Vinhos Verdes despedem-se de António Guedes, um dos nomes maiores da região

António Guedes Aveleda

António Guedes, administrador da Aveleda, faleceu no dia 9 de Setembro de 2022. A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes partilhou uma nota de pesar, assinada pela Direcção, constituída por Dora Simões, Óscar Meireles e Rui Pinto: “O dia 9 de Setembro é sinónimo da triste perda de uma das maiores figuras da […]

António Guedes, administrador da Aveleda, faleceu no dia 9 de Setembro de 2022. A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes partilhou uma nota de pesar, assinada pela Direcção, constituída por Dora Simões, Óscar Meireles e Rui Pinto:

“O dia 9 de Setembro é sinónimo da triste perda de uma das maiores figuras da Região dos Vinhos Verdes e do sector do vinho português. 

António Alves Machado Guedes, à frente dos destinos da Quinta da Aveleda desde o final dos anos 60, foi uma figura incontornável do progresso e do crescimento da Região dos Vinhos Verdes e da sua expressão em todo o Mundo. 

Filho de Roberto van Zeller Guedes, António Guedes integrou a Quinta da Aveleda após a morte repentina do seu pai, dedicando-se ao cargo de diretor técnico ao mesmo tempo que frequentava o serviço militar. Viajou pela Argentina, Chile, África do Sul, Califórnia e vários países europeus, nos quais se apercebeu da urgência em transformar os métodos utilizados na viticultura e na necessidade de adaptar a Região dos Vinhos Verdes a novas abordagens e procedimentos. Assim se deu a conversão de todas as vinhas da Aveleda à vinha mecanizada, com a criação de novas plantações em Meinedo e Mondim de Basto, passando a Aveleda a trabalhar 170ha de vinha. Uma transformação que serviu de exemplo e de motivação a muitos viticultores, elevando a produção de Vinho Verde a um patamar de excelência e de competitividade.

Ao longo dos anos, nas suas funções de Administrador da Quinta da Aveleda – primeiro, com o seu irmão Luís, depois, com o seu irmão Roberto -, formou uma força coesa e responsável, que conduziu a empresa ao lugar cimeiro que detém hoje em Portugal e no Mundo.

Os primos Martim Guedes e António Guedes, descendentes da quinta geração da Família Guedes, lideram hoje a Quinta da Aveleda – uma das maiores e mais emblemáticas empresas da Região dos Vinhos Verdes -, dando continuidade ao legado familiar e empresarial e registando recordes de produção e de exportação que orgulham a Região e o País.

A Região dos Vinhos Verdes despede-se de um dos seus nomes maiores com um imenso sentido de gratidão e respeito pelo contributo e inspiração que o Eng.º António Guedes nos deixa.

A Direcção da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes expressa o seu enorme pesar, dirigindo à Família Guedes os mais respeitosos cumprimentos.”

Manuel Pinheiro vai deixar CVR dos Vinhos Verdes

Manuel Pinheiro Vinhos Verdes

Texto: Luís Lopes É um dos mais conhecidos, carismáticos e, seguramente, o presidente de Comissão Vitivinícola Regional há mais tempo no cargo. Mas nas próximas eleições para a presidência da comissão executiva da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), que deverão ocorrer no final do primeiro trimestre de 2022, Manuel Pinheiro não […]

Texto: Luís Lopes

É um dos mais conhecidos, carismáticos e, seguramente, o presidente de Comissão Vitivinícola Regional há mais tempo no cargo. Mas nas próximas eleições para a presidência da comissão executiva da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), que deverão ocorrer no final do primeiro trimestre de 2022, Manuel Pinheiro não se irá recandidatar, como o próprio anunciou recentemente aos representantes das empresas e produtores da região. 

Manuel Pinheiro entrou na CVRVV muito jovem, em 1997, como vogal da Comissão de Viticultura, e 25 anos depois, a maior parte enquanto responsável pelo organismo que gere a região dos Vinhos Verdes e os seus produtos, deixa um legado considerável. Nestas duas décadas e meia a região sofreu profundas transformações, ao nível da viticultura, das adegas, dos recursos humanos, do sempre difícil equilíbrio entre as estratégias, modelos de negócio e ambições das empresas grandes e dos produtores mais pequenos. A sua invulgar capacidade de negociar e estabelecer pontes permitiu manter uma certa “paz interprofissional” dentro de uma região com algumas fragilidades estruturais, muito difícil de gerir e conciliar, a todos os níveis. Pelas suas mãos, entre muitos outros, passaram dossiers tão sensíveis quanto o “Acordo do Alvarinho”, que permitiu associar a casta à denominação de origem fora de Monção e Melgaço e, como contrapartida, lançou as bases para a promoção autónoma desta sub-região e, quem sabe, para uma futura DO. Nos últimos anos, o foco da CVRVV tem estado no evidenciar da região como produtora de vinhos muito diversos, na qualidade, no perfil e no preço. Um dos vários projectos de vulto actualmente em cima da mesa, ainda em apreciação pelo Conselho Geral da CVRVV, mas longe de ser consensual, tem precisamente a ver com a estratégia de valor para o Vinho Verde, que poderá passar pela estratificação dos vinhos produzidos em diferentes segmentos bem identificados. Ou seja, por outras palavras, visa deixar claro ao consumidor, através da rotulagem e das acções de comunicação, o que é o Verde leve, fresco, com gás e doçura e o que é o Verde ambicioso, longevo e gerador de maior valor.  

No seu discurso de despedida, perante o Conselho Geral da CVRVV, Manuel Pinheiro referiu a noção de ter dado o seu melhor e de sair com “um sentimento de missão cumprida”. Mas também que “é importante saber quando se deve sair, e que este é o momento certo”, adiantando que, “aos 55 anos, ou abraço outro projecto ou me reformo aqui”.

Manuel Pinheiro deixa uma CVRVV que se tornou referência entre as suas congéneres pelo dinamismo e capacidade de intervenção, e também uma entidade economicamente bastante robusta, com um fundo social de quase 5 milhões de euros e um superavit estrutural. Como declarou na sua despedida, “Saio do Vinho Verde mas o Vinho Verde não sai de mim”. O que significa que, muito provavelmente, vamos continuar a vê-lo por aí…

CVR dos Vinhos Verdes reforça cobertura do seguro de colheitas

Vinhos verdes seguro colheitas

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Perdas de produção provocadas por desavinho, causado por condições climáticas adversas, passam a ser contempladas pelo seguro colectivo de colheitas contratado pela CVRVV, Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes. Este seguro — que, segundo a […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Perdas de produção provocadas por desavinho, causado por condições climáticas adversas, passam a ser contempladas pelo seguro colectivo de colheitas contratado pela CVRVV, Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes.

Este seguro — que, segundo a CVRVV, é o maior seguro agrícola do país — cobre já 15 mil viticultores da região dos Vinhos Verdes, e garante 30 cêntimos por cada quilo de uva perdido, também em caso de queda de raio, escaldão, geada, granizo, queda de neve, tornado ou tromba de água.

O desavinho, agora contemplado pelo seguro de colheitas, consiste, de acordo com a CVR dos Vinhos Verdes, “no aborto da flor que causa a perda da produção média normal da videira, calculada na fase de maturação do cacho. Provocado por fenómenos climáticos que ocorram na altura da floração, tais como chuvas persistentes, temperaturas muito elevadas ou muito baixas para a época, humidades relativas muito elevadas, com a formação de nevoeiros, o desavinho passa a ser coberto pela primeira vez numa apólice desta natureza, após estudos que permitiram caracterizar tecnicamente o risco”.

A CVRVV estima que, em anos mais difíceis, o risco de desavinho possa representar 10 a 20% dos acidentes ocorridos na vinha, pelo que este reforço de cobertura do seguro “é uma necessidade que já vinha sendo identificada pelos sucessivos episódios meteorológicos a que vamos assistindo, fruto das alterações climáticas”, destaca Manuel Pinheiro, presidente da CVR dos Vinhos Verdes.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][divider line_type=”Full Width Line” line_thickness=”1″ divider_color=”default”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Siga-nos no Instagram

[/vc_column_text][mpc_qrcode preset=”default” url=”url:https%3A%2F%2Fwww.instagram.com%2Fvgrandesescolhas|||” size=”75″ margin_divider=”true” margin_css=”margin-right:55px;margin-left:55px;”][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Siga-nos no Facebook

[/vc_column_text][mpc_qrcode preset=”default” url=”url:https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Fvgrandesescolhas|||” size=”75″ margin_divider=”true” margin_css=”margin-right:55px;margin-left:55px;”][/vc_column][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/3″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Siga-nos no LinkedIn

[/vc_column_text][mpc_qrcode url=”url:https%3A%2F%2Fwww.linkedin.com%2Fin%2Fvgrandesescolhas%2F|||” size=”75″ margin_divider=”true” margin_css=”margin-right:55px;margin-left:55px;”][/vc_column][/vc_row]

Novo enoturismo na fronteira dos ‘Verdes’ com o Douro

Sala de provas da Quinta de Santa Teresa - Baião

O projecto chama-se Quinta de Santa Teresa e está junto ao lugar de Loivos da Ribeira, concelho de Baião. Pode não parecer, mas Peso da Régua fica a 10 quilómetros em linha recta. E o rio Douro passa a quilómetro e meio a sul, mas os vinhos desta quinta ainda estão na região dos Vinhos […]

O projecto chama-se Quinta de Santa Teresa e está junto ao lugar de Loivos da Ribeira, concelho de Baião. Pode não parecer, mas Peso da Régua fica a 10 quilómetros em linha recta. E o rio Douro passa a quilómetro e meio a sul, mas os vinhos desta quinta ainda estão na região dos Vinhos Verdes. A bonita quinta é propriedade do casal Alexandre e Dialina, que fundou a produtora de vinhos A&D Wines. A Quinta de Santa Teresa foi adquirida em 2015 e, desde logo, os proprietários pensaram em recuperá-la para enoturismo. Mas as primeiras atenções foram para a vinha e depois para a nova adega.

Quinta de Santa Teresa, no concelho de Baião
A Quinta de Santa Teresa, no concelho de Baião

Eis que chegou finalmente a vez de se abrir o ponto de Enoturismo. O portefólio de actividades é vasto, como o passeios nas vinhas, jardins e bosque; ou ainda o contacto com o dia-a-dia da quinta e, porque não, uma prova de vinhos à escolha a realizar na nova sala de provas, situada no cimo da propriedade. Nesta quinta são produzidos os vinhos Singular e Monólogo, ambos já com provas dadas. Refira-se que a Quinta de Santa Teresa dispõe de uma área contígua e murada de 33 hectares, a maioria com vinha em socalcos suportados por muros em granito e servidos por acessos pavimentados em calçada.
O programa de Enoturismo da A&D Wines oferece ainda a oportunidade de preparar e servir almoços, lanches, jantares vínicos ou outro tipo de actividades, para grupos de pequena dimensão.

O interior da sala de provas da Quinta de Santa Teresa
A Quinta de Santa Teresa dispõe ainda de várias edificações de relevante valor arquitectónico, desde a casa principal a outras várias casas de menor dimensão quer de habitação quer de suporte à actividade agrícola. Distribuídos por toda a propriedade estão dispostos jardins, lagos, uma generosa piscina e bosque. O horário das visitas vai das 10h às 12h e das 14h às 18h. É necessário reservar antecipadamente pelo e-mail info@andwines.pt ou pelo telefone 229 419 378/9.
TEXTO: António Falcão

Lima & Smith, Entre Douro e Minho

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O foco da empresa espalha-se por três polos: a Quinta da Covela, nos Vinhos Verdes; a Quinta da Boavista e a Quinta das Tecedeiras, ambas no Douro. O momento de apresentação dos novos 2015 foi aproveitado para […]

[vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]O foco da empresa espalha-se por três polos: a Quinta da Covela, nos Vinhos Verdes; a Quinta da Boavista e a Quinta das Tecedeiras, ambas no Douro. O momento de apresentação dos novos 2015 foi aproveitado para dar conta dos projectos que a Lima & Smith tem para o futuro.

TEXTO João Paulo Martins
FOTOS Ricardo Palma Veiga

Tudo começou na Quinta da Covela (Vinho Verde), projecto fundador que trouxe a Portugal um empresário brasileiro, Marcelo Lima, depois associado com um jornalista inglês, Tony Smith, há muito a residir entre nós. Nos Verdes, entretanto, a empresa passou a tomar também conta dos vinhos da Fundação Eça de Queiroz, cuja propriedade é vizinha, e onde marca igualmente presença o Avesso, sem dúvida a grande casta da sub-região de Baião. A enologia teve uma linha de continuidade em relação à antiga Covela, uma vez que Rui Cunha continuou a ser o responsável técnico.
A entrada no Douro fez-se pela Quinta da Boavista, propriedade histórica em tempos (séc. XIX) pertença do Barão de Forrester, e que foi adquirida à Sogrape. Foi ali que nasceram, também com o apoio do enólogo francês Jean-Claude Berrouet, os emblemáticos vinhos de parcela, de que foram agora apresentadas as colheitas de 2015. Nas Tecedeiras não se tratou de uma aquisição, mas de um aluguer e é agora também Rui Cunha o responsável técnico. Ali, além de vinhos Douro, também se produz Vintage e L.B.V., e foi deste que provámos a edição mais recente.
Da Covela esteve em prova um novo branco de Avesso, fermentado e estagiado em barrica usada, com uma produção limitada a 1200 garrafas. A ideia é mostrar que o Avesso também gosta (aguenta) de barrica e será sempre feito em pequenas quantidades.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][image_with_animation image_url=”32154″ alignment=”” animation=”Fade In” border_radius=”none” box_shadow=”none” max_width=”100%”][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]Na marca Flor das Tecedeiras, estamos perante um vinho feito apenas em inox, com uvas compradas à produção e do qual se fizeram 4000 garrafas. Parte das uvas vêm da Quinta da Boavista, de uma cota intermédia. Em termos de castas este branco incorpora Viosinho, Códega do Larinho e Arinto.
Novidade curiosa foi o varietal de Donzelinho. Aqui o projecto é fazer todos os anos um tinto varietal. Na primeira edição tivemos Touriga Nacional, depois voltámos a ter a Touriga Nacional e o Tinto Cão e agora o Donzelinho, uma das castas antigas de que a quinta dispõe. As vinhas mais velhas estão em fase de classificação cepa a cepa, por forma a assegurar, no futuro, a continuidade do field blend que agora existe. O enólogo Jean-Claude Berrouet costuma dizer, com toda a razão, que “na Donzelinho nota-se um estilo de casta antiga”, exactamente porque o padrão aromático se afasta daquilo a que estamos mais habituados. É casta difícil de trabalhar porque é muito precoce e tem de ser vindimada muito cedo, mesmo antes de abrir a adega, o que, imagina-se, pode ser muito complicado.
O tinto Reserva vem na continuidade das anteriores edições; será sempre editado anualmente. Começou no 2013 e, pelo menos até ao 17, as edições estão asseguradas. Os vinhos de parcela, os tintos mais emblemáticos da quinta, serão sempre editados em quantidades limitadas e qualidade e preço mantêm o registo elevado que apresentam desde a primeira hora. A velocidade a que têm sido vendidos sugere que existe mercado para este nicho de tintos de luxo.
Finalmente, o LBV das Tecedeiras mostrou-se muito bem, bastante rico e a confirmar que esta é uma categoria de Porto com imenso futuro.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][nectar_animated_title heading_tag=”h6″ style=”color-strip-reveal” color=”Accent-Color” text=”Em prova”][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”in_container” full_screen_row_position=”middle” scene_position=”center” text_color=”dark” text_align=”left” overlay_strength=”0.3″ shape_divider_position=”bottom”][vc_column column_padding=”no-extra-padding” column_padding_position=”all” background_color_opacity=”1″ background_hover_color_opacity=”1″ column_shadow=”none” column_border_radius=”none” width=”1/1″ tablet_text_alignment=”default” phone_text_alignment=”default” column_border_width=”none” column_border_style=”solid”][vc_column_text]

Edição Nº18, Outubro 2018

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Do Tâmega ao Ave, em tons de Verde

Andámos pelo flanco sul da região dos Vinhos Verdes, entre vinhas que resistem aos avanços urbanísticos e outras que dominam paisagens quase intocadas. Do vale do Ave ao vale do Tâmega, de Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão a Celorico de Basto, fica bem evidente toda a riqueza e variedade deste colorido cantinho de […]

Andámos pelo flanco sul da região dos Vinhos Verdes, entre vinhas que resistem aos avanços urbanísticos e outras que dominam paisagens quase intocadas. Do vale do Ave ao vale do Tâmega, de Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão a Celorico de Basto, fica bem evidente toda a riqueza e variedade deste colorido cantinho de Portugal.

TEXTO Luís Francisco
FOTOS Ricardo Palma Veiga

A região dos Vinhos Verdes é extensa e multifacetada. E esta riqueza de paisagens, enquadramentos e vivências fica bem expressa nos seus vinhos, que estão a dar passos cada vez mais seguros para fugirem à imagem feita e padronizada do produto leve, com gás e sem grande personalidade, de pronto-a-beber. Basta olhar para a forma como diferentes castas se afirmam em cada um dos principais vales que cortam a região – Alvarinho no rio Minho, Loureiro no Cávado, Avesso no Ave… – para se ficar com uma boa noção de que isto de dizer “Verdes” e achar que se tirou a fotografia toda é (e nunca o chavão se aplicou com tanta propriedade) chão que já deu uvas.
Do aconchego do terroir de Monção e Melgaço a territórios já a sul do rio Douro (a região dos Verdes estende-se até Castelo de Paiva, Cinfães e Resende), e com interioridades a fazerem a ligação ao mais famoso dos nossos recantos vínicos, o Douro, passando de caminho por vales húmidos e férteis, enfrentamos um mosaico de experiências dificilmente replicáveis em tão curto espaço. A prova disso é a nossa viagem, que nos leva da cintura industrial do Porto (o concelho de Vila Nova de Famalicão é o terceiro maior exportador do país, depois de Lisboa e Palmela) aos recantos bucólicos de Celorico de Basto. E tudo começa, imagine-se, sob o signo da arquitectura de inspiração nórdica…
Sim, nórdica. E não é preciso ser-se especialista em arquitectura ou letrado em culturas boreais para se perceber de imediato que esta imensa estrutura em madeira é algo que nos acostumámos a ver nas paisagens do Norte da Europa, rodeadas de neve, e céus frios. Aqui é mais oliveiras, pinheiros e vinhas. Isto dentro de muros, porque lá fora é toda uma paisagem urbana e industrial que marca presença. Estamos na Adega Casa da Torre, em Louro, Vila Nova de Famalicão, num verdadeiro oásis de verde e água que brota e corre por todo o lado.
A tradição familiar na agricultura já leva umas boas oito décadas e esta propriedade em particular foi adquirida em 1977, então para gado e vinha, centrando-se mais tarde nesta segunda cultura. O século XXI trouxe a produção com marca própria e em 2009 nasceu a adega, este edifício imponente desenhado pelo arquitecto Carlos Castanheira e que dá corpo à paixão da família pela madeira. Um imenso telhado de duas abas assente em vigas titânicas emoldura a entrada, onde um tanque em pedra se enche de água e dois bancos escavados em troncos aguardam quem ali se queira refugiar do calor que teima em não chegar.
Escolhemos entrar pelas traseiras e o trajecto leva-nos ao longo do canal de água que corre paralelo à parede da adega, franqueando edifício em pedra e recantos ajardinados. Lá atrás, quase escondida pelo arvoredo, está a casa da família. Entramos na adega e logo o olhar acelera pelo passadiço central em madeira, que percorre o edifício lá no alto, de um extremo ao outro, até desembocar no escritório, um espaço que se projecta na fachada da adega, com uma parede envidraçada a oferecer vistas de arvoredo. Lá fora há vinhas rodeadas de arvoredo e até – extraordinário – uma sebe de azevinhos, plantada há 30 anos.
Descemos e estamos no espaço reservado às provas, em plena adega, uma mesa em pedra preta e um armário de madeira dominando o local. Mas há quem prefira andar uns metros e entrar no laboratório que desponta num dos cantos do pátio de entrada, que é, afinal, um antigo pipo reconvertido em espaço utilizável. Com o projecto paralelo Secret Spot, no Douro, a preparar-se para proporcionar dormidas na Quinta da Faísca, em Favaios, o enoturismo na Adega Casa da Torre ainda está a ganhar balanço. E até por isso (e pela beleza iconográfica do edifício, naturalmente), não surpreende que cerca de metade dos visitantes que aqui acorrem venham por causa da arquitectura. Mas esses também gostam de vinho.

ADEGA CASA DA TORRE
Rua Dr. Carlos Araújo Chaves, nº 50, 4760-551 Louro, Vila Nova de Famalicão
Tel: 934 030 209
Mail: geral@adegacasadatorre.com
Web: www.adegacasadatorre.com
O enoturismo está numa fase de arranque e novidades poderão sempre aparecer a qualquer momento, beneficiando das sinergias a criar quando o projecto paralelo Secret Spot, no Douro, criar alojamento. Por enquanto, está disponível a visita à adega e vinhas com prova de vinhos no final. Os preços por pessoa variam entre 7,5 euros (prova de um vinho), 10 euros (dois vinhos) e 15 euros (três vinhos).
Originalidade (máx. 2): 2
Atendimento (máx. 2): 2
Disponibilidade (máx. 2): 1,5
Prova de vinhos (máx. 3): 2
Venda directa (máx. 3): 2
Arquitectura (máx. 3): 3
Ligação à cultura (máx. 3): 2,5
Ambiente/Paisagem (máx. 2): 2

AVALIAÇÃO GLOBAL: 17
Paremos um pouco para apreciar a profunda mudança de cenário. O “crepitar” das águas vivas do Tâmega e a chilreada dos pássaros servem de fundo sonoro, agora mesmo abrilhantado pelo toque da “Avé Maria” numa igreja da outra margem. Das clareiras lisas passámos às vertigens verticais, precipitando o olhar desde o alto até ao mistério de um vale onde não conseguimos descortinar o rio. Estamos na Quinta das Escomoeiras, ali a dois passos da antiga estação ferroviária de Lourido, Celorico de Basto.
Da antiga linha de comboio, agora transfigurada em ecopista, chega-se à entrada da quinta por uma estrada mais do que secundária e que não se aconselha a quem sofra de vertigens. Mas aqui é tudo assim: o primeiro olhar através do portão chega a deixar-nos na dúvida sobre se chegamos ao sítio certo… Onde é que estão os nove quartos, as áreas comuns, a adega? A piscina, sim, essa brilha num azul romântico por entre o verde dos terraços, mas o resto…
O resto está lá, aninhado nas curvas de nível da encosta, que se precipita quase na vertical até ao Tâmega. É quase incompreensível, numa primeira impressão, abarcar a forma como tudo se equilibra neste anfiteatro natural. Leva o seu tempo, mas depois tudo vai fazendo sentido. A bebida de boas-vindas é um bom pretexto para pararmos um pouco e absorvemos a intensa magia do local. Casas de pedra, pátios, terraços, varandas, caminhos, relvados, telheiros de madeira, escadarias. E verde, muito verde.
Para além das videiras, algumas enormes, de desenvolvimento vertical e troncos maciços, há por aqui muito para desafiar até o botânico mais experimentado. A começar pela proliferação de orégãos, que mandaram às urtigas o seu temperamento mediterrânico e se instalaram nos muros e canteiros ao longo do caminho que leva ao complexo principal. São uns 50 metros a pé, ao longo dos quais, para além de passarmos por cima de uma plataforma feita com antigas sulipas do caminho-de-ferro, podemos contabilizar fetos, roseiras, hortênsias, alecrim, alfazema, sardinheiras; e cameleiras, oliveiras, pessegueiros, limoeiros, cerejeiras… E fiquemo-nos por aqui, porque a quinta garante que é lá em baixo, junto ao rio, que a Natureza é mais exuberante e preservada.
Fernando Fernandes, um antigo economista do Porto, demorou década e meia a reconstruir este local e agora alia o turismo à produção, em modo biológico, de vinhos e outros produtos agrícolas e derivados, como compotas e ervas, à venda na loja da quinta. Cerca de 90 por cento da clientela vem do estrangeiro. E escusam de trazer o stress na bagagem: aqui não há pequeno-almoço antes das 9h.

QUINTA DAS ESCOMOEIRAS
Quinta das Escomoeiras – Lourido, 4890-055 Arnoia – Celorico de Basto
Tel: 935 322 786 / 255 322 785
Mail: geral@quintadasescomoeiras.com
Web: www.quintadasescomoeiras.com
GPS: 41º20.668’N; 7º59.890’W
A adega está aberta a visitas, com prova de vinhos, todos os dias entre as 9h30 e as 13h e entre as 14h e as 19, de Abril a Outubro; de Novembro a Março os horários são 10h-13h e 14h-17h. No período de 16 de Dezembro a 31 de Janeiro solicita-se marcação antecipada. O preço dos quartos varia entre os 110 e os 150 euros na época alta (95/130 na época baixa). Na quinta pode fazer caminhadas pelas vinhas e paisagem circundante, passeios de bicicleta pela ecopista do Tâmega, tomar banho no rio ou na piscina (com sauna e banho turco), visitar os animais (incluindo uma burra de Miranda, a Julieta) ou marcar actividades externas como canyoning, rafting, parapente ou passeios em todo-o-terreno.
Originalidade (máx. 2): 2
Atendimento (máx. 2): 2
Disponibilidade (máx. 2): 2
Prova de vinhos (máx. 3): 2,5
Venda directa (máx. 3): 2
Arquitectura (máx. 3): 3
Ligação à cultura (máx. 3): 2,5
Ambiente/Paisagem (máx. 2): 2

AVALIAÇÃO GLOBAL: 18
Que os mais empedernidos citadinos não torçam o nariz ao que vão ler a seguir, mas tem o seu encanto estar à conversa debaixo de um carvalho enquanto os porcos comem à nossa volta. Os porcos, neste caso, são a Rosita e dois dos seus filhos, que cirandam pelo cercado e vêm comer à mão de quem já os conhece há algum tempo. Na Quinta de Gomariz podemos sempre esperar uma surpresa. Isso e atendimento personalizado.
É essa a filosofia do enoturismo nesta propriedade encravada entre Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso (os 17 hectares de vinha dividem-se entre os dois concelhos), cujo projecto vínico data do início deste século. Em 2005, já com António Sousa ao leme da enologia, definiu-se a aposta nos brancos e são essas as castas que dominam a paisagem quase plana, com excelente exposição solar e rodeada de muros de pedra. Tintas, na quinta, são apenas três: Vinhão, Padeiro de Basto e Espadeiro, estas duas últimas vinificadas em rosé. Nos brancos dominam a Loureiro, Alvarinho, Avesso, Azal e Fernão Pires.
Ao todo, há aqui 27 castas, um número potenciado pela existência de várias filas de vinha experimental, onde crescem pés de plantas com nomes tão extraordinários como Lameiro, Esganoso de Lima, Branco Escola/Pintosa ou Cascal. E estrangeiras como, entre outras, a Branco Lexítimo, de Espanha. E o passeio pelas vinhas é também uma forma de ir conhecendo os animais da quinta, como os cães, as ovelhas, os gansos, as galinhas pretas. E os corvos, que são, dizem-nos, quem manda realmente aqui.
A Natureza mostra-se exuberante e as práticas da casa fazem por respeitar essa riqueza. Graças à instalação de painéis solares, a Quinta de Gomariz é auto-suficiente em termos energéticos e também de água. Com o pormenor curioso de o sistema de frio da adega (onde os vinhos são, religiosamente, guardados a 15ºC, para lhes dar “anos de vida”) precisar de funcionar com maior intensidade quando está calor e isso coincidir com os períodos de melhor desempenho dos painéis solares…
Cumprimos o percurso pela adega, que agrega espaços de construção moderna a um edifício em pedra de traça tradicional, e encerramos a visita na sala de provas, “vigiados” lá de fora pelos gansos e galinhas que vão cirandando pelo terreiro. Os vinhos falam-nos da relação com a terra e dos cuidados na adega. São, na sua elegância e profundidade, o melhor retrato desta quinta onde se respira tranquilidade e harmonia. E também uma mensagem indiscutível da excelência da região.

QUINTA DE GOMARIZ
Rua da Cerca, Landim – Famalicão
Tel: 252 891 144
Mail: info@quintadegomariz.com
Web: www.quintadegomariz.com
GPS: 41º22’32’’N / 8º27’22’’ O
A quinta está aberta para provas de segunda a sexta-feira, entre as 14h e as 16h30, e sábados das 10h30 às 12h30. Para outros horários solicita-se marcação prévia. Entre Setembro e Março, as visitas custam entre dois euros (época baixa) ou três euros (época alta) por pessoa (em alternativa: compras no valor de 15 euros). O preço sobe para quatro e cinco euros com prova de um vinho (ou compras de 20 ou 25 euros, conforme a época) e pode chegar aos sete/oito euros (ou compras no valor de 40 euros), quando a prova envolve quatro vinhos. Em épocas especiais (vindimas, Natal, Fim do Ano), será aplicado um tarifário diferente.
Originalidade (máx. 2): 1,5
Atendimento (máx. 2): 2
Disponibilidade (máx. 2): 1,5
Prova de vinhos (máx. 3): 3
Venda directa (máx. 3): 2,5
Arquitectura (máx. 3): 2,5
Ligação à cultura (máx. 3): 2,5
Ambiente/Paisagem (máx. 2): 2

AVALIAÇÃO GLOBAL: 17,5

ESTAÇÃO DE SERVIÇO
Se há uma dificuldade na tarefa de fazer uma lista de sugestões gastronómicas para quem visita o Minho, ela só poderá mesmo ser a da escolha. Quem visita estas paragens pode sempre contar com mesa farta e bom acolhimento, um pouco por todo o lado e nos mais diversos registos. Mas assumimos o desafio e deixamos aqui três belos postos de reabastecimento para humanos, cada um no seu estilo distinto (atmosfera mais familiar na Casa Sara Barracoa, ambiente mais distinto no Restaurante Quinta do Outeiro, tratamento informal no Restaurante Lage d’Água).
SARA BARRACOA – Praça D. Maria II, Vila Nova de Famalicão; 252 322 487
QUINTA DO OUTEIRO – Rua Outeiro de Baixo, nº 15, Amarante; 255 010 092 / 968 930 580 / 255 423 584; restaurantequintadoouteiro@gmail.com
LAGE D’ÁGUA – Avenida João Paulo II, nº 767, Rebordões, Santo Tirso; 252 858 630 / 914 200 008 / 914 251 220; lagedagua@gmail.com

Edição nº16, Agosto 2018