Casa Relvas convida a passar “Um Dia em São Miguel”

Relvas Dia São Miguel

Como já é habitual, a Casa Relvas abrirá ao público as portas da Herdade de São Miguel, no Redondo, no dia 28 de Maio de 2022, para o programa especial “Um Dia em São Miguel”. Este evento destina-se a “curiosos e amantes de vinho, mas também aos apaixonados pelo campo e pelo Alentejo, que podem […]

Como já é habitual, a Casa Relvas abrirá ao público as portas da Herdade de São Miguel, no Redondo, no dia 28 de Maio de 2022, para o programa especial “Um Dia em São Miguel”.

Este evento destina-se a “curiosos e amantes de vinho, mas também aos apaixonados pelo campo e pelo Alentejo, que podem vir com a família e amigos passar um dia diferente, em boa companhia, com muita animação e boa disposição, celebrando o ar livre, e o retomar destes momentos de convívio”, diz a empresa. Alexandre Relvas refere: “Este dia é muito especial para a nossa família, e para a Família Casa Relvas. É um dia em que abrirmos as portas da nossa casa e partilhamos um pouco da nossa história e da cultura Alentejana. O vinho é o fio condutor deste dia que pretende criar memórias, para Pais e Filhos, ser um pretexto para um passeio ao Alentejo e para brindar à Família e à Amizade!”.

A partir das 14h00 e até ao pôr do sol, muitos serão os motivos para um agradável passeio até à Herdade de São Miguel. Provas de vinho, gastronomia, artesanato, música (com destaque para a a banda de jazz de improviso Seven Dixie), produtos regionais, jogos tradicionais e demonstrações de arte e ofícios da região mostram um pouco do muito que o Alentejo tem para oferecer. O acesso ao recinto é feito mediante a apresentação de uma pulseira que pode ser adquirida online, antecipadamente, na loja online da Casa Relvas, ou comprada directamente no local, no próprio dia. Tem um custo de €15 por adulto, incluindo €5 para consumo, e é gratuita para menores de 18 anos acompanhados por adultos.

Relvas Dia São Miguel
©Casa Relvas

Para os apreciadores dos sabores do Alentejo haverá muitas opções no evento “Um Dia em São Miguel”. Dois bares estarão disponíveis para servir os vinhos da Herdade de São Miguel, bem como águas e limonada artesanal. Para petiscar, o churrasco, os queijos e enchidos do Fumeiro da Vila, o presunto e canha da Absoluto, os doces regionais, e os gelados Santini.

No que respeita às provas de vinho guiadas, é aconselhada a inscrição prévia e gratuita, mas de lotação limitada a 60 pessoas por sessão, através do e-mail loja@casarelvas.pt. Este ano serão quatro os momentos de prova: Nuno Franco, director de produção da Casa Relvas, irá apresentar “Monocastas da Casa Relvas”, seguido de Alexandre Relvas, que trará para cima da mesa “19 Anos de Herdade de São Miguel”. A prova que se seguirá, “Sustentabilidade no Alentejo”, fica a cargo de João Barroso, coordenador do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo, que falará sobre a relevância do tema, trazendo a prova diferentes vinhos que alguns produtores têm vindo a desenvolver no âmbito do programa. Por último, o enólogo convidado António Braga apresentará “Grandes Brancos de Portugal”.

Aos vinhos e petiscos junta-se, durante toda a tarde, muita animação. Para os mais novos, os jogos tradicionais, a tosquia das ovelhas, e a roda de oleiro do Xico Tarefa, são o grande ponto de atracção, mas toda a herdade, com tanto espaço para brincar, ver os burros, explorar e correr, é a promessa de um dia muito divertido. A mobília alentejana, com as Cadeiras do Alentejo de José Manuel Vicente, e a Ruas Floridas, com a sua demonstração do trabalho com flores de papel, fazem também parte desta mostra de saberes do Alentejo, tradições que atravessam o tempo e trazem cor a este dia no campo. 

Encostas de Melgaço foi Grande Ouro nos “Melhores Verdes 2022”

Melhores Verdes 2022

A cerimónia de entrega de prémios do concurso “Os Melhores Verdes 2022” — que teve lugar em Viana do Castelo, no Teatro Municipal Sá de Miranda — distinguiu 157 vinhos da região dos Vinhos Verdes, em 11 categorias, com destaque para a Grande Medalha de Ouro, atribuída ao branco Encostas de Melgaço Alvarinho 2020. Organizado […]

A cerimónia de entrega de prémios do concurso “Os Melhores Verdes 2022” — que teve lugar em Viana do Castelo, no Teatro Municipal Sá de Miranda — distinguiu 157 vinhos da região dos Vinhos Verdes, em 11 categorias, com destaque para a Grande Medalha de Ouro, atribuída ao branco Encostas de Melgaço Alvarinho 2020.

Organizado pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), o concurso viu nesta edição um aumento de 9% nos vinhos inscritos com a colheita de 2019 ou anterior, o que confirma a crescente aposta dos produtores da região no potencial de guarda.

Uma das novidades, este ano, foi a atribuição do Prémio Enoturismo, mantendo-se o prémio “A Melhor Vinha”, “uma distinção integrada no concurso com o objectivo de apoiar e promover a viticultura de excelência, premiando a sustentabilidade ambiental, social e económica das explorações”, diz a CVRVV, em comunicado. 

Melhores Verdes 2022
Prémio Enoturismo 2022: Solar das Bouças, em Amares

Já o Prémio Excelência foi atribuído a Manuel Pinheiro, que este ano termina o mandato como Presidente da CVRVV, após 22 anos de trabalho “reconhecidos como motor de evolução e promoção da marca”.

“(…) Este ano, assinalamos dois pontos de relevo nesta cerimónia: a retoma dos eventos presenciais e um regresso a Viana do Castelo, cidade fundacional na história de mais de 114 anos do Vinho Verde. Contámos, desde o primeiro momento, com todo o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo e não podemos deixar de sublinhar a satisfação neste momento simbólico da região.
Hoje, temos novos 157 motivos de orgulho para promover a região durante o próximo ano, dando expressão à excelente qualidade dos vinhos que fazem um caminho de valorização crescente, dentro e fora do país, chegando a mais de cem mercados em todo o Mundo. Paralelamente, atribuímos pela primeira vez o Prémio Enoturismo, destacando uma aposta que tem vinho a fortalecer o território e a sua identidade, com espaços fabulosos que acolhem os visitantes dando a conhecer o que aqui se produz”, explica Manuel Pinheiro.

O júri de especialistas em vinho, de várias regiões vitivinícolas, provou às cegas 218 amostras e medalhou 13 vinhos na categoria Ouro, e 12 na categoria Prata, com 131 referências a qualificar-se na categoria Honra. Os premiados foram agrupados em 11 grandes categorias: Vinhos Verdes Brancos, Rosados, Tintos, de Casta, Colheita Igual ou inferior a 2019, Vinhos Verdes Alvarinho, Vinhos Verdes Avesso, Vinhos Verdes Loureiro, Espumantes de Vinho Verde, Aguardentes de Vinho Verde e Vinho Regional Minho. Os prémios Ouro e Prata foram atribuídos ao primeiro e segundo classificados em cada categoria e os prémios Honra aos restantes concorrentes com pontuação igual ou superior a 80 pontos.

A lista completa dos prémios Os Melhores Verdes 2022, e das Medalhas Grande Ouro, Ouro, Prata e Honra, pode ser consultada AQUI.

Fórum Vinhos de Portugal 2021: País atinge números inéditos na exportação

Fórum Vinhos Portugal

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]No ano em que assinala o seu 25º aniversário, a ViniPortugal — entidade responsável pelo desenvolvimento e execução de estratégias e planos de promoção dos Vinhos de Portugal em mercados internacionais — organizou mais uma edição do […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]No ano em que assinala o seu 25º aniversário, a ViniPortugal — entidade responsável pelo desenvolvimento e execução de estratégias e planos de promoção dos Vinhos de Portugal em mercados internacionais — organizou mais uma edição do Fórum Anual Vinhos de Portugal, no passado dia 24 de Novembro, no CNEMA de Santarém.

Neste evento, que reune o sector para apresentar o balanço de performance do vinho português no mercado nacional e além-fronteiras, bem como os Planos de Marketing e Promoção para o ano seguinte, foram divulgados números esclarecedores, uns muito positivos e outros nem tanto, pelo Instituto da Vinha e do Vinho. 

Segundo esta instituição, de Janeiro a Setembro de 2021, a venda de vinhos tranquilos no mercado português caiu 2,5% em volume (180 milhões de litros) e 5,1% em valor (562 milhões de euros), com o preço médio a descer 2,7%, face ao período homólogo. Estas quebras deveram-se sobretudo a dois fatores: aos confinamentos durante o início do ano, que levaram a restrições severas na restauração e ao decréscimo do sector do turismo.

Para contrastar, os números das exportações de vinho de Portugal, no mesmo período, aumentaram 6,7% em volume (244 milhões de litros) e 1,7% em valor (669 milhões de euros), tendo o preço médio igualmente subido 4,7%, atingindo os 2,75€/l.

Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, comenta: “É de salientar que desde 2010, com ligeira interrupção em 2016, Portugal cresce nas exportações, em valor e volume, um marco do sector, especialmente quando assistimos aos principais mercados importadores a diminuir a sua capacidade de resposta. O sector tem conseguido aproveitar da melhor forma estas fragilidades e, deste modo, conseguido ganhar cada vez mais quota internacional. O nosso objetivo para 2022 está em linha com o que temos vindo a fazer: queremos aumentar o valor em preço dos nossos vinhos, pois temos a excelência necessária para isso. A performance dos Vinhos de Portugal é um reflexo da resiliência e esforço de todo o nosso sector”.

Quanto aos 5 maiores mercados de destino do vinho português, também divulgados neste Fórum Vinhos de Portugal, destacam-se a França (84 milhões de euros), EUA (83 milhões), Reino Unido (60 milhões), Brasil (55 milhões) e Alemanha (40 milhões), sendo que os cinco países somados representam 44,9% do volume total exportado e 48,1% do valor total exportado.

Mas Portugal é também vencedor noutro parâmetro: os maiores países importadores de vinho registaram quebras significativas, enquanto que o nosso país registou um aumento da sua quota de mercado em quase todos eles (com excepção da China), reforçando a sua presença nesses mercados e atingindo crescimentos sustentados. Ou seja, quando todos os países reduziram o seu desempenho, Portugal registou uma performance de excelência, tendo registado 669 milhões de vinho exportado de Janeiro a Setembro de 2021, um crescimento de quase 12% e um aumento próximo dos 5% do preço médio, em comparação com o período homólogo. [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Siga-nos no Instagram

[/vc_column_text][mpc_qrcode preset=”default” url=”url:https%3A%2F%2Fwww.instagram.com%2Fvgrandesescolhas|||” size=”75″ margin_divider=”true” margin_css=”margin-right:55px;margin-left:55px;”][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Siga-nos no Facebook

[/vc_column_text][mpc_qrcode preset=”default” url=”url:https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Fvgrandesescolhas|||” size=”75″ margin_divider=”true” margin_css=”margin-right:55px;margin-left:55px;”][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Siga-nos no LinkedIn

[/vc_column_text][mpc_qrcode url=”url:https%3A%2F%2Fwww.linkedin.com%2Fin%2Fvgrandesescolhas%2F|||” size=”75″ margin_divider=”true” margin_css=”margin-right:55px;margin-left:55px;”][/vc_column][/vc_row]

Uma nova Malhadinha Nova

Malhadinha Nova

Mais de 20 anos depois da sua inauguração, e a sensação de atravessar a entrada da Herdade da Malhadinha Nova mantém-se com a certeza de se antecipar bons momentos. Seja pelas grandes cegonhas sentadas que nos miram, de forma serena, mesmo por cima do pórtico da Herdade, seja pela vastidão da planície e clima ameno […]

Mais de 20 anos depois da sua inauguração, e a sensação de atravessar a entrada da Herdade da Malhadinha Nova mantém-se com a certeza de se antecipar bons momentos. Seja pelas grandes cegonhas sentadas que nos miram, de forma serena, mesmo por cima do pórtico da Herdade, seja pela vastidão da planície e clima ameno (por estes dias, que daqui a poucos meses o calor vai imperar), ou pela forma calorosa como somos recebidos.

 Texto: Rita Martins

Fotos: Malhadinha Nova

 O ar que se respira é diferente de outros lugares do país, diferente porque nos encontramos em pleno Alentejo, com a perspectiva do calor quente e dourado a que estas terras já nos habituaram e, sobretudo, porque todo o ambiente dentro da Herdade apela à tranquilidade. Junto à nova recepção do hotel ficamos em contacto com os cavalos da propriedade; são trinta e dois Puro-Sangue Lusitano no total… Desde 2008, que a Herdade da Malhadinha Nova se dedica à criação desta espécie para treino, competição da modalidade de dressage e comercialização. Em paralelo, habitam também os cavalos de passeio integrados no turismo equestre da Malhadinha.

Malhadinha NovaA recepção e a nova loja são espaços recentes da Herdade, criados a partir das antigas cavalariças. O ‘check in’ dos hospedes é feito nesse novo edifício onde podemos passear pela loja que vende vinhos, mel e produtos biológicos, todos produzidos na propriedade ou até passar algum tempo no bonito winebar, chamado Taberna, para provar os vinhos. O staff prima pela simpatia, simplicidade e o acolhimento é feito de forma descontraída, onde nos explicam todas as atividades possíveis de realizar (e são muitas!), os horários do restaurante, mapas da propriedade que são bem necessários tendo em conta que estamos perante 450 hectares….

A deslocação a pé dentro da Herdade é exigente a não ser que estejamos com ideia de andar por horas ou fazer grandes passeios, jogging ou trekking. Felizmente, o staff disponibiliza-se a qualquer momento para nos ir buscar de jeep onde estivermos e deixam-nos onde queremos; têm também à disposição dos hóspedes pequenos buggys elétricos e bicicletas para quem quiser.  A distância entre os diversos alojamentos pode ser grande, bem como entre os restaurantes para o pequeno-almoço ou para as refeições, para as piscinas ou até mesmo para fazer um pic-nic ou um passeio nas vinhas (duas das muitas actividades organizadas pela Herdade). No entanto é bom reforçar que andar a pé é algo que se deve mesmo fazer quando se está na Malhadinha, por isso se o calor não apertar em demasia e se estiver para aí virado, força! Tem caminhos infinitos para explorar.

Um dos passeios que aconselhamos é a observação das vacas alentejanas, animais de grande porte, que nos deixam aproximar e nos olham com um ar pacífico enquanto pastam e comunicam entre si como se não estivéssemos ali. A pastagem ao ar livre, a partir dos recursos naturais existentes é a base para a criação de animais como as vacas alentejanas, porco preto e a ovelha merina que se alimentam exclusivamente de produtos naturais, com a denominação de origem protegida (DOP). A sustentabilidade ambiental é fundamental para o projecto, por isso a aposta na criação de raças autóctones, o tratamento de resíduos e a consciente gestão e aproveitamento dos recursos naturais como a água. Neste momento estão a ser concluídos 400m2 de painéis solares que irão reduzir em cerca de 35% o consumo energético de toda a propriedade.

Malhadinha Nova

 

Cozinha e alojamento de excelência

Para além dos 80 hectares de vinha, o olival e a produção de mel biológico são grandes apostas já reconhecidas da Herdade da Malhadinha. Desde 2016 que a Malhadinha é totalmente biológica desde a vinha, as pastagens dos animais, o olival as hortas e os pomares que fornecem o restaurante e o incrível pequeno-almoço que se guarda na memória. Joachim Koerper (estrelado pela Michelin, e um dos sócios do Restaurante Eleven em Lisboa),  está à frente da cozinha da Malhadinha com a sua equipa liderada pelo chefe residente, Rodrigo Madeira, auxiliado por Vitalina Santos, cozinheira de mão cheia que conhece como ninguém as iguarias tradicionais alentejanas. Por sua vez, o jovem sommelier Andrii Pokryshko tem a cargo todo o serviço de vinhos e Cintia Koerper encarrega-se da pastelaria e nada do que faz nos deixa indiferentes.

São cinco os alojamentos que estão totalmente integrados na paisagem da Herdade da Malhadinha Nova dentro de cada um existem várias possibilidades de quartos e suites, com a finalidade de proporcionar aos hóspedes uma experiência única e em constante contacto com a natureza. A recente integração no prestigiadíssimo universo da Relais & Châteaux – colecção internacional de restaurantes gastronómicos e hotéis de luxo – foi a cereja no topo do bolo. Distinção há muito esperada e, dizemos nós, há muito merecida.

O contraste entre a inspiração rural e objetos de design nacional e internacional é grande, mas está totalmente pensado para uma convivência perfeita. Podemos encontrar peças originais desenhadas por artesãos, cadeiras feitas à mão em harmonia com peças de iluminação desenhadas por Philippe Starck.  Os quartos são todos diferentes com cores e apontamentos diferentes, com aromas pensados para cada um, mas com o mesmo conforto e bom gosto…

A Herdade da Malhadinha Nova apostou recentemente na nova imagem gráfica que ficou a cargo do Studio Eduardo Aires. Na apresentação do projecto foi-nos explicado todo o novo conceito que foi aplicado à assinatura institucional, rótulos dos vinhos, site, cartas do restaurante e carta dos vinhos, logotipos nos quartos, fardas e aventais. Uma nova imagem para um refresh, mantendo a identidade e imagem de marca da Malhadinha. O novo logotipo da Herdade da Malhadinha Nova corresponde a uma demarcação tipográfica sobre a paisagem alentejana. A nova sigla HMN é disposta segundo a ordem de um plano cartesiano que assinala os quadrantes do tempo (12h, 15h, 18h, 21h) e as coordenadas espaciais (Norte, Sul, Este e Oeste). Procurou-se assim representar a prioridade do projecto Malhadinha que é não mais do que garantir a sustentabilidade ambiental respeitando o equilíbrio entre o humanizado e o Natural. Nos novos rótulos dos vinhos demarcou-se o tempo, espaço de cultivo, vindima e fermentação. Na imagem, tal como desde o início, cumpre-se a tradição da família Soares que deixa a cargo da terceira geração a ilustração de espécies da avifauna protegida, os cavalos ou os insetos. Para além dos elementos mais novos da família Soares serem os autores de muitas das ilustrações, também crianças da região contribuíram para a elaboração dos novos desenhos.

Malhadinha Nova

 

Acolhimento em família

Ao longo dos anos os irmãos João e Paulo Soares juntamente com a Rita e a Margaret Soares – o núcleo duro – habituaram-nos à sua maneira afável, calorosa e genuína como recebem. Preocupam-se com todos os detalhes e dedicam-se de corpo e alma à Herdade da Malhadinha Nova que emprega já uma grande camada dos moradores da terra. A isso mesmo, a família Soares chama de sustentabilidade social, e é bem bonito de se ver no terreno as caras felizes dos que ali trabalham.

Para a família Soares é tempo de desfrutar. 22 anos depois da compra dos terrenos, o projecto agora sim está acabado, no sentido de que não se irá aumentar a capacidade hoteleira nem a capacidade de vinificação. Actualmente são 75ha de vinha na Malhadinha Nova mais 5ha bem próximos em Vale Travesso (que começaram por ser 1,5ha de vinha muito velha) e não há pretensão para mais, pelo menos no que respeita ao Baixo Alentejo. Para este desfecho, foram feitas várias mudanças como vimos, mas, tal como disse o Paulo com uma lágrima bem gorda no olho quando fazia a apresentação do novo projecto “É preciso que tudo mude, para que tudo fique igual”.

Eu não acho Paulo…. Eu acho que ficou ainda melhor!!!

Malhadinha Nova
João, Paulo, Rita e Margareth Soares

Finalmente, os vinhos… e é caso para dizer, cada vez mais frescos e vibrantes. A aposta é clara na frescura através de castas mais aptas à região. Vinhos que se pretendem firmes e tensos, e que possam brilhar à mesa, diz-nos Nuno Gonzalez, enólogo residente que conhece todos os cantos à casa (à adega, entenda-se) e que, em conjunto com o experiente Luís Duarte, assina os vinhos. A par de algumas novidades dentro do portefólio já existente, como a aposta em vinhos com a mesma casta, mas de vinhas diferentes, uma revelação está para breve e respeita à aquisição de uma propriedade com 4 hectares de vinha no Alto Alentejo, mais propriamente junto a Portalegre e tudo já também em modo biológico. Mais novidades em breve, portanto, e – antevemos – mais razões para a família Soares continuar a sorrir…

Malhadinha Nova

Herdade da Malhadinha Nova

7800-601 Albernoa – Beja

GPS – 37° 49’ 50. 60” N, 7° 59’ 20. 91” W

Hotel: 284 965 432  / Adega: 284 965 210 / Restaurante: 284 965 210

https://www.malhadinhanova.pt/

(Artigo publicado na Edição de Outubro 2021)

Vencedores do Concurso e dos Prémios Vinhos do Tejo foram revelados

Concurso prémios vinhos tejo

A aguardada Gala Vinhos do Tejo 2021 aconteceu no passado dia 16 de Outubro, depois de duas datas forçosamente adiadas devido à “suspeita do costume”, a pandemia. Nesta cerimónia de celebração da região do Tejo e dos seus vinhos — que teve lugar no Hotel dos Templários, em Tomar — a Comissão Vitivinícola Regional do […]

A aguardada Gala Vinhos do Tejo 2021 aconteceu no passado dia 16 de Outubro, depois de duas datas forçosamente adiadas devido à “suspeita do costume”, a pandemia. Nesta cerimónia de celebração da região do Tejo e dos seus vinhos — que teve lugar no Hotel dos Templários, em Tomar — a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) e a Confraria Enófila Nossa Senhora do Tejo anunciaram os vencedores do Concurso Vinhos do Tejo 2021 e também dos Prémios Vinhos do Tejo.

Na edição de 2021 do Concurso Vinhos do Tejo, foram avaliadas 195 amostras, número que tem vindo a crescer ao longo dos anos. Os grandes vencedores, com Prémio Excelência, foram o Casa Cadaval Riesling branco 2016 (da Casa Cadaval) e o Quinta do Casal Monteiro Grande Reserva tinto 2018 (da Quinta do Casal Monteiro). Conseguiram o galardão Ouro 43 vinhos, entre os quais 11 brancos e 32 tintos. Já os diplomas de Prata foram entregues a dez brancos e oito vinhos tintos. Elegeram-se também, como já é habitual, os melhores brancos e rosés da colheita anterior: Lagoalva Sauvignon Blanc branco 2020 e Vale de Lobos rosé 2020. 

Mas a região também destacou as empresas e as pessoas nos Prémios Vinhos do Tejo, em seis categorias: Prémio Sustentabilidade, que foi para a Falua; Empresa Dinamismo, entregue à Adega Cooperativa de Almeirim; Empresa Excelência, atribuída ao Casal da Coelheira; Enólogo do Ano, que coube a Luís Santos (da Quinta do Casal Monteiro); e Prémio Carreira, recebido por duas pessoas, Maria José Viana, responsável de comunicação do grupo Enoport Wines e membro da Direcção e do Conselho Geral da CVR Tejo durante vários anos, e José Vidal, proprietário da casa agrícola Casal das Freiras, em Tomar, e membro fundador da Comissão Vitivinícola Regional do Ribatejo (então assim denominada), da Rota dos Vinhos do Tejo e da Confraria Enófila Nossa Senhora do Tejo.

Na Gala Vinhos do Tejo 2021 foram ainda revelados os vencedores dos prémios Tejo Academia — iniciativa que tem como objectivo formar e avaliar restaurantes da região, na comida e na relação com o vinho — Tejo Anima — que pretende premiar o território e as suas valências de lazer, como o enoturismo, sendo promovida pela Rota dos Vinhos do Tejo — e do Concurso de Fotografia Vinhos do Tejo.

As listas completas de premiados do Concurso Vinhos do Tejo 2021, Prémios Vinhos do Tejo, Tejo Anima, Tejo Academia e do Concurso de Fotografia Vinhos do Tejo, podem ser consultadas AQUI.

Herdade do Esporão convida a participar na campanha da azeitona

Esporão programa azeite

Para celebrar a chegada do Azeite novo, no próximo dia 23 de Outubro, a Herdade do Esporão preparou um programa especial entitulado “Um Dia de Campanha”. Este programa de enoturismo inclui várias actividades relacionadas com a campanha da azeitona e a produção de azeite — como um passeio pelo olival dos Arrifes, participação na colheita […]

Para celebrar a chegada do Azeite novo, no próximo dia 23 de Outubro, a Herdade do Esporão preparou um programa especial entitulado “Um Dia de Campanha”.

Este programa de enoturismo inclui várias actividades relacionadas com a campanha da azeitona e a produção de azeite — como um passeio pelo olival dos Arrifes, participação na colheita das azeitonas, visita guiada ao lagar e uma prova de azeites acabados de fazer — um café de boas-vindas na herdade logo de manhã e um almoço especialmente preparado para o momento, no Restaurante da Herdade do Esporão.

O almoço, da autoria do Chef Carlos de Albuquerque, terá cinco momentos e será acompanhado por cante alentejano, viola campaniça, e vinhos Esporão.

O programa “Um Dia de Campanha”, que inclui welcome e farewell kit, custa €70 por pessoa (€26 por criança dos 3 aos 12 anos), e as reservas devem ser feitas através dos contactos +351266509280 e reservas@esporao.com, tendo em conta que o a lotação máxima é de 40 participantes, divididos em dois grupos.

Programa completo:

10h30 – Café de boas-vindas
11h00 – Passeio pelo olival dos Arrifes e participação na campanha
(Recomenda-se a utilização de calçado adequado e vestuário confortável)
12h30 – Visita guiada ao lagar e prova de azeite novo (acabado de fazer), com actividade especial para crianças
14h00 – Almoço no Restaurante Herdade do Esporão com menu de cinco momentos harmonizado com dois vinhos Esporão* e acompanhado por cante alentejano e viola campaniça

*de acordo com disponibilidade de stocks

Quinta da Fonte Souto tem novo Centro de Visitas

Fonte Souto centro visitas

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Situada em Portalegre, no terroir único da Serra de São Mamede, a propriedade alentejana da Symington Family Estates, Quinta da Fonte Souto, já abriu o seu novo Centro de Visitas. Sob o mote “um outro vagar”, este […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Situada em Portalegre, no terroir único da Serra de São Mamede, a propriedade alentejana da Symington Family Estates, Quinta da Fonte Souto, já abriu o seu novo Centro de Visitas.

Sob o mote “um outro vagar”, este Centro de Visitas integra várias experiências de enoturismo, como visitas guiadas, provas de vinhos, passeios, petiscos, piqueniques, entre outras. Os visitantes têm ainda a oportunidade de descobrir particularidades sobre a sub-região de Portalegre, preservação do território e da natureza, o cuidado com as vinhas e ainda compreender o processo de vinificação e produção a partir da data da vindima. No armazém, é explicado o processo de estágio, o tipo de barricas utilizado e a evolução do vinho.

Quanto a provas de vinho, há duas: A Prova Clássica (15€) dá a conhecer três vinhos produzidos na propriedade: Florão Branco, Florão Tinto e Quinta da Fonte Souto Tinto. Já a Prova Premium (25€) inclui uma seleção mais alargada, colocando em degustação os vinhos Florão Branco e Tinto, o Quinta da Fonte Souto, também Branco e Tinto, e ainda o Vinha do Souto Tinto. Há também uma carta de vinhos a copo que podem ser acompanhados com vários petiscos, como tábua de queijos ou enchidos, azeitonas ou amêndoas torradas.

Para quem quiser contactar ainda mais com a natureza da Quinta da Fonte Souto, há passeios pelas vinhas. Nesta primeira fase de abertura, os visitantes podem usufruir apenas de um percurso pré-definido, mas em breve serão três os roteiros, que dão a conhecer alguns dos recantos da propriedade de 207 hectares.

A Quinta da Fonte Souto sugere ainda um piquenique com produtos regionais para encerrar esta experiência no Centro de Visitas. O menu, pensado para duas pessoas, inclui iguarias como pão rústico, chutney de cogumelos e coentros, queijo curado alentejano, paio do cachaço de porco preto, azeitonas, broas de bolota e ainda fruta da época. O piquenique inclui água e uma garrafa de Florão Branco. Há ainda a possibilidade de ser adicionado um menu de criança (por 12€) que inclui pão rústico, fruta da época, doce de castanha e erva-doce, um snack de batatas fritas ou frutos secos, água e um sumo de laranja. Esta experiência deve ser reservada com 48 horas de antecedência e tem o custo de 40 euros.

A Symington lembra que o Centro de Visitas da Quinta da Fonte Souto pode ser visitado todos os dias da semana, das 10h00 às 19h00. Nesta primeira fase do projecto, as experiências do enoturismo estarão disponíveis até 31 de Outubro, regressando depois na Primavera de 2022.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Siga-nos no Instagram

[/vc_column_text][mpc_qrcode preset=”default” url=”url:https%3A%2F%2Fwww.instagram.com%2Fvgrandesescolhas|||” size=”75″ margin_divider=”true” margin_css=”margin-right:55px;margin-left:55px;”][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Siga-nos no Facebook

[/vc_column_text][mpc_qrcode preset=”default” url=”url:https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Fvgrandesescolhas|||” size=”75″ margin_divider=”true” margin_css=”margin-right:55px;margin-left:55px;”][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Siga-nos no LinkedIn

[/vc_column_text][mpc_qrcode url=”url:https%3A%2F%2Fwww.linkedin.com%2Fin%2Fvgrandesescolhas%2F|||” size=”75″ margin_divider=”true” margin_css=”margin-right:55px;margin-left:55px;”][/vc_column][/vc_row]

Um imenso Alentejo para descobrir

Descobrir Alentejo

Das altitudes de Portalegre às planuras de Beja. Da influência atlântica do Sudoeste até às estepes semi-desérticas do Guadiana. A diversidade do Alentejo só tem paralelo na sua dimensão e este é um mundo inteiro para descobrir. De copo na mão, claro. Texto: Luís Francisco Foto: Ricardo Palma Veiga Cinco colunas de vidro com exemplos […]

Das altitudes de Portalegre às planuras de Beja. Da influência atlântica do Sudoeste até às estepes semi-desérticas do Guadiana. A diversidade do Alentejo só tem paralelo na sua dimensão e este é um mundo inteiro para descobrir. De copo na mão, claro.

Texto: Luís Francisco

Foto: Ricardo Palma Veiga

Cinco colunas de vidro com exemplos de diferentes tipos de solos. Seis painéis de vídeo que passam imagens do quotidiano em paisagens e ambientes completamente distintos. Uma extensa galeria de caixas de vinho, identificadas com os logotipos dos produtores e com garrafas para descobrir. O Alentejo em toda a sua diversidade. E está tudo aqui, na Sala de Provas da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, em Évora, praticamente à porta da velha Sé, datada do século XIII e a maior catedral medieval do país.

No Alentejo a história está por todo o lado, tantas vezes preservada de forma quase pristina – a dimensão do território, a fraca densidade demográfica e o “esquecimento” a que a região foi votada durante longos períodos ajudam a explicar esta realidade. É como se o passado tivesse sido protegido pelo próprio tempo – que, como é sabido, passa mais devagar nestas paragens banhadas pelo sol do Grande Sul. E também a história do vinho alentejano é longa e recheada de altos e baixos.

Os detalhes fundamentais estão explicados na “sala de visitas” da CVRA, que sonha agora com a retoma do movimento turístico “congelado” pela pandemia no último ano. Tartessos, Fenícios, Gregos, todos viram no território português – e, nomeadamente nas terras quentes do Alentejo – o potencial para cultivar a vinha, muito provavelmente introduzindo variedades mediterrânicas.

Quando os Romanos chegaram, encontraram uma cultura do vinho já bem difundida entre as populações locais e, como era seu timbre, desenvolveram-na de forma a torná-la mais organizada e mais produtiva. A marca romana continua hoje bem evidente na cultura dos vinhos de talha, uma tradição milenar que nos últimos anos ganhou notoriedade pública, mas que nunca deixou de ser acarinhada pelos produtores locais.

Seguiram-se as invasões bárbaras e, depois, o domínio muçulmano. A islamização do território implicou o abandono de muitas vinhas, que só começaram a recuperar quando terminaram as guerras da reconquista e o reino de Portugal se estendeu até ao Algarve. Durante a era dos Descobrimentos, os vinhos de Évora ganharam fama e correram mundo nos porões das naus e caravelas portuguesas. Era mais um ponto alto, nesta montanha-russa de sucessos e apagamentos. Seguiu-se novo período difícil, com a Guerra da Restauração, primeiro, e a criação da Real Companhia Geral de Agricultura dos Vinhos do Douro, em 1756, por decisão do Marquês de Pombal. O poder administrativo puxava para Norte o epicentro da produção vitivinícola nacional e os vinhos do Alentejo voltaram a perder visibilidade.

Descobrir AlentejoDescobrir Alentejo

Descobrir Alentejo

Muito por onde escolher

Já no século XIX, a “febre” voltou e as vinhas regressaram ao grande território alentejano, mas depressa a filoxera deitou tudo a perder e, já no século XX, os políticos voltaram a entrar em cena: o Estado Novo decretou que o Alentejo era terra de produção de cereais e as vinhas passaram a ser residuais, de auto-subsistência. Décadas depois, as adegas cooperativas e uma mão-cheia de produtores privados conseguiram voltar a pôr o vinho alentejano no mapa e em 1989 foi finalmente criada a Comissão Vitivinícola Nacional Alentejana – o que torna esta região uma das mais recentes em Portugal. Mas, em poucos anos, o sucesso foi estrondoso: hoje, com mais de 22.000 hectares de vinhas, o Alentejo tem cerca de dez por cento da área plantada, mas a sua quota no mercado interno ronda os 40 por cento.

Os vinhos de Denominação de Origem Controlada (DOC) do Alentejo estão divididos em oito sub-regiões – Portalegre, Borba, Redondo, Reguengos, Évora, Vidigueira, Granja-Amareleja e Moura – e a sua variedade espelha o enorme mosaico de solos e micro-climas que encontramos nos distritos de Portalegre, Évora e Beja. Um território vasto e recheado de sedutoras propostas para qualquer viajante, num cardápio em que o vinho e a comida estão no centro das opções. Naturalmente, a oferta enoturística é, também ela, variada e cativante.

Os safaris fotográficos na Herdade do Sobroso (junto ao Alqueva, entre Moura e Vidigueira), as ruínas romanas na atmosfera casual-chic do Torre de Palma Wine Hotel (Monforte), o requinte e a vastidão de horizontes da Herdade da Malhadinha Nova (Beja), a organização e política ambiental do Esporão (Reguengos), os arrojos arquitectónicos da Adega Mayor (Campo Maior) ou da Herdade do Freixo (Redondo), o silêncio e a beleza pura da paisagem na Herdade Monte do Vau (Serpa), as ligações à cultura na Cartuxa (Évora) ou na Quinta do Quetzal (Vidigueira). E podíamos continuar por aí fora…

Com tantas opções – e num território onde as principais localidades estão, na maior parte das vezes, separadas por dezenas de quilómetros – dá muito jeito poder planear a nossa rota. E a CVRA disponibiliza a ferramenta ideal para o fazer: na Sala de Provas, em Évora, foi instalado um ecrã onde podemos definir as características dos locais que pretendemos visitar, seleccioná-los, traçar os itinerários e enviar a informação para o nosso e-mail. Isto, claro, contando sempre com a colaboração das pessoas que ali trabalham e podem dar uma ajuda preciosa.

Descobrir Alentejo
Enoturismo- Acqua Veritas

Um templo escondido

Iniciemos antão, também nós, uma pequena jornada de descoberta do que o Alentejo tem para oferecer. Desta vez, a tarefa de desenhar um percurso coube à própria CVRA, mas há um verdadeiro mundo de oportunidades entre as sete dezenas de produtores que incluem a Rota dos Vinhos alentejana. Uma profusão de experiências vínicas que não se excluem do contexto circundante: o Alentejo dos vinhos funde-se com o Alentejo da gastronomia, com o Alentejo do património histórico, o Alentejo da cultura, o Alentejo do lazer.

E, nem de propósito, a nossa primeira paragem não é um projecto vitivinícola. Uma pequena caminhada pela velha cidade património mundial da UNESCO, que agora começa a redescobrir a animação dos tempos pré-covid, leva-nos até um edifício de três andares, numa ruela insuspeita. À porta, uma placa em latim: In Acqua Veritas. Vamos entrar nuns banhos romanos.

Laura Martins e Pedro Branco são dois dos quatro sócios (os outros são os seus respectivos cônjuges) que há dois anos abriram as portas deste verdadeiro templo do bem-estar. A inspiração veio dos banhos árabes, mas a realidade de Évora, onde a herança romana é notável, levou a algumas adaptações. Quando entramos, numa recepção arejada e elegante, começamos a ter uma ideia do que nos espera quando olhamos para as incríveis abóbodas em tijolo (havemos depois de descobrir que são seis, todas diferentes umas das outras) que pairam por cima da nossa cabeça. Mas nem isso nos prepara para a atmosfera extraordinária da zona de banhos. Três piscinas – água morna (31ºC), água quente (40º), água fria(16º) –, zona de massagens, bar ao fundo com mesas e cadeiras. E tudo isto entre paredes seculares, onde tijolo antigo e pedra se vão cruzando, arcos embutidos em sucessivas eras de construção, recantos, nichos.

As termas abriram há dois anos, após um longo período de obras com acompanhamento arqueológico, mas é como se estivessem agora a entrar numa segunda vida – como quase tudo em Portugal, foram obrigadas a fechar por força da pandemia. Neste momento, por razões de segurança e higiene, funcionam apenas mediante marcação e os preços começam nos 39 euros da Experiência Banhos (máximo duas horas), mas o menu inclui ainda as opções Degustação (vinhos, queijos, enchidos, fruta) e Massagem. No Inverno é acolhedor e quentinho, no Verão “é dos sítios mais frescos de Évora”, salienta Pedro. E está a ser um sucesso. “Há quem venha a Évora de propósito para nos visitar”, explica Laura. E assim a cidade ganhou mais um argumento turístico.

Descobrir Alentejo

A caminho de Estremoz

Seguimos viagem, agora percorrendo por auto-estrada as três dezenas de quilómetros que nos separam de Estremoz, vencendo o desnível dos contrafortes da Serra de Ossa (altitude máxima: 653m) e perdendo o olhar na silhueta fortificada de Évora Monte. Até que o horizonte se enche com as muralhas e o casario de Estremoz, rodeados de vinhas. Não deve haver por todo o Alentejo tamanha concentração de projectos vitivinícolas numa área tão restrita – veteranos como João Portugal Ramos e “jovens lobos” como Tiago Cabaço; grandes produtores como a Herdade das Servas ou projectos de nicho como o Monte Branco, enfim, há de tudo um pouco (quase duas dezenas de referências) à volta da monumental cidade alentejana, também conhecida pelos seus mármores.

Descobrir Alentejo
David Baverstock esteve na origem da Howard´s Folly

Mas, como que para reforçar mais uma vez a ideia de diversidade do vinho alentejano, paramos bem dentro do núcleo urbano, num projecto que tem sede em Estremoz mas glorifica as uvas de Portalegre. O enólogo David Baverstock nasceu na Austrália, em Barossa Valley (terra da Shiraz, Syrah na sua denominação oficial em Portugal), casou com uma portuguesa e vive por cá desde 1982. Um dia conheceu o empreendedor britânico Howad Bilton, que vive em Hong Kong e manifestou interesse nos vinhos alentejanos feitos por David (no Esporão, nomeadamente). Em 2002, uniram forças num projecto conjunto, a que chamaram Howard’s Folly.

Têm uma vinha na região de Portalegre e é lá também que compram uvas a pequenos produtores, cujas vinhas velhas constituem um património cada vez mais apreciado (e cobiçado) no universo do vinho português. Mas a sede nasceu em Estremoz, num edifício adquirido em 2018 e onde funcionara o Grémio da cidade. Dentro daquelas imponentes paredes brancas encontramos agora a adega, uma galeria de arte (ligada à fundação, a Sovereign Art Foundation, que ajuda crianças desfavorecidas e vítimas de maus-tratos) e um restaurante de atmosfera divertida (o nome Folly dá o mote) onde os vinhos da casa (que incluem também um Alvarinho feito com uvas de Melgaço) encontram os seus parceiros à mesa.

Provam-se os vinhos da adega, invariavelmente caracterizados pela especial frescura e complexidade das vinhas velhas em altitude que povoam as encostas da Serra de S. Mamede, conversa-se sobre Portugal e o mundo, as castas e a bem portuguesa arte de as combinar na garrafa, o património histórico e a tradição gastronómica de Estremoz, que muita gente classifica como “Cascais do Alentejo”, pela sua atmosfera cosmopolita. Com tudo isto, a fome aperta e sentamo-nos à mesa, para uma refeição de grande nível que combina um traço moderno com os produtos tradicionais da região.

Descobrir Alentejo
Howard´s Folly

 

 

Descobrir Alentejo
Enoturismo Howard´s Folly

 

Um “château” no Alentejo

Por mais que nos custe, temos mesmo de nos levantar e fazer ao caminho. Mas esta deslocação é curta: em poucos minutos, nos limites da área urbana da cidade, passamos um apertado portão e o olhar perde-se na contemplação do imenso terreiro central da Quinta D. Maria. De um lado, primeiro, uma série de casinhas geminadas tradicionalmente ocupadas pelos trabalhadores da propriedade, depois a torre, a capela, o edifício principal, silhueta branca debruada a verde das trepadeiras que se prolonga até aos muros ao fundo, atrás dos quais o jardim e a horta se fundem numa atmosfera romântica muito peculiar. Do outro lado, os edifícios de serviço, entre os quais a sala das talhas, a adega, armazéns, a sala de provas, a loja. E, no meio deste rectângulo do tamanho de um campo de futebol, relvados verdejantes.

Descobrir AlentejoEste verdadeiro “château” no coração do Alentejo nasceu por vontade do rei D. João V, que a mandou construir uma elegante casa de campo para oferecer a uma cortesã, D. Maria, por quem estava tomado de paixões. A quinta é de 1718, a capela foi edificada em 1752 e devotada a Nossa Senhora do Carmo, o que explica o outro nome por que é conhecida este impressionante e belíssimo palacete: Quinta de Nossa Senhora do Carmo. Júlio Bastos, o proprietário e um dos nomes mais respeitados do panorama vitivinícola alentejano, guia-nos na visita por alguns dos espaços. A impressionante sala das talhas, que em breve serão usadas para fazer um vinho da casa ao velho estilo dos Romanos. A adega com os seus belos lagares em mármore. A sala de barricas onde estagiam os néctares que nos próximos anos nos chegarão ao copo. A sala de provas, preparada para nos dar a conhecer alguns dos vinhos deste produtor com longa tradição e um cuidado sempre especial com a elegância e o requinte das suas propostas vínicas.

Descobrir Alentejo
Quinta D. Maria

Quem quiser pode optar pela versão completa da visita, incluindo uma refeição no interior da casa principal, onde elegantes painéis de azulejo embelezam as paredes e a atmosfera nos faz esquecer o mundo lá fora. Quanto a nós, a visita era para ter acabado a meio da tarde, mas o regresso a Lisboa faz-se já de faróis ligados. O grande génio da Física Albert Einstein lançou muitas ideias que só décadas mais tarde puderam ser confirmadas pela ciência. Uma delas é que “o tempo é relativo e não pode ser medido do mesmo modo e por toda a parte”. Mas isso já os alentejanos sabiam há muito…

(Artigo publicado na edição de Junho 2021)