Adega de Cantanhede faz mudanças na equipa de enologia

A Adega Cooperativa de Cantanhede — produtora de reconhecidos vinhos da Bairrada, como Marquês de Marialva ou Foral de Cantanhede — está a fazer grandes mudanças na equipa de enologia. Osvaldo Amado anunciou que deixa agora de ser enólogo consultor da Adega de Cantanhede, posição que será ocupada por outro experiente enólogo, António Ventura, facto […]
A Adega Cooperativa de Cantanhede — produtora de reconhecidos vinhos da Bairrada, como Marquês de Marialva ou Foral de Cantanhede — está a fazer grandes mudanças na equipa de enologia.
Osvaldo Amado anunciou que deixa agora de ser enólogo consultor da Adega de Cantanhede, posição que será ocupada por outro experiente enólogo, António Ventura, facto confirmado hoje, por este, à Grandes Escolhas.
Em comunicado de imprensa, Osvaldo Amado — que trabalhou com a cooperativa durante mais de 12 anos — refere que, entre os vários vinhos da Adega de Cantanhede que assinou, os que mais o marcaram foram rótulos como Marquês de Marialva Confirmado, Foral de Cantanhede, Grande Reserva Baga e Grande Reserva Arinto, Baga Unoaked e Baga Complexo, Espumantes Primitivo Cuvée e Baga Cuvée.
“A Adega de Cantanhede representou um grande desafio, que considero superado”, declarou o enólogo.
GRANDE PROVA ESPUMANTES: As bolhas da nossa alegria

Entre um espumante barato de grande superfície e outro de uma grande marca de Champagne pode haver um intervalo de várias centenas de euros. Tudo terá começado em França mas hoje é um tipo de vinho que se produz em todo o mundo. Todos têm bolhas, mas são muitas as diferenças que os separam. Os […]
Entre um espumante barato de grande superfície e outro de uma grande marca de Champagne pode haver um intervalo de várias centenas de euros. Tudo terá começado em França mas hoje é um tipo de vinho que se produz em todo o mundo. Todos têm bolhas, mas são muitas as diferenças que os separam. Os que são feitos segundo as regras da região francesa apelidam-se de Método Clássico, uma vez que a palavra “champagne” e derivados, como “método champanhês” estão interditos, são de uso exclusivo daquela região francesa. Falamos assim do método de produção que implica a segunda fermentação na garrafa. No entanto existe um outro método – Charmat – muito vulgarizado em Itália mas também presente entre nós em que a primeira e segunda fermentações são feitas em grande depósitos e não na garrafa. No caso dos espumantes da segunda fermentação na garrafa, existe ainda a divisão entre os que usam leveduras livres e os que utilizam leveduras encapsuladas (ver texto em baixo). Finalmente há que referir que existe um outro tipo de vinho com gás natural – o chamado Pet Nat – em que a efervescência deriva do facto do vinho ser engarrafado ainda antes da fermentação alcoólica terminar e, consequentemente, ao terminar na garrafa, acaba por libertar algum gás, conservando também as levaduras mortas que então se apresentam como depósito na garrafa, exigindo cuidados especiais no serviço. Este método – chamado de método antigo ou método rural – corresponde à pré-história do espumante e tem tido actualmente um certo renascimento pelo interesse demonstrado por alguns produtores, sommeliers e consumidores adeptos de produtos alternativos. A prova que aqui publicamos não contempla esses vinhos, tal como não contempla os vinhos feitos pelo método Charmat.
A produção de espumantes, se feita com os requisitos que o progresso científico vem aconselhando, é um trabalho de enorme exigência técnica e laboratorial, com muitas análises e procedimentos que não estão ao alcance de qualquer produtor. Tem pouco equipamento, instalações mal habilitadas, ausência de laboratório? Faça tinto em lagar, faça branco num tonel usado mas…esqueça o espumante!
Decorre da leitura de um texto técnico sobre a produção de espumante que esta é provavelmente a bebida mais manipulável com que nos cruzamos; requer intervenção e decisões em inúmeras fases da produção e por isso se começa também a perceber porque uns custam €5 e outros custam €200. É verdade que os de €5 podem ser muito bem feitos, mas só vende caro quem consegue e o verbo conseguir custa por vezes uma geração (ou várias) a conjugar.
Qualquer enólogo que faça espumantes dirá que a prensagem é uma etapa absolutamente crucial no processo produtivo. A razão para isso prende-se com a indispensável separação dos mostos.
Da vinha à garrafa
Quando falamos de espumantes feitos pelo método clássico da segunda fermentação na garrafa temos tendência apenas a valorizar essa etapa e esquecemo-nos de tudo o que se passa antes de introduzir o vinho na garrafa para então se dar a tal segunda fermentação. Para sermos correctos, a produção de espumantes reveste-se de muito planeamento porque tem de ser pensada quando as uvas ainda estão na cepa e não se iniciou a vindima. Vejamos então os passos que têm de ser dados para se produzir um bom espumante. Tudo começa na vinha com a escolha das castas a utilizar. Vamos passar esta parte, partindo do princípio que o produtor já fez essa selecção. A verdade é que a história da região de Champagne demonstrou que a Chardonnay e a Pinot Noir são das que melhor se adequam a este tipo de elaboração. Temos, no entanto, em Portugal algumas variedades que têm dado muito boa conta de si, desde as castas do Vinho Verde, sobretudo a Alvarinho e Loureiro mas com a Alvarelhão a recolher aplausos (como acontece com Anselmo Mendes), a Gouveio no Douro (espumante Vértice, por exemplo), a Baga e a Cercial na Bairrada e, claro, a Arinto, a ubíqua casta portuguesa de múltiplas utilizações.
Seleccionada a casta passamos à etapa seguinte que é a marcação da vindima. Aqui começam as decisões importantes porque é determinante colher as uvas com baixo potencial de álcool e uma acidez elevada. Na Bairrada, por exemplo, as castas que apresentam uma acidez mais elevada são a Arinto e Cercial e as outras variedades, Maria Gomes, Bical e Baga tendem a apresentar uma acidez um pouco mais baixa. Desta forma, uvas com bom equilíbrio para espumante deverão ser colhidas com um potencial alcoólico que não ultrapasse os 11% e uma acidez compreendida entre os 7 e 9 gr./litro (medida em ácido tartárico); deverão ser seleccionadas variedades com baixo teor de substâncias fenólicas (no caso das brancas) e baixo teor de antocianinas (cor) nas uvas tintas.
Seguidamente vem a etapa que antecede ainda a fermentação do vinho-base. Qualquer enólogo que faça espumantes dirá que esta – a prensagem – é uma etapa absolutamente crucial no processo produtivo. A razão para isso prende-se com a indispensável separação dos mostos. Ainda antes de começar a prensar e apenas devido ao peso, poderá haver mosto a sair da prensa; esse será descartado e junto às prensagens finais. A primeira prensagem importante – a cuvée – deverá ser separada da prensagem seguinte – a taille – ainda dividida em duas partes, uma primeira e segunda taille. Na cuvée vamos sobretudo recolher o sumo dos bagos e, no caso das uvas tintas pobres em cor (como a Pinot Noir), recolher um sumo que quase se apresenta idêntico ao das uvas brancas, um mosto rico em açúcares, ácidos e substâncias aromáticas; na taille vamos obter um mosto mais rico em polifenóis e taninos, sobretudo na 2ª taille. Na região de Champagne estabeleceu-se uma regra como segue: uma prensa com 4000 kg de uvas deverá permitir obter 2050 litros de mosto de lágrima (cuvée), 410 litros da 1ª taille e 205 litros da segunda taille. Por norma, após a prensagem os mostos são clarificados e filtrados antes de fermentação em cuba (ou barrica). Percebe-se assim porque se diz que é importante a vindima ser manual e não mecânica, afim dos cachos chegarem inteiros à prensa. Por razões económicas pode juntar-se parte da taille à cuvée, aumentando assim a quantidade final produzida.
A importância do vinho-base
Para se fazer um espumante tem de se fazer primeiro o vinho-base que fermenta como qualquer mosto, normalmente com leveduras inoculadas, sobretudo nos mostos que foram clarificados que têm mais dificuldade em fermentar com as leveduras indígenas. Por norma a fermentação decorre em inox mas, em caves com boa temperatura (que não ultrapasse os 15ºC) pode decorrer em barrica, uma prática que tinha sido abandonada mas está a regressar, sobretudo em produtores de pequena dimensão. Como noutros vinhos também aqui a fermentação tem de ser bem monitorizada, assegurando a total transformação dos açúcares e evitando paragens de fermentação e desvios. É a este vinho base (que poderá incluir vinhos de vários anos que permitem manter o “estilo da casa”) que, após clarificação e estabilização tartárica, se irão adicionar as leveduras e o açúcar que irão operar a segunda fermentação em garrafa fechada. O licor de tiragem, deverá respeitar, grosso modo, a proporção de 24 gr/açúcar por litro e a quantidade de leveduras poderá variar entre 10 e 20 gr por hectolitro, correspondendo a uma quantidade que varia ente 1,5 e 2 milhões de leveduras activas por mililitro de vinho. Após enchimento as garrafas serão colocadas na posição horizontal em cave fria e aí permanecerão por tempo a definir pelo produtor, podendo ir de 1 até 10 anos de estágio. Como vedante usa-se principalmente a carica, mas alguns produtores, após ensaios convincentes, estão a regressar ao antigo método de rolhar as garrafas usando um grampo para ajudar a manter o gás. Diz Celso Pereira que “no Vértice Chardonnay estamos, na sequência dos ensaios dos espumantes Gramona (Penedès), a usar rolha para a segunda fermentação e estágio” Considera-se que quanto mais tempo estagiarem cave, mais fina é a bolha no final. A etapa seguinte é o do removimento das leveduras mortas (remuage) operação cada vez mais automatizada pelo recurso a giropalettes que “mexem” 500 garrafas em cada movimento, poupando assim mão-de-obra, tempo e espaço.
Um outro método consiste na utilização de leveduras encapsuladas em vez de leveduras livres. O método tem várias vantagens, nomeadamente no limitado uso de mão-de-obra e na rapidez com se consegue um vinho pronto (dispensando a remuage das garrafas) e consequente poupança de espaço na adega. O método tem defensores (como o enólogo Osvaldo Amado) mas requer um controle rigorosíssimo da higiene para se evitar a contaminação de leveduras, quer na adega quer na linha de engarrafamento. Esta exigência afasta o método dos pequenos produtores, que têm muita dificuldade em controlar as leveduras “até do ar da adega”, como nos afirmou. Osvaldo recorda que esteve presente nos primeiros ensaios na Estação Vitivinícola da Bairrada com o seu responsável António Dias Cardoso em 1987 e 88 e que foi nas Caves Primavera que se produziu o primeiro espumante comercial de leveduras encapsuladas, com a marca Chave d’Ouro.
Também Francisco Antunes – responsável por cerca de 1,2 milhões de garrafas de espumante nas Caves Aliança – participou nestes primeiros ensaios que tiveram a chancela da Proenol, a empresa produtora das leveduras encapsuladas. Reconhece que é um pouco mais caro mas se se contar os custos de tempo, remuage e mão-de-obra, pode ser um recurso importante mas, também ele refere, “é um método muito exigente” que não está ao alcance de todos. Na Aliança “chegámos a usar no espumante Danúbio mas agora só usamos leveduras livres”. Também Marta Lourenço (Murganheira) recorda que “para se fazer um grande espumante são precisos 10 a 12 anos e que a autólise (degradação natural das leveduras), no caso das leveduras encapsuladas não acrescenta mais nada a partir dos 4 anos.” E, relembra “quanto menor o tempo de estágio mais agressiva é a bolha”, razão suficiente para ser defensora do método clássico, também aplicado na Raposeira.
Já Celso Pereira sustenta que o tempo de estágio é um dado muito importante mas, salienta, “a qualidade depende de tantos factores que não podemos afirmar peremptoriamente que com 8 anos é melhor que seis ou com 15 melhor que 12”. No caso de Champagne, as grandes marcas apostam, nos seus topos de gama, em estágios de cave muito prologados.
Quanto mais se lê sobre espumantização mais se percebe que fazer um vinho com bolhas é relativamente fácil mas fazer um grande espumante é um trabalho que resulta de uma enorme soma de pequenos pormenores, ensinamentos que foram sendo acumulados ao longo de séculos e aos quais a ciência deu validade. Todas a operações relacionadas com a espumantização estão minuciosamente descritas num trabalho académico de grande fôlego que vivamente se recomenda a quem quiser aprofundar o assunto: Pedro Guedes “Fizziologia”, Quântica Editora, 2021.
De Norte a Sul
O espumante produz-se em todas as regiões do continente e ilhas. Naturalmente que as regiões onde as quantidades são mais significativas são a Bairrada e Távora-Varosa, as mais clássicas zonas produtoras. A tradição bairradina remonta aos finais do séc. XIX e em Távora aos inícios do séc. XX. Actualmente a produção em todo o país pode ser dividida em dois grupos distintos: os espumantes com Denominação de Origem (DO e IG) e os restantes, os chamados espumantes IVV. Na Bairrada, por exemplo, os dados mais recentes revelam que a produção DO tem vindo a aumentar de 2017 até 2022. Assim, se se incluir vinhos Bairrada e Regionais (Beira Atlântico) brancos, rosados e tintos, a região tem originado, em 2022, 2 317 329 garrafas. Neste valor global há a destacar algumas tendências, como a produção de espumante tinto, mas com tendência a diminuir, sobretudo se comparado com 2017 (de 110 720 garrafas para 72 436 em 2022); outra tendência curiosa tem sido o crescimento da nova designação Baga-Bairrada (que a partir de 2019 obriga a 18 meses de estágio), e que cresceu de 330 000 garrafas em 2019 para 415 000 em 2021. Também o espumante rosé tem conhecido um crescimento significativo, passou de cerca de 208 000 garrafas em 2017 para 311 000 em 2022.
A região de Távora-Varosa certificou em 2022 cerca de 2 869 740 garrafas, não tendo certificado nada como IG, ou seja, Vinho Regional, dos quais cerca de 2 100 000 garrafas de vinho branco da variedade Bruto. Aqui as Caves da Murganheira assumem claramente o papel de maior produtor, com 1 100 000 garrafas na Murganheira e 2 500 000 na Raposeira. Marta Lourenço, à frente dos destinos enológicos da empresa, confirmou-nos que a Raposeira não certifica nada (ou seja, todos os espumantes têm selo IVV) porque os vinhos incorporam uvas quer do Douro quer de Távora-Varosa.
No caso do Vinho Verde há a salientar a produção de espumantes varietais — sobretudo de Loureiro, estável nas cerca de 36 000 garrafas entre 2020 e 22 — e Alvarinho com um aumento exponencial de 46 500 garrafas em 2020 para cerca de 88 000 em 2022. Como um todo, a região tem mantido a produção regular (com oscilações decorrentes das variações de colheita) entre 548 888 garrafas em 2020 e 493 052 garrafas em 2022.
Segundo informação recolhida junto do IVV, a produção nacional certificada andará em 2022 pelas 7 868 933 garrafas (valor mais alto desde 2014) e o espumante não certificado cifra-se em 15 769 600 garrafas, igualmente o valor mais alto desde 2014.
Foi com a intenção de fazer dele uma bebida de comemoração que se generalizou em Champagne o consumo de vinho com algum açúcar residual.
Todos são momentos certos
Muito se escreve sobre a ligação do espumante com a comida. Por um lado, sabemos que se trata de uma bebida que frequentemente é consumida sem qualquer acompanhamento; por outro cada vez mais consumidores associam o espumante a vários momentos da refeição. Foi com a intenção de fazer dele uma bebida de comemoração que se generalizou em Champagne o consumo com algum açúcar residual, numa quantidade que apenas ajuda a que o vinho não seja tão marcado pela elevada acidez quando é consumido. Assim, a variedade Bruto, sem dúvida a mais generalizada, costuma ter de 5 a 8 gramas de açúcar, quantidade que ajuda consumir o vinho sem qualquer acompanhamento. Já à mesa são as variedades Extra Bruto ou Bruto Natural que melhor ligam com a refeição.
É aqui que começam as diferenças de opinião. Sendo uma bebida que tem a plasticidade de se ligar a qualquer prato, da entrada à sobremesa, quase todas as opiniões são possíveis. Seguindo no rasto de um sommelier americano, podemos considerar três hipóteses: o vinho é mais forte que o prato; o sabor do prato sobrepõe-se ao vinho ou, terceira hipótese, o prato faz com que o vinho saiba melhor e o vinho favorece o sabor do prato. Não parece difícil mas muitas vezes só se chega lá por tentativa/erro e nem sempre temos possibilidade de o fazer.
A escolha pode recair num produto local. Assim, conforme o sítio onde estamos poderemos querer associar um prato a um espumante da terra; é uma hipótese sempre interessante sobretudo como proposta para turistas que estão de passagem.
As ligações clássicas começam nos peixes fumados como aperitivo, mas podem estender-se rapidamente aos pratos de marisco e peixe com pouco tempero. Depois, ainda mais rapidamente podemos passar aos pratos de massas, risotos, pratos mais puxados nas especiarias e picantes e na culinária oriental. Também os pratos vegetarianos poderão ser perfeitos companheiros para o espumante. Deixe-se levar pelo instinto e procure ousar em ligações menos óbvias. Mas, claro, é sempre bom ter um plano B para quando a ousadia dá para o torto.
Provámos quase 30 espumantes de várias zonas do país e, pese o facto de algumas empresas terem “faltado à chamada” e outras não terem enviado o seu topo de gama, a verdade é que temos aqui muito por onde escolher e a preços muito razoáveis. Agora, só resta desfrutar.
(Artigo publicado na edição de Outubro de 2023)
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Luiz Costa 6ª edição
- 2017 -
Quinta das Bágeiras
Espumante - 2020 -
Ribeiro Santo Excellence
Espumante - 2020 -
Quinta da Lagoa Velha Cuvée
Espumante - 2020 -
Côto de Mamoelas
Espumante - 2019 -
Ortigão Cuvée
Espumante - 2019 -
Unum
Espumante - 2011 -
Marquês de Marialva Cuvée Blanc de Noirs
Espumante - 2014 -
Real Companhia Velha
Espumante - 2016
-
Cabriz
Espumante - 2017 -
Soalheiro Nature Pur Terroir
Espumante - 2020 -
Quinta dos Termos
Espumante - 2021 -
Nana
Espumante - 2019 -
Grande Aplauso
Espumante - 2015 -
Messias Blanc de Blancs
Espumante - 2019 -
Valados de Melgaço
Espumante - 2018 -
Giz Cuvée de Noirs Late Release
Espumante - 2016 -
Luis Pato Vinha Pan
Espumante - 2015 -
Quinta da Romeira
Espumante - 2021 -
Campolargo
Espumante - 2015 -
Monge
Espumante - 2015 -
João Portugal Ramos
Espumante - 2015 -
Cá da Bairrada Grande Cuvée
Espumante - 2012 -
M&M
Espumante - 2018
Van Zellers Ocean Aged: 102 garrafas de Porto Vintage recuperadas do fundo do mar

No dia 16 de novembro, Dia Nacional do Mar, Francisca van Zeller resgatou do fundo do mar 102 garrafas de Van Zellers & Co Ocean Aged Porto Vintage 2020, o primeiro Porto Vintage a estagiar debaixo de água. Esta iniciativa foi associada à campanha de educação ambiental “Planeta Oceano” do Oceanário de Lisboa, que tem […]
No dia 16 de novembro, Dia Nacional do Mar, Francisca van Zeller resgatou do fundo do mar 102 garrafas de Van Zellers & Co Ocean Aged Porto Vintage 2020, o primeiro Porto Vintage a estagiar debaixo de água. Esta iniciativa foi associada à campanha de educação ambiental “Planeta Oceano” do Oceanário de Lisboa, que tem o objectivo de sensibilizar as crianças para a importância dos oceanos e da sua conservação.
As 102 garrafas foram disponibilizadas aos clientes da Van Zellers & Co logo a 8 de Junho — dia do lançamento oficial do vinho e Dia Internacional do Oceano — e já foram todas vendidas. Cerca de metade fica em Portugal, e as restantes destinam-se a países como Suíça, Finlândia, Áustria, Canadá e Reino Unido.
O lançamento, inédito, ocorreu em parceria com a Zouri Shoes, uma marca de calçado eco-vegan responsável pela criação da embalagem do vinho em forma de concha. Este packaging foi feito com plástico recuperado da costa portuguesa (cerca de uma tonelada colectada com a ajuda de 600 voluntários) e com desperdícios de fábrica, originando uma caixa 100% reciclada.
O Van Zellers & Co Ocean Aged Porto Vintage 2020 tem um preço de venda ao público de €1000, sendo que parte das receitas tem como destino o programa “Planeta Oceano” do Oceanário de Lisboa. O programa é direccionado a mais de 600 crianças em idade escolar, do concelho de São João da Pesqueira, que tiveram a oportunidade, entre 15 e 17 de Novembro, de aprender sobre a diversidade da vida marinha e formas de a proteger.
O Porto Vintage Ocean Aged foi afundado em Dezembro de 2022 no Porto de Sines, em colaboração com a empresa Ecoalga – Adega do Mar, especializada em armazenamento subaquático. Francisca van Zeller, gestora de Marketing e Comunicação da Van Zellers & Co, expressou entusiasmo pela iniciativa: “Este projecto é uma verdadeira fusão de tradição e inovação, um testemunho do nosso compromisso em elevar o vinho do Porto a novos patamares. Submergir as garrafas nas águas do oceano, onde a natureza exerce a sua influência única, foi uma experiência emocionante. Estou muito entusiasmada pela oportunidade de resgatar estas garrafas no Dia Nacional do Mar, celebrando a herança da minha família e a importância dos oceanos para todos nós. Este é um vinho que carrega a história do passado e a promessa do futuro, e estamos muito felizes por partilhá-lo com o mundo”.
Picowines: Ilha do Pico, na crista da onda

Parece que já tudo foi dito e escrito sobre os vinhos da ilha do Pico, uma denominação de origem que, sobretudo na última meia dúzia de anos, tem tido apontados os holofotes da comunicação social, dos compradores, dos consumidores. Raros, preciosos, singulares, os brancos (e não só) com denominação de origem Pico ou indicação geográfica […]
Parece que já tudo foi dito e escrito sobre os vinhos da ilha do Pico, uma denominação de origem que, sobretudo na última meia dúzia de anos, tem tido apontados os holofotes da comunicação social, dos compradores, dos consumidores. Raros, preciosos, singulares, os brancos (e não só) com denominação de origem Pico ou indicação geográfica Açores, nascidos naqueles tão fotogénicos muros rendilhados feitos de pedra vulcânica empilhada, estão, literalmente, nas mesas mais exigentes. Para muitos apreciadores até pode parecer que sempre assim foi. Mas não é verdade.
Não há muito tempo, nesta ilha rochosa dominada pelos 2351 metros do vulcão, a vinha esteve quase em vias de extinção e os vinhos produzidos eram, sobretudo, bebidos localmente. O ponto de viragem terá sido, inquestionavelmente, a elevação dessa impressionante paisagem de currais de lava a Património da Humanidade. A classificação da Unesco, em 2004, trouxe não apenas notoriedade, mas também despoletou outra coisa que é condição essencial para uma efectiva reabilitação e preservação patrimonial: dinheiro. O qual se traduz em apoios para plantação que, em alguns casos, atingem os 30 mil euros hectare (fundo perdido), além de apoios extra para preservação das vinhas e das curraletas.
Nas minúsculas parcelas de vinha da ilha do Pico, a vindima é quase sempre realizada por toda a família.
Para trás ficaram assim décadas e décadas de depauperamento vitícola e financeiro dos picarotos. Se atentarmos aos relatos históricos e à imensidão de currais ainda hoje tomados pelo mato, facilmente acreditamos quando nos dizem que o Pico, outrora, terá tido quase dez mil hectares de vinha. Na segunda metade do século XIX o oídio e a filoxera devastaram essa riqueza e pouco se fez para a recuperar. Boa parte da população abandonou a ilha e ninguém se interessava já por aquelas vinhas e por aqueles vinhos, entretanto transformados em tintos de “produtor directo” (do bacelo “americano”, sem enxertia), para autoconsumo.
Nascida em 1953 e laborando as primeiras uvas na vindima de 1961, a Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico foi o esteio a que os pequenos viticultores se agarraram para continuar a manter a sua paixão ou modo de vida. Se inicialmente era o vinho licoroso, feito a partir das castas brancas nobres (Verdelho, Arinto dos Açores e Terrantez do Pico), o objectivo da cooperativa, rapidamente a realidade a empurrou para a produção do “vinho de cheiro” da videira americana, o qual, a partir dos anos 70, foi essencial para a manutenção da casa e, até, para a própria subsistência dos picarotos. O estatuto de nobreza das castas brancas viria a ser reforçado com a criação da denominação de origem e da Comissão Vitivinícola Regional, nos anos 90 e vibrantemente exponenciado com os apoios europeus e regionais à viticultura. Dos estimados 240 hectares de vinha existentes em 2004, aquando da classificação Unesco, passou-se para os actuais 1200 hectares, dos quais 700 pertencentes aos 270 associados da cooperativa. O investimento vitivinícola da ilha passou a ser feito sobretudo nas três castas brancas, hoje altamente valorizadas (pagas, por vezes, acima dos €4/quilo) e as únicas admitidas para DO Pico. O nascimento de outras empresas produtoras, como Curral Atlantis, Insula, ou Azores Wine Company, (para além da revitalização de clássicos como Fortunato Garcia com o seu inimitável Czar) veio trazer ainda mais notoriedade ao vinho do Pico e aumentar a (muito saudável, diga-se) competição.
A partir de 2017, a cooperativa (que hoje assina Picowines, nome mais fácil de memorizar em várias línguas) desenvolveu uma gestão cada vez mais profissional, protagonizada pelo enólogo consultor Bernardo Cabral (que entrou nessa vindima) e pelo actual presidente, Losménio Goulart. A “crise covid” veio, mais uma vez, evidenciar o papel social da instituição. “Em 2020 quase não se vendia vinho, e muitos viticultores viram-se rejeitados pelas empresas que lhes compravam uva e que não quiseram assumir os compromissos na vindima desse ano”, conta Losménio Goulart “Nós fizemos o inverso. Pedimos apoio ao governo regional, comprámos mais depósitos e aceitámos mais 32 sócios. Claro, quando foram aliciados para voltar a vender as uvas, nas vindimas seguintes, não se esqueceram de quem lhes deu a mão…”, refere com notório orgulho.
Mas mais do que resolver crises pontuais, é preciso contornar o envelhecimento populacional e avivar o interesse das novas gerações de picarotos na vinha e no vinho. “O preço e a garantia com que pagamos as uvas faz com que os viticultores da ilha, geração após geração, vejam na produção de uvas e venda à sua cooperativa, um negócio rentável, uma experiência profissional bem remunerada e financeiramente atractiva”, diz Goulart. Algo que é corroborado por Bernardo Cabral: “Vejo com enorme entusiasmo o futuro próximo dos vinhos do Pico. Os filhos dos antigos viticultores, hoje com 30, 40 ou 50 anos, também têm gosto pela terra, e querem continuar. Os apoios à viticultura ajudam igualmente a manter os projectos vivos e activos.”
Bernardo sabe do que fala. Com forte ligação familiar aos Açores (e casa própria no Pico) o desafio que a cooperativa lhe lançou em 2017 mostrou-se totalmente irrecusável. “Quero ajudar a devolver aos vinhos do Pico a identidade e notoriedade que em tempos tiveram. E tem sido privilégio enorme trabalhar com estes sócios incríveis, que tratam as vinhas como filhos,” adianta.
A partir de 2017, a Cooperativa desenvolveu uma gestão mais profissional, protagonizada pelo enólogo consultor Bernardo Cabral e pelo
actual presidente , Losménio Goulart.
ATLÂNTICOS E VULCÂNICOS
Fazer vinha e vinho no Pico é, em si mesmo, já desafio que chegue. O clima e solos da ilha, com as vinhas enraizadas na lava e frequentemente fustigadas pelo mar ou pela chuva, não é coisa fácil. “O maior dos desafios está naquilo que não conseguimos controlar – a Natureza”, diz Bernardo Cabral. “Nos Açores sentimos as alterações climáticas de forma muito significativa com eventos como tempestades fora da sua época, a acontecerem cada vez com mais frequência e força. Tem exigido um trabalho ao nível da viticultura mais meticuloso e em que aqueles que possuem capacidade e rapidez de reacção têm conseguido reduzir os danos. É todo um conjunto de intervenções planta a planta que executadas no momento certo definem o sucesso e qualidade das uvas que são colhidas.”
Esta que é, sem qualquer sombra de dúvida, das mais impressionantes paisagens vitícolas do mundo, deve-se ao trabalho do homem que construiu, e continua a construir, muros para proteger as plantas da agressividade do vento e água do mar e plantou vinhas num solo de pedra vulcânica. É uma viticultura sem qualquer hipótese de mecanização e que requer muita mão de obra. Também, por isso, “dar continuidade e manter o interesse das novas gerações no trabalho da vinha é a melhor garantia de futuro”, como aponta Bernardo Cabral.
O trabalho do enólogo, desde 2017, já produziu nos seus frutos, conferindo novo perfil às marcas clássicas da casa (Terras de Lava, Frei Gigante, Lajido) e estreando uma linha de varietais, Ilha do Pico, que impressiona imenso pela qualidade e personalidade. Sete vindimas (contando com esta de 2023) à frente dos vinhos da Picowines permitiram-lhe já caracterizar as três castas brancas que compõem a DO Pico. Para Bernardo, a Terrantez do Pico, “é a casta mais difícil de gerir na vinha (uma verdadeira ‘prima dona’). Se não lhe dermos a devida atenção tudo pode correr mal. Mas se cuidarmos bem dela, devolve-nos uvas de uma qualidade ímpar. Pelicula pouco resistente, bago grande, ciclo curto que a torna mais apetecível para os pássaros. Se não se faz a gestão correta das folhas, fica mais sujeita a podridão. Produz vinhos de elevada acidez, com muito volume na boca, aguenta alguma barrica. Com excelente longevidade, em garrafa só mostra o verdadeiro potencial com alguns anos.”
Se a Terrantez do Pico é a primeira a amadurecer, Arinto dos Açores é a última, sendo igualmente, a mais resistente a doenças. Tudo isso, associado à qualidade intrínseca na adega, fez dela a casta branca mais plantada na ilha. “Com um bago pequeno e pelicula rija, tem níveis de acidez impressionantes o que a torna uma das melhores para espumantes”, explica Bernardo Cabral. “São os vinhos desta casta que acolhem mais consenso junto dos consumidores. Nas vinhas mais velhas dá vinhos com uma mineralidade marcante e grande longevidade”, adianta.
Mas, em boa verdade, a Verdelho foi a casta dominante durante um longo período, é a “uva mãe” dos licorosos do Pico e continua a ser aquela que “soa” nos ouvidos dos apreciadores. Não espanta, por isso, que esteja a ser novamente plantada em larga escala especialmente na costa norte e nordeste da ilha. É sensível ao míldio, mas relativamente resistente a podridão. Nas palavras do enólogo, “das vinhas antigas na zona da Criação Velha produz vinhos muito vibrantes, minerais, mas também tem uma excelente capacidade de maturar e sobre-maturar para produzir licorosos. Sou da opinião que é a casta que mais notas relacionadas com o mar (algas, iodo) mostra durante a sua evolução em garrafa.”
O PICO, NAS SUAS NUANCES
A Picowines tem um portefólio vasto, apesar de viver de um terroir de baixíssimas produções (muitas vezes inferiores a 1 ton/ha) e grande imprevisibilidade de colheita para colheita. As três últimas vindimas foram escassas e, tudo o indica, a maior quantidade prevista para a colheita de 2023 terá sido comprometida pela autêntica praga de pássaros que devoram todas as uvas que lhes aparecem pela frente…
Terras de Lava foi o primeiro vinho branco tranquilo certificado na região, na colheita de 1994. Até aí, a cooperativa fazia unicamente vinhos licorosos e vinhos de cheiro. O Terras de Lava é um IG Açores, podendo, portanto, assumir-se nas versões branco, rosé ou tinto, com uma grande variedade de castas, regionais, nacionais e estrangeiras aprovadas para a sua produção. Os tintos continuam a ser muito importantes para a economia da ilha (os consumidores locais, sobretudo os turistas, não bebem só branco…) e Bernardo Cabral tem uma opinião formada sobre o seu potencial. “Com um estilo muito elegante, baixo teor alcoólico, e cor ligeira, os tintos do Pico vão ao encontro das tendências de consumo. O melhor exemplo tem sido a escolha que vários restaurantes reconhecidos tem feito dos nossos tintos para “pairing” nos menus de degustação. Não temos como não ver um óptimo futuro para estes vinhos”, comenta.
Frei Gigante é uma marca histórica, nascida bem antes dos vinhos dos Açores estarem na moda. Para muitos consumidores foi, durante largos anos, sinónimo do vinho branco deste arquipélago. Quando Bernardo Cabral chegou à Picowines, procurou conferir-lhe um perfil mais moderno, mas sempre assente nas castas tradicionais (é um DO Pico) e com carácter local bem vincado. Não sendo o vinho mais ambicioso da casa, mantém ainda assim uma enorme longevidade, como tive oportunidade de comprovar com as colheitas de 2013 e, sobretudo, 2009, espantosamente jovem ainda. Bem mais recente (lançado em 2022) é o branco Rola Pipa, igualmente DO Pico, feito a partir das três variedades brancas e que remete para os trilhos que as pipas outrora escavaram na rocha a caminho dos barcos que as aguardavam no mar.
O lugar de maior destaque no portefólio vai, porém, para a linha de varietais Ilha do Pico, introduzida por Bernardo a partir da vindima de 2017. As melhores uvas de Verdelho, Arinto dos Açores e Terrantez do Pico são a eles destinadas, e os vinhos correspondem na máxima grandeza. Com a marca Ilha do Pico existe igualmente um surpreendente espumante, feito de Arinto dos Açores, que começou a construir-se em 2016 e tem sido feito todos os anos, com estágio prolongado em garrafa, estando agora no mercado o 2017. Bernardo Cabral é um entusiasta da categoria e vê nela um caminho para a região: “Sou de opinião que vamos marcar uma posição muito forte neste segmento com espumantes extremamente sérios num estilo inigualável, pelas características do terroir”, diz. “Sem dúvida que haverá um grande crescimento dos espumantes dos Açores, em especial do Pico, num futuro próximo”, acrescenta.
Um dos mais notáveis vinhos do portefólio é Gruta das Torres, um Arinto dos Açores feito com maceração pelicular de 4 dias e fermentado com leveduras indígenas em antigos balseiros. A sua singularidade não vem daí, porém, mas sim do estágio das pouco mais de 1000 garrafas na emblemática Gruta das Torres, uma extensa galeria vulcânica com 1500 anos de idade, situada a 17 metros de profundidade, e com 90% de humidade relativa. Na escuridão absoluta, estas garrafas evoluem muito lentamente dando ao vinho características distintas, como tive oportunidade de avaliar numa prova comparativa do vinho de 2018, ali colocado em 2019 e retirado e lançado em 2020. O branco da colheita de 2020 foi para a gruta em 2021 e ainda lá se encontra…
E, por fim, os licorosos, tradição de séculos na ilha do Pico. Apesar de produzidos em quantidades minúsculas, a cooperativa manteve sempre o clássico Lajido, de forte personalidade, e Bernardo Cabral criou o Ilha do Pico 10 anos, mistura de três colheitas de Verdelho: 2003, 2008 e 2009. “São licorosos únicos, com um perfil que, acredito, se enquadra melhor nas tendências de consumo, quando comparado com licorosos de outras origens”, acentua o enólogo. “Apesar de o stock existente ser relativamente baixo, o padrão de qualidade é muito alto, tornando-os uma escolha apetecível para quem busca raridade e singularidade.”
Peça central na zona da criação velha, o moinho vermelho é um verdadeiro ícone da ilha, e, certamente, a edificação mais vezes fotografada.
Os vinhos da Picowines já correm o mundo, mas há que fazer mais para alcançar a merecida notoriedade. Do ponto de vista qualitativo, estão já em marcha diversos investimentos que visam modernizar a adega e a linha de engarrafamento. No que respeita à componente comercial de marketing é preciso igualmente ir mais além. “A estratégia passa pela consolidação do mercado e aproximação da marca a todos os seus consumidores. Tudo isto com o objectivo de criar uma imagem da Cooperativa e dos vinhos do Pico sólida, dinâmica, moderna e de excelência”, refere o presidente Losménio Goulart. Um dos aspectos onde a Picowines tem muito para crescer é no turismo, que assume uma importância cada vez mais decisiva na economia da ilha. A ideia de Losménio é reorganizar o espaço do edifício principal, separando a área laboral da área visitável e dotando esta de todas as valências para potenciar um enoturismo de topo, com oferta diversificada.
A ambição do presidente da cooperativa também se estende ao mercado externo, com a ampliação considerável da rede de distribuição, que hoje alcança 15 países. “O ponto de equilíbrio perfeito assenta numa estrutura trípode: enoturismo/mercado regional/mercado português e internacional”, diz o responsável pela Picowines. Enquanto se monta a estrutura humana e material para concretizar esses objectivos, é importante não esquecer que o mais importante já existe: os vinhos. E que belíssimos vinhos se fazem por aqui…
(Artigo publicado na edição de Outubro de 2023)
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Ilha do Pico
- 2021 -
Ilha do Pico
- 2020 -
Ilha do Pico Blanc de Blanc
- 2017 -
Ilha do Pico
Fortificado/ Licoroso - -
Lajido Fine Old Reserve
Fortificado/ Licoroso - 2007 -
Ilha do Pico
Branco - 2021 -
Frei Gigante
Branco - 2019 -
Terras de Lava
Tinto - 2020 -
Terras de Lava
Tinto - 2019 -
Terras de Lava
Branco - 2020
Sustainable Wine Growing certifica Herdade dos Grous e Quinta de Valbom

O projecto alentejano Herdade dos Grous e o duriense Quinta de Valbom acabam de receber a certificação da Sustainable Winegrowing Portugal, no âmbito do Referencial Nacional de Certificação de Sustentabilidade do Sector Vitivinícola, criado pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) e promovido pela ViniPortugal. Esta certificação foi a primeira a ser atribuída pela […]
O projecto alentejano Herdade dos Grous e o duriense Quinta de Valbom acabam de receber a certificação da Sustainable Winegrowing Portugal, no âmbito do Referencial Nacional de Certificação de Sustentabilidade do Sector Vitivinícola, criado pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) e promovido pela ViniPortugal.
Esta certificação foi a primeira a ser atribuída pela Certis, entidade auditora que desenvolveu, na Herdade dos Grous e na Quinta de Valbom, um trabalho de avaliação de todos os critérios do referencial — que tem forte foco nas áreas Gestão e Melhoria Contínua, Ambiental, Social e Económica — em colaboração com equipa de Sustentabilidade destes projectos.
Para a obtenção da certificação, é necessário o agente económico cumprir com uma série de requisitos pré-estabelecidos. Estes requisitos percorrem todo o método de produção, desde a vinha até à expedição do produto, numa análise profunda de todos os intervenientes no processo.
Luís Duarte, enólogo chefe e director geral, comenta: “Esta certificação é um passo muito importante para a nossa empresa! Depois de a Herdade dos Grous ter tido a primeira certificação em Produção Sustentável pelo Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo, aderir à certificação Sustainable Winegrowing Portugal foi uma decisão natural, até pela possibilidade de incluir a nossa área de produção localizada no Douro, a Quinta de Valbom. Na verdade, desde o início do projecto da Herdade dos Grous, que começou com a plantação de 21ha de vinha em 2002, sempre houve uma preocupação e respeito pela Natureza. Em 2012, com a aquisição da Quinta de Valbom, a filosofia foi exactamente a mesma. Continuamos empenhados em investir fortemente na componente de sustentabilidade através da adopção de práticas de agricultura regenerativa e biológica em ambas as regiões, bem como na gestão da biodiversidade, da água, da energia, dos resíduos e a utilização de materiais mais sustentáveis nas embalagens dos produtos”.
Pedro Duarte eleito Bartender do Ano 2023

O mais importante concurso português de bar, Bartender do Ano, elegeu Pedro Duarte do Wine & Books Hotels Porto como grande vencedor. Pedro Duarte tem 30 anos e é natural de Vila Nova de Gaia. A final do concurso decorreu no dia 12 de Novembro, no Palácio Marquês de Pombal, em Oeiras, município anfitrião da […]
O mais importante concurso português de bar, Bartender do Ano, elegeu Pedro Duarte do Wine & Books Hotels Porto como grande vencedor. Pedro Duarte tem 30 anos e é natural de Vila Nova de Gaia.
A final do concurso decorreu no dia 12 de Novembro, no Palácio Marquês de Pombal, em Oeiras, município anfitrião da edição de 2023, organizada pela The Bottle Affair. Já a marca Villa Oeiras (Vinho de Carcavelos) foi o patrocinador principal.
Pedro Duarte consagrou-se Bartender do Ano 2023 numa final que contou com a concorrência de André Costa (Four Seasons Ritz Lisbon), Bruno Fernandes (Bistro 100 Maneiras, Lisboa), Luís Costa (Torto, Porto), Tiago Santos (Bairro Alto Hotel, Lisboa) e Vivaldo Queirós (Varandas Cocktail & Wine Bar, Faro). No 2º lugar ficou Luís Costa e o 3º lugar coube a André Costa.
O bartender vencedor apresentou ao júri três das suas criações: Perfect Serve de Villa Oeiras Superior 15 Anos, harmonizado com um macaron de abóbora e beterraba; Cracavellos” (Cocktail Villa Oeiras) e “Desobediência Artística” (Cocktail Artístico).
“Ganhar o Bartender do Ano significa muito para mim. É a concretização de um objectivo pessoal. Uma competição que tem uma tradição de vencedores únicos e daqui para a frente só me resta valorizar este nome para que a indústria de bar continue a crescer”, afirmou Pedro Duarte.
O júri presente na final foi constituído por Wilson Pires (Verso Cocktails e Presidente do Júri), Constança Cordeiro (Toca da Raposa e Uni), Fernão Gonçalves (Plateform) e Marcella Ghirelli (Cella). Foram ainda convidados a avaliar a prestação dos finalistas, Noah Zagalo, artista plástico responsável pela criação do troféu e Alexandre Lisboa, coordenador técnico do projecto da Vinha e do Vinho de Carcavelos Villa Oeiras.
“Desde 2014, a iniciativa celebra a coquetelaria portuguesa e contribui activamente para a sinalização e valorização dos seus profissionais. Para além de uma saudável competição, assume-se como uma plataforma de aprendizagem e de desenvolvimento para que os profissionais de bar possam aprender, partilhar e evoluir. Os concorrentes têm no concurso uma oportunidade de demonstrar as suas competências junto dos seus pares, naquele que pode significar um ponto de viragem no seu percurso profissional. Anteriores vencedores como Wilson Pires, Carlos Santiago, Jaime Montgomery, Daniel Carvalho e Luís António viram as suas carreiras impulsionadas pela conquista do título de Bartender do Ano”, explicam os organizadores.
Granvine e Grandes Escolhas unem-se para facilitar compras de vinho online

A Granvine, uma das maiores garrafeiras online a actuar em Portugal, é a nova loja de vinhos a estabelecer um acordo de parceria com a revista Grandes Escolhas, no sentido de permitir aos utilizadores do site Grandes Escolhas ou da App GE a aquisição directa dos vinhos consultados nestas plataformas. Dispondo de uma base instalada […]
A Granvine, uma das maiores garrafeiras online a actuar em Portugal, é a nova loja de vinhos a estabelecer um acordo de parceria com a revista Grandes Escolhas, no sentido de permitir aos utilizadores do site Grandes Escolhas ou da App GE a aquisição directa dos vinhos consultados nestas plataformas.
Dispondo de uma base instalada com cerca de 14 mil vinhos referenciados, comentados e classificados pelos seus críticos e especialistas, o site Grandes Escolhas é um instrumento cada vez mais utilizado por muitos milhares de consumidores que procuram informação criteriosa sobre vinhos. O lançamento da App GE (disponível para iOS e Android), no recente mês de Outubro, tornou ainda mais facilitado o acesso a esta preciosa informação, através do simples reconhecimento da imagem do rótulo do vinho, a partir de uma foto tirada com o telemóvel.
Uma vez obtida, desta forma, a informação sobre um vinho, o consumidor, carregando num simples botão, tem a possibilidade de saber qual a garrafeira com esse vinho disponível para venda online e entrar no respectivo site directamente, completando a compra com todo o conforto e segurança.
Segundo João Geirinhas, director de negócio da Grandes Escolhas, “este é mais um serviço que prestamos aos nossos leitores e utilizadores do site e da App GE. Continuamos a ser muito questionados por todo o tipo de pessoas que, ao procurarem informação sobre um vinho, pretendem saber como e onde o podem adquirir. Agora isso está ao alcance de um simples clique, na App ou no site Grandes Escolhas”.
Para além da Granvine, que agora se associa a esta funcionalidade, a Grandes Escolhas tem já acordos de parceria, para disponibilizar a compra de vinhos online, com a Garrafeira Nacional, Garrafeira Tio Pepe, Portugal Vineyards, Garrafeira 5 Estrelas, Wines 9297, Néctar das Avenidas, Cave Lusa e VirguWines.
Nobre Gosto está de volta a Oeiras

A Grandes Escolhas e o Município de Oeiras organizam a 2ª Edição do Nobre Gosto, o único evento exclusivamente dedicado aos vinhos fortificados e doces portugueses. Contamos com a presença de expositores de vinhos representando as principais empresas produtoras de vinhos fortificados portugueses. Cada expositor terá um espaço próprio de exposição constituído por uma pequena […]
A Grandes Escolhas e o Município de Oeiras organizam a 2ª Edição do Nobre Gosto, o único evento exclusivamente dedicado aos vinhos fortificados e doces portugueses.
Contamos com a presença de expositores de vinhos representando as principais empresas produtoras de vinhos fortificados portugueses. Cada expositor terá um espaço próprio de exposição constituído por uma pequena banca que o identifica, e onde dá a provar os vinhos em interacção com o público consumidor.
Estarão presentes empresas de Vinhos do Porto, de Vinho da Madeira, de Moscatel de Setúbal e do Douro, de outros vinhos licorosos de todo o país e também de vinhos doces, colheitas tardias e similares, que não sendo fortificados, se associam àquele tipo de vinhos. Todos convidados pelo anfitrião Vinho de Carcavelos.
Esta é uma área de acesso livre a todos os visitantes.
Para além dos vinhos, existirá a exposição e venda de diversas iguarias, sobretudo doces ou salgados que combinem e harmonizem com os vinhos fortificados. Doces regionais e outro tipo de pastelaria fina, compotas, chocolates e também patés e similares.
As Masterclasses/Provas comentadas são uma das peças chaves do evento e a mais exclusiva. Trata-se de um conjunto de provas de vinhos raros e excepcionais, tutoradas por especialistas. Estas provas terão limitação de lugares a 30 pessoas e o seu acesso faz-se por um ingresso próprio.
O evento é composto por um conjunto de várias actividades e iniciativas, que procuram captar o interesse de diferentes tipos de público e de profissionais, e focar as várias vertentes em que se multiplica a realidade dos nossos vinhos fortificados. Tirando partido da diversidade dos espaços disponíveis no Palácio Marquês de Pombal, tanto nas sumptuosas divisões interiores como nos magníficos jardins exteriores, criamos zonas de interesse diferenciadas de forma que os visitantes se possam espalhar conforme as suas preferências.
A entrada é livre, com o acesso às provas nos expositores mediante a compra do copo por 10€.
O evento aberto ao público decorre nos dias 18 (15h-21h) e 19 de Novembro (15h-19h). No dia 17 o evento está aberto para profissionais com um programa específico para o efeito.