Honore: celebrar o Crasto com vinhos extraordinários

TEXTO Mariana Lopes FOTOS Quinta do Crasto Quatrocentos anos de Quinta do Crasto, cem na família de Leonor e Jorge Roquette. Um motivo mais do que suficiente para celebrar, e ainda mais para lançar grandes vinhos: um Douro, Honore tinto 2015, e um Porto, Honore Very Old Tawny. Em 1615, a propriedade passa a ser […]

TEXTO Mariana Lopes
FOTOS Quinta do Crasto

Quatrocentos anos de Quinta do Crasto, cem na família de Leonor e Jorge Roquette. Um motivo mais do que suficiente para celebrar, e ainda mais para lançar grandes vinhos: um Douro, Honore tinto 2015, e um Porto, Honore Very Old Tawny.
Em 1615, a propriedade passa a ser conhecida pelo nome actual e, no início do século XX, Constantino de Almeida, avô de Leonor Roquette, adquire-a. “Honore et Labore” é a máxima do Crasto e o que se lê no seu logo. “Quando vi a Quinta do Crasto, em 1962, apaixonei-me, perguntei de quem era a propriedade e casei-me com a dona, no mesmo ano. Correu-me bem. Felizmente, mantenho ambas as paixões”, declarou Jorge Roquette.

O tinto Honore 2015 tem origem nas centenárias Vinha da Ponte e Vinha Maria Teresa, parcelas que são o “ex-libris” do Crasto, com 1.96 hectares e 4.7, respectivamente. “Estas vinhas são dois quebra-cabeças para a enologia e a viticultura”, contou o enólogo Manuel Lobo. De características ímpares e franca beleza natural, dão nome a dois vinhos igualmente únicos, mas agora unem-se para criar um vinho irresistível e sedutor. O lote divide-se em 71% de uvas da Maria Teresa e 29% da Ponte e, segundo Manuel Lobo, “É um vinho onde não existe intervenção enológica”. São 1615 garrafas Magnum, em jeito de homenagem aos 400 anos, vendidas juntamente com um livro escrito por Gaspar Martins Pereira sobre a Quinta do Crasto, e uma embalagem especial. O conjunto tem o valor de 1000 euros.

Já o Honore Very Old Tawny é uma autêntica jóia do espólio da Quinta. Os três cascos deste Vinho do Porto lendário estavam guardados desde a época de Constantino de Almeida, que já os trouxe para o Crasto, tendo envelhecido por mais de um século. Engarrafado em 400 decanters em 2015, um por cada ano de história, inseridos numa embalagem luxuosa desenhada pela Omdesign, estes foram feitos em cristal puro, prata trabalhada à mão, madeira de nogueira totalmente maciça e alcântara cozida manualmente. Uma preciosidade de intensidade, frescura e limpeza surpreendentes, com um preço de 5500 euros. “Neste tawny velho está toda a história da Quinta do Crasto” disse Manuel Lobo. É provar para crer.

Vieira de Sousa: Um Porto do ‘outro mundo’ e outras novidades

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[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Novo episódio glorioso na história do Vinho do Porto, com mais uma casa produtora a lançar um vinho perfeito – um Porto de homenagem engarrafado num espetacular decante de cristal. A par deste lançamento especial, provámos as novidades DOC deste produtor 100% familiar.

TEXTO Nuno de Oliveira Garcia

É disto que o Douro é feito, não hesito em pensar durante a apresentação do Vinho do Porto 90 Homenagem a António Vieira de Sousa… Encontro-me perante um produtor familiar como tantos outros no Douro, com mais de cinco gerações e muitos anos a produzir uvas e vinhos para famosas casas exportadoras de Porto. Neste caso, trata-se ainda de uma família com um património invejável – cinco propriedades, um número muito significativo de hectares plantados com vinha e um significativo stock de vinhos do Porto.

A mais nova geração da família, Luísa e Maria Eduarda Vieira de Sousa, irmãs, tomam conta do projeto. Luísa, sendo jovem, é a mais velha, enóloga de formação e vocação, e foi a primeira a ‘meter a mão na massa’. Maria Eduarda chegou um pouco depois ao projeto, é a responsável pelo marketing e vendas e calcorreia meio mundo em feiras e provas de vinhos.

Os vinhos Douro são a aposta mais recente. Nesta prova, foram os brancos que mais nos surpreenderam, quer o Alice Vieira de Sousa de 2017, entrada de gama e sem ver madeira, quer o topo Vieira de Sousa 2016, fermentado em barrica de carvalho francês. Ambos os vinhos saem das vinhas com maior altitude, na Quinta da Fonte, em Celeirós, terroir entre Sabrosa e Provesende, e são um sucesso na exportação. Quanto aos Portos, o bestseller da casa é, curiosamente, também branco, um lote de 10 Anos ligeiramente mais seco do que o habitual. Para os tintos, Luísa tem à sua disposição três quintas em lugares nobres do Cima Corgo, a saber: Ronção Pequeno (Roncão), Quinta do Fojo Velho (Vale de Mendiz) e Quinta da Água Alta (Gouvinhas). Desta última propriedade é lançado agora um Porto Vintage de quinta, que fará companhia ao Vintage Vieira de Sousa já editado em anos anteriores. Quanto aos tintos DOC, a novidade é o Reserva (o Grande Reserva só sairá no próximo ano) e mantem a linha de vinhos carnudos e intensos, assentes em alguma vinha velha e em Touriga Franca, a casta que mais tem surpreendido Luísa na adega.

O grande destaque vai, todavia, por inteiro para o Porto velho lançado em homenagem a António Vieira de Sousa, pai de Luísa e Eduarda, que comemora este ano 90 anos de idade! Homem que fez carreira na indústria, sem nunca olvidar as propriedades durienses da família, vê merecidamente ser-lhe atribuída esta homenagem familiar. Trata-se de um vinho incrível que se encontrava numa única barrica e que, pela sua qualidade, não necessitou de qualquer correção antes do engarrafamento. Um vinho com seguramente mais de 90 anos de casco, de enorme concentração, densidade e doçura mas também de notável acidez (acidez total de 8 g/l), como que a querer revelar um dos maiores segredos do Vinho do Porto assentes em evolução em madeira e que se resume numa frase: um vinho bom em jovem é melhor ainda em velho. Absolutamente fabuloso!

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António Vieira de Sousa 90 anos
Porto Very Old
Vieira de Sousa Wines & Vines

Incrível aroma, imensamente complexo e prazeroso, com notas, entre outras, de anis, nougat, caramelo salgado, toque salino também. Enorme concentração e acidez na boca, fantástica e surpreendente frescura, longo e cremoso sem ser pastoso, equilibradamente doce (lembra torrão de gema) e fino. Muito limpo e com um final de boca inesquecível. A essência do Douro! (20%)[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição nº 20, Dezembro 2018

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IVDP certifica formadores em Vinho do Porto

Porto Tawny

O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP) apresenta a primeira ação de formação em Vinho do Porto dirigida a profissionais do setor. Com conteúdos teóricos e práticos, o curso é um projeto destinado à certificação de educadores de Vinho do Porto em todo o mundo, para que fiquem habilitados, pelo IVDP, […]

O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP) apresenta a primeira ação de formação em Vinho do Porto dirigida a profissionais do setor. Com conteúdos teóricos e práticos, o curso é um projeto destinado à certificação de educadores de Vinho do Porto em todo o mundo, para que fiquem habilitados, pelo IVDP, a disseminar conhecimento sobre temas como vinha e viticultura, castas e suas potencialidades, como fazer um blend, envelhecimento, fiscalização, certificação, harmonizações gastronómicas e cocktails. 

Certified Port Educator é um curso intensivo orientado por profissionais do IVDP e de empresas de Vinho do Porto, tem duração de três dias completos e realiza-se com grupos de até 9 pessoas. De abordagem teórica e prática, integra visitas, provas, harmonizações e conversas à volta do Vinho do Porto, das suas particularidades, diversidade e versatilidade. As sessões têm lugar entre o IVDP, caves de Vinho do Porto em Vila Nova de Gaia, quintas no Douro e restaurantes. 

Esta semana decorre a sessão-piloto e, a partir de 2019, haverá duas formações por ano. As inscrições serão feitas através do site do IVDP e estarão sujeitas a um processo de seleção prévia. Os interessados poderão candidatar-se a frequentar o curso para, certificados pelo IVDP, virem a apresentar o Vinho do Porto em ambiente académico ou profissional. “Queremos criar embaixadores formados em Vinho do Porto”, sintetiza Manuel Cabral, presidente do IVDP. Mais informação em: www.ivdp.pt.

Gastronomia com Vinho do Porto em avaliação até 30 de Novembro

Os restaurantes portugueses foram novamente desafiados a promover harmonizações com Vinhos do Porto e do Douro. Organizado pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, IP (IVDP), o concurso “Gastronomia com Vinho do Porto” vai já na sua 10ª edição e visa promover os Vinhos do Porto e do Douro em harmonização com menus […]

Os restaurantes portugueses foram novamente desafiados a promover harmonizações com Vinhos do Porto e do Douro. Organizado pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, IP (IVDP), o concurso “Gastronomia com Vinho do Porto” vai já na sua 10ª edição e visa promover os Vinhos do Porto e do Douro em harmonização com menus da restauração nacional. Pretende-se com esta ação incentivar a criatividade dos restaurantes na seleção e sugestão dos Vinhos da Região Demarcada do Douro como indispensáveis ao acompanhamento da gastronomia portuguesa.

“Gastronomia com Vinho do Porto” está aberto à participação de todos os restaurantes de Portugal continental num máximo de 100 inscritos e pretende avaliar e atribuir prémios a candidatos em três categorias diferentes: Gastronómico/Fine Dining, Informal/Casual e Tradicional/Típico. O júri é composto por chefes de cozinha e técnicos especialistas do IVDP que visitam os restaurantes, avaliando várias vertentes do trabalho dos concorrentes, desde o esforço de divulgação do concurso aos menus completos e também a cada harmonização, para atribuição dos seguintes prémios: “Melhor Promoção”, “Melhor Carta de Vinho do Porto”, “Melhor Entrada”, “Melhor Prato” e “Melhor Sobremesa”.

As atividades de apuramento dos vencedores do concurso decorrem até ao próximo dia 30 de Novembro. Mais informação em: www.gastronomiacomvinhodoporto.com.

Os vintages de Jorge Borges

Edição nº11, Março 2018 Vinho do Porto TEXTO João Paulo Martins FOTOS Cortesia Wine & Soul Começou na Niepoort a fazer vinhos do Porto. Quando saiu resolveu fazer o seu próprio vinho e criou a empresa Wine & Soul. Continuou também a ser o responsável técnico na Quinta do Passadouro. E por aí ficou. Hoje […]

Edição nº11, Março 2018

Vinho do Porto

TEXTO João Paulo Martins
FOTOS Cortesia Wine & Soul

Começou na Niepoort a fazer vinhos do Porto. Quando saiu resolveu fazer o seu próprio vinho e criou a empresa Wine & Soul. Continuou também a ser o responsável técnico na Quinta do Passadouro. E por aí ficou. Hoje os seus Portos, ainda que em pequena quantidade, são vendidos a alto preço. Aqui nos deixou a sua visão do Douro, do futuro do licoroso e dos projectos da sua empresa familiar.

O final dos anos 90 conheceu uma grande renovação de rostos na enologia do Douro. Foi então que surgiram os novos enólogos que sucederam à geração de João Nicolau de Almeida e José Maria Soares Franco, entre vários outros. Jovens formados sobretudo em Vila Real, alguns com ligações ao Douro, outros que chegaram à enologia por gosto e interesse profissional. O panorama mudou e aos poucos começou-se a falar deste e daquele, dos encontros que faziam, dos vinhos que provavam, das tertúlias onde jorravam grandes vinhos do mundo, bebidos em belos copos. Era uma outra forma de estar na enologia que acabou por mudar a face da região.
Jorge Borges, com tradições familiares ligadas ao Douro e Vinho do Porto, estava nesse grupo e o seu nome começou por aparecer associado à Niepoort, para onde entrou em 1999. Por via dessa ligação tomou também contacto com a Quinta do Passadouro, situada no vale do rio Pinhão, um projecto que tinha como sócios Dirk Niepoort e um belga apaixonado pela região, Dieter Bohrmann. Jorge esteve assim desde o início da actividade profissional ligado à produção de Vinho do Porto, à técnica dos lagares e ao envelhecimento dos vinhos. Após a saída da Niepoort, Jorge agarrou a oportunidade de trabalhar na Quinta da Maritávora, onde ainda se mantém, mas por lá não se fazem vinhos do Porto. Após o falecimento do belga do Passadouro, Jorge Borges ficou responsável pelos vinhos, em associação com as herdeiras de Dieter.

Manoella e não só

Com a mulher, a também enóloga Sandra Tavares da Silva, Jorge criou a Wine & Soul, empresa produtora dos tintos Pintas e Pintas Character, do branco Guru e do Porto vintage também com o nome Pintas. Na Quinta da Manoella, que lhe chegou por herança, Jorge optou por aí produzir apenas vinhos DOC Douro e não Porto. Para o Porto, além da vinha de onde sai o vintage Pintas, foi adquirida uma pequena vinha ao lado da Quinta dos Malvedos e essas uvas são apenas usadas para fazer Vinho do Porto. Estão assim claramente definidas as vinhas que dão uvas para Porto e as que originam DOC Douro. E nunca há misturas. Também a empresa da Quinta do Passadouro adquiriu uma vinha no vale do Roncão, chamada Síbio e que fica ao lado da quinta do mesmo nome, propriedade da Real Companhia Velha.
Jorge gosta de se manter fiel a algumas tradições – como a pisa em lagar – mas defende a nova maneira de se fazer Porto: “Antigamente o Vinho do Porto fazia-se para ser consumido 20 anos depois; dizia-se que o melhor vintage era o que não cheirava a nada em novo, o mais fechado possível, onde só a concentração contava; hoje preocupamo-nos mais com o equilíbrio do vinho mesmo em novo e não me parece que se esteja a hipotecar o futuro. Alguns desses vinhos feitos à maneira antiga estão hoje muito fracos e nada nos diz que o método era bom. Antes era tudo força, força, força, uvas muito maduras, muita cor e tanino e não se pensava no equilíbrio do vinho. Acho que hoje estamos a trabalhar correctamente e dos anos 90 para trás não são tantos assim os vinhos que merecem referência.”
As diferenças em relação ao passado são notórias, com muito maior presença na vinha para seleccionar o que deve ou não ir para vintage, sempre à procura de um bom equilíbrio entre maturação e acidez e, claro, utilizando aguardente de grande qualidade, o que Jorge assume abertamente: “Hoje compramos aguardente caríssima para o Vinho do Porto, mas estamos muito satisfeitos porque a diferença é enorme.”
Neste negócio misto de DOC Douro e Porto há que separar bem as duas vertentes. Assim, na Quinta da Manoella está todo o stock de Vinho do Porto e, em virtude do crescimento deste, será a adega climatizada ainda este ano para ter melhor controlo da temperatura; os DOC Douro estão na adega Wine & Soul, em Vale Mendiz, entretanto aumentada em espaço. A opção do generoso está para já centrada em duas categorias, um vintage e um tawny 10 anos. Deste tawny estão a produzir 3000 garrafas/ano; para o futuro irão procurar fazer um 30 Anos e um Colheita, mas nenhum deles tem data de saída.
No caso do vintage Pintas (e como não produzem L.B.V.) sempre que não há declaração o vinho vai todo para envelhecer em tonéis; têm declarado quatro vezes por década e, segundo Jorge, “foi uma pena não se ter declarado o 2015” – “Acho-o belíssimo, fino e elegante, até mais do que o 2011. Nós declarámos e agora só iremos declarar (em princípio) o 17.” Na Quinta do Passadouro, sempre que não se declara vintage há um L.B.V. exactamente com o mesmo vinho, só que com mais dois anos de casco.
Na prova vertical que agora fizemos, os vinhos do Passadouro mostraram estar mais assentes na fruta, mais redondos e menos austeros mas com grande harmonia, muito autênticos e francos. Os vintage Pintas são de um recorte bem mais vegetal e mineral, mais tensos e balsâmicos e com uma consistência de estilo que apraz registar, resultado de terem origem sempre da mesma parcela de vinha velha, sentindo-se por isso menos variação de ano em ano. Isto sem prejuízo de os vinhos que resultam de anos extraordinários também se mostrarem melhor.

Futuro com Porto, mas…

Ao fazer um balanço sobre a produção, Jorge Borges entende que o futuro do Douro passa obrigatoriamente pelo Porto, complementado pelo DOC Douro, mas falta muito trabalho e muito diálogo. Não há associações de produtores, “e disso somos todos culpados, temos um IVDP que deveria ser bem mais activo e mais promotor de soluções e consensos”. Mas há também que redefinir melhor as categorias de Vinho do Porto: “Há categorias a mais e por vezes com fronteiras demasiado ténues, como é o caso dos Ruby Reserva e L.B.V.”
E há que valorizar mais as vinhas e as pequenas zonas do Douro. Sobre isto foi peremptório: o vale do rio Pinhão, por exemplo, tem especificidades que o diferenciam por exemplo do vale do rio Torto e isso deveria acrescentar valor ao vinho. “As grandes empresas que sempre defenderam o lote de vinhos de zonas diferentes estão agora a fazer vintages de parcelas e esses são os mais cotados em termos de preço. Por alguma razão será.”
A aposta nos vinhos do Porto vai continuar e será sempre muito forte. A Wine & Soul assume-se com pequeno produtor, mas, exactamente por isso, irá sempre apostar em vinhos de gama alta, muito cuidados no perfil e para consumidores exigentes. E Jorge, com um pé no Passadouro e outro na vinha do Pintas, não quer dar passos maiores do que a perna…

 

Brand House da Vasques de Carvalho já abriu em Gaia

Desde Agosto, já é possível conhecer os vinhos da Vasques de Carvalho na zona ribeirinha de Gaia, onde a jovem empresa de vinhos do Porto e Douro sediada na Régua inaugurou a sua Brand House. O espaço fica na Rua de Santa Marinha, nº 19, e está aberto ao público todos os dias, entre as […]

Desde Agosto, já é possível conhecer os vinhos da Vasques de Carvalho na zona ribeirinha de Gaia, onde a jovem empresa de vinhos do Porto e Douro sediada na Régua inaugurou a sua Brand House. O espaço fica na Rua de Santa Marinha, nº 19, e está aberto ao público todos os dias, entre as 10 e as 18h.

“Sempre quisemos trazer a Vasques de Carvalho para Gaia, mas nunca tivemos intenção de criar uma cave para esse efeito. Se a Vasques de Carvalho nunca teve caves em Gaia, não faria sentido criá-las agora, porque não deixaria de parecer falso. Criámos por isso uma Brand House, um espaço de provas inovador onde se respira o ambiente sofisticado que a marca pretende transmitir”, explica Luís Vale, administrador da empresa.

Dividida em dois pisos, com vários ambientes diferentes e um apelativo espaço exterior, a nova Casa da Vasques de Carvalho permite receber pequenos grupos que pretendam provar e ouvir falar de vinhos, até um máximo de 40 lugares. Longe da tradicional atmosfera das caves, está então criado um novo espaço de provas, no qual se pretende dignificar o momento do contacto entre o vinho e o provador.

Sucessora de uma empresa familiar com origem no século XIX e da qual herdou extraordinários stocks de vinhos muito velhos, a actual Vasques de Carvalho foi reestruturada em 2012, mas só em 2015 lançou no mercado os seus primeiros vinhos. Tradição e irreverência, inovação e qualidade são os pilares em que assenta a filosofia desta empresa.

Conjunto exclusivo junta Tawnies de 1970 e 1870

The Last Drop Destillers (TLD) é o projecto lançado há dez anos por vários ilustres veteranos da área das bebidas destiladas. Ao cabo de uma década a lançar séries exclusivas de whiskies e conhaques, eis que a sua atenção se virou para o Vinho do Porto. Está à venda, em Inglaterra, o conjunto Last Drop […]

The Last Drop Destillers (TLD) é o projecto lançado há dez anos por vários ilustres veteranos da área das bebidas destiladas. Ao cabo de uma década a lançar séries exclusivas de whiskies e conhaques, eis que a sua atenção se virou para o Vinho do Porto. Está à venda, em Inglaterra, o conjunto Last Drop Centenario, que junta num estojo luxuoso duas garrafas: um Tawny de 1970 e outro de 1870. Foram criados por Ben Howkins e Cristiano van Zeller.

O produtor português foi buscar vinhos provenientes de uma vinha situada mesmo em frente da propriedade familiar dos Van Zeller no Baixo Corgo, a Quinta de Santa Júlia. Juntos, os dois especialistas (Bem Howkins é um reconhecido perito de Vinho do Porto) chegaram aos lotes finais, apresentando um produto único: um dueto de Portos que “falam” com um século de diferença entre si.

O conjunto posto à venda numa caixa verde integra, para além das garrafas e do certificado de autenticidade, duas miniaturas (de 50ml) dos mesmos vinhos, um luxuoso livro de provas e outros artigos exclusivos. Só foram feitas 770. E custam, cada uma, à volta de 5000 libras, quase 5600 euros.

 

Croft celebra 430 anos com edição limitada

Para comemorar a passagem do seu 430º aniversário, a Croft, a mais antiga casa de Vinho do Porto em actividade, decidiu produzir uma edição limitada, o Croft 430th Anniversary Celebration Edition. O vinho será comercializado em 35 países e, em Portugal, estará disponível em garrafeiras e lojas especializadas a partir de Julho, com o PVP recomendado […]

Para comemorar a passagem do seu 430º aniversário, a Croft, a mais antiga casa de Vinho do Porto em actividade, decidiu produzir uma edição limitada, o Croft 430th Anniversary Celebration Edition. O vinho será comercializado em 35 países e, em Portugal, estará disponível em garrafeiras e lojas especializadas a partir de Julho, com o PVP recomendado de €17,90.

O vinho, um lote criado em exclusivo para esta edição de celebração, é explicado pelo Director de Enologia, David Guimaraens: “A Croft é conhecida pelos seus vinhos do Porto Vintage com aromas de fruta pungente e taninos sedosos. Este é um Porto Reserva Ruby soberbo, exibindo todo o seu carácter frutado, característico do estilo distintivo da casa.” Os rótulos ostentam a recriação da obra “Naufrágio da Armada Espanhola em 1588”, do artista plástico Holandês Jan Luyken, que faz parte do acervo do Rijksmuseum de Amesterdão. 

A longa história da casa de Vinho do Porto Croft, não começa nem em Portugal nem com a família Croft. Começa na cidade Inglesa de York, pela mão de Henry Thompson, que, em 1588, fundou a empresa para se dedicar ao comércio de vinhos – no mesmo ano da frustrada tentativa de invasão de Inglaterra pela Armada Invencível do Rei Filipe II de Espanha.

Em 1739 John Croft torna-se o primeiro Croft sócio da empresa e o percussor de uma notável linhagem. Um antigo livro de registos da firma mostra que, em 1788, foi expedido para Inglaterra o Vintage 1781, configurando-se como o primeiro Vintage de que há registo. Em 1962 a Croft foi vendida à multinacional IDV, que anos mais tarde deu lugar à Diageo, onde permaneceu até 2001, ano em que foi adquirida pelo grupo The Fladgate Partnership.