Wine Enthusiast considera Lisboa um dos 10 melhores destinos

A revista americana Wine Enthusiast elegeu a região vitivinícola de Lisboa uma das 10 melhores para visitas enoturísticas. O texto é assinado por Lauren Mowery, que elogia a diversidade de terroirs, castas e vinhos de Lisboa e oferece várias sugestões de visita. Por aqui passaram Adega Regional de Colares, Adega Viúva Gomes e Casal Sta. […]

A revista americana Wine Enthusiast elegeu a região vitivinícola de Lisboa uma das 10 melhores para visitas enoturísticas. O texto é assinado por Lauren Mowery, que elogia a diversidade de terroirs, castas e vinhos de Lisboa e oferece várias sugestões de visita. Por aqui passaram Adega Regional de Colares, Adega Viúva Gomes e Casal Sta. Maria. Mais a norte, a Wine Enthusiast recomenda Bucelas “para um mergulho a fundo na casta Arinto”. Que visitar? Quinta da Romeira, Quinta de Chocapalha e Casa Santos Lima. Um pouco mais ao lado, Lauren Mowery sugere visitas à Quinta do Pinto e Quinta do Monte d’Oiro.
O artigo inclui ainda um conjunto de sugestões para comer e de lugares para pernoitar, mas quase todos na cidade de Lisboa.
Lauren Mowery diz que “até há pouco tempo, Lisboa era uma das regiões da Europa por descobrir, mas muita coisa tem aparecido agora nos canais de media sociais: como as fotogénicas fachadas de Lisboa, as suas vistas atlânticas, as terras pontilhadas de vinhas e a icónica Torre de Belém. E não descuremos todos os belíssimos vinhos locais que existem para desfrutarmos”.
Lisboa ficou ao lado de outros destinos como Tasmânia (Austrália), Vale de Temecula (Califórnia, Estados Unidos), Vale de Maipo (Chile), Tessalónica (Grécia), lago Guarda (Itália), Beaujolais (França), Seattle (Estados Unidos), Lavaux (Suiça) e Banguecoque (Tailândia). Pode ver o artigo completo no SITE.

Marcas da Sogrape reconhecidas pela sustentabilidade

A Casa Ferreirinha e a Sandeman foram, recentemente, distinguidas pelo BRIT, Botanical Research Institute of Texas, com um prémio de sustentabilidade: Medalha de Platina para a primeira e de Ouro para a segunda. Este reconhecimento, no âmbito dos “2019 International Award of Excellence in Sustainable Winegrowing”, destina-se ao fomento das boas práticas nas vertentes ambiental, […]

A Casa Ferreirinha e a Sandeman foram, recentemente, distinguidas pelo BRIT, Botanical Research Institute of Texas, com um prémio de sustentabilidade: Medalha de Platina para a primeira e de Ouro para a segunda. Este reconhecimento, no âmbito dos “2019 International Award of Excellence in Sustainable Winegrowing”, destina-se ao fomento das boas práticas nas vertentes ambiental, económica e social, por parte dos produtores vitivinícolas. O BRIT, uma organização internacional sem fins lucrativos, é um centro de investigação e protecção de plantas que tem como papel a sensibilização para a conservação da flora e da biodiversidade.

Herdade das Servas: Quatro novidades e uma bela surpresa

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O melhor que se pode dizer das propostas mais recentes da Herdade das Servas é que fazem jus ao nome e estilo da casa. Vinhos cheios, mas elegantes, traçando a ponte entre as tradições do passado e […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O melhor que se pode dizer das propostas mais recentes da Herdade das Servas é que fazem jus ao nome e estilo da casa. Vinhos cheios, mas elegantes, traçando a ponte entre as tradições do passado e os gostos actuais. E, desta vez, até havia mais qualquer coisa…

TEXTO Luís Francisco
FOTOS Cortesia do produtor
NOTAS DE PROVA Nuno de Oliveira Garcia

Há produtores sempre atentos à possibilidade de “piscar o olho” ao mercado, constantemente em busca de algo novo, diferente, que chame a atenção. Outros assentam a sua estratégia na solidez das propostas e na manutenção de uma imagem de marca que fala por si. A Herdade das Servas inclui-se, claramente, neste segundo grupo, mas nem por isso deixou de surpreender durante o lançamento recente dos seus novos vinhos, apresentando um Garrafeira que nos faz viajar no tempo.
Comecemos pelo final, exactamente o momento da refeição em que foi servido o Herdade das Servas Garrafeira tinto 2010, um vinho de que apenas foram feitas 1059 garrafas e que só estará disponível na loja e restaurante da própria herdade, em S. Bento do Ameixial, Estremoz. Feito com as castas tradicionais do Alentejo (Alicante Bouschet, Trincadeira, Aragonez), mas trabalhado para criar algo “completamente diferente”, como explicou Luís Serrano Mira, um dos responsáveis pela enologia (com Ricardo Constantino), este é um vinho fermentado em barricas rotativas de 500 litros, onde estagiou mais 24 meses. Esteve seis anos em garrafa e fala-nos de outras eras, da complexidade e riqueza dos tempos em que o tempo passava mais devagar.
“Sempre nos foi passado pelo nosso pai o culto dos vinhos velhos”, recordou Luís Serrano Mira, acompanhado pelo seu irmão Carlos, responsável pela viticultura. E foi destas memórias que surgiu a vontade de fazer um Garrafeira, em edição limitada e exclusiva, mas que poderá ter sucessores – se houver procura, há vinhos na adega para satisfazer o gosto de um público forçosamente restrito (a garrafa custa 70 euros).
E é desta relação de contínuo equilíbrio entre a herança do passado (pelo menos 350 anos e 13 gerações a fazer vinho naquela terra) e os novos caminhos ditados pelas exigências do mercado e as opções estratégicas da empresa que se tem feito a imagem da Herdade das Servas. Uma casa pouco dada à procura incessante de novidades, como já foi dito, mas longe de qualquer conformismo – e isso ficou evidente há dois anos, quando assumiu a opção de risco de acabar com a gama de entrada Vinha das Servas e concentrar esforços nas restantes, Monte das Servas e Herdade das Servas, reestruturando de caminho a adega e as vinhas.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”29251″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Com uma produção anual que oscila entre 1,2 e 1,5 milhões de garrafas e apenas 15% dirigida à exportação, as marcas Servas são basicamente omnipresentes na restauração e muito pouco vistas nas grandes superfícies. Também isto explica a prioridade de manter um perfil estável a cada nova colheita, missão mais uma vez cumprida com os vinhos agora apresentados. Da “vindima mais precoce de que há registo nas Servas” chegam-nos o Monte das Servas rosé 2017 e o Herdade das Servas Colheita Seleccionada branco 2017. O ano de 2015, que permitiu “uma bela colheita de tintos”, oferece-nos o Herdade das Servas Reserva tinto e o Herdade das Servas Alicante Bouschet, varietal que terá em breve a companhia de um Touriga Nacional. Muito sabor e volume de boca, com uma elegância que se sobrepõe ao grau alcoólico elevado. São tintos das Servas e está tudo dito.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição Nº16, Agosto 2018

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Miguel Laffan vai chefiar Porto Santa Maria

Miguel Laffan

No ano em que comemora 40 anos, o chef Miguel Laffan encerra um ciclo de vida e do seu percurso profissional e regressa à sua terra natal, para liderar a cozinha do Porto Santa Maria. “Cresci em Cascais, cidade pela qual sou apaixonado e senti que estava na hora de voltar às minhas raízes”, afirmou […]

No ano em que comemora 40 anos, o chef Miguel Laffan encerra um ciclo de vida e do seu percurso profissional e regressa à sua terra natal, para liderar a cozinha do Porto Santa Maria. “Cresci em Cascais, cidade pela qual sou apaixonado e senti que estava na hora de voltar às minhas raízes”, afirmou ele. “Este ano farei 40 anos e há 20 que estava fora da minha terra natal. É o momento perfeito para voltar, com toda a experiência que acumulei neste percurso tão rico de experiências e memórias”.

Para além de ser novo chef executivo, Miguel Laffan faz também parte da estrutura accionista do Porto Santa Maria. O comunicado de imprensa indica que “Miguel chega com vontade de levar este espaço para uma nova fase da sua história, reconquistar clientes do passado e de seduzir novos amantes da cozinha costeira, homenageando sem truques nem fantasias o melhor que Portugal tem – o seu peixe e marisco”.

Miguel Laffan, recorde-se, chefiava há oito anos a cozinha do LAND Vineyard’s, em Montemor-o-Novo. Aqui conquistou uma estrela Michelin, ainda a única na restauração Alentejana.

Sob os comandos de Laffan ficará ainda o seu espaço no Mercado da Ribeira – “Miguel Laffan” – e a consultoria ao restaurante Atlântico no Monte Estoril, este último com rasgos de cozinha de autor contemporânea, à beira-mar. Laffan é ainda Embaixador da TAP, no programa “Taste the Stars”, e da marca de bacalhau Riberalves.

Whisky Cutty Sark vai ser distribuído pela Gran Cruz

Em Dezembro de 2018, o grupo Edrington vendeu a marca Cutty Sark Scotch Whisky à gigantesca distribuidora francesa La Martiniquaise-Bardinet, por cá mais conhecida pela empresa Gran Cruz, de que é proprietária. Na sequência dessa aquisição, a distribuição em Portugal da marca Cutty Sark passou para as mãos da Companhia União dos Vinhos do Porto […]

Em Dezembro de 2018, o grupo Edrington vendeu a marca Cutty Sark Scotch Whisky à gigantesca distribuidora francesa La Martiniquaise-Bardinet, por cá mais conhecida pela empresa Gran Cruz, de que é proprietária. Na sequência dessa aquisição, a distribuição em Portugal da marca Cutty Sark passou para as mãos da Companhia União dos Vinhos do Porto e Madeira, a empresa de distribuição do Grupo Gran Cruz em terras lusas. Até esta data, a Cutty Sark vinha sendo distribuída pela Sogrape desde 2001. Jorge Dias, director-geral da Gran Cruz considera que “o Cutty Sark é um grande whisky escocês e um ícone do segmento em Portugal, pelo que a distribuição do Cutty Sark consolida a nossa posição como um dos principais distribuidores de vinhos e destilados em Portugal, juntando-se ao nosso portefólio de marcas internacionais como Label 5, Glen Moray, vodka Poliakov, bem como aos vinhos do Porto e do Douro das marcas Porto Cruz, Dalva e Quinta de Ventozelo”.

Sogrape comprou Quinta da Romeira, em Bucelas

Quinta da Romeira, Sogrape

A notícia corria há algum tempo nos corredores do mundo vínico português, mas só agora foi oficialmente confirmada. A famosa Quinta da Romeira, na sub-região de Bucelas, passou para o universo vínico da maior empresa portuguesa do sector, a Sogrape, que faz a sua primeira incursão na região de Lisboa. A Quinta da Romeira possui […]

A notícia corria há algum tempo nos corredores do mundo vínico português, mas só agora foi oficialmente confirmada. A famosa Quinta da Romeira, na sub-região de Bucelas, passou para o universo vínico da maior empresa portuguesa do sector, a Sogrape, que faz a sua primeira incursão na região de Lisboa. A Quinta da Romeira possui 75 hectares de vinha e considera-se que tem a maior folha de Arinto do país. No negócio entraram ainda as generosas instalações da quinta e uma adega de grande dimensão, onde se têm vinificado, ao longo dos anos, vinhos de marcas como Prova Régia e Morgado de Sta. Catherina.

“Entrar em Lisboa era, para a Sogrape, obrigatório. E fazê-lo através da sub-região de Bucelas é, para nós, um enorme motivo de alegria e orgulho, mas também de grande responsabilidade”, comentou Fernando da Cunha Guedes, CEO da Sogrape.

A Grandes Escolhas soube, entretanto, que o responsável técnico que irá liderar o projecto é António Braga. Este enólogo já era até agora responsável pelos vinhos da Quinta de Azevedo (Vinhos Verdes), pela adega da Bairrada, onde se faz o Mateus rosé, e tem ainda uma missão de supervisão na Quinta dos Carvalhais (Dão), trabalhando aí com Beatriz Cabral de Almeida. A Grandes Escolhas soube ainda que grande parte da estrutura de pessoal da Quinta da Romeira se irá manter.

Os mais antigos registos da Quinta da Romeira remontam a 1703, e aqui chegou a repousar o Duque de Wellington. Localizada em Bucelas, a 30 minutos de Lisboa, a propriedade tem uma área total de 130 hectares, sendo que destes tem actualmente 75 hectares de vinha em produção, estando a área restante ocupada por floresta.

Com esta aquisição, a Sogrape passa assim a incluir mais uma região no seu portefólio de vinhas/adegas (marcas). A empresa está no Douro (Casa Ferreirinha) e no Vinho do Porto (Sandeman, Ferreira e Offley), no Dão (Quinta dos Carvalhais), nos Vinhos Verdes (Gazela e Azevedo), na Bairrada e no Alentejo (Herdade do Peso). Mas tem ainda propriedades fora de Portugal, nomeadamente na Argentina, Chile, Espanha e Nova Zelândia.

Vinhos portugueses são “hot” para retalhistas internacionais

Segundo o ProWein Business Report, relativo ao ano de 2018 e desenvolvido em colaboração com a Universidade alemã de Geisenheim, um em cada cinco retalhistas internacionais pretende adicionar vinhos portugueses ao seu portfólio. É já o segundo ano consecutivo em que este estudo considera Portugal como um país em afirmação no panorama internacional do vinho. […]

Segundo o ProWein Business Report, relativo ao ano de 2018 e desenvolvido em colaboração com a Universidade alemã de Geisenheim, um em cada cinco retalhistas internacionais pretende adicionar vinhos portugueses ao seu portfólio. É já o segundo ano consecutivo em que este estudo considera Portugal como um país em afirmação no panorama internacional do vinho. Esta conclusão foi retirada de uma amostra de mais de 2300 operadores inquiridos, do sector do vinho, originais de 46 mercados de todo Mundo, que colocam Portugal à frente de países como a África do Sul e a Argentina. Estes três são as prioridades para os planos de investimento até 2021, destinando-se a completar ou substituir parcialmente as gamas existentes, dominadas, até ao momento, pela Itália, França, Espanha, Alemanha e Austrália.
Esmiuçando este estudo, conclui-se também que Portugal está no topo das preferências dos retalhistas e importadores de vinho da Europa Central, representando a opção de 23% dos inquiridos desta área. Também na Alemanha os vinhos portugueses estão no topo das preferências, com a mesma percentagem. Tudo isto vai de encontro a uma tendência entusiasmante: as regiões vitivinícolas menos difundidas têm cada vez mais potencial em ser incluídas nos portfólios especializados de distribuidores do sector.

NATAL: Que vinhos?

TEXTO Mariana Lopes e Luís Lopes Portugal é um país de diversidade gastronómica, e isso também se aplica, naturalmente, ao Natal. Somos um povo de ritual e de tradição e que prima por ter uma mesa recheada nesta época, cada região à sua maneira. Mas somos, também, um país de bons vinhos, e a variedade […]

TEXTO Mariana Lopes e Luís Lopes

Portugal é um país de diversidade gastronómica, e isso também se aplica, naturalmente, ao Natal. Somos um povo de ritual e de tradição e que prima por ter uma mesa recheada nesta época, cada região à sua maneira. Mas somos, também, um país de bons vinhos, e a variedade de estilos permite-nos jogar com a (grande) lista de pratos típicos da Natividade portuguesa.
Nesta altura, não vale a pena pensar em dietas. Não é por aí que o gato vai às filhoses, mas nós vamos, de certeza. E com vinho.

Polvo cozido

O polvo cozido com batatas e couve é um prato típico do Natal de Trás-os-Montes, Douro e Minho. O azeite com que é temperado pede um branco cheio, mas com boa acidez, que podemos ir buscar aos melhores Alvarinho e Loureiro da região dos Vinhos Verdes mas também aos brancos das zonas altas do Douro, por exemplo do planalto de Alijó. E assim ficamos em casa.

Bacalhau

O rei da consoada portuguesa, presente nas mesas de Norte a Sul do país. Cozido, com batata e couve, ou assado no forno. Ainda que haja quem aprecie o nobre bacalhau com tinto, o português gosta de ter a posta a nadar no prato (em azeite, claro) e aí estamos no território dos brancos encorpados mas frescos. Tal como o bacalhau, transversal ao país, é a casta Arinto, que a solo ou acompanhada é base de grandes brancos. Mais regionalmente exclusiva, mas originando vinhos perfeitos para este prato, a Encruzado, do Dão.

Cabrito

Assado com batatas também assadas, faz o dia de Natal das Beiras e da zona do país conhecida como Estremadura. Para o cabrito de forno, sugerem-se tintos com algum vigor tânico (mas sem excessos!) capazes de lidar com a intensidade e gordura do prato. Douro (Touriga Nacional e Touriga Franca), Lisboa (Cabernet Sauvignon) e mesmo um Dão mais austero e fechado serão boa companhia.

Galo/Galinha

O Alentejo e o Algarve elegem o galo assado no forno como preferido para a consoada (a par do bacalhau). A galinha reina no Natal dos Açores. Em canja (também na Madeira), assada ou guisada. Para estas carnes brancas, um tinto gordo e sedoso da Península de Setúbal ou do Alentejo vai muito bem. Mas para os mais intrépidos, sugerimos um branco tradicional, sério e austero, da Bairrada, ou um Verdelho açoreano. Atreva-se!

Peru

Ainda nas terras do Sul, é o favorito no dia de Natal, de preferência recheado e assado no forno. Carne relativamente seca (ainda que a secura seja mitigada pela gordura do recheio), o peru precisa de um vinho sumarento e envolvente. Um Touriga Nacional da Beira Interior ou um Syrah do Tejo ou do Algarve farão maravilhas por esta ave desde sempre associada ao Natal.

Porco

Assado, no dia de Natal, em algumas zonas do Norte interior do país, e na Madeira, aqui aos cubos temperado em vinha-de-alhos e servido com migas de pão e legumes. Tintos com corpo e acidez é o que é preciso para dar conta da intensidade da carne de porco: Alicante Bouschet do Alentejo, um lote duriense com Sousão ou um transmontano com Tinta Amarela poderão ser óptima companhia.

Leitão

O leitão assado tem vindo, aos poucos, a conquistar o dia de Natal de muitos portugueses, de todos os cantos do país. Por isso merece um lugar nesta lista, apesar da sua expressão, nesta época, ainda não ser superlativa. Leitão, que me desculpem, é Bairrada. Seja em tinto (com os taninos e acidez da Baga a limparem a gordura do bicho) seja em espumante, de preferência branco, cheio de frescura e vibração. Este último até tem a vantagem da polivalência, acompanhando a refeição do princípio ao fim.

Os doces

Filhoses, broas de natal, azevias, frutos secos, bolo rei, rabanadas, aletria, coscorões, bolo de mel da Madeira, pão de ló, sonhos de abóbora (ou bilharacos), etc. A lista não tem fim, como não têm fim os vinhos que se podem juntar a estas iguarias. Com vinhos licorosos doces, harmonizamos pela semelhança: Porto Tawny 10 ou 20 anos com os bolos de ovos ou frutos secos, Porto LBV ou Vintage com os doces de chocolate, Moscatel de Setúbal com os doces de citrinos (limão e laranja) e, é claro, a parceria insuperável do Boal da Madeira com o bolo de mel. Se quisermos harmonizar pelo contraste: espumante, espumante, espumante! Aqui pedem-se espumantes elegantes, com aromas de biscoito, da região do Távora-Varosa. E até podemos levar o copo para a cama…