Alentejo vê exportações de vinho crescer em 2021

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]No primeiro semestre de 2021, as exportações de vinho do Alentejo verificaram um crescimento nas três principais grandezas: valor, volume e preço médio. Em valor, o aumento foi de 20%, correspondente a 32 milhões de euros de […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]No primeiro semestre de 2021, as exportações de vinho do Alentejo verificaram um crescimento nas três principais grandezas: valor, volume e preço médio.
Em valor, o aumento foi de 20%, correspondente a 32 milhões de euros de receita gerada. Os dados do INE, revelados esta quarta-feira pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), anunciaram, ainda, cerca de 12 milhões de garrafas comercializadas para o mercado externo, o que se traduz em mais de 9 milhões de litros exportados (+14% em volume) em comparação com período homólogo do ano anterior. Também o preço médio por litro de vinho acompanhou a tendência de subida, com um aumento de 5%, para €3,48 por litro. Recorde-se que, em 2020, no primeiro semestre, o Alentejo exportou 8,1 milhões de litros, que corresponderam a 27 milhões de euros, a um preço médio por litro de €3,32.
Desta forma, os valores das exportações da primeira metade de 2021 já superaram os resultados atingidos pelo Alentejo no período pré-pandemia, sobretudo com os mercados brasileiro (+34% em valor e +27% em litros), suíço (+16% em valor e +8% em litros), norte-americano (+7% em valor e -0,2% em litros) e do Reino Unido (+123% em valor e +85% em litros). Ainda segundo a CVRA, também os mercados asiáticos cresceram entre Janeiro e Junho, com a China a fechar o semestre em níveis pré-pandemia e um aumento de compras de vinho alentejano face a 2020 (+15% em valor e +13% em litros) e Macau a superar os resultados totais alcançados nos últimos dois anos (+227% em valor e +192% em litros).
Francisco Mateus, presidente da CVRA, antecipa: “Este crescimento na primeira metade do ano é um sinal muito positivo dos valores que podemos vir a obter este ano, uma vez que, habitualmente, os segundos semestres são mais fortes na exportação. Estamos confiantes que 2021 possa revelar-se o ano com melhores resultados desde que há registo”. Francisco Mateus destaca, ainda, o facto de o valor do vinho exportado ter subido mais do que a quantidade, sublinhando que “no TOP 10 dos 89 mercados para onde se exportou, todos registaram subida no preço médio, o que demonstra que a qualidade dos vinhos alentejanos é reconhecida por importadores e consumidores, que estão disponíveis para pagar mais pelos vinhos da região.” [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
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Mesa posta. Venham os espumantes!

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]É nesta época que se consome mais de 90% da produção mundial destes vinhos, que se distinguem desde logo pela bolha e pela frescura de boca. Do Natal à passagem de ano voam muitos milhões de garrafas. […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]É nesta época que se consome mais de 90% da produção mundial destes vinhos, que se distinguem desde logo pela bolha e pela frescura de boca. Do Natal à passagem de ano voam muitos milhões de garrafas. Mas vamos deixar a noite mágica e tentar saber mais sobre o comportamento dos espumantes no lugar onde mais merecem ser apreciados: à mesa.
(Artigo publicado na Edição de Novembro de 2020)
Texto: João Paulo Martins
Os espumantes têm uma história antiga em Portugal. Aqui como noutros pontos do globo foi a região de Champagne que serviu de inspiração e a fama que a bebida das bolhas vinha adquirindo desde o séc. XVIII acabou por contagiar produtores e técnicos que procuraram não só seguir os passos da técnica clássica de produção, como tentaram, em zonas de clima semelhante e por vezes com as mesmas castas, fazer igual.
A história do espumante português coloca-nos em finais do séc. XIX mas bem antes já duas zonas se notabilizavam pelas boas características que apresentavam. No caso específico da Bairrada, as suas virtudes foram assinaladas logo na segunda metade do século. Foi António Augusto de Aguiar quem, em 1866, fez uma descrição das zonas produtoras da Bairrada, delimitando as melhores que se destinariam aos vinhos de embarque, distinguindo-os dos vinhos de consumo.
Na prática estava a “demarcar” a região e esse mapa durante muitas décadas ilustrou os rótulos de empresas como as Caves São João. Ali se identificava a zona da Mealhada/Anadia como centro onde se produziam os melhores tintos e mais a norte, Óis do Bairro/Mogofores como a zona dos brancos. Mais para norte e mais para sul situavam-se as zonas de vinhos de menor valia. Nesta região, as primeiras tentativas de fazer espumante datam de 1890, tendo sido contratado um enólogo francês, Paulo Palut que chega à Escola Prática de Anadia para ajudar a “preparar vinhos do tipo francês, Borgonha, Bordéus, Sauterne e Champagne”.
Os resultados não foram os esperados e é essa nessa altura que o Engº Tavares da Silva se propõe fazer experiências na busca de vinhos inspirados nos champanhes, tendo começado ainda em 1885, no Douro, a fazer ensaios com a casta Malvasia Fina. Visitas à região francesa e troca de experiências com técnicos de Champagne acabaram por gerar na Bairrada um interesse nesse tipo de vinhos. Estava-se então em 1890 e é o próprio Tavares da Siva que dá conta de experiências semelhantes levadas a cabo no Douro pela Real Companhia Vinícola do Norte.
Em 1891 os primeiros resultados são apresentados a público na Exposição Industrial Portuguesa. Noutras zonas do país a experimentação é a palavra de ordem e mesmo no Alentejo, em Castelo de Vide, a família Le Cocq já produzia, crê-se desde 1850, um espumoso fino e delicado mas que não seguia a regras da zona de Champagne. Em Lamego irá também nascer uma empresa – Valle, Filho & Genros – que, ainda no séc. XIX, começa a produzir espumantes e que está na origem das Caves da Raposeira. Na Bairrada, Tavares da Silva produz os primeiros “vinhos espumosos” por fermentação natural em garrafa. A apresentação oficial tem lugar três anos mais tarde e dos quatro tipos apresentados foram “julgados bons trez d’esses typos a que se concordou dar os nomes de Secco, Supra e Excelsior”. Constitui-se então a Associação Vinícola da Bairrada que visava exactamente a produção de “espumosos do typo champagnes”.
Os vinhos então produzidos já seguiam as práticas básicas da produção: elaboração de um vinho-base, adição de leveduras e açúcar para a segunda fermentação, remuage das borras nas pupitres e dégorgment antes da colocação da rolha final.
Na primeira década do século XX está estabelecida a indústria do espumante na zona bairradina que, a par de Lamego, ganhou foros de grande zona produtora. A história da Bairrada conta-se também através das inúmeras Caves que foram surgindo nas primeiras décadas do séc. XX, empresas que não eram produtoras mas que adquiriam vinho feito a lavradores e que depois espumantizavam.
Da Bairrada, de Lamego e de todo o lado
A produção nacional esteve muitos e muitos anos confinada a duas zonas: a Bairrada e a zona de Lamego onde a Raposeira e a Murganheira ditaram as leis e os modelos do espumante que se consumia no país. Esse consumo foi, durante muitas décadas, sobretudo de vinhos da variedade Meio-Seco, muito usados em momentos de celebração como casamentos, baptizados, passagens de ano, aniversários ou outras festividades.
A grande luta das últimas décadas foi exactamente a mudança deste paradigma, ou seja, tirar o espumante da sobremesa e mudá-lo para aperitivo ou mesmo como acompanhante da refeição, diminuir-lhe o teor de açúcar, impondo o tipo Bruto (até 12 gr/açúcar por litro) como sendo o que melhor expressa as qualidades e o perfil desta ou aquela marca. A partir da década de 90 do século passado começaram também a surgir espumantes noutras zonas do país: renasceu no Douro quer na Real Companhia Velha quer nas Caves Transmontanas, começou a ganhar força na região dos Vinhos Verdes e, aos poucos, foi-se espalhando por todo o país.
Actualmente está presente em todas as regiões, incluindo nas ilhas dos Açores e Madeira. Esta expansão não corresponde, no entanto, a uma produção massiva: há muitos produtores que assumem o seu espumante como complemento de portefólio e as quantidades são residuais. É o caso, por exemplo, dos vinhos Alvarinho de Monção e Melgaço onde proliferam muitas marcas mas que apenas têm circulação regional em consequência da pequena produção. Em termos de volume é na Bairrada e em Lamego (Távora-Varosa) que mais se produz, com quantitativos a chegarem aos 3,5 milhões de garrafas (Raposeira e Murganheira) e a Bairrada – com uma produção disseminada por muitos produtores – a atingir os 10 milhões de garrafas. São estas duas regiões que, a haver, deveriam ter uma Denominação própria para espumantes, coisa que não existe em Portugal. A estes números deverão acrescentar-se 1126 marcas de espumante com o selo IVV-Instituto da Vinha e do Vinho (sem D.O.) que circulam no país, o que poderá corresponder a uma quantidade de garrafas muito significativa, não contabilizada aqui.

Os sins e os não dos rótulos, velharias e modernices
As garrafas de espumante trazem algumas informações importantes que convém conhecer. Em primeiro lugar, a informação da cor deixou de ser obrigatória e por isso, nomeadamente em brancos e rosados, poderá não ser muito evidente a identificação da cor olhando através do vidro colorido da garrafa. Alguns vinhos “brancos” são feitos com uvas tintas – prática habitual e com grande tradição em Champagne – e podem apresentar uma muito leve coloração que não corresponde a um branco, mas também não é um rosé. Assim sendo, é mais prático não indicar qualquer cor.
Em segundo lugar, a indicação da data da colheita, só por si, não nos diz tudo sobre o tempo que poderemos guardar o vinho em casa; tudo depende da duração do estágio que o vinho teve em cave antes de lhe ser colocada a rolha de cortiça. Algumas empresas, como a Murganheira, chegam a manter o vinho 10 anos em estágio antes do dégorgement e só sabendo isso é que podemos aquilatar da duração do vinho em casa. Começa, felizmente, a ser frequente vir na garrafa a indicação da data em que o vinho foi degorjado; é essa a data que nos interessa: a partir desse momento poderemos contar 6 a 8 anos para consumir o vinho. Passado esse tempo entramos em período crítico em que o vinho pode já não estar bom.
A rolha, com o tempo, perde a elasticidade e acabará por deixar sair o gás do vinho. Sem gás…não há espumante! Em terceiro lugar, o vinho pode ter, ou não, Denominação de Origem; esse não é necessariamente um factor de diferente qualidade. A fim de poder colocar o vinho mais cedo no mercado ou usar castas não previstas nos regulamentos, os produtores podem optar por não certificar o seu vinho que, por isso, sai para o mercado apenas com um selo IVV não tendo passado pelo crivo de qualquer câmara de provadores. É o consumidor que vai aquilatar da qualidade e da aptidão do espumante para ser consumido à mesa ou fora dela.
Uma outra questão que se pode colocar: ter data da colheita é sinónimo de melhor qualidade? O assunto é muito caro aos franceses porque em Champagne a maior parte da produção assenta em vinhos não datados. A razão é histórica e climática: com as grandes variações que o clima reserva àquela zona de França, a produção é demasiado variável para poderem os vinhos ter sempre a data da colheita. Assim, generalizou-se a prática de deixar vinho guardado de umas colheitas para as outras, o Vin de Réserve, a fim de poder fazer a cuvée anual tão parecida quanto possível com o vinho que melhor representa o “estilo da casa”. Por cá, também por força de um clima mais previsível em termos de variações, as garrafas datadas ganharam mais protagonismo. No entanto, não é por não terem data que serão de menor valia. O consumidor é que deverá informar-se bem, no momento da compra, sobre a idade do vinho que está a comprar, para não ter surpresas no futuro.

A produção do espumante vai acompanhando os gostos e as manias dos consumidores. Por essa razão, ao fim de décadas e décadas sem alterações significativas, também neste sector se encetaram algumas mudanças. Foi o caso da rolha, que alguns produtores quiseram substituir por uma carica, sendo o vinho vendido com esta tampa metálica. Esta prática, que seguramente não agrada à maioria, poderia resolver de vez a longevidade do espumante em garrafa, seguramente assegurando um bom produto por 30 ou mais anos, mas por enquanto é a rolha que prevalece. A segunda novidade é, em boa verdade, uma velharia. São os chamados PetNat (pétillant naturel), espumantes em que o vinho é engarrafado ainda antes de terminar a fermentação e, assim, ela irá finalizar-se na garrafa, gerando gás carbónico. É o chamado Método Ancestral. Resulta assim um vinho turvo, com menos pressão e, a meu ver, muitíssimo menos interessante que um espumante/champanhe. É uma moda, como outras que percorrem agora o mundo do vinho. Os adeptos acham que é mais do que uma moda. Deixemos ao tempo essa decisão…

O espumante à mesa
Diz-se com frequência que o espumante é a única bebida que pode acompanhar uma refeição do princípio ao fim. Tendo a concordar. Muita da luta que alguma imprensa (onde me incluo) tem tido nas últimas décadas assenta na ideia de o espumante poder ser melhor apreciado no início e durante a refeição. Se recuássemos aos anos 70 do século passado assistiríamos ao consumo do whisky com gelo como bebida para receber convidados ou fazer de aperitivo. O espumante era, fora círculos restritos de consumidores avisados, uma bebida de festa, de celebração, mas não necessariamente um parceiro de refeição.
A luta centrou-se então no “puxar” do espumante para aperitivo, deixando de lado o whisky que, diga-se, à época, tinha versões populares muito baratas, com marcas como Benfica, Sporting e Porto e outras do mesmo calibre, com a qualidade/complexidade que se imagina. Ao trazer o espumante para aperitivo, a variedade Bruto começou a ganhar cada vez mais adeptos. Embora não corresponda a um espumante sem açúcar (pode conter até 12 gramas/açúcar por litro, apenas o Bruto Natural não tem açúcar adicionado), passou a ser perfeito companheiro para acepipes e petiscos entradeiros onde os peixes fumados começaram também a ganhar adeptos.
O segundo momento reveste-se de maior complexidade, ou seja, fazer do espumante o acompanhamento de toda a refeição. Aqui não há regras fixas e tem de se ver caso a caso porque é preciso perceber a textura, o volume, a acidez e o balanço do prato para descobrir depois qual o espumante que lhe pode ir mais a jeito. Mesmo os apreciadores de Champanhe têm o mesmo problema e a literatura e os conselhos dos franceses sobre a matéria são muito variados. Na região francesa, o clima e a história (múltiplas ocupações da zona) impediram a criação de uma tradição própria de pairing wine and food, pelo que mesmo em França não há ideias-feitas sobre a ligação com a comida. Segura é a ligação com aperitivos de luxo (como caviar) peixes e mariscos (nomeadamente ostras, lavagante), muito consensual é também a conjugação com queijos cremosos do tipo Brie ou Camembert mas também outros como Chaourse. Já à mesa, são os aromas e sabores exóticos dos pratos de caça que fazem as delícias de muitos apreciadores. Um mundo por descobrir.

As castas e o clima – uma escolha difícil
A produção de espumantes é possível em qualquer zona, independentemente do solo e do clima. Sabe-se que é preciso ter um vinho-base com pouco álcool e para isso é aconselhável colher as uvas cedo para se obter um vinho com acidez elevada e pouco grau. Se tivermos depois uma cave fria e com temperatura constante onde o vinho possa repousar (o que se fez na Bairrada, por exemplo, e também nas Caves da Murganhiera), é possível fazer um espumante de norte a sul. Fica então a pergunta: porque é que há castas/zonas onde os resultados são melhores do que outros?
Antes de mais, as castas a seleccionar deverão ser razoavelmente neutras em termos aromáticos; é por esta razão que, a não ser por curiosidade, quase não se fazem espumantes naturais com Riesling, Moscatel ou Sauvignon Blanc; são castas muito aromáticas e marcam demasiado o vinho final. A ideia é mesmo que esses aromas finais resultem da segunda fermentação e do prolongado estágio em garrafa.
Temos então que variedades mais neutras, como a Chardonnay e Pinot Noir mas também, no caso da Bairrada, a Baga, e no Douro, a Gouveio, a Rabigato e Viosinho são as mais aconselháveis. E, se tiverem origem em climas frios, as castas com pouca maturação fenólica, com pH baixo, ácido málico elevado e acidez também elevada, tendem a gerar melhores espumantes. Nos climas quentes tudo fica mais difícil porque muitos destes factores não existem naturalmente. É essa conjugação de factores, aliada aos solos calcários, que é responsável pela supremacia dos champanhes franceses (passe o pleonasmo…) face aos espumantes, sobretudo depois de longos estágios em cave antes do dégorgement. Como conclusão pode dizer-se: faz-se em todo o lado, mas…não é a mesma coisa!

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Monte da Ravasqueira: Uma carta de amor ao Alentejo

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Há três gerações que a família Mello é proprietária do Monte da Ravasqueira, em Arraiolos, mas foi na segunda que o projecto de vinhos nasceu. Hoje, é um negócio sólido e consolidado, e isso reflecte-se num portfólio de luxo.
Texto: Mariana Lopes
Fotos: Ricardo Gomez

“Ex.ᵐᵒ Senhor, / Sou apenas um aprendiz de vitivinicultura pois só há pouco comecei a ter a vinha plantada na minha propriedade da Ravasqueira, em Arraiolos, com a adega em fase de construção.”. Assim começa a carta escrita, em 2002, por José Manuel de Mello — segunda geração de proprietários do Monte da Ravasqueira — a Luís Lopes (à data, Director da Revista de Vinhos). O seu pai, D. Manuel de Mello, havia adquirido a propriedade em 1943, como casa de família e refúgio de campo, e viria em 1966 a falecer, deixando tudo nas mãos do filho. Com uma grande paixão pelo Alentejo e pelo seu monte, José de Mello dedicou-se ali à agricultura e ao apuramento da raça do Cavalo Lusitano, mas também à plantação de vinha, na esperança de vir a realizar um sonho, que era o de transformar a Ravasqueira num projecto vitivinícola de sucesso e de grande qualidade. Hoje, e desde 2009, são os seus doze filhos que gerem a empresa e o Monte liderados pelo mais novo, Pedro de Mello, vice-presidente do Grupo José de Mello e presidente do Conselho de Administração do Monte da Ravasqueira. O engenheiro agrónomo e enólogo Pedro Pereira Gonçalves é o seu braço direito no negócio do vinho, como administrador executivo e chefe de enologia, apoiado neste campo pelo enólogo assistente Vasco Rosa Santos.
É em 1998 que o sonho começa a materializar-se, com a plantação das primeiras vinhas. José de Mello — “muito de pormenores e interventivo”, diz o seu filho Pedro — tinha levado até esse momento vários estudos geológicos para a escolha das melhores castas a plantar, juntamente com consultores das Universidades de Évora, Trás-os-Montes e Bordéus. Tudo isto deu-se pouco depois de um acontecimento importante para a família: em 1996, uma equipa de quatro Cavalos Lusitanos da Ravasqueira foi Campeã do Mundo de Atrelagem, na Bélgica. Foi a primeira grande vitória de Cavalos Lusitanos numa competição mundial. Esta sempre foi uma dimensão importante do projecto, e por isso há na propriedade um Museu das Atrelagens, com exemplares de vários épocas e séculos. Este é só mais um dos ex-libris da casa brasonada, pintada com branco e com o azul inconfundível de assinatura Ravasqueira. Com várias valências, incluindo o enoturismo que está agora em pausa (para protecção de toda a equipa), é gerida por Cristina Azevedo Coutinho, irmã de Pedro de Mello e administradora executiva.
O sonho começa aqui
Em 2001, surge o primeiro vinho, Monte da Ravasqueira 1ª Colheita tinto 2001, apenas um ensaio para consumo interno, que nunca chegou ao mercado, mas que foi como um pontapé de saída para todos os que ainda estavam para vir, começando no primeiro vinho comercializado já da colheita seguinte, o Monte da Ravasqueira Fonte da Serrana tinto 2002. “O 2001 foi pisado pelos netos do meu pai e feito em talha”, conta Pedro de Mello, “é uma relíquia que temos guardada e que raramente abrimos”. Actualmente, dos 3 mil hectares de extensão total, cinquenta são de vinha. Como manda a tradição das grandes herdades alentejanas, o Monte da Ravasqueira abrange várias actividades agrícolas, sobretudo a cortiça, o mel, o azeite, a comercialização de gado bovino e a engorda de porco preto. No entanto, e aqui a contrariar a tendência, o negócio principal é, de facto, o vinho, produzido sob a umbrela Sociedade Agrícola D. Diniz. As quinze castas presentes no Monte, estão distribuídas por vinte e nove talhões, e plantadas em oito solos distintos — onde predomina o granito —, em vinhas que lembram um refúgio, por estarem rodeadas de floresta com choupos, azinheiras e muitas outras espécies de árvores. As variedades brancas são as tradicionais do Alentejo, como Roupeiro, Antão Vaz e Arinto, mas também algumas autóctones de outras regiões, como Alvarinho, Viognier, Marsanne, Sauvignon Blanc e Semillon. Nas tintas, o encepamento passa por Touriga Nacional, Syrah (estas duas em maioria), Aragonez, Alicante Bouschet e Touriga Franca, mas também Petit Verdot, Nero d’Avola e Sangiovese. Pedro Pereira Gonçalves, que em 2012 revolucionou a estratégia do projecto de vinhos da empresa, refere que ali “havia Cabernet Sauvignon, mas foi totalmente reenxertado com Syrah. É importante para o vinho Ravasqueira Reserva da Família, pois permite manter a consistência ano após ano”. Reserva da Família, em branco e tinto, é uma das marcas mais importantes da casa, designada até 2015 apenas por “Reserva”. São as vinhas mais próximas da casa-mãe que fornecem as uvas para estes vinhos que, segundo Pedro de Mello e Pedro Pereira Gonçalves, pretendem ser fiéis ao território, fruto da escolha das melhores parcelas que permitam atingir isso mesmo. Inserem-se num portfólio nada pequeno mas bem definido, ao lado dos Monte da Ravasqueira Clássico e Superior (em exclusivo para a grande distribuição), os Seleção do Ano (sobretudo para restauração) os Ravasqueira monovarietais, o Vinha das Romãs, os MR Premium (topo de gama) e as “experiências do enólogo”, que passam por um espumante Grande Reserva Brut Nature, um licoroso e um colheita tardia. Estes vinhos são produzidos com as uvas da propriedade mas também de 150 hectares noutras sub-regiões do Alentejo, em regime de aluguer.

Uma vertical de luxo
A marca Reserva da Família é um ícone da Ravasqueira, que para o ano completa 10 edições. Uma prova vertical desta marca foi o pretexto principal para a visita, quatro brancos e quatro tintos, a culminar na colheita que está no mercado. Começando pelo branco, de Viognier e Alvarinho em partes iguais, que fermenta em inox e depois passa para barricas de carvalho francês, 50% novas e 50% usadas (com ligeiras variações destas percentagens de colheita para colheita), onde estagia sobre borras e com bâtonnage ligeira. Começou-se pelo 2016, que mostrou um nariz já complexo com frutos secos, mel, citrinos e fruta branca cristalizados, pedra raspada, ervas aromáticas e especiaria exótica como o caril. Ainda muito crocante e fresco, está já consolidado e muito equilibrado na boca aveludada e estruturada. O 2017, por sua vez, está nos aromas minerais frescos, com grafite, floral branco e nota vegetal, e pimenta branca. Tem bastante intensidade de boca e estrutura no corpo, mas é elegante e amplo, persistente. Já o 2018 apresentou-se mais sério e contido no nariz delicado, com alperce maduro, flores brancas, nota vegetal fresca e toque de aloé vera. Tem muita fruta branca no palato, é saboroso e envolvente, ainda bem jovem. O tinto é um lote de Syrah e Touriga Nacional, também em partes iguais. O Syrah vinifica em lagares, com pisa automática e bastante extracção, e a Touriga em cubas troncocónicas “para que se obtenha uma extracção mais elegante”, desta casta, explica Pedro Pereira Gonçalves. De seguida, 60% do lote estagia doze meses em barricas novas de carvalho francês. O início da vertical dos tintos deu-se com o 2015, bem profundo e silvestre no aroma concentrado, com fruta vermelha e negra madura. Muito elegante na boca, é aveludado nos taninos mas tem bastante carácter e presença. Muito sólido e robusto, com imensa pureza e persistência. O 2016 acrescenta um lado terroso ao silvestre, com caruma e frutos vermelhos perfumados. Menos concentrado, tem imenso equilíbrio e é um vinho chamativo, sedutor. O 2017 é todo ele exotismo na fruta, com bergamota, tangerina e um lado muito floral, a sobressair mais a Touriga Nacional. Bem vegetal, é vivo nos taninos e guloso, com nota de cogumelo e sugestão de cacau.
Tanto o Reserva da Família branco como o tinto agora lançados, de 2019 e 2018, respectivamente, tem a sua nota de prova no final deste artigo. Estas duas verticais permitiram perceber a capacidade de evolução destes vinhos, que a cada ano na garrafa ficam mais finos, apurados e complexos, a mostrar que podemos esperar por eles durante estes e muitos mais anos. As colheitas actuais descortinam isso mesmo, mas estão ainda plenas de juventude e garra, a pedir que o consumidor as guarde para ser surpreendido.
Os números de 2017, ano em que houve uma reestruturação comercial e em que os vinhos já se vestiam de uma nova imagem, indicaram uma facturação de sete milhões de euros. Até hoje, o negócio continua a crescer, com 5 milhões de garrafas produzidas anualmente, mais de metade com destino a países externos.
“Toda a minha vida fui empresário e sei bem como é difícil ‘fazer’ qualquer coisa com valor em Portugal.”, foi como José Manuel de Mello rematou a carta. Pois, hoje, o Monte da Ravasqueira honra esse valor: “Procuramos concretizar, todos os dias, uma cultura vencedora”, diz Pedro de Mello. E os vinhos estão cá para contar…
(Artigo publicado na edição de Novembro 2020)[/vc_column_text][vc_column_text]
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Chryseia: O ouro que luz no Douro

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O projecto Chryseia nasceu em 1999, a partir de uma parceria entre duas famílias com largo curriculum no mundo do vinho. Prats e Symington juntaram-se para dar corpo a um tinto que rapidamente se tornou uma referência […]
[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O projecto Chryseia nasceu em 1999, a partir de uma parceria entre duas famílias com largo curriculum no mundo do vinho. Prats e Symington juntaram-se para dar corpo a um tinto que rapidamente se tornou uma referência internacional e um sinónimo de “Douro com classe”. A colheita de 2018 trouxe-nos aquele que será, muito provavelmente, o Chryseia mais elegante, preciso e afinado de sempre.
Texto:Luís Lopes
Estamos em 1998. Numa reunião do conselho de administração da família Symington, fica decidido não se avançar de imediato com um projecto de Douro DOC. Já havia uma marca, é certo, Vale do Bomfim, mas de circulação muito restrita e com resultados que não eram satisfatórios, nem poderiam ser: os vinhos eram, basicamente, feitos com “as sobras da vindima em equipamentos concebidos para vinho do Porto”.
Por outro lado, vivia-se uma época em que as uvas de qualidade não chegavam muitas vezes para cumprir o “benefício”, ou seja, se não eram suficientes para fazer o Porto desejado, muito menos poderiam ser “desperdiçadas” em vinhos Douro de retorno comercial incerto.
Mas poucos meses depois, uma conversa entre os amigos James Symington e Bruno Prats (que tinha acabado de vender a sua participação no château bordalês Cos d’Estournel) abre um outro caminho. E em finais desse ano, Rupert, filho de James, propõe em conselho de administração familiar dar uma nova oportunidade ao Douro DOC através de uma parceria com Bruno Prats. A ideia seria avançar com seriedade e muita ambição, “sacrificando” uvas de “qualidade Vintage” para fazer um Douro de primeira linha que trouxesse mais valias significativas. Começava assim a esboçar-se o desenho do Chryseia.
O entusiasmo de Bruno Prats pelo projecto foi bem patente logo no início e, mais de 20 anos passados, encontra-se até reforçado. “Visitei o Douro pela primeira vez integrado num grupo de produtores bordaleses, anos antes de conhecer a família Symington. Fiquei imediatamente convencido da qualidade do terroir, mas temi os elevados custos de produção. A minha amizade com os Symington permitiu-me compreender melhor a complexidade do Douro”, diz-me Bruno Prats, para explicar como chegou até aqui. “Nunca considerei ser produtor de Porto, porque nunca seria melhor do que os existentes, mas fiquei surpreendido ao ver a pouca atenção que, na época, era dada aos vinhos não fortificados, ficando a pensar que poderia trazer alguma coisa ao Douro nessa área. Por isso, quando recebi a proposta do James Symington, não hesitei nem um minuto.”

A Prats & Symington seria criada já em 1999 num processo muito informal. Bruno Prats e Rupert Symington encontraram-se no Porto e cada um colocou 100 euros para a escritura da sociedade. Ou melhor, como gosta de dizer Rupert, com o típico humor britânico, “o Bruno esqueceu-se de trazer a carteira e eu tive de colocar os 100 euros por ele. E durante vários anos andei a tentar cobrar a dívida…”. Pouco depois registava-se a marca Chryseia, que significa “d’ouro” ou “dourado”, nome encontrado por outro membro da família, David Symington, que era estudante de grego clássico.
“No início, o peso do nome de Bruno Prats ajudou muito, bem como as suas relações com os negociants franceses.”
Na vindima de 1999 fizeram-se logo ensaios de Chryseia, recorrendo a uvas das propriedades Symington. As vinificações tiveram lugar na Quinta do Sol, a principal adega da família, onde se construiu uma outra adega para vinhos Douro e se contratou um enólogo dedicado a esse sector, Pedro Correia, para apoiar o director de enologia do grupo, Charles Symington. Os resultados desses ensaios entusiasmaram de sobremaneira Bruno, Charles e Pedro, dando-lhes indicações preciosas para a colheita seguinte, a colheita de 2000 que assinalaria a estreia do Chryseia.
A primeira edição do Chryseia chegou ao mercado em 2002 e foi logo um enorme sucesso internacional. E não apenas pelo perfil do vinho, mais elegante, fresco e polido do que era habitual encontrar-se no Douro. O peso do nome de Bruno Prats ajudou muito, bem como as suas relações com os negociants franceses. Num modelo de comercialização inédito entre nós, o vinho foi colocado em todo o mundo através de Bordéus.
A colheita era vendida praticamente em primor aos negociants e seguia, sobretudo, para os EUA, Ásia, Inglaterra, Suíça e Alemanha. As avaliações da crítica norte-americana também foram decisivas nesses primeiros anos. A colheita de 2001 colocou o Chryseia como o primeiro vinho não fortificado português a figurar no Top100 da Wine Spectator, e logo na 19ª posição. Em 2002, um ano difícil no Douro, não houve vinho de topo, mas surgiu o Post Scriptum de Chryseia como segundo vinho, seguindo também aqui a prática bordalesa. Hoje, o Post Scriptum vale 100.000 garrafas.
Com o tempo, porém, a Prats & Symington foi encontrando algumas fragilidades num modelo de distribuição que lhes retirava controlo sobre o produto e o preço. Por outro lado, o mercado português, pouco relevante para os negociants bordaleses, ficava com uma muito pequena quota do Chryseia, 2000 garrafas entre as 35.000 (em média) produzidas anualmente, quando tinha potencial para muito mais.

Quando em 2009 foi constituída a distribuidora Portfolio, através de uma parceria entre as famílias Symington e Cândido da Silva, o Chryseia passou a ser distribuído directamente. O impacto no negócio foi tremendo. Portugal a passou de uma posição quase residual para se tornar no principal mercado da marca. Actualmente, 20.000 garrafas ficam no mercado nacional, sendo as restantes exportadas para 25 a 30 países do mundo.
As uvas que fazem o vinho
Os primeiros ensaios de vinificação, em 1999, cimentaram o perfil do futuro Chryseia: um vinho feito com base nas castas Touriga Nacional e Touriga Franca, em partes praticamente iguais, recorrendo a macerações prolongadas, com extração suave e progressiva de taninos, e acabamento em barricas de luxo, procurando finura e sofisticação. “Partimos para esses ensaios, de mente completamente aberta, dispostos a avaliar castas e origens de uva, sem preconceitos. Mas no final, provados os vinhos, estávamos convencidos: Touriga Nacional e Touriga Franca. E o tempo mostrou que não nos enganámos”, diz Charles Symington.
As uvas vinham de diferentes zonas do Douro, de vinhas com distintas altitudes e exposições solares: parte da Quinta do Vesúvio, no Douro Superior, outra parte da Quinta do Bomfim, no Pinhão e uma parte mais pequena (cerca de 10% do lote), de parcelas selecionadas da Quinta da Vila Velha, em Ervedosa, na margem sul do Douro, uma propriedade pertencente a James e Rupert Symington, cujas uvas integram regularmente o lote do Vintage Graham’s.

No entanto, ambas as famílias tinham a perfeita noção de que não possuir vinha própria era uma desvantagem para o projecto. Bruno Prats reafirmava: não se pode criar um grande vinho, uma grande marca, sem ter vinha. Um conceito comum à generalidade dos produtores bordaleses, para os quais o sentido do negócio, mais do que vender vinho, assenta na constituição de um património vitícola associado a uma marca forte, um património que possa multiplicar valor com o tempo. “Quando começámos a pensar o projecto, em 1999”, diz-me a propósito Rupert Symington, “ficou desde logo assente que iriamos ser proprietários de vinha. Na época, a família Symington não tinha nada que quisesse vender, antes pelo contrário. Por isso, sabíamos que tínhamos de ir em busca de uma ou mais vinhas de qualidade.”
A primeira oportunidade surgiu em 2004, e a Prats & Symington avançou para a aquisição da Quinta da Perdiz, no vale do rio Torto: cerca de 23 hectares de vinhas, orientadas sobretudo a sul e oeste. A partir desta data, as uvas da Quinta do Vesúvio (e, por conseguinte, a componente Douro Superior) deixariam de integrar o lote Chryseia, mantendo-se Bomfim e Vila Velha. Mas a Perdiz não cumpria todos os requisitos. As duas famílias perseguiam o objectivo de ligar o Chryseia a uma propriedade de referência que, além de constituir a principal fonte de matéria prima, passasse também a ser a casa mãe de todo o projecto. Esse desígnio só seria alcançado em 2009, com a Quinta de Roriz.
A esplendorosa Roriz
Situada na margem sul do Douro, entre a foz dos rios Pinhão e Tua, perto de Ervedosa, Roriz é uma das mais históricas, bonitas e reputadas propriedades do vale. Quem sobe ou desce o rio numa embarcação, mesmo que pouco conheça de vinha e de vinho, não pode deixar de ficar extasiado a olhar para a Quinta de Roriz, de tal modo é diferente das propriedades vizinhas, com as suas vinhas dispostas numa espécie de taça que forma um anfiteatro natural virado para o Douro. A quinta é famosa desde há muito pela excelência dos vinhos que produz, e que já no século XVIII engarrafava e exportava para Londres. No século XIX, os Porto da Quinta de Roriz atingiam os valores mais altos nos leilões da Christie’s.

Charles Symington e Pedro Correia conheciam muito bem o potencial enológico de Roriz. Entre 2000 e 2007, a família Symington manteve uma parceria com a família van Zeller, proprietária da quinta desde 1815, no sentido de orientar a viticultura, a produção e comercialização dos vinhos de Roriz. Essa parceria terminou em 2007 mas, dois anos depois, a Quinta de Roriz voltaria a estar na mesa das decisões familiares, desta vez com uma proposta de venda. De imediato, os Symington perceberam que estava ali a solução para o Chryseia. Contactado Bruno Prats, este assentiu de imediato e o negócio fez-se. Foi um grande investimento, mas que tornou a empresa completamente autónoma, em termos de uvas e vinificação.
A propriedade tinha uma adega nova, construída em 2004, e que foi ainda ampliada e melhorada depois da aquisição, incluindo uma cave climatizada onde estão as barricas de 400 litros de carvalho francês. Os vinhos do projecto Chryseia deixaram assim a “adega Douro” da Quinta do Sol (onde são feitos os vinhos não fortificados da Symington) e passaram a ser totalmente elaborados em Roriz. Com a compra, a Prats & Symington ficou igualmente com as marcas da quinta, nomeadamente o Prazo de Roriz (que se assumiu como “terceiro vinho” de Chryseia) e Quinta de Roriz, reservada para Porto Vintage.
“Uma das razões principais do sucesso do Chryseia é o facto de nós estarmos sempre a subir a fasquia”, diz Charles Symington
A Quinta de Roriz tem quase 96 hectares, dos quais 42 de vinha, sobretudo Touriga Nacional e Touriga Franca, com pequenas parcelas de outras castas. Com exposição predominante norte, as videiras estão assentes em solo de xisto, muito rico em outros minerais, como as antigas minas de ouro e estanho ali existentes comprovam. Tal como a generalidade das quintas clássicas do Douro, foi pensada em termos vitícolas para produzir vinho do Porto. Mas, como defende Charles, essa é uma falsa questão: “As uvas que fazem o grande Porto Vintage ou as que fazem o grande tinto do Douro vêm das mesmas parcelas, das mesmas castas e, até, são colhidas no mesmo momento de vindima, ao contrário do que muita gente diz.” E por isso, uma propriedade que faz grandes Porto faz também, de forma natural, grandes Douro.

Desde 2009, a Prats & Symington tem vindo a fazer novas plantações em Roriz. Charles reconhece não ter tido grande sucesso com as vinhas velhas da quinta (nem todas as vinhas velhas são boas!) que foram, portanto, replantadas. Nos novos vinhedos privilegiou-se, como seria de esperar, Touriga Nacional e Touriga Franca, esta última plantada mais perto do rio, em zona mais quente. Outras castas? É uma possibilidade, mas não uma urgência. Questionei Bruno Prats sobre se estas sequências de anos quentes e secos não podiam abrir uma janela para outras variedades mais ácidas ou de maturação tardia, como a Tinto Cão. A resposta não poderia ser mais esclarecedora: “A elegância é a principal característica do Chryseia e existe o risco de perder essa elegância com a Tinto Cão. Os Symington estão a investigar muitas outras castas e talvez encontremos uma ou outra que valha a pena considerar. Mas existem outras formas de enfrentar o aquecimento global na vinha, mexendo ao nível da gestão da sebe, gestão de água, porta-enxerto. Há ainda muita abertura para investigação e inovação nessa área”.

Bruno e Charles estão neste momento a equacionar a rega, que consideram, cada vez mais, uma necessidade, mesmo na sub-região do Cima Corgo. E o ano de 2020 veio reforçar essa convicção.
Elevar a fasquia
Certo é que a autonomia que Perdiz e Roriz trouxeram (o lote continua a incorporar 10% da vizinha Vila Velha), veio mudar completamente a forma de trabalhar o Chryseia. “Quando a Prats & Symington toma posse de propriedades, isso significa que todo o trabalho feito nessas quintas, nessas vinhas, tem um único propósito: fazer os vinhos do projecto”, diz Charles Symington. “Onde plantar, como plantar, o que plantar, como podar, como e quando vindimar, são decisões que tomamos em função dos nossos vinhos. E a totalidade da matéria prima está 100% à nossa disposição. Algo que nunca poderia acontecer quando recorríamos a uvas do Vesúvio, Bomfim, ou outras propriedades que não são da Prats & Symington e que, naturalmente, não são trabalhadas para fazer Chryseia. Agora podemos fazer vindima selectiva, apanhar partes de parcelas, a adega está ali ao lado, é tudo diferente, permite muito mais detalhe, flexibilidade e rapidez entre a decisão e a execução. Na adega podemos ter procedimentos de detalhe que têm consequências enormes no resultado”, acrescenta.
Todas estas alterações, na origem da matéria prima e em todo o processo produtivo significaram, inevitavelmente, mudanças no perfil dos vinhos. Quer Charles Symington quer Bruno Prats não duvidam que a mudança foi para melhor. “Acho que os vinhos agora são mais frescos e mais elegantes, isso é bem evidente. Tem a ver com as uvas, claro, mas também com a enologia, com as alterações que fomos fazendo. Por exemplo, com o tempo fomos procurando concentrar menos, queremos mais finesse, sem sacrificar a longevidade. O Chryseia de hoje destaca-se, sobretudo, pela sua precisão”, refere Charles. E Bruno acrescenta: “A Quinta de Roriz trouxe um carácter único ao Chryseia – mineralidade. Desde que é criado na propriedade, o Chryseia ganhou mais personalidade e uma nova dimensão.”
A expectativa gerada junto do mercado também tem vindo a aumentar, e muito. Charles é o primeiro a reconhecer isso. “Uma das razões principais do sucesso do Chryseia é o facto de nós estarmos sempre a subir a fasquia”, diz. “Neste ano de 2020, devemos ter perdido 30% da produção em detalhes de exigência. Se nós hoje estivéssemos a produzir o Chryseia no patamar qualitativo de há dez anos, poderíamos estar a fazer o dobro da quantidade.”

Quem ganha, na verdade, é o consumidor, tanto do Chryseia quanto do Post Scriptum. Vinhos que poderiam ter sido integrados em Chryseia há uma década, agora vão para o lote Post Scriptum. O que é óptimo para os muitos apreciadores que valorizam o Post Scriptum pela sua excelente relação qualidade/preço. Apesar de, quer Post Scriptum quer Chryseia, terem uma oferta muito inferior à procura do mercado. Charles Symington sabe-o, mas a pressão do consumo não tem influência nas suas decisões. “Nós temos uma procura enorme de Chryseia, mas mantemos uma disciplina que não nos deixa facilitar e todos os anos colocamos a fasquia mais alto. Acho que é isso que faz uma grande marca”, reafirma.
Os vinhos de 2018 que agora chegam ao mercado confirmam por inteiro as suas palavras. Num ano que alternou entre meses consecutivos de chuva, até julho, e agosto e setembro bem quentes e secos, a vindima começou em Roriz no dia 17 de setembro, já com um jovem enólogo residente, Miguel Bessa. A sua estreia não poderia ter sido mais auspiciosa, pois teve o privilégio de acompanhar Bruno Prats, Charles Symington e Pedro Correia naquela que será, certamente, uma vindima memorável para a marca. Se o Chryseia é, sobretudo, elegância e precisão, como o definem os seus criadores, o Chryseia 2018 é, a meu ver, o mais elegante e preciso de sempre.
Perguntei a Bruno Prats o que era, para ele, um “grand vin”. E veio a resposta: “para tornar curta uma história longa, um bom vinho dá-nos prazer, um grande vinho dá-nos emoção”. Assim seja.
(Artigo publicado na edição de Novembro 2020)[/vc_column_text][vc_column_text]
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O Barca-Velha e eu

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Tudo começou com o 1966. De então para cá tenho acompanhado a história deste vinho icónico. Com percalços e momentos de exaltação, como compete a uma relação que se preze.
TEXTO: João Paulo Martins
Foi na minha juventude, no final dos anos 60, que comecei a ouvir falar neste tinto do Douro. Não liguei. Não só eu não comprava vinhos como não tinha qualquer informação sobre a região, o vinho e a sua história. Mas falava-se, é verdade. Na altura já se dizia que não era um vinho barato, mas para mim era estratosférico.
Foi na segunda metade dos anos 70 que me dispus a comprar uma garrafa, com um intuito comemorativo, após o nascimento da minha filha Rita. Lembro-me que a compra me custou. Mas não doeu muito. À época (1978) eu já comprava vinhos, mas, seguindo os gostos da época, eram os vinhos velhos que me chamavam a atenção. Numa era pré-histórica, sem Net ou telemóvel, sem imprensa especializada, o que se falava de vinhos era no boca-a-boca, ouvia-se aqui e ali uns comentários e pronto.
Para o meu tecto habitual de gasto em vinho, o meu Barca-Velha 1966 custou quatro vezes mais e, por isso, foi sempre tido como vinho especial. Só retomei o contacto com a marca quando saiu o Reserva Especial de 1980, nos finais dessa década. Desde então tenho estado atento ao perfil, ao estilo e às mudanças de personalidade do vinho.
Confesso que, por gosto pessoal, me inclino sempre mais para as edições mais recentes, que procuro consumir no máximo até 10 anos depois da saída do vinho. Eu sei que ele dura mais, mas o prazer já não é o mesmo. Apercebi-me que alguns Reserva Especial poderiam ter sido Barca-Velha (como o 1980 ou o 1986) e que outros (como o Barca-Velha 1982) deveriam ter tido outra designação.
Essa é a idiossincrasia do vinho, sempre capaz de nos surpreender, para um lado ou outro. Não cheguei a conhecer pessoalmente Fernando Nicolau de Almeida, mas a enologia da Ferreira aprendeu bem a lição de não ceder nos princípios e de não facilitar na decisão. Por isso demora tanto tempo escolher o epíteto: Barca-Velha ou Reserva Especial?
Percebe-se a delonga, porque sabemos que os vinhos, nos primeiros três a quatro anos, andam “para cima e para baixo” e é na estabilização pós-tormenta que melhor se pode compreender a valia do que está dentro da garrafa. Como tive oportunidade (única) de provar esses vinhos que estão “no forno”, posso assegurar que a espera é justificada. Outros preparam os vinhos para estarem em condições de consumo dois a três anos após a colheita. Na Ferreira sabe-se que, com essa idade, os grandes tintos ainda estão em estado imberbe, ainda no infantário. Por isso tudo vai continuar como até aqui. E nós, como apreciadores da marca, agradecemos.
(Artigo publicado na edição de Outubro 2020)
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O costureiro da Foz do Tua

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Três hectares de vinha, num dos melhores “spots” do Douro, transformaram em realidade o sonho de um empresário têxtil de Barcelos. João Fernandes e a sua família dedicaram-se de corpo e alma àquele pequeno paraíso e, depois dos primeiros vinhos, chega agora ao mercado um tinto de “haute couture”: o Costureiro.
Texto: Luís Lopes
Crédito nas fotos: Foz Tua/Carlos Vinagre
Nascido e criado em Barcelos, foi naquela cidade e na indústria têxtil que João Fernandes se lançou na actividade profissional e construiu, após décadas de muito trabalho e investimento, um sólido sucesso enquanto empresário. Sempre que possível, o fim de semana era o momento de espairecer as vistas e a mente, e o Douro o destino de eleição.
Sem qualquer ligação ao mundo do vinho, João Fernandes e família acabaram por a pouco e pouco ir nele mergulhando, entre visitas a quintas, vinhas e adegas. O resultado antevia-se e era quase inevitável: a produção de um vinho a que pudessem chamar seu.
A ocasião surgiu em 2014. No concelho de Carrazeda de Ansiães estava à venda uma parcela de terreno com cerca de 6 hectares, dos quais 3 de vinha e os restantes plantados com oliveiras, amendoeiras e laranjeiras. O local, pelo menos no que ao potencial vínico diz respeito, era muito recomendável: na foz do rio Tua, mesmo na curva do último monte que confronta simultaneamente com o rio Douro a Sul e com o rio Tua a poente, com vistas para dois ilustres vizinhos, a Quinta dos Aciprestes e a Quinta dos Malvedos.

A vinha da propriedade tem várias plantações, desde o início dos anos 80 até 2004. Disposta sobretudo em patamares de dois bardos, é limitada pelas voltas da estrada que liga Foz do Tua a Carrazeda de Ansiães, e entre as cotas de 185 metros e 270 metros apresenta as castas Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinta Barroca. Foi uma compra de impulso, confessa João Fernandes. O filho César, acrescenta, rindo, “primeiro comprou a vinha, depois pensou no que fazer com ela.”
Mas a razão de ser daquelas uvas só poderia ser vinho, e vinho se fez logo em 2014. No mesmo ano, foi criada a empresa agrícola Foz do Tua e arranjou-se forma de contratar localmente o granjeio da vinha e o aluguer do espaço de vinificação numa adega próxima. A enologia foi entregue à empresa Duplo PR. Pisadas a pé em lagar e depois maceradas e fermentadas em cubas inox, essas uvas deram origem a um vinho estagiado em barricas de carvalho francês e engarrafado em 2016. Nascia assim o primeiro FozTua.
Logo em 2015, a família Fernandes resolveu que tinha de possuir uma adega própria. Mais uma vez o destino veio ao seu encontro sob a forma de uma adega típica do sec. XIX, com lagares em cima e toneis em baixo, localizada junto à estação de caminho de ferro do Tua (bem próximo das vinhas) e desactivada desde 1992. Um projecto à medida de César Fernandes, o filho arquitecto, que ali aplicou a sua arte no sentido de preservar o travejamento original das coberturas e outros elementos técnicos e históricos do edifício, melhorando ao mesmo tempo o isolamento térmico, as acessibilidades, iluminação e as infra-estruturas eléctricas, de água e esgotos.
Os três lagares de pedra foram mantidos e um deles adaptado, com aço inoxidável, para ali se receber e pisar as uvas. No piso inferior, instalaram-se as cubas de fermentação e armazenamento, prensa e barricas e a adega ficou operacional na vindima de 2018. As novas instalações, preparadas para 30.000 litros, permitiram igualmente a elaboração de vinhos brancos, a partir de uvas Rabigato e Viosinho adquiridas em zonas altas de S. João da Pesqueira.

O portefólio da casa é quase tão pequeno quanto a vinha: um branco, DouTua, e depois, subindo na pirâmide, três tintos, DouTua, FozTua e o agora apresentado, Costureiro. O nome e a imagem no rótulo não podiam ser mais explícitos: o topo de gama da empresa pretende homenagear a confeção têxtil, em geral, e o trabalho e dedicação da família de João Fernandes a esta actividade. Surgirá apenas nos melhores anos (João está convicto de que este, de 2020, será um deles) a partir das uvas das parcelas mais antigas da quinta.
Uma pequena vinha, uma adega “boutique” e muita paixão e vontade são assim os ingredientes necessários para gerar um projecto vínico assente no rigor e na qualidade. Ali, a vindima é uma festa de família onde participam o casal João e Amélia Fernandes, acompanhados de três filhos e seis netos. Como se vê numa das fotos que ilustra esta peça, os mais pequenos não são os menos empenhados. E essa é a melhor garantia de futuro que o costureiro da Foz do Tua poderia ter.
(Artigo publicado na edição de Outubro de 2020)[/vc_column_text][vc_column_text]
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Quinta de Ventozelo: Um pedaço do paraíso

Ocupando 400 hectares de área, Ventozelo é uma das maiores quintas do Douro. Conhecida desde há muito pelos vinhos de superior qualidade, associa-lhes hoje um outro produto de excelência: o turismo. A localização e beleza natural da propriedade, o conceito e oferta turística disponibilizados, aliam-se a um portefólio vínico de respeito, fazendo da Quinta de […]

Ocupando 400 hectares de área, Ventozelo é uma das maiores quintas do Douro. Conhecida desde há muito pelos vinhos de superior qualidade, associa-lhes hoje um outro produto de excelência: o turismo. A localização e beleza natural da propriedade, o conceito e oferta turística disponibilizados, aliam-se a um portefólio vínico de respeito, fazendo da Quinta de Ventozelo um destino obrigatório para quem quer sentir verdadeiramente o Douro.
TEXTO Luís Lopes
“Ventozelo é um daqueles sítios especiais, mágicos, difíceis de descrever”. As palavras de Jorge Dias, que abrem um bonito livro sobre a quinta, reflectem por inteiro o impacto daquele local em quem o visita, mas não dizem da extraordinária dedicação pessoal que o director-geral da Gran Cruz colocou em todo o processo que levou ao renascimento de uma das mais emblemáticas propriedades durienses. Profundo conhecedor do Douro, desde a aquisição de Ventozelo pelo Grupo Gran Cruz no final de 2014, Jorge Dias tem liderado de forma empenhada e apaixonada a requalificação da propriedade em todas as suas vertentes, vinha, vinho, cultura, turismo.
Na margem esquerda do Douro, a Quinta de Ventozelo estende-se ao longo de três quilómetros de frente de rio, uma localização privilegiada tanto nos dias de hoje quanto nos primórdios da sua existência, no início do século XVI. Na verdade, a menção ao lugar de Ventozelo é bem anterior, vem do século XIII, mas só a partir de 1500 a quinta aparece registada como fazendo parte do extenso património do mosteiro de São Pedro das Águias, que por emprazamento a entregou aos fidalgos da Casa do Poço, de Lamego.
Na freguesia de Ervedosa do Douro (S. João da Pesqueira), Ventozelo desenvolve-se numa espécie de anfiteatro virado para o rio, desde a margem até aos 600 metros de altitude. A água trazida pela Ribeira de Ervedosa, que atravessa a quinta, foi no passado essencial para a manutenção de uma actividade agrícola importante, centrada no olival, nas hortas, e na plantação de cereais e sumagre, para além da exploração da caça, abundante nas matas que ainda hoje ocupam grande parte da propriedade.
Na história da Quinta de Ventozelo, o vinho só viria a ter relevância de primeira ordem a partir de finais do século XVIII, com vastas áreas de vinha plantadas nos três núcleos em que está subdividida: Ventozelo Velho, Ventozelo Novo e Quinta Nova. A quinta permaneceu na posse dos descendentes da Casa do Poço até às crises do oídio e filoxera, passando no final do século XIX para as mãos da Companhia Vitícola, Vinícola e Agrícola de Ventozelo. O vinho do Porto continuava a ser a principal fonte de riqueza, mas procurou-se a diversificação, com grandes investimentos em uva de mesa, fruta, azeite, cereais e floresta. No século XX a quinta mudou várias vezes de mãos.
Como marco relevante, o início do engarrafamento de Vinho do Porto na propriedade, nos anos 80. Em 1999, Ventozelo foi comprada pela empresa espanhola Proinsa, que ali fez enormes investimentos na vinha (a área plantada mais do que duplicou, chegando aos actuais 200 hectares) e na comercialização de vinhos do Douro e do Porto. Não obtendo o retorno esperado, a Proinsa procurou parcerias, em modelos diversos, primeiro com a Real Companhia Velha, em 2008, depois com a Gran Cruz, em 2011, passando este grupo (ligado à francesa La Martiniquaise, de Jean-Pierre Cayard) a vinificar os vinhos de Ventozelo. O conhecimento da quinta e dos seus vinhos terá certamente pesado na decisão que levou à compra de Ventozelo em dezembro de 2014. A Gran Cruz, exportador líder de Vinho do Porto, avançava assim para a produção própria no Douro.

O Douro numa quinta
O tamanho, localização e características de Ventozelo permitiram a Jorge Dias integrar a quinta no projecto estratégico que já estava a ser desenvolvido na Gran Cruz e dotar a propriedade de outro alcance e valências, sob o lema “O Douro numa Quinta”. Mas sem nunca perder de vista que, antes de tudo, Ventozelo produz uva e vinho. E 200 hectares de vinha, com diferentes altitudes, tipologia de solos, exposição e castas, são um verdadeiro puzzle cujas peças o responsável de viticultura, Tiago Maia, vai pacientemente estudando para encaixar no sítio certo.
Mais de 40 hectares foram, entretanto, reestruturados, para corrigir alguns erros de plantações anteriores e elevar o potencial qualitativo da quinta. Nas novas plantações foram abandonados os patamares de duas linhas, adoptando-se a linha única. O conceito vitícola actual assume especial relevo na parcela do Chorão, onde em 4 hectares de terraços pós-filoxéricos se plantaram em field blend 21 variedades clássicas do Douro que já deram a primeira produção em 2019. Mantiveram-se e cuidaram-se outras parcelas plantadas nos anos 50, bem como a notável colecção ampelográfica de 54 castas criada em 2005. A sustentabilidade do solo é uma preocupação constante, com um coberto vegetal nos vinhedos proporcionado por vegetação espontânea ou sementeira de leguminosas e gramíneas. Esta vegetação, controlada através de cortes mecânicos, protege da erosão, ajuda a conservar água e fomenta a biodiversidade.
No global, a vinha de Ventozelo está organizada em 17 parcelas, subdivididas em 135 talhões. As castas tintas representam 90% do total, com Touriga Franca, Tinta Roriz e Touriga Nacional como mais representativas. Nas variedades brancas, destaca-se a Viosinho, seguida de Malvasia Fina e Rabigato.
Os vinhos são elaborados na moderníssima adega Gran Cruz em Alijó, um centro de vinificação de excelência que custou 20 milhões de euros, construído sob a supervisão do director de enologia José Manuel Sousa Soares e que iniciou a laboração na vindima de 2013. Mas apesar de todas as condições existentes em Alijó, a equipa da Gran Cruz tem em mente reactivar os belíssimos lagares tradicionais de Ventozelo. Algo que o crescente peso do enoturismo na propriedade pode até tornar imperativo…
O portefólio de Ventozelo é vasto (cerca de 20 referências) e de grande consistência qualitativa. Na oferta vínica, que se inicia com o blend Azul de Ventozelo, avultam sete varietais (oito, se contarmos que o Syrah aparece em duas versões, com e sem madeira), para além de vários blends, culminando no Essência de Ventozelo, elaborado a partir do lote dos melhores vinhos de cada ano, independentemente do talhão/parcela que lhes deu origem. A ideia passa por colocar dentro da garrafa o “espírito” da quinta, com todas as suas expressões e diversidade. Também há Porto, claro, LBV e Vintage. E fora do âmbito estritamente vínico, mas com enorme sucesso junto dos visitantes e hóspedes da quinta, o Gin de Ventozelo, obtido a partir de um blend botânico de ervas aromáticas da quinta maceradas em álcool vínico destilado de vinhos da propriedade. E depois, o azeite, como não podia deixar de ser.

O turismo, pois então
Aqui chegado, é imperativo falar do enoturismo de Ventozelo. O turismo, associado à cultura e à experiência sensorial, sempre foi encarado por Jorge Dias como indissociável do mundo do vinho. A Gran Cruz, aliás, tem sido pioneira na forma de abordar o turismo vínico de forma diferenciadora. O Espaço Porto Cruz, inaugurado em 2012 no centro histórico de Gaia, com a sua expressão multidisciplinar e multissensorial do vinho do Porto, é um perfeito exemplo disso mesmo. Em 2018 foi a vez do hotel Gran Cruz House, na praça da Ribeira, no Porto.
A gastronomia acompanha a experiência vínica, e a parceria com o chefe Miguel Castro Silva, activada em Gaia e na Ribeira, estendeu-se ao restaurante de Ventozelo, apropriadamente chamado Cantina, e onde os sabores do Douro, Trás-os-Montes e Beira Alta estão em evidência, privilegiando sempre os produtos cultivados nas hortas da quinta ou de fornecedores de proximidade.
Em termos de alojamento, Ventozelo é uma pequena aldeia, com 29 quartos distribuídos por sete edificações distintas. Casas e construções agrícolas que já existiam e que foram recuperadas com originalidade, bom gosto e a preocupação de integração na paisagem, com pedra à vista, pedra caiada, reboco caiado e madeira pintada. A Casa do Feitor, deu lugar a cinco quartos duplos e uma suite, incluindo uma sala de estar comum com lareira e varanda com vistas de rio.
Um antigo celeiro foi reconvertido na Casa do Laranjal, com cinco quartos duplos e pátio individual com vista para o laranjal. Um armazém de alfaias é agora uma suite romântica. O edifício dos Cardanhos (camaratas dos trabalhadores agrícolas) transformou-se em sete quartos duplos. Talvez o alojamento mais original sejam os dois balões de cimento, onde se armazenavam grandes volumes de vinho, e que hoje albergam duas amplas suites. Afastado deste “núcleo urbano” (que integra uma magnífica piscina exterior e uma Mercearia, com produtos da quinta e da região) está o alojamento mais imponente, a Casa Grande, que dispõe de seis quartos duplos, biblioteca, sala de jantar, cozinha e ainda uma exclusiva piscina infinita sobre o Douro. Mais junto à água (Ventozelo tem cais privativo e proporciona passeios de barco), a Casa do Rio, com dois quartos duplos, sala, cozinha e terraço.
Mas no Douro não basta fornecer alojamento e alimentação de qualidade. É preciso dar que fazer aos visitantes. E no Ventozelo não faltam motivos para sair do quarto. Desde logo, o Centro Interpretativo, uma espécie de museu vivo e interactivo criado pela museóloga Natalia Fauvrelle e que oferece uma espectacular experiência sensorial (incluindo efeitos visuais, sons e aromas) na descoberta de Ventozelo e da sua história.

Um passeio a pé mais descansado pode incluir uma visita à capela dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres, aos lagares e adega, alambique, hortas biológicas, pomares e jardim das aromáticas, culminando com a prova de vinhos. Áudio-guias estão disponíveis nos passeios em viatura todo o terreno, ajudando assim a interpretar a paisagem vitícola. Mas o melhor mesmo é usufruir da diversidade paisagística e biológica e ao mesmo tempo fazer exercício, puxando pelas pernas e aventurando-se num dos sete percursos pedestres sinalizados, com diferentes níveis de dificuldade. E se quisermos elevar essa experiência ao seu pináculo, basta acertar com o hotel e, no ponto escolhido, estará à nossa espera uma cesta com tudo o que precisamos para retemperar forças e ficar mais algum tempo em contemplação deste mundo mágico de Ventozelo.

(Artigo publicado na edição de Outubro de 2020.)
Grupo Terras & Terroir entra na Bairrada, com compra da Quinta do Ortigão

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Agora presente em três regiões vitivinícolas, o grupo Terras & Terroir acaba de anunciar que adquiriu a Quinta do Ortigão, em Anadia, na Bairrada. Em posse do grupo estavam já a duriense Quinta da Pacheca, desde 2012; a Quinta de São José do Barrilário, desde 2017, também no Douro; e a Caminhos Cruzados, no Dão, desde 2020.
À semelhança do que aconteceu nos outros projetos, a equipa responsável da Quinta do Ortigão mantém-se na íntegra, ficando o gestor Pedro Alegre com parte da sociedade, “garantindo desta forma uma transição tranquila”, refere a Terras & Terroir, que tem Paulo Pereira e o casal Maria do Céu e Álvaro Lopes como proprietários e administradores.
A centenária Quinta do Ortigão é constituída por 15 hectares de vinha, onde estão plantadas castas típicas da Bairrada, como as brancas Maria Gomes, Arinto e Bical. Nas tintas domina a típica Baga, complementada pelas castas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Cabernet Sauvignon.
“No nosso percurso profissional, com mais de 30 anos a comercializar produtos portugueses pelo mundo, conhecemos muito bem as várias regiões do nosso país. Juntamos a essa visão a nossa capacidade de trabalho e de envolvimento das equipas, e estamos certos de estar a trilhar um caminho excepcional”, garantem os administradores do grupo. Pedro Alegre, por sua vez, mostra-se contente com a transacção: “Com a entrada de novos acionistas no capital da empresa, a Quinta do Ortigão ganha dimensão e visibilidade, mantendo a sua identidade, cimentada ao longo de quatro gerações a produzir vinhos e espumantes de reconhecida qualidade”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]
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