The Fladgate Partnership: A alvorada de uma nova era

The Fladgate Partnership

Em 1667, Colbert, primeiro ministro do rei francês Luís XIV, desenvolveu uma série de medidas para restringir a importação de produtos ingleses para França. Como resposta, Carlos II de Inglaterra proibiu a de produtos franceses para o seu país, obrigando o comércio de vinho inglês a procurar fontes alternativas de abastecimento. Este foi o contexto […]

Em 1667, Colbert, primeiro ministro do rei francês Luís XIV, desenvolveu uma série de medidas para restringir a importação de produtos ingleses para França. Como resposta, Carlos II de Inglaterra proibiu a de produtos franceses para o seu país, obrigando o comércio de vinho inglês a procurar fontes alternativas de abastecimento.
Este foi o contexto que levou, em 1692, Job Bearsley a fundar a Taylor’s e a estabelecer-se em Portugal com o objetivo de comercializar vinhos para as ilhas britânicas. Começou por fazê-lo com a expedição de carregamentos em navios a partir do porto de Viana do Castelo. O vinho era então produzido em torno das povoações de Monção e de Melgaço. No entanto, o palato britânico não se afeiçoou aos vinhos tintos parduscos produzidos na altura, o que levou à busca de novos territórios para satisfazer a procura. Desta forma, Peter Bearsley, filho de Job Bearsley, começou a olhar para o interior de Portugal em busca de vinhos mais robustos e encorpados, provenientes das encostas íngremes e rochosas do Vale do Douro. Como a longa distância e o terreno montanhoso entre o vale do Douro e Viana do Castelo implicavam o envolvimento de muitos recursos, que muitas vezes redundavam em insucesso, os vinhos começaram a ser transportados de barco pelo rio Douro até à cidade do Porto. Daí, outras embarcações levavam-nos para Inglaterra.

A Grande Depressão
Para obter algumas vantagens negociais e ampliar relacionamentos, Bartholomew Bearsley foi o primeiro exportador britânico a adquirir uma propriedade no Douro, perto da cidade da Régua. Este facto é ainda hoje relembrado no vinho do Porto Taylor’s First Estate Reserve.
Até 1929, o mercado britânico concentrou cerca de 66% das vendas de vinho do Porto. No entanto, o período entre a Grande Depressão e ao final da II Guerra Mundial marcou uma época devastadora para o sector, que provocou o colapso quase total do comércio do vinho do Porto. Para contrariar esta tendência, as empresas procuraram aumentar o número de mercados e diversificar a oferta. Assim, a Taylor’s lançou, em 1934, o Chip Dry, um novo estilo de vinho do Porto branco de aperitivo.
A década de 60 marca a recuperação do setor. Curiosamente, o mercado britânico não voltaria a assumir a primazia das exportações, devido a alterações nos padrões de vida e hábitos de consumo dos seus cidadãos. E foi assim que o mercado europeu, em especial o francês, emergiu como um dos principais importadores de vinho do Porto.
O novo milénio trouxe novos desafios. O volume de vendas começou a decair novamente e assistiu-se a uma concentração dos grupos económicos e a uma nova vaga de diversificação dos produtos vínicos e do seu universo.
Uma das mais entusiasmantes mudanças foi a criação da nova tendência conhecida por super tawnies. No outono de 2010, a Fladgate lançou no mercado uma edição muito limitada de um porto tawny datado de 1855, sob o nome Scion. Estava criada uma nova era no mercado dos vinhos do Porto.
Nesse mesmo ano foi inaugurada, em Vila Nova de Gaia, na zona dos armazéns de envelhecimento de vinho Porto, uma nova estrutura, o Yeatman Hotel, que representa uma inovadora fusão entre o acolhimento de luxo e cultura vínica para todos os amantes e curiosos do vinho.
Em 2020, o grupo inaugurou um projeto turístico de carácter holístico que representou um investimento de cerca de 105 milhões de euros. O World of Wine congrega um conjunto de museus, lojas, restaurantes, uma escola do vinho e uma galeria de exposições temporárias. E foi chegada, então, a hora de diversificar mais um pouco.

Uma nova era
O dia 21 de junho foi escolhido, pela The Fladgate Partnership, para apresentar uma nova era e uma nova divisão da empresa, a Fladgate Still & Sparkling Wines. Criada em 2023 após a compra da Ideal Drinks, que detinha propriedades nas regiões dos Vinhos Verdes, Dão e Bairrada, representa a entrada da empresa na produção de vinhos tranquilos após mais de 300 anos. Tal como referiu Adrian Bridge, o seu presidente, “houve sempre a expectativa que entrássemos nos vinhos de mesa no Douro, mas sempre dissemos que precisávamos das uvas das nossas quintas para acompanhar o crescimento das vendas das categorias especiais de vinho do Porto… E, entretanto, surgiu esta proposta para a compra da Ideal Drinks, que aceitámos”.
O projeto integra, na região da Bairrada, duas propriedades, a Quinta Colinas São Lourenço e a Quinta da Curia, com um total de 61 hectares. Na Região dos Vinhos Verdes inclui três propriedades, a Quinta da Pedra, a Quinta dos Milagres e o Paço de Palmeira, num total de 54 hectares. No Dão pontifica a Quinta da Bella, uma propriedade de 23 hectares.
O diretor da nova divisão, Raúl Riba D’Ave, explicou que “toda a gama de vinhos foi alvo de um reajuste nos preços e no número de referências disponíveis. O melhor exemplo disso mesmo é a marca Colinas que será apenas direcionada para a produção de espumantes”.
Para Adrian Bridge, “a internacionalização destas marcas é o grande desafio, mas o grupo acredita que, já este ano, a Fladgate Still & Sparkling Wines terá 30% das suas vendas nos mercados internacionais”.
A nova divisão da Fladgate Partnership marca o início de uma nova era na longa história da empresa, que se funde com a do vinho do Porto. Mas, acima de tudo, revela a plasticidade e capacidade de adaptação de uma companhia a um negócio cheio de vicissitudes, meandros e oportunidades, tal como o rio Douro.

(Artigo publicado na edição de Agosto de 2024)

The Fladgate Partnership compra Quinta do Portal

The Fladgate Partnership compra Quinta do Portal

A The Fladgate Partnership (TFP) adquiriu a Quinta do Portal, empresa especializada na produção de vinho do Douro, expandindo, assim, o seu portefólio aos vinhos tranquilos da região. Irão fortalecer a presença internacional da Fladgate Still & Sparkling Wines, a divisão de vinhos tranquilos da TFP, nos mercados de exportação, complementando a sua oferta de […]

A The Fladgate Partnership (TFP) adquiriu a Quinta do Portal, empresa especializada na produção de vinho do Douro, expandindo, assim, o seu portefólio aos vinhos tranquilos da região. Irão fortalecer a presença internacional da Fladgate Still & Sparkling Wines, a divisão de vinhos tranquilos da TFP, nos mercados de exportação, complementando a sua oferta de Vinhos Verdes, Dão e Bairrada resultante da aquisição anterior da IdealDrinks, em Setembro de 2023.

A transação inclui, para além da Quinta do Portal, a do Confradeiro e a da Abelheira, num total de 53 hectares, adega e armazém de envelhecimento projetado pelo Arquiteto Álvaro Siza Vieira, juntamente com os stocks, o boutique hotel Casa das Pipas e o restaurante. Com décadas na produção de vinhos de mesa de qualidade, a Quinta do Portal conta, desde 1992, com o apoio técnico do enólogo Pascal Chatonnet, que também supervisiona a Fladgate Still & Sparkling Wines.

Para Adrian Bridge, CEO da TFP, esta aquisição reflete o compromisso da empresa “com a produção de vinhos distintos e a nossa aposta nos vinhos tranquilos portugueses que, juntamente com os nossos vinhos do Porto, reforçarão a imagem de Portugal como produtor de excelência.”

É, até ao momento, o maior negócio do ano no sector do vinho. Segundo o jornal Expresso, a The Fladgate Partnership — grupo detentor de casas de vinho do Porto como Taylor’s, Fonseca, Croft e Krohn — comprou propriedades da Ideal Drinks (fundada por Carlos Dias), nas regiões Bairrada, Dão, e Vinhos Verdes, entrando assim na esfera dos vinhos não fortificados (tranquilos).

Adrian Bridge, CEO da The Fladgate Partnership, adiantou ao Expresso, sem revelar qualquer valor, que a aquisição foi de 200 hectares, que incluem vinha mas não só, “distribuídos de forma equilibrada” entre a Quinta da Pedra, nos Verdes, Quinta de Bella, no Dão, e Quinta Colinas de S. Lourenço, na Bairrada. O negócio inclui, ainda, contratos de longo prazo no Paço da Palmeira (Vinhos Verdes) e na Quinta da Curia (Bairrada), a compra de todas as marcas de vinho e stocks, e a incorporação de 34 trabalhadores.

Com esta aquisição de peso, a Fladgate pretende aplicar as suas valências na exportação às marcas que agora integra no seu portefólio — como Milagres, Longos Vales, Bella, Colinas ou Principal — e quadruplicar as vendas das mesmas em 2024. Foi também dito ao Expresso que será Raul Riba d’Ave a assumir a liderança do negócio de vinhos tranquilos, pois o grupo comprou, adicionalmente, a distribuidora Direct Wine ao empresário.

Ainda de acordo com o jornal Expresso, o grupo Fladgate não considera, para já, entrar no vinho DOC Douro, por precisar “de todas as uvas para o vinho do Porto”.

Entretanto, em comunicado de imprensa, a The Fladgate Partnership (TFP) declara: “A TFP construiu uma forte presença global, exportando 93% dos seus vinhos para entusiastas de todo o mundo. Em resposta à crescente procura de vinhos tranquilos portugueses, manifestada pelos seus clientes internacionais, a TFP aproveitou a oportunidade para alargar a sua oferta e criar uma divisão especializada focada na elaboração de vinhos tranquilos de exceção. Esta expansão é uma prova do compromisso de ir ao encontro das preferências dos nossos clientes e oferecer um portefólio abrangente de vinhos portugueses premium. Ao expandir para os vinhos tranquilos, com particular ênfase nos Vinhos Verdes, Bairrada e Dão, a empresa demonstra a sua crença inabalável no vasto potencial vitivinícola de Portugal e o seu compromisso em apresentar uma gama abrangente de vinhos portugueses premium”.

Quinta da Roeda: A single jóia da Croft

quinta da roeda

Num longo passeio pelas vinhas, na companhia do responsável de enologia do grupo, David Guimaraens, e do responsável de viticultura, António Magalhães, deu para ver o estado saudável das videiras, mesmo na altura em que muitos já se estão a queixar da seca. Segundo David Guimaraens “o Porto Vintage é a máxima expressão da região”. […]

Num longo passeio pelas vinhas, na companhia do responsável de enologia do grupo, David Guimaraens, e do responsável de viticultura, António Magalhães, deu para ver o estado saudável das videiras, mesmo na altura em que muitos já se estão a queixar da seca.

Segundo David Guimaraens “o Porto Vintage é a máxima expressão da região”. Assim, um Vintage Single Quinta é a máxima expressão de uma propriedade. Permite cruzar as características de um local com as condições de um ano vitícola. Na Croft, o Vintage Port quinta da Roeda é declarado nos anos que não coincidem com as declarações clássicas, mas “o Vintage Croft é muito Roeda (85-90%)”. David lembra-se que em 2007 a identidade da Roeda foi tão forte que a decisão entre o Vintage clássico e single quinta foi difícil. Os single quinta normalmente são mais acessíveis e prontos para beber mais cedo. Como diz David Guimaraens, “é bom que os Vintage single quinta evoluam mais depressa, podemos bebê-los ainda na nossa vida”.

quinta da roeda
A Quinta da Roeda e o seu património vitícola

As primeiras vinhas na Quinta da Roeda foram plantadas em 1811. Em 1844 a quinta foi adquirida pela, já conhecida na altura, empresa Taylor, Fladgate & Yeatman, poucos anos antes do ataque de oídio. Na década de 1860, quando a quinta pertencia a John Fladgate, a área de vinha foi aumentada através de aquisição de terrenos vizinhos. Em 1889, a Croft comprou a propriedade e iniciou a replantação das vinhas que sofreram com a praga desastrosa da filoxera. As várias fases da replantação tiveram lugar na última década do século XIX e no início do século XX. Estas vinhas ainda fazem (a melhor) parte do património vitícola da propriedade.
A vida deu uma volta e em 2001 o grupo Taylor/Fonseca comprou a Croft, ficando novamente com a Quinta da Roeda. Foi uma aquisição estratégica. No Inverno de 2001 para 2002, António Magalhães, uma autêntica enciclopédia da vinha duriense, com a sua equipa começou a tomar conta da herança vitícola da Roeda. Ao mesmo tempo, tomando partido da experiência que tinham nas outras quintas do grupo, David Guimaraens apostou na construção de lagares de granito para vinificar vinho do Porto. Um Porto feito em inox resulta numa fruta mais exuberante e num perfil mais suave; no lagar fica mais fechado e mais denso. Nos lagares recorrem à pisa a pé, mas também dispõem de pisadores robóticos para trabalharem à noite. Desta forma têm o melhor dos dois mundos: o moderno permite aliviar a penosidade do trabalho humano. Destes lagares saiu o primeiro Vintage da Quinta da Roeda, de 2002, depois da aquisição. Foi simbólico e importante para a assinalar o início de uma nova era desta propriedade.

quinta da roeda

 

“As Quintas distinguem-se pelas castas minoritárias, sobretudo devido ao excesso de tourigas (nacional e francesa)” – David Guimaraens

 

Dos 76 hectares da vinha da Quinta da Roeda, 23% são ainda da primeira geração de plantações pós-filoxera. As vinhas pós-filoxéricas como a vinha da Benedita ou da Ferradura, com uma grande densidade de plantação, tendo apenas 1m2 por videira, são autênticas jóias entre as parcelas da quinta. As videiras são torcidas mas de boa saúde e com mortalidade muito baixa. As vinhas antigas convivem lado a lado com vinha ao alto, plantada em 2006. Esta também é uma boa solução desde que a inclinação de terreno permita (até 35%). Durante os últimos anos, têm replantado a vinha, desdobrando os patamares com taludes muito altos para ficarem só com 1,5m de largura. Assim, já renovaram ¼ da vinha da quinta da Roeda. São mecanizáveis, com possibilidade de passagem de um tractor pequeno. A ideia é adaptar a máquina à vinha e não ao contrário, como foi feito na altura dos PDRITM. Com estas replantações conseguem aumentar a ocupação do solo com videiras em 36,5%, passando das 3500 videiras por hectare para 6000, e aumentar a eficiência e segurança do trabalho mecânico.

Relativamente às castas, David Guimaraens e António Magalhães concordam que não se deve limitar a plantação a apenas duas ou três variedades. “As quintas distinguem-se pelas castas minoritárias, sobretudo hoje em dia com o excesso de Tourigas (Nacional e Francesa)”, afirma David. A Tinta Francisca tem uma grande importância nas vinhas velhas da Roeda. Não apresenta uma identidade tão óbvia quanto as Tourigas mas tem personalidade muito própria. Nas replantações foram buscar Tinta Francisca ao banco genético da vinha da Benedita. A Rufete plantou-se a partir de material genético de um viticultor com quem trabalham. “É o terreno que pede a casta” explica António Magalhães e mostra o exemplo com linhas alternadas de castas conforme as particularidades do terreno. Touriga Nacional fica na zona mais fértil. Junto com Tinto Cão podem ficar mais expostas ao sol porque naturalmente preservam bem a acidez, enquanto a Tinta Barroca, rica em açúcares, tem de ser plantada em sítios mais frescos, mais altos e virados a norte. A Tinta Amarela, plantada mais alto, precisa do terreno nem muito fértil, nem muito quente.

Um prelúdio à prova vertical

A prova vertical dos Vintage da Quinta da Roeda teve uma parte não oficial no dia anterior, onde provámos os Vintage 1914, 1960 e 1980. Estavam todos bem vivos, mas o 1914 impressionou mais. Com uma cor muito aberta, quase translúcida, aromas delicados de notas medicinais, farmácia, xarope de rosa espinhosa, especiaria. Pareceu untuoso e delicado, desenvolvendo notas de cedro, resinas e alperce seco. Apesar da sua idade avançada, ainda tinha bela presença, com certa força e frescura que conseguiu preservar durante mais de um século. Só havia três garrafas na Quinta e foi muito didáctico provarmos esta relíquia, porque deu para perceber uma coisa sobre o estilo dos Vintage da Quinta da Roeda: a sua aparente macieza e perfil arredondado não compromete a longevidade.

 

quinta da roeda

Segundo David Guimaraens “O Porto Vintage é a máxima expressão da região”. Assim, um Vintage “Single Quinta” é a máxima expressão de uma propriedade.

 

A influência e a expressão dos anos

O clima no Douro traduz-se ao longo de dois anos. Na expressão de David, “2002 foi um ano trapalhão”. A seguir ao 1970 foi o ano mais árido. Além do Inverno seco, a temperatura esteve de tal forma baixa que o rio Pinhão gelou completamente no período do Natal. Mas como em 2001 choveu quase o triplo do normal (1600mm/ano), criou-se um “pulmão” que permitiu aguentar o ano árido. António Magalhães confessa que se tivesse de escolher o seu ano preferido, seria o 2004 (a seguir ao 1985). Um ano seco, com poucas doenças e pragas, onde tudo correu muito bem e pareceu um ano clássico à porta. Mas é o que acontece (ou acontecia…) quando há anos muito bons consecutivos – não foi considerado clássico.

2005 foi o ano que se destacou por ser extraordinariamente quente e seco. Em termos de índice de aridez, este ano passou do habitual semi-árido para árido. A videira defendeu-se restringindo o vigor e produzindo cachos mais pequenos com bagos também mais pequenos. O processo de maturação foi mais lento, aliviando-se a pressão da seca pela precipitação que ocorreu entre os dias 6 e 9 de Setembro, permitindo uma colheita perfeitamente equilibrada.

2008 foi um ano desalinhado do normal. Depois do Inverno mais seco e frio do que o habitual, o mês de Abril (com águas mil) reabasteceu as reservas de águas subterrâneas. A floração ocorreu em condições húmidas e frias o que, obviamente, resultou em rendimento mais baixo, mas com uma grande concentração de sabor. A temperatura média, que normalmente ronda os 15˚C, foi mais baixa durante todo o ano. Não foi chuvoso, mas uma chuva regular bem distribuída resultou num ano que nem semi-árido foi. Dias quentes combinados com noites frias permitiram uma óptima maturação das uvas.

2012 foi um óptimo ano, mas ficou na sombra de 2011. Começou com o Inverno muito seco, mas as chuvas de Abril e Maio salvaram o ano. Devido ao Inverno seco e Primavera mais fresca, as vinhas apresentavam baixo vigor. A vinha regulou-se pelo tamanho do bago, que não ultrapassava de uma moeda de 1 cêntimo, mas estes eram bem formados. A breve chuva em Setembro não afectou a vindima que decorreu sob perfeitas condições.

2015 pode ser comparado com 2008 em termos de padrão de chuva no que toca à quantidade e a distribuição. A diferença foi a temperatura média 1,2˚C mais quente do que em 2008. À excepção de dois dias de chuva, a 15 e 16 de Setembro, toda a vindima decorreu em excelentes condições, com dias de sol quentes e noites frescas. Baumé elevado, acidez um pouco mais baixa, excelente extracção. A vontade de declarar o 2015 como o ano clássico foi grande, até porque não houve declarações em 2012, 2013 e 2014 (que foi um desastre). Mas na altura já havia o 2016 que mostrou outro apelo. “Era mais fácil declarar o 2017 depois de 2016 do que o 2015 e o 2016 seguidos”, explica David. “Vivemos sempre com este trauma”.

 

quinta da roeda

 

No Inverno de 2001 para 2002, António Magalhães, autêntica enciclopédia da vinha duriense, começou a tomar conta da herança vitivinícola da Roeda.

 

E chegámos ao fabuloso 2017 que faz lembrar o relatório de vindima de 1945. Foi “impensavelmente árido” segundo António Magalhães, “mas no Douro existe a capacidade de ensanduichar um ano absurdo entre os anos perfeitos”. É o caso de 2017. Começou com a Primavera muito seca, apenas alguns milímetros de chuva caíram em Abril. As temperaturas estiveram acima da média e as condições secas continuaram durante todo o Verão e até o final de Setembro. Felizmente, as temperaturas em Agosto caíram para níveis mais moderados, principalmente à noite, dando equilíbrio à colheita. A vindima na Quinta da Roeda começou no dia 31 de Agosto, o início mais cedo nos últimos 70 anos. Já na adega os mostos demonstraram uma densidade excepcional.
A empresa declarou como clássico o 2017 Vintage Croft, mas a impressionante dimensão e riqueza dos vinhos provenientes das parcelas mais velhas merecia um destaque. Assim, quatro lotes resultaram num vinho memorável, do qual foram produzidos apenas 2200 litros. Basicamente foi um Single Quinta clássico… apelidado de Sérikos numa referência histórica à produção de seda na Quinta da Roeda nos anos seguintes à devastação pela filoxera e também ao seu carácter sedoso.

2018 começou extremamente seco dada a pouca chuva no ano anterior. Felizmente o stress nas videiras foi aliviado em Março graças a chuvas fortes. Junho frio e húmido, Julho seco e relativamente ameno e Agosto com temperaturas bem acima dos 40˚C. As abundantes reservas de água no solo, construídas na Primavera, permitiram que as uvas amadurecessem de maneira uniforme e gradual, apesar das condições quentes.

Em 2019, as condições relativamente frescas e a ausência de picos de calor traduziram-se na elegância, acidez vivaz, cor acima do normal e aromas muito atractivos. Este Vintage, anunciado em 2021, ainda não foi disponibilizado para o mercado, irá permanecer em cave durante mais alguns anos…

(Artigo publicado na edição de Julho de 2023)

Taylor’s anuncia Quinta de Vargellas Porto Vintage 2020

Fladgate Partnership Ideal Drinks

A Quinta de Vargellas é uma das mais icónicas propriedades do grupo The Fladgate Partnership, e a base dos vinhos da sua marca Taylor’s. O grupo detém também outras casas reconhecidas de vinho do Porto, como Fonseca, Krohn ou Croft. E é precisamente dessa propriedade que vem o Vintage da Taylor’s agora anunciado: Quinta de […]

A Quinta de Vargellas é uma das mais icónicas propriedades do grupo The Fladgate Partnership, e a base dos vinhos da sua marca Taylor’s. O grupo detém também outras casas reconhecidas de vinho do Porto, como Fonseca, Krohn ou Croft. E é precisamente dessa propriedade que vem o Vintage da Taylor’s agora anunciado: Quinta de Vargellas Vintage 2020.

Adrian Bridge, Director Geral da Taylor’s, declara em comunicado de imprensa: “Estamos muito satisfeitos com Taylor’s Quinta de Vargellas Vintage 2020 que apresenta a elegância e a estrutura que associamos a esta excelente propriedade”, e acrescenta que “este Vintage vai permanecer nas nossas caves e será lançado posteriormente, para satisfazer a crescente procura de Single Quinta Vintage, com mais maturidade, a que assistimos nos muitos mercados onde estamos presentes, e onde o Quinta de Vargellas Vintage é uma referência”.

Já David Guimaraens, Director de Enologia da casa, comenta sobre o ano vitícola de 2020 que “dois meses marcaram o ano de 2020, Fevereiro, seco e muito quente, que resultou numa muito baixa ‘nascença’; e Julho, muito quente (+3,5ºC), sem memória de um Julho tão quente. A ‘nascença’ baixa e o fenómeno repetido de ‘escaldão’ marcaram indelevelmente o ano. O mês de Agosto foi mais fresco que o normal, mas chuva dos dias 17 a 20 e a reposição de tempo muito quente provocou uma aceleração no amadurecimento das uvas que obrigou a acelerar a vindima em todo o vale. A variabilidade de localizações na viticultura de montanha do Vale do Douro desempenha um papel fundamental em anos extremos como este, permitindo a produção de vinhos do Porto de excelência como é o caso deste Quinta de Vargellas 2020.”

Do Taylor’s Quinta de Vargellas Porto Vintage 2020 foram feitas 2500 caixas (12 garrafas cada).

Taylor’s lança Golden Age, um Very Old Tawny 50 Anos

Taylor's Golden Age

Taylor’s Golden Age é a mais recente novidade da casa de vinho do Porto do grupo The Fladgate Partnership, um Very Old Tawny da (recentemente criada) categoria 50 Anos, que envelheceu, segundo a empresa, durante meio século em cascos velhos de carvalho, nas caves da Taylor’s. Com grossas paredes de granito, estas caves em Vila […]

Taylor’s Golden Age é a mais recente novidade da casa de vinho do Porto do grupo The Fladgate Partnership, um Very Old Tawny da (recentemente criada) categoria 50 Anos, que envelheceu, segundo a empresa, durante meio século em cascos velhos de carvalho, nas caves da Taylor’s. Com grossas paredes de granito, estas caves em Vila Nova de Gaia têm tectos muito altos e conservam uma temperatura baixa e constante ao longo do ano, factores ideais para o envelhecimento do vinho do Porto. “Muito importante é também a proximidade das caves ao rio Douro e ao oceano Atlântico, que fornecem a humidade necessária a um bom envelhecimento, pois limitam a evaporação”, explica o produtor, em comunicado.

Adrian Bridge, director-geral da Taylor’s, refere: “Desde que, há uma década, lançámos os Taylor’s Single Harvest com 50 anos, temos assistido ao crescente interesse por vinhos excepcionais com meio século. Estamos muito entusiasmados com o lançamento do Taylor’s Golden Age, um vinho maravilhoso, que é o presente perfeito para uma pessoa ou ocasião especial”.

Taylor's Golden Age
David Guimaraens, enólogo da Taylor’s. ©The Fladgate Partnership

Para David Guimaraens, enólogo da Taylor’s: “É nos tawnies que um provador de vinho do Porto demonstra a sua mestria na arte do lote. Para construir um Tawny de 50 anos partimos de componentes de vinhos velhos, que foram deixados pelo menos pela geração que nos antecedeu, mas também temos a grande responsabilidade de deixar os vinhos base para as gerações que nos seguirão”.

De acordo com a Taylor’s, o Golden Age — apresentado na clássica garrafa fosca associada aos tawnies de idade da casa, e acondicionado numa elegante caixa de carvalho — está pronto a ser consumido, recomendando-se uma temperatura de serviço entre os 12 e os 16ºC. Estará disponível nas melhores garrafeiras do país no final de Março de 2022, por um p.v.p. de €250.

Taylor’s abre candidaturas para bolsas de estudo destinadas a minorias étnico-raciais

Taylor's golden vines

Estão agora abertas as candidaturas para as bolsas de estudo Taylor’s Port Golden Vines 2022, destinadas a candidatos de minorias étnico-raciais, de todo o Mundo, que desejem inscrever-se nos cursos Master of Wine ou Master Sommelier. As bolsas Taylor’s Port Golden Vines têm um valor unitário de 55 mil libras e, segundo a Taylor’s, cobrem […]

Estão agora abertas as candidaturas para as bolsas de estudo Taylor’s Port Golden Vines 2022, destinadas a candidatos de minorias étnico-raciais, de todo o Mundo, que desejem inscrever-se nos cursos Master of Wine ou Master Sommelier.

As bolsas Taylor’s Port Golden Vines têm um valor unitário de 55 mil libras e, segundo a Taylor’s, cobrem integralmente os custos do curso e os respectivos exames, assim como as perdas de rendimentos devido aos estágios programados. Os interessados podem inscrever-se online AQUI, até ao dia 8 de Abril de 2022.

Em comunicado, a empresa de vinho do Porto esclarece que o programa “inclui um conjunto diversificado de experiências com alguns dos melhores produtores mundiais de vinhos e destilados, tais como: Bodega Catena Zapata, Castiglion del Bosco, Château Cheval Blanc, Château d’Yquem, Château Smith-Haut-Lafitte, Lapostolle Clos Apalta, Colgin Cellars, Dom Pérignon, Domaine Arnoux-Lachaux, Domaine Baron Thénard, Domaine des Lambrays, Domaine Laroche, Klein Constantia, Lawrence Wine Estates (Heitz Cellars, Stony Hill Vineyard, Ink Grade Estate and Burgess Cellars), Liber Pater, Marchesi Antinori, Opus One, Ruinart, Symington Family Estates, Taylor’s Port, The Macallan Distillery, Vilafonté, Vina Vik, Weingut Egon Müller. Também a  Amorim Cork, Annabel’s Private Members Club, the Kedge Wine School, Octavian Wine Vaults, the OIV, UC Davis Department of Enology & Viticulture, e WOW Wine School (Porto) vão proporcionar cursos académicos ou estágios aos candidatos vencedores”.

Adrian Bridge, director-geral da Taylor’s, declara: “O programa de angariação de fundos do Golden Vines, lançado em 2021 para honrar o legado de Gérard Basset, é um programa notável com alcance global. Mostra como a indústria do vinho pode ter um papel de liderança importante em muitas áreas, mas particularmente no que toca à diversidade e inclusão. A Taylor’s tem muito orgulho em patrocinar as bolsas Golden Vines e estamos muito satisfeitos por ver a união da indústria do vinho em torno desta nobre causa”.

O painel do júri, para as bolsas de 2022, inclui Angela Scott, a vencedora da bolsa 2021 Taylor’s Port Golden Vines; Nina Basset FIH; Rajat Parr (Sandhi Wines); Clement Robert MS (The Birley Clubs / Annabel’s); e a líder do júri Jancis Robinson OBE MW. Estes membros vão também assegurar a mentoria contínua aos alunos do The Golden Vines Diversity durante a sua jornada académica.

Os vencedores do Taylor’s Port Golden Vines receberão os seus prémios na cerimónia The 2022 Golden Vines Awards, que será realizada em Florença (Itália) de 14 a 17 de Outubro de 2022, que elege os melhores produtores de vinhos finos do Mundo.

Pink Palace: o World of Wine tem mais um motivo para visita

Pink Palace

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Pink PalaceO Pink Palace é, segundo a marca, o mais excêntrico de todos os espaços: tem vários cenários fotogénicos e interactivos e, ao longo da experiência, são servidas cinco bebidas: Quinta do Vale do Bragão rosé, AIX Gran Vin de Provence rosé, Mateus rosé, Vértice rosé Bruto e Croft Pink Porto rosé.

Adrian Bridge, CEO do WOW, explica: “É um conceito diferente do que já apresentámos no WOW. Está feito a pensar nas novas gerações, nas férias com que todos sonhamos e com o desejo de que aquela felicidade que sentimos nas férias nunca termine. É desse sentimento que se fala nesta experiência e que se materializa num copo de vinho rosé bebido em boa companhia”.

Além do Pink Palace, o WOW vai inaugurar ainda outros espaços: o restaurante Pip, o café Maze e uma grande zona comercial, onde estarão disponíveis as marcas: DOP – Designers of Portugal (designers de moda nacionais); Aspeto Homme (roupa para homem); Namorarte (calçado); Marita Moreno (calçado e acessórios); The Captain (roupa); Filipe Fonseca Jewellery (joalharia de autor) e Nasamotor (indústria automóvel).[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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