tive foi uma lição sobre Alvarinho de Monção e Melgaço. Extremamente prática e sem qualquer resquício de lirismo ou fantasia enológica. Antes sim, a demonstração de uma sistematização e organização extremamente profissional na gestão das marcas Soalheiro.
Começámos, obviamente com o clima, ponto fulcral da expressão de qualquer vinho. Sabemos que a sub-região de Monção e Melgaço, neste assunto, sai um pouco fora do baralho Vinho Verde: é um território rodeado de montanhas, com alguma protecção atlântica que lhe confere um clima com traços continentais, de Verões com dias muito quentes e noites frescas. Este microclima de transição atlântico/continental é o principal factor de caracterização vinícola regional e a razão pela qual estes Alvarinho são tão diferentes de todos os restantes Alvarinho da portugalidade e da vizinha Rias Baixas, em Espanha.
“O ponto chave de tudo isto” – acentua António Cerdeira – “é o ácido málico (o principal ácido responsável pela acidez do vinho). Do seu equilíbrio depende o equilíbrio aromático do vinho. E é o nosso micro-clima que o molda. Enquanto no Douro ou no Alentejo a videira começa a degradar este ácido logo de manhã (ou assim que a temperatura se aproxima dos 30ºC), em Monção e Melgaço a janela desta degradação ácida é muito mais pequena. Este equilíbrio málico é um dos segredos do nosso Alvarinho. As outras sub-regiões de Vinho Verde, com menor amplitude térmica, não degradam tanto ácido málico e no restante país, a degradação é excessiva e lá se vai a acidez e a frescura do vinho.”
E assim ficou fechado o primeiro tema: climas diferentes fazem Alvarinhos diferentes.

A condução da vinha
Outro ponto chave dos vinhos Soalheiro: a condução da videira. Esta vai determinar a quantidade de uva produzida e a quantidade de luz directa de sol que a uva recebe.
“Nas nossas vinhas” – explica António Cerdeira – “80% do sistema de condução é cordão retumbante (o ramo sobe até cerca de 2 metros apoiado em 3 níveis de arame e retomba em direcção ao solo protegendo, na devida proporção, a uva dos raios solares directos). Cerca de 19% é cordão ascendente com total exposição de cacho ao sol. Cerca de 1% é ramada, o sistema existente em Espanha.
Com as temperaturas muito altas de Verão, um dos nossos problemas é o escaldão. Proteger a uva ou não, é a questão; se ela estiver desprotegida desde o princípio aguenta o escaldão, caso contrário não aguenta.”
O cordão retumbante tem dupla vantagem: não só colabora com a dominância apical da casta Alvarinho, deixando-a crescer e produzir mais uva, como também protege a uva do escaldão, preservando os compostos percursores dos aromas mais frescos e vegetais. Segundo o nosso interlocutor, esta condução deixa, no entanto, entrar luz suficiente para “queimar” o ácido málico em excesso, sendo o sistema de condução mais adaptado à região.
Já o cordão ascendente, diz António, “vai produzir menos, expor mais a uva ao sol e queimar um pouco mais de málico e dos percursores aromáticos mais frescos. Dará origem a vinhos com aroma de frutos mais maduros e maior concentração de prova. Com outra variante: como o Alvarinho é muito rico em polifenóis (antioxidantes naturais da uva), os vinhos têm tendência a ter um pouco mais de amargo e mais amarelo na cor (pela oxidação destes polifenóis) e por isso vão à barrica para acentuar este amargo que lhes dá mais frescura e equilíbrio.” É assim que nasce o Quinta de Soalheiro Reserva.

Produção versus qualidade
Ao contrário do que é habitual ouvir de muitos produtores, António Luís Cerdeira, que trabalha com cerca de 100 fornecedores de uva, privilegia um bom rendimento na vinha. “O Alvarinho é uma uva cara, um euro o quilo, e este quilo só produz meio litro”, – lembra António. “Como é uma uva cara, as pessoas querem produzir. Põem matéria azotada nas vinhas e fertilizam-nas. Ora, os grandes precursores aromáticos são azotados. É o estrume (matéria orgânica) que está no solo e os aminoácidos que daí derivam que dão aroma ao vinho. Para o Soalheiro Clássico, não quero de maneira nenhuma uma vinha velha, mas sim uma vinha equilibradamente adubada.” Quanto é que isso significa de produção por hectare?, pergunto. “Até aos 10.000 quilos/hectare podemos ir sem medo”, responde. As vinhas mais velhas, como as do Primeiras Vinhas, estas sim, andarão pelos 4.000 quilos/hectare e produzem uvas com mais concentração do que aroma. Os vinhos perdem alguma fruta, mas ganham boca.
“Mas, tanto para o Soalheiro Clássico como para o Allo (Alvarinho + Loureiro), queremos fertilidade, queremos produção, queremos aroma, queremos vinhas jovens cheias de força e uva. É bom para todos, para nós e para os viticultores! E estes até são os vinhos que mais ganham com a evolução em garrafa, porque têm maior quantidade de precursores aromáticos”, acentua o produtor.
Ainda tentei dar complexidade ao tema do terroir, recorrendo às diferentes altitudes do vale e aos solos de aluvião, ou terraços fluviais de areia de encosta, mas, mais uma vez, António Luís, com o seu pragmatismo e conhecimento técnico, tirou-me o tapete debaixo dos pés. “No vinho não podemos ver as coisas em caixinhas, que é o que habitualmente se faz. Ou seja, não podemos ver a caixa do terroir, da produção, da maturação, da vinificação, da venda, etc. Nós temos de compreender e integrar tudo. Não há caixinhas, mas sim uma única e grande ‘caixa.”
O produtor salienta que a gama de vinhos Soalheiro exige diversidade e isso levou-o a abrir o leque de viticultores com quem trabalha. “Entre os 60 hectares dos nossos fornecedores e os 10 de vinha própria temos vinhas desde o rio até aos 400 metros. O aluvião, junto ao rio, tem muito mais humidade, é muito mais difícil de tratar, é também mais sensível aos fungos. Em anos quentes e secos, o aluvião é muito bom. Em anos frescos e chuvosos, pode ser usado para espumante. A zona dos 100 aos 200 metros de altitude é a que menos varia, a mais constante. A zona de montanha é muito boa, porque é sempre mais tardia e funciona como a cereja em cima do bolo. Vamos fazendo a vindima de baixo até ao alto.”
“É tudo muito simples, não é?” – pergunta, sorrindo, António – “Um território fértil, com grandes amplitudes térmicas, três sistemas de condução e o resto é adega. Claro que tudo se faz na adega, mas esse tudo já vem na uva.”

FRUTA
Aqui, tudo gira à volta do Soalheiro Clássico. Tem um pouco de uva mais verde e uva mais madura, é o encontro dos terroirs de Monção e Melgaço. É a média das médias, o vinho padrão, de referência. Das vinhas mais férteis, com maior potencial de precursores aromáticos, largo na boca, com alguma untuosidade, fruta mais ou menos tropical (dependendo do ano), às vezes com sensação doce. Aqui entra igualmente a variante Allo, lote de Loureiro e Alvarinho.

MINERAL
Vinhos com menos percursores aromáticos, mais reduzidos, mais fechados e verticais, mais salinos e a deixar sobressair mais a acidez: Primeiras Vinhas, Quinta de Soalheiro Reserva e o mais recente Granit. O Granit nasceu da separação das uvas das zonas mais altas que normalmente iam para espumante. Fresco, ácido e incisivo. O Primeiras Vinhas vem das vinhas mais velhas, com maior concentração, fermentação em inox, 15% em barrica, mais complexo do que o Clássico. O Reserva tem fermentação em barrica, é volumoso e envolvente.

“NATURAIS”
Vinhos sem ou com poucos sulfitos: Nature Pure Terroir e Terramatter. Há que ter a certeza de que é a levedura certa que faz a fermentação alcoólica e que a fermentação maloláctica também se faz. A inspiração do Terramatter foi o vinho turvo das tabernas. Vem de vinhas mais férteis, com vindima mais precoce; é mais citrino e pouco alcoólico. Vinificado em ovo de cimento e em barrica de castanho, com níveis muito baixos de sulfitos. O Nature Pure Terroir é esmagado, prensado, oxidado (não tem sulfuroso) e posteriormente clarificado antes das fermentações alcoólica e maloláctica em inox. Ambos são engarrafados com borras, porque estas são o melhor antioxidante natural.

 

Edição Nº20, Dezembro 2018

 

De Melgaço chegam novas

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A região de Monção e Melgaço e o seu vinho emblemático da casta Alvarinho continuam em alta. A empresa Quintas de Melgaço, um dos maiores vinificadores da região, apresentou agora as novas colheitas, com destaque para um […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A região de Monção e Melgaço e o seu vinho emblemático da casta Alvarinho continuam em alta. A empresa Quintas de Melgaço, um dos maiores vinificadores da região, apresentou agora as novas colheitas, com destaque para um requintado branco das vinhas mais antigas e um vindima tardia de grande nível.

TEXTO João Paulo Martins
FOTOS Ricardo Palma Veiga

O projecto Quintas de Melgaço tem muita originalidade associada. Foi criado em 1990 por Amadeu Abílio Lopes e outros accionistas. Este ex-emigrante no Brasil doou em 1996 as suas quotas na empresa à Câmara Municipal, que, desta forma, ficou com 70% do capital. Desde então o núcleo original de produtores de uva não cessou de aumentar e hoje serão cerca de 530 associados, quando em 2001 eram 400.
Em hora de mostrar as novidades, as Quintas trouxeram a Lisboa uma “embaixada”, com Pedro Soares, director, a mostrar-se muito satisfeito com o trabalho realizado e com as novidades que vão surgir. A sua tarefa implica coordenar as cinco centenas de associados que, como se imagina, têm visões diferentes do negócio. O tema, entre outros possíveis, dos vinhos de agricultura biológica é suficiente para mostrar que “nem todos remam para o mesmo lado” e por isso ainda não foi possível entrar neste sector cada vez mais actual. “Ainda não temos vinhas próprias e por isso estamos dependentes dos fornecimentos dos associados (que têm entre 150 e 200ha de vinhas), mas em breve iremos ter finalmente uma parcela própria e aí talvez avancemos no sentido de uma produção biológica, para fazer um produto diferente.”
A empresa é um dos grandes vinificadores da região (os outros são a Adega de Monção e a PROVAM) e anualmente recebe cerca de 1,5 milhões de quilos de uva na adega, com a casta Alvarinho a garantir cerca de 80% do total. A região, além da Trajadura, também tem algumas castas tintas de menor representação, como o Alvarelhão e o Vinhão.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A Quinta do Noval e a Quinta da Romaneira são duas empresas com uma relação muito especial. A AXA Millésimes, subsidiária do grupo segurador francês AXA, adquiriu a Noval em 1993, com Christian Seeley na direcção geral de todo o património vitivinícola do grupo, que comporta nomes como Disznókő em Tokaj, na Hungria; e em França o Château Pichon Baron em Pauillac, o Château Suduiraut em Sauternes, o Château Petit-Village em Pomerol e o Domaine de l’Arlot na Borgonha. Por sua vez, Christian reuniu, em 2004, um conjunto de investidores para comprar a Romaneira, sendo os principais o próprio, a título pessoal, e André Esteves, empresário brasileiro apaixonado pelo Douro que se juntou aos investidores no final de 2012.
Seeley, gerindo as duas quintas de proprietários diferentes, gerou uma grande sinergia e partilha de recursos, com António Agrellos ao seu lado desde sempre como director técnico de enologia, na Noval, e consultor na Romaneira. Agora, António Agrellos passa oficialmente a pasta ao seu sobrinho Carlos Agrellos, que já estava como consultor há cerca de dois anos.
Ambas as propriedades se encontram no Cima Corgo: Noval perto do Pinhão e Romaneira em Cotas, Alijó.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”27740″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O evento de apresentação dos Vintage de 2016 foi, nas palavras de Christian Seeley, uma “celebração de tudo o que fizemos no Douro em 2016, que foi um ano fantástico também para os vinhos tintos”. Como explicou Carlos Agrellos, apesar de estarem próximas, as duas propriedades têm características e terroirs muito diferentes. Seeley reiterou: “É muito importante termos em conta as características de cada propriedade, porque é o terreno que decide a personalidade dos vinhos.”
Antes da aguardada prova dos Vintage, entraram em cena os tintos de 2016, Noval e Romaneira, que só sairão para o mercado em Janeiro de 2019. O exercício foi interessante, dando para constatar facilmente as diferenças (grandes) entre o perfil de uma casa e de outra, com os tintos Romaneira muito directos no aroma e expressivos na sua fruta e os Noval a mostrarem um carácter mais sério e profundo. Christian Seeley definiu as duas empresas de uma maneira simples: “Noval é uma empresa de Vinho do Porto que faz DOC Douro e a Romaneira o inverso.”
Depois, além dos dois Vintage 2016 de cada uma das casas, o burburinho fez-se em torno do icónico Noval Nacional, produzido em quantidades muito limitadas (entre 200 e 250 caixas) e poucas vezes em cada década, único pelo carácter que lhe dá a pequena e muito velha vinha, de videiras não enxertadas, plantadas em pé franco. “Somos guardiões da reputação deste vinho mágico e, a longo prazo, é isso que importa”, diz Seeley sobre a decisão de declarar este vinho apenas em anos super excepcionais.
Os Vintage Quinta do Noval e Quinta da Romaneira de 2016 estarão disponíveis no mercado em Outubro.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição Nº14, Junho 2018

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“The White Experience” promove terroir de Monção e Melgaço

Dia Monção Melgaço

A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) está a promover um evento de grande envergadura e inédito em Portugal, chamado “Monção & Melgaço – The White Experience”. Vai decorrer em Monção a 21 e 22 de Julho e destina-se a promover a sub-região de Monção e Melgaço como berço de brancos de […]

A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) está a promover um evento de grande envergadura e inédito em Portugal, chamado “Monção & Melgaço – The White Experience”. Vai decorrer em Monção a 21 e 22 de Julho e destina-se a promover a sub-região de Monção e Melgaço como berço de brancos de excelência. Em Portugal, e em qualquer parte do mundo. E a palavra ‘mundo’ não é aqui usada de forma leviana.

Por Monção vão passar brancos de excelência de produtores tão conhecidos como os franceses Chanson Père et Fils  e Joseph Drouhin (Bourgogne), Domaine Henri Bourgeois (Sancerre) e Hugel (Alsácia). Da Alemanha virão os produtores S.A. Prum e Bender (Mosel) e da Áustria o reputado Sattlerhof (Styria). A Hungria será representada por Gelbmann Birtok. Todos de casas míticas, com brancos de fama mundial. Teremos igualmente nove produtores nacionais de fora de Monção e Melgaço (como Vértice/Quanta Terra, Quinta das Bágeiras, Adega Mãe, C2O/VPuro, Álvaro de Castro, Jorge Moreira, António Maçanita e Niepoort…) e oito internacionais, que se irão mostrar ao lado de mais de três dezenas de produtores da sub-região de Monção e Melgaço e confraternizar com os visitantes numa tenda climatizada junto ao rio Minho (no Parque das Caldas – junto às Muralhas). A entrada vai custar €10 mas inclui um copo de prova.

O evento irá ter a participação da Associação de Produtores de Monção e Melgaço e será produzido pela Grandes Escolhas. White Experience é uma acção que, segundo Manuel Pinheiro, presidente da CVRVV, “foi pensada com o objectivo de dar resposta a um público exigente e que aprecia vinhos brancos de Portugal e do mundo”: “Apostámos num evento vínico de âmbito internacional que destaca um terroir de excepção, a par do que de melhor se faz fora e dentro do país.”

A casta Alvarinho é aqui encarada como um denominador comum aos produtores de Monção e Melgaço, não como o cerne deste evento: de facto, o fundamental é a expressão de terroir desta região, que, pela conjugação de factores únicos – como clima, casta, solo e o factor humano –, produz vinhos singulares e inimitáveis.

Numa apresentação na sala Ogival, em Lisboa, Luís Lopes, director da Grandes Escolhas, mostrou de forma mais concreta alguns dos factores que fazem de Monção e Melgaço uma sub-região à parte das restantes dos Vinhos Verdes e do resto do país. A sessão terminou com uma prova comentada de vários vinhos da região, com diferentes estilos e perfis. Ficámos assim a saber que, apesar de estarem relativamente perto do Atlântico, Monção e Melgaço usufruem de um clima particular. É uma espécie de enclave continental, promovido por uma cintura de montanhas, que protege as vinhas dos ventos húmidos do Atlântico e permite maturações mais precoces do que em outras regiões dos Vinhos Verdes. Soubemos ainda que os vinhos da casta Alvarinho podem diferir consoante os solos de onde as uvas são oriundas (terras de aluvião mais próximas do rio, terraços fluviais, por vezes com pedra rolada, ou cotas mais altas, onde predomina o granito mais fino). E soubemos também que as decisões tomadas na adega, nomeadamente a temperatura de fermentação ou as leveduras utilizadas, condicionam o perfil dos vinhos, uns mais virados para a fruta tropical, outros para os citrinos.

A CVRVV avançou ainda com alguns números interessantes para Monção e Melgaço: a área de Vinha é de 1.730 hectares, a maioria de Alvarinho (1.340ha). E existem 2.085 viticultores e 253 marcas de vinho.

No âmbito do programa de promoção de Monção e Melgaço, está a decorrer desde Abril um conjunto de provas em 16 lojas de vinho a nível nacional, para apresentar aos respectivos clientes o terroir e os vinhos da região. As próximas provas decorrerão a 7 de Junho, no El Corte Inglès de Lisboa e na Garrafeira Tody (Setúbal). A Cave Lusa, em Viseu (hoje), e a garrafeira Estado Líquido, nas Caldas da Rainha (a 22 de Junho), são as últimas etapas desse périplo.

A.F.