Opinião – Para que o vinho proteja 10 milhões de portugueses

Tal como acontece com outros setores, também a fileira do vinho atravessa momentos de grande dificuldade. A comercialização está quase estagnada, as fontes de receita escasseiam, mas a vinha não pára e exige atenção e despesas. Entretanto, faltam 121 dias para 30 de Agosto, a data média de vindima. O que é possível fazer por […]
Tal como acontece com outros setores, também a fileira do vinho atravessa momentos de grande dificuldade. A comercialização está quase estagnada, as fontes de receita escasseiam, mas a vinha não pára e exige atenção e despesas. Entretanto, faltam 121 dias para 30 de Agosto, a data média de vindima. O que é possível fazer por este setor do qual dependem dezenas de milhar de pessoas? E o que é que o vinho pode fazer pelo País?
TEXTO João Vila Maior
FOTOS Arquivo

Nos últimos dois meses várias empresas vitivinícolas produziram e ofereceram alguns milhares de litros de álcool gel a Hospitais, Centros de Saúde, Bombeiros e Lares. Muitas empresas da indústria têxtil produziram máscaras e ofereceram-nas ao mesmo tipo de instituições. E tantas e diferentes indústrias desdobraram-se em iniciativas de Solidariedade sem nada pedirem em troca. Por muitos defeitos que tenhamos, Nós, os Portugueses, Portugal, somos um Nobre Povo. Somos Enormes.
Vivemos momentos difíceis e de incerteza, que nunca pensávamos poder viver. Ao que tudo indica, iremos, em breve e, pouco a pouco, ter um cheirinho “da normalidade” que conhecíamos antes de março. Março, mostrou-nos o que é um “mês horribilis” e o que poderá vir a ser um ano ou vários anos “horribilis”. Isto porque, se a tragédia humanitária foi limitada, para já, a abrupta queda da atividade económica faz adivinhar um cenário não menos trágico. Se as piores, mas talvez realistas perspetivas, de ocorrência de surtos de infeção periódicos virem a confirmar-se, teremos um cocktail assustador que nos fará cair numa depressão económica e humanitária sem paralelo. Temos de nos precaver, aprender com este primeiro episódio e repensar o futuro.
Centrando-nos na fileira vitivinícola o cenário não é menos animador. O vinho não é um bem de primeira necessidade. Se é verdade que se bebe em família, potencialmente em confinamento, o vinho é, essencialmente, um bem para usufruir com companhia. Acresce o facto de, mesmo ainda para quem não esteja a sentir na carteira o que aí vem, em função do medo que se faz sentir, instintivamente e mesmo que de uma forma não consciente, consome-se menos de uns artigos e mais de outros. Como é sabido, o papel higiénico é recordista do lado do “mais”. Seguem-se os artigos de desinfeção, as conservas, tintas para o cabelo e não muitos mais. Mas, no lado oposto, estão os protetores solares, as flores, tanta e tanta coisa mais e, claro está, vinho. O Vinho!
Já li várias previsões. Quebras de 20, de 35%. Que valem o que valem, até porque não sabemos como vai evoluir a pandemia. Mas, garantidamente, que a quebra será da ordem das duas casas decimais, e que nunca será inferior a 20%. Se atingirá os 35% ou se será superior, não sabemos. Mas o cenário é muito pessimista.
Os produtores desdobram-se em tentativas de mitigação, especialmente, no ciberespaço, em webinares, em provas online, com o objetivo de conseguir vender algum vinho. Uma míngua que seja para tentar compensar a queda abrupta resultante do encerramento dos restaurantes e do comportamento mais defensivo, mesmo que inconsciente, do mercado.
A vinha não tem teletrabalho
Entretanto, estamos a 30 de abril. E amanhã será dia 1 de maio. O dia do Trabalhador. De todos os trabalhadores. Dos que trabalham no setor da vinha e do vinho. E, na vinha o layoff não é fácil de praticar. As vinhas vão crescendo a olhos vistos, necessitando de mão de obra, de serem erguidas, de serem despampadas e, qualquer dia, vindimadas. O míldio, o oídio e os ácaros não se confinam. Estão aí para fazer das suas. Ou seja, a torneira das despesas não se fecha. Não é possível fechar. A vinha não dá tréguas ao viticultor. Não reconhece a figura do teletrabalho. E faltam 121 dias para o dia 30 de agosto, uma hipotética data, média, para a vindima. E amanhã faltarão somente 120 dias. O relógio não para. Nem a ampulheta, seja movida a grãos de areia da península de setúbal, ou a partículas mais grosseiras dos solos graníticos dos alvarinhos. Nem mesmo uma laje de xisto do Douro seria capaz de parar uma ampulheta. Se tal fosse possível, estou certo, que o Douro o faria a bem de toda a nação do vinho.
E se, entretanto, o vinho não se escoar, não for bebido a nosso bel-prazer, temos a cuba entornada. O setor viverá uma forte crise. Muito forte.
E faltam 121 dias. Temos 33% de um ano para reagir. O que poderemos fazer por este setor?
O setor do vinho, direta e indiretamente, emprega algumas dezenas de milhar de pessoas. Quando falamos deste setor não nos podemos esquecer da sua íntima ligação com uma variedade de setores como o da cortiça, da proteção das plantas, dos produtos enológicos, das garrafas, entre outros. Estamos a falar de muita gente. De muitas empresas, também elas, vítimas indiretas, deste problema que se adensa. O setor do vinho, para além da importância como empregador, gera um notável volume de negócios, cria um valor acrescentado na nossa economia e contribui de forma significativa nas nossas exportações e na promoção da imagem de Portugal.
Neste momento os telejornais oscilam entre notícias que fazem o ponto da situação da pandemia, o precipício da economia e os pedidos desesperados dos agentes económicos por uma boia de salvação. E, de momento, as ajudas que vão surgindo não auguram nada de suficiente. Viramo-nos para a Europa. Como sempre. É verdade que fazemos parte dela, que temos os nossos direitos e que ela tem deveres para connosco. Mas, se pusermos a mão na consciência, também teremos de reconhecer que, nem sempre, sabemos fazer o melhor com o que de lá vem.
O diagnóstico da situação está feito. É grave. Está doente. Precisa de Cuidados. E se o tempo passar e nada for feito, terão de ser Cuidados Intensivos. E muitas empresas serão desligadas da máquina. Algumas empresas mais velhas, mas também empresas jovens. Impõe-se pensar no que fazer, como reagir, como tentar mitigar as dificuldades. Na última crise, enorme também, o setor soube reagir, nomeadamente, conseguindo aumentar as exportações. Na crise atual não me parece que o setor consiga ir por aí ou, pelo menos, não será suficiente pois, na realidade, a crise está por toda a parte. É global.
Afinal, o que poderemos fazer?
A resposta, certamente, não será uma. Terão de ser várias e complementares, mas todas a apontar no mesmo sentido. Passará por estratégias traçadas por todas e por cada uma das empresas, das organizações de produtores e das Distribuidoras.
Destilar para produzir álcool
Da parte que a cada um toca, sem dúvida que solidariedade individual, daqueles que estiverem numa situação de alguma estabilidade e que tenham a possibilidade de manter o consumo, de continuar a usufruir do prazer que um copo de vinho lhe pode dar, ao manterem o consumo já estão a ser solidários. O prazer que tínhamos quando usufruíamos de um vinho até há dois meses, agora, ávidos que estamos de coisas boas, acredito que ainda possa ser maior. E tenha em conta que, com esse gesto, para além de tudo, está ainda a ser Solidário!
Por parte do Estado Português, todas as medidas lançadas para o tecido empresarial, em geral, terão de ser mais significativas e céleres. Mas sabemos que, histórica e cronicamente, as medidas ficam sempre aquém das necessidades.
Como já referi, estou certo de que a solução não será única e terá de passar por um conjunto vasto de soluções. Neste sentido faço, humildemente, duas propostas. A primeira, já abordada, de caráter individual, que poderei de chamar de “altruísmo ou filantropia” enófilo, que não é mais que consumir, manter o padrão de consumo ou mesmo aumentá-lo, de forma moderada claro está. Se é verdade que o vinho tem muito de bebida social, confesso que, às vezes gosto de estar a sós com o vinho e bebê-lo na companhia do silêncio, duma paisagem. Este exercício de prazer, acredito, poderá ajudar a aquietar a alma nestes tempos de incerteza.
A segunda proposta que faço está em linha com uma necessidade destes tempos de pandemia. Como, infelizmente, o Covid-19 parece estar para durar e o álcool gel, a lixivia, as máscaras e outros produtos de desinfeção e proteção vão continuar a assumir-se como bens de primeira necessidade e de consumo massivo. Várias empresas vitivinícolas, a título voluntário, já contribuíram para repor os níveis de álcool que, subitamente, deixou de existir no mercado. A minha proposta vai no sentido de serem criados mecanismos, com caráter de urgência, no sentido que o álcool para produção de álcool gel venha ser, no futuro próximo, maioritária e prioritariamente, de origem vínica.
Existe uma medida no setor, designada por “Prestação Vínica” que consiste na obrigatoriedade de proceder à eliminação controlada dos subprodutos da vinificação, nomeadamente bagaços de uva, borras de vinho e, muitas vezes, vinhos de menor qualidade. Esta prestação é de percentagem variada, de acordo com o ano, mas sempre inferior aos 10%. Na prática, esta figura obriga a eliminar uma pequena parte da produção, conduzindo-a para destilação ou para a indústria do vinagre. Desta forma, consegue-se elevar a qualidade média do vinho produzido e, poder-se-á conseguir regular o mercado. Neste sentido, o que proponho, com base na figura da “Prestação Vínica”, se o enquadramento legal (e Comunitário) o permitir, ou na figura duma medida extraordinária, “Prestação Corona” à maneira das “Corona Bonds”. Na prática, consistiria no Estado Português se propor a comprar e pagar, com celeridade, um volume de vinho para destilação, numa quantidade calculada com base na quebra de vendas para que aponta o mercado (20-30%), pagando um preço justo pelo vinho. Justo!
Desta forma, o Estado supriria as necessidades de álcool, com base num produto nacional, daria um balão de oxigénio ao setor do vinho, evitaria alguns milhares de desempregados, o pagamento de subsídios de desemprego, de prestações de layoff, e manteria vivo um setor que acrescenta muito à identidade e economia do país.
A incrível realidade que vive o setor do petróleo, com o crude a assumir valores negativos, ou seja, a pagar para que se esvaziem os depósitos, fez-me recordar uma história ou mito que há uns anos se ouvia. Que, num certo ano, um conhecido negociante de vinho a granel, enviou a seu mando um falso comprador de vinho a algumas Adegas Cooperativas, em meados de janeiro. Este, abordava a Adega como comprador e acabava por assumir o compromisso de comprar a totalidade da produção armazenada nas cubas. Para o efeito dava um chorudo sinal, em dinheiro. Boa notícia, julgavam eles. Com o passar dos meses, a ausência do comprador fantasma, as cubas cheias, e uma vindima quase à porta, o chorudo sinal tornava-se numa mão quase cheia de nada. Era então a altura para o dito e conhecido negociador de vinho a granel, aparecer e varrer milhões e milhões de litros a um preço miserável e, pasme-se, assumir-se como o salvador da pátria.
Pois o que me preocupa é que faltam 121 dias e, se nada se fizer, muitos petroleiros poderão ir ao fundo.
Distribuidora JMV lança a sua primeira loja online

Num período de reinvenção “obrigatória”, a JMV – José Maria Vieira S.A., acaba de lançar a sua primeira loja online, com uma vasta gama de vinhos tranquilos, vinhos do Porto, vinhos Madeira, espumantes e Champagne, entre outras bebidas. Também cafés e chás de categoria premium não faltam. São mais de duas centenas de produtos das […]
Num período de reinvenção “obrigatória”, a JMV – José Maria Vieira S.A., acaba de lançar a sua primeira loja online, com uma vasta gama de vinhos tranquilos, vinhos do Porto, vinhos Madeira, espumantes e Champagne, entre outras bebidas. Também cafés e chás de categoria premium não faltam. São mais de duas centenas de produtos das várias marcas que a empresa comercializa, num espaço online que vem dar resposta às necessidades das famílias portuguesas e à crescente procura por soluções práticas e seguras para compra dos tipos de bebidas mencionados.
No website, encontra-se uma vasta diversidade de vinhos de empresas como Sociedade dos Vinhos Borges, Ramos Pinto, Pontual Wines, Herdade do Pombal, Fundação Stanley Ho e Madeira Wine Company. Mas a oferta estende-se além-fronteiras, com marcas como Champagne Louis Roederer, Champagne Charles Mignon, Santero, Domaines Ott, Pazo Pondal, Molinari, Broker’s Gin, The Irishman Whiskey, entre outras. Além de vinho, está disponível a gama de cafés da marca Torrié em diferentes formatos: grão, cápsula (compatíveis com máquinas Nespresso e Dolce Gusto), pastilha e moído. Os amantes de chá e infusões também não ficam esquecidos: para além dos chás da Torrié, em saquetas e cápsulas, figura a marca proveniente do Sri Lanka, Dilmah, um produto super-premium e em forma de saqueta.
A JMV consegue, assim, fazer chegar os seus produtos ao domicílio no prazo de 48 horas úteis, assegurando a entrega em todo o território de Portugal Continental. Os envios são realizados através de CTT Expresso e os portes de entrega são gratuitos para encomendas de bebidas superiores a €50, e para encomendas de cafés/chás superiores a €20. Nesta fase de lançamento, o meio de pagamento disponível é o Paypal, mas em breve serão disponibilizados outros métodos.
Adega Cartuxa com vinhos e azeites à distância de um clique

Já está disponível a nova loja online da Cartuxa com os seus vinhos e azeites, e entrega grátis em encomendas superiores a 40 euros. “Idealizadas para serem saboreadas com o tempo e a calmaria que caracteriza as vastas planícies alentejanas”, como diz a Fundação Eugénio de Almeida em comunicado de imprensa, destacam-se várias opções de […]
Já está disponível a nova loja online da Cartuxa com os seus vinhos e azeites, e entrega grátis em encomendas superiores a 40 euros.
“Idealizadas para serem saboreadas com o tempo e a calmaria que caracteriza as vastas planícies alentejanas”, como diz a Fundação Eugénio de Almeida em comunicado de imprensa, destacam-se várias opções de compra, entre elas o Cartuxa tinto 2016, o EA Biológico branco 2018 e o Pêra-Manca branco 2017, por exemplo.
É também possível encontrar neste site os azeites da empresa, que declara: “Mais perto do que nunca, os azeites e vinhos alentejanos da Adega Cartuxa prometem uma viagem até à gastronomia e às pacatas paisagens alentejanas, das vilas caiadas de branco ou da sombra do sobreiro, para que se reviva a saudade, mas também para celebrar e brindar às memórias que estarão para vir”.
Os melhores filmes e documentários para fãs de vinho fechados em casa

Sejamos honestos: devido à pandemia da COVID-19, o isolamento social é a realidade de muitos de nós neste momento, e tudo indica que continuará a ser por algum tempo. Tomando isto como “dado adquirido”, resta saber transformar os tempos em que estamos fechados em casa em momentos agradáveis. Nutrirmo-nos com uma alimentação saudável, manter, dentro […]
Sejamos honestos: devido à pandemia da COVID-19, o isolamento social é a realidade de muitos de nós neste momento, e tudo indica que continuará a ser por algum tempo. Tomando isto como “dado adquirido”, resta saber transformar os tempos em que estamos fechados em casa em momentos agradáveis. Nutrirmo-nos com uma alimentação saudável, manter, dentro do possível, a actividade física e usar as novas tecnologias para comunicar com os nossos mais queridos, são algumas das recomendações feitas pelas autoridades competentes.
Mas nós, fãs incondicionais do líquido mágico de Baco, também temos as nossas necessidades lúdicas e estas podem ser satisfeitas de duas principais formas, numa situação de confinamento: bebê-lo (com moderação), e ver estes filmes e documentários que a Grandes Escolhas reuniu para que, bem… não nos falte nada! Resta saber… açambarcou pipocas?
Sour Grapes (2016)
O mais atrevido e bem montado esquema de fraude no mundo dos vinhos é reflectido neste documentário. Relata a ascensão e a queda do coleccionador de vinhos indonésio Rudy Kurniawan, que vivia luxuosamente, vendendo em leilões e em privado vinhos falsificados das mais famosas propriedades francesas, ganhando valores astronómicos. Disponível também na Netflix.
Entre Vinho e Vinagre (Wine Country, 2019)
Esta comédia conta a história de um grupo de amigas de longa data que se encontra para uma viagem a Napa Valley, para celebrar um aniversário. Um fim-de-semana supostamente ideal, que vai de mal a pior. Também disponível na Netflix.
Podre (Rotten, 2019)
Uma série documental que analisa detalhadamente a cadeia de fornecimento alimentar, expondo verdades desagradáveis e revelando o poder oculto que determina o que comemos. No segundo episódio da segunda temporada, intitulado “O Reinado do Terroir”, é retratado o Sul de França, onde os vitivinicultores fazem de tudo para combater as importações baratas que chegam a granel. Também disponível na Netflix.
Somm (2013)
Neste emocionante documentário, quatro candidatos ao título de Master Sommelier partilham a sua experiência e as tremendas dificuldades em passar num dos mais difíceis exames do mundo (teoria, prova cega e serviço). E se gostar deste, tem ainda para ver a sequela Somm: Into The Bottle (2015). Disponível para alugar/comprar no Google Play Filmes.
https://www.youtube.com/watch?v=O4zeyuk8hL8
Sideways (2004)
Este filme, que mostra uma viagem de dois enoturistas pelas adegas da Califórnia, não só ganhou o Oscar de melhor argumento adaptado, como teve um enorme impacto na popularidade e no aumento de consumo de Pinot Noir nos Estados Unidos. Disponível para alugar/comprar no YouTube e no Google Play Filmes.
Merlove (2009)
O documentário Merlove é uma resposta ao filme Sideways. Aqui, da casta Merlot, falam figuras incontornáveis como o flying winemaker Michel Rolland e o enólogo da Château Petrus Jean-Claude Berrouet, entre outros. A principal mensagem é que uma casta não deve ser considerada superior ou inferior a outras.
Duelo de Castas (Bottle Shock, 2008)
Um filme baseado em factos verídicos de 1976, retratando a polémica “batalha” entre afamados vinhos de Bordéus e os desconhecidos Californianos, trazidos pelo grande conhecedor de vinhos Steven Spurrier. Numa prova cega organizada por ele em Paris, os néctares do Novo Mundo arrasam os seus concorrentes bordaleses.
O Que Nos Liga (Ce qui nous lie, 2017)
Um filme francês sobre as dificuldades interpessoais de três irmãos que se reúnem para gerir a adega depois da morte do seu pai.
Um Bom Ano (A Good Year, 2006)
A longa-metragem conta a história de um bem-sucedido e arrogante gestor na bolsa de valores em Londres que, ao herdar a propriedade vitivinícola do seu falecido tio, regressa às raízes no Sul de França. Disponível para alugar/comprar no YouTube e no Google Play Filmes.
O Beijo (French Kiss, 1995)
Uma comédia romântica que conta a história de Charlie, noivo de Kate, que lhe liga de Paris para confessar que está apaixonado por outra mulher, uma francesa de nome Giuliette. Kate decide ir atrás dele e, na viagem de avião, conhece um francês que (só por acaso) é produtor de vinhos.
Mariana Lopes
[ADIADO]Beira Interior Gourmet 2020 tem participação de 33 restaurantes

ADIADO POR TEMPO INDETERMINADO A primeira edição do Concurso Beira Interior Gourmet terá 33 restaurantes aderentes, um evento que decorrerá entre os dias 14 de Março e 16 de Abril. Em conjunto com os produtores de vinhos da região, estes restaurantes pretendem potenciar um dos ex-libris da Beira Interior, a sua gastronomia e os seus […]
ADIADO POR TEMPO INDETERMINADO
A primeira edição do Concurso Beira Interior Gourmet terá 33 restaurantes aderentes, um evento que decorrerá entre os dias 14 de Março e 16 de Abril. Em conjunto com os produtores de vinhos da região, estes restaurantes pretendem potenciar um dos ex-libris da Beira Interior, a sua gastronomia e os seus vinhos.
Estarão diferentes pratos a concurso, harmonizados com vinhos da região, que o público terá oportunidade de provar durante este período. Os restaurantes estarão em competição no âmbito das seguintes categorias:
- Restaurante “Cozinha Tradicional/ Regional” – menus de cozinha regional, com produtos da Beira Interior ou da região onde está inserido, com ambiente típico ou contemporâneo.
- Restaurante “Cozinha criativa/Evolutiva” – cozinha elaborada e serviço especializado, com Chef de Cozinha e com ambiente de algum requinte.
- Restaurante “Cozinha Europeia e do Mundo” – cozinha tradicional de outros países, ou “fusão”, com ambiente contemporâneo ou clássico.
O menu a concurso é composto por entrada, prato principal e sobremesa, que deverão ser acompanhados por vinhos da Beira Interior certificados (DO e/ou IG) inseridos na carta de vinhos do restaurante.
Esta iniciativa insere-se na estratégia de promoção do enoturismo da região, no qual a recentemente criada Rota dos Vinhos da Beira Interior faz deste evento uma aposta no desenvolvimento da região. Para avaliação, foi reunido um júri das áreas da cozinha; turismo e cultura; ensino e enologia, cuja presidência estará a cargo de Fernando Melo, conceituado crítico de vinhos e cozinha, colaborador da Grandes Escolhas.
Os restaurantes aderentes:
Okah Restaurant & Rooftop recebe Paulo Laureano para jantar vínico

Dia 12 de Março, quinta-feira, será dia de jantar vínico no ŌKAH Restaurant & Rooftop, com uma vista privilegiada sobre Lisboa e o rio Tejo. A experiência, que terá início às 20h00, contará com os vinhos do enólogo e produtor Paulo Laureano, harmonizados com as propostas criativas do chef Luís Barradas. A refeição começará com […]

Dia 12 de Março, quinta-feira, será dia de jantar vínico no ŌKAH Restaurant & Rooftop, com uma vista privilegiada sobre Lisboa e o rio Tejo. A experiência, que terá início às 20h00, contará com os vinhos do enólogo e produtor Paulo Laureano, harmonizados com as propostas criativas do chef Luís Barradas.
A refeição começará com Vieira, Tupinambour e Cogumelos Shimeji. Seguir-se-á o prato de peixe, um Carolino de Lingueirão com Algas do Sado, que fará par com um Verdelho 2018. Para os amantes de carne, será servido Borrego acompanhado de Beringela, Pão Pita e Hortelã, harmonizado com um Alfrocheiro 2016. Lombelo e Pastinaca com Legumes do Poial serão conjugados com um Dolium Tinto 2014. Para terminar, o chef Luís Barradas apresentará um Pudim Abade de Priscos, que Paulo Laureano complementará com um Tinta Grossa 2015.
O jantar tem o valor de €45 por pessoa e as reservas podem ser feitas através do e-mail reservas@okah.pt ou do contacto telefónico 914 110 791.
O espaço do novo edifício do Cais da Rocha Conde de Óbidos, em Alcântara, marca pela sua gastronomia única, com uma filosofia que integra diversas influências da cozinha de Portugal e do Mundo, e que neste jantar irá inspirar-se no vinho.

“Esporão no Porto” com provas e workshops

O Esporão no Porto, localizado na Rua do Almada 501, acaba de apresentar a sua agenda de provas e workshops de Janeiro a Março. Sujeitos a reservas pelo telefone ou e-mail, vão decorrer também algumas provas e workshops especiais de carácter único, como as conversas de azeite, que contarão com a oleóloga do Esporão Ana […]
O Esporão no Porto, localizado na Rua do Almada 501, acaba de apresentar a sua agenda de provas e workshops de Janeiro a Março. Sujeitos a reservas pelo telefone ou e-mail, vão decorrer também algumas provas e workshops especiais de carácter único, como as conversas de azeite, que contarão com a oleóloga do Esporão Ana Carrilho e a participação de produtores de Trás-os-Montes e Alentejo.
De Terça-feira a Sábado, antes do almoço ou durante a tarde, haverá várias provas: Vinhos de Talha, Loureiro do Minho, Brancos e Tintos com Madeira, Terroir de Murças, entre outras. Para quem gosta de azeite, está prevista também uma prova sobre Azeite do Esporão e para os adeptos de cerveja haverá uma prova das versões Lager, Amber e IPA da Cerveja Sovina.
As reservas são feitas através do e-mail esporaonoporto@esporao.com
A agenda:
Provas – Todos os dias de 3.ª a Sábado antes do almoço ou durante a tarde
Alentejo vs. Douro – Quatro vinhos que contam a história de duas regiões
Brancos e Tintos com Madeira – Quatro vinhos do Alentejo que mostram as diferenças dos estágios em madeira
Talha vs. Ânfora – Vinho alentejano que resulta de uma técnica ancestral e uma nova perspectiva no Douro
Vinhos de Talha – Vinhos produzidos em ânforas antigas de barro — Talhas
Loureiro do Minho – A versatilidade da casta em três vinhos distintos
Terroir de Murças – Três vinhos que exprimem a diversidade da Quinta dos Murças no Douro
Azeite do Esporão – Três azeites, sabores distintos, usos diversos
Herdade do Esporão – A gama principal do Esporão é dada à prova em quatro vinhos
Cerveja Sovina – A cerveja artesanal do Esporão nas versões Lager, Amber e IPA
Provas Especiais e Workshops
Janeiro
Dia 14 / Terça – Gama Esporão Com o enólogo David Baverstock
Dia 17 / Sexta – Conversas de Azeite Com a oleóloga Ana Carrilho
Dia 23 / Quinta – Queijos e Vinhos Prova com Alberte Díaz, Queijaria do Almada e António Roquette, Enoturismo da Herdade do Esporão
Conversas com os Artesãos – Outono – Com Passa Ao Futuro
Fevereiro
Dia 11 / Terça – Prova — As Diferentes Origens da Quinta dos Murças Com o enólogo José Luís Moreira da Silva
Dia 20 / Quinta – Cerveja Sovina Visita à fábrica e prova no Esporão No Porto + petiscos, com o mestre cervejeiro Fábio Torre
Dia 27 / Quinta – Prova Varietais Com o enólogo David Baverstock
Março
Dia 4 / Quarta – Sovina e Sobremesas Pairing de sobremesas e Sovina com o mestre cervejeiro Fábio Torre
Dia 10 / Terça – Prova vertical Quinta Dos Murças Reserva, 2010 – 2015 Com o enólogo José Luís Moreira da Silva
Dia 24 / Terça – Vinhos de Talha Com o Gestor do Enoturismo da Herdade do Esporão António Roquette
Dia 21 / Sábado – Montra Esporão No Porto #2
Vinho, o segredo mais bem guardado da Suíça

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A banca e a relojoaria são tradicionalmente associadas à Suíça, chocolate e queijos são os seus ícones gastronómicos e as montanhas e lagos caracterizam a sua paisagem, enquanto os vinhos suíços são quase incógnitos para o resto […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A banca e a relojoaria são tradicionalmente associadas à Suíça, chocolate e queijos são os seus ícones gastronómicos e as montanhas e lagos caracterizam a sua paisagem, enquanto os vinhos suíços são quase incógnitos para o resto do mundo. Os suíços bebem-no quase todo…
TEXTO Valéria Zaferino
Poucos podem dizer que conhecem ou que já provaram algum vinho daquele país montanhoso. E razão é muito simples: a Suíça exporta apenas 1% de vinho que produz, tudo o resto é consumido no mercado interno. E não se trata de uma actividade recente. A vinha é cultivada na Suíça desde a época dos romanos. Antes da filoxera, que chegou a estas terras em 1871, a área de vinha era o dobro da plantada hoje (30.000 contra quase 15.000 hectares).
ENTRE LAGOS E MONTANHAS
As condições edafoclimáticas da Suíça são moldadas pelos lagos e montanhas. Os Alpes ocupam 61% do seu território, por isso em mui¬tos casos trata-se de viticultura de montanha, com diferentes altitudes e exposições. As vinhas sobem encostas, por vezes vertiginosas, com escadaria de socalcos, o que impossibilita mecanização, dificulta o tra¬balho na vinha e aumenta o custo de produção.
Se em Bordeaux por ano são necessárias cerca de 300 horas/hectare de trabalho, nas vinhas da Suíça este valor vai de 400 a 1500 horas/ hectare (como no nosso Douro, diga-se de passagem). Em contrapartida, os viticultores suíços recebem 4,5-5 francos por quilo de uva. Os vinhos também não são baratos, é difícil encontrar vinho por menos de 10 francos suíços. Em alguns cantões até o preço de Grand Cru é controlado. Por exemplo, segundo um produtor em Valais, o vinho classificado como Grand Cru não pode ser vendido por um preço inferior a 25 francos.
Os lagos também desempenham um papel importante, amenizando a continentalidade do clima e reflectindo o sol através dos grandes espelhos de água. O lago Léman, três lagos interligados (Neuchâtel, Bienne e Morat), de Zurique, de Constance e de Lugano são os maiores.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”40497″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]MUITAS CASTAS
A área de vinha na Suíça é apenas cerca de 15 000 hectares (ao nível do nosso Trás-os-Montes ou Dão). A grande surpresa é o número de castas existentes. São 252, das quais 80 autóctones! Nestas últimas também estão incluídas as castas criadas por cruzamentos, como Gamaret e Garanoir (filhas de Gamay e Reichensteiner), Divona e Dívico (filhas de Gamaret e Bronner) entre muitas outras, e híbridos de Vitis Vinifera com outras espécies de videira. Desde os anos 70, o centro de soluções para agricultura na Suíça, Agroscope, é incansável na criação de castas novas com determinadas características e mais resistentes a doenças.
As castas estrangeiras, plantadas antes de 1900, obtiveram o estatuto de tradicionais, por terem grande histórico de plantação no país. É o caso de Pinot Noir, Gamay, Sylvaner, Savagnin entre outras.
O ícone da Suíça vitivinícola é Chasselas (aka Fendant na região de Valais e Gutedel na região de Zurique), a mais importante e mais plantada das castas autóctones, com área de 3.733 hectares, que representa 61% das castas brancas do país. É originária do norte do lago Léman, com referências desde o século XVII, está mais plantada na parte francesa da Suíça, em cantões de Vaud, Valais, Genebra e Três Lagos. Produz vinhos delicados, com certa subtileza, a expressar aro¬mas de flores brancas, pera e limão e apontamentos amanteigados e minerais. Na Suíça até existe um concurso mundial só de Chasselas, organizado desde 2012.
A Petite Arvine é outra das castas autóctones, embora com muito me¬nos expressão (197 ha), que é capaz de produzir vinhos brancos de grande qualidade com aromas citrinos e de ananás, notas salinas e óptima acidez. Dá origem a vinhos tranquilos, espumantes e colheitas tardias.
A Pinot Noir é plantada em todas as regiões da Suíça e já ultrapassou Chasselas em termos de área, ocupando 4070 hectares. É muito utilizada para fazer rosé clarinho, chamado Oeil de Perdrix (Olho de perdiz), onde pode ser adicionada uma décima parte de Pinot Gris; Em Neuchâtel produzem a sua versão branca – Perdrix Blanche.
Gamay é outra casta com uma área de plantação significativa (1277 ha), cuja popularidade anda a oscilar um pouco ao gosto do consumidor. Pinot Noir e Gamay constituem 85% (e Pinot Noir predomina) do vinho Dôle, simples, fresco e frutado, tradicional na região de Valais.
AS PRINCIPAIS REGIÕES
Valais é a maior e, aparentemente, mais antiga região vitivinícola da Suíça, responsável pela 33% da plantação de vinha no país. Rodeada de montanhas e com solos variados, segue o curso do rio Rhône/Ró¬dano. O clima é seco e solarengo, a contar com 2500 horas de sol e 650 mm de precipitação anuais (a lembrar o nosso Cima Corgo no Douro), é acentuado pelos secos e quentes ventos “Foehn”. Nestas condições, a rega torna-se importante. Felizmente, a água das glaciares não falta, e para colhê-la foram construídos os canais de irrigação chamados “bisses” e muitos deles continuam a ser usados.
A maior parte das vinhas ficam numa altitude de 460-760 metros. A inclinação em certos pontos chega a ser 90% (42˚) e o transporte da uva vindimada só pode ser feito por um sistema de mono¬carril. As castas mais utilizadas em Valais são Pinot Noir, Chasselas e Gamay.
Vaud é a segunda maior região com 26% da área de vinha e é a única na Suíça que produz mais vinho branco do que tinto. Os vinhedos abraçam a margem norte do lago Léman. As vinhas do AOC Lavaux esculpidas em estreitos terraços, são impressionantes e fazem parte do património mundial da humanidade da UNESCO desde 2007. É o reino da Chasselas que expressa bem os diferentes terroirs, provavelmente por isto, nos rótulos figura não o nome da casta, mas sim o nome do local da sua origem, como por exemplo os Grand Crus Calamin e Dézaley, cujos solos argiloso-calcários originam vinhos particularmente expressivos. Pinot Noir e Gamay também estão bem presentes na região, mas dado às novas tendências, as castas Gamaret, Garanoir e Merlot estão a ganhar terreno.
As vinhas na região de Genebra começam a poucos quilo¬metros do centro da cidade e ultrapassam a fronteira com França, sendo que 122 dos 1413 hectares situados no ter¬ritório francês pertencem aos produtores suíços e podem ser certificados como AOC Genebra. Gamay e Chasselas são as principais castas utilizadas, seguidas de Ponot Noir, Gamaret e Chardonnay.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”40498″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]TICINO – PARAÍSO PARA ENOTURISTAS
É a região que não se parece com nenhuma outra na Suíça. É a única que fica do lado sul dos Alpes. Para lá chegar é preciso atravessar uma montanha num túnel de 57 km, o mais comprido do mundo. Ou quem não tem pressa, pode ir observando as vistas fabulosas pelas janelas enormes do comboio panorâmico (Gotthard Panorama Express ou Bernina Express).
Com fronteira com o norte de Itália, é um autêntico oasis mediterrânico da Suíça, que se tornou numa zona de fé¬rias por excelência para o resto do país. É uma combinação perfeita da cultura latina com organização suíça.
O clima é mais moderado do que no resto do país. É uma região com sol generoso (2.200 horas por ano), mas também com chuvas frequentes. A precipitação anual fica nos 1600 mm, a lembrar o nosso Minho. Mas as chuvas lá não são prolongadas, caem de repente em grande quantidade. O vento “foehn”, que também sopra nestes lados, ajuda a secar as vinhas depois das chuvas. O granizo é frequente, por isso proteger as vinhas com uma rede especial é quase imperativo.
O Monte Ceneri divide a região pelo sul (Sopraceneri) e norte (Sottoceneri). A parte sul é mais pequena em termos de dimensão, mas tem mais produtores, maior área plantada nas suas encostas pacatas e produz vinhos elegantes e com mais fruta. A parte norte, dado ao seu relevo montanhoso, embora tenha um território maior, tem menos vinha. Nos seus solos pedregosos nascem os vinhos mais austeros que precisam de tempo em garrafa.
Ao contrário de outras regiões da Suíça, onde reina Chasselas, em Ticino a estrela é Merlot, responsável por 80% dos vinhos. A seguir ao surto da filoxera que chegou a Ticino só em 1897, foram iniciados os estudos das castas que melhor se adaptassem e pudessem trazer sucesso à região, superando as videiras americanas (York Madeira e omnipresente Isabella) e castas rústicas autóctones, como a Bondola, por exemplo. Esta perdeu terreno até quase à sua extinção e está agora a atravessar um ligeiro renascimento.
De Merlot, em Ticino faz-se tudo, começando pelos sérios e aveludados tintos, inspirados por Bordeaux, com alguns vinhos a rivalizar com os melhores Merlot do mundo; leves rosés; espumantes e até bastante popular Bianco di Merlot, vinificado em branco. Este corresponde a cerca de 20% de Merlot produzido na região. É mesmo o caso para dizer que a casta foi bem adotada e bem adaptada.
Qualquer enófilo, ao visitar a região, será sempre bem vindo a Casa del Vino Ticino, onde pode obter toda a informação e provar mais de 200 referências, que representam 90% dos produtores da região. Mas não há nada mais enriquecedor do que visitar produtores diferentes em termos de dimensão e filosofia.
A Valsangiacomo Vini é a casa mais antiga em Ticino, fundada em 1831, primeiro como importadora e distribuidora de vinho e a partir do início do século 20 focou-se na produção própria. Já está nas mãos da sexta geração.[/vc_column_text][image_with_animation image_url=”40504″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][vc_column_text]Família Tamborini, um dos maiores (à medida da região) produtores, possui uma propriedade, Vallombrosa, onde foram plantadas as primeiras vinhas de Merlot em Ticino em 1908. Para além dos 25 hectares de vinha própria, compram muitas uvas a viticultores da região. Esta propriedade ainda dispõe de um conjunto de quartos no conceito Bed&Breackfast, decorados por artistas locais. Em 2012 Cláudio Tamborini foi considerado o enólogo do ano no concurso nacional “Grand Prix des Vins Suisses”. Dois anos antes este prémio foi entregue ao enólogo da Agriloro, fundada em 1981, onde em cada vinho reconhece bem o estilo do produtor.
A aliança de Gialdi e Brivio resultou no maior produtor da região, que produz anualmente cerca de 1 milhão de garrafas. Funciona como negociante: não possui vinhas, mas trabalha com cerca de 320 produtores no Sopraceneri e no Sottoceneri, controlando toda a parte da viticultura.
Cantine Monti é uma pequena empresa familiar com muita alma. Ivo Monti, depois de deixar uma carreira de oficial num cargueiro, encontrou a sua verdadeira vocação junto do seu pai que adquiriu a propriedade em 1976. Uma adega, pequena, mas extremamente funcional e bem pensada, fica numa altitude de 550 metros numa encosta inclinada obrigando a grande exercício físico de quem os visita e lá trabalha. Ainda bem que só têm 4 hectares. Os vinhos produzidos são cheios de personalidade.
A moderna e bem equipada adega da Fattoria Moncucchetto projectada pelo famoso arqui-teto Mario Botta fica a mais de 400 m de altitude e oferece uma vista magnífica sobre dois lagos. E ainda poussuem um espaço elegante para eventos com cozinha à responsabilidade do chef Andrea Muggiano.
A imponente adega de Zanini Vinotierri com uma sala de barricas a lembrar um anfiteatro e outra feita em espiral com 18 metros de profundidade. O seu topo de gama Castello Luigi Rosso de 2,5 ha com 80% Merlot e 20% de Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, vinho aristocrata vendido a 139 euros, certamente é um dos melhores de Ticino.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” bg_color=”rgba(221,166,171,0.69)” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom” shape_type=””][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_text_separator title=”Sabia que “][vc_column_text]
- O chamado Vinho dos Glaciares é um vinho branco sujeito ao estágio oxidativo tipo solera (mantido durante muitos anos em grandes cascos, que de tempos em tempos são atestados com vinho novo). É produzido apenas num vale, Val d’Annivers, no centro do cantão de Valais e feito de um blend de castas, incluindo a autóctone Rèze.
- As vinhas de Visperterminen numa altitude de 1100 metros ficam entre as mais altas da Europa e foram poupadas da filoxera que não conseguiu lá chegar. Aqui ainda hoje existem vinhas não enxertadas de Savagnin Blanc, chamada nesta zona Païen.
- A vinha mais pequena do mundo, em termos de dimensão, fica numa aldeia medieval Saillon, na região de Valais, e contem apenas 3 videiras
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
Edição Nº28, Agosto 2019
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