Sugestão: O movimento rosa
Provámos rosés provenientes do norte, centro e sul, litoral e interior do país, passando pelas ilhas. Por todo o território novos vinhos emergem, lado a lado com aqueles que foram pioneiros. Vinhos sérios, ambiciosos, diferentes, num movimento rosa apaixonante. Aqui fica uma vintena de sugestões menos óbvias, para partir à descoberta. TEXTO Nuno de Oliveira […]
Provámos rosés provenientes do norte, centro e sul, litoral e interior do país, passando pelas ilhas. Por todo o território novos vinhos emergem, lado a lado com aqueles que foram pioneiros. Vinhos sérios, ambiciosos, diferentes, num movimento rosa apaixonante. Aqui fica uma vintena de sugestões menos óbvias, para partir à descoberta.
TEXTO Nuno de Oliveira Garcia
Apesar do tempo que levamos a compilar selecções anuais de rosés, a verdade é que a cada ano somos surpreendidos com novos vinhos. De néctar de nicho e aposta pessoal de produtores de vanguarda – casos de Dirk Niepoort (‘Redoma’), Domingos Soares Franco (‘Coleção Privada Moscatel Roxo’), Júlio Bastos (‘Dona Maria’) e, mais recentemente, Ravasqueira (‘Premium’) e Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo (agora só com uma referência, tendo sido suprimido o Reserva) – o vinho rosé de perfil sério e elegante passou a modelo quase obrigatório numa gama. O exemplo mais acabado desta tendência é a empresa Wine & Soul que lança agora, na gama Manoella, precisamente um rosé para completar o branco e os tintos desta magnífica propriedade duriense. O mesmo tinha acontecido com a Quinta da Pacheca que lançou também um rosé reserva ambicioso não há muito tempo, fechando o seu portefólio de vinhos.
A cada ano somos também surpreendidos pelas novidades das regiões cuja aposta num rosé de qualidade é particularmente levada a sério, seja pela sua frequência e ocupação turística, seja por uma inata propensão para este tipo de néctar vínico. Casos notórios do Algarve e dos Açores que contribuem com duas referências cada para a nossa lista. Com efeito, a procura de vinhos leves e frescos por parte de clientes internacionais faz com que os rosés sejam uma seleção quase natural, em especial para o produtor tipo algarvio que invariavelmente esgota os seus rosés poucos meses depois de os ver lançados no mercado. A par das indicadas na nossa selecção, ambas estreias absolutas, diga-se, destacamos ainda as marcas algarvias Cabrita e Quinta do Barranco Longo (o mais interessante é a versão ‘Oaked’), cujos produtores levam já várias colheitas de experiência.
Na região do Tejo, de enorme projeção nos mercados internacionais, há muito que se levou a sério os seus rosés gulosos e atractivos, propícios para a exportação e não só, aspecto bem visível em produtores como Quinta da Lagoalva de Cima, Quinta da Alorna, Fiuza, Casal Branco, e até no irreverente Areias Gordas. Outra região muito bem-sucedida, e também na exportação, é o Alentejo, região que nos últimos anos tem vendido um valor próximo de 2,5 milhões de garrafas de rosés, e apenas nos referimos aos vinhos certificados. Marcas como Lima Mayer (sempre num registo estruturado) e Alento (Luís Louro/Monte Branco), bem como Herdade do Rocim (Rocim) e Paço do Infantes, estes dois últimos feitos a partir de Touriga Nacional, são referências deliciosas e obrigatórias.
Mais a norte, no Douro, o preço elevado do quilo da uva, em especial da Touriga Nacional, e a atenção maioritária dada a tintos (DOCs e Portos), fez com que durante muitos anos os rosés fossem tudo menos uma prioridade. Até há bem pouco tempo, para o protótipo produtor duriense, os rosés eram um vinho desinteressante e que não prestigiava a região (nada de mais errado, todavia). Tudo isso tem vindo mudar, com rosés cada mais ambiciosos e sedutores que em vez de desabonar a região, abrem-na a novos clientes. A par dos selecionados abaixo, vinhos como ‘Redoma’, verdadeiro pioneiro, ‘Vinha Grande’, ‘Vallado Touriga Nacional’, ‘Quinta Nova’, ‘Avidagos Reserva’ são óptimas compras.
Em busca da frescura
Mas quanto a regiões, a verdade é que existem terroirs mais propícios a rosés que outros… É certo que, como desenvolveremos adiante, um bom rosé é, sobretudo, um vinho feito na adega e vindimado na altura perfeita para obtermos um vinho gracioso e leve. Sucede, que existem regiões no nosso país que, sobretudo pelo seu clima, propiciam a produção de néctares muito frescos e de acidez vibrante. Neste domínio, as regiões atlânticas de Lisboa e da Bairrada ganham destaque, sendo que desta última vêm vários dos melhores rosés nacionais, como sejam ‘Aliás de Outrora’ (João Soares e Nuno Mira do Ó), ‘Giz’ (Luis Gomes, o fundador de um dos mais excitantes projetos da região), ‘Quinta do Poço do Lobo Reserva’ (Caves S. João) ou, mais recentemente, ‘Buçaco’ (Alexandre de Almeida) e ‘Casa de Saima’ (Graça da Silva Miranda), quase todos com recurso à casta Baga e/ou Pinot Noir. Também o exclusivo ‘Principal Tête de Cuvée’ – uma estrela no firmamento nacional de rosés, como atesta a nota na nossa seleção – é bairradino e 100% feito de Pinot Noir, com última edição ainda no mercado a ser a de 2010 (mas atenção, a segunda marca é igualmente de qualidade, de nome ‘Colinas’ cujo último rosé no mercado é de 2015).
Menos atlântica, mas ainda temperada e com alguma altitude, a região do Dão apresenta também um número significativo de bons rosés, casos do Quinta do Perdigão, Fonte de Ouro, Quinta de Lemos ‘Nélita’, ‘Elpenor’, entre outros. Um dos vencedores do nosso painel, ‘Tirados a Ferro’, provém precisamente da região, no limite sul, no terroir de Midões, outrora famoso pelos brancos. Um aviso: trata-se apenas de uma barrica (o que deveria ser “proibido” até, dada a escassez!) e o preço escalda… Quanto a castas, são várias na região a permitem a criação de vinhos elegantes e florais, como seja a Touriga Nacional, o Alfrocheiro e a Tinta Roriz, e a temperatura média – mais fresca que outras regiões vizinhas – ajuda no perfil elegante.
Por falar em castas, é notório que o actual perfil de rosé de gama alta privilegia uvas que proporcionam cor clara, aroma e prova de boca delicados, e com boa acidez. A casta Baga é daquelas que consegue preencher todos esses requisitos com relativa facilidade e, por isso, não espanta os bons resultados que almeja em rosé. Mais a norte, a casta Espadeiro é utilizada pela mesma razão, assim como a Negra Mole no Algarve, casta na qual cada cacho tem uvas em diferentes estados de maturação e cor. A omnipresente Touriga Nacional, quando vindimada cedo, contribui com os seus aromas florais muito elegantes, a Tinta Francisca apresenta cor aberta e fruto bonito, e a uva francesa Pinot Noir – com pouca cor, fruto elegante e por vezes fresco e subtil – também funciona bem, sobretudo em terroirs atlânticos.
Já que nos referimos a castas francesas, nos solos calcários e barrentos do sul de França – regiões de Bandol, Bergerac, Corbière – vingam as uvas Mourvèdre, Cinsault e Carignan. Alguns dos melhores produtores de rosé do mundo produzem precisamente na Provence os seus vinhos que são vendidos um pouco em todo o mundo como produtos sofisticados que são. Já no Ródano – regiões de Tavel e Lirac – é a Grenache que reina também nos rosés, e um pouco por todo o país a Syrah faz parte de lotes de rosés conceituados, tal como sucede no nosso país. A fruta encarnada do Aragonez/Tinta Roriz também proporciona, sobretudo em lotes, rosés de muito bom nível no nosso país, e o mesmo sucede em Espanha, na versão Tempranillo, sendo que o mercado espanhol tem sido palco de uma autêntica revolução rosa nas últimas três colheitas. Com efeito, depois de anos a privilegiarem tintos concentrados e maduros, os produtores espanhóis viraram-se para produtos mais leves e frescos, sendo a aposta em rosés de qualidade uma consequência natural dessa evolução.
Criar ambição
A regra é, portanto, evitar utilizar castas rústicas e com muita cor, como seja as francesas Alicante Bouschet, Petit Verdot, Grand Noir, a georgiana Saperavi ou a lusitana Vinhão. A uva Cabernet Sauvignon, salvo exceções, também não é uma das preferidas para rosé, sobretudo pelas notas vegetais que pode aportar ao lote final e pela quantidade de antocianinas na película que tingem significativamente o líquido (por isso, aliás, não há hábito de fazer brancos de Cabernet…). Uma alternativa à utilização exclusiva de castas tintas passa pela inclusão de uvas brancas no lote final, solução que em Portugal foi seguida pelo conhecido produtor Soalheiro misturando Pinot Noir e Alvarinho, com a versão de 2019 a ser talvez a mais bem conseguida até hoje. Outros produtores nacionais também incluem uma pequena parte de vinho branco nos rosés, mas não o referem nos rótulos ou contrarrótulos. Mais assumida é a política de utilização de borras de vinho branco na elaboração de rosés sempre com belíssimos resultados, contribuindo tanto com cremosidade como com acidez crocante para o vinho final. Na verdade, existem nos rosés de topo de gama com tendências comuns evidentes, como seja a utilização de bica aberta (evitando-se a sangria de tintos) e a fermentação (em parte ou totalmente) em barrica.
Tal como escrevemos no passado, um dos maiores desafios dos rosés em Portugal é ser levado a sério enquanto vinho, e ser vendido um preço relativamente alto. Em todo o caso, como a nossa selecção demonstra, já são vários os rosés em Portugal acima de 10€ e mesmo de 20€. Em França, os melhores produtores (não necessariamente os mais famosos…) – como seja Domaine Hauvette Domaine de Terrebrune ou Clos Cibonne –, raramente ultrapassam o preço de €30 a garrafa, e o mesmo sucede com os melhores rosés espanhóis como ‘Pícaro del Aguilla’ (que na verdade é um clarete), e ‘Viña Tondonia Gran Reserva’ (Lopez de Herédía), este um pouco mais caro e vendido sempre com mais de 5 ou 6 anos a contar da vindima. Nos Estados Unidos da América, aí sim, a moda de rosés explodiu faz já alguns anos fazendo com que seja difícil encontrar um topo de gama abaixo de $50, sobretudo se constar da famosa lista dos 100 melhores vinhos do mundo…
Outro desafio é a definição do conceito ou tipo de rosé, sempre que falamos de um néctar topo de gama. Será um rosé de guarda, gastronómico ou de terroir? De terroir é mais difícil de concordar, pois não só se produzem bons rosés em todo o território nacional, como os rosés são, por regra, menos marcados pelas nuances e diferenças entre regiões do que brancos e tintos. A explicação para esse fenómeno reside no facto de as uvas serem colhidas muito cedo (por vezes mais cedo do que as uvas brancas), bastante antes de a maturação fenólica estar completa. Por outro lado, como as uvas são vindimadas cedo, as temperaturas altas e a perda de acidez típicas das regiões mais a sul não costumam ser um problema. Isso faz com que o líquido, quase sempre lágrima apenas, seja muito leve e fresco, mas relativamente indiferenciado e incaracterístico quando à casta ou ao solo… Na verdade, um bom rosé depende mais dos cuidados e exigências na (data da) vindima e na adega do que do ano agrícola ou das particularidades de uma região. Mas este facto em nada deve afastar o consumidor deste tipo de vinho, muito pelo contrário. A razão de termos cada vez melhores rosés portugueses é o maior nível de profissionalismo por parte de produtores e enólogos no nosso país. Paralelamente, a razão de termos cada vez mais e diferentes rosés é o consumidor cada vez estar mais esclarecido e sem preconceitos. Não queira ficar de fora…
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Sugestão: Loureiro, a rainha do Lima
São várias as castas de uva que proliferam no Minho. Umas são bem conhecidas de todos, aparecendo em lugar de destaque nos rótulos das garrafas. Outras, um pouco mais obscuras, são hoje apenas curiosidades ampelográficas. Das primeiras, destacamos a variedade Loureiro, para muitos a melhor casta da região dos Vinhos Verdes. TEXTO João Paulo Martins […]
São várias as castas de uva que proliferam no Minho. Umas são bem conhecidas de todos, aparecendo em lugar de destaque nos rótulos das garrafas. Outras, um pouco mais obscuras, são hoje apenas curiosidades ampelográficas. Das primeiras, destacamos a variedade Loureiro, para muitos a melhor casta da região dos Vinhos Verdes.
TEXTO João Paulo Martins
As castas de uva têm por vezes características enigmáticas. Uma delas é a diferente apetência que mostram em querer viajar. Temos em Portugal exemplos para todas as situações, desde variedades que evidenciam muitas virtudes em todos os locais para onde foram levadas, caso da Alvarinho, mas também a Verdelho, Arinto ou Roupeiro, até outras que se quedaram na zona de origem e não deram mostras de querer viajar muito. Recordamos aqui o caso paradigmático da Encruzado e da que hoje tratamos, a Loureiro. No que respeita a esta variedade emblemática dos Vinhos Verdes, foram feitas algumas tentativas de a levar para outras zonas. Recordamos aqui que ela já esteve plantada na Quinta dos Carvalhais, no Dão, onde chegou a integrar, por uma única vez, um branco feito de lote entre Bical e Loureiro, na colheita de 2000. À época enólogo nessa quinta do Dão, Manuel Vieira disse à Grandes Escolhas que a casta produzia muito, mesmo muito, mas que “originava mostos com teor ácido baixo”, o que contraria a ideia que temos dela. A ideia de arrancar a vinha foi decisão empresarial, mas, na verdade, o tal 2000 Bical/Loureiro, ainda em 2019 dava mostras de estar em grande forma. Também na zona de Setúbal se fizeram experiências com a Loureiro. Domingos Sores Franco, enólogo da casa José Maria da Fonseca, confirmou que a casta foi para ali levada, há muitas décadas, pelo seu tio António Soares Franco. Ainda hoje tem cerca de 2ha de Loureiro plantados na zona de Azeitão, destinando-se o mosto para o lote do Quinta de Camarate branco doce, um vinho que nada tem a ver com vinhos doces de colheita tardia, mas que Domingos nos confirma ser um enorme sucesso, do qual se produzem 25.000 litros por ano. “Noto-lhe aromas de grande qualidade que lembram os que se conseguem no Minho, mas aqui tem menos acidez, tem mesmo uma certa gordura e peso na boca que funcionam muito bem no branco doce, onde a juntamos com a casta Alvarinho”, disse.
Uma casta produtiva
O vale do rio Lima, o solar do Loureiro, é bem distinto em configuração dos vales do Minho ou do Douro, importantes rios que atravessam a região dos Vinhos Verdes. O vale do Lima é amplo e largo, deixando entrar a influência atlântica bem dentro de terra.
Como já escreveu João Afonso em reportagem publicada neste revista, “em termos orográficos podemos dividir a sub-região do Lima em três zonas distintas: a zona mais litoral e ventosa de Viana, com vale aberto e pouca montanha; uma zona intermédia de Ponte de Lima (de Geraz do Lima até Jolda e Gondufe) ainda de vale aberto, mais protegido da nortada e já com traços de montanha; e a zona interior de Ponte da Barca e Arcos de Valdevez com vale mais estreito, de perfil montanhoso e com alguma continentalidade a misturar-se com o clima marítimo.”
A casta Loureiro gosta de frio, mas não aprecia vento. Segundo Anselmo Mendes, “prefere zonas mais abrigadas para evitar partir as varas e é exigente na gestão da sebe para que a vinha possa respirar. Produz bem, mas não convém deixar ir muito além das 10 ton/hectare para não perder carácter.” Esta produtividade, que se pode considerar normal na região do Verdes está, no entanto, muito acima do que encontramos noutras zonas do país, nomeadamente na vizinha região do Douro. José Luis Moreira da Siva é enólogo na quinta dos Murças (Douro) e, por via da aquisição por parte do Esporão da Quinta do Ameal, ficou também responsável pela viticultura e enologia desta propriedade minhota. As diferenças não podiam ser maiores, “é que estou a lidar com produções por hectare que são cinco vezes superiores às do Douro, com terrenos muito mais férteis e também muito mais propícios às doenças e pragas da vinha e tudo isso é um grande desafio”. José Luis confirma que apesar dessa pressão das doenças, é no Minho mais fácil assegurar uma produção regular, com solos ricos e água com fartura. A Quinta do Ameal esteve durante algum tempo certificada como bio, mas, foi-nos confirmada, essa certificação foi abandonada. O enólogo foi pragmático: “estamos a seguir tratamentos e práticas bio, mas se houver um ataque a sério avançamos com tratamentos químicos; não faz sentido perder a produção por falta de tratamentos. Estou de resto convencido que enquanto no Douro é mais fácil a certificação bio, aqui nos Verdes tenho muito mais dúvidas”.
Polivalente na adega
Na adega, a Loureiro mostra-se polivalente. Na Quinta do Ameal sempre se usou uma vinificação diferenciada, ora em inox ora em barricas usadas, praticando abundantemente a bâtonnage, mesmo no inox. Essa prática pode ser fundamental sobretudo se se pretende fazer um Loureiro que dure 20 anos na garrafa. No Ameal sempre existiu a preocupação de mostrar a longevidade da casta Loureiro, a única plantada na quinta e inúmeras provas confirmam amplamente que o tempo está muito mais ao lado da casta do que em tempos se pensava. Anselmo Mendes diz-nos que, “com o tempo, os aromas transformam-se e surgem algumas notas terpénicas que, essas sim, fazem lembrar o Riesling do Mosela”. No entanto, salienta ainda, “existem vários clones de interesse desigual, alguns originam vinhos com notas de Moscatel, mas eu prefiro uns clones que fazem vinhos mais discretos, mas que evoluem bem com o tempo”.
Além da fermentação em inox e barrica (mais usada do que nova), no Ameal estão a fazer-se ensaios com ovos e túlipas de cimento. E trabalhar com teores alcoólicos na casa dos 11,5% de “chega perfeitamente, não precisamos de mais”, confirma Moreira da Silva.
Mesmo nas outras sub-regiões dos Verdes onde a Loureiro entra em lote com outras variedades, os resultados são compensadores. É boa a ligação com a casta Arinto e está em desuso o lote com a Trajadura, uma variedade que recolhe cada vez menos adeptos. Como nos diz Anselmo Mendes, “em tempos era usada para fazer baixar a acidez do Alvarinho, mas hoje já se usa menos”. E em Valença, bem perto da zona de Monção e Melgaço, mas fora da sub-região, a casta Loureiro dá resultados muito interessantes.
Tal como acontece noutras sub-regiões dos Vinho Verdes, o Vale do Lima é a pátria da casta Loureiro, é ali sem dúvida que melhor se expressa e também a casta que melhor expressa as virtudes daquele terroir. Já na sub-região do Sousa impera a Arinto, em Baião a Avesso, exemplos que nos mostram que, embora viajantes, as castas encontram por vezes razões de sobra para não saírem de onde estão.
SABIA QUE…
Loureiro, uma variedade das terras friasA casta Loureiro é, do ponto de vista económico, a variedade mais importante da região dos Vinhos Verdes. É no vale do rio Lima que ela melhor mostra as suas virtudes. Casta produtiva, gosta sobretudo de zonas onde se faça ainda sentir a influência atlântica, contribuindo com elevada acidez para os mostos. Por esta razão é aqui, na sub-região do Lima, que melhores resultados origina. As zonas mais interiores, de Basto até Baião e Amarante já não lhe convêm porque perde rapidamente a acidez, característica marcante desta casta. Gera vinhos de teor alcoólico médio, mas muito aromáticos, razão pela qual é muito procurada pelos viticultores. Também presente nas Rias Baixas tem aí, no entanto, um peso muito residual, uma vez que a região é quase monocultura de Alvarinho. Apesar de gerar boas produções, não se pode deixar produzir demais porque depois perde aromas. Prefere solos férteis e abundância de água, mostrando muitas dificuldades para enfrentar o stress hídrico. Existem vários clones certificados desta casta sendo mais cotado o que gera o cacho com bagos pequenos e coloração dourada. Segundo informação da CVR dos Vinhos Verdes, existem 189 marcas válidas de vinhos varietais de Loureiro, correspondendo a 111 engarrafadores. Até aos anos 80 do século passado não existiam no mercado vinhos varietais de Loureiro e foi então nessa década que surgiram os primeiros varietais de Loureiro, da Adega Cooperativa Ponte de Lima e de alguns produtores engarrafadores, como a Quinta de S. Cláudio, Casa dos Cunhas ou Quinta do Luou.
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Colheita, um Porto de celebração
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TEXTO João Paulo Martins
FOTOS Ricardo Palma Veiga
A produção deste tipo de Vinho do Porto esteve durante muito tempo associada com as casas portuguesas do sector. Durante anos e anos foi a marcas como Messias, Barros, Kopke, Burmester, Wiese & Krohn e Niepoort que os apreciadores recorriam para comprar um Porto Colheita. No outro lado estavam as empresas inglesas, sempre mais vocacionadas paras os vintages e L.B.V., como a Taylor’s, Fonseca, Cockburn, Croft e todo o grupo Symington (Graham’s, Warre, Dow’s, etc.)
Na última década, o interesse neste tipo de vinho começou também a motivar as empresas inglesas e o jogo mudou de figura. É um negócio importante porque acrescenta muito valor e porque “é uma resposta à apetência do mercado”, como nos disse José Alvares Ribeiro, responsável do mercado interno do grupo Symington. A apetência vem, como nos disse, “pelo renovado interesse pelos tawnies velhos, vinhos mais fáceis de tratar e de gerir, quer em casa quer na restauração”. A tendência actual para vinhos que possam ser consumidos refrescados também veio ajudar ao negócio dos Colheita, embora o grupo Symington não faça, por enquanto edições anuais de Porto Colheita – “Vamos lançar um Graham 1963 que se mostrou excelente só por si.”
A antiga tradição que muitas casas portuguesas mantêm é exactamente de engarrafar todos os anos uma pequena parte do stock e fazer depois engarrafamentos à medida das vendas. É a pensar nessa estratégia que a Sogevinus reserva todos os anos cerca de 400.000 litros para Porto Colheita. “É em Janeiro, no ano a seguir à colheita, que se decide para que marca vai o vinho, sendo certo que a Kopke absorve por norma 150.000 daquela quantidade, já que é o nome mais forte do grupo em Porto Colheita e, pela razão oposta, à Cálem caberão entre 10 a 15.000 litros”, afirma Carlos Alves, enólogo da Sogevinus. Tudo é devidamente controlado pelo IVDP que aceita o registo de determinada quantidade destinada a Porto Colheita e que faz depois o controlo periódico desse stock, havendo contas-correntes de todos os vinhos armazenados.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32022″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]CONTROVÉRSIAS À VOLTA DE UM ESTILO
Nunca houve no sector uma “unanimidade aprovativa” do Porto Colheita. Do lado da crítica choviam argumentos contra: com muitos anos de casco, a data da colheita já pouco interfere no produto final; para não perder qualidades o vinho tem de ir sendo rectificado e refrescado, o que ajuda à perda de identidade. Assim, o Colheita era olhado de lado por várias empresas, como a Sogrape e a Ramos Pinto, que há muitos anos deixou de produzir este tipo de vinho. Os dois argumentos aduzidos têm razão de ser, mas Álvaro van Zeller, enólogo da Barão de Vilar e da Andresen, argumenta que o IVDP, através da análise periódica que faz aos vinhos em armazém, pode detectar qualquer mudança de estilo, de cor, de teor de açúcar, e por isso “não se pode mudar substancialmente o que se tem em cave”; e a própria rectificação de aguardente não pode exceder os 2% ao ano, para uma evaporação que pode chegar aos 3%/ano. Na verdade, cada ano que passa há um pouco menos de vinho nos cascos, mas por uma boa causa. “Não me importo de perder vinho todos os anos”, diz-nos Álvaro.
Para manter a frescura do vinho requer-se também que existam passagens a limpo, ou seja, mudar o vinho de casco. Este processo é mais frequente nos vinhos novos, fazendo-se de três em três anos, e aí o objectivo é limpar o vinho das borras; já nos vinhos mais velhos a passagem a limpo pode ser feita de cinco em cinco anos, sendo que nesse caso o único objectivo é o arejamento. O tipo de vinho que temos e o que queremos dele, irá determinar, por exemplo, a quantidade colocada em cada pipa. “Se for para oxidar mais e evoluir mais depressa, deixo a barrica a meio, mas por norma, na Andresen, deixo 50 litros em vazio numa barrica de 500 litros”, refere Álvaro van Zeller.
Assunto controverso e não resolvido é a característica diferente que este tipo de vinho adquire, conforme tenha sido estagiado em Gaia ou no Douro. Dois factores intervêm neste tema: a temperatura e a humidade, ambos importantes mas, como nos confirmou Van Zeller e o que observámos na adega da Nogueira (Fonseca Guimaraens), em S. João da Pesqueira, a humidade pode mesmo ser o factor diferenciador. Na Nogueira foram instalados aspersores que permanentemente estão a colocar ar húmido na atmosfera do armazém, com clara diminuição da evaporação, e Van Zeller confirmou que em Gaia, mesmo num armazém mais quente, a evaporação é sempre mais contida do que no Douro, onde os vinhos, por força da conjugação temperatura/ar seco, tendem a ganhar aromas mais pesados, mais torrados e por vezes aborrachados, a que os ingleses chamam baked e que um nariz mais apurado detecta imediatamente em prova cega.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32023″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]INTERESSE RENOVADO
No consumidor pode ficar sempre a dúvida: qual será a diferença entre o Tawny com indicação de idade 40 Anos e um Colheita que tenha estado 40 anos em casco? José A. Ribeiro confirma que “pode não ser fácil mas é o mesmo tipo de dificuldade que existe com outros tipo de Vinho do Porto que têm muitos pontos de contacto, com os Ruby Reserva e os L.B.V., por exemplo; o 40 Anos é um vinho de blend, é uma criação de loteamento sucessivo, enquanto o Colheita pode aparecer como um vinho não tão polido, onde as características do ano ainda podem estar presentes”. O conceito é confirmado também por Charles Symington, enólogo da empresa, que acha que “um ano mais quente ou mais fresco, um vinho com fruta mais ou menos madura, tudo isso se pode reflectir depois no Colheita, mas se forem muitos os anos de casco é de facto difícil perceber o ano.”
Mas no caso das marcas da família Symington, os Colheita vieram para ficar e a empresa pretende estar mais presente no mercado com este tipo de vinho. Não no caso Graham (onde haverá lançamentos especiais e engarrafado todo o stock do ano de uma vez só) mas nas outras marcas, tais com a Warre Otima ou a Dow’s, por exemplo. “Creio que fizemos bem em entrar neste novo negócio porque tínhamos e temos excelentes vinhos velhos em casco e, em muitos casos, em quantidade que justificava a colocação no mercado”, refere Charles.
Os portugueses estão a beber mais Porto Colheita e, na opinião de Jaime Vaz, da Garrafeira Nacional, em Lisboa, estão mesmo a comprar mais Tawny do que Vintage, a não ser nos anos clássicos. Com uma curiosidade: “Ao contrário dos vintages, o meu consumidor pede Colheita, não pelo nome do produtor mas pelo ano e com frequência, quando há escolha do mesmo Colheita, pedem engarrafamentos mais antigos. É um negócio que poderá andar entre as 15 e 20.000 garrafas/ano.” Luís Cândido da Silva, da Garrafeira Tio Pepe, no Porto, também não tem dúvidas: “Este é o segmento de Vinho do Porto que mais tem crescido e os nossos clientes pedem (talvez 50%) pelo ano que querem e não pela marca. Mas também estou certo de que foi o aparecimento de colheitas antigas de marcas prestigiadas que veio trazer um renovado interesse por este tipo de Porto”, confirmou.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” bg_color=”#efefef” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Colheita, modo de usar” color=”custom” accent_color=”#888888″][vc_column_text]A primeira ideia que nos surge quando pensamos na integração do Porto Colheita num menu é considerá-lo como vinho de sobremesa, servido por isso no final da refeição. A ideia está correctíssima e é mesmo como corolário da refeição que, por norma, entendemos o Colheita. No entanto é possível ter neste assunto uma atitude mais aberta e atenta. Assim, creio que um Colheita muito velho não deverá ter a mesma ligação com a sobremesa que reservaríamos a um Colheita novo, com 10 ou 12 anos. Para mim um Colheita muito velho é sempre o protagonista, quando não o solista do final do concerto: bebe-se sozinho, sem qualquer acompanhamento. Já um Colheita de meia-idade – entre 20 e 30 anos, por exemplo – pode merecer um tratamento diferente e ser grande parceiro, servido como entrada, com um foie-gras mit cuit. Pode ser servido nos copos de Porto ou, caso os possua, nos modelos especiais para colheitas tardias que algumas empresas de copos têm no portefólio. Um Colheita mais novo pode ser bem apreciado no início da refeição com amêndoas torradas ou, como as servem no Douro, fritas em azeite e temperadas com sal; mas também no final da refeição com sobremesas de ovos desde que não muito doces, como leite-creme, por exemplo, mas também a tarte tatin ou outro tipo de tartes de maçã.
[/vc_column_text][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”extra-color-1″][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]UM PORTO COM REGRAS?
Diz-se, e com razão, que nos assuntos do vinho não devem existir demasiadas regras, para que o prazer do consumo não vire uma actividade sujeita a demasiados normativos. No entanto, no caso do Porto Colheita, é verdade que convém o consumidor estar por dentro de alguns segredos que este tipo de vinho encerra. Na origem estamos a falar de um Porto envelhecido em casco e, por via disso, entra na categoria de Vinho do Porto Tawny. Vamos então ver as características específicas que este Tawny apresenta e que deveremos ter em conta, quer no acto da compra quer no do consumo.
1. Por lei, um Colheita só pode ser engarrafado após sete anos de estágio em casco. Mas não tem de ser engarrafado todo de uma vez. Por norma, seguida por quase todas as casas, os Colheita vão sendo engarrafados à medida das solicitações do mercado. Faz-se um engarrafamento quando é preciso, normalmente uma vez por ano, nas quantidades que o mercado irá absorver.
2. Os Colheita podem ser, na origem, vinhos brancos ou tintos. Actualmente já se faz a distinção ente Colheita branco e tinto, algo recente no sector do Vinho do Porto. No caso dos Colheita brancos, essa indicação vem no rótulo.
3. Algumas empresas optam por colocar os Colheita à venda apenas quando já têm 10 anos de casco. A idade de 7 anos é apenas a indicação oficial, a partir do qual o Colheita pode ser vendido. Fica assim ao critério de cada empresa a idade a partir da qual começa a vender o seu Colheita.
4. Esta regra do engarrafamento faseado, leva a que o tempo de estágio possa ser muito diferente, dependendo do tempo que esteve em casco. Exemplo: há várias empresas que ainda têm o Colheita 1937 em casco e estão a engarrafá-lo aos poucos, desde os anos 40. Assim, um 37 comprado agora e engarrafado recentemente, terá muito mais anos de casco do que o seu equivalente engarrafado há 40 ou 50 anos. E, diz-nos também a prática, o que tiver sido engarrafado há menos tempo estará muito mais vivo e fresco. Fica então a primeira sugestão: antes de adquirir um Porto Colheita verifique a data de engarrafamento presente no rótulo ou contra-rótulo. Do que atrás se disse não se conclui que só os engarrafamentos recentes são de considerar; um Colheita engarrafado há muito tempo pode continuar a mostrar imensa saúde e adquirir mesmo o famoso “cheiro de garrafa”, algo difícil de definir mas corresponde a uma nota vidrada que nos indica que o vinho estará engarrafado há muito. A ideia é que, perante uma opção de compra entre dois Colheitas do mesmo ano e do mesmo produtor, será preferível escolher o que tiver menos tempo de garrafa.
5. Os Colheita são sempre filtrados antes do engarrafamento. Não requerem assim decantação prévia. No entanto, caso tenha já muitos anos de garrafa, é possível que apresente algum depósito. Há então que ter alguns cuidados no manuseamento da garrafa para que o Porto seja servido limpo e límpido.
6. Caso exista depósito e tenha de ser decantado, o vinho tanto pode ser servido num decanter (de cristal, de preferência) como na própria garrafa. Nesse caso decante o vinho, lave bem a garrafa e volte a colocar o vinho na garrafa original.
7. Tal como todos os Porto Tawny, os Colheita devem ser conservados ao alto na garrafeira; o facto de se tratar de um vinho já oxidado não obriga a que a garrafa seja conservada deitada.
8. Ao contrário dos Vintage, os Colheita podem ser consumidos tranquilamente durante alguns meses sem perda de qualidade na garrafa depois de aberta. Mas aqui há que não exagerar e, ao final de um ano, o vinho terá perdido frescura. Há assim que prestar atenção ao tempo que decorre entre a abertura e o final do consumo da garrafa.
9. O Colheita beneficia em ser servido ligeiramente fresco, fica bem mais elegante e ganha muita vivacidade. A garrafa deverá ser colocada no frio um par de horas antes do serviço, mas, se necessário, não há que hesitar em usar um balde de gelo para que o Colheita não fique prejudicado com a temperatura.
10. O Colheita não ganha com o tempo de garrafa. Alguns aromas podem modificar-se mas, no essencial, a evolução fez-se antes do engarrafamento. Conservar um Colheita em casa por muitos anos à espera de melhorias significativas pode revelar-se contraproducente.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]
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Vista Alegre Colheita
Fortificado/ Licoroso - 1998 -
Poças Colheita
Fortificado/ Licoroso - 1995 -
Krohn Colheita
Fortificado/ Licoroso - 2002 -
Kopke Colheita
Fortificado/ Licoroso - 1998 -
Dalva Colheita
Fortificado/ Licoroso - 1995 -
Andresen Colheita
Fortificado/ Licoroso - 2003 -
Quinta do Noval Colheita
Fortificado/ Licoroso - 2003 -
Niepoort Colheita
Fortificado/ Licoroso - 1997 -
Messias Colheita
Fortificado/ Licoroso - 2005 -
Graham’s First Flight Colheita
Fortificado/ Licoroso - 2003
Edição Nº18, Outubro 2018
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