Adega José de Sousa com programa familiar em Maio

Adega José de Sousa programa

“Maio em Família” é o novo programa especial de enoturismo da Adega José de Sousa, localizada em Reguengos de Monsaraz. Aproveitando o Dia Internacional da Família, celebrado a 15 de Maio, a adega alentejana da José Maria da Fonseca criou, para esse mês, um conjunto de actividades que inclui uma visita guiada à adega, uma […]

“Maio em Família” é o novo programa especial de enoturismo da Adega José de Sousa, localizada em Reguengos de Monsaraz. Aproveitando o Dia Internacional da Família, celebrado a 15 de Maio, a adega alentejana da José Maria da Fonseca criou, para esse mês, um conjunto de actividades que inclui uma visita guiada à adega, uma caça ao tesouro para os mais novos — com direito a uma surpresa no final e uma prova de dois vinhos para os adultos (e dois sumos para as crianças), acompanhada de produtos regionais.

A visita guiada à adega tem dois momentos: a adega moderna, plena de tecnologia e inovação; e a Adega dos Potes, com uma impressionante colecção de talhas de barro. A Caça ao Tesouro, para os mais pequenos, é feita no terraço da adega, com oferta de uma surpresa final. O programa acaba com uma prova, que não deixa ninguém de parte.

Disponível de 1 a 31 de Maio, o programa “Maio em Família” da Adega José de Sousa está limitado a seis adultos e seis criança por actividade. Custa 45 euros, para um grupo de dois adultos e duas crianças, sendo que o valor para cada adulto extra é de 12 euros, e para cada criança adicional (3 a 17 anos) é de 10 euros. A inscrição prévia é mandatória e deve ser feita através do e-mail josedesousa@jmfonseca.pt ou dos números +351 266 502 729 e +351 918 269 569.

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CVR Beira Interior lança Pós-Graduação em Enoturismo

Beira Interior Pós-Graduação enoturismo

Numa parceria com o Instituto Politécnico da Guarda, a Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior acaba de lançar uma Pós-Graduação em Enoturismo com início das aulas previsto para Junho de 2021. A pós-graduação terá a duração de oito meses (com interrupção para férias de Verão e vindima) e foi criada com o objectivo de preparar […]

Numa parceria com o Instituto Politécnico da Guarda, a Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior acaba de lançar uma Pós-Graduação em Enoturismo com início das aulas previsto para Junho de 2021.

A pós-graduação terá a duração de oito meses (com interrupção para férias de Verão e vindima) e foi criada com o objectivo de preparar profissionais, ou outros interessados, em temas afectos à gestão e ao marketing, aplicados ao enoturismo e ao património gastronómico. O painel de formadores, por sua vez, será de luxo, com profissionais de topo do sector do vinho e do enoturismo a juntarem-se a professores do Instituto Politécnico da Guarda. As aulas, que serão à sexta-feira e ao sábado, terão lugar neste instituto e nas instalações da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior. 

Mais informações, como o valor da propina, podem ser consultadas AQUI, ou através deste e-mail. Há apenas 25 vagas e, para garantir o lugar na Pós-Graduação em Enoturismo, será necessário preencher, até ao dia 28 de Maio de 2021, o Formulário de Candidatura. 

Enoturismo na Quinta de Santa Teresa reabre a 5 de Abril, com novidades

A Quinta de Santa Teresa — propriedade da A&D Wines em Baião, na região dos Vinhos Verdes — vai reabri as actividades de enoturismo no dia 5 de Abril, “com todas as medidas de segurança impostas pela Direção Geral de Saúde”, pode ler-se no comunicado da empresa.  Berço das uvas com que são produzidos os […]

A Quinta de Santa Teresa — propriedade da A&D Wines em Baião, na região dos Vinhos Verdes — vai reabri as actividades de enoturismo no dia 5 de Abril, “com todas as medidas de segurança impostas pela Direção Geral de Saúde”, pode ler-se no comunicado da empresa. 

Berço das uvas com que são produzidos os vinhos Singular e Monólogo, a Quinta de Santa Teresa traz novidades com esta reabertura: quatro provas de vinho diferentes, e passeios nas vinhas e jardins — a Quinta conta com várias edificações de valor arquitetónico relevante e outros pontos de interesse, como a casa principal, os jardins, lagos, a piscina e um bosque. Nesta primeira fase, devido ao contexto pandémico, as actividades serão limitadas a grupos de quatro pessoas, no máximo.

A Visita e Prova Without Limits (€50) permite uma personalização total da experiência: na Quinta de Santa Teresa poderá provar os vinhos sem limitações enquanto explora todo o portefólio disponível. Se escolher o pacote Top Range (€30), terá acesso aos melhores vinhos da Quinta. A opção Avesso Experience (€20) irá permitir que os amantes do vinho explorem a casta Avesso em todas os seus perfis. Por fim, a Visita e Prova Standard (€15) dá a conhecer dois exemplares de varietais da região, com a gama Monólogo e o Singular Vinhas Velhas.[/vc_column_text][vc_column_text]

 

Já está disponível o novo azeite Esporão Bio Virgem Extra

O terceiro azeite da gama Esporão com certificação biológica está agora no mercado. Produzido no Lagar da Herdade do Esporão, com azeitonas 100% alentejanas, maioritariamente azeitona Galega, este é mais um produto que se insere no grande objectivo actual da empresa, o de aumentar a oferta de referências biológicas. “Este é um azeite com origem […]

O terceiro azeite da gama Esporão com certificação biológica está agora no mercado. Produzido no Lagar da Herdade do Esporão, com azeitonas 100% alentejanas, maioritariamente azeitona Galega, este é mais um produto que se insere no grande objectivo actual da empresa, o de aumentar a oferta de referências biológicas.

“Este é um azeite com origem no Alentejo, proveniente de oliveiras plantadas ao longo dos tempos, oliveiras que tanto nos ensinam e inspiram todos os dias. O sumo que oferecem, repleto de saúde e sabor, traz-nos memória de tantos pratos doces e salgados. E ainda, recorda-nos da simplicidade de alguns momentos como molhar o pão em azeite e saborear”, confessa Ana Carrilho, directora de produção do Esporão.

O Biológico Virgem Extra (p.v.p. €9,49) insere-se, assim, num portefólio já vasto de azeites do grupo, onde também se incluem os Virgem, Virgem Extra, DOP Norte Alentejano VE, Cordovil VE, Galega VE, Selecção VE, Olival dos Arrifes Biológico VE e Quinta dos Murças Biológico Virgem Extra.

E se deseja conhecer mais sobre este azeite, e sobre a sua origem, pode visitar o Lagar da Herdade do Esporão, e até fazer uma prova acompanhada. Basta reservar com o Esporão, através deste e-mail ou do telefone +351266509280.

 

Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo integra cadeia Relais & Châteaux

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A reconhecida cadeia hoteleira internacional Relais & Châteaux (R&C) está agora no Douro, com a integração da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo Winery House — hotel vínico inaugurado em 2005. Segundo a R&C, “o espírito […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A reconhecida cadeia hoteleira internacional Relais & Châteaux (R&C) está agora no Douro, com a integração da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo Winery House — hotel vínico inaugurado em 2005. Segundo a R&C, “o espírito da Quinta Nova reflecte perfeitamente os valores da Relais & Châteaux, o espírito de compromisso, partilha, serviço e cultura local”.

Luísa Amorim, CEO da Quinta Nova, refere: “Foi um projeto muito pensado ao longo de mais de 15 anos. Sentimos que esta era a altura certa, em que o Douro atinge uma atractividade enorme como destino mundial e, paralelamente, a nossa equipa alcança um elevado nível de know-how e experiência em torno do enoturismo e da gastronomia, onde hoje nos dedicamos ao movimento slow food e onde somos os primeiros e únicos no Douro. Tivemos o privilégio de dar os primeiros passos nesta área, numa altura em que não havia turistas na região do Douro, e é gratificante perceber que os hóspedes e clientes que nos visitam de todo o mundo se sentem em casa, numa casa duriense, e que esta aliança com a Relais & Châteaux faz todo o sentido. 

A Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo Winery House reabre a 5 de Abril, com os seus 11 quartos, um restaurante a receber um novo nome – Terraçu’s – e uma nova carta.[/vc_column_text][vc_gallery type=”nectarslider_style” images=”50874,50875,50876,50877,50873,50872,50871″ bullet_navigation_style=”see_through” onclick=”link_no”][vc_column_text]Fotos: ©Francisco Nogueira[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Associação Portuguesa de Enoturismo cria Bolsa de Emprego

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A APENO – Associação Portuguesa de Enoturismo, acaba de lançar uma Bolsa de Emprego, onde os profissionais qualificados da área do enoturismo se podem inscrever. Os interessados poderão preencher o formulário na nova área de Emprego do […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]A APENO – Associação Portuguesa de Enoturismo, acaba de lançar uma Bolsa de Emprego, onde os profissionais qualificados da área do enoturismo se podem inscrever.

Os interessados poderão preencher o formulário na nova área de Emprego do site da APENO e enviá-lo, para concorrer às funções pretendidas. Estes dados serão guardados nos arquivos da APENO e serão consultados pelos seus associados sempre que estes necessitem de algum profissional qualificado nas seguintes funções: Director de Enoturismo, Guia de Enoturismo, Coordenador de Eventos, Assistente de Loja, Recepcionista, Animador,  Director de Hotel, Empregado de Quartos, Empregado de Limpeza, Director de Marketing, Director de Comunicação, Assistente de Comunicação, Gestor Financeiro, Assistente Administrativa, Chef de Cozinha, Sommelier, Enólogo, Viticultor, Jardineiro, Tratorista, entre outras.

É também um serviço gratuito para os associados da APENO, que devem enviar um e-mail para emprego@enoturismodeportugal.pt e indicar que tipo de funcionário precisam, de forma a que a associação possa fazer a devida selecção dos candidatos, com os requisitos pretendidos, e enviar os respectivos CVs.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/2″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

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Torres Vedras cria Rota de Enoturismo em torno da estrada Nacional 9

Está neste momento em desenvolvimento, por parte da Câmara Municipal de Torres Vedras, a criação de uma Rota de Enoturismo. Esta Rota irá estender-se pela estrada Nacional 9, via que abrange as áreas de maior concentração de vinha, no território. O objectivo é incluir, nesta Rota de Enoturismo de Torres Vedras, agentes económicos como produtores […]

Está neste momento em desenvolvimento, por parte da Câmara Municipal de Torres Vedras, a criação de uma Rota de Enoturismo. Esta Rota irá estender-se pela estrada Nacional 9, via que abrange as áreas de maior concentração de vinha, no território.

O objectivo é incluir, nesta Rota de Enoturismo de Torres Vedras, agentes económicos como produtores de vinho, hotelaria, restauração e comerciantes. A sede, por sua vez, será a Casa do Espírito Santo, um edifício actualmente em ruína, em Carvoeira.

“O projeto prevê a reconversão da Casa do Espírito Santo num estabelecimento de enoturismo que irá afirmar-se enquanto local de referência na freguesia e no Concelho, proporcionando experiências associadas à apreciação de vinhos locais e à participação na cultura e tradição vitivinícola do território”, explica o Município de Torres Vedras.

A aposta no enoturismo neste território tem-se acentuado desde 2018, ano em que a Rede Europeia das Cidades do Vinho atribuiu a distinção “Cidade Europeia do Vinho” a Torres Vedras.

GPS: Chegou ao seu destino

O mundo está mais pequeno e as modernas tecnologias aproximam gentes e paragens até ao ponto em que se desconfia que a aventura é um conceito fora de moda. Nada disso! Façamo-nos à estrada e enfrentemos o desafio de procurar o país profundo. Mesmo que isso implique um braço-de ferro com o seu quê de […]

O mundo está mais pequeno e as modernas tecnologias aproximam gentes e paragens até ao ponto em que se desconfia que a aventura é um conceito fora de moda. Nada disso! Façamo-nos à estrada e enfrentemos o desafio de procurar o país profundo. Mesmo que isso implique um braço-de ferro com o seu quê de irritante entre os que os olhos vêem e o que as máquinas nos dizem. O material nem sempre tem razão.

Luís Francisco

Não sei se é uma tendência universal ou apenas mais uma das minhas manias. Considero-me uma pessoa de bom feitio, mas assumo a solene embirração que cultivo com as vozes dos aparelhos de GPS. Todas. De todos os aparelhos. Embirro tanto que evito ao máximo utilizar a tecnologia que – dizem – nos leva a todo o lado sem desnecessárias perdas de tempo, seja a decifrar pistas na desconcertante sinalética das nossas estradas, seja no contacto verbal com os locais que, as mais das vezes, muito falam e nada explicam.

Infelizmente, não nasci com capacidades de navegação nem sentido de orientação apurado que me permitam abdicar sem prejuízo das ajudas à navegação. E, portanto, de vez em quando lá tenho mesmo de escutar as directivas deterministas de quem me aconselha, “por favor”, a “abandonar a rotunda na segunda saída” – leia-se: é para seguir em frente – ou a, “dentro de 600 metros, seguir pela esquerda” na auto-estrada – que é, adivinharam, como quem diz para continuar na mesma via.

Para espiar o pecado capital de ceder à tentação da papinha feita em termos de adivinhar o caminho do ponto “a” ao ponto “b” sem passar pela casa da dúvida, obrigo-me a uma série de penitências. Primeiro, colecciono todas as histórias que me chegam ao conhecimento de gente que se perdeu ou se meteu em sarilhos por seguir cegamente o GPS, sem se dar ao trabalho de abrir os olhos para o que está à sua frente. Acreditem, não são assim tão poucas como isso e algumas com consequências desastrosas. Por outro lado, anoto fervorosamente todos os erros que detecto nas infernais maquinetas. Se a 950 metros de altitude o sistema de navegação indica 976, isso quer dizer que, umas dezenas de quilómetros antes, quando a indicação era de 14 metros de altitude, na verdade estávamos abaixo do nível do mar? Não quero ser alarmista, mas com isto do aquecimento global e da subida dos oceanos, dá para desconfiar…

Mas então, perguntará o leitor que teve a paciência de me acompanhar até este quarto parágrafo, se este tipo abomina assim tanto os sistemas de navegação, por que motivo foi dar o nome “GPS” a estas crónicas? Bom, a explicação é simples. Quando surgiu a ideia de recordar histórias passadas por esse país profundo em busca dos vinhos e dos enoturismos que nos encantam, a primeira história que me veio a cabeça foi a que se passou à chegada à Fundação Eça de Queiroz, ali para as bandas de Baião. Nessa breve, mas intensa, experiência congregaram-se os dois pecados originais da “gpsdependência” humana nos dias que correm: erros da máquina e cérebro humano desligado. Isso e um motorista de autocarro com sonos atrasados. Mas já lá vamos.

Tão perto e tão longe

“Chegou ao seu destino.” A voz do sistema de navegação – não sei se já vos disse que embirro com elas todas… Já? OK, adiante – soou calma, impessoal e autoconfiante como sempre. Mas estava tudo errado. Primeiro, não tínhamos chegado a lado algum. Segundo, aquilo onde estávamos não era um destino. Nem sequer um meio. Parecia mais um fim. Do mundo. A estrada de terra batida desaparecera e a vegetação dava-nos pela altura da janela. Se isto era a Fundação Eça de Queiroz, então o Parque Nacional da Peneda-Gerês seria a Biblioteca Nacional…

Paramos o carro e respiramos fundo. Como é que deixámos esta coisa guiar-nos até ao mato profundo sem desconfiarmos de que algo estava errado? A primeira tentação foi apontar a culpa ao sono desbragado do motorista do autocarro estacionado lá em baixo na estrada nacional, mas convenhamos que nenhum dos dois ocupantes da viatura tinha idade para se agarrar a desculpas infantis… Prometo que não me esquecerei de explicar esta cena do motorista, mas primeiro convém assumir que durante um breve período a evolução da espécie homo sapiens para homo sapiens sapiens se tornou uma falácia quando confrontada com os dois espécimes que ali coçavam a cabeça no meio de uma paisagem belíssima, mas completamente destituída de qualquer sinal de civilização.

“Chegou ao seu destino” em que aspecto? Seria o nosso destino regressar às origens primitivas e tornarmo-nos caçadores-recolectores naquele prado viçoso rodeado de grandes montanhas? A Fundação Eça de Queiroz, afinal, não existia e tínhamos feito centenas de quilómetros atrás de um embuste? Ou – hipótese igualmente válida naquele momento de estupor – não estávamos a ler bem a paisagem e havia mesmo ali uma casa, vinhas e muitas histórias para descobrir? Na dúvida, o melhor era sair do carro e descobrir.

Saímos. E logo percebemos que, à nossa frente, para lá da estrada nacional que de repente voltamos a descobrir, havia um desvio que descia para um vetusto conjunto de edificações em pedra, coberta por heras e rodeada de vinhas e árvores. À nossa frente, mas uns 20 metros abaixo do local onde nos encontrávamos… O erro do GPS tinha sido minúsculo, mas a barreira vertical era intransponível. Há pouco tínhamos passado naquela mesma estrada, lá ao fundo, e falhado o desvio. Seguiu-se uma bem-intencionada tentativa do GPS para nos fazer dar a volta, enviando-nos por uma estrada secundária, primeiro, depois por ruas estreitas numa aldeia deserta e, finalmente, por picadas cada vez mais residuais até ao esquecimento total do mato.

O sono dos justos

Após uma audaz inversão de marcha, regressámos à estrada e entrámos então no desvio para a Casa de Tormes, onde Eça de Queiroz remoeu saudades dos salões de Paris e escreveu algumas das melhores prosas da sua obra imortal. O caminho era óbvio e até estava sinalizado. Como fôra possível falhá-lo na primeira passagem? E então lembrámo-nos do motorista do autocarro.

Menos de 500 metros antes do desvio, à saída de uma curva do caminho, estava um autocarro estacionado na berma, o compartimento das bagagens aberto. De lá saíam as pernas de alguém que ali encontrara uma sombra para repousar. Tudo bem, quem somos nós para recusar a alguém o direito inalienável de passar pelas brasas? O problema é que, com o tronco metido dentro do compartimento, aquela alma sofredora acabara por estender as pernas, que agora invadiam o asfalto. A guinada do nosso carro terá sido silenciosa, ou então o sono era muito pesado, porque quando olhámos pelo retrovisor ele não se mexera, ignorando completamente o facto de que, instantes antes, poderia ter ficado umas dezenas de centímetros mais baixo…

Comentámos o incidente entre o divertido e o alarmado, debatemos brevemente a hipótese de voltarmos para trás para avisar o homem, fizemos piadas sobre a eventual graduação dos vinhos de Tormes. Enfim, distraímo-nos por completo, falhámos o desvio e confiamos cegamente nas indicações do GPS. E lá fomos parar ao fim do mundo. Sem podermos sequer invocar a desculpa de termos passado pelas brasas no processo.

Artigo da edição nº37, Maio 2020